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PERFURAÇÃO DE ROCHA
1.1 OBJETIVO
A perfuração das rochas, dentro do campo dos desmontes, é a primeira operação que se realiza e
tem como finalidade abrir uns furos com uma distribuição e geometria adequada dentro dos
maciços para alojar as cargas de explosivos e acessórios iniciadores. A figura 1 mostra a evolução
dos sistemas de perfuração ao longo dos anos.
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1.2 APLICAÇÕES DA PERFURAÇÃO
Os tipos de trabalho, tanto em obras de superfície como subterrâneas, podem classificar-se nos
seguintes: perfuração de banco, perfuração de produção, perfuração de chaminés (raises),
perfuração de poços (shafts), perfuração de rochas com capeamento e reforço das rochas.
Existem três principais métodos de perfuração para o desmonte de rochas com explosivos aplicados
à mineração:
perfuração rotativa com brocas tricônicas (Holler Bit);
martelo de superfície (Top-Hammer, método roto-percussivo);
martelo de fundo de furo ou furo abaixo (Down the Hole, método roto-percussivo).
Também conhecido por perfuração por martelo, é o método mais comum de perfuração para a
maioria das rochas, os martelos podem ser acionados a ar comprimido ou hidráulicos.
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podem ter acionamento pneumático ou hidráulico, e são localizados na superfície sobre a lança da
perfuratriz, conforme figura 2. O surgimento dos martelos hidráulicos na década de 70 deu
novo impulso a este método de perfuração, ampliando o seu campo de aplicação.
Por muitos anos estes equipamentos foram operados, exclusivamente, usando martelos
pneumáticos. Nos últimos 15 anos máquinas hidráulicas têm sido introduzidas no mercado. O alto
custo de capital das perfuratrizes hidráulicas é compensado por um menor custo operacional e
maior produtividade quando comparadas com máquinas pneumáticas (Crosby, 1998).
A perfuração roto-percussiva se baseia na combinação das seguintes ações:
Percussão: os impactos produzidos pelas batidas do pistão do martelo originam ondas de
choque que se transmitem à rocha.
Rotação: com este movimento se faz girar a broca para que se produzam impactos sobre a
rocha em diferentes posições.
Pressão de avanço: para se manter em contato a ferramenta de perfuração e a rocha é
exercida um pressão de avanço sobre a broca de perfuração.
Fluido de limpeza: o fluido de limpeza permite extrair os detritos do fundo do furo.
Em resumo, na perfuração percussiva o pistão transmite energia sobre a rocha através da barra de
percussão, das uniões, da haste de perfuração e da broca. O motor de rotação ao encontrar rocha
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nova, rompe os cortes em pedaços ainda mais pequenos. O ar comprimido efetua a limpeza dos
furos e a refrigeração das brocas.
Perfuratrizes Pneumáticas
. A profundidade máxima alcançada por este sistema não supera os 30 metros, devido as perdas de
energia na transmissão das ondas de choque do martelo para a coroa. A cada haste adicionada na
coluna de perfuração maior é a perda de energia devido a reflexão da energia nas conexões e luvas
de perfuração.
O campo de aplicação das perfuratrizes pneumáticas de martelo de superfície está se reduzindo
cada vez mais, devido à baixa capacidade de perfuração em rochas duras, à profundidade (em
torno de 15 m), ao diâmetro de perfuração (de 50 a 100 mm) e ao alto consumo de ar comprimido,
aproximadamente, 2,4 m3/min por cada cm de diâmetro, além de apresentar alto desgaste das
ferramentas de perfuração: hastes, punhos, coroas, mangueiras etc., em função da freqüência de
impacto e na forma de transmissão da onda de choque do pistão de grande diâmetro (Svedala
Reedrill, sd.).
Perfuratrizes hidráulicas
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Uma perfuratriz hidráulica consta basicamente dos mesmos elementos construtivos de uma
pneumática. A diferença mais importante entre ambas é que no lugar de se utilizar ar comprimido,
gerado por um compressor acionado por um motor diesel ou elétrico, para o acionamento do motor
de rotação e para produzir o movimento alternativo do pistão do martelo, utiliza-se um grupo de
bombas que acionam estes componentes.
As razões pela qual as perfuratrizes hidráulicas possuem uma melhor tecnologia sobre as
pneumáticas são as seguintes (Crosby, 1998):
menor consumo de energia: as perfuratrizes hidráulicas consumem apenas 1/3 da energia, por
metro perfurado, em comparação com os equipamentos pneumáticos;
menor desgaste da broca de perfuração;
maior velocidade de penetração: a energia liberada em cada impacto do martelo é superior a
do martelo pneumático, resultando em maiores taxas de penetração;
melhores condições ambientais: a ausência de exaustão de ar resulta em menores níveis de
ruído quando comparadas com perfuratrizes pneumáticas;
maior flexibilidade na operação: é possível variar a pressão de acionamento do sistema, a
energia por impacto e a freqüência de percussão do martelo;
maior facilidade para a automação: os equipamentos são muito mais aptos para a automação
das operações, tais como a troca de haste e mecanismos anti-travamento da coluna de
perfuração.
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necessita de moderada força de avanço (250 a 500 lbf/in de diâmetro de bit) em comparação
com o método rotativo (3000 a 7000 lbf/in). Elimina a necessidade de hastes pesadas e altas
pressões de avanço;
os impactos produzidos pelo pistão do martelo no fundo do furo podem provocar o
desmoronamento e travamento da coluna de perfuração em rochas não consolidadas ou muito
fraturadas;
requer menor torque de rotação e a velocidade de rotação (rpm) é muito menor em comparação
com o método rotativo. A faixa normal de operação é de 10 a 60 rpm;
1.4 Rotação/Trituração
Foi inicialmente usada na perfuração de petróleo, porém, atualmente, é também usada em furos
para detonação, perfuração de chaminés verticais de ventilação e abertura de túneis. Esse método é
recomendado em rochas com resistência à compressão de até 5000 bar.
Quando perfuramos por este método, usando brocas tricônicas, a energia é transmitida para a
broca por um tubo, que gira e pressiona o bit contra a rocha. Os botões de metal duro são
pressionados na rocha, causando o fraturamento desta, de acordo basicamente com o mesmo
princípio da perfuração por percussão. A velocidade normal de rotação é de 50 a 90 rev/min.
1.5 Rotação/Corte
Este método é usado principalmente em rochas brandas com resistência à compressão de até 1500
bar.
A perfuração por rotação necessita de uma forte capacidade de empuxo na broca e um mecanismo
superior de rotação. A pressão aplicada e o torque rompem e moem a rocha. Neste método a
energia é transmitida ao cortador pelo tubo de perfuração, que gira e pressiona o mesmo sobre a
rocha. A área de corte da ferramenta exerce pressão sobre a rocha e as lascas são arrancadas.
A relação entre a pressão necessária e a faixa de rotação, determina a velocidade e a eficiência da
perfuração:
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a) a rocha branda requer menor pressão e rotação mais rápida;
b) a rocha dura necessita de alta pressão e rotação mais lenta.
A velocidade de rotação é de 120 rev/min para um furo de 110 mm e 300 rev/min para furos de 60
mm de diâmetro.
As fontes primárias de energia podem ser: motores diesel ou motores elétricos. Nas perfuratrizes
com um diâmetro de perfuração acima de 9” (230 mm) é generalizado o emprego de energia
elétrica a média tensão, alimentando a perfuratriz com corrente alternada com cabos elétricos
revestidos.
Porém, se a lavra é seletiva e há grande necessidade de deslocamento do equipamento de
perfuração, pode-se adotar máquinas a motor diesel. As perfuratizes médias e pequenas, que são
montadas sobre caminhões, podem ser acionadas por motores a diesel.
Segundo Jimeno (1994), uma divisão média da potência instalada nestas unidades para os
diferentes mecanismos é a seguinte:
Movimento de elevação e translação: 18%
Rotação: 18%
Avanço: 3%
Nivelamento: 2%
Limpeza dos detritos com ar comprimido: 53%
Equipamentos auxiliares: 3 %
Outros: 3%.
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(Jimeno, 1994).
Com o objetivo de girar as hastes e a broca para efetuar a perfuração, as perfuratrizes possuem um
sistema de rotação montado, geralmente, sobre uma unidade que desliza no mastro da perfuratriz.
Esta unidade é geralmente denominada de cabeça rotativa.
O sistema de rotação é constituído por um motor elétrico ou um sistema hidráulico. O primeiro é
utilizado nas máquinas de maior porte, pois aproveita a grande facilidade de regulagem dos
motores de corrente contínua, num intervalo de 0 a 100 rpm (Jimeno,1994). Já o sistema hidráulico
consiste de um circuito hidráulico com bombas de pressão contínua, com um conversor, para
variar a velocidade de rotação do motor hidráulico.
Cabeça Rotativa
Estabilizador
EestabEilid
bit
ador
Estabilizad
Broca
or
Figura 3: Principais componentes de um de um sistema de perfuração rotativo
Fonte: Jimeno, 1994.
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1.8 SISTEMA DE AVANÇO E ELEVAÇÃO
Para se obter uma boa velocidade de penetração na rocha é necessário a aplicação de uma
determina força de avanço, que depende, tanto da resistência da rocha, como do diâmetro que se
pretende utilizar. Como o peso da coluna de perfuração (hastes, estabilizador e broca) não é
suficiente para se obter a carga necessária, é preciso aplicar forças adicionais que são transmitidas
exclusivamente através de energia hidráulica.
corrente direta;
cilindros hidráulicos.
As brocas tricônicas são classificadas de acordo com o material dos dentes e geometria do cone. Os
dentes podem ser de face dura, cobertura endurecida ou insertos de carboneto de tungstênio. As
brocas com dentes de face dura ou cobertura endurecida são denominadas de brocas dentadas e as
de insertos de tungstênio são denominadas de brocas de botões ( Karanam & Misra, 1998).
Na perfuração rotativa, a broca ataca a rocha com a energia fornecida pela máquina à haste de
perfuração, que transmite a rotação e o peso de avanço (carga) para a broca. O mecanismo de
avanço aplica uma carga acima de 65% do peso da máquina, forçando a broca em direção à rocha.
A broca quebra e remove a rocha por uma ação de raspagem em rochas macias, esmagamento-
trituração-lasqueamento em rochas duras ou por uma combinação destas ações (Crosby, 1998). A
figura 4 ilustra este modelo de corte.
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Figura 4: Modelo físico de penetração para o método rotativo
Fonte: Karanam & Misra, 1998.
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1.10 CARACTERÍSTICAS DOS FUROS
Os furos são geralmente caracterizados por quatro parâmetros: diâmetro, profundidade, retilinidade
e estabilidade.
O diâmetro do furo depende da finalidade do mesmo. Em furos para detonações, há vários fatores
que influem na escolha do diâmetro, por exemplo, o tamanho desejado dos fragmentos, após a
detonação; o tipo de explosivo a ser utilizado, a vibração admissível do terreno durante a detonação
etc. Em grandes pedreiras e outras minerações a céu aberto, furos de grande diâmetro apresentam
menores custos de perfuração e detonação por m3 ou tonelada de rocha escavada. Nas minas
subterrâneas, as dimensões dos equipamentos de perfuração são determinados pelo método de lavra
adotado. Em trabalhos menores, o diâmetro do furo pode também ser determinado pelo tamanho do
equipamento disponível para perfuração, carregamento e transporte.
A eleição do diâmetro dos furos depende, também, da produção horária, do ritmo da escavação e da
resistência da rocha. A figura 5 mostra a relação entre os diâmetros e o número de furos, porte dos
equipamentos de escavação, altura da pilha e granulometria dos fragmentos rochosos após a
detonação.
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Figura 5: Influência do diâmetro no n.º de furos, na fragmentação da rocha,
na altura da pilha e no porte do equipamento de carregamento.
A figura 6 mostra a relação entre o diâmetro de perfuração e a seção do túnel ou galeria e o tipo de
equipamento de perfuração.
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Profundidade dos furos
Retilinidade do furo
Estabilidade do furo
Outra necessidade em perfuração é que o furo permaneça “aberto” enquanto estiver sendo utilizado
para carregamento de explosivos. Em certas condições, por exemplo, quando a perfuração é em
material “solto” ou rocha (que tendem a desmoronar e tapar o furo), torna-se essencial estabilizar-
se o furo com tubos ou mangueiras de revestimentos.
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1.11 PERFURAÇÃO VERTICAL X INCLINADA
melhor fragmentação;
diminuição dos problemas de repé devido ao melhor aproveitamento das ondas de
choque na parte crítica do furo (linha de greide, pé da bancada);
maior lançamento;
permite maior malha;
permite redução da Razão de Carregamento que pode ser obtida pelo uso de
explosivos de menor densidade;
maior estabilidade da face da bancada;
menor ultra arranque.
A geometria das malhas de perfuração pode ser quadrada, retangular, estagiada, triângulo
equilátero ou malha alongada:
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a) malha quadrada b) malha retangular
Malhas quadradas ou retangulares: devido a sua geometria é de fácil perfuração (menor tempo
de locomoção de furo a furo).
Malhas estagiada: devido a geometria de furos alternados dificulta a perfuração (maior tempo de
locomoção furo a furo), porém possui melhor distribuição do explosivo no maciço rochoso.
Malha Triângulo Equilátero: são malhas estagiadas com a relação E/A = 1,15. São indicadas
para rochas compactas e duras. Possuem ótima distribuição da energia do explosivo na área de
influencia do furo, maximizando a fragmentação. O centro do triângulo equilátero, o ponto mais
crítico para fragmentação, recebe igual influência dos três furos circundantes.
Malhas alongadas: : Conforme a relação E/A as malhas podem assumir várias configurações. As
malhas alongadas possuem elevada relação E/A, geralmente acima de 1,75. São indicadas para
rochas friáveis/macias aumentando o lançamento por possuir um menor afastamento.
