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DEMIN/EM/UFOP

Lavra de Mina Subterrânea - MIN114

Mina Arazanzu- México

2023-1- Prof. José Margarida da Silva


jms@ufop.edu.br
Sumário
• Definição, Contexto
• Histórico da Lavra Subterrânea
• Contexto atual
• Princípios Fundamentais da
Lavra Subterrânea
• Escalas de Produção
• Principais métodos de lavra
subterrânea
• Operações e equipamentos.
Automação
• Impactos Ambientais
• Monitoramento
• Fechamento de Mina
Conceito e abrangência
• Como ciência e tecnologia têm avançado nas últimas 3 décadas, as
técnicas de lavra subterrânea, como na ventilação, mecânica de rochas
e controle de riscos, países como Brasil, Colômbia e Chile têm realizado
modificação na normatização da mineração.
• Minas subterrâneas são formadas a partir da escavação de túneis e
galerias. Essas minas podem se deslocar por vários quilômetros em
profundidade. Nesses casos, o minério é retirado por caminhões ou
vagonetas.
• Do ponto de vista ambiental, elas tendem a exigir uma menor retirada
de estéril. Por outro lado, oferecem maiores riscos aos trabalhadores,
principalmente pela maior letalidade e ocorrência dos acidentes.
• No Brasil, a extração em grande escala de minerais metálicos é
normalmente feita em minas a céu aberto, enquanto as minas
subterrâneas são mais comuns na extração de carvão e gemas.
Referências: ELAW. Guidebook for evaluating mining project EIAs. Eugene:
Environmental Law Alliance Worldwide, 2010 (Gomide et al., 2018; MME-
Colômbia, 2015).
Por que lavra subterrânea? Minas de grande produção
anual: Kiruna- 27 Mt,
Malmberget- 15,6 (Suécia);
Rocanville (Canadá)- 17 Mt;
Verbundwerk – 14,5; Zielitz-
11,3 (Alemanha), Sonia- 12,6,
TavSanli- 6,5 Mt (Turquia),
Polkowice-Sieroszowice- 12,1
Bogdanka- 11,8 Mt, Rudna-
10,8, Lubin- 9,1 Mt (Polônia),
EUA- MC1- 16,2 Mt, Sugar
Creek- 15,9, Bailey- 14,3 Mt,
Marshall- 14,1 Mt, Black
Other- 13,4, Sugar Camp-
11,5 Mt, River View- 10,4 Mt,
Harrison- 8,6 Mt, Ohio- 6,0.
Atlas Copco (2008)– produção (minas subterrâneas, em vermelho, 16%)
De acordo com estimativas da Rio Tinto [2008], a mineração subterrânea será
responsável em 2025 por 50% da produção mundial de cobre.
Proactivo (2022): ... el 43% del total de operaciones mineras en el planeta usan
el método minado subterráneo, y es el responsable del 12% de la producción
global, de acuerdo con McKinsey (2021). Em rocha dura. 4
LAVRA DE MINA SUBTERRÂNEA
MINA SUBTERRÂNEA
• Mina em que trabalhadores estão em escavações no subsolo.
• “... lugar mal iluminado e mal ventilado...” (Folha São Paulo,
Conhecer por Dentro);
• Mina de carvão: realidade ruim de saúde e segurança (Germinal,
E. Zola, séc. XVIII);
• 1892- abertura da Mina Grande, Nova Lima-MG (Young, 2021);
• “Viúvas do ouro” (Rev. Isto É, a respeito das mortes de
mineiros/ex-mineiros - Mineração Morro Velho, Minas Gerais);
• Máquinas com mapeamento do teto durante furação, em tempo
real; controle de equipamentos a distância (Engineering & Mining
Journal, 2008);
• Anagnostou & Ehrbar. “Underground- the way of future”. World
Tunnel Congress. 2013.
• “The future of mining is underground.” (Mining Magazine, 2018)
• Espaço subterrâneo – importância crescente; custo e rapidez da
6
execução de escavações, aumento da segurança, métodos mais
precisos (Gripp, 1993; Brucker & Preube, 2020).
Tente (2019): atividades e fases de projeto de mina subterrânea.
Automação: preconizada como forma de reduzir significativamente
riscos à segurança em minas (Chhattal, 2017; Camargos, 2017). Borden,
Kiruna, Finsch, Kittila etc- caminhando para equipamentos diesel-free.
MINA A CÉU ABERTO E SUBTERRÂNEA

Arranjo de uma
mina com escavações
transição céu
aberto para
subterrânea

operações

Fases da
mineração
9
Custos e decisão de lavra

Cam – custo
extração minério;
R – REM;
Cae – custo
retirada estéril;
Cs – custo
subsolo.

BENTO XVI (Caritas in Veritate, 2009, item 35, por Machado, 2020): o mercado se
insere dentro de um contexto de compreensão humanista e por isso corporifica a
solidariedade, o respeito mútuo e a confiança ... em vez de ser ponto de confronto, é
ugar de encontro entre as pessoas... é uma instituição econômica ... de humanismo,
de respeito pelos seres humanos em sua integralidade. Não se podem perder de vista
os princípios ... da justiça social. Se for visto unicamente pela perspectiva do lucro, da
materialidade, ... perde sua destinação de gerar coesão social. Sem solidariedade,
sem confiança recíproca, o mercado perde sua própria função econômica.
(ANM- ex-
DNPM, 2019)

Exemplo: Asia Miner (2022)- é esperado que a mina Oyu Tolgoi (Cu-Au,
Mongólia) seja a quarta maior de cobre do mundo em 2023, produzindo
média de 500 mt de metal entre 2028 e 2036, das operações a céu aberto e
subsolo.
LAVRA SUBTERRÂNEA
• Profundidade do depósito*;
• Quantidade de material a ser retirado para alcançar o minério;
• Jazidas aflorantes vão se tornando escassas;
• Restrições ambientais à lavra a céu aberto;
• Aumento do conhecimento do comportamento de maciços rochosos.
*Torres e Gama (2005): minas pouco profundas ou rasas: até 850 m;
Rahimi et al. (2020)- maior que 600 m (deep mining);
Dessureault et al. (2004): perspectiva de mais de 150 m -> admite-se a
hipótese de mina subterrânea. Ghorbani et al. (2023)- profundidades acima
de 1.000 m.

