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1.O OBJETIVO
A perfuração das rochas dentro do campo dos desmontes é a primeira operação que se
realiza e tem como finalidade abrir uns furos, com a distribuição e geometria adequada dentro
dos maciços para alojar as cargas de explosivos e acessórios iniciadores. A figura 1 mostra a
evolução dos sistemas de perfuração com o decorrer do tempo.
3.0 PERFURATRIZES
Também conhecido por perfuração por martelo, é o método mais comum de perfuração
para a maioria das rochas, os martelos podem ser acionados a ar comprimido ou hidráulicos.
Tanto o martelo de superfície como o de fundo (DTH - Down-The-Hole) são utilizados. Na
trituração por impacto a rocha é partida em fragmentos, por meio de uma grande força que é
aplicada sobre um botão ou pastilha de material duro.
Na perfuração percussiva o pistão transmite energia sobre a rocha através da barra de
percussão, das uniões, da haste de perfuração e da broca. O motor de rotação ao encontrar rocha
nova, rompe os cortes em pedaços ainda mais pequenos. O ar comprimido efetua a limpeza dos
furos e a refrigeração das brocas.
1
Figura 1: A evolução dos métodos e da velocidade de perfuração das rochas
3.2 Rotação/Trituração
2
3.3 Rotação/Corte
3
A eleição do diâmetro dos furos depende, também, da produção horária, do ritmo da
escavação e da resistência da rocha. A figura 2 mostra a relação entre os diâmetros e o número de
furos, porte dos equipamentos de escavação, altura da pilha e granulometria dos fragmentos
rochosos após a detonação.
A figura 3 mostra a relação entre o diâmetro de perfuração e a seção do túnel ou galeria e o tipo
de equipamento de perfuração.
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Figura 3: Influência do diâmetro da perfuração
na seção da galeria
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4.4 Estabilidade do furo
melhor fragmentação;
diminuição dos problemas de repé devido ao melhor aproveitamento das ondas de
choque na parte crítica do furo (linha de greide, pé da bancada);
maior lançamento;
permite maior malha;
permite redução da Razão de Carregamento que pode ser obtida pelo uso de
explosivos de menor densidade;
maior estabilidade da face da bancada;
menor ultra arranque.
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5.0 MALHAS DE PERFURAÇÃO
Malhas quadradas ou retangulares: devido a sua geometria é de fácil perfuração (menor tempo
de locomoção de furo a furo).
Malhas estagiada: devido a geometria de furos alternados dificulta a perfuração (maior tempo
de locomoção furo a furo), porém possui melhor distribuição do explosivo no maciço rochoso.
Malha Triângulo Equilátero: são malhas estagiadas com a relação E/A: 1,15. São indicadas
para rochas compactas e duras. Possuem ótima distribuição da energia do explosivo na área de
influencia do furo, maximizando a fragmentação. O centro do triângulo equilátero, o ponto mais
crítico para fragmentação, recebe igual influência dos três furos circundantes.
Malhas alongadas: : Conforme a relação E/A as malhas podem assumir várias configurações.
As malhas alongadas possuem elevada relação E/A, geralmente acima de 1,75. São indicadas
para rochas friáveis/macias aumentando o lançamento por possuir um menor afastamento.
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6.0 CÁLCULO DOS COMPONENTES DA PERFURATRIZ
VA
NF
A x E x H f x 365
sendo:
VA = volume anual (m3); A = afastamento (m); E = espaçamento (m);
Hf = comprimento do furo (m).
PT = Nf x Hf x Nd (m)
sendo:
Nf = número de furos por dia; Hf = comprimento do furo (m);
Nd = número de dias trabalhados durante o ano.
MP = NH x TP x DM x RMO x U
sendo:
NH = número de horas/dia trabalhado por uma perfuratriz;
TP = taxa de penetração (m/h);
DM = disponibilidade mecânica da perfuratriz (%);
RMO = rendimento da mão-de-obra (%);
U = utilização do equipamento (%).
d) Relação entre metros de haste e metro de furo (K)
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A vida de uma haste de extensão é geralmente dada em metro/haste que difere de metros
perfurados, quando mais de uma haste é utilizada. A relação entre metro/haste e metro perfurado
poderá ser calculada pela seguinte fórmula:
Hf C
K
2C
sendo:
C = comprimento da haste;
K = coeficiente através do qual o número de metros perfurados precisa ser multiplicado para
obter o número de metros/haste.
A figura 4 mostra a relação entre metro/haste e metro perfurado, nesse caso teremos:
K = (Hf + C) / 2C = (9 + 3) / 2 x 3 = 2 significando que o número de haste/metro é 2 vezes
maior que o de metros perfurado. Isto pode ser verificado facilmente:
- a primeira haste perfura 9 m
- a segunda haste 6 m
- a terceira haste 3 m
- Total 18 m
A relação entre metro/haste e metros perfurados = 18/9 = 2
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e) Número de hastes (NH) e luvas (NL)
PT x K
NH e NL
vida util
PT
NP
vida util
PT
NC
vidautil
Exemplo
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A vida útil média dos componentes é a seguinte:
- coroas : 500 m
- punho : 2.500 m
- haste e luvas : 1.500 m
Solução:
VA 1000
. .000
NF 22
A x E x H f x 365 2,5 x 5 x 10 x 365
PT = Nf x Hf x Nd = 22 x 10 x 365 = 80.300 m
PT 80.300
NP 1,26
365 x MP 365 x 174,08
Obs.: Matematicamente o cálculo aponta, aproximadamente, para a necessidade de duas
perfuratrizes. Entretanto, a escolha correta será de uma só perfuratriz, pois basta aumentarmos o
número de horas trabalhadas por dia para obtermos a produção diária desejada. Outra
possibilidade seria a de perfurar com uma maior taxa de penetração.
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e) Relação entre metros de haste e metro de furo (K)
Hf C 10 3
K 2,17
2C 2x3
PT x K 80.300 x 2,17
NH e NL 116
vida util 1500
PT 80.300
NP 32
vida util 2.500
PT 80.300
NC 161
vidautil 500
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7.0 CÁLCULO DO CUSTO TOTAL DA PERFURAÇÃO
A D
CTP
M VP
sendo:
A = custo da ferramenta de perfuração (brocas e cortadores);
M = vida útil da ferramenta em metros;
D = custo horário da perfuratriz (custo de propriedade e custo operativo);
VP = velocidade de penetração (m/h).
O exemplo a seguir evidencia que a soma expedida na aquisição de uma broca com uma
maior velocidade de penetração, aumenta os dividendos, pois o custo total de perfuração será
reduzido e a produção aumentará.
Exemplo do CTP
Uma perfuratriz trabalha em uma mina de cobre a céu aberto, com uma broca de diâmetro de
12¼” . Considerando os seguintes dados:
- Velocidade de penetração da broca normal: 25,0 m/h
- Custo da broca normal: US$ 5.356
- Velocidade de penetração da broca especial XP: 27,5 m/h
- Custo da broca especial XP: US$ 6.169
- Vida útil da broca: 3.000 m
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Broca normal:
US $ 5356
. US $ 450 / h
CTP US $ 19,785 / m
3000
. m 25 m / h
US $ 6169
. US $ 450 / h
CTP US $ 18,420 / m
3000
. m 27,5 m / h
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PROPRIEDADES E SELEÇÃO DE EXPLOSIVOS
1 INTRODUÇÃO
2 EXPLOSIVOS
2.1 Definição
(a) Explosivo básico (ou explosivo base) é um sólido ou líquido que, submetido a uma aplicação
suficiente de calor ou choque, desenvolve uma reação exotérmica extremamente rápida e
transforma-se em gases a altas temperaturas e pressões. Exemplo típico de explosivos básico é
a nitroglicerina C3H5O9N3, descoberta em 1846 pelo químico italiano Ascanio Sobrera.
(b) Os combustíveis e oxidantes são adicionados ao explosivo básico para favorecer o balanço de
oxigênio na reação química de detonação. O combustível (óleo diesel, serragem , carvão em
pó, parafina, sabugo de milho, palha de arroz etc) combina com o excesso de oxigênio da
mistura explosiva, de forma que previne a formação de NO e NO2; o agente oxidante (nitrato
de amônio, nitrato de cálcio, nitrato de potássio, nitrato de sódio etc) assegura a completa
oxidação do carbono, prevenindo a formação de CO. A formação de NO, NO2 e CO é
indesejável, pois além de altamente tóxicos para o ser humano, especialmente em trabalhos
subterrâneos, esses gases reduzem a temperatura da reação “ladrões de calor” e
consequentemente, diminuem o potencial energético e a eficiência do explosivo.
(c) os antiácidos geralmente são adicionados para incrementar a estabilidade do produto à
estocagem, exemplo: carbonato de cálcio, óxido de zinco.
(d) os depressores de chama (cloreto de sódio) normalmente são utilizados para minimizar as
possibilidades de fogo na atmosfera da mina, principalmente nas minas onde ocorre a
presença do gás metano (grisu).
(e) os agentes controladores de densidade e sensibilidade dividem-se em: químicos (nitrito de
sódio, ácido nítrico) e mecânicos (micro esferas de vidro). No controle do pH do explosivo
utilizam-se a cal e o ácido nítrico.
(f) os agentes cruzadores (cross linking) são utilizados juntamente com a goma guar para dar
uma forma de gel nas lamas e evitar a migração dos agentes controladores da densidade.
Exemplo: dicromato de sódio.