A tabela 1 apresenta um resumo dos fatores que devem ser avaliados durante o processo de seleção
do método e equipamento de perfuração. Durante o processo de seleção do método e do
equipamento de perfuração é necessário discutir e adequar estes fatores às características da jazida
ou mina, de forma a se fazer a melhor escolha.
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Tabela 1 - Fatores para seleção dos diferentes tipos de perfuratrizes. Fonte: Moraes, 2001
Fatores Perfuratriz rotativa Perfuratriz de martelo de superície Perfuratriz de martelo de fundo de furo
165 a 228 em rocha macia a
Diâmetro do furo, média 250 a 432 em todas 152 a 228 em formações média a muito dura;
38 a 127.
mm formações, incluíndo muito diâmetros menores em furos longos.
dura.
Formações na faixa de Media a muito dura. Restrições em rochas
Tipo de rocha Média a muito dura.
macia a muito dura. muito fraturadas.
Profundidade
Maior que 60 m. Menor que 20 m. Maior que 60 m.
máxima do furo, m
O ar tem dupla função: limpeza do furo e
Grandes vazões para se ter acionamento do martelo. Não pode usar A taxa de penetração aumenta com o
Volume de ar
uma limpeza eficiente do pressões tão altas como no martelo de aumento da pressão de ar, mas o volume de
requerido
furo. fundo. Máquinas hidráulicas reduzem ar requerido também.
bastante o consumo de ar.
Baixo em formações macias Altas taxas de penetração podem ser
Avanço (pulldown)
a muito alto em rochas alcançadas com menores pressões de Boa penetração com menos carga de avanço.
requerido
duras. avanço.
Rotação para o bit é aproximadamente
Opera com menores velocidades de rotação:
Requer alta velocidade em de 100 a 120 rpm para furos de 64 mm,
Velocidade de 30 a 50 rpm para rocha macia; 20 a 40 para
rocha macia e velocidades em rocha macia; em rocha dura, 75 a
rotação, rpm rochas intermediárias e 10 a 30 rpm para
mais baixas em rocha dura. 100 rpm para furos de 64 mm e 40 a 50
rochas duras.
rpm para furos de 127 mm.
Aumenta com o aumento do Taxas iniciais mais altas que o método Taxas relativamente constantes ao longo do
diâmetro da broca; diminui de martelo de fundo. Taxa cai com cada furo. Maiores taxas em rochas duras, na faixa
Taxa de penetração
com o aumento da haste adicionada. Taxa decresce com o de diâmetro de 152 mm a 228 mm,
resistência da rocha. aumento do diâmetro. comparando-se com o método rotativo.
Ruído é crítico: imacto do martelo e ar Nível de ruído é mais baixo que o método de
Níveis de ruído Geralmente baixo. comprimido. Máquinas hidráulicas martelo de superfície. Ruído é dissipado
possuem menor nível de ruído. dentro do furo.
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1.14 CÁLCULO DOS COMPONENTES DA PERFURATRIZ
VA
NF
A x E x H f x 365
sendo:
VA = volume anual (m3); A = afastamento (m); E = espaçamento (m);
Hf = comprimento do furo (m).
PT = Nf x Hf x Nd (m)
sendo:
Nf = número de furos por dia; Hf = comprimento do furo (m);
Nd = número de dias trabalhados durante o ano.
MP = NH x TP x DM x RMO x U
sendo:
NH = número de horas/dia trabalhado por uma perfuratriz;
TP = taxa de penetração (m/h);
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DM = disponibilidade mecânica da perfuratriz (%);
RMO = rendimento da mão-de-obra (%);
U = utilização do equipamento (%).
A vida de uma haste de extensão é geralmente dada em metro/haste que difere de metros
perfurados, quando mais de uma haste é utilizada. A relação entre metro/haste e metro perfurado
poderá ser calculada pela seguinte fórmula:
Hf C
K
2C
sendo:
C = comprimento da haste;
K = coeficiente através do qual o número de metros perfurados precisa ser multiplicado para
obter o número de metros/haste.
A figura 7 mostra a relação entre metro/haste e metro perfurado, nesse caso teremos:
K = (Hf + C) / 2C = (9 + 3) / 2 x 3 = 2 significando que o número de haste/metro é 2 vezes
maior que o de metros perfurado. Isto pode ser verificado facilmente:
- a primeira haste perfura 9 m
- a segunda haste 6 m
- a terceira haste 3 m
- Total 18 m
A relação entre metro/haste e metros perfurados = 18/9 = 2
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Figura 7: Relação entre metro/haste e metros perfurados.
e) Número de hastes (NH) e luvas (NL)
PT x K
NH e NL
vida util
PT
NP
vida util
PT
NC
vidautil
Exemplo
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- Malha de perfuração: Afastamento (A) = 2,5 m; Espaçamento = 5,0 m
Altura do furo = 10 m; Inclinação dos furos = 0
Diâmetro da perfuração = 4” (102 mm)
- Taxa de penetração: 40 m/h
- Disponibilidade mecânica do equipamento: 85%
- Rendimento da mão de obra: 80%
- Utilização do equipamento : 80%
- Dias de trabalho no ano: 365
- Horas trabalhadas por dia: 8 h
- Comprimento das hastes: 3 m.
A vida útil média dos componentes é a seguinte:
- coroas : 1.500 m
- punho : 2.500 m
- haste e luvas : 1.500 m
Solução:
VA 1000
. .000
NF 22
A x E x H f x 365 2,5 x 5 x 10 x 365
PT = Nf x Hf x Nd = 22 x 10 x 365 = 80.300 m
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MP = NH x TP x DM x RMO x U = 8 x 40 x 0,85 x 0,8 x 0,8 = 174,08 m
PT 80.300
NP 1,26
365 x MP 365 x 174,08
Hf C 10 3
K 2,17
2C 2x3
PT x K 80.300 x 2,17
NH e NL 116
vida util 1500
PT 80.300
NP 32
vida util 2.500
PT 80.300
NC 54
vidautil 1500
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1.15 CÁLCULO DO CUSTO TOTAL DA PERFURAÇÃO
Uma relativamente simples, mas bastante interessante análise, foi recentemente apresentada por
Robert W. Thomas, da Baker Hughes Mining Tools Inc., que pode ser assim enunciada:
A D
CTP
M VP
sendo:
A = custo da ferramenta de perfuração (brocas e cortadores);
M = vida útil da ferramenta em metros;
D = custo horário da perfuratriz (custo de propriedade e custo operativo);
VP = velocidade de penetração (m/h).
O exemplo a seguir evidencia que a soma expedida na aquisição de uma broca com uma maior
velocidade de penetração, aumenta os dividendos, pois o custo total de perfuração será reduzido e a
produção aumentará.
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Exemplo do CTP
Uma perfuratriz trabalha em uma mina de cobre a céu aberto, com uma broca de diâmetro de 12¼”
. Considerando os seguintes dados:
Broca normal:
US $ 5.356 US $ 450 / h
CTP US $ 19,785 / m
3.000 m 25 m / h
US $ 6169
. US $ 450 / h
CTP US $ 18,420 / m
3.000 m 27,5 m / h
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Um acréscimo de apenas 10% na velocidade de perfuração representa uma economia de US$
409.500,00 por ano, em um programa de perfuração de 300.000 m, isto é: (US$ 1,365/m x
300.000 m = US$ 409.500,00).
2.1 INTRODUÇÃO
Paralelamente à evolução dos métodos de lavra, os explosivos vêm sofrendo, desde os anos 40, um
acentuado desenvolvimento tecnológico, objetivando alcançar os seguintes resultados: uma melhor
fragmentação das rochas, maior segurança no manuseio, maior resistência à água, menor custo por
unidade de rocha desmontada.
2.2 EXPLOSIVOS
Definição
Explosivos são substâncias ou misturas, em qualquer estado físico, que, quando submetidos a uma
causa térmica ou mecânica suficientemente enérgica (calor, atrito, impacto etc.) se transformam,
total ou parcialmente, em gases, em um intervalo de tempo muito curto, desprendendo considerável
quantidade de calor.
Ingredientes de um explosivo
(a) Explosivo básico (ou explosivo base) é um sólido ou líquido que, submetido a uma aplicação
suficiente de calor ou choque, desenvolve uma reação exotérmica extremamente rápida e
transforma-se em gases a altas temperaturas e pressões. Exemplo típico de explosivos básico é a
nitroglicerina C3H5O9N3, descoberta em 1846 pelo químico italiano Ascanio Sobrera.
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(b) Os combustíveis e oxidantes são adicionados ao explosivo básico para favorecer o balanço de
oxigênio na reação química de detonação. O combustível (óleo diesel, serragem , carvão em pó,
parafina, sabugo de milho, palha de arroz etc.) combina com o excesso de oxigênio da mistura
explosiva, de forma que previne a formação de NO e NO2; o agente oxidante (nitrato de amônio,
nitrato de cálcio, nitrato de potássio, nitrato de sódio etc.) assegura a completa oxidação do
carbono, prevenindo a formação de CO. A formação de NO, NO2 e CO é indesejável, pois além
de altamente tóxicos para o ser humano, especialmente em trabalhos subterrâneos, esses gases
reduzem a temperatura da reação “ladrões de calor” e consequentemente, diminuem o potencial
energético e a eficiência do explosivo.
(c) os antiácidos geralmente são adicionados para incrementar a estabilidade do produto à
estocagem, exemplo: carbonato de cálcio, óxido de zinco.
(d) os depressores de chama (cloreto de sódio) normalmente são utilizados para minimizar as
possibilidades de fogo na atmosfera da mina, principalmente nas minas onde ocorre a presença
do gás metano (grisu).
(e) os agentes controladores de densidade e sensibilidade dividem-se em: químicos (nitrito de
sódio, ácido nítrico) e mecânicos (micro esferas de vidro). No controle do pH do explosivo
utilizam-se a cal e o ácido nítrico.
(f) os agentes cruzadores (cross linking) são utilizados juntamente com a goma guar para dar
uma forma de gel nas lamas e evitar a migração dos agentes controladores da densidade.
Exemplo: dicromato de sódio.
Densidade de um explosivo
Densidade é a relação entre a massa e o volume dessa massa, medida em g/cm3. A densidade dos
explosivos comerciais varia de 0,6 a 1,45 g/cm3. A densidade dos explosivos é um fator importante
para a escolha do explosivo. Os explosivos com densidade inferior ou igual a 1 não devem ser
utilizados em furos contendo água, para evitar que os mesmos bóiem. Para detonações difíceis, em
que uma fina fragmentação é desejada, recomenda-se um explosivo denso. Para rochas
fragmentadas “in situ”, ou onde não é requerida uma fragmentação demasiada, um explosivo pouco
denso será suficiente.
Energia de um explosivo
- RWS - Relative Weight Strength (Energia relativa por massa): é a energia disponível por
massa de um explosivo x, comparada com a energia disponível por igual massa de um explosivo
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tomado como padrão. Normalmente o ANFO é tomado como o explosivo padrão. O cálculo do
RWS é feito através da seguinte expressão:
ETx
RWS
ETp
Exemplo 1: Considere como o explosivo padrão, o ANFO que apresenta as seguintes propriedades:
densidade = 0,85 g/cm3; Energia termoquímica = 900 cal/g.
Cálculo da Energia Relativa por Massa (RWS) do explosivo emulsão que apresenta as seguintes
propriedades: densidade = 1,15 g/cm3; Energia termoquímica = 1014 cal/g.
- RBS - Relative Bulk Strength (Energia relativa por volume): é a energia disponível por
volume de um explosivo x comparada com a energia disponível por igual volume de um
explosivo tomado como padrão. Isto é:
ETx x x
RBS x RWS x
ETp p p
Exemplo 2: Utilizando os dados do exemplo anterior; cálculo da Energia Relativa por Volume
(RBS):
RBS = 1,52 ou RBS = 152. Uma unidade de volume da emulsão possui 52,0% a mais de
energia quando comparada com a mesma unidade de volume do ANFO.
A maioria dos ingredientes dos explosivos são compostos de oxigênio, nitrogênio, hidrogênio e
carbono. Para misturas explosivas, a liberação de energia é otimizada quando o balanço de
oxigênio é zero. Balanço zero de oxigênio é definido como o ponto no qual uma mistura tem
suficiente oxigênio para oxidar completamente todos os combustíveis (óleo diesel, serragem,
carvão, palha de arroz etc.) presentes na reação, mas não contém excesso de oxigênio que possa
reagir com o nitrogênio na mistura para formação de NO e NO2 e nem a falta de oxigênio que
possa gerar o CO, pois além de altamente tóxicos para o ser humano, esses gases reduzem a
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temperatura da reação e, consequentemente, diminuem o potencial energético e a eficiência do
explosivo.
Teoricamente, os gases produzidos na detonação a balanço zero de oxigênio são: CO2, H2O e N2
e na realidade pequenas quantidades de NO, CO, NH2, CH4 e outros gases.
Como exemplo, considere a mistura ideal do nitrato de amônio (N2H403) com o óleo diesel
(CH2):
N2H403 + CH2 CO2 + H2O + N2
Necessidades de oxigênio: -3
O resultado é uma deficiência de 3 átomos de oxigênio por unidade de CH2 . Desde que cada
molécula do nitrato de amônio apresenta excesso de um átomo de oxigênio, 3 unidades de nitrato
de amônio são necessárias para o balanço de cada unidade de óleo diesel na mistura de AN/FO.
