Você está na página 1de 71

Estudo Detalhado dos Métodos

de Lavra Subterrânea- MIN114- 2020-1


•Conceito (definição, princípio da lavra);
•Aplicabilidade: condições mais adequadas para a aplicação (naturais do corpo
de minério e econômicas);
•Preparação (desenvolvimento) e extração (lavra- operações e equipamentos);
•Aplicação (variações e exemplos de minas);
•Comparação (vantagens e desvantagens): diluição, recuperação, ..., custos-
inicial (CAPEX) e operacional (OPEX), segurança, meio ambiente;
•Questões particulares do método.

Oliveira (2010)
Lavra de Mina Subterrânea
DEMIN/EM/UFOP- 2020-1
Prof. José Margarida da Silva

Descrição de Métodos de
Lavra Subterrânea
Para corpos de forte inclinação
1. Lavra por alargamento em
subníveis
Sublevel (open) stoping
Blasthole mining
Longhole open stoping (LHOS)
bighole (open) stoping
e variações
Métodos principais de lavra subterrânea
• Câmaras e pilares (room and pillar)*
• Realce em Subníveis (sublevel stoping)*
• Corte e enchimento ou corte e aterro (cut and fill)
• Abatimento em subníveis (sublevel caving)
• Abatimento em blocos (block caving) *- open stopes, sentido
• Frente longa (longwall mining) amplo, ou autosuportados
• Recalque, câmaras com armazenamento (shrinkage stoping) *
• Alargamentos abertos* (3): lavra frontal, ascendente ou
descendente (open stopes, sentido restrito)

Oliveira et
al., 2018
Métodos para corpos de forte mergulho

Realce
em subníveis:
encaixante Abatimento
resistente em subníveis:
encaixante
deformável

Alargamentos Corte e
Abertos: veios Enchimento:
estreitos alto teor
(narrow vein)

McCarthy (2016): 82 minas na Austrália se dividem entre narrow vein (< 0,25 Mta) e
sublevel stoping (> 0,25 Mta).
Realce em Subníveis: Aplicabilidade
• Forte mergulho (maior que ângulo de repouso do
material fragmentado);
• Rocha encaixante e minério resistentes (RMR maior
que 40 e que 60, respectivamente);
• Regularidade de limites e de mergulho;
• Grandes dimensões: 6 a 30 m de largura, extensão
grande ou razoável;
• Forma da jazida: maciço, tabular ou lentes de grande
extensão;
• Profundidade de rasa (100 m) a grande (2.400 m);
• Teor: pode ser moderado.
Hartman (1992): cerca de 30% de todo o custo
envolvido nesse método estão relacionados à atividade
de desenvolvimento.
A geometria dos
realces e pilares
deve adequar-se à
distribuição espacial
de minério.
A posição e forma
dos pilares será
determinada por
dados geotécnicos e
modelos de
mecânica de rochas
para o maciço.
O ponto de
carregamento deve
ter espaçamento tal
que permita as
manobras e giro do
equipamento de
carga.
Alargamento (realce) em subníveis
• sublevel open stoping;
• lavra ascendente, em que
são desmontadas tiras
verticais de minério, de
grande volume,
escoando-se o material
desmontado pelos chutes
e travessas de produção;
• corpo mais potente -
trabalha-se mais de um
subnível por horizonte;

• Aberturas de 3-7 m
largura x 2,7-4 m de
altura (função do
equipamento),
comprimento 50-90 m.
Método de arranque em subníveis
(sublevel stoping)
• Perfuração mecanizada: em leque
ou paralela;
• Carregamento: LHD, descarga
traseira (overshot loader),
carregadeira frontal, chutes;
• Transporte: caminhões
convencionais ou rebaixados, Jimeno (1995)
correias;
• Preferência para equipamentos de
maior porte.
Quando feito sob a forma de leque, deve-se garantir que não haja sobrecarregamento
(excesso) de explosivo. Nesse tipo de perfuração os furos convergem no emboque e
divergem no fundo do fundo, até uma distância equivalente ao espaçamento pré-
definido. Como os furos são pouco espaçados no início dos furos, deve-se ter uma
atenção especial no seu carregamento de forma que se consiga uma distribuição
homogênea de explosivo ao longo de todo o maciço a ser desmontado (Oliveira, 2018).
Jumbo Jardim (2019): desvio em furos na Minas de
Crixás (Goiás)- qualidade da furação de
leques e de faces livres (slots) para
desmonte.
Análise de consequências; possíveis causas:
• operacionais (equipamento utilizado e o
operador responsável),
• geológicas (litologia predominante,
qualidade do maciço e fraturas
presentes).
• Meta: < 5%.
Jardim (2019) - Resultados
➢ Operador Responsável

Número
do
operador
Número
% desvio do simba
14
12
10
8
6
4
2
0
Com mudanças: média 4,9% 0 1 2 3 4 5 6 7
Jardim (2019)- Resultados

▪ Relação entre recuperação geral da mina e metros perfilados


Caminhão e
carregadeira

O aumento de equipamentos de carga e transporte passou a viabilizar


empreendimentos que antes eram impensáveis, pois o poder de movimentação
agora possibilita a lavra de baixos teores.
Caminhão 40 t (Mina Baltar)

6x4, 8x4- 44 t, 10x4- 55 t (no mínimo 8% mais econômico do que a


geração anterior, 540 cv; cerca de 80 unidades operando em
mineradoras; APEMI-ABREMI, 2020).
LHDs automáticas

2007 – 16 operadores de LHD foram substituídos em El


Teniente (Chile) por 4 supervisores de LHDs automáticas.

Vantagens:
• 24h de produção: aumento de 25% na produtividade;
• maiores níveis de segurança;
• menores custos operacionais;
• uso mais consistente das máquinas (redução de peças de
reposição);
• aumento da vida útil dos pneus.