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3. PROPRIEDADES DOS EXPLOSIVOS
- RWS - Relative Weight Strength (Energia relativa por massa): é a energia disponível por
massa de um explosivo x, comparada com a energia disponível por igual massa de um explosivo
tomado como padrão. Normalmente o ANFO é tomado como o explosivo padrão. O cálculo do
RWS é feito através da seguinte expressão:
ETx
RWS
ETp
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- RBS - Relative Bulk Strength (Energia relativa por volume): é a energia disponível por
volume de um explosivo x comparada com a energia disponível por igual volume de um
explosivo tomado como padrão. Isto é:
ETx x x
RBS x RWS x
ETp p p
Exemplo 2: Utilizando os dados do exemplo anterior; cálculo da Energia Relativa por Volume
(RBS):
RBS = 1,52 ou RBS = 152. Uma unidade de volume da emulsão possui 52,0% a mais de
energia quando comparada com a mesma unidade de volume do ANFO.
A maioria dos ingredientes dos explosivos são compostos de oxigênio, nitrogênio, hidrogênio e
carbono. Para misturas explosivas, a liberação de energia é otimizada quando o balanço de
oxigênio é zero. Balanço zero de oxigênio é definido como o ponto no qual uma mistura tem
suficiente oxigênio para oxidar completamente todos os combustíveis (óleo diesel, serragem,
carvão, palha de arroz etc.) presentes na reação, mas não contém excesso de oxigênio que possa
reagir com o nitrogênio na mistura para formação de NO e NO2 e nem a falta de oxigênio que
possa gerar o CO, pois além de altamente tóxicos para o ser humano, esses gases reduzem a
temperatura da reação e, consequentemente, diminuem o potencial energético e a eficiência do
explosivo.
Teoricamente, os gases produzidos na detonação a balanço zero de oxigênio são: CO2, H2O e
N2 e na realidade pequenas quantidades de NO, CO, NH2, CH4 e outros gases.
Como exemplo, considere a mistura ideal do nitrato de amônio (N2H403) com o óleo diesel
(CH2):
Necessidades de oxigênio: -3
O resultado é uma deficiência de 3 átomos de oxigênio por unidade de CH2 . Desde que cada
molécula do nitrato de amônio apresenta excesso de um átomo de oxigênio, 3 unidades de
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nitrato de amônio são necessárias para o balanço de cada unidade de óleo diesel na mistura de
AN/FO. Equilibrando a equação:
3N2H403 + CH2 CO2 + 7H2O + 3N2
Usando os pesos moleculares da tabela 3, podemos calcular a soma dos pesos moleculares dos
produtos:
Então sabemos que 240 g de nitrato de amônio reagem com 14 g de carbono quando o balanço é
perfeito, quer dizer, o óleo deve representar, em peso:
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VOD 2
PF 228 x 10 6 x
(1 0,8 x )
sendo:
PF = pressão produzida no furo, quando o explosivo está completamente acoplado ao furo
(MPa);
= densidade do explosivo (g/cm3);
VOD = velocidade de detonação de um explosivo confinado (m/s).
Para a medição da VOD do explosivo, pode-se utilizar o “VOD PROBRE - BLAST
EVALUATOR” de fabricação da INSTANTEL INC. (Canadá) ou o MiniTrap III, de fabricação
da MREL do Canadá. O medidor da VOD (The VOD Probe - Blast Evaluator) possui um
cronômetro eletrônico que é acionado por fibras óticas introduzidas no furo a ser detonado e
mede a VOD. À medida que ocorre a detonação do explosivo, a luz resultante que é emitida
aquece o probe de fibra ótica em um certo tempo, permitindo dessa maneira a medição da VOD
do explosivo. Já o MiniTrap III mede a VOD utilizando cabo coaxial.
determinar a velocidade de detonação do explosivo, para que a partir da mesma seja calculada
a pressão produzida no furo durante a detonação;
comparar a performance do explosivo quando iniciados com diferentes escorvas, acessórios, e
diferentes materiais utilizados para o confinamento do tampão;
verificar se os explosivos e acessórios estão detonando de acordo com o valor fornecido pelos
fabricantes.
As cargas de explosivos com forma cilíndrica têm um diâmetro abaixo do qual a onda de
detonação não se propaga ou propaga-se a velocidade muito abaixo das de regime. A esse
diâmetro, dá-se o nome de diâmetro crítico. Os principais fatores que influenciam no diâmetro
crítico são: tamanho das partículas, reatividade dos seus ingredientes, densidade e confinamento.
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Nitrogênio e Gás Sulfídrico. Os gases nocivos ao ser humano, quanto ao nível de toxidade, são
classificados como:
- Classe 1 - não tóxicos (menor que 22,65 l/kg);
- Classe 2 - mediamente tóxicos (de 22,65 a menos de 46,7 l/kg);
- Classe 3 - tóxicos (de 46,7 a menos de 94,8 l/kg).
A figura 5 mostra como podem ser classificados os explosivos. Neste artigo discutiremos
apenas os explosivos químicos, por serem os mais utilizados pelas minerações e obras civis.
Como mostra a figura 5, há três tipos de explosivos comerciais:
(a) altos explosivos, isto é, explosivos caracterizados pela elevadíssima velocidade de reação
(1500 a 9000 m/s) e alta taxa de pressão (50.000 a 4 milhões de psi). Os altos explosivos
serão primários quando a sua iniciação se der por chama, centelha ou impacto. Secundários
quando, para sua iniciação, for necessário um estímulo inicial de considerável grandeza.
Exemplo de altos explosivos: TNT, dinamites, gelatinas;
(b) baixos explosivos, ou deflagrantes, caracterizam-se por uma velocidade de reação muito baixa
(poucas unidades de m/s) e pressões no máximo de 50.000 psi. Exemplo: pólvora e
explosivos permissíveis.
(c) Agentes detonantes são misturas cujos ingredientes não são classificados como explosivos.
Exemplo: ANFO, ANFO/AL, lama, ANFO Pesado, emulsões.
Primário Secundário
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4.1 Explosivos deflagrante
Dinamites
As dinamites, inventada pelo químico sueco Alfred Nobel, em 1866, diferem em tipo e graduação
conforme o fabricante, podendo, contudo, serem classificadas segundo os seguintes grupos
principais:
Dinamite guhr
Dinamites simples
Dinamites amoniacais
Dinamite guhr
De interesse puramente histórico, resulta da mistura de Nitroglicerina, Kieselguhr e
estabilizantes. Não é mais usada.
Dinamite simples
Resultante da mistura: Nitroglicerina + Serragem + Oxidante + Estabilizante. Como se vê, a
serragem substitui o kieselguhr como absorvente e nitrato de sódio é, em geral, o oxidante usado.
Como estabilizante, ou anti-ácido, usa-se o carbonato de cálcio, com cerca de 1%. A dinamite
simples produz boa fragmentação. Em contrapartida, apresenta um alto custo e gera gases
tóxicos.
Dinamites amoniacais
O alto custo da dinamite simples e as qualidades indesejáveis já citadas permitiram o
desenvolvimento das dinamites amoniacais. As dinamites amoniacais são similares em
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composição, às dinamites simples, mas a nitroglicerina e o nitrato de sódio são parcialmente
substituídos por nitrato de amônio.
Gelatinas
A gelatina também foi descoberta por Alfred Nobel, em 1875. A gelatina é um explosivo
bastante denso de textura plástica, parecendo uma goma de mascar, constituida de nitrocglicerina
+ nitrocelulose + nitrato de sódio. É utilizada apenas em casos especiais. Gera gases nocivos.
Tem grande velocidade de detonação, produz boa fragmentação e ótimo adensamento no furo.
Gelatinas amoniacais
As gelatinas amoniacais têm formulações semelhantes àquelas das gelatinas, porém o nitrato de
amônio substitui, parcialmente, a nitroglicerina e o nitrato de sódio. Essas gelatinas foram
desenvolvidas para substituir as gelatinas, com maior segurança no manuseio e custo menor de
produção, porém menos resistentes à água.
Semi-gelatinas
Constituem um tipo intermediário entre as gelatinas e as dinamites amoniacais, combinando a
baixa densidade das amoniacais com a resistência à água e a coesão das gelatinas, em grau mais
atenuados. As composições são semelhantes àquelas da gelatinas amoniacais, com variações nas
proporções de nitroglicerina, nitrato de sódio e nitrato de amônio, este em porcentagens mais
altas. Os gases variam de excelentes a pouco tóxicos. Existem diversas variantes comerciais.
A tabela 4 mostra as % dos ingredientes dos altos explosivos.
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ANFO
Entre os explosivos granulados, há um universalmente conhecido, formado pela mistura pura e
simples de nitrato de amônio (94,5%) e óleo diesel (5,5%) denominado ANFO, sigla esta
resultante dos vocábulos ingleses Ammonium Nitrate e Fuel Oil. As proporções acima,
consideradas ideais, foram determinadas pelos americanos Lee e Akre, em 1955. As maiores
vantagens do ANFO são: ocupar inteiramente o volume do furo, grande insensibilidade aos
choques, poucos gases tóxicos e redução do preço global do explosivo (US$0,30/kg). As maiores
desvantagens: falta de resistência à água, baixa densidade (0,85 g/cm3) e necessidade de um
iniciador especial. A reação ideal do ANFO (N2H403 - Nitrato de amônio e CH2 - Óleo diesel)
quando o balanço de oxigênio é zero, pode ser expressa por:
Outros explosivos granulados, fabricados por diferentes produtores, nada mais são do que
formulações similares à do ANFO, com adição de outros ingredientes, explosivos ou
sensibilizantes, combustíveis, oxidantes e absorventes.
