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1. PERFURAÇÃO DE ROCHA
1.1 OBJETIVO
A perfuração das rochas, dentro do campo dos desmontes, é a primeira operação que se
realiza e tem como finalidade abrir uns furos com uma distribuição e geometria adequada
dentro dos maciços para alojar as cargas de explosivos e acessórios iniciadores. A figura 1
mostra a evolução dos sistemas de perfuração ao longo dos anos.
Existem três principais métodos de perfuração para o desmonte de rochas com explosivos
aplicados à mineração:
perfuração rotativa com brocas tricônicas (Holler Bit);
martelo de superfície (Top-Hammer, método roto-percussivo);
martelo de fundo de furo ou furo abaixo (Down the Hole, método roto-percussivo).
Também conhecido por perfuração por martelo, é o método mais comum de perfuração
para a maioria das rochas, os martelos podem ser acionados a ar comprimido ou
hidráulicos.
Por muitos anos estes equipamentos foram operados, exclusivamente, usando martelos
pneumáticos. Nos últimos 15 anos máquinas hidráulicas têm sido introduzidas no
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Perfuratrizes Pneumáticas
. A profundidade máxima alcançada por este sistema não supera os 30 metros, devido as
perdas de energia na transmissão das ondas de choque do martelo para a coroa. A cada
haste adicionada na coluna de perfuração maior é a perda de energia devido a reflexão da
energia nas conexões e luvas de perfuração.
O campo de aplicação das perfuratrizes pneumáticas de martelo de superfície está se
reduzindo cada vez mais, devido à baixa capacidade de perfuração em rochas duras, à
profundidade (em torno de 15 m), ao diâmetro de perfuração (de 50 a 100 mm) e ao alto
consumo de ar comprimido, aproximadamente, 2,4 m3/min por cada cm de diâmetro,
além de apresentar alto desgaste das ferramentas de perfuração: hastes, punhos, coroas,
mangueiras etc., em função da freqüência de impacto e na forma de transmissão da onda
de choque do pistão de grande diâmetro (Svedala Reedrill, sd.).
Perfuratrizes hidráulicas
1.4 Rotação/Trituração
1.5 Rotação/Corte
A velocidade de rotação é de 120 rev/min para um furo de 110 mm e 300 rev/min para
furos de 60 mm de diâmetro.
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As fontes primárias de energia podem ser: motores diesel ou motores elétricos. Nas
perfuratrizes com um diâmetro de perfuração acima de 9” (230 mm) é generalizado o
emprego de energia elétrica a média tensão, alimentando a perfuratriz com corrente
alternada com cabos elétricos revestidos.
Porém, se a lavra é seletiva e há grande necessidade de deslocamento do equipamento de
perfuração, pode-se adotar máquinas a motor diesel. As perfuratrizes médias e pequenas,
que são montadas sobre caminhões, podem ser acionadas por motores a diesel.
Segundo Jimeno (1994), uma divisão média da potência instalada nestas unidades para os
diferentes mecanismos é a seguinte:
Movimento de elevação e translação: 18%
Rotação: 18%
Avanço: 3%
Nivelamento: 2%
Limpeza dos detritos com ar comprimido: 53%
Equipamentos auxiliares: 3 %
Outros: 3%.
Cabeça Rotativa
Estabilizador
EestabEilid
bit
Broca
Para se obter uma boa velocidade de penetração na rocha é necessário a aplicação de uma
determina força de avanço, que depende, tanto da resistência da rocha, como do diâmetro
que se pretende utilizar. Como o peso da coluna de perfuração (hastes, estabilizador e
broca) não é suficiente para se obter a carga necessária, é preciso aplicar forças adicionais
que são transmitidas exclusivamente através de energia hidráulica.
corrente direta;
cilindros hidráulicos.
As brocas tricônicas são classificadas de acordo com o material dos dentes e geometria do
cone. Os dentes podem ser de face dura com cobertura endurecida ou insertos de
carboneto de tungstênio. As brocas com dentes de face dura ou cobertura endurecida são
denominadas de brocas dentadas e as de insertos de tungstênio são denominadas de brocas
de botões ( Karanam & Misra, 1998).
Na perfuração rotativa, a broca ataca a rocha com a energia fornecida pela máquina à
haste de perfuração, que transmite a rotação e o peso de avanço (carga) para a broca. O
mecanismo de avanço aplica uma carga acima de 65% do peso da máquina, forçando a
broca em direção à rocha. A broca quebra e remove a rocha por uma ação de raspagem
em rochas macias, esmagamento-trituração-lasqueamento em rochas duras ou por uma
combinação destas ações (Crosby, 1998). A figura 4 ilustra este modelo de corte.
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Retilinidade do furo
Estabilidade do furo
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Outra necessidade em perfuração é que o furo permaneça “aberto” enquanto estiver sendo
utilizado para carregamento de explosivos. Em certas condições, por exemplo, quando a
perfuração é em material “solto” ou rocha (que tendem a desmoronar e tapar o furo),
torna-se essencial estabilizar-se o furo com tubos ou mangueiras de revestimentos.
A tabela 1 apresenta um resumo dos fatores que devem ser avaliados durante o processo
de seleção do método e equipamento de perfuração. Durante o processo de seleção do
método e do equipamento de perfuração é necessário discutir e adequar estes fatores às
características da jazida ou mina, de forma a se fazer a melhor escolha.
Tabela 1 - Fatores para seleção dos diferentes tipos de perfuratrizes. Fonte: Moraes 2001
Fatores Perfuratriz rotativa Perfuratriz de martelo de superície Perfuratriz de martelo de fundo de furo
165 a 228 em rocha macia a
Diâmetro do furo, média 250 a 432 em todas 152 a 228 em formações média a muito dura;
38 a 127.
mm formações, incluíndo muito diâmetros menores em furos longos.
dura.
Formações na faixa de Media a muito dura. Restrições em rochas
Tipo de rocha Média a muito dura.
macia a muito dura. muito fraturadas.
Profundidade
Maior que 60 m. Menor que 20 m. Maior que 60 m.
máxima do furo, m
O ar tem dupla função: limpeza do furo e
Grandes vazões para se ter acionamento do martelo. Não pode usar A taxa de penetração aumenta com o
Volume de ar
uma limpeza eficiente do pressões tão altas como no martelo de aumento da pressão de ar, mas o volume de
requerido
furo. fundo. Máquinas hidráulicas reduzem ar requerido também.
bastante o consumo de ar.
Baixo em formações macias Altas taxas de penetração podem ser
Avanço (pulldown)
a muito alto em rochas alcançadas com menores pressões de Boa penetração com menos carga de avanço.
requerido
duras. avanço.
Rotação para o bit é aproximadamente
Opera com menores velocidades de rotação:
Requer alta velocidade em de 100 a 120 rpm para furos de 64 mm,
Velocidade de 30 a 50 rpm para rocha macia; 20 a 40 para
rocha macia e velocidades em rocha macia; em rocha dura, 75 a
rotação, rpm rochas intermediárias e 10 a 30 rpm para
mais baixas em rocha dura. 100 rpm para furos de 64 mm e 40 a 50
rochas duras.
rpm para furos de 127 mm.
Aumenta com o aumento do Taxas iniciais mais altas que o método Taxas relativamente constantes ao longo do
diâmetro da broca; diminui de martelo de fundo. Taxa cai com cada furo. Maiores taxas em rochas duras, na faixa
Taxa de penetração
com o aumento da haste adicionada. Taxa decresce com o de diâmetro de 152 mm a 228 mm,
resistência da rocha. aumento do diâmetro. comparando-se com o método rotativo.