Desvantagens:
• aumento da manutenção;
• alto investimento (Barbosa, 2018).
Sublevel stoping “tradicional”

Variações (modificações)

• Shrinkage- sublevel
• Rill mining
• VCR
• VRM
• Avoca
• VBM
• Câmaras transversais
(como em Bründich, 2017)
VCR

Atirantamento com resina

Galeria de
subnível

Furos para desmonte


Fatia de
minério
Alargamento em subníveis - variante
VCR (Vertical Crater Retreat)

O subnível de perfuração é alargado a toda a potência, e


com furos ascendentes.
Lavram-se camadas horizontais que caem no
alargamento inicial.
O desmonte usa cargas esféricas (razão 6/1 entre o
comprimento do furo e seu diâmetro) -> melhor
aproveitamento da energia do explosivo.
Somente parte do furo é carregado com explosivo a cada
desmonte.
É um método patenteado.
iRing (2018, citado por Oliveira, 2018): a palavra retreat refere-se à evolução do desmonte.
Cada carga de explosivo (2-3 m de fatia horizontal) é carregada e desmontada de maneira
repetitiva até que reste uma seção de pequeno tamanho no topo do realce (stope), de 7-17 m
que, por medida de segurança, é detonada de uma só vez.
Lopes, 2004

Pereira, 2018

Vazante: salões 30 m altura x 30 m largura; 4 m espessura mínima; pilares 15 m entre


salões (esq.- projeto segundo Lopes, sd; dir.- Pereira, 2018).
Projeto MASA - galerias: perfuração - 4,5 m x 5 m, transporte – 6 m x 5 m.
VRM (Vertical Retreat Mining)
• furos menores que os usuais no método, perfurados a partir de
subníveis, locados com intervalos menores ao longo da
dimensão vertical do realce;
• alargamento não toma a forma de uma face livre vertical;
• uma calha serve como uma face livre horizontal e apenas
pequenos comprimentos no fundo dos furos são carregados.

Mina Vazante-
Oliveira, 2018
- 4.000 t/dia
VBM (Vertical Block Mining)
• alargamentos estreitos em que
deterioração do furo é
problema;
• face livre (slot raise) na
extremidade do bloco por
desmonte de cratera e restante
do bloco é arrastado para ela;
• Lavra recua horizontalmente
com desmonte de sucessivas
fatias verticais; frente de
trabalho dividida em blocos
verticais.
• Isso pode ser repetido em
diferentes horizontes em uma
área grande.

Barros et al. (2017): estudo de


caso do rendimento do desmonte Emad (2017): realces primários (furos paralelos) e
na abertura da face livre na mina secundários (em leque); lavra ascendente em 3-4
de ouro Córrego do Sítio, Santa partes, 15 m comprimento, 10 m largura, 30 m
Bárbara-MG. altura; enchimento cimentado a cada desmonte.
Vantagens: VBM
• aumento- produtividade, taxa de produção por frente e recuperação;
• redução do custo operacional total, da diluição, da lavra secundária,
do dispêndio de capital;
• melhoria das condições de trabalho, da estabilidade do terreno;
• flexibilidade para acompanhar variações de direção e mergulho,
adaptabilidade às frentes existentes (mininglife.com.br).
• Pode ser utilizado enchimento (sandfill) (Emad & Mitri, 2013).
• Em relação a corte e enchimento: menor exposição do trabalhador,
aumento da produtividade e menor custo.

Trabalho com FLAC (Emad & Mitri, 2013): equilíbrio com modelo constitutivo elástico
linear, para propriedades de capa, lapa, minério e enchimento, tensões a 1900 m
profundidade, também carregamento por gravidade.
Exemplos de uso- realce em subníveis
Brasil: ativas: Fazenda Brasileiro- Equinox, Teofilândia/BA, variante
sublevel retreat - Au; Caraíba, Jaguarari/BA – Cu, variante VRM;
Cuiabá (Au, Sabará-MG), Serabi– Au (PA)- Mina Palito; Jaconina-
Yamana (BA); Nexa/Votorantim: Baltar, Vazante, Serra de Fortaleza
(suspensa); Jaguar–Pilar (ouro-S. Bárbara), Avanco, no Pará- cobre;
–parte da mina: Turmalina (Conceição do Pará-MG); Pilar de Goiás-
Au; Ipueira (Cr, Ferbasa -Andorinhas/BA), sublevel retreat;
exauridas: São Bento (Eldorado, S. Bárbara/MG, enchimento posterior-
Au); Plumbum/PR– Pb, Boquira– Pb-Zn/BA, Camaquã/RS– Cu;
Exterior: Sierra Miranda (Cu), El Soldado - Chile*; Birchtree, Thompson-
VBM; Miramar (Canadá)– AVOCA; Kidd Creek– Cu-Zn-Ag-Pb, Young-
Davidson, Polaris, Ruttan (Canadá); Cracow, Alemanha– K-Mg,
Yauliyacu, Perubar (Peru), Newmont (EUA), Kylylahti, Finlândia; San
Jose (México, Au-Ag); Cayeli, Asikoy (Cu)- Turquia; Konkola (Zâmbia,
Cu, 1.150->1.500 m); Lappberget (Zn-Pb, Suécia), Olympic Dam, Mount
Isa (Austrália); Kazansi (60%, com 30% sublevel caving).
* 55% das minas usavam realce em subníveis (Zablocki , 2009) .
Fazenda Brasileiro- lavra era em subníveis por abatimento; acesso por rampa e poço
vertical (Oliveira Jr, 2001); subvertical, veio de quartzo, clorita-xistos; 3,5 mil t/dia, 1,3
Mta (Reinhardt & Davison, 2019).
Método de subníveis - Exemplos de uso
Mina Jacobina- Conexão
Mineral (2020)
Yamana quer ampliar em
31% a produção de ouro.
Entrada - seção 4x4 m2
(Oliveira Jr, 2001)

• Votorantim/Nexa
-Vazante (MG)- Zn: VRM (houve enchimento rock fill)- 6 jumbos, 3 fandrills,
8 LHDs, 7 scalers, 8 instaladores parafuso-cabo, 15 caminhões 30 t, 3 de
emulsão- 70 equipamentos móveis (In The Mine, 2015; Pereira, 2018); 7
itens de suportes, 3 deles ancoragens (Souza, 2016); rampas: 6 m
largura, 5 m altura (Oliveira, 2018);
-Baltar (SP)– calcário: realce- 110 m altura, 40 m largura, 100 m
comprimento, pilares- 32-40 m largura, mais de um subnível por horizonte;
-Fortaleza de Minas – Ni: retreat e AVOCA; previsão- extração 550 mta.
•Pilar de Goiás - ouro, tabular, média espessura 1,10 m, inclinação 18º,
quartzo-sericita-xisto, clorita-xisto (rochas encaixantes); corpo Maria
Lázara- mais competente (Machado, 2019); 6 km traço, 2 km extensão em
profundidade, poucas descontinuidades geológicas (Pertille, 2016).
Serabi Mineração – Au (PA) - Mina Palito

500 t/dia, recuperação 93%, transporte sobre trilhos, LHDs e caminhões; combinação
com recalque- perfuratriz manual, furos até 12 m, subníveis 15-30 m (serabigold.com,
2018).
Projeto Coringa- nova mina se juntará a duas existentes, com 8,3 g/t; vida útil 9 anos
(Noticias de Mineração Brasil, 2020).
VRM- Corpo mineralizado - Mina de Vazante
Brecha Mineralizada
Mergulho:
Dolomito Rosa
55º a 70º - 85% das lentes
30º a 45º - 15% das lentes

Extensão: 8 km

Espessura: 4 m
Dolomito Cinza

Willemita (Zn2SiO4)

Desde 1993, em Lavra Subterrânea.