ANFO/AL
Os primeiros trabalhos realizados com explosivos contendo alumínio na sua formulação, a fim
de otimizar os custos de perfuração e desmonte, foram conduzidos no início da década de 60, em
minas de ferro no Peru e mais tarde na Austrália. O objetivo da adição de alumínio ao ANFO é
aumentar a produção de energia do mesmo. A adição de alumínio no ANFO varia de 5 a 15% por
peso. Acima de 15% a relação custo-benefício tende a não ser atrativa. A reação do ANFO/AL
contendo 5% de Al pode ser expressa por:
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Tabela 5: Composição básica da Lama
FASE CONTÍNUA
Água 15 - 20%
Nitrato de Amônio e/ou de Sódio/Cálcio 65 – 80%
Goma + Agentes Cruzadores 1 – 2%
FASE DESCONTÍNUA
Óleo Diesel 2 - 5%
Alumínio 0 - 10%
Agentes de Gaseificação 0,2 %
4.2.3 EMULSÕES
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Tabela 7: Composição típica do ANFO Pesado com resistência à água (Katsabanis, 1999).
São assim chamados os explosivos que podem ser usados em algumas minas
subterrâneas, nas quais podem acontecer emanações de metano que, com o ar, forma uma mistura
inflamável, ou então, em minas com poeiras carbonosas em suspensão.
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5 CRITÉRIOS GERAIS DE SELEÇÃO DE UM EXPLOSIVO COMERCIAL
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Tabela 10: Equivalência de alguns explosivos comerciais disponíveis no mercado
brasileiro.
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Tabela 11: Equivalência de alguns acessórios comerciais disponíveis no
mercado brasileiro.
TIPO DE FABRICANTE NOME APLICAÇÕES
ACESSÓRIO COMERCIAL
ESPOLETA ORICA MANTESIS Especial para prospecção
ELÉTRICA sísmica.
SISMOGRÁFICA
ESPOLETA ORICA MANTESPO Iniciar cargas explosivas de
SIMPES BRITANITE ESPOLETA N 8 pequeno diâmetro ou cordéis por
BRITANITE meio de estopim .
IMBEL BELDETON
MAGNUM MAG-DET
ESTOPIM DE ORICA COBRA/COBRINHA - Destinado à iniciação de
SEGURANÇA PIROBRÁS COMUM PIONEIRO espoletas simples e pólvoras.
ORICA MANTOPIM
BRITANITE BRITAMPIM - Iniciação de cargas explosivas
IMBEL BELPIM e fogacho.
PIROBRÁS PIROPIM
MAGNUM MAG-PIM
CORDEL ORICA MANTICORD Iniciação de cargas explosivas,
DETONANTE BRITANITE BRITACORD iniciação do Nonel, Brinel,
IMBEL BELCORD Mantinel, Exel.
PIROBRÁS PIROCORD
MAGNUM MAG-CORD
CORDEL ORICA CORDTEX Iniciação de cargas explosivas e
DETONANTE MAGNUM MAG-WAX da linha silenciosa.
REFORÇADO
ESPOLETA BRITANITE BRITACRON Retardar através de esperas de
SIMPLES DE PIROBRÁS PIROCRON milesegundos, a propagação da
RETARDO detonação do cordel detonante.
BOOSTER ORICA AMPLEX Reforçar a iniciação de qualquer
BRITANITE BRITEX/BOOSTER tipo de explosivo.
BRITANITE
PIROBRÁS PIROFORT
MAGNUM MAG-FORCE
SISTEMA DE ORICA EXEL Destinado a retardar em
RETARDO NÃO BRITANITE BRINEL milesegundos, a iniciação das
ELÉTRICO IMBEL NONEL cargas explosivas.
PIROBRÁS PIRO-NEL
MAGNUM MAG-NEL
TEC HARSEIM TECNEL
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MECANISMOS DE RUPTURA DA ROCHA
capazes de serem transportados ou escavado por equipamento disponível. Para isso, são
da pilha ; iii) redução dos problemas ambientais; iv) mínimo de dano ao maciço remanescente .
FASE DINÂMICA
A fase dinâmica do processo de fragmentação corresponde a ação das ondas de choque. Inicia
Para SCOTT (1996), a fase dinâmica corresponde a fase de choque representada pelas ondas de
do furo. A passagem da onda de tensão em volta do furo estabelece um estado de tensão semi-
estático.
A fase dinâmica finda com o surgimento gradativo das fraturas tangenciais a partir das faces
livres.
Quando a onda de choque compressiva possui energia suficiente para alcançar a face livre e
retornar refletida com amplitude de tensão superior a resistência de tração do maciço rochoso,
FASE SEMI-ESTÁTICA
Esta fase corresponde a ação da pressão dos gases de detonação. Trata-se do trabalho mecânico
percorrem pelas fendas e pelas microfissuras resultantes da fase dinâmica, os gases gerados da
detonação agem através da ação de cunhas, propagando fendas e fraturas, conforme ilustrado na
figura 6. Assim, separam parte do maciço rochoso em fragmentos de rochas. A medida em que os
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gases são liberados, ocorre o lançamento dos blocos, consumando-se o desmonte de rocha
Trituração da rocha
vizinho na forma de uma onda de compressão, ou onda de choque, que se propaga a uma
velocidade de 2.000 a 6.000 m/s. A pressão da frente da onda de choque, que se expande de
forma cilíndrica, atinge valores acima de 18.000 atm, superando a resistência dinâmica à
Fraturamento radial
intensa compressão radial que induz componentes de tração nos planos tangenciais da frente da
onda. Quando as tensões superam a resistência dinâmica à tração da rocha, inicia-se a formação
de uma zona densa de fraturas radiais ao redor da zona triturada que rodeia o furo.
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Reflexão da onda de choque
Quando a onda de choque alcança uma superfície livre são geradas uma onda de tração e outra de
cisalhamento. A onda de tração pode causar fissuramento e fazer a rocha se lascar na região da
superfície livre. Ambas as ondas de tração e de cisalhamento podem estender as fissuras pré-
existentes.
Durante e depois da formação das fendas radiais, os gases começam a expandir-se e penetrar nas
fraturamento por cisalhamento ocorre quando uma rocha adjacente é deslocada em tempos
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Ruptura por flexão
A pressão exercida pelo gases da explosão faz com que a rocha atue como uma viga, produzindo
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PLANO DE FOGO - A CÉU ABERTO
1. Introdução
Não obstante, devido a grande heterogeneidade das rochas, o método de cálculo do plano
de fogo deve basear-se em um processo contínuo de ensaios e análises que constituem o ajuste
por tentativa.
desmontes e o cálculo das cargas. É óbvio que em cada caso, depois das provas e análises dos
2. Desmonte em banco
2.1 Aplicações
As aplicações mais importantes são: escavação de obras públicas e mineração a céu aberto.
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Uma produção elevada requer furos maiores. A produção não aumenta linearmente em
relação ao diâmetro do furo, mas praticamente de uma forma quadrática, o que depende da
Com regra prática pode-se dizer que a altura, em metros, econômico de uma bancada
deverá ser entre 2 a 5 vezes o diâmetro do furo em polegadas. Utilizando essa regra, também um
A escolha da altura de bancada é uma decisão que deve ser tomada levando-se em consideração
questões de ordem técnica e econômica, a saber:
(1) As condições de estabilidade da rocha que compõe o maciço e a segurança nas
operações de escavação;
(2) O volume de produção desejado, o qual determinará o tipo e o porte dos
equipamentos de perfuração, carregamento e transporte;
(3) A maximização da eficiência no custo total de perfuração e desmonte.
Principalmente quando se considera a redução dos custos de perfuração e desmonte há uma
tendência mundial por se trabalhar com bancadas altas. Para se entender melhor o porque disto,
consideremos o exemplo de uma mineração em bancadas cuja cava tenha 60 metros de
profundidade conforme a figura 9 (JOÃO CARLOS, 1998).
1º CASO 2º CASO
60 m
15 m
10 m
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bancadas de 15 m de altura, seriam necessárias apenas 4 bancadas para se atingir os mesmos 60
m. Ou seja, uma economia de 33 % em número de bancadas.
Consideremos agora, que os seguintes ítens de custo são iguais ou aproximadamente iguais tanto
para a bancada de 10 m quanto para a bancada de 15 m:
(1) A metragem de tampão, por exemplo 1,5 m , a qual é responsável pela maior parte
dos fogos secundários de uma detonação por ser a porção do furo não carregada com
explosivos;
(2) A metragem de subfuração, a qual não contribui com nenhum acréscimo para o
volume de material detonado;
(3) O consumo de acessórios utilizados na ligação dos furos na superfície superior da
bancada;
(4) A mão-de-obra utilizada no carregamento dos fogos de uma das bancadas;
(5) O período de tempo necessário para evacuação, espera e retorno às áreas
detonadas, durante o qual as operações de lavra devem ser suspensas.
Fica claro que todos os ítens listados acima, sofreriam uma redução de 33 % se optássemos pelo
segundo caso no exemplo da figura 9.
Todavia, ao adotarmos bancadas mais altas nos deparamos com alguns inconvenientes, os quais
podem ou não anular e até suplantar o peso das vantagens obtidas:
(1) A precisão da perfuração torna-se cada vez menor a medida que cresce a coluna de
hastes de perfuração, gerando desvios indesejáveis que comprometem seriamente os
resultados de fragmentação e arranque do pé da bancada;
(2) Devido aos mesmos desvios, há sempre um risco de acidentes com ultra-
lançamento;
(3) A velocidade de perfuração efetiva cai com o aumento da profundidade perfurada,
tanto pela diminuição na velocidade de avanço como pelo aumento no ciclo de
introdução e remoção das hastes;
(4) A altura da pilha de material detonado aumenta, demandando equipamentos de
carga de maior porte, ou causando aumento no ciclo de carregamento e submetendo os
equipamentos a um maior desgaste;
(5) Há um ligeiro aumento na razão de carga.
carregamento:
35
PÁ CARREGADEIRA: H = 5 a 15 (m)
Em alguns casos a altura do banco está limitada pela geologia do jazimento, por
O tamanho do blocos “Tb“ se expressa por sua maior longitude, podendo apresentar os
seguintes valores:
b) Material estéril que vai para a pilha de deposição controlada, dependerá da capacidade da
caçamba do equipamento de carregamento:
Observação: O tamanho ótimo do bloco é, normalmente, aquele cuja relação com a dimensão da
caçamba do equipamento de carregamento se encontra entre 1/6 e 1/8.
c) Material para o porto e barragens: granulometria que vai deste 0,5 t a 12 t por bloco.