Moser & Wimmer (2018)- campo da


lavra a céu aberto e subterrânea em
função dos custos de escavação e da
profundidade.
12
Histórico
• Civilizações sentiram necessidade de extrair minerais, com túneis e galerias.
• Rodrigues et al. (2017?): vestígios do uso do cobre (ou outro metal) há
10.000 anos, com dúvidas sobre qual metal teria sido de fato precursor desse
evento. Alguns pesquisadores mais conservadores sustentam possibilidade
do uso do ouro, do ferro e do cobre nativo em torno de 7.000 a.C.
• Minerações que exemplificam trabalho do homem antigo, data: 4.000 aC.
• Mineração subterrânea, embora muito rara, é praticada no Brasil desde o
período colonial (mais de 300 anos em MG).
• Início séc. XIX– minas, frequentemente inundadas/soterradas, eram
abandonadas.
• Inovações modificações significativas: pólvora, uso generalizado da energia
hidráulica, amalgamação por mercúrio, ventilação, transporte e redução do
minério, concreto.
Há expectativa de que
até 2030 mercado da
lavra subterrânea
cresça cerca de 18%
ao ano (Research
Nester, 2023).
Histórico
Século XX
• gunita, cabos na ancoragem, evolução da Mecânica das
Rochas;
• furos para detonação de maiores diâmetros e comprimentos
superiores a 30 m,
• intensa mecanização e automação (scalers, robôs para
concreto projetado, carregadeiras LHD, rompedores e suportes
automarchantes controlados a distância, teleremoto);
• comunicação.
Contexto recente
Whyte (2007): mais de 700 minas em
produção no mundo.

•Revalorização da engenharia;
•Importância da sustentabilidade
ambiental;
•Abertura e reabertura de minas;
•Elevação de preço de venda do ouro;
•Aprofundamento de minas;
•Mais empregos na engenharia mineral,
depois crise mundial e nova retomada.
•Queda do valor de venda de outros
metais; alguns recuperando o preço (Cr-
Ni).
(Estudos Avançados, 1998)
Vale: ouro -mineral mais
explotado no Brasil em subsolo
(vale.com). Referenciais mais
importantes para lavra
subterrânea estão em: Suécia,
Finlândia, Canadá, Austrália,
Chile, África do Sul e EUA, que
têm o maior número de minas,
universidades, instituições de
pesquisa, fornecedores de
equipamentos, conhecimentos,
relativos ao contexto mais
avançado do subsolo, sendo
acompanhados pelos demais,
inclusive o Brasil, com processos
avançados e similares em
segurança e métodos aplicados .
Mineração de grande porte no Brasil concentrada em MG, PA, GO, BA e SP, onde
predomina produção de minério de ferro, ouro, bauxita, cobre, nióbio e fosfato.
Recursos minerais são expressivos e abrangem produção de 72 substâncias minerais,
das quais 23 são metálicas, 45 não metálicas e 4 energéticas (IBRAM, 2015).
Transição de Mina Céu Aberto -> Lavra Subterrânea
• Tema tem merecido atenção. Nos próximos anos teremos importantes
projetos de mineração com lavra subterrânea entrando em operação.
• MASSMIN (2012): transição para subsolo - Collahuasi, Palabora (África do
Sul, influência das tensões), El Teniente (cobre, Chile), Freeport (Indonésia,
240 mil t/dia), Henderson (EUA); pré-condicionamento em Cadia East (ouro,
Austrália); várias lavradas por abatimento em blocos (block caving).
• Aditya Byrla (2012): Esperanza South (Cu-Austrália) - concomitância céu
aberto-subsolo (2005/2009), parou rampa após 967 m; lavra por abatimento
em subníveis (sublevel caving); 20 mta, superfície; 1,2 Mta, subsolo.
• International Mining (2010): lavra a céu aberto da Mina Grasberg (cobre,
ouro) terminou em 2006. Complexo mineiro teve 3 minas subterrâneas em
desenvolvimento para produzir em 2015/2016, juntando-se à ampliação da
DOZ Mine para 80 mil t/dia.
• Wilton et al. (2007): projeto Michelin (Canadá)- 14,3 Mt de reserva para
lavra em subsolo, com mais 3,4 Mt em superfície;
• Voisey Bay- Canadá- Ni- Vale- 2020/2021, vida útil prevista até 2032.
• Geita (Tanzânia); Chung et al. (2016): cita minas como Kanowna e Sunrise.
• In The Mine (2021): Mirabela (Ni)- início operação subterrânea, prev.- 2028.
• NMB (jun/21): potencial de mineração subterrânea- Santa Luz.
Futuro da lavra subterrânea
• Newtrax. 2020. Will underground mine replace surface mine in the
future? Disponível em: newtrax.com/blog;
• Fields J. 2020. The future is (still) underground. Disponível em:
minesmagazine.com;
• Bickford D. 2018. Underground Mining: what does the future hold?
Disponível em: javeybickfordenaex.com;
• Chadwick J. 2017. Tomorrow’s underground mining. International
Mining, p.10-28. Disponível em: https://im-mining.com.
“Las minas no se copian. Todas tienen sus propias condiciones y
restricciones naturales. Por tanto, cada mina tiene un modelo de valor y
costo único. Tiene variables distintas a gestionar…” (Proactivo, 2022)
On July 10, Ramaco R. Inc. experienced a material methane ignition at its
Berwind mining complex (Berwind, West Virginia). The cause of the ignition
is unknown. The company, in conjunction with the appropriate state and
federal regulatory authorities, will be conducting a full investigation. The
mine was idle at the time of the incident, and there were no personnel in the
mine nor any injuries or fatalities (Coal Age, 2022).
Novos Projetos
• Sanbrado (B. Faso), Martha (N. Zelând.), Kipushi (Congo), Coringa* (Au-PA), S. Rita (Ni-BA),
S. Helena (Zn-MT), Autazes-AM (K, 2026), W. Mountain (Austrália-Au), Geita (Tanzânia);
• expandidas/retomadas: Luck Friday, Cuiabá (Au, MG), Carmem (Filipinas, Au-Ag-Cu), Aguas
Tenidas (Espanha), Katanga (Congo), Woodlawn (Zn-Pb-Cu); Twin Creeks (EUA);
• paralisadas/suspensas: Engenho (Au, MG), Santa Isabel- Marzagão (Au, MG); Serra
Fortaleza (Ni, Nexa); Coitezeiro (Pereira, 2021); *Serabi-NMB, set/2020- 9 anos, 8,3 g/t
• andamento/desenvolvimento: Siou (Au, Áfr. Sul), Platreef, Fruta Del Norte (Equador), New
Caribou, Voisey Bay (Canadá), Córrego do Sítio I-II (Au, S. Bárbara– MG), Vila Nova (Cr,
Marzagão–PA), Efemçukuru (Au), Mayskoke (Au), Santa Maria (Colômbia, Au), Mpulanga
(Pt, Áfr. Sul), Zimplast (Pt-Pd-Rh-Au), Mercedes (Anglo), Mungana (Austrália);
• noticiados/iniciados/tentativas: Pedra Branca (Au-Cu, AP), Lagoa Seca (B. Horizonte-MG,
dolomita), Justa (Peru, Cu), Nkomati (Ni-Cr-Co-Cu), Diavik (diamante, Canadá), Canavieiras-
Morro de Vento (Au, BA), Kamoto (cobre), Cortez Hills (Canadá), Rustenbur (Pt, Áfr. Sul);
• estudo/implantação: Chuquicamata (Chile), Miramar (Canadá), Kalagadi (Mn, Áf. Sul),
gipsita (Camamu-BA), Avebury (Ni), Iamgold (Canadá, Au), Quimsacocha (Equador, Au),
Aripuanã (MT, Zn-Cu), Reid Brooks, Eastern Deeps; Great Panther; Granite Creek (Au-EUA);
• potencial (re)início/expansão: Maryland (EUA), Alemão (Au, Cu-PA), Belmont (esmeralda,
Itabira–MG), Dolores (ouro, México), Las Cruces (Espanha), Morro da Mina (manganês,
MG), Cajati (fosfato), Áncash (Peru, 2036); Santa Maria (RS, Pb-Zn-Ag-Cu).
Serra Pelada- COOMIGASP/Colossus, do ouro- túnel construído, porém paralisado (2013).
Primeira década do séc. XXI-> fechamento das minas de ouro Mina Velha e Mina Grande,
importante escola de mineração para a lavra subterrânea.
Previsão: Mirabela (níquel, para 2028, conforme NMB, 2021 ou para
2026, Extra Globo, 14/09/2020; Brasil Mineral, 16/09/2020); ouro em
Matupá-MT; ouro (Cascavel, em Goiás, NMB, 2014), Urucum Norte etc.
LAVRA SUBTERRÂNEA
Elementos de jazidas