Ruído é crítico: imacto do martelo e ar Nível de ruído é mais baixo que o método de
Níveis de ruído Geralmente baixo. comprimido. Máquinas hidráulicas martelo de superfície. Ruído é dissipado
possuem menor nível de ruído. dentro do furo.
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2.1 INTRODUÇÃO
2.2 EXPLOSIVOS
Definição
Ingredientes de um explosivo
(a) Explosivo básico (ou explosivo base) é um sólido ou líquido que, submetido a uma
aplicação suficiente de calor ou choque, desenvolve uma reação exotérmica
extremamente rápida e transforma-se em gases a altas temperaturas e pressões.
Exemplo típico de explosivos básico é a nitroglicerina C3H5O9N3, descoberta em 1846
pelo químico italiano Ascanio Sobrera.
(b) Os combustíveis e oxidantes são adicionados ao explosivo básico para favorecer o
balanço de oxigênio na reação química de detonação. O combustível (óleo diesel,
serragem , carvão em pó, parafina, sabugo de milho, palha de arroz etc.) combina com
o excesso de oxigênio da mistura explosiva, de forma que previne a formação de NO e
NO2; o agente oxidante (nitrato de amônio, nitrato de cálcio, nitrato de potássio, nitrato
de sódio etc.) assegura a completa oxidação do carbono, prevenindo a formação de
CO. A formação de NO, NO2 e CO é indesejável, pois além de altamente tóxicos para
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Densidade de um explosivo
Energia de um explosivo
ETx
RWS
ETp
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- RBS - Relative Bulk Strength (Energia relativa por volume): é a energia disponível
por volume de um explosivo x comparada com a energia disponível por igual volume de
um explosivo tomado como padrão. Isto é:
ETx x x
RBS x RWS x
ETp p p
RBS = 1,52 ou RBS = 152. Uma unidade de volume da emulsão possui 52,0% a mais
de energia quando comparada com a mesma unidade de volume do ANFO.
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Necessidades de oxigênio: -3
O resultado é uma deficiência de 3 átomos de oxigênio por unidade de CH2 . Desde que
cada molécula do nitrato de amônio apresenta excesso de um átomo de oxigênio, 3
unidades de nitrato de amônio são necessárias para o balanço de cada unidade de óleo
diesel na mistura de AN/FO.
Equilibrando a equação:
Então sabemos que 240 g de nitrato de amônio reagem com 14 g de carbono quando o
balanço é perfeito, quer dizer, o óleo deve representar, em peso:
Por definição, a energia da explosão (Hf) é a diferença entre o calor de formação dos
produtos (Hp) e o calor de formação dos reagentes (Hr), isto é:
Hf = Hp - H r
Composto Hf (kcal/mol)
H20 -57,80
CO2 -94,10
CO -26,40
N 0
NO + 21,60
NO2 + 8,10
Al2O3 -399,00
O pico da pressão exercida pela expansão dos gases, depende primariamente da densidade
e da velocidade da detonação. As pressões podem ser calculadas usando a seguinte
equação:
VOD 2
PF 228 x 10 6 x
(1 0,8 x )
sendo:
PF = pressão produzida no furo, quando o explosivo está completamente acoplado
ao furo (MPa);
= densidade do explosivo (g/cm3);
VOD = velocidade de detonação de um explosivo confinado (m/s).
Para a medição da VOD do explosivo, pode-se utilizar o “VOD PROBRE - BLAST
EVALUATOR” de fabricação da INSTANTEL INC. (Canadá) ou o MiniTrap III, de
fabricação da MREL do Canadá. O medidor da VOD (The VOD Probe - Blast Evaluator)
possui um cronômetro eletrônico que é acionado por fibras óticas introduzidas no furo a
ser detonado e mede a VOD. À medida que ocorre a detonação do explosivo, a luz
resultante que é emitida aquece o probe de fibra ótica em um certo tempo, permitindo
dessa maneira a medição da VOD do explosivo. Já o MiniTrap III mede a VOD utilizando
cabo coaxial.
Sensibilidade à iniciação
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Diâmetro crítico
As cargas de explosivos com forma cilíndrica têm um diâmetro abaixo do qual a onda de
detonação não se propaga ou propaga-se com uma velocidade muito baixa. A esse
diâmetro, dá-se o nome de diâmetro crítico. Os principais fatores que influenciam no
diâmetro crítico são: tamanho das partículas, reatividade dos seus ingredientes, densidade
e confinamento.
A toxidez dos gases da explosão é avaliada pelo balanço de oxigênio (BO). Isto quer dizer
que, o oxigênio que entra na composição do explosivo pode estar em falta ou em excesso,
estequiometricamente, resultando uma transformação completa ou incompleta. Quando a
transformação é completa, os produtos resultantes são CO2, H2O e N2, todos não tóxicos.
Na realidade pequenas proporções de outros gases (NO, CO, NH3 e CH4 etc.) também são
gerados, mas não comprometem a boa qualidade dos produtos finais.
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Equilibrando a equação:
a = x; b = 2y; d = 2x + y; c = 2x + y c = 2a + b/2 ,
quando então
Exemplo:
Nitroglicerina: C3H5O9N3
Oxigênio existente na molécula: 9 átomos
Oxigênio necessário: c = 2a + b/2 = 2 x 3 + 5/2 = 8,5 átomos
BO = 3,52%
A seguinte expressão, mais ampla, pode ser utilizada para o cálculo do balanço de
oxigênio:
3 3 1 1 1 1 1 1 1
32 Al B 1C Ca Cl F H K 0 N Na O
4 4 2 4 4 4 4 4 2
BO x 100%
massa molecular do exp losivo
Resistência à água
A figura 7 mostra como podem ser classificados os explosivos. Neste texto discutiremos
apenas os explosivos químicos, por serem os mais utilizados pelas minerações e obras
civis.
Como mostra a figura 7, há três tipos de explosivos comerciais:
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(c) Agentes detonantes são misturas cujos ingredientes não são classificados como
explosivos. Exemplo: ANFO, ANFO/AL, lama, ANFO Pesado, emulsões.
Primário Secundário
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Explosivos deflagrantes
Baixos explosivos (propelantes), ou deflagrantes, são aqueles cuja reação química é uma
combustão muito violenta chamada deflagração, que se propaga a uma velocidade da
ordem de 100 a 1500 m/s e pressões de no máximo 50.000 psi.
Dinamites
As dinamites, inventada pelo químico sueco Alfred Nobel, em 1866, diferem em tipo e
graduação conforme o fabricante, podendo, contudo, serem classificadas segundo os
seguintes grupos principais:
Dinamite guhr
Dinamites simples
Dinamites amoniacais
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Dinamite guhr
De interesse puramente histórico, resulta da mistura de Nitroglicerina, Kieselguhr e
estabilizantes. Não é mais usada.
Dinamite simples
Resultante da mistura: Nitroglicerina + Serragem + Oxidante + Estabilizante. Como se vê,
a serragem substitui o kieselguhr como absorvente e nitrato de sódio é, em geral, o
oxidante usado. Como estabilizante, ou antiácido, usa-se o carbonato de cálcio, com cerca
de 1%. A dinamite simples produz boa fragmentação. Em contrapartida, apresenta um alto
custo e gera gases tóxicos.
Dinamites amoniacais
O alto custo da dinamite simples e as qualidades indesejáveis já citadas permitiram o
desenvolvimento das dinamites amoniacais. As dinamites amoniacais são similares em
composição, às dinamites simples, mas a nitroglicerina e o nitrato de sódio são
parcialmente substituídos por nitrato de amônio.