36
2.5 Variáveis geométricas de um plano de fogo
sendo:
37
a) Afastamento (A) - É a menor distância que vai do furo à face livre da bancada ou a menor
distância de uma linha de furos a outra. De todas as dimensões do plano de fogo essa é a mais
crítica.
AFASTAMENTO MUITO PEQUENO - A rocha é lançada a uma considerável distância da
face. Os níveis de pulsos de ar são altos e a fragmentação poderá ser excessivamente fina.
A 0,01232 e 1,5 x De
r
38
Tabela 12: Comentários a respeito da relação Hb e Afastamento (A). Fonte: (Konya, 1985)
- os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:
(Hb 7 A )
E
8
E = 2xA
- os furos são detonados com retardados, a seguinte expressão pode ser usada:
E = 1,4 x A
O espaçamento nunca deve ser menor que o afastamento, caso contrário, o número de
matacões será excessivo.
Observação: as Malhas Alongadas possuem elevada relação E/A, geralmente acima de 1,75.
São indicadas para rochas friáveis/macias.
39
c) SUBPERFURAÇÃO (S) - É o comprimento perfurado abaixo da praça da bancada ou do
greide a ser atingido. A necessidade da subperfuração, decorre do engastamento da rocha no
pé da bancada. Caso não seja observada esta subperfuração, a base não será arrancada
segundo um angulo de 90 e o pé da bancada não permanecerá horizontal, mas formará o que
é conhecido como “repé”. O repé exigirá perfurações secundárias de acabamento,
grandemente onerosa e de alto riscos para operários e equipamentos.
S = 0,3 A
Hb
Hf 1 xS
cos 100
e) TAMPÃO (T) - É a parte superior do furo que não é carregada com explosivos, mas sim
com terra, areia ou outro material inerte bem socado a fim de confinar os gases do explosivo.
O ótimo tamanho do material do tampão (OT) apresenta um diâmetro médio (D) de 0,05 vezes
o diâmetro do furo, isto é:
OT = D / 20
T = 0,7 A
40
T < A risco de ultralançamento da superfície mais alta aumenta.
T > A produzirá mais matacões, entretanto o lançamento será menor ou eliminado.
f) VOLUME DE ROCHA POR FURO (V) - O volume de rocha por furo é obtido
multiplicando-se a altura da bancada (Hb) pelo afastamento (A) e pelo espaçamento (E):
V = (Hb /cos) x A x E
Hf
PE
V
de 2
RL x e
4000
A carga de fundo é uma carga reforçada, necessária no fundo do furo onda a rocha é mais
presa.
41
Alguns autores sugerem que Hcf deve ser um valor entre 30 a 40% da altura da carga de
explosivos (Hc). A tendência, a depender dos resultados dos desmonte, é de reduzi-la cada vez
mais para diminuir os custos com explosivos.
Hc = 0,3(Hf - T)
Carga de coluna é a carga acima da de fundo; não precisa ser tão concentrada quando a de
fundo, já que a rocha desta região não é tão presa.
A altura da carga de coluna é igual a altura total da carga (Hc) menos a altura da carga de
fundo (Hcf):
Hcc = Hc - Hcf
CT = CF + CC
CT
RC ( Kg / m3 )
V
42
3. EXEMPLOS DE CÁLCULO DE PLANO DE FOGO
Exemplo 1
Dados:
Rocha: granito são
Altura da bancada: 15,0 m
Diâmetro da perfuração: 101 mm (4”)
Angulo de inclinação dos furos: 20
Explosivo utilizado: ANFO (94,5/5,5); = 0,85 g/cm3
Densidade da rocha: 2,7 g/cm3
Condição de carregamento: furos secos.
a) Cálculo do Afastamento (A)
A0,0123 2 e 1,5 xDe
r
0,85
A 0,0123 2 1,5 x 101 2,6 m
2,7
Hb 15 20
Hf 1 xS 1 x 0,8 16,6 m
cos 100 cos 20
100
43
d) Cálculo do Espaçamento (E)
Como Hb/A = 5,8 Hb/A > 4, e utilizaremos elementos de retardos entre os furos de uma mesma
linha, a seguinte expressão será aplicada:
de 2
RL x e
4000
Para o ANFO:
de 2 3,14101
2
RL ANFO x e x 0,85 6,8 Kg / m
4000 4000
44
j) Cálculo da razão de carregamento (RC)
CE 100,64 kg 100,64 kg
RC 673,72 g / m 3 249,5 g / t
V 149,38 m 3 149,38 m 3 x 2,7 t / m 3
Hf 16,6 m
PE 0,11 m / m 3
V 149,38 m 3
Exemplo 2
Considere os dados do problema anterior, assuma que um total de 4481 m3 de rocha deve
ser produzida no desmonte.
Dados:
Custo com explosivos e acessórios:
ANFO: R$0,5/kg
30 Boosters (um por furo): R$3,0 / unidade R$3,0 x 30 = R$90,0
2 Retardos de superfície de 30 ms: R$4,5 / unidade 4,50 x 2 = R$9,0
Cordel detonante (581 m): R$0,45/m R$0,45 x 581 = R$261,45
2 estopins espoletados: R$0,70 R$0,70 x 2 = R$1,40
45
a) Cálculo do número de furos necessários (NF)
MP = NF x Hf = 30 x 16,6 = 498 m
TE = NF x CE = 30 x 100,64 kg = 3019,2 kg
d) Cálculo do custo dos explosivos e acessórios (CEA)
g) Custo por m3
46
h) Custo por tonelada
Exemplo 3
A0,0123 2 e 1,5 xDe
r
1,15
A 0,0123 2 1,5 x 64 2,0m
2,5
47
c) Cálculo da profundidade do furo (Hf)
Hb 7,5 20
Hf 1 xS 1 x 0,6 8,2 m
cos 100 cos 15
100
Como Hb/A =3,8 Hb/A < 4, e utilizaremos elementos de retardos entre os furos de uma mesma
linha, a seguinte expressão será aplicada:
(Hb 7 A ) 7,5 7 x 2
E 2,7 m
8 8
Hcc 6,8 m
NCe 11
Comp. do cartucho 0,610 m
48
k) Cálculo da razão de carregamento (RC)
Hf 8,2 m
PE 3
0,20 m / m 3
V 41,9 m
49
ESTUDO DA FRAGMENTAÇÃO DA ROCHA
Carregamento Transporte
- menor enchimento das caçambas - atraso na pilha de deposição
- presença de blocos e lajes - pisos irregulares
- pilha baixa e compacta - ângulos acentuados das
- aumento nos custos da das vias de acesso
manutenção - aumento nos custos de
- aumento do ciclo dos caminhões manutenção
escavadeiras e/ou pá carregadeira - desgastes dos pneus e/ou das
- aumento do desmonte secundário correias transportadoras
Meio Ambiente
- excessivo pulso de ar
- maior ultralançamento
- excessiva poeira e gases
- excessiva vibração
- riscos de danos às instalações,
estruturas, equipamentos e
operários
50
menor espaçamento entre os furos;
menor afastamento;
furos mais rasos ou melhor distribuição da carga dentro do furo;
maior controle e supervisão na perfuração;
uso de maiores tempos de retardo;
uso de explosivos mais energéticos.
51
Figura 38 - Perfis de pilhas de rochas desmontadas.
52
Figura 39: a) altura de pilha apropriada para a pá carregadeira;
b) altura da pilha apropriada para escavadeiras a cabo e hidráulica.
53
EFEITO DOS RETARDOS NOS DESMONTES DE ROCHAS
Figura 40: a) ligação em um banco que apresenta apenas uma face livre;
b) ligação em um banco que apresenta duas faces livres.
54
Figura 41 - Ligação em “V” utilizada para se obter uma pilha mais alta e uma melhor
fragmentação, utilizando o sistema de iniciação de tubos de choque.
55
Figura 42 - Sistema de iniciação “down -the-hole” utilizada para evitar cortes na ligação.
56
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE DO
DESMONTE DE ROCHA
57
ESTUDO DAS ABERTURAS SUBTERRÂNEAS
ABERTURA DE TÚNEIS E GALERIAS
1.0 Introdução
2.0 Pilões
Para um desmonte ser econômico, e necessário que a rocha a ser desmontada tenha face
livre. Em algumas aplicações de desmontes essas faces livres inexistem. É o caso do
desenvolvimento de túneis, shafts, e outras aberturas subterrâneas, onde torna-se necessário criar
faces livres artificialmente. Isto é feito preliminarmente no desmonte principal, através da
perfuração e detonação de uma abertura na face da perfuração. Essa abertura é denominada
“pilão” (cut).