Equilibrando a equação:
Usando os pesos moleculares da tabela 3, podemos calcular a soma dos pesos moleculares dos
produtos:
Então sabemos que 240 g de nitrato de amônio reagem com 14 g de carbono quando o balanço é
perfeito, quer dizer, o óleo deve representar, em peso:
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Por definição, a energia da explosão (Hf) é a diferença entre o calor de formação dos produtos (Hp) e o
calor de formação dos reagentes (Hr), isto é:
Hf = H p - Hr
Composto Hf (kcal/mol)
H20 -57,80
CO2 -94,10
CO -26,40
N 0
NO + 21,60
NO2 + 8,10
Al2O3 -399,00
28
Dados:
VOD 2
PF 228 x 10 6 x
(1 0,8 x )
sendo:
PF = pressão produzida no furo, quando o explosivo está completamente acoplado ao furo
(MPa);
= densidade do explosivo (g/cm3);
VOD = velocidade de detonação de um explosivo confinado (m/s).
Para a medição da VOD do explosivo, pode-se utilizar o “VOD PROBRE - BLAST EVALUATOR”
de fabricação da INSTANTEL INC. (Canadá) ou o MiniTrap III, de fabricação da MREL do
Canadá. O medidor da VOD (The VOD Probe - Blast Evaluator) possui um cronômetro eletrônico
que é acionado por fibras óticas introduzidas no furo a ser detonado e mede a VOD. À medida que
ocorre a detonação do explosivo, a luz resultante que é emitida aquece o probe de fibra ótica em um
certo tempo, permitindo dessa maneira a medição da VOD do explosivo. Já o MiniTrap III mede a
VOD utilizando cabo coaxial.
determinar a velocidade de detonação do explosivo, para que a partir da mesma seja calculada a
pressão produzida no furo durante a detonação;
comparar o desempenho do explosivo quando iniciado com diferentes escorvas, acessórios, e
diferentes materiais utilizados para o confinamento do tampão;
verificar se os explosivos e acessórios estão detonando de acordo com o valor fornecido pelos
fabricantes.
Sensibilidade à iniciação
29
Define-se como a susceptibilidade de um explosivo à iniciação, isto é, se o explosivo é sensível a
espoleta, cordel, booster (reforçador) etc.
Diâmetro crítico
As cargas de explosivos com forma cilíndrica têm um diâmetro abaixo do qual a onda de detonação
não se propaga ou propaga-se com uma velocidade muito baixa. A esse diâmetro, dá-se o nome de
diâmetro crítico. Os principais fatores que influenciam no diâmetro crítico são: tamanho das
partículas, reatividade dos seus ingredientes, densidade e confinamento.
A toxidez dos gases da explosão é avaliada pelo balanço de oxigênio (BO). Isto quer dizer que, o
oxigênio que entra na composição do explosivo pode estar em falta ou em excesso,
estequiometricamente, resultando uma transformação completa ou incompleta. Quando a
transformação é completa, os produtos resultantes são CO2, H2O e N2, todos não tóxicos. Na
realidade pequenas proporções de outros gases (NO, CO, NH3 e CH4 etc.) também são gerados,
mas não comprometem a boa qualidade dos produtos finais.
A pesquisa do BO de um explosivo, apresenta uma grande importância prática, não só do ponto de
vista da formação dos gases tóxicos, mas, porque ela está correlacionada com a energia da
explosão, o poder de ruptura e outras propriedades do explosivo usado. O máximo de energia é
conseguido quando o BO é zero. Na prática, esta condição é utópica (Reis, 1992).
Os explosivos podem ser representados pela fórmula geral: CaHbOcNdXe, onde X é um metal.
Consideremos o caso da decomposição de um explosivo que não recebe elementos metálicos. Para
uma transformação completa, teríamos:
Equilibrando a equação:
Exemplo:
30
Nitroglicerina: C3H5O9N3
Oxigênio existente na molécula: 9 átomos
Oxigênio necessário: c = 2a + b/2 = 2 x 3 + 5/2 = 8,5 átomos
BO = 3,52%
Resistência à água
É a capacidade que um explosivo tem de resistir a uma exposição à água durante um determinado
tempo, sem perder suas características. A resistência de um explosivo à água pode ser classificada
como: nenhuma, limitada, boa, muito boa e excelente.
2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS EXPLOSIVOS
A figura 8 mostra como podem ser classificados os explosivos. Neste texto discutiremos apenas os
explosivos químicos, por serem os mais utilizados pelas minerações e obras civis.
Como mostra a figura 8, há três tipos de explosivos comerciais:
(a) altos explosivos, isto é, explosivos caracterizados pela elevadíssima velocidade de reação
(1500 a 9000 m/s) e alta taxa de pressão (50.000 a 4 milhões de psi). Os altos explosivos serão
primários quando a sua iniciação se der por chama, centelha ou impacto. Secundários quando,
para sua iniciação, for necessário um estímulo inicial de considerável grandeza. Exemplo de
altos explosivos: TNT, dinamites, gelatinas;
(b) baixos explosivos, ou deflagrantes, caracterizam-se por uma velocidade de reação muito baixa
(poucas unidades de m/s) e pressões no máximo de 50.000 psi. Exemplo: pólvora e explosivos
permissíveis;
(c) Agentes detonantes são misturas cujos ingredientes não são classificados como explosivos.
Exemplo: ANFO, ANFO/AL, lama, ANFO Pesado, emulsões.
31
Classificação dos Explosivos
Primário Secundário
Explosivos deflagrantes
Baixo explosivos (propelantes), ou deflagrantes, são aqueles cuja reação química é uma combustão
muito violenta chamada deflagração, que se propaga a uma velocidade da ordem de 100 a 1500 m/s
e pressões de no máximo 50.000 psi.
Dinamites
32
As dinamites, inventada pelo químico sueco Alfred Nobel, em 1866, diferem em tipo e graduação
conforme o fabricante, podendo, contudo, serem classificadas segundo os seguintes grupos
principais:
Dinamite guhr
Dinamites simples
Dinamites amoniacais
Dinamite guhr
De interesse puramente histórico, resulta da mistura de Nitroglicerina, Kieselguhr e estabilizantes.
Não é mais usada.
Dinamite simples
Resultante da mistura: Nitroglicerina + Serragem + Oxidante + Estabilizante. Como se vê, a
serragem substitui o kieselguhr como absorvente e nitrato de sódio é, em geral, o oxidante usado.
Como estabilizante, ou anti-ácido, usa-se o carbonato de cálcio, com cerca de 1%. A dinamite
simples produz boa fragmentação. Em contrapartida, apresenta um alto custo e gera gases tóxicos.
Dinamites amoniacais
O alto custo da dinamite simples e as qualidades indesejáveis já citadas permitiram o
desenvolvimento das dinamites amoniacais. As dinamites amoniacais são similares em composição,
às dinamites simples, mas a nitroglicerina e o nitrato de sódio são parcialmente substituídos por
nitrato de amônio.
Gelatinas
A gelatina também foi descoberta por Alfred Nobel, em 1875. A gelatina é um explosivo bastante
denso de textura plástica, parecendo uma goma de mascar, constituída de nitrocglicerina +
nitrocelulose + nitrato de sódio. É utilizada apenas em casos especiais. Gera gases nocivos. Tem
grande velocidade de detonação, produz boa fragmentação e ótimo adensamento no furo.
Gelatinas amoniacais
As gelatinas amoniacais têm formulações semelhantes àquelas das gelatinas, porém o nitrato de
amônio substitui, parcialmente, a nitroglicerina e o nitrato de sódio. Essas gelatinas foram
desenvolvidas para substituir as gelatinas, com maior segurança no manuseio e custo menor de
produção, porém menos resistentes à água.
Semi-gelatinas
Constituem um tipo intermediário entre as gelatinas e as dinamites amoniacais, combinando a baixa
densidade das amoniacais com a resistência à água e a coesão das gelatinas, em grau mais
atenuados. As composições são semelhantes àquelas da gelatinas amoniacais, com variações nas
proporções de nitroglicerina, nitrato de sódio e nitrato de amônio, este em porcentagens mais altas.
Os gases variam de excelentes a pouco tóxicos. Existem diversas variantes comerciais.
A tabela 5 mostra as % dos ingredientes dos altos explosivos.
33
Tabela 5 - Porcentagem dos ingredientes dos altos explosivos
PORCENTAGEM (%) DOS INGREDIENTES
Produto N glic. N celul. N Sódio N Amônio Combustível S Antiácido
EXPLOSIVOS GRANULADOS
ANFO
Entre os explosivos granulados, há um universalmente conhecido, formado pela mistura pura e
simples de nitrato de amônio (94,5%) e óleo diesel (5,5%) denominado ANFO, sigla esta resultante
dos vocábulos ingleses Ammonium Nitrate e Fuel Oil. As proporções acima, consideradas ideais,
foram determinadas pelos americanos Lee e Akre, em 1955. As maiores vantagens do ANFO são:
ocupar inteiramente o volume do furo, grande insensibilidade aos choques, poucos gases tóxicos e
redução do preço global do explosivo (US$0,30/kg). As maiores desvantagens: falta de resistência
à água, baixa densidade (0,85 g/cm3) e necessidade de um iniciador especial. A reação ideal do
ANFO (N2H403 - Nitrato de amônio e CH2 - Óleo diesel) quando o balanço de oxigênio é zero,
pode ser expressa por:
Outros explosivos granulados, fabricados por diferentes produtores, nada mais são do que
formulações similares à do ANFO, com adição de outros ingredientes, explosivos ou
sensibilizantes, combustíveis, oxidantes e absorventes.
ANFO/AL
34
Os primeiros trabalhos realizados com explosivos contendo alumínio na sua formulação, a fim de
otimizar os custos de perfuração e desmonte, foram conduzidos no início da década de 60, em
minas de ferro no Peru e mais tarde na Austrália. O objetivo da adição de alumínio ao ANFO é
aumentar a produção de energia do mesmo. A adição de alumínio no ANFO varia de 5 a 15% por
peso. Acima de 15% a relação custo-benefício tende a não ser atrativa. A reação do ANFO/AL
contendo 5% de Al pode ser expressa por:
Desenvolvidas e patenteadas nos Estados Unidos da América, representam vários anos de pesquisa
de Mr. Melvin A. Cook e H. E. Forman. A lama explosiva foi detonada com sucesso, pela primeira
vez em dezembro de 1956, na Mina Nob Lake, em Labrador, Canadá.
Os materiais necessários à composição da lama (tabela 6) são representados por sais inorgânicos
(nitrato de amônio, nitrato de cálcio e nitrato de sódio), sensibilizantes (alumínio atomizado,
ferrosilício) combustíveis (carvão e/ou óleo diesel), estabilizantes, agentes controladores de
densidade (nitrito de sódio e ácido nítrico) e de pH, agentes gelatinizantes, agentes cruzadores e
gomas. As pastas são superiores ao ANFO, apresentam boa resistência à água, todavia são bem
mais caras. Com a introdução das emulsões no mercado internacional, o consumo de lama vem
decaindo.
FASE CONTÍNUA
Água 15 - 20%
Nitrato de Amônio e/ou de Sódio/Cálcio 65 – 80%
Goma + Agentes Cruzadores 1 – 2%
FASE DESCONTÍNUA
Óleo Diesel 2 - 5%
Alumínio 0 - 10%
Agentes de Gaseificação 0,2 %
EMULSÕES
35
que favorecem este processo (agentes emulsificantes) e uma forte agitação mecânica. A tabela 7
mostra a composição básica de um explosivo em emulsão.
A primeira patente utilizando ANFO como agente redutor de densidade foi concedida em 1977
(Clay, 1977) desde que os prills e os interstícios do ANFO pode ser utilizados para aumentar a
sensibilidade da emulsão e ao mesmo tempo aumentar a densidade do ANFO. A blendagem da
emulsão com o ANFO ou Nitrato de amônio é conhecida como ANFO Pesado (tabela 8). A
densidade do ANFO Pesado resultante situa-se na faixa de 1,00 a 1,33 g/cm3. A resistência à água
do ANFO pesado é moderada. Para uma blendagem de ANFO/Emulsão: 50/50, a uma densidade
de 1,33 g/cm3, o ANFO pesado passa a apresentar resistência à água, porém a mínima escorva de
iniciação deve apresentar uma massa acima de 450 g.
Tabela 8 - Composição típica do ANFO Pesado com resistência à água (Katsabanis, 1999).
EXPLOSIVOS PERMISSÍVEIS
São assim chamados os explosivos que podem ser usados em algumas minas subterrâneas, nas
quais podem acontecer emanações de metano que, com o ar, forma uma mistura inflamável, ou
então, em minas com poeiras carbonosas em suspensão.
36
A tabela 9 apresenta um resumo das principais propriedades dos explosivos industriais.
A escolha adequada de um explosivo é uma das partes mais importantes no projeto de desmonte de
rocha. Esta seleção é ditada por considerações econômicas e condições de campo. Os fatores que
devem ser levados em consideração na escolha do explosivo incluem: tipo de desmonte,
propriedades dos explosivos (densidade, velocidade e pressão de detonação, resistência à água,
classe dos gases), segurança no transporte e manuseio, diâmetro da carga; custo do explosivo, da
perfuração, do carregamento, do transporte e britagem da rocha; condições da geologia local,
características da rocha a ser desmontada (densidade, resistência à tração, à compressão e
cisalhamento, módulo de Young, coeficiente de Poisson, velocidade sísmica), condições da
ventilação dos ambientes subterrâneos, impactos ambientais gerados pelos desmontes de rocha etc.
Conhecidos esses fatores, pode-se definir qual o explosivo mais indicado para cada situação
particular.
37
Para auxiliar os profissionais que atuam na atividade do desmonte de rocha, é que desenvolvemos
as tabelas de equivalência dos diferentes produtos de diversos fabricantes que atuam no mercado
brasileiro. Além da equivalência, as tabela 10 e 11 mostram a aplicação de cada explosivo e
acessório, respectivamente.
38
E BRITON secundário (fogacho).