Atualmente, a Unidade possui duas minas em operação: Mina Vazante e Mina
Extremo Norte.
A produção de concentrados de zinco, chumbo e prata é transferida para a unidade
em Três Marias (MG).
Extremo Norte: minério Pb (0,3%), Zn (19,5%), Ag, com variabilidade mineralógica;
presença de oxidados, carbonatos, predomina piromorfita (Figueiredo, 2020).
25
Principais acessos – Mina de Vazante

Rampa VII - 1380 m Shaft


Acesso Lumiadeira Profundidade – 354 m
Diâmetro – 5 m
Capacidade – 108 t/h

Rampa X – 1375 m
Acesso Sucuri

26
Nexa/Votorantim – Vazante
(MG)
–Corpo de minério: altura
média 15 m, largura 10-30 m,
realces: comprimento de até
60 m;
–Bombeamento: 8-12 mil m3/h
de água;
–Transporte por carregadeiras
LHD e caminhões por rampas
(transferiam o material para Minério carregado nas frentes de
as passagens, dessas para o lavra - 7 carregadeiras tipo LHD em
silo da câmara de britagem e 13 caminhões (capacidade 18-50 t,
finalmente içado por maioria 30 t), sendo transportado
esquipes); para a superfície por meio de rampa,
–Cable bolt 12 m onde é descarregado em pilhas de
comprimento, batimento de estocagem e triagem (Souza, 2016;
chocos. Oliveira, 2018).
27
Mina de Vazante
Tipo de Método Recurso Teor T. x 1000
Minério de Lavra t. X 1000 % Zn Zn Cont.
Willemita VRM e 20,514 21,40 4,508
C&A
C&A – corte e aterro
Maior jazida de zinco silicatado do mundo Vida útil: 20 anos-> 2030
Considerando recuperação de 71% na lavra e 88% na usina de beneficiamento

(Pereira, 2018)

28
Mina Vazante- Oliveira (2018)

Oliveira, 2010
Níveis consecutivos, separados por distância vertical de 20-30 m. Em cada nível são definidos
realces com comprimento de 60 m e largura mínima de 4 m, variando de acordo com a potência
do corpo de minério. Lateralmente são deixados rib pillars de 10 m entre realces de mesmo nível,
em painéis diferentes. Ao final do painel, são deixados sill pillars de 5 m entre níveis.
Baltar – corte longitudinal
Calcário entre dolomito, granitos, filito

Mina Baltar única mina de calcário


Cava Final subterrânea no Brasil e uma
das poucas na América Latina.
2º. nível terá 3 subníveis
(Nakamura, 2011) Antiga Cava

A3 A2 A1 C1 C2 C3 C4 C5
1º Nível

2º Nível B4 B2 B1 D1 D2 D3 D4 D5
B6 B5 B3

Manutenção e Tecnologia (2013): Extração a mais de 330 m profundidade, painéis de lavra- salões
de desmonte intercalados por pilares, extensão de quase 2 km. Perfurações de 11 a 38 m, com
diâmetro de 3”; carregadeira de grande porte, caçamba 7,6 m³, carga 65 a 70 mil t/mês; total de
130 a 140 mil t/mês de calcário; caminhões- caçamba 20 m³ de capacidade, com revestimento
especial contra abrasão e impacto. Frota de caminhões 8x4 com 5 unidades, leva ao britador
primário em subsolo, em percurso médio de 2,5 km. Britador cônico, capacidade 800 t/h, faz
primeira redução, estoca em silo, capacidade 2,2 mil t. Cerca de 50 km de galerias já abertos.
Mina do Baltar
Galeria de perfuração
3,80 x 3,80 m

Galeria de perfuração
3,80 x 3,80 m

Galeria de transporte
7,50 x 5,50 m Galeria de perfuração
3,80 x 3,80 m

Baltar: recuperação 56-58% (Nakamura, 2011)


Mina Cuiabá
Mina Cuiabá
• Mina possui duas entradas (shaft e rampa); maior parte dos
empregados desce pelo shaft. Por meio do shaft, o tempo
gasto de transporte dos empregados da superfície até o nível
do britador (850 m profundidade) é inferior a 4 min. Por rampa
este tempo é cerca de 25 min.
• Profundidade atual: 1.270 m;
• Produção: 3.500 ROM t/dia, 265.000 Oz por ano;
• Transporte do minério dos realces e das galerias de
desenvolvimento (bem como do estéril), realizado por
caminhões, com capacidade de 30 t e 45 t, até o nível do
britador;
• Minério é britado e içado pelo poço (5 m de diâmetro) por meio
de skip, com capacidade de 8 t por viagem;
• Vida útil da mina vai até 2026 e alguns furos de exploração
interceptaram minério até o nível 26, a quase 2.000 m de
profundidade.
Mount Isa (Austrália): Cu; Zn-Pb-Ag
Dois corpos, um separado de minério de cobre; presença de falhas;
Cidade a 1 km; produção: 6,1 Mta (teor de corte 2% Cu), mais 4,6 Mta (outros);
Realces preenchidos com rejeito com cimento, pilares no topo do realce
(crown), para conter cunha invertida entre dois realces.
Custos de desenvolvimento $ 5.000/m (acima de outros países)-> exigir teor
mais alto.
Desenvolvimento horizontal de um dos realces: 164 m;
Perfuração para desmonte: 20.000 m por realce; diâmetros de furo: 102-104
mm (downhole) e 89 mm (uphole);
Padrão de espaçamento de furos: 3 m entre leques, 6 m na boca de furos.
Passagens no nível do ponto de carregamento; de entrada e saída do ar em
cada corpo. Manuseio por controle remoto.