A seleção do pilão depende não somente das características da rocha e da presença de
juntas e planos de fraqueza, mas também da habilidade do operador, do equipamento utilizado,
do tamanho da frente e da profundidade do desmonte. Os principais tipo de pilão são:
Pilão em centro ou em pirâmide (Center Cut) – figura 43
Pilão em V (Wedge Cut) – figura 44
Pilão Norueguês (The Draw Cut) – figura 45
Pilão Coromant – figura 46
Pilão queimado ou estraçalhante (The Burn Cut) – figura 47
Pilão em Cratera
Pilão Circular ou Pilão de Furos Grandes
58
Vista Lateral
Vista Frontal
Vista Isométrica
59
Plano
Vista Frontal
Vista Isométrica
60
Vista Lateral
Vista Frontal
Vista Isométrica
61
Figura 46 – Pilão Coromant
O pilão queimado é o mais utilizado na abertura de túneis e galerias. É assim chamado porque
consta de uma série de furos, dos quais um ou mais não são carregados. A detonação da carga se
faz por fogos sucessivos, servindo os furos não carregados como pontos de concentração de
tensões. A figura 14 mostra o esquema de um pilão queimado.
62
Abertura de Túneis e Galerias
63
3.0 PLANO DE FOGO SUBTERRÂNEO
3.1 Conceituação
Chama-se “plano de fogo” o plano que engloba o conjunto dos elementos que permitem
uma perfuração e detonação correta de um túnel, galeria, poço etc., através do equipamento
previsto para este serviço e dos tempos necessários ao cumprimento do cronograma.
A primeira parte de um plano de fogo refere-se à determinação do explosivo e sua forma
de detonação. Seguem-se a verificação do projeto e o estudo do tempo. A figura 49 mostra as
zonas de um desmonte de um túnel ou galeria.
Pilão
Em rochas competentes os túneis com seções inferiores a 100 m2 podem ser escavados
com perfuração e desmonte à seção plena. As escavações por fase é utilizada na abertura de
grandes túneis onde a seção é demasiada grande para ser coberta pelo equipamento de perfuração
ou quando as características geomecânicas das rochas não permitem a escavação a plena seção.
A figura 50 mostra os tipos de sistemas de avanços e as perfurações e um túnel com
avanço em duas seções. Já a figura 51 mostra uma perfuração de um túnel efetuada por um
jumbo.
64
Abertura de Túneis e Galerias
a) Seção Plena
Figura 50: a) tipos de sistemas de avanços; b) túnel com avanço em duas seções.
65
Figura 52 – Nomenclatura dos furos de uma galeria
66
Figura 54 – Razão de carga para diferentes seções e diâmetros de perfuração
67
Figura 56 – Diâmetro furo vazio x Distância entre centro dos outro furos
O avanço no desmonte é limitado pelo diâmetro do furo de expansão e o desvio dos furos
médios “X” pode chegar a 95% da profundidade dos furos “L”, isto é:
X = 0,95L
Nos furos de quatro seções a profundidade dos furos pode ser estimada com a seguinte
expressão:
68
Quando se utiliza pilão de dois furos vazios em lugar de um só de mesmo diâmetro, a
equação anterior continua sendo válida fazendo:
69
Figura 58 – Gráfico: Concentração de carga, distância (a) e diâmetro de furos vazios
70
Figura 59 – Concentração de carga (kg/m) x afastamento máximo (B) para diferentes larguras
de aberturas (W)
71
Figura 60 – Sistemática do cálculo do pilão
72
Figura 61
73
Altura da
carga de Concentração
Parte da Afast. da Carga
Espaçam. fundo Tampão
Seção
Fundo Coluna
(kg/m) (kg/m)
Piso
Parede
Teto
Interm.:
P/ cima
Lateral
P/ baixo
Tabela 14 -
74
Figura 63 – Iniciação com NONEL GT/T
75
Figura 64
76
No gráfico acima para B = 0,27 m
77
78
79
80
Altura da Concentração
Afastam. Espaçam. Carga de da Carga
Parte da Tampão
Fundo
Seção
(m)
Fundo Coluna
(kg/m) (kg/m)
Piso
Parede
Teto
Interm.:
P/ cima
Lateral
P/ baixo
81
Diâmetro Razão
do furo Linear Tipo de
Afastament Espaçamento
Explosivo o
82
83
84
85
f.5) Furos intermediários acima do pilão:
86
DESMONTE DE PRODUÇÃO
87
88
DESMONTE DE PRODUÇÃO
89
FIGURA 66 – PERFURAÇÃO DO REALCE
90
Figura 67 - Perfuração no Método de Furos Longos
91
Figura 68 - Método de Lavra Figura 69 - Carregamento do VCR
VCR – Vertical Crater Retreat
92
PLANO DE FOGO PARA O DESMONTE ESCULTURAL
1. Introdução
Nas minerações a céu aberto, no controle dos taludes finais, podem produzir as seguintes
vantagens:
elevação do ângulo do talude, conseguindo-se um incremento nas reservas recuperáveis ou
uma diminuição da taxa de lavra (estéril/minério);
redução dos riscos de desprendimento parciais do talude, minimizando a necessidade de
bermas largas, repercutindo positivamente sobre a produção e a segurança nos trabalhos de
explotação;
tornar seguro e estético os trabalhos de desmonte relacionados à engenharia urbana.
Paralelamente, nos trabalhos subterrâneos a aplicação dos desmonte de contorno tem as
seguintes vantagens:
menores dimensões dos pilares nas explotações e, por conseguinte, maior recuperação do
jazimento;
melhora a ventilação, devido ao menor atrito entre o ar e as paredes das galerias;
aberturas mais seguras com um menor custo de manutenção das paredes, tetos e pisos;
menor risco de danos à perfuração prévia, no caso do método de lavra VCR (Vertical Crater
Retreat).
93
2. Pressão produzida no furo durante a detonação do explosivo
VD2
PF 228 x 106 x x
(1 0,8 )
sendo:
PF = pressão da carga da coluna de explosivo acoplada ao furo (MPa);
= densidade do explosivo (g/cm3);
VD = velocidade de detonação de um explosivo confinado (m/s);
3. Desacoplamento e espaçadores
2,4
d
PE PF Cl
D
onde:
PE = pressão efetiva (amortecida), MPa;
Cl = quociente entre a longitude da carga de explosivo e da longitude da carga de coluna
(Cl = 1, para cargas
contínuas, isto é, sem espaçadores);
d = diâmetro da carga de explosivo (polegadas ou mm);
D = diâmetro da perfuração (polegadas ou mm).
94
Figura 69: Método do Pré-corte (pre-splitting)
M
X L
R
95
A literaratura recomenda as seguintes razões lineares de carregamento em função do diâmetro do
furo:
38 140
51 190
64 250
76 450
89 650
102 800
114 1100
O pré-corte com Air deck refere-se a um sistema no qual combina o efeito do explosivo
com uma câmara de ar no furo da perfuração. Esse sistema difere do tradicional de carga sólida.
O ar se forma ao remover parte da quantidade de explosivo normalmente utilizado em uma carga
sólida. O Multiplug consiste de uma bolsa inflada de ar com uma pressão aproximadamente de 7
psi, cujo objetivo é de reter os gases por um certo tempo, que é colocada a um nível de
profundidade determinado, vindo logo abaixo do tampão (figura 72).
Tampão Tampão
Tampão Multi
Plug
Carga
Desacoplada Cargas
Espaçadas
Carga
Fig.70 - Pré-corte com carga contínua Fig. 71 - Pré-corte com cargas Fig. 72 - Pré corte
desacoplada. Espaçadas com ar com o
ou material inerte Air-deck
O método de desmonte escultural com AIR DECK diminui a pressão inicial dos gases
produzidos pela explosão, e incrementa o confinamento dos gases e tempo de ação da explosão
sobre a rocha. O princípio básico é o de permitir que a energia potencial do explosivo seja
transferida ao meio sólido em uma seqüência de pulsos em vez de uma expansão instantânea.
Essa nova técnica apresenta as seguintes vantagens em relação a técnica do pré-corte com cargas
desacopladas ou cargas espaçadas:
uso de explosivos comuns (ANFO), em vez de explosivos especiais utilizados para o pré-
corte, traduzindo-se em redução de custo;
96
obtenção de taludes mais altos e seguros, pela diminuição de fraturas que penetram nos
bancos;
Regras práticas para o cálculo do desmonte escultural com o sistema AIR DECK
Espaçamento dos furos: (16 a 24) vezes o diâmetro do furo (em metros);
Carga de explosivos por furo (Q): (0,4 a 1,4) x H x E (em kg), sendo: H = prof. do furos,
E = espaçamento;
Para efeito de cálculo utilizaremos os valores médios das regras práticas na determinação
dos seguintes parâmetros:
97
Exemplo do cálculo do desmonte de PRODUÇÃO o sistema AIR DECK:
Dados do furo:
Diâmetro dos furos( f): 3” = 0,0762 m; Profundidade dos furos (H): 14 m; Comprimento da
carga de fundo (Cf): 0,6 m (um cartucho de 2-1/2” x 24”, por exemplo).
Cálculos:
Longitude do tampão (T) ou posição do plugue em relação ao topo do furo:
T = 19 x f = 19 x 0,0762 = 1,4 m
Observações:
a última linha de furos de produção (buffer line) deve ter sua carga reduzida, no mínimo
de 50%, para que a parede do pré-corte não seja danificada durante a detonação principal;
nos exemplos acima, os valores devem ser ajustados em função das descontinuidades (falhas,
juntas, fissuras, dobras etc.) apresentadas pelas rochas e o tipo de explosivo;
o sucesso do pré-corte pode ser constatado no campo através da ocorrência das “meias canas”
(vestígios dos furos no talude após a detonação);
o pré-corte com cargas desacopladas vem caindo em desuso em função do método ser
laborioso e apresentar um alto custo de execução em relação ao uso do sistema Air deck;
com a introdução do sistema Air deck, as minerações vêm reduzindo seus custos de perfuração
e explosivos, no pré-corte, em até 30%, aumentando a segurança dos taludes e diminuindo os
níveis de vibração do terreno, provocados pelo desmonte escultural.