Potência:
Muito pequena- até 0,7 m;
Pequena- 0,7 a 2 m;
Média- 2 a 5 m;
Grande – 5 a 20 m;
Muito grande- maior que
20 m (Tatiya, 2013)

22
LAVRA SUBTERRÂNEA
Elementos de jazidas
Direção

N 57º W

N 70º E
N 79º W
N 57º W
50º

Moser & Wimmer (2018)

Ângulo da
horizontal do plano Tatiya, p.528-530.
médio com a
direção norte. 23
LAVRA SUBTERRÂNEA
Elementos de jazidas
• Plano médio
• Eixo
• Extensão (traço)
• Extensão em profundidade
• Mergulho
• Reta de maior declive

• Plunge (caimento): inclinação da linha


normal ao plano da face.

Mergulho: baixo- até 20º, médio-


entre 20 e 50º, grande- maior que
50º (Tatiya, 2013)
24
Moser & Wimmer (2018)
LAVRA SUBTERRÂNEA
Aberturas – desenvolvimento linear
Acessos principais
• Poços (verticais, inclinados) –
escavação com abertura para
superfície, eixo retilíneo - Shaft;
• Rampas..., eixo curvilíneo – ramp,
incline, decline;
• Túneis - eixo retilíneo, horizontal – Acesso por túnel ou rampa
tunnel;
• Ádito Brasil Mineral (2022) – Ero
Galerias – escavações “internas” Copper está construindo novo
• Horizontais (cabeceira - drift, shaft em Pilar (BA) projetado
travessa - crosscut) com 6,3 m de diâmetro, da
superfície à estação de
• Inclinadas, verticais (subidas-
carregamento, no fundo do
raises, descidas- winzes, chaminés,
poço, a 1.552,75 m abaixo da
passagens de minério, de estéril, de
superfície do colar.
pessoal- manway, de enchimento).
26
LAVRA SUBTERRÂNEA
Portal da mina subterrânea

Brasil Mineral (2022)-


Great Panther- Mina
Tucano (AP)- US$ 9
milhões para
desenvolvimento de lavra
subterrânea. Também irá
desenvolver a mina
subterrânea de alto teor
no depósito Urucum
Norte, prevista para
entrar em operação em
2023.