Fontes: Sloane (2010);


mountisamines.com.au;
wikipedia.org
Serra da Fortaleza – Minas

Cava a Céu Aberto

Mina Subterrânea
Mina Serra da Fortaleza
• corpos subverticais, 4 minerais-minério (60-70% sulfetos),
encaixantes – serpentinito (capa), BIF (lapa); potência1,5-4 m.
• Acesso rampa helicoidal (5 m x 5 m, 15%, a 50 m da
mineralização).
• Raises de ventilação (2,5 m x 2,5 m) com escadas e em
distância adequada.
• Corpos lavrados por sublevel stoping e variante AVOCA.
• Painéis 30 m altura, subníveis de 20 m e 10 m.
• Undercut -> sustentação -> corte acima em recuo (9 m altura,
15 m comprimento) -> enchimento a partir da queda do estéril,
mais o estéril de avanço da rampa.
• Dependendo da interseção da face vertical com horizontal,
manuseio com equipamentos de controle remoto.
Serra da Fortaleza
Área Norte
• Lavra por subníveis de realces abertos, em recuo;
• Espessura média do minério entre 2 e 3 m;
• Pilares horizontais e verticais em cada subnível ;
• Perfuração em leque ascendente.

Áreas Central e Formiga


• Lavra de subníveis, ascendente, preenchendo com rocha
(AVOCA);
• Espessura média do minério de 4 m;
• Sem pilares;
• Perfuração em leque (ascendente e descendente).

(modificações efetuadas em 2009, conforme Lima, porque


equipamentos estavam sendo atingidos;
Mais: introdução de cabos, tela, concreto projetado nas frentes de
lavra; tirante swellex nos acessos);
estudos para lavra até 2017 (Nantes, 2010).
Serra da Fortaleza – Minas

PERFURAÇÃO

Estéril

Leque de
Perfuração Estéril

Minério
Galeria de
Perfuração
Serra da Fortaleza – Minas
Limpeza de Minério,
carregadeira com
REALCE EM LAVRA controle remoto
SN 700 NORTE

Pilar
Realce vertical

SN 688 NORTE
Serra da Fortaleza – Minas
Inversão da sequência de lavra, redução de altura de realces e tratamento

Mudanças na sequência de lavra


Metodologia nova
- não há risco de queda de pessoas de alturas
significativas, sendo limitada a altura da galeria
menos o cesto (3,5 metros);
-altura dos realces reduzida (entre linhas
vermelhas);
- brows suportados nas faces dos realces (pontos
abaixo das setas verdes).
FUROS ASCENDENT
ASCENDENTE

Metodologia antiga
- mesmo trabalhando dentro do cesto da
plataforma, existia o risco de queda de pessoas de
alturas significativas.

FUROS DESCENDENTES
DESCENDENTE
Mina Serra da Fortaleza
• Qualidade da rocha afeta diretamente sustentação; minério
incompetente - > 6 itens conjugados de acordo com condição
de cada abertura (exemplo, em aberturas com swellex,
diminui-se concreto).
• Situação afeta ciclo operacional e custo (galerias 4 m x 4 m -
da ordem de 4-5 vezes custo na rampa).
• A 400 m de profundidade, acontecem maiores convergências
e fechamento de furos para explosivo.
• Equipes são treinadas por dispositivo (tela, concreto
projetado, cavilhas split-set e swellex, cabo).
• swellex – resistência até 11 tf; 2,4 m comprimento, malha
variada, basicamente 1,5 m x 1,5 m, em galerias em material
estéril, 5 anos de vida útil;
• split-set (mais tela) - em minério, até 10 tf resistência, 1,8 m
comprimento, malha 1 m x 1 m (Nantes, 2010).
Mina Córrego do Sítio – AngloGold Ashanti
• Mina subterrânea (sulfetado) levou a novo estudo e viabilização a céu
aberto (minério oxidado).
• Vida útil prevista 11 anos, produção de 140 MOz/ano. Sondagens
confirmaram existência de minério entre Córrego do Sítio (3 corpos
principais) e antiga Mina São Bento (futura Córrego do Sítio II).
• Lentes inclinadas de minério (multiple narrow veins) concordam com
dique 55-70o, potência variável (média 2 m), plunge 20-30o.
• Desenvolvimento: preconizam-se 18 meses à frente da lavra.
Velocidade de preparação priorizada em relação ao custo maior de
desancho e perda de seletividade.
• Lavra: variações de sublevel stoping com enchimento; manuseio de
material fragmentado terá carregadeiras e caminhões em rampa.
• Prevista diluição - cerca de 30% (parte por necessidade de corte além
da potência; Januário, Carmo, 2010). Costa (2017): metodologia para
prever/reduzir risco de diluição não planejada em lavras estreitas.
• Córrego do Sítio II: lavra retomada, parada de novo em 2015- 890 m
profundidade; sublevel stoping /corte e aterro (Oliveira, 2019).
Mina Córrego do Sítio I – AngloGold Ashanti
Pilares: laterais (rib- espaçados 30 m,
espessura 3 m, flexibilidade na
locação), intermediários (sill pillar- 4 m
espessura; crown pillar- 15 m.
Mudança da dimensão de subníveis:
15->20 m -> aumento 38% de
produtividade (Januário et al., 2010);
diminuição 29% no desenvolvimento.
Rampa principal 15% de inclinação
(nas galerias e frentes chega-se a
18%).
Segurança: split-sets (malha 1,5 m x
1,5 m, comprimento 2,4 m), telas,
cabos (6-15 m comprimento),
parafusos de resina. Área que foi Mina
São Bento: cavilhas split-sets
substituídas por parafusos de resina
(maior vida útil).
Custo: resina – R$120/unidade, split-
set – R$ 60/unidade (Carmo, 2010).
El Soldado (Chile)
MÉTODO DE EXPLOTACION
El Soldado (Chile)
• Mina a céu aberto e subterrânea, 36.000 t de cobre em 2015.
• Mineralização: numerosos corpos tubulares, dimensões
irregulares, 100-200 m de comprimento, 30-150 m de largura,
80-350 m de altura.
• Rocha altamente competente (RCU > 200 MPa),
• regime de tensões moderadas (entre 15 e 30 Mpa).
• Condições favorecem desenvolvimento de grandes cavidades
abertas, tanto quanto os corpos mineralizados.
• Para manter estabilidade e maximizar recuperação de grandes
corpos, estes são divididos em unidades menores.
• Deixam-se pilares temporários, que são recuperados na etapa
final.
VRM- Mina Caraíba- 70 a 90 o de inclinação
Pilar de separação da mina a céu aberto- 25 m espessura. Acesso à mina
subterrânea por rampa (pessoal e equipamentos)- 3,2 km comprimento e
poço vertical (650 m profundidade); material é retirado em “skips”,15 t
capacidade; 3 poços de ventilação (Oliveira Jr, 2001). Subníveis espaçados
de 75-97 m para 55-60 m (Andrade Fo, 2002). Pilar entre câmaras no
mesmo horizonte. Introdução do paste fill e modificação do método levou a
aumento da reserva lavrável e da recuperação de minério.
Villaescusa (2014),
entre outros, discute
aumento do
espaçamento entre
subníveis
(“internível”), devido
a avanços na
perfuração e
desmonte: acurácia
de furos longos, tipo
de explosivo, carga,
iniciação.
Tatiya (2013, p.616-626)- parâmetros de modelo e de projeto propriamente dito no
tamanho do realce (potência, mergulho, espaço para operações e escavações etc).
Desafio
Como aplicar sublevel stoping na jazida a seguir?
• Mármore em camadas com o mínimo de impurezas por
minerais escuros, cerca de 20-30 m de espessura,
mergulhando em cerca de 45-50°, estendendo cerca de 1-5 km
ao longo da direção (“traço”) e várias centenas de metros
mergulho abaixo.
• A jazida está em terreno montanhoso sujeito a quedas de neve
de inverno pesado.
• Maciço rochoso é de boa qualidade, com uma classificação
GSI de até 70 e uma classificação Q de até 15.
• É dominado por acamamento muito contínuo, que controla a
estabilidade da capa. Em alguns locais, falhamento também
exerce controle sobre a estabilidade da capa.
• A resistência do maciço é cerca de 24 MPa e tensões in situ
são estimadas em 5-10 MPa.
Outras Minas- Brasil
Mina Pilar (MG)- ouro Mina Pilar de Goiás
- Início: 2008; geologia bastante - ouro, tabular, corpos
complexa (BIFs, xistos), 830 m estreitos, média de
profundidade, acesso- rampa (5 espessura 1,10 m;
m x 5,3 m); internível 55 m, 3 - Realces de lavra
subníveis, teor médio 3,5 g/t; delimitados no teto e base
- Realces 20 m comprimento; por contatos do corpo de
- swellex, tirante com resina, minério e ao longo do
revestimento com tela em mergulho pelas distâncias
desenvolvimento (parte entre câmaras low profile
terceirizado); cabo de ou galerias de produção
ancoragem (malha 1,5-2 m (Machado, 2019).
lado) na lavra; CBL- 2% Li; mina em
- Diluição 3-14%, recuperação- Araçuaí, processamento a
88%, 14-30 mil t 200 km, Divisa Alegre-MG;
perfuradas/mês (Takano, 2019). mais 1 Mta (Souza, 2021).
Minas com corte e enchimento
e realces em subníveis
Exemplos
• Turmalina (Jaguar, ouro, Brasil);
• Brunswick (zinco, chumbo e outros, Canadá);