Gelatinas
A gelatina também foi descoberta por Alfred Nobel, em 1875. A gelatina é um explosivo
bastante denso de textura plástica, parecendo uma goma de mascar, constituída de
nitrocglicerina + nitrocelulose + nitrato de sódio. É utilizada apenas em casos especiais.
Gera gases nocivos. Tem grande velocidade de detonação, produz boa fragmentação e
ótimo adensamento no furo.
Gelatinas amoniacais
As gelatinas amoniacais têm formulações semelhantes àquelas das gelatinas, porém o
nitrato de amônio substitui, parcialmente, a nitroglicerina e o nitrato de sódio. Essas
gelatinas foram desenvolvidas para substituir as gelatinas, com maior segurança no
manuseio e custo menor de produção, porém menos resistentes à água.
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Semigelatinas
Constituem um tipo intermediário entre as gelatinas e as dinamites amoniacais,
combinando a baixa densidade das amoniacais com a resistência à água e a coesão das
gelatinas, em grau mais atenuados. As composições são semelhantes àquelas das gelatinas
amoniacais, com variações nas proporções de nitroglicerina, nitrato de sódio e nitrato de
amônio, este em porcentagens mais altas. Os gases variam de excelentes a pouco tóxicos.
Existem diversas variantes comerciais.
EXPLOSIVOS GRANULADOS
ANFO
Outros explosivos granulados, fabricados por diferentes produtores, nada mais são do que
formulações similares à do ANFO, com adição de outros ingredientes, explosivos ou
sensibilizantes, combustíveis, oxidantes e absorventes.
ANFO/AL
FASE CONTÍNUA
Água 15 - 20%
Nitrato de Amônio e/ou de Sódio/Cálcio 65 – 80%
Goma + Agentes Cruzadores 1 – 2%
FASE DESCONTÍNUA
Óleo Diesel 2 - 5%
Alumínio 0 - 10%
Agentes de Gaseificação 0,2 %
EMULSÕES
A primeira patente utilizando ANFO como agente redutor de densidade foi concedida em
1977 (Clay, 1977) desde que os prills e os interstícios do ANFO podem ser utilizados
para aumentar a sensibilidade da emulsão e ao mesmo tempo aumentar a densidade do
ANFO. A blendagem da emulsão com o ANFO ou Nitrato de amônio é conhecida como
ANFO Pesado (tabela 8). A densidade do ANFO Pesado resultante situa-se na faixa de
1,00 a 1,33 g/cm3. A resistência à água do ANFO pesado é moderada. Para uma
blendagem de ANFO/Emulsão: 50/50, a uma densidade de 1,33 g/cm3, o ANFO pesado
passa a apresentar resistência à água, porém a mínima escorva de iniciação deve
apresentar uma massa acima de 450 g.
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Tabela 8 - Composição típica do ANFO Pesado com resistência à água (Katsabanis, 1999).
EXPLOSIVOS PERMISSÍVEIS
São assim chamados os explosivos que podem ser usados em algumas minas
subterrâneas, nas quais podem acontecer emanações de metano que, com o ar, forma uma
BRITANTITE - IBEGEL
IBQ - Qualquer tipo de rocha, céu aberto,
subsolo e subaquático
ORICA POWERGEL
PREMIUM
- Desmontes em geral
IMBEL EMULSÃO EXPLOSIVA
BRITANITE - IBEMUX
EXPOL
MAGNUM MAGNUMB
GRANULADO DYNO NOBEL MAGNUM BD LM E PR - Explosivos de coluna em furos secos,
MAGNUM e para o desmonte secundário
ANFOMAX, BRITON (fogacho).
BRITANITE E NITRON
- Operações a céu aberto ou subsolo,
POWERMIX 3500 em furos secos onde existe a
ORICA necessidade de explosivos de baixa
BELPRILL densidade de carregamento e nas
IMBEL operações com carregamento
pneumático.
GELATINA BRITANITE CARBOGEL - Rochas duras e médias.
GELATEL - Rochas muito duras e resistentes.
3. ACESSÓRIOS DE INICIAÇÃO
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3.1 Introdução
3.2 Histórico
Os acessórios surgiram a partir do momento em que o homem tendo conhecimento do
poder do explosivo, pólvora negra, que até então era utilizada em armas de fogo e em
fogos de artifícios, decidiu utilizá-la na atividade de mineração. No ano de 1613, Morton
Weigold sugeriu a utilização de explosivos nas minas da região da Saxônia. Porém sua
idéia não obteve sucesso. Em fevereiro de 1627, Kaspar Weindl, nascido na região do
Tirol, nos Alpes austríacos, realizou uma detonação na mina real de Schemnitz, em Ober-
Biberstollen, na Hungria, sendo esta, a primeira detonação em mineração que se tem
notícia. Provavelmente, Kaspar Weindl utilizou um acessório, também de pólvora negra,
para iniciar a carga explosiva. Possivelmente este primeiro acessório teria sido uma trilha,
que descia acesa ao furo, preenchido por pólvora negra. O sistema era muito inseguro e
impreciso (Rezende, 2002).
3.3 Generalidades
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Estopim de Segurança
Acessório desenvolvido para mineração, por William Bickford, na Inglaterra, no ano de
1831. O estopim de segurança, ou estopim, conduz chama com velocidade uniforme a um
tempo de queima constante de 140 s ( 10 s) por metro, para ignição direta de uma carga
de pólvora ou detonação de uma espoleta simples. Constituída de um núcleo de pólvora
negra, envolvida por materiais têxteis que, por sua vez, são envolvidos por material
plástico ou outro, visando sua proteção e impermeabilização.
Para se iniciar o estopim, poder-se-á usar palitos de fósforos comuns e isqueiros.
Espoleta simples
Alfred Nobel, conhecedor do poder da nitroglicerina, por vários anos tentou criar uma
carga de iniciação que pudesse detonar este explosivo. Após várias tentativas fracassadas,
utilizando-se de uma mistura de pólvora negra e nitroglicerina, observou que a
nitroglicerina molhava a pólvora negra reduzindo assim a capacidade de queima. Então,
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no ano de 1863 ele desenvolveu o que seria chamado do primeiro protótipo da espoleta
simples.
A espoleta simples consta de um tubo, de alumínio ou cobre, com uma extremidade aberta
e outra fechada, contendo em seu interior uma carga detonante constituída por uma carga
chama primária, ou de ignição, cujo explosivo é a azida de chumbo Pb (N3)2, e uma carga
básica de PETN - Tetranitrato de pentaeritritol (C2H4N2O6 ). A razão destas duas cargas, é
devido ao fato de que a azida de chumbo é um explosivo fulminante que pode ser iniciado
à custa de uma fagulha. A azida de chumbo, uma vez iniciada pela faísca do estopim, faz
detonar a carga de PETN. Os tipos mais comuns das espoletas encontradas no mercado
são do tipo n.º 6 (massa de 0,325 g de PETN e 0,3 g de misto iniciador) e a n.º 8 (massa
de 0,5 g de PETN e 0,3 g de misto iniciador).
A cápsula de cobre só é usada para casos particulares, porque a presença de umidade
contendo gás carbônico, a azida de chumbo pode se transformar em azida de cobre, que é
muito mais sensível e, portanto, mais perigosa.