Entrada da mina subterrânea – Rampa –


Serra da Fortaleza.
27
LAVRA SUBTERRÂNEA
Torre do poço

Mina Morro Agudo 28


LAVRA SUBTERRÂNEA
Aberturas subterrâneas

DESENVOLVIMENTO EM
VOLUME

• ALARGAMENTOS OU
REALCES (STOPES) –
vazios resultantes da extração
do minério;

• CÂMARAS PARA
UTILIDADES DIVERSAS
(silos, casa de máquinas,
refeitórios, áreas de oficinas,
britagem, câmara de refúgio e
outras) – (rooms)
29
Lavra Subterrânea- Desenvolvimento e Extração
Custos de desenvolvimento - Custos de escavação (subsolo)
• US$ 1.000-1.200/m escavado, galeria 4,5 x 4,7 m; US$ 1.600-2.000/m (Mota, 2007);
US$ 1.850/m (Cotica, 2009); R$ 8.000/m (xisto, seção 4,5 x 5 m– AngloGold
Ashanti- Figueiredo, 2018);
• US$ 3.000/m, poço 3 m diâmetro, revestimento simultâneo (Lack, 2005);
• Poço (6 m diâmetro, 29,2 m2)- custo final US$ 3.833/m (Bradley, 2002);
• Poço (Seervi, 2017): CP = 2,64 D + 34,8: D = diâmetro (m); de galeria: CG = 0,96 L,
com: L= comprimento (m);
• Poço (Gonzatti, 2007): fixos- CF = 244.527 D0,5; unitário- CO = 2.455 D0,5 H1,05;
D – diâmetro (m); H – profundidade ou altura (m);
C ($/m) = Cref Kexc S 0,6 (Hudyma, sd)
S- seção transversal (m2); Kexc- por tipo de escavação, Cref = 1.100 ($/m)- 2,5 m x 2,5 m
Kexc: 0,34 (cabeceira/travessa); 0,4 (rampa inclinada); 0,11 (subida emadeirada); 0,09
(raise borer- sem revestir); 0,07 (subida em backfill); 0,095 (escavação de serviço).
• Outras fontes: McConnell-Dowell [sd] (acesso: 2022)- taxas de 5 a 12 m/dia, poços,
poços de ventilação-> 18 projetos- África do Sul (16), Chile e Zâmbia;
Arizona (1972); USBM (1932); Luz et al. (2022);
Cardozo (2023).
30
Desenvolvimento; Custo de Equipamentos de Lavra

Quantidade de desenvolvimento
Morro (Tabiporã-PR, ouro, 2005)- 30 km; Morro Agudo (zinco, Nexa,
MG)– 2007: 61 km, 2009: 90 km (900 m/mês); Vazante- 2016: 150 km
(Souza, 2016), 182 km (15 km/ano escavação horizontal; Oliveira,
2018); Diavik (Canadá)- 22 km; Cuiabá (ouro, MG) –62 km, sem
chaminés; 106 km (Teixeira, 2004) -> 200 km (2019); Ferbasa- 71 km
(700 m/mês);
ouro (geral)- 50 m verticais/ano (Netto, 2012); Jaguar 576 m/mês.

Aquisição de Equipamentos
Carregadeira rebaixada LHD – R$ 1,4 M;
Caminhão: 25-30 t – R$ 1,8 M (Cotica, 2009);
Minerador contínuo – R$ 3,5 M (França, 2009).
Lavra Subterrânea - Equipamentos LHDs- Chile
Como são equipamentos que trabalham nas minas? 280 unidades
25 de 5 J3; 208
• Porte de caminhões de 7 J3; 23 de
Convencionais – 7,4-14,5 m altura, 37-235 t (calcário); 10 J3; 18 de 13
Rebaixados – menos de 2 m de altura, 7 a 50 t. J3; 6 de 15 J3.
17 empresas;
• Carregadeiras rebaixadas LHD: El Teniente-91;
• capacidade 0,4-11 m3 (1-25 t, em teste 32, 56, 86 t); Geovita- 28;
• Vagões: capacidade 2 a 40 t; Gardilac- 23;
El Peñon- 22;
• Esquipes (elevadores de carga): 2 a 20 t, Salvador- 20;...
em profundidades de 640 a 2.250 m. (Lafuente,
• Britagem primária -> 1.000 t/h; 2017)
• Perfuratrizes: furos 2-6,5” Taquari- 8;
(Germani, 2002; Lisboa, 2009; Sandvik, 2017; Vazante- 9;...
Vatcher, 2009; Lafuente, 2017).
32
PERGUNTA
Como conciliar segurança e recuperação de minério?

Corpo de minério de Corpo de minério de largura


grandes dimensões pequena (estreito) 33
LAVRA SUBTERRÂNEA
Princípios fundamentais

• Abandono de pilares;

• Enchimento (e/ou suportes artificiais);

• Abatimento controlado do teto (caving).

34
LAVRA SUBTERRÂNEA
Princípios fundamentais – abandono de pilares

Desmonte com o avanço de


aberturas paralelas.

Deixam-se porções do minério


para formar pilares, de
dimensões e formas adequadas.

Pilares limitam os vãos das


aberturas e promovem a
sustentação do teto.

35
LAVRA SUBTERRÂNEA
Princípios fundamentais – enchimento/suportes
artificiais
Material útil vai sendo
extraído;
Vazio formado é preenchido
com outro material para
sustentação do teto.
Desmonte da face é integral;
Frente se desloca, sendo
acompanhada pelo
enchimento.
Teto na frente de trabalho
sustentado para evitar queda
de blocos ("chocos").
36
LAVRA SUBTERRÂNEA
Princípios fundamentais – abatimento controlado
(caving)
Com avanço da frente de lavra,
provoca-se seu desabamento, a
uma distância controlada,
dissipando-se parte da energia
armazenada.
A rocha desabada empola, o que
inibe a propagação do
abatimento.
Blocos começam a exercer
reações apreciáveis sobre o
teto, favorecendo sua
sustentação.
37
LAVRA SUBTERRÂNEA
Classificação de corpos de minérios

• corpos de mergulho acentuado (maior


que o ângulo de repouso do minério
fragmentado);
• corpos horizontais e sub-horizontais (em
que equipamentos sobre rodas chegam à
pilha de minério fragmentado);
• corpos de mergulho suave (médio).