Newmont (EUA)
• Mina de ouro, em Nevada.
• Usam vários métodos, mas basicamente consideram 90%
Longhole Stoping e 10% Cut and Fill.
• Além de Swellex, também usam Split-set, shotcrete e tela.
• Encaixante frágil e bastante problema com água e
temperatura.
MinaTurmalina- corpos A a C

Satinoco Ore body


Open Pit Main Ore body NE Ore body

Developed

Santinoco

Ramp 2

Ramp 1

6 g/t Au, 30 mil t/mês, mais 360 mta- céu aberto, vida útil 5,5 anos.
EQUIPAMENTOS DE MINA
Perfuração Desenvolvimento
Perfuração Jumbo Perfuração Manual

Perfuração Lavra

“Sublevel Stoping” “Cut and Fill”


EQUIPAMENTOS DE MINA
Carregamento

Volvo L-90

LHD Wagner
ST1020
SINALIZAÇÃO DAS MINAS

Adesivos indicação
Placas Indicativas Câmara Refúgio Sala DDS
de ar e água

Iluminação, Olho de gato


Horário de detonação Quadro de crachá
e sinal de trânsito
Brunswick (Canadá)
• Lentes de sulfeto, reservas 6,2 Mt, com teores 0,4% cobre,
8,4% zinco, 3,4% chumbo e 104 g/t prata.
• 1.125 m profundidade, acesso por poço;
• Preferência por realce em subníveis;
• Perfuração e carregamento de furos por controle remoto;
• Minério desmontado retirado por LHDs controle remoto;
• Segue para passagens de minério e três plantas de britagem;
• Britadores mandíbulas e giratórios 1.500 t capacidade,
reduzem a menos de 150 mm;
• Estocagem em silos, transporte ao poço, içamento;

• Enchimento com rocha estéril como plataforma de trabalho.


Mina Kylylahti (Finlândia)
• Lavra longitudinal em bancos em degrau direito (bench stoping) com
escoamento por nível (Chapman, 2012, citado por Peskens, 2013).
• Perfuração tanto descendente quanto ascendente, proporção 60/40.
• Para a furação descendente, além do carregamento dos furos ser
mais fácil, a operação do carregamento de minério pode ser
simultânea à perfuração, pois carregamento e transporte acontecem
um nível abaixo, por questão de segurança.
• Vantagem da furação ascendente: produção de mais
comprimento/turno, porque o operador não tem que proteger os furos
com tubos.
Rampa na lapa, 1:7; níveis
espaçados 30 m, 550 mil t/ano,
diluição planejada 10%;
Tirantes com cimento 3 m, cabos 6 m
(2 por furo), também em interseções
de escavações; cavilha swellex em
galerias; Surpac- faixas de lucro (€/t).
OZ Minerals- Pará
mina subterrânea de
Carrapateena da OZ
Mineral, na Austrália do Sul.

• Mina subterrânea de cobre que começou em setembro/2018.