98
PROBLEMAS AMBIENTAIS GERADOS
PELOS DESMONTES DE ROCHAS
A detonação de uma carga explosiva contida em um furo gera pressões instantâneas que
podem atingir níveis que variam de 2 a 600 MPa, dependendo das características e quantidades
do explosivo utilizado.
Parte da energia gerada pelo explosivo vai trabalhar na quebra e lançamento da massa
rochosa; outra parte vai passar diretamente ao maciço rochoso na forma de ondas de choque
instáveis, de alta velocidade (body waves), que vai se propagar pelo maciço, sob forma
ondulatória, provocando vibrações, até que a energia se dissipe; uma terceira parte da energia de
detonação vai ser transmitida à atmosfera, provocando ruídos e onda aérea (sobrepressão
atmosférica). A figura 73 mostra os principais problemas gerados pelos desmontes de rochas.
99
muitas vezes, pouco o que fazer, pois tentam encontrar um plano de fogo para otimizar o
desmonte de rocha sem realizar uma pesquisa, com o uso adequado de instrumentação, para
determinar a influencia de diversos parâmetros nos problemas ambientais gerados pelas
detonações com o uso de explosivos.
A maioria dos países tem normas locais, que especificam legalmente níveis aceitáveis de
vibração do solo provocadas por detonações. Estas normas são baseadas em pesquisas que
relacionam o pico da velocidade com os dados estruturais. No Brasil a ABNT estabeleceu
normas, através da NBR 9653 (Norma Brasileira Registrada), para reduzir os riscos inerentes ao
desmonte de rocha com uso de explosivos em minerações, estabelecendo os seguintes parâmetros
a um grau compatível com a tecnologia disponível para a segurança das populações vizinhas:
onde:
VL, VT e VV são respectivamente os módulos de vibração medidas de zero a pico,
segundo as direções L - longitudinal, T - transversal e V - vertical, definidas com relação à reta
que passa pelo central da detonação e pelo ponto de medição.
nível de pressão acústica (sobrepressão de ar): o nível de pressão acústica definido na
NBR 7731 e medido além da área de operação não deve ultrapassar o valor de 134 dBL, o que
corresponde a uma pressão acústica de pico de 100 Pa.
Ultralançamento: o ultralançamento não deve ocorrer. A verificação do ultralançamento deve
ser efetuada no ambiente externo à área de operação da mina.
Esses parâmetros foram estabelecidos a partir de instrumentações realizadas em
pedreiras da Grande São Paulo, que hoje situam-se em zona urbana de grande densidade
demográfica, cercadas de edificações em sua maioria de baixa qualidade, o que torna o limite da
velocidade da partícula extremamente conservador.
Na maioria das operações, os níveis de vibrações são mantidas bem abaixo dos critérios
estabelecidos para evitar danos. Entretanto, o respeito às leis não excluem problemas: vibrações
dentro de limite legais podem ainda aborrecer vizinhos. Estes aborrecimentos poderão induzir a
problemas de relacionamento com a vizinhança, litígios e fechamento da mina.
100
2. Causas dos problemas ambientais gerados pelos desmontes de rochas por explosivos
Quando um explosivo detona dentro de um furo ondas de tensão são geradas causando
distorções e fissuras no maciço rochoso. Entretanto, imediatamente fora dessa vizinhança, não
ocorrem permanente deformações, e sim uma rápida atenuação das ondas de tensão, fazendo com
que o terreno exiba propriedades elásticas. As vibrações dos terrenos geradas pelo desmontes de
rochas por explosivos se transmitem através dos materiais como ondas sísmicas cuja frente de
desloca radialmente a partir do ponto de detonação. As distintas ondas sísmicas se classificam
em dois grupos: “ondas internas” e “ondas superficiais”.
O primeiro tipo de ondas internas são denominadas “Primárias ou de Compressão”,
figura 74 - a). Estas ondas se propagam dentro dos materiais, produzindo alternadamente
compressões e rarefações e dando lugar a um movimento das partículas na direção de propagação
das ondas. São
as mais rápidas e produzem troca de volumes, sem troca de forma, no material através do qual se
movimentam.
O segundo tipo é constituido das “Ondas Transversais ou de Cisalhamento-S”, figura 74 -
b), que dão lugar a um movimento das partículas perpendicular a direção de propagação da onda.
Os materiais submetidos a esses tipos de onda experimentam trocas de forma e não de volume.
101
a)
b)
As ondas do tipo superficial que são geradas pelos desmontes de rochas são: as Ondas
Rayleigh-R e as Ondas Love-Q. Outros tipos de ondas superficiais são as ondas Canal e as Ondas
Stonelly.
Na prática, a velocidade de pressão das ondas transversais é da ordem de 50 a
60% da velocidade das ondas compressionais.
Sempre que um explosivo é detonado ondas transientes de pressões são geradas. Como o
ar é compressivel, absorve parte da energia da onda de pressão, a medida que essas ondas passam
de um ponto a outro, a pressão do ar aumenta rapidamente a um valor acima da pressão
atmosférica. Antes dessas ondas retornarem a um valor abaixo da pressão atmosférica as mesmas
sofrem uma série de oscilações. A pressão máxima, isto é, acima do valor da pressão
atmosférica, é conhecida como sobrepressão atmosférica ou sopro de ar.
Essas pressões compreendem energia em diferentes faixas de freqüências. A
sobrepressão atmosférica que se transforma com a distância em relação à detonação, ao atingir a
freqüência acima de 20 Hz é perceptível pela audição humana na forma de ruído, já os valores
102
abaixo de 20 Hz são imperceptíveis, entretanto, eles podem causar uma concussão nas
residências. A sobrepressão atmosférica e o ruído são medidos em decibeis (dB) ou pascal (Pa).
A sobrepressão atmosférica contém uma considerável quantidade de energia de baixa
freqüência que pode chegar a produzir danos diretamente sobre as estruturas, entretanto são mais
comuns as vibrações de alfa freqüência que se manifestam como ruído das janelas, portas etc.
A sobrepressão atmosférica de baixa freqüência ao atingir uma residência provoca
vibrações nas estruturas. Se a vibração induzida é de suficiente magnitude será percebida pelos
ocupantes da residência podendo causar danos materiais.
Os elementos flexíveis de uma residência (paredes, pisos, teto etc.) e os objetos fixados
aos mesmos (quadros, lustres, persianas, móveis, louças etc.) são muito sensíveis às
sobrepressões atmosféricas. Muitas vezes a intensidade da sobrepressão é notada pelos residentes
através de objetos situados nas mesas, armários, estantes, quando estes começam a vibrar,
ocorrendo assim uma vibração secundária, provocando a reação imediata dos ocupantes das
residências.
103
Os gradientes do vento e as inversões de temperatura podem afetar os níveis da
sobrepressão atmosférica. Coberturas de nuvens também podem causar a reflexão da onda de
pressão de volta para a superfície a uma certa distância do local do desmonte.
A topografia e a geometria das formações geológicas podem conduzir a
reflexão e concentração de frentes de ondas em determinados pontos.
104
Figura 76: Causas dos ultralançamentos dos fragmentos rochosos.
105
Continuação da Figura 76.
A continuação da figura 76 mostra que o ultralançamento pode ser causado pela inclinação
incorreta da perfuração e por condições que permitam a fuga de gases explosivos ao longo da
106
3.1 Medida da velocidade de vibração do terreno
partícula com a distância escalonada, D Q , é regida pela seguinte expressão (Berta, 1994):
m
D
V k
Q
onde:
V = velocidade de vibração da partícula (mm/s);
D = distância do local do desmonte até o ponto de registro (m);
Q = carga máxima por retardo (kg);
k e m = constantes que dependem do tipo de desmonte, tipo de explosivo, da
homogeneidade da rocha e da presença de juntas, falhas, fendas etc. No gráfico da figura 77 o
valor de m corresponde a inclinação da reta, e k é o ponto onde a reta intercepta o eixo das
ordenadas.
107
Figura 77: Gráfico da Lei de Atenuação da Vibração do Terreno
108
Tem sido observado que os valores de k e m variam consideravelmente de um local para
outro, por isso as medições de vibração são úteis em situações críticas a menos que restrições
conservadoras sejam aplicadas para a escolha da carga máxima por espera. Se este gráfico indicar
que o nível de vibração está se aproximando do limiar de dano, então seria prudente a realização
dos testes de desmontes e medições de níveis de vibração produzidos.
O uso do sismógrafo permite levantar os seguintes dados - pico da velocidade e
freqüência de vibração do terreno, pulsos de ar etc.
Um plano de fogo consiste de 20 furos, 114 kg de explosivos por furo. A carga total é de
2280 kg iniciada instantaneamente. A 305 m o provável nível de vibração pode ser calculado.
1, 6
d 305
1, 6
D
DR
Q
Exemplo:
109
Assuma que um valor seguro (imposto por lei) seja de DR = 60. Uma pedreira
normalmente usa uma carga máxima de 350 kg por espera. Uma nova casa está sendo construída
D 300
DR 16
Q 350
Sendo 16 < 60, o desmonte não será seguro, pois, existe a probabilidade de danos.
A que distância ou qual a carga máxima por espera que deve ser utiliza para satisfazer o
D
60 1122 m
350
300
60 25 kg
Q
reconhecimento geológico;
vibrações pelo terreno, são suficientes para se trabalhar com baixos níveis de impacto de ar.