3. ACESSÓRIOS DE INICIAÇÃO
3.1 Introdução
3.2 Histórico
Os acessórios surgiram a partir do momento em que o homem tendo conhecimento do poder do
explosivo, pólvora negra, que até então era utilizada em armas de fogo e em fogos de artifícios,
decidiu utilizá-la na atividade de mineração. No ano de 1613, Morton Weigold sugeriu a utilização
de explosivos nas minas da região da Saxônia. Porém sua idéia não obteve sucesso. Em fevereiro
de 1627, Kaspar Weindl, nascido na região do Tirol, nos Alpes austríacos, realizou uma detonação
39
na mina real de Schemnitz, em Ober-Biberstollen, na Hungria, sendo esta, a primeira detonação em
mineração que se tem notícia. Provavelmente, Kaspar Weindl utilizou um acessório, também de
pólvora negra, para iniciar a carga explosiva. Possivelmente este primeiro acessório teria sido uma
trilha, que descia acesa ao furo, preenchido por pólvora negra. O sistema era muito inseguro e
impreciso (Rezende, 2002).
3.3 Generalidades
Os explosivos industriais têm um certo grau de estabilidade química que os tornam perfeitamente
manuseáveis, dentro de condições normais de segurança. Para desencadear a explosão, será
necessário comunicar ao explosivo uma quantidade inicial de energia de ativação, suficientemente
capaz de promover as reações internas para sua transformação em gases. Uma vez iniciada esta
reação, ela se propaga através de toda a massa explosiva. Esta energia inicial provocadora é
comunicada sob forma de choques moleculares, oriundos de calor, chispas, atrito, impacto etc.
Os acessórios de detonação são destinados a provocar estes fenômenos iniciais de uma forma
segura. Alguns deles são destinados a retardar a explosão, quando isto for desejável.
Podemos, pois, dizer que os acessórios de detonação são dispositivos, aparelhos ou instrumentos
usados na operação de explosão, para se obter explosão segura e eficaz.
Se o acessório iniciador não comunicar uma energia de ativação satisfatória para ocasionar uma
iniciação desejável, pode resultar, simplesmente, na queima do explosivos, sem detoná-lo. A
eficiência da explosão está intimamente ligada ao modo pelo qual foi iniciado, pois, sabemos que, a
energia desenvolvida pelo corpo, pela sua decomposição, for inferior a energia inicial de ativação, a
reação não se propagará (Reis, 1992).
Estopim de Segurança
Acessório desenvolvido para mineração, por William Bickford, na Inglaterra, no ano de 1831. O
estopim de segurança, ou estopim, conduz chama com velocidade uniforme a um tempo de queima
constante de 140 s ( 10 s) por metro, para ignição direta de uma carga de pólvora ou detonação de
uma espoleta simples. Constituída de um núcleo de pólvora negra, envolvida por materiais têxteis
que, por sua vez, são envolvidos por material plástico ou outro, visando sua proteção e
impermeabilização.
Para se iniciar o estopim, poder-se-á usar palitos de fósforos comuns e isqueiros.
Espoleta simples
Alfred Nobel, conhecedor do poder da nitroglicerina, por vários anos tentou criar uma carga de
iniciação que pudesse detonar este explosivo. Após várias tentativas fracassadas, utilizando-se de
uma mistura de pólvora negra e nitroglicerina, observou que a nitroglicerina molhava a pólvora
negra reduzindo assim a capacidade de queima. Então, no ano de 1863 ele desenvolveu o que seria
chamado do primeiro protótipo da espoleta simples.
A espoleta simples consta de um tubo, de alumínio ou cobre, com uma extremidade aberta e outra
fechada, contendo em seu interior uma carga detonante constituída por uma carga chama primária,
ou de ignição, cujo explosivo é a azida de chumbo Pb (N3)2, e uma carga básica de PETN -
Tetranitrato de pentaeritritol (C2H4N2O6 ). A razão destas duas cargas, é devido ao fato de que a
azida de chumbo é um explosivo fulminante que pode ser iniciado à custa de uma fagulha. A azida
de chumbo, uma vez iniciada pela faísca do estopim, faz detonar a carga de PETN. Os tipos mais
comuns das espoletas encontradas no mercado são do tipo n.º 6 (massa de 0,325 g de PETN e 0,3
g de misto iniciador) e a n.º 8 (massa de 0,5 g de PETN e 0,3 g de misto iniciador).
40
A cápsula de cobre só é usada para casos particulares, porque a presença de umidade contendo gás
carbônico, a azida de chumbo pode se transformar em azida de cobre, que é muito mais sensível e,
portanto, mais perigosa.
Espoletas Elétricas
As exigências do mercado com relação à necessidade de um acessório que oferecesse um maior
controle da detonação levaram H. Julius Smith a inventar a espoleta elétrica em 1876. A grande
idéia que este cientista teve foi a de utilizar o conceito da lâmpada e da espoleta simples, para criar
a espoleta elétrica. Esta novidade, que poderia ser chamada de cruzamento entre os dois acessórios,
tinha como princípio de funcionamento uma fonte de energia elétrica que gerava um aquecimento
pelo efeito joule, em uma ponte de fio altamente resistente, incandescente, capaz de desencadear a
detonação da carga explosiva de ignição da cápsula, formada por uma pequena substância
pirotécnica.
A espoleta elétrica é um iniciador ativado por corrente elétrica.
O tipo instantâneo funciona em tempo extremamente curto quando a corrente circula pela ponte
elétrica.
O tipo retardo, por ação de um elemento de retardo, proporciona um tempo de espera controlado
entre suas iniciações e a detonação da espoleta propriamente dita.
Tempo de Espera:
0 a 5 s .......................................................................... Série S
25 a 1000 ms ................................................................ Série MS
As espoletas elétricas são empregadas em trabalhos cujo a iniciação deva ser controlada com rigor
(prospecção geofísica) ou em condições onde não seja possível o uso do cordel detonante (carga de
abertura de forno metalúrgico).
Cordel Detonante
Histórico
França – 1879
Tubos finos de chumbo, carregados com nitrocelulose que depois eram estirados.
Áustria – 1887
Fulminato de mercúrio, misturado com parafina, envolto por uma fiação de algodão; VOD =
5000 m/s.
França – 1906
Melinte (trinitro fenol fundido misturado com pó de nitrocelulose); VOD = 7000 m/s.
Alemanha – 1910
TNT fundido envolvido por tubos flexíveis de estanho; VOD = 5400 m/s.
Europa – 1920
Pentaeritritol (nitropenta) envolvido por uma fiação de algodão parafinado ou coberto com
betume ou uma capa de chumbo.
Cobertura de chumbo – anos 50.
Cobertura Plástica – Meados da década de 50.
Definição
O cordel detonante é um acessório de detonação consistindo, essencialmente, de um tubo de
plástico com um núcleo de explosivo de alta velocidade - nitropenta (C5H8N4O12) - e de materiais
diversos que lhe dão confinamento e resistência mecânica.
41
O cordel detonante é usado para iniciar cargas explosivas simultaneamente, ou com retardos em
lavra a céu aberto e/ou sub-solo. A sua velocidade de detonação é de, aproximadamente, 7000 m/s.
Muito embora a alta velocidade e violência de explosão, o cordel detonante é muito seguro no
manuseio e impermeável. Vantagens do cordel detonante em relação às espoletas elétricas:
a) as correntes elétricas não o afetam;
b) permite o carregamento das minas em regime descontínuo, com o uso de espaçadores;
c) é muito seguro, pois, não detona por atrito, calor, choques naturais ou faíscas;
d) detona todos os cartuchos, ao longo dos quais está em contato.
A iniciação do cordel se faz com espoletas simples ou instantâneas, firmemente fixadas ao lado do
cordel detonante com fita adesiva, e com sua parte ativa, isto é, o fundo, voltado para a direção de
detonação.
O cordel detonante é fabricado com as seguintes gramaturas: NP-10 (10 g/m de Nitropenta
10%), NP-5 (5 g/m de Nitropenta 10%), NP-3 (3 g/m de Nitropenta 10%).
Detonador Eletrônico
Acompanhando a evolução tecnológica, o mercado desenvolveu o Sistema de Retardo Eletrônico,
que consiste de uma espoleta de retardo eletrônico, fácil de usar, programável, para todo tipo de
desmonte em mineração e na construção civil, podendo ser usado tanto em obras a céu aberto como
subterrâneas.
O detonador eletrônico apresenta o mesmo layout e diâmetro de uma espoleta elétrica de retardo
convencional. A grande diferença reside em que cada espoleta pode ter seu tempo de retardo
42
programado individualmente. Contém, em média, 790 mg de PETN (Tetra Nitrato de Penta
Eritritol), como carga de base, e 90 mg de azida de chumbo, como carga primária, ponte de fio de
alta resistência (inflamador) e um circuito eletrônico que contém um microchip inteligente e dois
capacitores eletrônicos - um para assegurar a autonomia do detonador e o segundo para iniciar o
inflamador. Ideal para uso nos altos explosivos comerciais sensíveis à espoleta, podendo também,
ser usado para a detonação de boosters.
Programação da unidade
Cada detonador contém um microchip, possibilitando estabelecer o tempo de retardo, através da
unidade de programação) individualmente, segundo a conveniência e a necessidade da seqüência de
saída dos furos. Outros sistemas utilizam um código de barra, que permite identificar o tempo de
retardo de cada espoleta, através de um scanner manual. Quando a unidade é registrada, o scanner
estabelece automaticamente um incremento de tempo no retardo em relação ao seu predecessor ou
permite que o usuário especifique o tempo de retardo. Estas informações ficam estocada no scanner
sendo transferidas, posteriormente, para a máquina detonadora.
Desde que a unidade de programação registra o tempo de retardo de cada unidade, é irrelevante a
seqüência em que cada detonador é conectado, isto é, cada unidade detonará no tempo especificado
pela unidade de programação.
Ligação no campo
Após os fios de cada espoleta serem conectados a uma unidade de programação, três parâmetros de
identificação são atribuídos para cada detonador: número do furo, seqüência de saída e o tempo de
retardo. Existe a possibilidade em qualquer instante ser checado ou modificado o seu tempo de
retardo. Após a programação de cada detonador, elas são conectadas à linha de desmonte através
de um conector. Duas linhas, então, são conectadas à maquina detonadora, que armazena todos os
dados contidos na unidade de programação. Caso ocorra curto-circuito ou existam fios
desconectados, um aviso é dado pela máquina detonadora, bem como sugestões para sanar o
problema.
Em desmontes mais complexos, é possível programar os tempos de retardo dos detonadores, bem
como a seqüência de saída dos furos, utilizando-se um notebook, transferindo-se, em seguida,
através de um disquete, para a máquina detonadora, cuja memória tem capacidade de armazenar
dados de até 3 planos de fogo.
O fogo é iniciado quando o operador pressiona, simultaneamente, o botão de detonação e o de
carga na máquina detonadora. Algumas máquinas detonadoras, por questão de segurança, exigem a
senha (password) do operador. A depender do sistema, até 200 espoletas podem ser utilizadas em
um mesmo desmonte. Outro recurso do sistema consiste do operador poder programar na máquina
detonadora o instante em que o mesmos deseja que o fogo seja iniciado em um determinado turno.
Precisão
Medições realizadas nos tempos de detonação dos iniciadores eletrônicos em uma mina na França,
em julho/97, através de fotografias ultra-rápida e sismogramas dos desmonte, os valores
observados apresentaram uma diferença de tempo de retardo, em relação aos teóricos, de 3 ms.
Comprovando a grande precisão dos detonadores eletrônicos em relação aos sistemas
convencionais de iniciação.
43
Segurança
O detonador eletrônico é imune à eletricidade estática, a sinais de rádio e à detonação pré-matura
pelos detonadores apresentarem as seguintes características eletrostáticas e eletromagnéticas,
respectivamente: 2000 pF – 10 KV – 0 , 150 KHz a 1 GHz/40 V/m.
Benefícios
Os detonadores eletrônicos apresentam os seguinte benefícios aos desmonte de rochas:
alta precisão no tempo de retardo ( 3 ms);
todos detonadores são idênticos, podendo os tempo de retardo serem
programados livremente e a qualquer instante;
o sistema permite a detecção de possíveis falhas nas ligações, sugerindo
medidas de correção;
as ligações dos furos são facilmente efetuadas, não necessitando de mão-de-
obra especializada;
por não ser necessária a utilização de retardos de superfície, ocorre uma
redução considerável nos custos com acessórios de iniciação;
redução do nível de vibração e ultralançamento dos fragmentos rochosos, em
função da grande precisão que evita a sobreposição dos tempos de retardo;
redução do nível de ruído e pulso de ar, pela iniciação ser elétrica;
melhor fragmentação da rocha em função da precisão e da grande faixa de
tempo de retardo (de 1 até 6000 ms) e da possibilidade de escolha do tempo de
retardo pelo usuário;
seguro, por ser insensível a cargas estáticas e eletromagnéticas;
aumento da eficiência do explosivo, pela iniciação ser pontual;
redução da necessidade de estoque de espoletas, visto que todas são idênticas
programação do tempo de retardo é feita durante o carregamento dos furos.
44
SEGURANÇA PIROBRÁS COMUM PIONEIRO espoletas simples e pólvoras.
ORICA MANTOPIM
BRITANITE BRITAMPIM - Iniciação de cargas explosivas
IMBEL BELPIM e fogacho.
PIROBRÁS PIROPIM
MAGNUM MAG-PIM
CORDEL ORICA MANTICORD Iniciação de cargas explosivas,
DETONANTE BRITANITE BRITACORD iniciação do Nonel, Brinel, Piro-
IMBEL BELCORD Nel, Mag-nel, Exel etc.
PIROBRÁS PIROCORD
MAGNUM MAG-CORD
CORDEL ORICA CORDTEX Iniciação de cargas explosivas e
DETONANTE MAGNUM MAG-WAX da linha silenciosa.