• De formação hidrotermal, escavações penetrarão em granitos e dioritos (de
altíssima qualidade) durante as operações.
• Corpo de minério bem verticalizado até 300 m de profundidade; suaviza até
aproximadamente 38°.
• Conhecimento: até 750 m de profundidade; sondagem em subsolo trará
notícias seguras de aumento (ou não) de reservas.
• Produção estabilizada deve ter 1 Mta de minério. Pré-concentração (oresorter);
envio de somente 400 mta para planta, a 75 km da mina (Rocha, 2018-20).
• Realces teriam paste fill; decisão entre deixar sill pillar ou colocar estéril da
rampa e dos níveis nos realces exauridos.
• Caminhões e LHDs de grande porte, pelo alto volume de produção e grande
seção de rampas (5,5 m x 5,5 m).
• Galerias no minério passaram para 4,5 m x 5,0 m.
Outras Minas

Thompson Mine- Ni- Vale


Inco/Canadá
VBM- fechada em 2017;

Birchtree Mine- Ni- 1.250 m


profundidade, 3.800 t/dia,
também fechada em 2017
(mindat.org);

Kazansi Mine: tamanho do realce dependendo da natureza do terreno; rampas


internas, galerias de acesso em intervalos verticais 15 m, travessas em intervalo 30 m;
diluição geral 31%; recuperação de minério- 75%; cabos, telas, shotcrete, straps, steel
sets, split sets, rock bolts; amostragem a cada 1,5 m (Suglo & Opoku, 2012).

Creighton Mine – Ni-Cu- 2.100-2.400 m; 2007: 873 mil st; 3 poços reativados para
reiniciar em 2021; 95% slot-slash (VRM modificado); realces 26-61 m altura; 5% corte
e enchimento hidráulico cimentado, 40% sólidos, realces 4,5 m altura;
lavra de pilares- sequência essencial para lidar com sismicidade; LHD 6 m3-> orepass-
> locomotiva (ou caminhão-britador)-> poço- skip 13,5 t (viewpointmining.com).
Projetos Recentes
• Cayeli (Turquia): rampa 5 m x 5 m, 15%, poço 5,5 m diâmetro, 570 m
extensão; cabeceiras de soleira 7 m x 5 m, espaçadas 7-10 m, 10-50 m
comprimento, jumbo, LHD controle remoto, caminhões 25 t, passagens de
minério; em superfície: caminhões-> pilha; estéril-> backfill; retorno do ar: 2
subidas, D= 3,6 m, 70º, em níveis diferentes, também em rampa exploratória
(Sorvey, 2006).

• Casposo (Peru): mina a céu aberto, mais subsolo (sublevel stoping); ouro 4,5
g/t; prata 116 g/t; acesso principal por rampa.

• Mina Paulsens (Peru): ouro – 6,5 g/t, desenvolvimento também por rampa de
582 m, alcance de 267 m da superfície.

• Mina Young-Davidson (Canadá): Au- estudo de reabertura – 2 shafts (SRK,


2012), com enchimento; greenstone belt, conhecida mineralização até 1.500
m profundidade; poço e rampa de acesso.

• Projeto Kibali (Sens, 2011)- ouro disseminado, rochas vulcanoclásticas e


sedimentares, veios quartzo-carbonato, pirita, 15% sulfetos, mergulho 40º,
comprimento 1,6 km, largura média 300 m, topo do depósito à profundidade
250 m, reserva 11,6 Mt, teor 6,2 g/t- realce em subníveis com enchimento.
Comparações na Perfuração
• Até 50% do custo da lavra pelo método (Oraee et al, 2007);
• Leque ou radial (fan, ring)
Hartman (1992): arranjo a partir de uma base estreita é
provavelmente o mais antigo; usualmente para corpos maciços;
Oraee & Bangian (2007): diâmetros 48-64 mm, extensão até
cerca 25 m, produção 120 - 180 m/turno, 1,5 - 2,5 m3/m
perfurado;

•Paralela – maior desenvolvimento prévio


Hartman (1992): mais eficiente e resulta em fragmentação
consistente aceitável, necessita de se transferir a bancada;
geralmente para corpos mais mergulhantes;
Oraee & Bangian (2007): taxa de custo mais baixa; diâmetros 105
- 165 mm, extensão até 90 m, produção 50 m/turno, 8-18 m3/m
perfurado.
Comparações na Perfuração e Desmonte
• Na faixa completa da espessura do corpo de minério, perfuração
paralela é mais econômica, de maior efetividade. Se aplicação não for
prática (razões técnicas), perfuração em leque seria segunda opção.
• Padrão em leque: consiste de cabeceira de produção em cada
subnível, sendo mais efetivo o custo para potências até 30 m.
• Potências acima de 30 m: aplicar esse padrão inclui duas cabeceiras
por subnível. Aplicando furação paralela, custos de produção
diminuem geralmente cerca de 45% em relação à furação em leque
(Oraee & Bangian, 2007).
• Clark (1998): furos em leque tendem a produzir maior diluição
devido à distribuição não-homogênea da carga;
• Pakalnis (1997): sugere que furos paralelos ao realce resultam
em maior diluição por serem mais sensíveis a desvios na
perfuração.
• Além disso, a detonação utilizando espoletas eletrônicas é
mencionada como uma maneira de reduzir diluição.
Comparações na Perfuração e Desmonte
• Diâmetros de furo maiores: normalmente mais difícil de se
controlar vibração do maciço rochoso, além de se produzir
fragmentos com granulometria maior.

• Bastos (2017, por Oliveira, 2018): menor diâmetro - reduzem-se


custos de forma geral, devido à redução do número de furos e
acessórios utilizados para desmontar a mesma massa e maior
produtividade no carregamento.

• Em contrapartida, furos de menor diâmetro garantem melhor


distribuição da carga de explosivo e menor razão de carga.

• Desvio de furos: Jardim (2019); Oliveira (2019); Albano (2019)-


sistema TDS em jumbo -> 1/40 ou 2,5% desvio.
• Fatores: geológicos, retilinidade, controle no posicionamento
para furação, ..., diâmetro do furo, estado de conservação do bit,
habilidade do operador, comprimento do furo.
Stability graph method- Mathews, Potvin
• Definição do volume total e forma dos realces é de grande importância
para o método SLOS.
• Realces maiores em geral apresentam maior produtividade, porém
maior risco de instabilidade e acréscimo de diluição.
• Entre opções mais usadas para dimensionamento de realces, está
abordagem empírica denominada “stability graph method”.
• Estabilidade de realce aberto expressa em função dos parâmetros:
Raio Hidráulico (RH) e número de estabilidade N’, relacionados com o
teto ou parede lateral da escavação. Aplicado a minas em
profundidades superiores a 1.000 m.
• Raio Hidráulico de face ou parede lateral: área superficial da face
dividida pelo seu perímetro -> RH = Área / Perímetro.
• Número de estabilidade N’: a partir de Q, índice de classificação
geomecânica do Instituto Geotécnico da Noruega.
• Aumento do raio hidráulico favorecia o aumento da diluição do realce
e a tendência ao abatimento das paredes.
• Orientação do realce (Pedersen, 2014): regra prática- eixo longitudinal
na direção bissetora do ângulo entre famílias de descontinuidades.
Estabilidade = f (tamanho
bloco, ..., efeitos de tensões,
da gravidade, da orientação
de descontinuidades)