38
Classificação de Métodos de L.S.
Métodos de lavra
subterrânea
Métodos sem suporte artificial Suportados Abatimento

Room-and- Sublevel and Longwall Sublevel Block


pillar longhole open mining caving Caving
(Câmaras e stoping (realce (abatimento (...em
pilares) em subníveis) em blocos)
Cut-and-fill Shrinkage VCR
subníveis)
Stoping (corte e Stoping Stoping
enchimento) (enchimento
temporário)
Deslocamentos

Energia armazenada
LAVRA SUBTERRÂNEA
Classificação de corpos de minério - corpo de mergulho acentuado

• Minério desmontado
desce por gravidade até
galeria de transporte.

• Inclinação a partir da
qual começa a ocorrer
rolamento do minério
desmontado depende
das dimensões dos
blocos e da
regularidade do piso;
fica entre 45 e 50.
40
LAVRA SUBTERRÂNEA
Classificação de corpos de minério - corpos (sub) horizontais

Equipamentos chegam até as


pilhas de minério
desmontado nas frentes de
lavra.
• Máxima inclinação varia
com o equipamento, mas
habitualmente fica entre 8
e 11 (15 a 20%).
• Pode ainda ser exeqüível,
com o desmonte segundo
retas de menor declividade
ou horizontais de mesmo
plano do corpo. 41
LAVRA SUBTERRÂNEA
Classificação de corpos de minério - corpos de mergulho suave

• Inclinação excede
limites de
trafegabilidade
(gradeability) de
equipamentos, mas
não é suficiente para
que ocorra
escoamento do
minério desmontado,
sob ação da
gravidade, das frentes
de lavra até galeria de
transporte.
42
Ranking de produção da mineração (Produções 100 mil a 1,4 milhão t/ano)
Mina Empresa Método Minério 2005 2006 2007 2008 2009 2010 (Mt ROM)
Taquari Vale Câmaras e pilares potássio 46a. - - - 49ª. 58 (2,6)
Vazante Nexa (Votorantim) VRM/corte enchim. zinco 66a. 72a. 79ª. 84ª. 87ª. 90 (1,3)
Verdinho Carbon. Verdinho Câmaras e pilares carvão 68a. 76a. - - 68ª.
Caraíba Erro Copper Subníveis (VRM) cobre 84a. 83a. 110ª. 114ª. 38ª. 54 (3,0)
Faz. Brasileiro Equinox VRM ouro 87a. 85a. 92ª. 93ª. 85ª. 101 (1,1)
Jacobina Yamana Sublevel stoping ouro 89a. 68a. 78ª. 72ª. 59ª. 68 (2,3)
Barro Branco Carbon. B. Branco Câmaras e pilares carvão 93a. 93a. - 82ª. 112ª.

Cuiabá AngloGold Sublevel stoping ouro 94a. 94a. 86ª. 88ª. 81ª. 85 (1,2)
Morro Agudo Nexa (Votorantim ) Câmaras e pilares zinco 96a. 84a. 95ª. 102ª. 103ª. 104 (1,0)
Crixás (Mina III) AngloGold corte e aterro ouro 101a. 112a. 126ª. 142ª. 119ª. 142 (0,4)

Ipueira Ferbasa abatim.subníveis cromita 103a. 103a. 105ª. 99ª. 109ª. 118 (0,8)
Serra Fortaleza Votorantim Subníveis (variaç.) níquel 108a. 110a. 130ª. 137ª. 132ª. 148 (0,3)
S. Bento/C. Sít II AG Ashanti corte e aterro ouro 134a. 131a. 218ª. -
Morro Tabiporã Câmaras e pilares ouro - - - - -
Baltar Votorantim R. Subníveis calcário - - - - 100ª.
Crixás (Nova) AngloGold corte e aterro ouro - - 193ª. - 139ª. 153 (0,3)
Turmalina Jaguar R.Subnív. / C. Ench. ouro - - 150ª. 129ª. 107ª. 120 (0,7)
Belmont Belmont Câmaras e pilares esmeralda - - 207ª. 192ª. 190ª. 205 (0,06)
Tanguá (Mina 2) EMITANG Realces abertos fluorita - - 121ª. 196ª. 196ª.

43
Mina Empresa Método Minério 2005 2006 2007 2008 2009 2010 (Mt ROM)
Santa Helena Prometalica corte e aterro zinco - - 158ª. -
Santa Isabel Jaguar corte e aterro ouro - - - 123ª. 140 (0,4)
Córrego Sítio AngloGold Realce em subn. ouro - - - 152ª. 161ª. 168 (0,2)
Palito Serabi Sublevel stoping ouro - - - 165ª. -
Andorinhas Reinarda C. pilares/ench. ouro - 171ª. -
Urucum RDM Cam. pilares manganês - - - 145ª. -
Lauro Muller Carb. Belluno Cam. pilares carvão - - - 142ª. 136 (0,5)
Esperança Carb. Esperança Cam. pilares carvão - - - 85ª. -
Fontanella C. Metropolitana Cam. pilares carvão - - - 127ª. 106ª. 115 (0,8)
Mina 115 Cambuí Cam. pilares carvão - - - 134ª. -
Caetité INB Em implantação Urânio - - - 156ª. 152ª. 189 (0,1)
Morro Fumaça Votorantim Corte e enchim. fluorita - - - - -
Serra Pelada Colossus Em implantação ouro - - - - 194ª. -
Palmeiras AngloGold Pilares, enchim. ouro 199ª. 173 (0,2)
Mina Velha Lamil Câm. e pilares agalmatolito 192ª. 204 (0,06)
Palmital Jaguar Realces abertos ouro 207 (0,06)
Cachoeira CBL Realce em sub. lítio 162 210 (0,04)
Brejuí T. Salustino retomada scheelita 49ª. 214 (0,03)
Lamego AngloGold Pilares, enchim. ouro 184ª.
Escalas de produção
• Rocha dura (compacta):
– Pequena escala:
• abertura mínima (2 x 2) m2
– Média escala:
• abertura mínima (4 x 4) m2
– Grande escala:
• abertura mínima (5 x 5) m2

• Rocha branda ou mole (friável)


Lavra subterrânea também apresenta uma assimetria entre os
empreendimentos de pequeno a grande porte com necessidade de
melhoria das operações e condições de segurança/trabalho (Heider,
2017).