Espoletas Elétricas
As exigências do mercado com relação à necessidade de um acessório que oferecesse um
maior controle da detonação levaram H. Julius Smith a inventar a espoleta elétrica em
1876. A grande idéia que este cientista teve foi a de utilizar o conceito da lâmpada e da
espoleta simples, para criar a espoleta elétrica. Esta novidade, que poderia ser chamada de
cruzamento entre os dois acessórios, tinha como princípio de funcionamento uma fonte de
energia elétrica que gerava um aquecimento pelo efeito joule, em uma ponte de fio
altamente resistente, incandescente, capaz de desencadear a detonação da carga explosiva
de ignição da cápsula, formada por uma pequena substância pirotécnica.
A espoleta elétrica é um iniciador ativado por corrente elétrica.
O tipo instantâneo funciona em tempo extremamente curto quando a corrente circula pela
ponte elétrica.
O tipo retardo, por ação de um elemento de retardo, proporciona um tempo de espera
controlado entre suas iniciações e a detonação da espoleta propriamente dita.
Tempo de Espera:
40
0 a 5 s .......................................................................... Série S
25 a 1000 ms ................................................................ Série MS
As espoletas elétricas são empregadas em trabalhos cuja iniciação deva ser controlada
com rigor (prospecção geofísica) ou em condições onde não seja possível o uso do cordel
detonante (carga de abertura de forno metalúrgico).
Cordel Detonante
Histórico
França – 1879
Tubos finos de chumbo, carregados com nitrocelulose que depois eram estirados.
Áustria – 1887
Fulminato de mercúrio, misturado com parafina, envolto por uma fiação de algodão;
VOD =
5000 m/s.
França – 1906
Melinte (trinitro fenol fundido misturado com pó de nitrocelulose); VOD = 7000 m/s.
Alemanha – 1910
TNT fundido envolvido por tubos flexíveis de estanho; VOD = 5400 m/s.
Europa – 1920
Pentaeritritol (nitropenta) envolvido por uma fiação de algodão parafinado ou coberto
com
betume ou uma capa de chumbo.
Cobertura de chumbo – anos 50.
Cobertura Plástica – Meados da década de 50.
Definição
O cordel detonante é um acessório de detonação consistindo, essencialmente, de um tubo
de plástico com um núcleo de explosivo de alta velocidade - nitropenta (C5H8N4O12) - e
de materiais diversos que lhe dão confinamento e resistência mecânica.
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Detonador Eletrônico
Programação da unidade
Ligação no campo
Após os fios de cada espoleta serem conectados a uma unidade de programação, três
parâmetros de identificação são atribuídos para cada detonador: número do furo,
seqüência de saída e o tempo de retardo. Existe a possibilidade em qualquer instante ser
checado ou modificado o seu tempo de retardo. Após a programação de cada detonador,
elas são conectadas à linha de desmonte através de um conector. Duas linhas, então, são
conectadas à maquina detonadora, que armazena todos os dados contidos na unidade de
programação. Caso ocorra curto-circuito ou existam fios desconectados, um aviso é dado
pela máquina detonadora, bem como sugestões para sanar o problema.
Precisão
Medições realizadas nos tempos de detonação dos iniciadores eletrônicos em uma mina
na França, em julho/97, através de fotografias ultra-rápida e sismogramas dos desmonte,
os valores observados apresentaram uma diferença de tempo de retardo, em relação aos
teóricos, de 3 ms. Comprovando a grande precisão dos detonadores eletrônicos em
relação aos sistemas convencionais de iniciação.
Segurança
O detonador eletrônico é imune à eletricidade estática, a sinais de rádio e à detonação pré-
matura pelos detonadores apresentarem as seguintes características eletrostáticas e
eletromagnéticas, respectivamente: 2000 pF – 10 KV – 0 , 150 KHz a 1 GHz/40 V/m.
Benefícios
Os detonadores eletrônicos apresentam os seguinte benefícios aos desmonte de rochas:
IMBEL BELDETON
BRITANITE BRITEX
FASE DINÂMICA
A fase dinâmica do processo de fragmentação corresponde a ação das ondas de choque.
Inicia pela deflagração da reação química do explosivo, termodinamicamente instável.
Para SCOTT (1996), a fase dinâmica corresponde a fase de choque representada pelas
ondas de tensão P (compressão) e S (cisalhamento) associadas à rápida aceleração da
explosão da parede do furo. A passagem da onda de tensão em volta do furo estabelece
um estado de tensão semi-estático.
A fase dinâmica finda com o surgimento gradativo das fraturas tangenciais a partir das
faces livres.
Quando a onda de choque compressiva possui energia suficiente para alcançar a face livre
e retornar refletida com amplitude de tensão superior a resistência de tração do maciço
rochoso, resulta em fragmentação adequada.
FASE SEMI-ESTÁTICA
Esta fase corresponde à ação da pressão dos gases de detonação. Trata-se do trabalho
mecânico realizado durante o processo de expansão ou descompressão dos gases da
detonação. Ao percorrem pelas fendas e pelas microfissuras resultantes da fase dinâmica,
os gases gerados da detonação agem através da ação de cunhas, propagando fendas e
fraturas, conforme ilustrado na figura 8. Assim, separam parte do maciço rochoso em
fragmentos de rochas. A medida em que os gases são liberados, ocorre o lançamento dos
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blocos, consumando-se o desmonte de rocha propriamente dito (Magno, 2001).
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Trituração da rocha
Nos primeiros instantes da detonação, a energia é transmitida para o maciço rochoso
vizinho, na forma de uma onda de compressão, ou onda de choque, que se propaga a uma
velocidade de 2.000 a 6.000 m/s. A pressão da frente da onda de choque, que se expande
de forma cilíndrica, atinge valores acima de 18.000 atm, superando a resistência dinâmica
à compressão da rocha, provocando a destruição de sua estrutura intercristalina e
intergranular.
Fraturamento radial
Durante a propagação da onda de choque, a rocha circundante ao furo é submetida a uma
intensa compressão radial que induz componentes de tração nos planos tangenciais da
frente da onda. Quando as tensões superam a resistência dinâmica à tração da rocha,
inicia-se a formação de uma zona densa de fraturas radiais ao redor da zona triturada que
rodeia o furo.
A pressão exercida pelos gases da explosão faz com que a rocha atue como uma viga,
produzindo a deformação e fraturamento na mesma pelos fenômenos da flexão (figura
10).
EXPLOSIVOS
5.1 HISTÓRICO
É possível que as primeiras aberturas de túneis foram elaboradas pelo homem (mulher)
pré-histórico (a), objetivando ampliar suas cavernas, primeiras moradas naturais. Todas as
civilizações da antiguidade desenvolveram métodos de abertura de túneis. Na Babilônia,
os túneis eram usados extensivamente para irrigação e uma passagem para pedestres,
revestido por alvenaria de tijolos com comprimento de 500 m, foi construído por volta de
2180-2160 A.C. sobre o rio Eufrates, e que ligava o palácio o palácio real com o templo.
A construção foi procedida por desvio do rio, ou construção de uma ensecadeira, na
estação seca.
Os egípcios desenvolveram técnicas para o corte de rochas macias, com serras de cobre, e
perfuratrizes de canos ocos, ambas circundadas com abrasivos, uma técnica
possivelmente primeira usada para a lavra de rochas ornamentais. O templo de Abu
Simbel no rio Nilo foi construído em arenito, em 1250 A.C. por Ramsés II.
Tanto os gregos como romanos fizeram extensivo uso de túneis para retificar cursos
d’água por drenagem para obtenção de água por aquedutos; como exemplo, temos o túnel
d’água grego na ilha de Samos, aberto em calcário por uma extensão de 1 km, com seção
transversal de 2 m2.
