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Equipamentos de Perfuração

Propriedades dos Explosivos


UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso

Baseado nas notas de aula do Professor Valdir Costa


Tópicos
1. Introdução
2. Equipamentos de Perfuração
3. Dimensionamento
4. Estimativa de Custo
Introdução

“A perfuração das rochas, dentro do campo


dos desmontes, é a primeira operação que
se realiza e tem como finalidade abrir uns
furos com uma distribuição e geometria
adequada dentro dos maciços para alojar
as cargas de explosivos e acessórios
iniciadores. ”

Introductory Mining Engineering


Evolução da Perfuração

Metros perfurados por hora


Perfuração por Precursão
- Também conhecido por perfuração por martelo, é o método mais comum de
perfuração para a maioria das rochas, os martelos podem ser acionados a ar
comprimido ou hidráulicos.
- Sua aplicação é limitada à produção das pequenas minas, perfuração secundária,
trabalhos de desenvolvimento e desmonte controlado.
- Estas perfuratrizes possuem dois sistemas de acionamento básicos, rotação e
percussão. Estas duas forças são transmitidas através da haste para a coroa de
perfuração.
Mecanismos Rotopercursivos
A perfuração rotopercussiva se baseia na combinação das seguintes ações:

 Percussão: os impactos produzidos pelas batidas do pistão do martelo


originam ondas de choque que se transmitem à rocha.

 Rotação: com este movimento se faz girar a broca para que se produzam
impactos sobre a rocha em diferentes posições.

 Pressão de avanço: para se manter em contato a ferramenta de


perfuração e a rocha, é exercida um pressão de avanço sobre a broca de
perfuração.

 Fluido de limpeza: o fluido de limpeza permite extrair os detritos do fundo


do furo.
Perfuração por Precursão
- Os equipamentos roto-
percussivos se classificam em dois
grandes grupos, segundo a posição
do martelo:

• martelo de superfície (Top-


Hammer);
• martelo de fundo de furo (Down
The Hole).

(a) Top hammer drilling; (b) Down the hole drilling; (c) Rotary drilling.
Perfuratrizes Pneumáticas
Segundo Jimeno (1994), um
martelo acionado por ar
comprimido consta de:

 um cilindro fechado com uma


tampa dianteira que dispõe de
uma abertura
axial onde é fixado o punho e as
hastes de perfuração;

 um pistão que com o seu


movimento alternativo golpeia o
punho de
perfuração, o qual transmite a
onda de choque à haste;
Perfuratrizes Pneumáticas

 uma válvula que regula a


passagem de ar comprimido em
volume fixado e de
forma alternada para a parte
anterior e posterior do pistão;

 um mecanismo de rotação
para girar a haste de perfuração;

 um sistema de limpeza do furo


que permite a passagem de ar
pelo interior da
haste de perfuração e retirada
dos detritos da rocha entre as
paredes do furo
e a parte externa da haste.
Perfuratrizes Hidráulicas

No final da década de 60 e início da década de 70 houve um grande avanço


tecnológico na perfuração de rochas com o desenvolvimento dos martelos
hidráulicos.

Uma perfuratriz hidráulica consta basicamente dos mesmos elementos


construtivos de uma pneumática. A diferença mais importante entre ambas é
que no lugar de se utilizar ar comprimido, gerado por um compressor
acionado por um motor diesel ou elétrico, para o acionamento do motor de
rotação e para produzir o movimento alternativo do pistão do martelo,
utiliza-se um grupo de bombas que acionam estes componentes.
Perfuratrizes Hidráulicas
As razões pela qual as perfuratrizes hidráulicas possuem uma melhor
tecnologia sobre as pneumáticas são as seguintes (Crosby, 1998):

menor consumo de energia: as perfuratrizes hidráulicas consumem


apenas 1/3 da energia, por metro perfurado, em comparação com os
equipamentos pneumáticos;

menor desgaste da broca de perfuração;


maior velocidade de penetração: a energia liberada em cada impacto do
martelo é superior a do martelo pneumático, resultando em maiores taxas de
penetração;

melhores condições ambientais: a ausência de exaustão de ar resulta


em menores níveis de ruído quando comparadas com perfuratrizes
pneumáticas;
Perfuratrizes Hidráulicas

maior flexibilidade na operação: é possível variar a pressão de


acionamento do sistema, a energia por impacto e a freqüência de percussão
do martelo;

maior facilidade para a automação: os equipamentos são muito mais


aptos para a automação das operações, tais como a troca de haste e
mecanismos antitravamento da coluna de perfuração.
Fontes de Energia

As fontes primárias de energia podem ser: motores diesel ou


motores elétricos. Nas perfuratrizes com um diâmetro de
perfuração acima de 9” (230 mm) é generalizado o emprego de
energia elétrica a média tensão, alimentando a perfuratriz com
corrente alternada com cabos elétricos revestidos.