110
procurar não dirigir a frente de detonação para o receptor passível de dano;
repés;
iniciar a detonação sempre no mesmo horário e com o menor número de furos possível;
cuidado com os acessórios de iniciação. Usar os tubos de choque (Nonel, Brinel, Exel) em vez
possuir uma boa supervisão dos desmontes de rochas (perfuração, carregamento, amarração
111
DESMONTE SUB-AQUÁTICO
1. CONDIÇÕES DE APLICABILIDADE
- a perfuração e carregamento dos furos se realizam na maioria dos casos desde a superfície e
com equipamentos especiais;
- os consumos específicos de explosivo são de 3 a 6 vezes maiores que os utilizados em
desmonte a céu aberto;
- os resultados em cada um dos desmontes devem ser satisfatórios, pois, a fragmentação
secundária é difícil e onerosa;
- os explosivos e os sistemas de iniciação têm que ser resistentes a água e a pressão
hidrostática;
- os efeitos ambientais perturbadores são mais acentuados, pois as vibrações terrestres são
acompanhadas de baixa freqüência, e a onda de choque hidráulica tem um raio de ação maior.
112
- o efeito da pressão hidrostática;
- necessidade de explosivos com alta resistência à água;
- dificuldade de colocação dos equipamentos;
- a subperfuração deve ser adequada;
- para evitar a deposição da areia, as cargas devem ser detonada logo que possível;
- uso de sistemas de iniciação seguros e confiáveis;
- manter as vibrações e as ondas de choque da água em níveis controláveis, através do uso de
produtos adequados e esquemas de retardos bem planejados.
113
Figura 79 - Perfuração e desmonte a partir de uma plataforma
114
Figura 81 – Desmonte Sub-aquático utilizando cargas ocas
a) Para o cálculo da razão de carregamento (RC) as seguintes fórmulas podem ser utilizadas:
115
RCverticais = razão de carregamento quando os furos forem verticais;
HA = altura da lâmina d’água;
HC = altura do capeamento;
HR = altura da rocha.
de 2
RL x e
4000
RL
SEA
RC
A E SEA
e) Subperfuração (S)
116
f) Tampão (T)
A
T
3
CF = RL (Hf - T)
Exemplo
Se deseja efetuar um desmonte sub-aquático de um banco de rocha de 5 m de altura que se
encontra debaixo de uma lâmina d’água de 12 m e com um capeamento de 2 m de altura. O
diâmetro de perfuração é de 100 mm e se dispõe de uma carregadeira pneumática com a qual o
explosivos alcança uma densidade dentro do furo de 1,3 g/cm3. A perfuração foi efetuada com um
angulo de 0 em relação à vertical.
de 2 3,14 (100) 2
RL x e x 1,3 10,21 kg / m
4000 4000
RL 10,21 kg / m
SEA 6,19 m 2 117
RC 1,65 kg / m 3
d) Afastamento (A) e Espaçamento (E)
e) Subperfuração (S)
f) Tampão (T)
Hf = HR + S = 5 m + 1,8 m = 6,8 m
118
DESMONTES EM RAMPAS
O contínuo aprofundamento das explotações a céu aberto obriga a execução de rampas cada
vez que se inicia a abertura de um novo nível. Difere dos desmontes em bancadas pelo fato da
face livre ser horizontal. Os furos são orientados perpendicularmente à face livre e o
movimento dos fragmentos é contra a gravidade. Será assumido que os diâmetros dos furos
para a abertura da rampa serão os mesmos utilizados nas bancadas. Técnicas de desmonte
escultural serão utilizadas quando a rampa fizer parte da parede final. A figura 82 mostra um
Prof. do corte
Altura do banco
Uma certa quantidade de subperfuração deve ser utilizada para garantir que a eventual rampa
satisfaça a inclinação desejada.
A seqüência de iniciação deve garantir que ocorra um movimento suficiente da rocha antes
da detonação dos próximos furos.
Para a abertura de rampa os seguintes parâmetros devem ser definidos:
- profundidade da perfuração;
- malha ( Afastamento x Espaçamento);
- carga do furo;
- seqüência de iniciação.
119
a) ZONA DE DETONAÇÃO PROFUNDA
A zona de detonação da bancada é caracteriza pela altura da bancada (H), conforme ilustrada na
figura 83. Nessa zona as seguintes fórmulas são utilizadas:
E
A
A
A = KADe ; E = KE A ; S = KSA ; T = KT A
Onde:
A = afastamento; E = Espaçamento; S = Subperfuração; T = tampão;
KA = constante relacionando o afastamento e o diâmetro do furo;
KE = constante relacionando o espaçamento e o afastamento;
KS = constante relacionando a subperfuração e o afastamento;
KT = constante relacionando o tampão e o afastamento.
Mas A = S/KS = mS
onde m = constante de proporcionalidade = 1/KS.
A distância (LD)do início da rampa até quando a mesma atinge uma profundidade (H), pode ser
calculada por:
120
B) ZONA RASA
A zona rasa figura 84 é definida como a região de corte controlada tanto pela mínima dimensão
da malha, como pela mínima perfuração. A profundidade dos furos e o tamanho da carga são
constantes nesta região figura 85.
Zona Rasa
Zona Profunda
S’
S' D
H' 19 e
2 2
121
diâmetro do explosivo (De) do cartucho: S’ = KeDe, onde K é a relação entre o comprimento
e diâmetro do explosivo encartuchado utilizado. Depende do tipo e do adensamento do
explosivo utilizado.
Para furos com diâmetro 8”, Ke varia de 2 a 3. Assumiremos um valor médio de 2,5,
teremos:
S’ = 2,5De
A = mS
C) ZONA DE TRANSIÇÃO
O comprimento da região de transição (LT) - figura 86 - é dado por:
LT = LD - LS
Rasa Profunda
Transição
S’
ST S
122
H' S' H S Ht S T
K
L S X L D X L t X
Resolvendo a equação em função de X - distância horizontal entre a linha teórica dos fundos
dos furos e o começo da rampa -, teremos:
A subperfuração (ST), em qualquer ponto (LT) na zona de transição, pode ser determinada
usando a seguinte expressão:
ST = K(LT + X) - HT HT = LT x G AT = mST
Exemplo
123
Etapa 1. Cálculo e resumo das variáveis da zona profunda.
H = 12 m
LD = H / G = 12 m / 0,08 = 150 m
De = 0,25 m; A = E = 7 m; S = 1,8 m
LD = A / De = 7m / 0,25 m = 28
KS = S / A = 1,8 m / 7 m = 0,26
KT = T / A = 4,5 m / 7 m = 0,64
m = A / S = 7 m / 1,8 m = 3,89
LT = LD - LS = 150 m - 26 m = 124 m
HS 12 1,8
K 0,09
LD X 150 3,88
124
Etapa 4. Os valores para qualquer ponto da zona de transição podem ser calculados.
Este processo pode ser repetido para qualquer ponto desejado dentro da zoa de transição.
Etapa 5. O ábaco da figura 87, desenvolvido por Chung, pode ser utilizado para simplificar o
processo de cálculo. Contém 4 escalas: distância horizontal (L); profundidade de escavação (H);
subperfuração (S); afastamento e espaçamento.
Para demonstrá-lo vamos desenhar uma linha através do ponto que representa a distância
horizontal de 50 m e o alinhamento no ponto P. A linha intercepta as outras 3 escalas dando as
seguintes variáveis: H = 4m; S = 0,85 m e A = 3,3 m.
Distância Horizontal
L (m)
Prof. do corte
H (m)
Subperfuração
S (m) E (m) e A (m)
125
Etapa 6. O ábaco da figura 87 será utilizado.
A abertura da rampa é dividida em duas partes. A primeira parte apresenta uma extensão de 0 a
80 m, enquanto a segunda parte está compreendida no intervalo de 80 m até 150 m. A
profundidade da escavação da rampa é de 30 m. Embora existam outras combinações que podem
ser utilizadas, as dimensões inteiras serão usadas o máximo possível para o afastamento e o
espaçamento. No término da escavação o afastamento e o espaçamento é de 7 m. Na zona rasa
eles são de 2 m. O projeto real envolve uma transição de uma malha de 7 m x 7 m, até uma
malha de 2 m x 2 m.
Em primeiro lugar determinaremos a distância horizontal na qual a malha é constante. É
necessário o uso do bom senso nesta etapa. Linhas correspondendo aos afastamentos de 6,5; 5,5;
4,5; 3,5 e 2,5 m são traçadas no ponto de alinhamento. As correspondestes distâncias são
apresentadas na tabela 16.
126
Distância Horizontal (m)
127
Distância Horizontal (m)
Profundidade
D e H S T 850 0,252 12 1,8 4,5 x 850 388 kg
3,14
Q
2
4 4
d 2 L 850 0,2032 0,490 x 850 13,5 kg
3,14
Q
4 4
O comprimento da carga de explosivo é de 0,32 m. A tabela 18 mostra as massas das cargas para
cada malha definida.
128
Tabela 18: Comprimento e massa das cargas para diferentes malhas
Malha (A x E) Comprimento da carga (m) Massa da Carga (kg)
7 9,3 391
6 5,0 210
5 1,8 76
4 0,7 29
3 0,4 17
2 0,3 13
Retardos
Iniciação
Neste caso serão utilizados retardos “osso de cachorro” com cordel detonante, e iniciando o
desmonte na zona mais profunda para criar um vazio que sirva de pilão. Chung sugere os
seguintes intervalos de tempo de retardo entre as linhas:
- zona profunda: 25 ms;
- zona rasa: 15 ms.
129
A figura 90 mostra ao método de amarração para a rampa na qual um lado será parte permanente
da cava.