O maior túnel da antiguidade foi rodoviário (o túnel de Pausilippo) de 1500 m de
comprimento com largura de 8 metros e 9 m de altura, entre Nápoles e Pozzuoli,
executado em 36 A.C.
Para evitar a necessidade de revestimento, a maioria dos túneis foi localizada em rochas
sólidas que eram fragmentadas (lascadas) pelo chamado fogo resfriado, um método
envolvendo o aquecimento da rocha com fogo, seguido de seu súbito resfriamento por
lançamento de água fria. Os métodos de ventilação eram primitivos, freqüentemente se
limitavam à agitação de leques nas bocas dos poços, e a maioria dos túneis custou a vida
de centenas ou mesmo milhares de escravos utilizados como trabalhadores.
Em 41 D.C. os romanos usaram cerca de 20.000 homens por 10 anos para abrir um túnel
de 6 km para drenar o lago Fucinus.
51
O primeiro dos diversos túneis hidroviários foi o do canal “du Medi” túnel francês
construído de 1666-1681 por Pierre Riquet como parte do primeiro canal ligando o
oceano Atlântico ao mar Mediterrâneo através da Europa Central.
Simultaneamente, a abertura de túneis ferroviários espetaculares foi iniciada na Europa
Central através dos Alpes. O primeiro deles, o túnel Mont Cenis necessitou de 14 anos
(1857-1871) para ser completado em seus 14 km. Seu engenheiro, Germain Sommeilller,
introduziu várias técnicas pioneiras, incluindo carretas de perfuração sobre trilhos,
compressores de ar hidráulicos e acampamento de operários completos com dormitórios,
residências, escolas, hospitais e áreas recreativas além de oficinas de reparos. Sommeiller
também projetou uma perfuratriz a ar que se tornou possível o avanço da face do túnel a
razão de 4,5 m por dia. Estas perfuratrizes foram usadas em vários túneis europeus
posteriores, após a substituição das brocas por outras mais resistentes desenvolvidas por
Simon Ingersoll e outros nos Estados Unidos, na obra do túnel de Hoosac.
No Brasil o privilégio para a construção e exploração industrial de uma estrada de ferro
que partisse de Santos, alcançasse São Paulo e fosse em direção à então vila de Judiai, foi
iniciado pelo Barão de Mauá para a constituição de uma empresa, que mais tarde se
chamaria “São Paulo Railway Company”. O primeiro sistema funicular, ou “Serra Velha”,
consistia de 8 km de rampas de 10% por onde os trens se deslocavam através de um
sistema de duas pontas chamado “tail-end”. Foi inaugurado em 29 de julho de 1864, e
aberto ao tráfego na inauguração de toda estrada em 1867.
A abertura de túneis sob rios era considerada impossível até o desenvolvimento da
couraça protetora, na Inglaterra, por Mar Brunel, um engenheiro imigrante francês. O
primeiro uso da couraça foi em 1825 no túnel de Wapping-Rotherhithe através das argilas
do rio Tamisa.
As esporádicas tentativas do sonho dos engenheiros e túneis de possuir uma escavadora
mecânica rotativa foram coroadas com êxito em 1954, na barragem de Oahe no rio
Missouri perto de Pierre no Dakota do Sul (Hennies, W. T. & Silva, L. A. A, 1997).
Latina aliou alta tecnologia à preocupação com o meio ambiente para oferecer uma nova
alternativa na ligação do Planalto Paulista com a Baixada Santista.
A nova obra facilitou não só o acesso dos turistas ao litoral, mas a ligação com o porto de
Santos, principal canal de exportação dos produtores brasileiros.
As empresas optaram por fazer dois terços do trajeto na área da Serra do Mar em túneis e
o terço restante em viadutos.
Foram construídos três túneis, com extensão total de 8,23 quilômetros. O Túnel
Descendente (TD) 1, que tem 3,146 metros de comprimento, é o maior túnel rodoviário
do Brasil. A utilização de túneis diminui a interferência na floresta nativa.
Os seis viadutos da rodovia também foram redesenhados para aumentar a distância entre
seus pilares, que passou de 45 para 90 metros. Desta forma, foi possível utilizar menos
colunas, outra maneira de reduzir a área afetada.
Foi utilizado o pavimento rígido de concreto, mais resistente e aderente que o asfalto, o
que vai reduzir a necessidade de manutenção. O projeto incluiu uma série de medidas de
segurança, como telefones de emergência, câmeras de TV e sistema de ventilação no
interior dos túneis para a remoção de fumaça gerada em acidentes.
Na construção da nova pista foram criados pelo Governo do Estado mais de 4.500
empregos diretos e 14 mil indiretos.
53
A abertura em túneis é uma obra muito comum nos projetos de engenharia civil. Os
comprimentos dos túneis podem variar de alguns metros, em túneis ferroviários, até
alguns quilômetros em projetos hidrelétricos.
Em muitos casos, os túneis na engenharia civil não apresentam nenhum valor até os
mesmos serem completados, então, uma rápida taxa de avanço é usualmente uma meta.
Outros fatores de preocupação incluem o uso final (requerendo um acabamento na
parede), tipos de suporte, tipos de revestimentos, tipos de rochas encontradas, perfuração,
carregamento e equipamentos de carregamento, ventilação, habilidade e experiência dos
trabalhadores e outras restrições tais como a proximidade de estruturas e a presença de
água.
Fatores que influenciam na decisão se a TBM deve ser usada no lugar do desmonte por
explosivos:
Dureza da rocha: em rochas bastante duras o desgaste dos acessórios da TBM é
excessivo tornando, às vezes, o uso desse equipamento impraticável, embora esse fator
venha sendo gradualmente superado.
Custo de capital: a operação de escavação com explosivo requer um menor custo de
capital. A TBM é extremamente, requerendo túneis bastantes longos para justificar o seu
uso.
55
Em rochas competentes os túneis com seções inferiores a 100 m2 podem ser escavados
com perfuração e desmonte à seção plena. As escavações por fase são utilizadas na
abertura de grandes túneis onde a seção é demasiada grande para ser coberta pelo
equipamento de perfuração ou quando as características geomecânicas das rochas não
permitem a escavação à plena seção.
As cinco formas de ataque mais comuns são:
Seção Plena;
Galeria Lateral;
Galerias múltiplas.
Seção Plena
Sempre que possível o sistema conhecido por sistema inglês ou da seção plena (figura 26
a) avanço integral da seção é escolhido para realizar um determinado avanço de uma só
vez.
As principais vantagens da abertura de túneis por seção plena constituem que esse tipo de
avanço permite a aplicação de equipamento de alta capacidade, e conseqüentemente é o
procedimento que atinge as maiores velocidades de avanço nas frentes.
Existem sérias restrições quando as seções são maiores principalmente em áreas de
grande tensão tectônica, quando a descompressão da rocha pode causar sérios problemas
de explosão da rocha (“rock bursting”).
Galeria Superior e Bancada
57
A área total é retirada em duas seções, sendo a superior uma galeria de seção em forma de
arco (parte da pata de cavalo) sempre em primeiro lugar, ficando sempre à frente da
bancada inferior.
As principais vantagens desta forma de ataque estão na redução de armações, pois sempre
há bancadas para trabalhar em cima.
O avanço da bancada inferior fica condicionado ao avanço da abertura da galeria superior,
assim algum problema que ocorra na parte superior se reflete no avanço inferior.
A figura 11 mostra detalhes dessa forma de ataque.
O sistema de ataque que abre a metade da área da seção do túnel, porém subdividindo o
mesmo em duas galerias que são detonadas em separado, é também conhecido pelo nome
de sistema belga.