Segundo Jimeno (1994), uma divisão média da potência instalada


nestas unidades para os diferentes mecanismos é a seguinte:
 Movimento de elevação e translação: 18%

 Rotação: 18%

 Avanço: 3%

 Nivelamento: 2%

 Limpeza dos detritos com ar comprimido: 53%

 Equipamentos auxiliares: 3 %

 Outros: 3%.
Sistema de Rotação
Os principais componentes de um sistema de perfuração rotativa: ar
comprimido, sistema de elevação e avanço, motor de rotação, cabeça rotativa,
haste, estabilizador e broca.
Sistema de Avanço
Para se obter uma boa velocidade de penetração na rocha é necessário a
aplicação de uma determina força de avanço, que depende, tanto da resistência
da rocha, como do diâmetro que se pretende utilizar. Como o peso da coluna de
perfuração (hastes, estabilizador e broca) não é suficiente para se obter a carga
necessária, é preciso aplicar forças adicionais que são transmitidas
exclusivamente através de energia hidráulica. Existem basicamente quatro sistemas de
avanço e elevação, que são:

cremalheira e pinhão direto;

corrente direta;

cremalheira e pinhão com corrente;

cilindros hidráulicos.
BROCAS TRICÔNICAS
são classificadas de acordo com o material dos dentes e geometria do cone. Os
dentes podem ser de face dura, cobertura endurecida ou insertos de carboneto de
tungstênio.
As brocas com dentes de face dura ou cobertura endurecida são denominadas de
brocas dentadas e as de insertos de tungstênio são denominadas de brocas de
botões (Karanam & Misra, 1998).

Na perfuração rotativa, a broca ataca a rocha com a energia fornecida pela


máquina à haste de perfuração, que transmite a rotação e o peso de avanço
(carga) para a broca. O mecanismo de avanço aplica uma carga acima de 65%
do peso da máquina, forçando a broca em direção à rocha. A broca quebra e
remove a rocha por uma ação de raspagem em rochas macias, esmaga
mentotrituração-lasqueamento em rochas duras ou por uma combinação destas
ações.
BROCAS TRICÔNICAS
Diâmetro do Furo
Em furos para detonações, há vários fatores que influem na
escolha do diâmetro, por exemplo, o tamanho desejado dos
fragmentos, após a detonação; o tipo de explosivo a ser utilizado,
a vibração admissível do terreno durante a detonação etc.
Em grandes pedreiras e outras minerações a céu aberto, furos de
grande diâmetro apresentam menores custos de perfuração e
detonação por m3 ou tonelada de rocha escavada.
Nas minas subterrâneas, as dimensões dos equipamentos de
perfuração são determinadas pelo método de lavra adotado. Em
trabalhos menores, o diâmetro do furo pode também ser
determinado pelo tamanho do equipamento disponível para
perfuração, carregamento e transporte.
Diâmetro do Furo
Profundidade do Furo
A profundidade do furo determina a escolha do equipamento de
perfuração. Em espaços confinados somente ferramentas de
perfuração curtas poderão ser usadas.

No caso de maiores profundidades (50 a 70 m ou mais) utiliza-se


perfuração de fundo de furo, ao invés de martelo de superfície, já
que o método de fundo de furo proporciona mais eficiência de
transmissão energética e remoção dos cavacos de rocha a essa
profundidade.
Quando utilizamos martelos DTH a energia é em princípio
transmitida da mesma forma com a vantagem de que o
pistão da perfuratriz trabalha diretamente sobre a broca.
Desvio de Furo
Na perfuração horizontal ou inclinada, o peso da coluna de perfuração pode
concorrer para o desvio do furo. Ao perfurar furos profundos para detonação,
o furo deve ser tão reto quanto possível para que os explosivos, sejam
distribuídos corretamente, para se obter o resultado desejado.

Para compensar o desvio dos furos às vezes é necessário furar com menor
espaçamento o que resulta em maior custo. Um problema particular causado
por um furo com desvio é a possibilidade de encontrar-se com um outro já
perfurado, causando a detonação de cargas por “simpatia”. A probabilidade do
equipamento se prender é grande e a detonação não pode ser executada
adequadamente.

Além do desvio do furo propriamente dito, o alinhamento pode ser afetado


pelo desalinhamento da lança e pelo cuidado durante o emboque do furo.
Perfuração Vertical Vs Inclinada
Perfuração Vertical Vs Inclinada
Malhas de Perfuração
Malhas de Perfuração
Malhas quadradas ou retangulares: devido a sua geometria é de fácil
perfuração (menor tempo de locomoção de furo a furo).

Malhas estagiadas: devido a geometria de furos alternados dificulta a


perfuração (maior tempo de locomoção furo a furo), porém possui melhor
distribuição do explosivo no maciço rochoso.

Malha Triângulo Equilátero: são malhas estagiadas com a relação E/A = 1,15.
São indicadas para rochas compactas e duras. Possuem ótima distribuição da
energia do explosivo na área de influencia do furo, maximizando a
fragmentação. O centro do triângulo eqüilátero, o ponto mais crítico para
fragmentação, recebe igual influência dos três furos circundantes.

Malhas alongadas: : Conforme a relação E/A as malhas podem assumir várias


configurações. As malhas alongadas possuem elevada relação E/A, geralmente
acima de 1,75. São indicados para rochas friáveis/macias aumentando o
lançamento por possuírem menor afastamentos.
Cálculo dos Componentes de Perfuratriz
Cálculo dos Componentes de Perfuratriz
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Custo Total de Perfuração/m (CTP)
Exemplo
Exemplo

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