130
ESCAVAÇÃO DE RODOVIAS E AUTO-PISTAS
Os desmontes em ambos os casos podem ser realizados de uma única vez, entretanto quando as
altura são grandes (> 15 m) recomenda-se efetuar a escavação por fase. Outros fatores que
podem influenciar na execução da obra são:
- segurança na operação;
- limitação das perturbações ambientais (onda aérea e vibrações);
- velocidade de avanço;
- dimensões dos equipamentos de carregamento e transporte.
Dada a importância da rocha nos taludes residuais, especialmente em alturas elevadas, e normal
terminar a escavação com desmonte de contorno, o qual constitui outra razão para limitar a altura
do corte entre 10-12 m pela necessidade de manter a precisão da perfuração.
Os diâmetros de perfuração oscilam entre 65 e 125 mm. Ë habitual realizar os desmontes com
diâmetros de entre 89 e 125 mm e os de contorno entre 65 e 75 mm. Como o diâmetro de
perfuração é influenciado pela altura do banco, deve-se utilizar a seguinte relação na seleção do
diâmetro (D) ou da profundidade da escavação (H): D = H/60.
131
Longitude da Perfuração.
As longitudes dos furos (L) dependem da altura do banco, da inclinação - que varia de 15 a 20 -
e da subperfuração em função da resistência da rocha:
H
L 1 xS
cos 100
Onde:
= ângulo em relação à vertical, em graus;
H = altura do banco (m);
S = sobreperfuração (m), estimada a partir da tabela 19.
132
Esquemas de perfuração.
São sempre realizadas com furos verticais, e conforme seja a relação “H/D” dois casos se
distinguem:
a) Se H > 100D. É mais habitual para bancos de 10 a 12 m de altura. Os valores do
afastamento (A) e do Espaçamento (E) são calculados a partir da tabela 21.
0,5
Qf
A
E x H x CE
A cos
Esquema de iniciação.
Os esquemas mais utilizados são os retangulares (figura 91) ou triângulos equiláteros (figuras 92
e 93).
133
Figura 92 – Malha estagiada com seqüência de iniciação em “V1”
134
Exemplo
Um empreiteira responsável pela construção de uma rodovia fará a escavação de um trincheira.
O canteiro de obra dispõe de uma ROCK DRILL que executa furos de 76 mm (0,0706 m). A
trincheira apresenta as seguintes características: furos verticais, altura do banco 12 m, extensão
de 25 m e largura de, . A resistência à compressão simples da rocha é de 150 MPa. Na carga de
fundo será utilizado emulsão (2 ½” x 24”) , e na carga de coluna ANFO, cuja razão linear (RL)
será de 3,85 kg/m.
Em função desses dados elabore o plano de fogo.
H 12 m 0
L 1 xS 1 x 0,8 L 12,8 m
cos 100 cos 0 0
100
135
ESCAVAÇÃO A MEIA ENCOSTA
Este tipo de obra pode ser executada segundo três procedimentos (figura 95):
As aberturas das pistas de acesso são assinaladas na figura 97 com a letra “A”. Nessa etapa
utiliza-se o mesmo equipamento de perfuração, executando furos horizontais. O objetivo nesta
etapa é de abrir plataformas cujas alturas variam de 6 a 9 m.
136
Figura 95 – Tipos de escavação a meia encosta
Quando se utiliza furos horizontais ou de levante para o cálculo do espaçamento (E) a seguinte
expressão pode ser utilizada:
E 3x DxL
Onde:
D = diâmetro do furo (m);
L = longitude do furo (m).
Se a altura do banco é inferior a 5 m utiliza-se somente um linha de furos, entre 5 e 8 m duas
linhas e acima de 8 m três ou mais linhas.
Seqüência de iniciação.
A figura 96 representa uma seqüência de iniciação para o desmonte de meia encosta.
Quando nos desmontes são combinados furos horizontais com verticais, é conveniente efetuar a
escavação por fases, desmontado-se o material do primeiro tiro antes de disparar o segundo. Se
pela necessidade da obra o desmonte se dispõe em um só seção, a seqüência recomendada deve
ser da figura 97.
137
Figura 96 – Seqüência de iniciação em “V” com saída paralela à face livre
138
SEGURANÇA NOS DESMONTES DE ROCHAS
1. INTRODUÇÃO
Estas instruções e regras não invalidam, e isso deve ser bem compreendido, as leis,
ordens ou regulamentações federais, estaduais, corporacionais ou municipais com as quais
possam estar em conflito.
A maioria dos acidentes ocorridos com explosivos poderia ter sido evitada e o objetivo
deste capítulo é o de ajudar na prevenção de tais acidentes.
Para que os trabalhos de perfuração e desmonte de rochas se realizem em condições
seguras, é preciso que em tais operações se observem os seguintes aspectos:
cumprimento das normas e regulamentos vigentes;
139
formação técnica dos operadores, cabos de fogo (blasters) e do pessoal encarregado do
carregamento com cursos periódicos adequados;
utilização de máquinas, explosivos e acessórios e sistema de iniciação em condições de
segurança.
2. PERFURAÇÃO
Uma lista de principais causas de traumatismo industrial que ocorre durante as operações
de perfuratrizes na mineração são:
- quebra e acidente durante a perfuração do furo de mina;
- operário machucado por parte móvel da máquina;
- condição precária e incorreto uso de cabo;
- incorreta união de coluna de perfuração e troca de bit;
- queda de objetos do alto;
- escorregamento e desalinhamento da perfuratriz, em virtude de instabilidade;
- movimentos da perfuratriz com a torre elevada, e violação de outras regras para movimento.
A operação de perfuração implica na adoção de uma série de medidas de segurança a fim
de minimizar os riscos potenciais, tanto humanos como materiais.
140
manter as perfuratrizes em boas condições de uso (manutenção preditiva, preventiva e
corretiva);
é dever do operador informar ao seu substituto sobre as condições de operação do
equipamento, todos os defeitos, que porventura forem notados durante o turno, devem ser
registrados em relatório ao respectivo turno. Todas as mudanças bruscas ocorridas nas
velocidades de perfuração, especialmente quando for detectado a presença de vazios no
maciço rochoso deve ser comunicada aos responsáveis pelo desmontes;
nos trabalhos subterrâneos manter uma boa ventilação e iluminação;
nunca utilize tocos de furos como pontos de emboque, pois os mesmo podem conter restos de
explosivos.
estabelecer um programa para a verificação dos problemas ocorridos durante a perfuração
(desvios dos furos, profundidade incorreta dos furos, faces irregulares, afastamento,
espaçamento e subperfuração fora da especificação) através do uso dos equipamentos
BoreTrak e Laser Profile.
3. DESMONTE
armazene somente explosivos neste paiol. Não armazene acessórios, materiais inflamáveis,
ferramentas e outros utensílios metálicos;
sempre embarque, despache e use com prioridade o estoque mais antigo;
141
não utilize ferramentas de metal para abrir ou fechar embalagens de explosivos;
não deixe explosivos soltos pelo paiol;
não fume, nem porte fósforos, isqueiros ou outro material inflamável;
mantenha o interior do paiol sempre limpo e ventilado e o terreno ao redor livre de folhas,
capim vegetação de qualquer espécie, lixo e detritos, a fim de evitar incêndios;
proíba a presença de pessoas estranhas dentro e nas vizinhanças do paiol;
quando necessário o uso de luz artificial, utilize unicamente lanterna de segurança ou pilha
elétrica;
sinalizar adequadamente as instalações e os veículos destinados ao armazenamento e
transporte de explosivos;
armazenar os produtos de mesmo tipo e classe de maneira que seja fácil identifica-los.
mantenha constante vigilância sobre as embalagens que apresentam avarias, exsudação ou
defeito. Coloque-as a um lado no paiol ou nas proximidades do paiol;
na destruição de explosivos por combustão, numa região bastante longe do paiol, a cama de
explosivo deteriorado não deve exceder a massa de 15 kg.
142
delimitar com estacas, tambores ou bandeiras de cores informativos da zona a desmontar e
impedir o trânsito de pessoal e veículos sobre a mesmo;
na entrado do serviço anunciar ao pessoal a operação e a realização doa desmontes do dia;
verificar as amarrações dos acessórios de detonação;
não preparar com antecedência o sistema de iniciação do desmonte (estopim + espoleta).
confinar os explosivos nos furos por meio de detritos da perfuração, rocha britada ou outro
material não combustível;
nunca utilizar atacadores metálicos de nenhuma classe;
realizar o tamponamento sem violência para não danificar os acessórios de detonação;
não introduzir pedras, sacos plásticos ou outros objetos juntamente com o material do tampão.
certificar-se de que todos os explosivos excedentes se encontram em lugar seguro e que todas
as pessoas e veículos estão a uma distância segura ou devidamente resguardadas;
impedir os acessos a área de desmonte dispondo de pessoal e meios adequados;
não disparar sem um sinal de autorização da pessoa encarregada e sem haver dado o aviso
adequado, através de sirenes ou outros meios;
proteger os equipamentos auxiliares, de carregamento e transporte;
não regressar a área de desmonte até que se tenha dissipados as poeiras e os gases;
143
no caso de desmonte subterrâneo não regressar até que se tenha uma ventilação adequada,
bem como tenha ocorrido o batimento dos chocos;
sinalizar o lugar onde se encontram os furos falhados;
antes de regressar a área do desmonte, contar o número de furos detonados e não regressar até
que tenha transcorrido meia hora no caso de falha de alguma carga;
estabelecer um programa de monitoramento das vibrações dos terrenos e pulsos de ar, através
do uso de sismógrafos;
motivar a equipe na discussão da importância de cumprir as normas de segurança.
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