Na escolha da forma de ataque ou método de escavação deve-se levar em conta o sistema
de suporte a ser empregado. Esta seleção de método sempre consiste de num
compromisso de entre uma tentativa de acelerar ao máximo a operação de abertura e a
necessidade de suportar a rocha antes que esta caia no túnel originando problemas de
segurança ou estabilidade. Por isso o método de ataque depende do comportamento e da
dimensão e forma da seção transversal do túnel, e principalmente do tipo e natureza e
comportamento mecânico estrutural da rocha.
A figura 12 a) mostra os tipos de sistemas de avanços, enquanto a figura 12 b) mostra as
perfurações e um túnel com avanço em duas seções. Já a figura 13 mostra uma perfuração
de um túnel efetuada por um jumbo.
5.8 PILÕES
Para um desmonte ser econômico, e necessário que a rocha a ser desmontada tenha face
livre. Em algumas aplicações de desmontes essas faces livres inexistem. É o caso do
desenvolvimento de túneis, shafts, e outras aberturas subterrâneas, onde se torna
necessário criar faces livres artificialmente. Isto é feito preliminarmente no desmonte
principal, através da perfuração e detonação de uma abertura na face da perfuração. Essa
abertura é denominada “pilão” (cut).
A seleção do pilão depende não somente das características da rocha e da presença de
juntas e planos de fraqueza, mas também da habilidade do operador, do equipamento
utilizado, do tamanho da frente e da profundidade do desmonte. Os principais tipos de
pilão são:
Pilão em centro ou em pirâmide (Center Cut) – figura 14
Pilão em V (Wedge Cut) – figura 15
Pilão Norueguês (The Draw Cut) – figura 16
Pilão Coromant – figura 17
Pilão queimado ou estraçalhante (The Burn Cut) – figura 18
Pilão em Cratera
Pilão Circular ou Pilão de Furos Grandes
60
Pilão em Pirâmide
O pilão em pirâmide, também conhecido por pilão alemão, caracteriza-se por ter os 3 ou 4
furos centrais convergentes a um ponto. Usa-se principalmente em poços e chaminés. Em
trechos horizontais este pilão não tem sido muito utilizado devido aos furos desviados
para baixo.
Pilão em V ou em Cunha
Não mais são necessários os furos descarregados de diâmetro grande, pois o alívio da
rocha, dado o ângulo do furo em relação à face livre, faz-se não mais em direção a um
furo descarregado, mas em direção à própria face livre.
Plano
Vista Frontal
Vista Isométrica
62
Pilão Norueguês
Vista Lateral
Vista Frontal
Vista Isométrica
Pilão Coromant
Consiste na perfuração de dois furos secantes de igual diâmetro, que constituem a face
livre em forma de 8 para as primeiras cargas
Pilão em Cratera
Esse tipo de pilão desenvolvido originalmente por Hino no Japão, aproveitando o efeito
cratera que as cargas de explosivo concentradas no fundo dos furos produzem sobre a
superfície livre mais próxima.
Esta metodologia se aplica mas nas escavações de chaminés do que em túneis.
65
Conceituação
Chama-se “plano de fogo” o plano que engloba o conjunto dos elementos que permitem
uma perfuração e detonação correta de um túnel, galeria, poço etc., através do
equipamento previsto para este serviço e dos tempos necessários ao cumprimento do
cronograma.
A primeira parte de um plano de fogo refere-se à determinação do explosivo e sua forma
de detonação. Seguem-se a verificação do projeto e o estudo do tempo. As figuras 20 e
21 mostram as zonas de um desmonte de um túnel ou galeria.
Pilão
PILÃO
No pilão de quatro seções a profundidade do furo pode ser estimada com a seguinte
expressão:
2
H 0,15 34,1 D2 39,4 D2
Quando se utiliza mais de um furo vazio o valor de D2 pode ser calculado através da
expressão:
69
D2 D 2´ x n
O avanço dos desmontes está limitado pelo diâmetro do furo de expansão (alargado) e
pelos desvios dos furos carregados. Sempre que está última se mantenha abaixo dos 2%
os avanços médio “X” podem chegar a 95% da profundidade dos furos “H”, de acordo
com a expressão:
X= 0,95 x H
Um bom avanço nos desmontes de rochas, bem como uma boa fragmentação da rocha,
são extremamente dependentes da precisão do esquema de perfuração. A qualidade da
perfuração da rocha é afetada pelos três tipos de erros:
Cada centímetro perdido no avanço tem que ser novamente perfurado, recarregado e
desmontado.
A qualidade do desmonte possui grande impacto na segurança e nas necessidades de
suporte.
70
É muito importante que os furos do pilão sejam perfurados o mais paralelo possível,
respeitando a distância calculada no plano de fogo. Desvios tão pequenos como, por
exemplo, de 50 mm em uma perfuração de 3 m podem resultar em uma saída ruim do
pilão. Quando possível, o pilão de ser perfurado no mínimo 150 mm a mais do que os
demais furos para aumentar o desempenho do pilão, a região mais crítica da face.
CÁLCULO DO 1 QUADRADO
Pela figura 22 observa-se que a distância “a” entre os furos de carga do 1 Quadrado e o
furo alargado para se obter a quebra e a expulsão do material fragmentado (desmonte
limpo) deve ser calculada pela expressão :
a = 1,5 x D2
T1 = a
d e 2
RL x
4000
onde:
Q1 = (H – T1) x RL
H T1
NC1
0,610 m
W1 a 2
CÁLCULO DO 2 QUADRADO
72
dcc2 = 1,5W1
W2 d cc 2 2
T2 = 0,5W1
Q2 = (H – T2) x RL
H T2
NC 2
0,610 m
CÁLCULO DO 3 QUADRADO
dcc3 = 1,5W2
W3 d cc 3 2
T3 = 0,5W2
Q3 = (H – T3) x RL
H T3
NC 3
0,610 m
CÁLCULO DO 4 QUADRADO
W4 d cc 4 2
T4 = 0,5ar
Q4 = (H – T4) x RL
H T4
NC 4
0,610 m
El = 1,1ar
Tl = 0,2ar
Ql = (H – Tl) x RL
75
H Tl
NC l
0,610
FUROS DA PAREDE
Tp = 0,5ap
Qp = (H-Tp) x RL
Altura da parede a l
NF p INT 1 x 2
Ep
R
NFt INT 1
ET
LD
NFc INT 1
ET
onde:
Ao locar os furos de contorno, devemos ter em mente os ângulos de saída (), figura 15 .
A magnitude do ângulo depende do equipamento de perfuração e da profundidade do
furo. Para um avanço em torno de 3 m um ângulo igual a 3 (corresponde a 5 cm/m) deve
ser suficiente para permitir espaço para a perfuração da nova frente, evitando-se que o
túnel afunile.
77
sendo:
Eli = 1,1 x ar
EDH = LT – W4 – 2 x ap
EDV = ap – al
Til = 0,5 x ar
Qil = (H - Til ) x RL
Ei = 1,2 x ai = 1,2 m
r
NF1 INT 1
Ei
r
NF2 INT 2
Ei
r
NF3 INT 3
Ei
79
Eh
NFh INT
E i
Tiap = 0,5 x ar
Qiap = (H - Tiap ) x RL
Existem poucas regras para a determinação dos tempos de retardo na escavação por
explosivos de um túnel. Os tempos de retardo serão influenciados pelas condições
específicas das faces, incluindo:
tipo de rocha a ser detonada: resistência, estrutura, elasticidade etc.;
o lançamento necessário dos fragmentos;
a fragmentação exigida.