REFORÇADO
ESPOLETA BRITANITE BRITACRON Retardar através de esperas de
SIMPLES DE PIROBRÁS PIROCRON milesegundos, a propagação da
RETARDO detonação do cordel detonante.
BOOSTER ORICA AMPLEX Reforçar a iniciação de qualquer
BRITANITE BRITEX/BOOSTER tipo de explosivo.
BRITANITE
PIROBRÁS PIROFORT
MAGNUM MAG-FORCE
SISTEMA DE ORICA EXEL Destinado a retardar em
RETARDO NÃO BRITANITE BRINEL milesegundos, a iniciação das
ELÉTRICO IMBEL NONEL cargas explosivas.
(LINHA PIROBRÁS PIRO-NEL
SILENCIOSA) MAGNUM MAG-NEL
TEC HARSEIM TECNEL
DETONADOR ORICA I-KOON Destinado a retardar em
ELETRÔNICO milesegundos, a iniciação das
cargas explosivas.
A finalidade desmonte por explosivo é de converter a rocha em vários fragmentos menores para que
possam ser escavados, transportados e britados pelos equipamentos disponíveis. Para isso, são
necessários 4 fatores: i) fragmentação suficiente; ii) deslocamento, movimentação e lançamento da
pilha ; iii) redução dos problemas ambientais; iv) mínimo de dano ao maciço remanescente .
FASE DINÂMICA
A fase dinâmica do processo de fragmentação corresponde a ação das ondas de choque. Inicia pela
deflagração da reação química do explosivo, termodinamicamente instável.
45
Para SCOTT (1996), a fase dinâmica corresponde a fase de choque representada pelas ondas de
tensão P (compressão) e S (cisalhamento) associadas à rápida aceleração da explosão da parede do
furo. A passagem da onda de tensão em volta do furo estabelece um estado de tensão semi-estático.
A fase dinâmica finda com o surgimento gradativo das fraturas tangenciais a partir das faces livres.
Quando a onda de choque compressiva possui energia suficiente para alcançar a face livre e
retornar refletida com amplitude de tensão superior a resistência de tração do maciço rochoso,
resulta em fragmentação adequada.
FASE SEMI-ESTÁTICA
Esta fase corresponde a ação da pressão dos gases de detonação. Trata-se do trabalho mecânico
realizado durante o processo de expansão ou descompressão dos gases da detonação. Ao percorrem
pelas fendas e pelas microfissuras resultantes da fase dinâmica, os gases gerados da detonação
agem através da ação de cunhas, propagando fendas e fraturas, conforme ilustrado na figura 9.
Assim, separam parte do maciço rochoso em fragmentos de rochas. A medida em que os gases são
liberados, ocorre o lançamento dos blocos, consumando-se o desmonte de rocha propriamente dito
(Magno, 2001).
Trituração da rocha
Nos primeiros instantes da detonação, a energia é transmitida para o maciço rochoso vizinho, na
forma de uma onda de compressão, ou onda de choque, que se propaga a uma velocidade de 2.000
a 6.000 m/s. A pressão da frente da onda de choque, que se expande de forma cilíndrica, atinge
valores acima de 18.000 atm, superando a resistência dinâmica à compressão da rocha, provocando
a destruição de sua estrutura inter-cristalina e intergranular.
Fraturamento radial
Durante a propagação da onda de choque, a rocha circundante ao furo é submetida a uma intensa
compressão radial que induz componentes de tração nos planos tangenciais da frente da onda.
Quando as tensões superam a resistência dinâmica à tração da rocha, inicia-se a formação de uma
zona densa de fraturas radiais ao redor da zona triturada que rodeia o furo.
46
Reflexão da onda de choque
Quando a onda de choque alcança uma superfície livre são geradas uma onda de tração e outra de
cisalhamento. A onda de tração pode causar fissuramento e fazer a rocha se lascar na região da
superfície livre. Ambas as ondas de tração e de cisalhamento podem estender as fissuras pré-
existentes.
A pressão exercida pelo gases da explosão faz com que a rocha atue como uma viga, produzindo a
deformação e fraturamento na mesma pelos fenômenos da flexão (figura 11).
47
Figura 11 - Mecanismo de rotura por flexão.
48
5.1 Introdução
Aplicações
As aplicações mais importantes são: escavação de obras públicas e mineração a céu aberto.
Diâmetro da perfuração
Altura do banco
A escolha da altura de bancada é uma decisão que deve ser tomada levando-se em consideração
questões de ordem técnica e econômica, a saber:
a) as condições de estabilidade da rocha que compõe o maciço e a segurança nas operações de
escavação;
b) o volume de produção desejado, o qual determinará o tipo e o porte dos equipamentos de
perfuração, carregamento e transporte;
c) a maximização da eficiência no custo total de perfuração e desmonte.
1º CASO 2º CASO
49
60 m
15 m
10 m
Conforme se observa, no primeiro caso onde a altura de bancada escolhida foi de 10 m, seriam
necessárias 6 bancadas para se atingir os 60 m de profundidade. Já no segundo caso, com bancadas
de 15 m de altura, seriam necessárias apenas 4 bancadas para se atingir os mesmos 60 m. Ou seja,
uma economia de 33 % em número de bancadas.
Consideremos agora, que os seguintes itens de custo são iguais ou aproximadamente iguais tanto
para a bancada de 10 m quanto para a bancada de 15 m:
a) a metragem de tampão, por exemplo 1,5 m , a qual é responsável pela maior parte dos fogos
secundários de uma detonação por ser a porção do furo não carregada com explosivos;
b) a metragem de subfuração, a qual não contribui com nenhum acréscimo para o volume de
material detonado;
c) o consumo de acessórios utilizados na ligação dos furos na superfície superior da bancada;
d) a mão-de-obra utilizada no carregamento dos fogos de uma das bancadas;
e) o período de tempo necessário para evacuação, espera e retorno às áreas detonadas, durante o
qual as operações de lavra devem ser suspensas.
Fica claro que todos os itens listados acima, sofreriam uma redução de 33 % se optássemos pelo
segundo caso no exemplo da figura 11.
Todavia, ao adotarmos bancadas mais altas nos deparamos com alguns inconvenientes, os quais
podem ou não anular e até suplantar o peso das vantagens obtidas:
a) a precisão da perfuração torna-se cada vez menor a medida que cresce a coluna de hastes de
perfuração, gerando desvios indesejáveis que comprometem seriamente os resultados de
fragmentação e arranque do pé da bancada;
50
das hastes;
d) a altura da pilha de material detonado aumenta, demandando equipamentos de carga de maior
porte, ou causando aumento no ciclo de carregamento e submetendo os equipamentos a um
maior desgaste;
e) há um ligeiro aumento na razão de carga.
PÁ CARREGADEIRA: H = 5 a 15 (m)
Em alguns casos a altura do banco está limitada pela geologia do jazimento, por imperativos do
controle da diluição do minério, por questões de vibração do terreno durante os desmontes e por
razões de segurança.
Granulometria exigida
b) Material estéril que vai para a pilha de deposição controlada, dependerá da capacidade da
caçamba do equipamento de carregamento:
Observação: O tamanho ótimo do bloco é, normalmente, aquele cuja relação com a dimensão da
caçamba do equipamento de carregamento se encontra entre 1/6 e 1/8.
c) Material para o porto e barragens: granulometria que vai deste 0,5 t a 12 t por bloco.
5.3 VARIÁVEIS GEOMÉTRICAS DE UM PLANO DE FOGO
51
Figura 13 - Variáveis geométricas de um plano de fogo.
sendo:
a) Afastamento (A) - É a menor distância que vai do furo à face livre da bancada ou a menor
distância de uma linha de furos a outra. De todas as dimensões do plano de fogo essa é a mais
crítica.
AFASTAMENTO MUITO PEQUENO - A rocha é lançada a uma considerável distância da
face. Os níveis de pulsos de ar são altos e a fragmentação poderá ser excessivamente fina.
52
AFASTAMENTO MUITO GRANDE - A sobreescavação (backbreak) na parede é muito
severa.
A 0,01232 e 1,5 x De
r
53
- os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:
(Hb 7A )
E
8
E = 2xA
- os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:
E = 1,4 x A
O espaçamento nunca deve ser menor que o afastamento, caso contrário, o número de matacões
será excessivo.
Observação: as Malhas Alongadas possuem elevada relação E/A, geralmente acima de 1,75. São
indicadas para rochas friáveis/macias.
S = 0,3 A
54
Hb
Hf 1 xS
cos 100
e) TAMPÃO (T) - É a parte superior do furo que não é carregada com explosivos, mas sim com
terra, areia ou outro material inerte bem socado a fim de confinar os gases do explosivo. O
ótimo tamanho do material do tampão (OT) apresenta um diâmetro médio (D) de 0,05 vezes o
diâmetro do furo, isto é:
OT = D / 20
O material do tampão deve ser angular para funcionar apropriadamente. Detritos de perfuração
devem ser evitados.
O adequado confinamento é necessário para que a carga do explosivo funcione adequadamente e
emita o máxima de energia, bem como para o controle da sobrepressão atmosférica e o
ultralançamento dos fragmentos rochosos. A altura do tampão pode ser calculada pela seguinte
expressão:
T = 0,7 A
f) VOLUME DE ROCHA POR FURO (V) - O volume de rocha por furo é obtido
multiplicando-se a altura da bancada (Hb) pelo afastamento (A) e pelo espaçamento (E):
V = (Hb /cos) x A x E
Hf
PE
V
55
Razão Linear de Carregamento (RL)
de 2
RL x e
4000
A carga de fundo é uma carga reforçada, necessária no fundo do furo onda a rocha é mais presa.
Alguns autores sugerem que Hcf deve ser um valor entre 30 a 40% da altura da carga de
explosivos (Hc). A tendência, a depender dos resultados dos desmonte, é de reduzi-la cada vez mais
para diminuir os custos com explosivos.
Carga de coluna é a carga acima da de fundo; não precisa ser tão concentrada quando a de fundo,
já que a rocha desta região não é tão presa.
A altura da carga de coluna é igual a altura total da carga (Hc) menos a altura da carga de fundo
(Hcf):
Hcc = Hc - Hcf
CT = CF + CC
CT
RC ( Kg / m3 )
V
56
5.4 EXEMPLOS DE CÁLCULO DE PLANO DE FOGO
Exemplo 1
Dados:
Rocha: granito
Altura da bancada: 15,0 m
Diâmetro da perfuração: 101 mm (4”)
Angulo de inclinação dos furos: 20
Explosivo utilizado: ANFO (94,5/5,5); = 0,85 g/cm3
Densidade da rocha: 2,7 g/cm3 = 2,7 t/m3
Condição de carregamento: furos secos.
A 0,0123 2 e 1,5 xD e
r
0,85
A 0,0123 2 1,5 x 101 2,6 m
2,7
Hb 15 20
Hf 1 xS 1 x 0,8 16,6 m
cos 100 cos 20
100
57
d) Cálculo do Espaçamento (E)
Como Hb/A = 5,8 Hb/A > 4, e utilizaremos elementos de retardos entre os furos de uma mesma
linha, a seguinte expressão será aplicada:
de 2
RL x e
4000
Para o ANFO:
de 2 3,14101
2
RL ANFO x e x 0,85 6,8 Kg / m
4000 4000
58
j) Cálculo da razão de carregamento (RC)
CE 100,64 kg 100,64 kg
RC 673,72 g / m 3 249,5 g / t
V 149,38 m 3 149,38 m 3 x 2,7 t / m 3
Hf 16,6 m
PE 0,11 m / m 3
V 149,38 m 3
Exemplo 2
Considere os dados do problema anterior, assuma que um total de 4481 m3 de rocha deve ser
produzida no desmonte. Dados:
59
Determinar o custo do desmonte por m3 e tonelada (perfuração + explosivos + acessórios).
a) Cálculo do número de furos necessários (NF)
MP = NF x Hf = 30 x 16,6 = 498 m
TE = NF x CE = 30 x 100,64 kg = 3019,2 kg
60
g) Custo por m3
Exemplo 3
A 0,0123 2 e 1,5 xD e
r
1,15
A 0,0123 2 1,5 x 64 2,0m
2,5
61
S = 0,3 x A = 0,3 x 2,0 m = 0,6 m
c) Cálculo da profundidade do furo (Hf)
Hb 7,5 20
Hf 1 xS 1 x 0,6 8,2 m
cos 100 cos 15
100
Como Hb/A =3,8 Hb/A < 4, e utilizaremos elementos de retardos entre os furos de uma mesma
linha, a seguinte expressão será aplicada:
Hcc 6,8 m
NCe 11
Comp. do cartucho 0,610 m
62
V = Hb/cos15 x A x E = ( 7,5 m / 0,9659) x 2,0 m x 2,7 m = 41,9 m3
k) Cálculo da razão de carregamento (RC)
Hf 8,2 m
PE 3
0,20 m / m 3
V 41,9 m
63
6. ESTUDO DA FRAGMENTAÇÃO DA ROCHA
Uma pobre fragmentação, usualmente, resulta em alto custo no desmonte secundário e alto custo de
carregamento, transporte, britagem e manutenção, gerando os seguintes problemas:
Carregamento Transporte
- menor enchimento das caçambas - atraso na pilha de deposição
- presença de blocos e lajes - pisos irregulares
- pilha baixa e compacta - ângulos acentuados das
- aumento nos custos da das vias de acesso
manutenção - aumento nos custos de
- aumento do ciclo dos caminhões, manutenção
escavadeiras e/ou pá carregadeira - desgastes dos pneus e/ou das
- aumento do desmonte secundário correias transportadoras
Meio Ambiente
- excessivo pulso de ar
- maior ultralançamento
- excessiva poeira e gases
- excessiva vibração
- riscos de danos às instalações,
estruturas, equipamentos e
64
operários
Para realizar uma avaliação global de um desmonte de rocha, os seguintes aspectos devem ser
analisados:
As figuras 15-a) e 15-b) mostram a altura da pilha apropriada para a pá carregadeira, e para a
escavadeira a cabo e hidráulica, respectivamente.