Hamrin (2011): 650 minas acima de 150 mta; 6.000 abaixo.


Rocha dura: pequena escala
• Perfuração manual
• Carregamento:
– carregadeiras LHD (load, haul
and dump, 0,4- 4 m3) ou de
descarga traseira.
• Transporte:
– caminhões 7 t a 15 t, dependendo
do tamanho das vias;
– trens, especialmente composições
com vagões tipo gramby car com
4 t a 8 t de capacidade, sendo
usados 8 a 12 vagões por trem;
– trem caindo em desuso (menor
flexibilidade, baixa
produtividade).
Rocha dura: média escala
• Perfuração mecanizada;
• Carregamento:
– carregadeiras LHD com
capacidade entre 4,5 m3 e
7 m3.

• Transporte:
– caminhões de 20 t a 30 t.
Rocha dura: grande escala
• Perfuração mecanizada – jumbos*/
simbas;
• Carregamento: carregadeiras LHD
com capacidade 9-11 m3.
• Transporte: caminhões de 40-50 t,
raramente maiores.

*Nome de elefante africano de 6,2 t,


grande atração de circo, que morreu em
1885, em acidente de trem. Seu nome,
popularizado, passou a designar tudo o
que é gigantesco (Dic. Etimológico).

Grandes minas têm duas saídas, poços de ventilação e quatro turnos de


6 h, regras estabelecidas nos países que assinaram a convenção da OIT.
Rocha branda ou mole
• Desmonte contínuo;
• Carregamento (limpeza):
– mineradores contínuos ou cortadeiras para desmonte
e/ou carregamento.
• Transporte:
– Carro transportador (shuttle cars) e correias
transportadoras;
– às vezes mineradores contínuos ou combinação com
LHD e caminhões.

(Moser &
Wimmer,
2018)
Manuseio de material

Mineração subterrânea é bem


mais complexa em termos de
hidrogeologia, geotecnia,
ventilação, desmonte de
rochas, mitigação de
rastelo impactos ambientais,
segurança do trabalho e
acompanhamento nas frentes
trolley
de lavra (Heider, 2017).
Métodos principais de lavra subterrânea
• Câmaras e pilares (room and pillar);
• Realce em Subníveis (sublevel stoping) – variantes VCR, VRM, AVOCA;
• Corte e enchimento ou corte e aterro (cut and fill);
• Abatimento em subníveis (sublevel caving) e em blocos (block caving);
• Frente longa (longwall mining);
• Recalque (shrinkage stoping);
• Alargamentos abertos: open stoping - lavra frontal (breast stoping),
ascendente (overhanding stope) ou descendente (underhanding stope).
Produtividade (Eficiência)
Fatores para a produtividade em subsolo (Barr, 2004):
• flexibilidade/mobilidade do sistema de transporte (com ou sem
trilhos),
• tamanhos das aberturas,
• grau de mecanização/automação.
Em condições adequadas, a lavra a céu aberto é mais produtiva, mais
econômica, mais segura.
A lavra subterrânea é mais seletiva, tem menor impacto ambiental
(Hartman et al, 2002; energyres.com.au, 2014; Souza Silva, 2007;
Nelson, 2011).
Alguns depósitos podem ser lavrados inteiramente por métodos
superficiais, enquanto outros apenas em subsolo.
A disposição de estéril e rejeito em subsolo elimina os custos e a
necessidade de áreas em superfície.
Mineração está em trajetória ascendente de adesão às tecnologias digitais.
Parâmetros de análise de métodos de lavra
• Recuperação: quantidade do material útil presente no minério extraído.
• Diluição: contaminação do minério pela presença de material estéril
(rocha encaixante).
Devido à complexidade das jazidas, algumas apresentam baixa seletividade
do minério; ou, quando na fase da lavra, apresentam condições que tornam
inadequadas as configurações operacionais, propiciando alta diluição, que
pode estar presente em todos os estágios da lavra.
O fator mais importante é
evidentemente lavrar o minério
com a menor diluição possível.
Esse fato pode parecer muito
óbvio, porém na prática nem
sempre as operações ocorrem
dessa maneira. Quando os veios
são mais estreitos que a largura
mínima dos realces, certo grau
de diluição é certamente
Tipos de diluição (Adaptado de Scoble e inevitável.
Moss, 1994 apud Oliveira et al., 2014).
Parâmetros de análise de métodos de lavra
• Seletividade
Possibilidade de separação na lavra do material mais
interessante (“minério”) do menos interessante
(“estéril”).
Fatores que podem gerar diluição:
• limite e natureza do contato minério e estéril;
• zonas de limite dos realces;
• complexidade geológica;
• seletividade da lavra e dimensão dos equipamentos;
• método de lavra e tipo de desmonte de rocha, entre
outros.
Seletividade
Mine Planning, 2004: MS = (Hm / Hc) 100
• Hm – espessura do veio (m);
• Hc – altura de carregamento: função da dimensão dos equipamentos,
mergulho e natureza (regularidade) do depósito - 1,2 m (LHD), 1,4 m
(scraper), 2,4 m (overshoot loader)
Hc = (1 + H cot α) sen α + a
• α - mergulho;
• a - folga operacional (0,2-0,4 m) de cada lado.
• Recomenda-se desenvolvimento 18 meses à frente da lavra. Velocidade de
preparação priorizada em relação ao custo maior de desancho e perda de
seletividade.
• Lisboa, 2009 (p. 143-146): se relaciona à forma espacial do realce (que deve
ser o máximo possível idêntica à forma do corpo mineralizado selecionado
para ser lavrado). Se o desenvolvimento é executado corretamente, se as
perfurações do realce vão até limites preestabelecidos, se, no caso de
intercalações de estéril, seja possível a retirada desse separadamente do
minério; para esse caso, teríamos seletividade próxima dos 100%.
Diluição
A relação entre as dimensões dos equipamentos e a espessura e
inclinação da camada definem a diluição: desde que a espessura da
camada permita a operação de equipamentos em seu interior, opera-se
com diluição aceitável (www.ebah.com.br).