Análise da estabilidade de realce feita separadamente por superfície para investigar


com detalhe influência das tensões relativas à posição das paredes da escavação.
Trabalhos com gráfico de estabilidade
• Mina Konkola (cobre, Zâmbia) – projeto de realces de 900 m
a 1.350 m profundidade, raio hidráulico 5 a 6-7;
- otimizar custo, produtividade (Dzimunya et al., 2018);
- material de enchimento adequado, para facilitar recuperação
de minério de pilares e melhorar fluxo de caixa;
- mantendo RH=5 em profundidades de 1.250 e 1.350 m,
reduz o vão e realces alcançam área estável do gráfico;
- para RH=6, comprimento de realce 30 m e altura 20 m.
- Adicional 10 m (20 -> 30 m) de comprimento diminui
quantidade de pilares de estabilização e de travessas e
subidas (28% de custos). Aumenta em 7% produção.
Machado, 2018/2019- proposta de estudo de 90 realces da Mina Pilar de
Goiás, da relevância dos parâmetros dos métodos gráficos ELOS e Potvin e
sua aplicabilidade na predição da diluição; presença de estruturas singulares
e sua qualidade, aspectos litológicos (como lentes de quartzo-sericita-xisto
de má qualidade na capa e na lapa).
Vantagens e desvantagens- SLOS
• fácil ventilação,
• pequena exposição a condições
inseguras,
• pequena necessidade de suporte
(artificial),
• recuperação pode alcançar 75%,
• diluição da ordem de 20%,
• alto custo de desenvolvimento (mas parte
no minério),
• não seletivo*, *A seletividade está relacionada
à capacidade de dimensionar o
• furos longos requerem cuidadoso bloco de lavra respeitando os
alinhamento (desvio menor que 2-5%). limites do corpo de minério.

Sales (2019) recomenda, a partir de observações de Alford et al. (2007) e de Bai et al. (2013),
que os primeiros 3 anos de projeto (desenho) dos realces não se restrinjam às rotinas
computacionais, mas o usuário influencie mais no desenho, apesar dessa tarefa gastar mais
tempo que a realizada automaticamente.
Comparação entre Métodos de Lavra
Corpo Regular e
“Sublevel Stoping” inclinados
Maior produtividade
Lavra por Realce em Subníveis Maior diluição
Baixo Custo
(Operacional)
Baixos Teores
“Cut and fill- Hydraulic Back Fill”

Corte e Enchimento Hidráulico

Baixa diluição
Corpos Estreitos
“Cut and Fill –Mechanic Back Fill” Teores Altos
Corte e Enchimento Mecânico
Custo (Operacional)
Elevado
Corpos Irregulares

“Cut and Fill -Paste Fill”

Corte e Enchimento com Pasta


Comparação com outros métodos
PRODUTIVIDADE E CUSTOS UNITÁRIOS (HARTMAN, 1987 OU 2002)

MÉTODO DE LAVRA PRODUTIVIDADE CUSTO


(t/homem x turno) UNITÁRIO
(US$/t)
PEDREIRA (CÉU ABERTO) 28 - 165
CÂMARAS E PILARES 27-73 11-33
LAVRA FRONTAL (AL. ABERTOS) 27-45 9-33
LAVRA POR RECALQUE 4-9 17-44
LAVRA POR SUBNÍVEIS 14-27 13-39
LAVRA CORTE E ENCHIMENTO 9-18 17-55
ALARGAMENTOS ESTEIADOS 22-72
LAVRA ESTRUTURAS 1-3 33-138
RETANGULARES
LAVRA FRENTE LONGA 68-163 6-28
(LONGWALL)
ABATIMENTO EM SUBNÍVEIS 18-36 13-44
ABATIMENTO EM BLOCOS 14-36 6-22
Desafio
Qual dos corpos de minério seguintes estaria mais adequado
para a lavra por realce em subníveis (sublevel stoping)?