65
Figura 14 - Perfis de pilhas de rochas desmontadas.
66
Figura 15: a) altura de pilha apropriada para a pá carregadeira de pequeno porte;
b) altura da pilha apropriada para escavadeiras a cabo e hidráulica.
67
7. EFEITO DOS RETARDOS NOS DESMONTES DE ROCHAS
Figura 16: a) ligação em um banco que apresenta apenas uma face livre;
68
b) ligação em um banco que apresenta duas faces livres.
Figura 17 - Ligação em “V” utilizada para se obter uma pilha mais alta e uma melhor
fragmentação, utilizando o sistema de iniciação de tubos de choque.
69
Figura 18 - Sistema de iniciação “down -the-hole” utilizada para evitar cortes na ligação.
70
8. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO
DESMONTE DE ROCHA
71
9. ESTUDO DAS ABERTURAS SUBTERRÂNEAS
ABERTURA DE TÚNEIS E GALERIAS
9.1 Introdução
9.2 Pilões
Para um desmonte ser econômico, e necessário que a rocha a ser desmontada tenha face livre. Em
algumas aplicações de desmontes essas faces livres inexistem. É o caso do desenvolvimento de
túneis, shafts, e outras aberturas subterrâneas, onde torna-se necessário criar faces livres
artificialmente. Isto é feito preliminarmente no desmonte principal, através da perfuração e
detonação de uma abertura na face da perfuração. Essa abertura é denominada “pilão” (cut).
A seleção do pilão depende não somente das características da rocha e da presença de juntas e
planos de fraqueza, mas também da habilidade do operador, do equipamento utilizado, do tamanho
da frente e da profundidade do desmonte. Os principais tipo de pilão são:
72
Vista
Lateral
Vista Frontal
Vista Isométrica
73
Plano
Vista Frontal
Vista Isométrica
74
Vista Lateral
Vista Frontal
Vista Isométrica
75
Figura 22 – Pilão Coromant
O pilão queimado é o mais utilizado na abertura de túneis e galerias. É assim chamado porque
consta de uma série de furos, dos quais um ou mais não são carregados. A detonação da carga se
faz por fogos sucessivos, servindo os furos não carregados como pontos de concentração de
tensões. As figuras 23 e 24 mostram o esquema de um pilão queimado.
76
Figura 24 – Vista Lateral do Pilão Queimado
Conceituação
Chama-se “plano de fogo” o plano que engloba o conjunto dos elementos que permitem uma
perfuração e detonação correta de um túnel, galeria, poço etc., através do equipamento previsto
para este serviço e dos tempos necessários ao cumprimento do cronograma.
A primeira parte de um plano de fogo refere-se à determinação do explosivo e sua forma de
detonação. Seguem-se a verificação do projeto e o estudo do tempo. A figura 25 mostra as zonas de
um desmonte de um túnel ou galeria.
Pilão
Sistemas de avanços
Em rochas competentes os túneis com seções inferiores a 100 m2 podem ser escavados com
perfuração e desmonte à seção plena. As escavações por fase é utilizada na abertura de grandes
túneis onde a seção é demasiada grande para ser coberta pelo equipamento de perfuração ou
quando as características geomecânicas das rochas não permitem a escavação a plena seção.
A figura 26 mostra os tipos de sistemas de avanços e as perfurações e um túnel com avanço em
duas seções. Já a figura 27 mostra uma perfuração de um túnel efetuada por um jumbo.
77
Abertura de Túneis e Galerias
a) Seção Plena
78
Figura 28 – Nomenclatura dos furos de uma galeria
79
Figura 30 – Razão de carga para diferentes seções e diâmetros de perfuração
80
Figura 32 – Diâmetro furo vazio x Distância entre centro dos outro furos
O avanço no desmonte é limitado pelo diâmetro do furo de expansão e o desvio dos furos
médios “X” pode chegar a 95% da profundidade dos furos “L”, isto é:
X = 0,95L
Nos furos de quatro seções a profundidade dos furos pode ser estimada com a seguinte
expressão:
81
Quando se utiliza pilão de dois furos vazios em lugar de um só de mesmo diâmetro, a
equação anterior continua sendo válida fazendo:
82
Figura 34 – Gráfico: Concentração de carga, distância (a) e diâmetro de furos vazios
83
Figura 35 – Concentração de carga (kg/m) x afastamento máximo (B) para diferentes larguras
de aberturas (W)
84
Figura 36 – Sistemática do cálculo do pilão
85
Figura 37
86
Altura da Concentração
Parte da Afast. carga de da Carga
Espaçam. Tampão
Seção fundo
Fundo Coluna
(kg/m) (kg/m)
Piso
Parede
Teto
Interm.:
P/ cima
Lateral
P/ baixo
Tabela 14 -
14
87
Figura 38 – Seqüência de detonação dos furos do túnel
88
Figura 40
89
No gráfico acima para B = 0,27 m
90
91
92
93
Concentração
Afastam. Espaçam. Altura da da Carga
Parte da Carga de Tampão
Seção Fundo
(m)
Fundo Coluna
(kg/m) (kg/m)
Piso
Parede
Teto
Interm.:
P/ cima
Lateral
P/ baixo
94
95
96
97
98
f.5) Furos intermediários acima do pilão:
99
100
9.4 DESMONTE DE PRODUÇÃO
101
FIGURA 42 – PERFURAÇÃO DO REALCE
102
Figura 43 - Perfuração no Método de Furos Longos
103
Figura 44 - Método de Lavra Figura 45 - Carregamento do VCR
VCR – Vertical Crater Retreat
104
10. PLANO DE FOGO PARA O DESMONTE ESCULTURAL
10.1 Introdução
O desmonte escultural, também chamado de detonação controlada, pode ser considerado como a
técnica de minimizar-se as irregularidades provocadas na rocha pelo ultra-arranque (backbreak)
nos limites da escavação, quando se usa explosivos.
O ultra-arranque, ou sobrescavação, ocorre quando a resistência à compressão dinâmica do maciço
rochoso é excedida. Se a resistência à compressão dinâmica for igual a pressão máxima do
explosivo, a mesma não produzirá a quebra da parede no limite da escavação.
maior diluição do minério com o estéril, nas zonas de contato, nas minas metálicas;
aumento do custo de carregamento e transporte, devido ao incremento do volume do material
escavado;
aumento do custo de concretagem nas obras civis: túneis, centrais hidráulicas, câmaras de
armazenamento, sapatas, muralhas etc.;
necessidade de reforçar a estrutura rochosa residual, mediante custosos sistemas de sustentação:
tirantes, cavilhas, split set, cintas metálicas, revestimento e/ou jateamento de concreto, redes
metálicas, enchimento etc.;
manutenção do maciço residual com um maior risco para o pessoal da operação e
equipamentos;
aumento da vazão da água na zona de trabalho, devido a abertura e prolongamento das fraturas
e descontinuidades do maciço rochoso.
Nas minerações a céu aberto, no controle dos taludes finais, podem produzir as seguintes
vantagens:
elevação do angulo do talude, conseguindo-se um incremento nas reservas recuperáveis ou uma
diminuição da relação estéril/minério;
redução dos riscos de desprendimento parciais do talude, minimizando a necessidade de bermas
largas, repercutindo positivamente sobre a produção e a segurança nos trabalhos de explotação;
tornar seguro e estético os trabalhos de desmonte relacionados à engenharia urbana.
Paralelamente, nos trabalhos subterrâneos a aplicação dos desmonte de contorno tem as seguintes
vantagens:
menores dimensões dos pilares nas explotações e, por conseguinte, maior recuperação do
jazimento;
melhora a ventilação, devido ao menor atrito entre o ar e as paredes das galerias;
aberturas mais seguras com um menor custo de manutenção das paredes, tetos e pisos;
105
menor risco de danos à perfuração prévia, no caso do método de lavra VCR (Vertical Crater
Retreat).
Assim pois, os esforços destinados à aplicação do desmonte escultural, nas obras subterrâneas e a
céu aberto, são justificados por motivos técnicos, econômicos e de segurança.
O pico da pressão exercida pela expansão dos gases, depende primariamente da densidade e da
velocidade de detonação do explosivo. As pressões podem ser calculadas usando a seguinte
expressão:
VOD 2
PF228x10 x x
6
(10,8 )
sendo:
PF = pressão da carga da coluna de explosivo acoplada ao furo (MPa);
= densidade do explosivo (g/cm3);
VOD = velocidade de detonação de um explosivo confinado (m/s);
O ultra-arranque pode ser reduzido através do desacoplamento das cargas e espaçadores. A razão
entre o diâmetro da carga de explosivo (d) e o diâmetro do furo (D) é a medida do desacoplamento
entre as cargas de explosivos e as paredes dos furos (d/D < 1). As cargas são espaçadas através da
separação de porções da coluna de explosivos, através do uso de material inerte (argila, detritos da
perfuração, madeira etc.).
A redução da pressão de detonação da carga de explosivo, decorrente da expansão dos gases na
câmara de ar (colchão de ar) pode ser quantificada a partir da seguinte expressão:
2 ,4
d
PE PF Cl
D
onde:
PE = pressão efetiva (amortecida), MPa;
Cl = quociente entre a longitude da carga de explosivo e da longitude da carga de coluna
(Cl = 1, para cargas contínuas, isto é, sem espaçadores);
d = diâmetro da carga de explosivo (polegadas ou mm);
D = diâmetro da perfuração (polegadas ou mm).
106
O método do pré-corte (figura 46) compreende uma carreira de furos espaçadamente próximos,
perfurados ao longo da linha limite da escavação. Os furos são carregados levemente com um
explosivo apropriado, e são detonados antes que qualquer escavação nas adjacências tenha sido
executado. Acredita-se que este procedimento cria uma fratura aberta, necessária para dissipar a
expansão dos gases provenientes da escavação principal.
M
X L
R
107
onde: X = distância entre os cartuchos ou cargas (m); L = comprimento do cartucho ou
da carga de explosivo (m); M = massa do cartucho ou carga do explosivo espaçada (g);
R = Razão linear de carregamento desejada (g/m).
32 0,25 - 0,40 90
38 0,30 - 0,45 130
45 0,35 - 0,50 180
51 0,40 - 0,55 230
64 0,45 - 0,65 350
76 0,50 - 0,75 500
89 0,55 - 0,85 690
102 0,65 - 0,95 900
127 0,75 - 1,15 1400
152 0,90 - 1,30 2000
O pré-corte com Air deck refere-se a um sistema no qual combina o efeito do explosivo
com uma câmara de ar no furo da perfuração. Esse sistema difere do tradicional de carga sólida. O
ar se forma ao remover parte da quantidade de explosivo normalmente utilizado em uma carga
sólida. O Multiplug consiste de uma bolsa inflada de ar com uma pressão aproximadamente de 7
psi, cujo objetivo é de reter os gases por um certo tempo, que é colocada a um nível de
profundidade determinado, vindo logo abaixo do tampão (figura 47-c).
Tampão Tampão
Tampão
Plugue
Carga
Desacoplada Cargas
Espaçadas
Carga
Fig.45-a - Pré-corte com carga contínua Fig. 46-b - Pré-corte com cargas Fig. 47-c – Pré-corte
desacoplada. com AIR-
DECK
108
O método de desmonte escultural com AIR DECK diminui a pressão inicial dos gases
produzidos pela explosão, e incrementa o confinamento dos gases e tempo de ação da explosão
sobre a rocha. O princípio básico é o de permitir que a energia potencial do explosivo seja
transferida ao meio sólido em uma seqüência de pulsos em vez de uma expansão instantânea. Essa
técnica apresenta as seguintes vantagens em relação a técnica do pré-corte com cargas
desacopladas ou cargas espaçadas:
uso de explosivos comuns (ANFO), em vez de explosivos especiais utilizados para o pré-corte,
traduzindo-se em redução de custo;
obtenção de taludes mais altos e seguros, pela diminuição de fraturas nos bancos;
Regras práticas para o cálculo do desmonte escultural com o sistema AIR DECK
Espaçamento dos furos: (16 a 24) vezes o diâmetro do furo (em metros);
Carga de explosivos por furo (Q): (0,4 a 1,4) x H x E (em kg), sendo: H = prof. do furos,
E = espaçamento;
Para efeito de cálculo utilizaremos os valores médios das regras práticas na determinação
dos seguintes parâmetros:
109
Carga de explosivos por furo (Q): 0,9 x 15 x 3,0 = 40,5 kg
Observações:
a última linha de furos de produção (buffer line) deve ter sua carga reduzida, no mínimo de
50%, para que a parede do pré-corte não seja danificada durante a detonação principal;
nos exemplos acima, os valores devem ser ajustados em função das descontinuidades (falhas,
juntas, fissuras, dobras etc.) apresentadas pelas rochas e o tipo de explosivo;
o sucesso do pré-corte pode ser constatado no campo através da ocorrência das “meias canas”
(vestígios dos furos no talude após a detonação);
o pré-corte com cargas desacopladas vem caindo em desuso em função do método ser laborioso
e apresentar um alto custo de execução em relação ao uso do sistema Air deck;
com a introdução do sistema Air deck, as minerações vêm reduzindo seus custos de perfuração e
explosivos, no pré-corte, em até 30%, aumentando a segurança dos taludes e diminuindo os
níveis de vibração do terreno, provocados pelo desmonte escultural.
Dados do furo:
Diâmetro dos furos( f): 3” = 0,0762 m; Profundidade dos furos (H): 14 m; Comprimento da
carga de fundo (Cf): 0,6 m (um cartucho de 2-1/2” x 24”, por exemplo).