Tendências
• Vibração, insalubridade e ruído, entre outras questões estão recebendo
mais atenção das agências regulatórias.

• A mineração subterrânea deve se tornar o sistema dominante, devido


a vários fatores, trazendo novos desafios/problemas (Carter,
Engineering & Mining Journal, 2006).

• A tendência é de maiores dimensões das aberturas, com maiores


necessidades de suporte (Lima, FOSMINAS, 2008).
Método de lavra subterrânea em algumas minas
(Brady e Brown, 2006)
Mina Método
Kiruna Mine, Suécia Sublevel Caving
Ridgeway Gold Mine, New South Wales, Australia Transverse Sublevel Caving
Pea Ridge iron mine, USA Longitudinal Sublevel Caving
Perseverance mine, Western Australia, Australia Sublevel Caving
Northparkes mine, New South Wales, Australia Block Caving
Urad mine, Colorado, USA Block Caving
El Teniente Mine, Chile Block Caving
Elliot Lake District Uranium Mine, Western Ontario, Canada Room-and-Pillar
South Africa gold Mine Longwall
Valisaari Vihanti Mine Sublevel open Stoping and filling
Quirke Mine, Canadá Stope-and-Pillar
Doe Run mines, Missouri, USA Room-and-Pilar
Brunswick mine, Canada Stope-and-Pillar
Mount Charlotte Gold Mine, Western Australia Open Stope-and-Pillar
Mount Isa Mine, Austrália Cut-and- Fill
Western Deep Level Gold Mine, South Africa Longwall
Gordonstone Coal Mine, Queensland, Australia Longwall
Appin Colliery Coal Mine, New South Wales, Australia Longwall
Southern Coalfield Mine, New South Wales, Australia Longwall
Câmaras e pilares (Room and pillar)
Câmaras e pilares

Feeder Breaker

• Perfuração mecanizada – frontal, descendente ou ascendente;


• Carregamento: LHD a diesel, híbridas ou elétricas de 0,75 a 11 m3.
• Transporte:
– nos realces, por shuttle cars descarregando em correias ou por
vias abertas na lapa, por meio de caminhões ou trens.
– Caminhões rebaixados e articulados, de 15 a 50 t.
Câmaras e pilares
• galerias interligadas por travessas perpendiculares ao
corpo de minério;
• número de aberturas que atenda a pessoal,
equipamentos, ventilação;
• lavra convencional (cíclica, regular) ou contínua;
• recuperação- 20 a 60%, diluição- 0 a 5%;
• método se presta bem à mecanização;
• mina pode ter enchimento ou abatimento;
• reutilização das aberturas depende de planejamento
prévio.
Exemplos de uso:
–RDM - Urucum/MS - Mn;
Câmaras e pilares
–Mosaic, Taquari-Vassouras/SE - K: (“convencional”)
• desmonte por mineradores
contínuos
• carregamento por shuttle cars
• transporte por correias 7 km;
–Vazante, Morro Agudo/MG - Zn-Pb;
–Anglogold, parte de Crixás/GO –
Au;
–Carvão de Santa Catarina,
profundidades de 70 m a 300 m,
recuperação máxima de 50%;
–Esmeralda- Belmont- Itabira/MG;
–Colonsay (Canadá), Panasqueira
(Portugal), Vermont (EUA); Shuttle car
–Outras pedreiras, como Itália,
Grécia, Espanha, Portugal, EUA,
Reino Unido, Rússia, Croácia,
Eslovênia, Moldávia.
Carregadeira rebaixada- LHD (load, haul, dump) =
carregadeira frontal de perfil rebaixado, com acionamento a
diesel e/ou elétrico, que circula com as mesmas velocidades
nos dois sentidos.
Haggloader- carregadeira contínua- equipamento provido de braço de escavadeira em
uma extremidade, utilizado para escavar e também carregar rocha após detonação,
alimentando a correia transportadora do próprio equipamento, que vai transportar o
material até a outra extremidade, despejando-o diretamente no caminhão ou
equipamento de transporte; sobre pneus, capacidade de carga de até 5 m³/min;
adequada para seções de galerias de túnel de 14 m³, disponível em duas
configurações de braço: braços duplos de escavação para alta produtividade ou
retroescavadeira para maior flexibilidade; transportador pode ser elevado e rebaixado
para se ajustar à altura de carga de diferentes equipamentos de transporte; solução
híbrida diesel-elétrica fornece bom ambiente de trabalho, baixos custos de ventilação
e flexibilidade para operação em qualquer lugar, a qualquer hora (EPIROC, 2021).
Realce em
Subníveis
(com pilares)
Realce (Alargamento) em subníveis
• sublevel stoping - lavra ascendente,
• Desmonte de tiras verticais de minério, de grande
volume, escoando-se o material desmontado pelos
chutes e travessas de produção;
• corpo mais potente - trabalha-se mais de um
subnível por horizonte (“transverse”);
• fácil ventilação, pequena exposição a condições
inseguras, pequena necessidade de suporte
(artificial), recuperação pode alcançar 75%, diluição
da ordem de 15-20%, alta produtividade;
• não seletivo, furos longos requerem cuidadoso
alinhamento.
Método de subníveis
(sublevel stoping)
• Perfuração mecanizada: em leque (fan drilling) ou paralela
(wagon drilling);
• Carregamento:
– LHD, descarga traseira, carregadeira frontal,
chutes/passagens;
• Transporte:
– LHD, caminhões (convencionais ou rebaixados), correias;
• Preferência para equipamentos de maior porte.
Método de (realce em) subníveis
• Exemplos de uso:
– Equinox, em Fazenda Brasileiro, Teofilândia/BA, na variante
sublevel retreat - Au;
– Votorantim, Baltar (SP) - calcário;
– Mina do Palito, Serabi – ouro (PA);
– Mina de Vazante, Nexa (ex-Votorantim) – zinco – VRM;
– Minas Córrego do Sítio I e II, AngloGold (a II- ex-São Bento,
da Eldorado), Santa Bárbara/MG, com enchimento posterior
dos realces - Au;
– FERBASA, Andorinhas/BA, utilizando sublevel retreat – Cr;
– Mina Caraíba/Ero Copper, em Jaguarari/BA - Cu;
– Mina Pilar de Goiás- Au;
– Pilar, Jaguar, S. Bárbara-MG- Au;
– Tanguá - fluorita / RJ, Cuiabá - AngloGold – Au - Sabará/MG,
Turmalina – Jaguar- Au, Plumbum – Pb /PR, Boquira – Pb-Zn
/BA e Camaquã – Cu /RS.
Mina Baltar, Votorantim, calcário
Galeria de perfuração
3,80 x 3,80 m