1. Três corpos, veios subverticais, 0,5 – 5 m largura, ouro;


2. Veios de quartzo, com ouro, sulfetos, espaçados 20 cm-2 m,
encaixados em metavulcânicas e granodiorito, 80 -120 m
extensão, forte mergulho;
3. Minérios de Pb, Ag, Zn, carbonatos, sulfetos, Au (4- 6 g/t,
mas refratário, sem valor econômico), 500 m extensão, 25 m
largura, 100 - 340 m extensão em profundidade, 30º
mergulho, tipo stratabound.
Referências Bibliográficas
Brady, B.H.G.; Brown, E.T. Rock Mechanics for Underground Mining, p.307. 1985.
Bull, S.E. Underground Mining of nepheline syenite. International Symposium on Large Scale
Underground Mining, p.157-162. 1985.
CETEM. 2005. Rochas e Minerais Industriais, p.90, 475,318, 355, 611.
Mining Engineering Handbook. SME: Cummins (1973); Hartman et al. (p.1721) -1992; Darling- 2011.
Germani, D.A. Mineração no Brasil. Relatório ao PNUD/MCT. 2002.
Hartman, H.L. Introductory Mining Engineering, p.366-373. 1987.
Hustrulid, W.A. Underground Mining Methods Handbook, p.362-482. 1982.
Maia, J. Mineração IV. Notas de Aula. UFOP, p.50-54. 1979.
Novitzky, A. Metodos de Explotacion Subterranean y Planificacion de Minas, p.250-282. 1975.
Pinho et al. Aplicação do VRM na lavra subterrânea de realces e pilares da Mineração Caraíba.
Congresso Brasileiro Mina Subterrânea, 12 p. 2002.
Oraee, K.; Bangian, A.H. Economic Comparison of Drilling Systems in Sublevel Stoping Method. 2007.
Em: dspace.stir.ac.uk/bitstream, acesso: 2014.
Peskens, T.W. Underground mining method selection and preliminary techno-economic mine design for
the Wombat orebody, Kylylahti deposit, Finland, 230p. 2013.
Emad MZ. 2017. Numerical modelling approach for mine backfill. Sadhana, v.42, n.9, p.1595-1604.
Langille, C. 2015. Underground Mining methods – overview of mining methods and equipment. University
of Western Australia. Course MINE4401.
Villaescusa, E. 2014. Geotechnical Design for Sublevel Open Stoping; em: researchgate.net.
Costa, L.C.B. Metodologia para prever e reduzir risco de diluição não planejada em lavra estreita por
sublevel stoping- Córrego do Sítio- S. Bárbara-MG. Dissertação. UFOP. 2017.
Emad & Mitri, 2013. Modelling dynamic loading on backfilled stopes...Taylor & Francis, p. 351-356.
Takano, C. Comunicação. Visita técnica da UFOP. Mina Pilar- Jaguar Mining. S. Bárbara-MG. 2019.
Pedersen, A.H. 2014. Large scale underground mine in Tromsdalen. NTNU. Master Thesis.
Henning, J.G. 2007. Evaluation of long hole mine design influences on unplanned ore dilution. Thesis. Mc
Gill University. Canada.
Reinhardt & Davison. 2019. Revista Brasileira de Geociências, v.19, n.2.
Rocha J.C. Comunicações Pessoais. 2018, 2020.
Bründich. Dissertação de Mestrado. UFRGS. 2017.
Referências Bibliográficas
Curi A. 2017. Lavra de Minas. Oficina de Textos, p.231-238, 315-328.
Silva J.M. Estudo do fluxo de material fragmentado em mineração subterrânea com uso de modelos
físicos. UFMG, cap. 3.4. 2005.
Silveira T.; Girodo A.C. Métodos e equipamentos de mineração com vistas à melhoria da produtividade.
Congresso Brasileiro de Mineração, IBRAM. 1991.
Stewart, D. Design and Operation of Caving and Sublevel Stoping Mines, p.425-640. AIME. 1981.
World Mining Equipment. Longhole drilling can be carried out in tough conditions, p.20-21. 2004.
Minérios & Minerales, jan/fev 2008, p.22-24.
Shevyakov. Mining of Mineral Deposits, p.512-520. 1963.
Lima C.M. Comunicação. Academia Votorantim. 2009.
Nantes T. Comunicação pessoal. Visita da UFOP à Votorantim. 2010;
Nascimento A.L.O. Relatório. Estágio Supervisionado. UFOP. 2018.
Sens J.J. 2011. Stope mine design optimization using various algorithms for Randgold Kibali Project, p.8-
33. Delft University of Technology.
Indian Bureau of Mines. 2014. Applicability of Rock Mechanics in Surface and Underground Mining, p.85-
88.
Dzimunya et al. 2018. Design and dimensioning of sublevel stoping extraction of thin ore (< 12 m) at very
deep level: a case study of Konkola copper mines (kcm), Zambia.
McCarthy, P. 2016. Trends in Australian Mining Costs. Em: austmine.com.au, acesso: 2019.
Barros A.J. et al. 2017. Estudo de caso...rendimento do desmonte na abertura da face livre na lavra
subterrânea-Córrego do Sítio- S. Bárbara-MG...; eumed.net/rev/caribe; acesso: 2019.
Zablocki. 2009, por: Vallejos J. 2014. Herramientas de diseño...sonami.cl/site; acesso: 2019.
Sloane L. 2010. SLOS design…Mount Isa… University of Pretoria. Dissertation.
Alford, Brazil & Lee. 2007. Optimisation in underground mine. Alford et al., Chapter 30, p.562-575.
Disponível em: researchgate.net/profile/…/publication. Acesso: 2019.
Sales, J.V.A. Comunicação em aula. DEMIN/EM/UFOP. 2019.
Sorvey. 2006. An approach on dilution...;
Noticias de Mineração Brasil, 29 de setembro de 2020.
Souza, J.A.H. Comunicação Pessoal. Belo Horizonte-MG. 2021.
Referências Bibliográficas
Alvarenga J.F. Estudo de Índices Operacionais da Lavra Subterrânea no Brasil. Dissertação. PPGEM.
UFOP. 2012.
Atlas Copco. 2007. Underground Mining Methods, p.33-35.
Comunicação (visita técnica UFOP)- Votorantim: Nakamura R.T. Mina Baltar (Votorantim-SP). 2011;
AngloGold Ashanti: Carmo F.A. 2010 (S. Bárbara-MG), Albano G. 2019 (Sabará-MG). Oliveira D.L. 2019
(S. Bárbara-MG).
Sites: onemine.org; mountisamines.com.au; wikipedia.org; mininglife.com.br; dspace.stir.ac.uk; Stoping
Methods- miningbasics.com, 2006. Blasthole stoping -miningbasics.com, 2006; Vazante, ampliação da
lavra subterrânea- vazante.htm, 2006.
Minérios & Minerales. Fortaleza de Minas, vitória da persistência; n.211, p.24-27.
Monografias de Graduação- UFOP: Oliveira P.L. Otimização do plano de fogo por meio da utilização de
tamponamento variável. 2018; Jardim R.J.D. Qualidade da furação de leques em uma mina subterrânea
– causas e consequências. 2019; Machado L.R.M. Estratégias de Controle da Diluição- Mina Pilar de
Goiás. 2019. Em: www.monografias.ufop.br.
Digging deeper by the day. Em: viewpointmining.com; acesso: 2019.
Minérios & Minerales, 200 maiores minas brasileiras, 289, jul-ago 2006.
Pertille, L. Encontro Nacional dos Engenheiros de Minas. UFG. Catalão, Goiás. 2016.
Wu A., Sun Y. 2008. Granular Dynamic Theory and itis applications. Springer.
Bai X. et al. 2013. Incorporating drift in long-hole stope optimization using network flow algorithm. Proc. of
the 36th APCOM. Brasil. Disponível em: researchgate.net/publication, 12p.
Suglo R.S.; Opoku S. 2012. An assessment of dilution in sublevel caving at Kazansi Mine. International
Journal Mining and Mining Engineering, v.4, n.1, p.1-16. Em: linkspringer.com/article.
Oliveira, B.M.O.; Figueiredo, R.P. Dimensionamento ótimo de realces abertos e pilares via programação
matemática não linear. Relatório. PROMIN. UFOP. 2010.
Conexão Mineral. 2020. Yamana quer ampliar em 31% a produção de ouro em Jacobina. Em:
http://www.conexaomineral.com.br/noticia/1810.
Oliveira Junior, J.B. Desativação de empreendimentos mineiros: estratégias para diminuir o passivo
ambiental. Tese de Doutorado, p.120-126. USP. 2001.
Revista M&T, 2013, n.168, p.14-19. Disponível em: http://www.revistamt.com.br. Acesso: 13/05/2013.

Você também pode gostar