Cálculos:
Longitude do tampão (T) ou posição do plugue em relação ao topo do furo:
T = 19 x f = 19 x 0,0762 = 1,4 m
110
Air-Deck - espaço de ar entre o plugue e a carga explosiva (AD): 10 x f
AD = 10 x 0,0762 = 0,8 m
A detonação de uma carga explosiva contida em um furo gera pressões instantâneas que podem
atingir níveis que variam de 2 a 600 MPa, dependendo das características e quantidades do
explosivo utilizado.
Parte da energia gerada pelo explosivo vai trabalhar na quebra e lançamento da massa rochosa;
outra parte vai passar diretamente ao maciço rochoso na forma de ondas de choque instáveis, de
alta velocidade (body waves), que vai se propagar pelo maciço, sob forma ondulatória, provocando
vibrações, até que a energia se dissipe; uma terceira parte da energia de detonação vai ser
transmitida à atmosfera, provocando ruídos e onda aérea (sobrepressão atmosférica). A figura 48
mostra os principais problemas gerados pelos desmontes de rochas.
111
Detonações realizadas próximas a locais muitas vezes geram conflitos devido a impactos
ambientais. Um dos principais problemas de atrito da comunidade com a mineração é o desmonte
de rochas por explosivo. Nestas situações, os responsáveis pelas detonações têm, muitas vezes,
pouco o que fazer, pois tentam encontrar um plano de fogo para otimizar o desmonte de rocha sem
realizar uma pesquisa, com o uso adequado de instrumentação, para determinar a influencia de
diversos parâmetros nos problemas ambientais gerados pelas detonações com o uso de explosivos.
A maioria dos países tem normas locais, que especificam legalmente níveis aceitáveis de vibração
do solo provocadas por detonações. Estas normas são baseadas em pesquisas que relacionam o
pico da velocidade com os dados estruturais. No Brasil a ABNT estabeleceu normas, através da
NBR 9653 (Norma Brasileira Registrada), para reduzir os riscos inerentes ao desmonte de rocha
com uso de explosivos em minerações, estabelecendo os seguintes parâmetros a um grau
compatível com a tecnologia disponível para a segurança das populações vizinhas:
onde:
VL, VT e VV são respectivamente os módulos de vibração medidas de zero a pico, segundo as
direções L - longitudinal, T - transversal e V - vertical, definidas com relação à reta que passa pelo
central da detonação e pelo ponto de medição.
nível de pressão acústica (sobrepressão de ar): o nível de pressão acústica definido na NBR
7731 e medido além da área de operação não deve ultrapassar o valor de 134 dBL, o que
corresponde a uma pressão acústica de pico de 100 Pa.
Ultralançamento: o ultralançamento não deve ocorrer. A verificação do ultralançamento deve
ser efetuada no ambiente externo à área de operação da mina.
Esses parâmetros foram estabelecidos a partir de instrumentações realizadas em pedreiras da
Grande São Paulo, que hoje situam-se em zona urbana de grande densidade demográfica, cercadas
de edificações em sua maioria de baixa qualidade, o que torna o limite da velocidade da partícula
extremamente conservador.
Na maioria das operações, os níveis de vibrações são mantidas bem abaixo dos critérios
estabelecidos para evitar danos. Entretanto, o respeito às leis não excluem problemas: vibrações
dentro de limite legais podem ainda aborrecer vizinhos. Estes aborrecimentos poderão induzir a
problemas de relacionamento com a vizinhança, litígios e fechamento da mina.
11.2 Causas dos problemas ambientais gerados pelos desmontes de rochas por explosivos
Vibração do terreno
Quando um explosivo detona dentro de um furo, ondas de tensão são geradas causando distorções e
fissuras no maciço rochoso. Entretanto, imediatamente fora dessa vizinhança, não ocorrem
permanente deformações, e sim uma rápida atenuação das ondas de tensão, fazendo com que o
terreno exiba propriedades elásticas. As vibrações dos terrenos geradas pelo desmontes de rochas
por explosivos se transmitem através dos materiais como ondas sísmicas, cuja frente de desloca
112
radialmente a partir do ponto de detonação. As distintas ondas sísmicas se classificam em dois
grupos: “ondas internas” e “ondas superficiais”.
O primeiro tipo de ondas internas são denominadas “Primárias ou de Compressão”, figura 49 - a).
Estas ondas se propagam dentro dos materiais, produzindo alternadamente compressões e
rarefações e dando lugar a um movimento das partículas na direção de propagação das ondas. São
as mais rápidas e produzem troca de volumes, sem troca de forma, no material através do qual se
movimentam.
O segundo tipo é constituído das “Ondas Transversais ou de Cisalhamento-S”, figura 49 - b), que
dão lugar a um movimento das partículas perpendicular a direção de propagação da onda.
Os materiais submetidos a esses tipos de onda experimentam trocas de forma e não de volume.
a)
b)
As ondas do tipo superficial que são geradas pelos desmontes de rochas são: as Ondas Rayleigh-R
e as Ondas Love-Q. Outros tipos de ondas superficiais são as ondas Canal e as Ondas Stonelly.
Na prática, a velocidade de pressão das ondas transversais é da ordem de 50 a 60% da velocidade
das ondas compressionais.
Sempre que um explosivo é detonado ondas transientes de pressões são geradas. Como o ar é
compressivel, absorve parte da energia da onda de pressão, a medida que essas ondas passam de
um ponto a outro, a pressão do ar aumenta rapidamente a um valor acima da pressão atmosférica.
Antes dessas ondas retornarem a um valor abaixo da pressão atmosférica as mesmas sofrem uma
série de oscilações. A pressão máxima, isto é, acima do valor da pressão atmosférica, é conhecida
como sobrepressão atmosférica ou sopro de ar.
113
Essas pressões compreendem energia em diferentes faixas de freqüências. A sobrepressão
atmosférica que se transforma com a distância em relação à detonação, ao atingir a freqüência
acima de 20 Hz é perceptível pela audição humana na forma de ruído, já os valores abaixo de 20
Hz são imperceptíveis, entretanto, eles podem causar uma concussão nas residências. A
sobrepressão atmosférica e o ruído são medidos em decibeis (dB) ou pascal (Pa).
A sobrepressão atmosférica contém uma considerável quantidade de energia de baixa freqüência
que pode chegar a produzir danos diretamente sobre as estruturas, entretanto são mais comuns as
vibrações de alfa freqüência que se manifestam como ruído das janelas, portas etc.
A sobrepressão atmosférica de baixa freqüência ao atingir uma residência provoca vibrações nas
estruturas. Se a vibração induzida é de suficiente magnitude será percebida pelos ocupantes da
residência podendo causar danos materiais.
Os elementos flexíveis de uma residência (paredes, pisos, teto etc.) e os objetos fixados aos
mesmos (quadros, lustres, persianas, móveis, louças etc.) são muito sensíveis às sobrepressões
atmosféricas. Muitas vezes a intensidade da sobrepressão é notada pelos residentes através de
objetos situados nas mesas, armários, estantes, quando estes começam a vibrar, ocorrendo assim
uma vibração secundária, provocando a reação imediata dos ocupantes das residências.
As sobrepressões atmosféricas, decorrente das atividades dos desmontes de rocha por explosivo,
são causados pela movimentação da rocha, emissão do tampões, emissão dos gases através dos
tampões e fendas da rocha, colisão dos fragmentos projetados, afastamentos incorretos e a falta de
cobertura dos cordéis detonantes como mostra a figura 50.
114
O ultralançamento é o lançamento indesejável de fragmentos rochosos da área de desmonte,
representando um grande perigo para as pessoas que vivem fora do limite da mina.
Quando o afastamento da frente de uma bancada é inadequado ou quando a coluna de
tamponamento é muito curta, uma cratera é formada e a rocha é ejetada da cratera e pode ser
arremessada a uma distância considerável, como é mostrado na figura 51.
115
Continuação da Figura 51.
A continuação da figura 51 mostra que o ultralançamento pode ser causado pela inclinação
incorreta da perfuração e por condições que permitam a fuga de gases explosivos ao longo da
116
11.4 Medida da velocidade de vibração do terreno
m
D
V k
Q
onde:
V = velocidade de vibração da partícula (mm/s);
D = distância do local do desmonte até o ponto de registro (m);
Q = carga máxima por retardo (kg);
K e m = constantes que dependem do tipo de desmonte, tipo de explosivo, da homogeneidade
da rocha e da presença de juntas, falhas, fendas etc. No gráfico da figura 52 o valor de m
corresponde a inclinação da reta, e k é o ponto onde a reta intercepta o eixo das ordenadas.
117
Figura 52 - Gráfico da Lei de Atenuação da Vibração do Terreno
118
Tem sido observado que os valores de k e m variam consideravelmente de um local para outro, por
isso as medições de vibração são úteis em situações críticas, a menos que restrições conservadoras
sejam aplicadas para a escolha da carga máxima por espera. Se este gráfico indicar que o nível de
vibração está se aproximando do limiar de dano, então seria prudente a realização dos testes de
desmontes e medições de níveis de vibração produzidos.
O uso do sismógrafo permite levantar os seguintes dados: deslocamento, velocidade, aceleração e
freqüência de vibração do terreno, pulsos de ar etc.
Um plano de fogo consiste de 20 furos, 114 kg de explosivos por furo. A carga total é de 2280 kg
iniciada instantaneamente. A 305 m o provável nível de vibração pode ser calculado.
1, 6
d 305
1, 6
D
DR
Q
Exemplo:
Assuma que um valor seguro (imposto por lei) seja de DR = 60. Uma pedreira normalmente usa
uma carga máxima de 350 kg por espera. Uma nova casa está sendo construída a uma distância de
300 m do local do desmonte. As condições de desmonte são seguras?
D 300
DR 16
Q 350
Sendo 16 < 60, o desmonte não será seguro, pois, existe a probabilidade de danos.
119
A que distância ou qual a carga máxima por espera que deve ser utiliza para satisfazer o padrão
legal de segurança?
Cálculo da distância, assumindo uma carga máxima de 350 Kg:
D
60 1122 m
350
300
60 25 kg
Q
Basicamente, um desmonte de rochas com a utilização de explosivos, tendo em vista o seu controle
ambiental, deve passar, então, por etapas básicas:
reconhecimento geológico;
estabelecimento de cargas iniciais;
instrumentação sísmica, ajustes de campo em detonações bem projetadas com relação à
vibrações pelo terreno, são suficientes para se trabalhar com baixos níveis de impacto de ar.
120
12. DESMONTE SUBAQUÁTICO
- a perfuração e carregamento dos furos se realizam na maioria dos casos desde a superfície e
com equipamentos especiais;
- os consumos específicos de explosivo são de 3 a 6 vezes maiores que os utilizados em
desmonte a céu aberto;
- os resultados em cada um dos desmontes devem ser satisfatórios, pois, a fragmentação
secundária é difícil e onerosa;
- os explosivos e os sistemas de iniciação têm que ser resistentes a água e a pressão
hidrostática;
- os efeitos ambientais perturbadores são mais acentuados, pois as vibrações terrestres são
acompanhadas de baixa freqüência, e a onda de choque hidráulica tem um raio de ação maior.
121
Figura 53 - Perfuração e desmonte através de um aterro
122
Figura 55 - Perfuração e desmonte utilizando mergulhadores
123
12.3 CÁLCULO DE CARGAS E ESQUEMAS DE PERFURAÇÃO
As diferenças básicas entre um desmonte a céu aberto e um desmontes subaquático residem no fato
que, geralmente, no último só se dispõe de uma face livre, a água e a areia exercem uma empuxo
ou pressão, e que os erros de emboque e desvios na perfuração podem provocar uma má ruptura da
rocha, bem como e a transmissão da detonação entre as cargas.
a) Para o cálculo da razão de carregamento (RC) as seguintes fórmulas podem ser utilizadas:
Onde:
RCinlinados = razão de carregamento quando os furos forem inclinados;
RCverticais = razão de carregamento quando os furos forem verticais;
HA = altura da lâmina d’água;
HC = altura do capeamento;
HR = altura da rocha.
de 2
RL x e
4000
RL
SEA
RC
124
A E SEA
e) Subperfuração (S)
A
T
3
CF = RL (Hf - T)
Exemplo
Se deseja efetuar um desmonte subaquático de um banco de rocha de 5 m de altura que se encontra
debaixo de uma lâmina d’água de 12 m e com um capeamento de 2 m de altura. O diâmetro de
perfuração é de 100 mm e se dispõe de uma carregadeira pneumática com a qual o explosivos
alcança uma densidade dentro do furo de 1,3 g/cm3. A perfuração foi efetuada com um angulo de
0 em relação à vertical.
125
RCvertical = 1,10 + 0,01HA + 0,02HC + 0,03HR
de 2 3,14 (100) 2
RL x e x 1,3 10,21 kg / m
4000 4000
RL 10,21 kg / m
SEA 6,19 m 2
RC 1,65 kg / m 3
e) Subperfuração (S)
f) Tampão (T)
Hf = HR + S = 5 m + 1,8 m = 6,8 m
126
13. DESMONTES EM RAMPAS
O contínuo aprofundamento das explotações a céu aberto obriga a execução de rampas cada
vez que se inicia a abertura de um novo nível. Difere dos desmontes em bancadas pelo fato da
face livre ser horizontal. Os furos são orientados perpendicularmente à face livre e o
movimento dos fragmentos é contra a gravidade. Será assumido que os diâmetros dos furos
para a abertura da rampa serão os mesmos utilizados nas bancadas. Técnicas de desmonte
escultural serão utilizadas quando a rampa fizer parte da parede final. A figura 57 mostra um
esquema representando a abertura de uma rampa.
Prof. do corte
Altura do banco
Uma certa quantidade de subperfuração deve ser utilizada para garantir que a eventual rampa
satisfaça a inclinação desejada.