A África do Sul é um dos poucos paises no mundo em que a iniciação dos furos na
escavação do túnel é feita utilizando-se retardos de períodos longos (LPD), incluindo o
uso do estopim de segurança. Na maioria dos túneis na Europa e na América do Norte e
em outras parte do mundo é utilizado retardos de tempo curtos (SPD).
80
Solução:
82
2
H 0,15 34,1 D2 39,4 D2
Avanço (X)
d e 2 3,1429
2
RL x x 1,15 RL 0,759 kg / m
4000 4000
Tampão (T1)
83
T1 = a = 0,19 m = 19 cm
H T1 3,8 m 0,19 m
NC1 NC1 6
comprimento do cartucho 0,610 m
H T2 3,8 m 0,14 m
NC 2 NC 2 6
0,610 m 0,61 m
d) Cálculo do 3 Quadrado
H T3 3,8 m 0,3 m
NC 3 NC 2 6
0,610 m 0,61 m
e) Cálculo do 4 Quadrado
H T4 3,8 m 0,5 m
NC 4 NC 2 5,5
0,610 m 0,610 m
H Tl 3,8 m 0,2 m
NC l NC l 6
0,610 0,610 m
g) FUROS DA PAREDE
88
RL = 0,230 kg/m
h) FUROS DO TETO
R 3,14 x 6,0 m
NFt INT 1 INT 1 NFt 30
ET 0,6 m
LD 23,4 m
NFc INT 1 INT 1 NFc 38
ET 0,6 m
onde:
LD = 23,4 m
90
sendo:
8,12 m
NLV INT 1 NLV 8
1,1 m
sendo:
ar = 1,0 m
2,28 m
NLH INT 1 NLV 3
1,0 m
r 3,14(6 m 0,8 m)
NF1 INT 1 INT NF1 13
i
E 1, 2 m
Eh 5,6 m
NFh INT INT NFh 6
E i 1,2 m
93
RESUMO
Volume total de rocha “in situ” por detonação (V): 3,6 m x 96 m2 = 346 m3
94
Espoleta não elétrica com retardo (Nonel-Túnel, Exel-T, Brinel-Túnel): 127 peças
Espoleta não elétrica com retardo: 127 peças / desmonte x 385 detonações: 48.895 peças
95
745,73 g/m3 / densidade da rocha = 745,73 g/m3 / 2,7 t/m3 RC = 276,20 g/t
A detonação de uma carga explosiva contida em um furo gera pressões instantâneas que
podem atingir níveis que variam de 1 a 12 GPa, dependendo das características e
quantidades do explosivo utilizado.
Parte da energia gerada pelo explosivo vai trabalhar na quebra e lançamento da massa
rochosa; outra parte vai passar diretamente ao maciço rochoso na forma de ondas de
choque instáveis, de alta velocidade (body waves), que vai se propagar pelo maciço, sob
forma ondulatória, provocando vibrações, até que a energia se dissipe; uma terceira parte
da energia de detonação vai ser transmitida à atmosfera, provocando ruídos e onda aérea
(sobrepressão atmosférica). A figura 16 mostra os principais problemas gerados pelos
desmontes de rochas.
Detonações realizadas próximas a locais muitas vezes geram conflitos devido a impactos
ambientais. Um dos principais problemas de atrito da comunidade com a mineração é o
97
onde:
VL, VT e VV são respectivamente os módulos de vibração medidas de zero a pico,
segundo as direções L - longitudinal, T - transversal e V - vertical, definidas com relação
à reta que passa pelo central da detonação e pelo ponto de medição.
nível de pressão acústica (sobrepressão de ar): o nível de pressão acústica definido
na NBR 7731 e medido além da área de operação não deve ultrapassar o valor de 134
dBL, o que corresponde a uma pressão acústica de pico de 100 Pa.
Ultralançamento: o ultralançamento não deve ocorrer. A verificação do
ultralançamento deve ser efetuada no ambiente externo à área de operação da mina.
Esses parâmetros foram estabelecidos a partir de instrumentações realizadas em pedreiras
da Grande São Paulo, que hoje situam-se em zona urbana de grande densidade
demográfica, cercadas de edificações em sua maioria de baixa qualidade, o que torna o
limite da velocidade da partícula extremamente conservador.
98
Na maioria das operações, os níveis de vibrações são mantidos bem abaixo dos critérios
estabelecidos para evitar danos. Entretanto, o respeito às leis não excluem problemas:
vibrações dentro de limite legais podem ainda aborrecer vizinhos. Estes aborrecimentos
poderão induzir a problemas de relacionamento com a vizinhança, litígios e fechamento
da mina.
6.2 Causas dos problemas ambientais gerados pelos desmontes de rochas por
explosivos
Vibração do terreno
Quando um explosivo detona dentro de um furo, ondas de tensão são geradas causando
distorções e fissuras no maciço rochoso. Entretanto, imediatamente fora dessa vizinhança,
não ocorrem permanente deformações, e sim uma rápida atenuação das ondas de tensão,
fazendo com que o terreno exiba propriedades elásticas. As vibrações dos terrenos
geradas pelo desmontes de rochas por explosivos se transmitem através dos materiais
como ondas sísmicas, cuja frente de desloca radialmente a partir do ponto de detonação.
As distintas ondas sísmicas se classificam em dois grupos: “ondas internas” e “ondas
superficiais”.
O primeiro tipo de onda interna é denominado “Primário ou de Compressão”, figura 17 -
(a). Estas ondas se propagam dentro dos materiais, produzindo alternadamente
compressões e rarefações e dando lugar a um movimento das partículas na direção de
propagação das ondas. São
as mais rápidas e produzem troca de volumes, sem troca de forma, no material através do
qual se movimentam.
O segundo tipo é constituído das “Ondas Transversais ou de Cisalhamento-S”, figura 17 -
b), que dão lugar a um movimento das partículas perpendicular a direção de propagação
da onda.
Os materiais submetidos a esses tipos de onda experimentam trocas de forma e não de
volume.
99
a)
b)
As ondas do tipo superficial que são geradas pelos desmontes de rochas são: as Ondas
Rayleigh-R e as Ondas Love-Q. Outros tipos de ondas superficiais são as ondas Canal e as
Ondas Stonelly.
Na prática, a velocidade de pressão das ondas transversais é da ordem de 50 a 60% da
velocidade das ondas compressionais.
Sempre que um explosivo é detonado ondas transientes de pressões são geradas. Como o
ar é compressível, absorve parte da energia da onda de pressão, a medida que essas ondas
passam de um ponto a outro, a pressão do ar aumenta rapidamente a um valor acima da
pressão atmosférica. Antes dessas ondas retornarem a um valor abaixo da pressão
atmosférica as mesmas sofrem uma série de oscilações. A pressão máxima, isto é, acima
do valor da pressão atmosférica, é conhecida como sobrepressão atmosférica ou sopro
de ar.
100
inclinação incorreta da perfuração e por condições que permitam a fuga de gases explosivos
1994):
m
D
V k
Q
onde:
V = velocidade de vibração da partícula (mm/s);
D = distância do local do desmonte até o ponto de registro (m);
Q = carga máxima por retardo (kg);
K e m = constantes que dependem do tipo de desmonte, tipo de explosivo, da
homogeneidade da rocha e da presença de juntas, falhas, fendas etc. No gráfico da
105
Um plano de fogo consiste de 20 furos, 114 kg de explosivos por furo. A carga total é de
2280 kg iniciada instantaneamente. A 305 m o provável nível de vibração pode ser
calculado.