A seqüência de iniciação deve garantir que ocorra um movimento suficiente da rocha antes da
detonação dos próximos furos.
Para a abertura de rampa os seguintes parâmetros devem ser definidos:
- profundidade da perfuração;
- malha ( Afastamento x Espaçamento);
- carga do furo;
127
- seqüência de iniciação.
E
A
A
A = KADe ; E = KE A ; S = KSA ; T = KT A
Onde:
A = afastamento; E = Espaçamento; S = Subperfuração; T = tampão;
KA = constante relacionando o afastamento e o diâmetro do furo;
KE = constante relacionando o espaçamento e o afastamento;
KS = constante relacionando a subperfuração e o afastamento;
KT = constante relacionando o tampão e o afastamento.
Mas A = S/KS = mS
onde m = constante de proporcionalidade = 1/KS.
128
A distância (LD)do início da rampa até quando a mesma atinge uma profundidade (H), pode ser
calculada por:
B) ZONA RASA
A zona rasa figura 59 é definida como a região de corte controlada tanto pela mínima dimensão da
malha, como pela mínima perfuração. A profundidade dos furos e o tamanho da carga são
constantes nesta região figura 60.
Zona Rasa
Zona Profunda
S’
129
2) A relação entre a profundidade do corte (H’), o comprimento da carga (S’) e o diâmetro do
explosivo (De) é dada por:
S' D
H' 19 e
2 2
A = mS
C) ZONA DE TRANSIÇÃO
O comprimento da região de transição (LT) - figura 61 - é dado por:
LT = LD - LS
Rasa Profunda
Transição
S’
130
ST S
Resolvendo a equação em função de X - distância horizontal entre a linha teórica dos fundos
dos furos e o começo da rampa -, teremos:
A subperfuração (ST), em qualquer ponto (LT) na zona de transição, pode ser determinada
usando a seguinte expressão:
ST = K(LT + X) - HT HT = LT x G AT = mST
Exemplo
131
- Comprimento da carga = 9,3 m
- Quantidade de explosivo por furo = 391 kg
A fragmentação do desmonte de produção é bastante utilizando esses parâmetros no plano de fogo.
A partir dessas informações iremos projetar uma rampa de 30 m de largura com uma inclinação
de 8% (G = 0,08) da superfície até uma profundidade de 12 m.
LT = LD - LS = 150 m - 26 m = 124 m
HS 12 1,8
K 0,09
LD X 150 3,88 132
Etapa 4. Os valores para qualquer ponto da zona de transição podem ser calculados.
Este processo pode ser repetido para qualquer ponto desejado dentro da zoa de transição.
Etapa 5. O ábaco da figura 62, desenvolvido por Chung, pode ser utilizado para simplificar o
processo de cálculo. Contém 4 escalas: distância horizontal (L); profundidade de escavação (H);
subperfuração (S); afastamento e espaçamento.
Para demonstrá-lo vamos desenhar uma linha através do ponto que representa a distância
horizontal de 50 m e o alinhamento no ponto P. A linha intercepta as outras 3 escalas dando as
seguintes variáveis: H = 4m; S = 0,85 m e A = 3,3 m.
Distância Horizontal
L (m)
Prof. do corte
H (m)
Subperfuração
S (m) E (m) e A (m)
133
Etapa 6. O ábaco da figura 62 será utilizado.
A abertura da rampa é dividida em duas partes. A primeira parte apresenta uma extensão de 0 a
80 m, enquanto a segunda parte está compreendida no intervalo de 80 m até 150 m. A
profundidade da escavação da rampa é de 30 m. Embora existam outras combinações que podem
ser utilizadas, as dimensões inteiras serão usadas o máximo possível para o afastamento e o
espaçamento. No término da escavação o afastamento e o espaçamento é de 7 m. Na zona rasa eles
são de 2 m. O projeto real envolve uma transição de uma malha de 7 m x 7 m, até uma malha de 2
m x 2 m.
Em primeiro lugar determinaremos a distância horizontal na qual a malha é constante. É necessário
o uso do bom senso nesta etapa. Linhas correspondendo aos afastamentos de 6,5; 5,5; 4,5; 3,5 e
2,5 m são traçadas no ponto de alinhamento. As correspondestes distâncias são apresentadas na
tabela 16.
134
Distância Horizontal (m)
135
Distância Horizontal (m)
Profundidade
D e H S T 850 0,252 12 1,8 4,5 x 850 388 kg
3,14
Q
2
4 4
136
Na zona rasa (malha de 2 m x 2 m) um único cartucho de (0,203 m) 8” em diâmetro e 0,409 m
(19”) de comprimento será utilizado em cada furo. A quantidade de explosivo (Q) será:
d 2 L 850 0,2032 0,490 x 850 13,5 kg
3,14
Q
4 4
O comprimento da carga de explosivo é de 0,32 m. A tabela 18 mostra as massas das cargas para
cada malha definida.
Retardos
Iniciação
137
Figura 89 – Esquema de iniciação da rampa.
Neste caso serão utilizados retardos “osso de cachorro” com cordel detonante, e iniciando o
desmonte na zona mais profunda para criar um vazio que sirva de pilão. Chung sugere os seguintes
intervalos de tempo de retardo entre as linhas:
- zona profunda: 25 ms;
- zona rasa: 15 ms.
A figura 65 mostra ao método de amarração para a rampa na qual um lado será parte permanente
da cava.
138
Para reduzir a vibração na parede, retardos de 15 ms devem ser colocados em cada linha. A
combinação de retardos de superfície e de dentro do furo podem ser utilizados.
Os desmontes em ambos os casos podem ser realizados de uma única vez, entretanto quando as
altura são grandes (> 15 m) recomenda-se efetuar a escavação por fase. Outros fatores que podem
influenciar na execução da obra são:
- segurança na operação;
- limitação das perturbações ambientais (onda aérea e vibrações);
- velocidade de avanço;
139
- dimensões dos equipamentos de carregamento e transporte.
Longitude da Perfuração.
As longitudes dos furos (L) dependem da altura do banco, da inclinação - que varia de 15 a 20 - e
da subperfuração em função da resistência da rocha:
H
L 1 xS
cos 100
Onde:
= ângulo em relação à vertical, em graus;
H = altura do banco (m);
S = subperfuração (m), estimada a partir da tabela 19.
140
Distribuição da carga e tampão
Nesse tipo de desmonte utiliza-se colunas de explosivos seletivas com carga de fundo de explosivos
gelatinosos ou emulsões e cargas de coluna de ANFO.
Na tabela 20 são indicadas as longitudes recomendadas das cargas de fundo e tampão (T) para
diferentes tipos de rocha. As alturas da carga de coluna são calculadas pela diferença entre as
longitudes dos furos e a soma das cargas de fundo e dos tampões.
Esquemas de perfuração.
São sempre realizadas com furos verticais, e conforme seja a relação “H/D” dois casos se
distinguem:
a) Se H > 100D. É mais habitual para bancos de 10 a 12 m de altura. Os valores do
afastamento (A) e do Espaçamento (E) são calculados a partir da tabela 21.
141
0,5
Qf
A
E x H x CE
A cos
Esquema de iniciação.
Os esquemas mais utilizados são os retangulares (figura 67) ou triângulos equiláteros (figuras 68 e
69).
142
Figura 69 – Malha estagiada com seqüência de iniciação em “V”
143
b) Longitude do furo (L)
H 12 m 0
L 1 xS 1 x 0,8 L 12,8 m
cos 100 cos 0 0
100
Este tipo de obra pode ser executada segundo três procedimentos (figura 71):
As aberturas das pistas de acesso são assinaladas na figura 71 com a letra “A”. Nessa etapa
utiliza-se o mesmo equipamento de perfuração, executando furos horizontais. O objetivo nesta
etapa é de abrir plataformas cujas alturas variam de 6 a 9 m.
144
Figura 71 – Tipos de escavação a meia encosta
Quando se utiliza furos horizontais ou de levante para o cálculo do espaçamento (E) a seguinte
expressão pode ser utilizada:
E 3x DxL
Onde:
D = diâmetro do furo (m);
L = longitude do furo (m).
Se a altura do banco é inferior a 5 m utiliza-se somente um linha de furos, entre 5 e 8 m duas linhas
e acima de 8 m três ou mais linhas.
Seqüência de iniciação.
A figura 72 representa uma seqüência de iniciação para o desmonte de meia encosta.
Quando nos desmontes são combinados furos horizontais com verticais, é conveniente efetuar a
escavação por fases, desmontado-se o material do primeiro tiro antes de disparar o segundo. Se
145
pela necessidade da obra o desmonte se dispõe em um só seção, a seqüência recomendada deve ser
da figura 73.
146
Figura 73 - Seqüência de iniciação em seção com furos verticais e horizontais
16.1 INTRODUÇÃO
Estas instruções e regras não invalidam, e isso deve ser bem compreendido, as leis, ordens ou
regulamentações federais, estaduais, corporacionais ou municipais com as quais possam estar em
conflito. Para o controle do transporte, do manuseio, da armazenagem e da destruição dos
explosivos sugere-se a leitura do R-105 elaborado pelo exército brasileiro.
147
A maioria dos acidentes ocorridos com explosivos poderia ter sido evitada e o objetivo deste
capítulo é o de ajudar na prevenção de tais acidentes. Para que os trabalhos de perfuração e
desmonte de rochas se realizem em condições seguras, é preciso que em tais operações se observem
os seguintes aspectos:
cumprimento das normas e regulamentos vigentes;
formação técnica dos operadores, cabos de fogo (blasters) e do pessoal encarregado do
carregamento com cursos periódicos adequados;
utilização de máquinas, explosivos e acessórios e sistema de iniciação em condições de
segurança.
16.2 PERFURAÇÃO
Uma lista de principais causas de traumatismo industrial que ocorre durante as operações de
perfuratrizes na mineração são:
- quebra e acidente durante a perfuração do furo de mina;
- operário machucado por parte móvel da máquina;
- condição precária e incorreto uso de cabo;
- incorreta união de coluna de perfuração e troca de bit;
- queda de objetos do alto;
- escorregamento e desalinhamento da perfuratriz, em virtude de instabilidade;
- movimentos da perfuratriz com a torre elevada, e violação de outras regras para movimento.
A operação de perfuração implica na adoção de uma série de medidas de segurança a fim de
minimizar os riscos potenciais, tanto humanos como materiais.
148
estabelecer um programa para a verificação dos problemas ocorridos durante a perfuração
(desvios dos furos, profundidade incorreta dos furos, faces irregulares, afastamento,
espaçamento e subperfuração fora da especificação) através do uso dos equipamentos BoreTrak
e Laser Profile.
16.3 DESMONTE
Todos os explosivos, agentes detonantes, espoletas simples e elétricas , cordel detonante, estopins,
tubos de choque e retardos deverão ser armazenados em paióis especialmente construídos para esse
fim e localizados segundo as leis locais existentes. Devem-se manter sempre os paióis bem
trancados, abrindo-os somente para a entrada e saída do material.
armazene somente explosivos neste paiol. Não armazene acessórios, materiais inflamáveis,
ferramentas e outros utensílios metálicos;
sempre embarque, despache e use com prioridade o estoque mais antigo;
não utilize ferramentas de metal para abrir ou fechar embalagens de explosivos;
não deixe explosivos soltos pelo paiol;
não fume, nem porte fósforos, isqueiros ou outro material inflamável;
mantenha o interior do paiol sempre limpo e ventilado e o terreno ao redor livre de folhas, capim
vegetação de qualquer espécie, lixo e detritos, a fim de evitar incêndios;
proíba a presença de pessoas estranhas dentro e nas vizinhanças do paiol;
quando necessário o uso de luz artificial, utilize unicamente lanterna de segurança ou pilha
elétrica;
sinalizar adequadamente as instalações e os veículos destinados ao armazenamento e transporte
de explosivos;
armazenar os produtos de mesmo tipo e classe de maneira que seja fácil identifica-los.
mantenha constante vigilância sobre as embalagens que apresentam avarias, exsudação ou
defeito. Coloque-as a um lado no paiol ou nas proximidades do paiol;
na destruição de explosivos por combustão, numa região bastante longe do paiol, a cama de
explosivo deteriorado não deve exceder a massa de 15 kg.
149
usar itinerários de transporte com pouco movimento de pessoal e equipamentos;
vigiar a zona de descarga de explosivos até sua colocação nos furos e amarração.
confinar os explosivos nos furos por meio de detritos da perfuração, rocha britada ou outro
material não combustível;
nunca utilizar atacadores metálicos de nenhuma classe;
realizar o tamponamento sem violência para não danificar os acessórios de detonação;
não introduzir pedras, sacos plásticos ou outros objetos juntamente com o material do tampão.
certificar-se de que todos os explosivos excedentes se encontram em lugar seguro e que todas as
pessoas e veículos estão a uma distância segura ou devidamente resguardadas;
impedir os acessos a área de desmonte dispondo de pessoal e meios adequados;
não disparar sem um sinal de autorização da pessoa encarregada e sem haver dado o aviso
adequado, através de sirenes ou outros meios;
proteger os equipamentos auxiliares, de carregamento e transporte;
não regressar a área de desmonte até que se tenha dissipados as poeiras e os gases;
no caso de desmonte subterrâneo não regressar até que se tenha uma ventilação adequada, bem
como tenha ocorrido o batimento dos chocos;
sinalizar o lugar onde se encontram os furos falhados;
antes de regressar a área do desmonte, contar o número de furos detonados e não regressar até
que tenha transcorrido meia hora no caso de falha de alguma carga;
estabelecer um programa de monitoramento das vibrações dos terrenos e pulsos de ar, através
do uso de sismógrafos;
motivar a equipe na discussão da importância de cumprir as normas de segurança.
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