1, 6 1, 6
d 305 m
V 71 71 37 mm / s
Q 2280 kg
Caso fosse utilizado um retardo entre as linhas, a carga máxima por espera passaria a ser
de 1140kg (10 furos x 114 kg). Dessa forma a nova velocidade de vibração seria de 21
mm/s.
108
D
DR
Q
Exemplo:
Assuma que um valor seguro (imposto por lei) seja de DR = 60. Uma pedreira normalmente usa
uma carga máxima de 350 kg por espera. Uma nova casa está sendo construída a uma distância
de 300 m do local do desmonte. As condições de desmonte são seguras?
D 300
DR 16
Q 350
Sendo 16 < 60, o desmonte não será seguro, pois, existe a probabilidade de danos.
109
A que distância ou qual a carga máxima por espera que deve ser utiliza para satisfazer o
padrão legal de segurança?
300
60 25 kg
Q
A Pista Descendente – O novo trecho é o prolongamento da Rodovia dos Imigrantes, inaugurada em 1976.
Seu marco inicial está no km 41 da rodovia, na região de Planalto. Dali até o início da descida da serra são 4,99
quilômetros.
Para vencer os 730 metros de declive da Serra do Mar, são 11,48 quilômetros, mais 2,11 quilômetros de
viadutos na Baixada Santista, com 1,65 quilômetros de alças e acessos. Um complemento de 3 quilômetros de
duplicação, que inclui uma ponte sobre o rio Laranjeiras e termina no Viaduto Estaiado, foi assumido
posteriormente pela ECOVIAs e concluído em apenas nove meses. “Foi mais um dos desafios, dentre os muitos
que superamos nesta obra. Aceitamos a incumbência de terminar este trecho, em tempo recorde”, diz vitorioso
Irineu Meireles, diretor-presidente da concessionária.
Tecnologia – A nova Imigrantes no trecho de serra tem três túneis: o TD 1, com 3.146 m; o TD 2, com 2.080 m;
e o TD 3, com 3.005 m. O sistema escolhido para a construção foi o NATM (New Austrian Tunneling Method), o
mais confiável para as condições geológicas da Serra do Mar. Quatro equipamentos de perfuração
computadorizados – os jumbos – foram importados especialmente para a obra e ainda são hoje os únicos
existentes no Brasil. São máquinas de escavação que se locomovem sobre pneus e possuem quatro “braços”:
três perfuratrizes e uma caçamba de serviço.
As perfurações efetuadas pelo jumbo, para um avanço médio de 4,5 metros por ciclo, baseavam-se no “plano de
fogo”, um mapeamento prévio feito pelos técnicos, gravado em disquete e inserido no computador instalado na
cabine de comando do equipamento. O posicionamento do jumbo na frente de escavação utilizava como
referência feixes de raios laser, projetados paralelamente ao eixo do túnel. A cada ciclo de escavação eram
retirados 480 m3 de rocha, com o emprego de mil quilos de explosivos.
Cada um dos túneis tem três faixas de rolamento, com uma faixa de segurança para o trânsito dos veículos de
serviço e socorro. Têm 11 metros de altura, em média, e são providos de baias de emergência, com 60 metros
de comprimento, para receber veículos em pane, sem que prejudiquem o fluxo de tráfego. São oito baias, uma a
cada quilômetro, aproximadamente.
Logística ecológica – A Pista Descendente tem 5,19 quilômetros de viadutos, seis deles no trecho de serra e
cinco na baixada. O planejamento logístico teve por objetivo reduzir ao mínimo a necessidade de abertura de
trilhas e clareiras na mata. Equipamentos e materiais eram transportados por guindastes (gruas) até o local
onde seriam construídas as fundações dos pilares. Nada era afetado ao redor. Parecia que os pilares brotavam
em meio à vegetação.
Três tecnologias distintas foram escolhidas para execução dos viadutos. A dos “balanços sucessivos”, que
consiste em fechar os vãos a partir dos pilares, em etapas. A cada trecho concretado, as formas são
reposicionadas mais à frente até que se unam no centro do vão, completando o tabuleiro (piso) do viaduto.
Como não há emendas ou juntas de dilatação, a tecnologia aumenta o conforto para o motorista. Essa
tecnologia foi usada nos Viadutos VD 1, 2 e 3, parte do VD 4 e no VD 7, o mais extenso deles, com 1.225
metros.
“Ao usarmos a técnica dos balanços sucessivos, foi possível construir vãos bem mais amplos, chegando a 90
metros de distância entre pilares, alguns desses pilares com mais de 70 metros de altura. A estrutura ficou mais
esbelta e com uma arquitetura diferenciada”, comenta o eng. Alberto Maionchi, diretor de engenharia da
ECOVIAS, ao explicar que no projeto original os vãos tinham apenas 45 metros de afastamento.
Nos VDs 8 e 10, usou-se a tecnologia de “ponte empurrada”, pela primeira vez usada em descendente no Brasil
– e no VD 10, em curva. Os tabuleiros desses viadutos eram concretados em formas especiais, em peças com 25
metros de comprimento e 600 toneladas de peso, aproximadamente. As peças eram “deslizadas” sobre os
pilares com o auxílio de “macacos” hidráulicos (equipamentos importados), uma após outra, até que todo o
viaduto se completasse.
A terceira tecnologia utilizada na execução dos viadutos foi a de “vigas lançadas”, a mais conhecida e usada em
obras desta natureza, onde as vigas pré-moldadas são produzidas próximo ao local e posicionadas com o auxílio
de guindastes.
Os viadutos no trecho de serra têm três faixas de rolamento e acostamento; os viadutos 8, 9 e 10 têm duas
faixas de rolamento e acostamento.
112
TÚNEIS
TRECHO OESTE
RODOANEL DE SÃO PAULO
A proposta vencedora era muito diferente da convencional, já que propunha uma sucessão de
túneis e viadutos, para atender a um traçado de características excepcionais em condições
morfológicas e ambientais das mais severas...
8.1 INTRODUÇÃO
Estas instruções e regras não invalidam, e isso deve ser bem compreendido, as leis, ordens
ou regulamentações federais, estaduais, corporacionais ou municipais com as quais
possam estar em conflito. Para o controle do transporte, do manuseio, da armazenagem e
da destruição dos explosivos sugere-se a leitura do R-105 elaborado pelo exército
brasileiro.
A maioria dos acidentes ocorridos com explosivos poderia ter sido evitada e o objetivo
deste capítulo é o de ajudar na prevenção de tais acidentes. Para que os trabalhos de
perfuração e desmonte de rochas se realizem em condições seguras, é preciso que em tais
operações se observem os seguintes aspectos:
cumprimento das normas e regulamentos vigentes;
formação técnica dos operadores, cabos de fogo (blasters) e do pessoal encarregado do
carregamento com cursos periódicos adequados;
utilização de máquinas, explosivos e acessórios e sistema de iniciação em condições de
segurança.
8.2 PERFURAÇÃO
Uma lista de principais causas de traumatismo industrial que ocorre durante as operações
de perfuratrizes na mineração são:
- quebra e acidente durante a perfuração do furo de mina;
- operário machucado por parte móvel da máquina;
- condição precária e incorreto uso de cabo;
114
8.3 DESMONTE
confinar os explosivos nos furos por meio de detritos da perfuração, rocha britada ou
outro material não combustível;
nunca utilizar atacadores metálicos de nenhuma classe;
realizar o tamponamento sem violência para não danificar os acessórios de detonação;
não introduzir pedras, sacos plásticos ou outros objetos juntamente com o material do
tampão.
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