Galeria de perfuração
3,80 x 3,80 m

Galeria de transporte
7,50 x 5,50 m Galeria de perfuração
3,80 x 3,80 m
Jumbo
Perfuração por
sensores
• Permite que execute
uma perfuração
direcional.

Posicionamento e
sequenciamento
dos braços
• Permite reduzir o
tempo de perfuração.

Teixeira, 2014
Comparativo entre duas perfurações

Perfuração sem sensores Perfuração por sensores

Na opção à esquerda (com video, na internet), é possível visualizar um desvio


na perfuração devido ao embocamento.

Na opção à direita (com vídeo, na internet), devido ao Jumbo funcionar por


meio de um sistema de perfuração por sensores, evita-se o embocamento, pelo
fato de que um sensor preciso posicionar o braço do jumbo no exato local,
evitando que o Bit sofra desvios e consequentemente obtendo furos paralelos
entre si.
Alargamento em subníveis -
variante
VCR (Vertical Crater Retreat)
• subnível de perfuração é alargado a toda a
potência;
• com furos ascendentes, lavram-se camadas (“tiras”)
horizontais que caem no alargamento inicial.
• O desmonte usa cargas esféricas (razão 6/1 entre o
comprimento do furo e seu diâmetro; melhor
aproveitamento da energia do explosivo).
• É um método patenteado.
Nível 1
1 3 Nível 2
Nível 3

2 4
Nível n

Corte transversal esquemático


do corpo de minério
MÉTODOS DE LAVRA SUBTERRÂNEA
Para baixo mergulho – Lavra por alargamentos abertos (open stopes*)
• Lavra frontal (breast stoping): corpos
horizontais até 20º, camadas com
espessura até 2,5-3 m; Perfuração manual
• Opção depende da profundidade do
depósito, da resistência do minério e
condições do teto;
• perfuração manual, equipamentos
sobre pneus (LHD, rastelo, carro-
vagoneta 1 t), vagonetas e chutes;
• pilares, naturais ou artificiais;
• rafa antes do uso de explosivo;
• meio econômico de lavrar corpos
estreitos profundos; inclinada frontal
• método seletivo.
*Mais uma vez, cuidado com a comunicação: alguns escrevem open
stope, mas estão se referindo a sublevel open stope. 73
Métodos para forte mergulho – alargamentos abertos
Lavra descendente
(underhanding)
• Iniciada da porção superior,
bancos de 1,8 m de altura por 1,2
m de largura, ângulo geral 60o.
• perfuração manual,
• plataforma de trabalho é minério,
• lavra em “degrau direito”;
• pontos de carregamento a cada 6
a 7,5 m;
• pilares eventuais, não
recuperáveis.
• Mina Santa Catarina- fluorita
(Votorantim).
74
LAVRA SUBTERRÂNEA
Métodos para forte mergulho – alargamentos abertos
Lavra ascendente
(overhanding)
• perfuração manual (plataforma,
pilha de material, pranchões);
• Frente: 45 a 60o;
• jumbo, eventualmente na
preparação de níveis;
• carregadeira de descarga
traseira, chute e vagoneta;
• Configuração: “degrau
invertido”;
• pilares ou esteios;
• pontos de carregamento em
intervalos.
• fluorita, EMITANG (RJ). 75
Koutzi underground narrow vein magnesite mine.
International Mining (https://im-mining.com/2022)
LAVRA SUBTERRÂNEA
Métodos para forte mergulho – lavra por recalque (shrinkage
stoping) ou câmaras e armazéns (Maia, 1980)

Minério
Passagem
deixado
de pessoal
no realce
e ar

Travessas de carregamento

Galeria de transporte
77
Recalque (shrinkage)
• Perfuração manual: frontal ou ascendente;
• Carregamento:
– LHD a partir dos pontos de carga, quando são usados
caminhões em sistemas sem chutes ou a partir de chutes;
– carregadeiras tipo overshoot loader, quando se utilizam
vagonetas-trens.
• Transporte
– LHD, caminhões rebaixados e articulados, capacidade 15-25 t.
– trens, os vagões do tipo gramby com 4 t a 8 t de capacidade, em
trens com 8 a 12 vagões por composição.
Recalque
• Exemplos de uso:
– AngloGold, em Morro Velho, Nova Lima/MG, em revisão de
projeto- Au;
– Mineração São Bento, da Eldorado, Santa Bárbara/MG –
Au; Panelas (PR)– Pb; Camaquã (RS)– cobre; Brejuí (RN)
– tungstênio,
– Gold Road (EUA)- Au, Nixen Fork (Alaska-EUA), Las
Cuevas (México)– fluorita, Snip Mine (Canadá)- Au,
– Porco (Bolívia)– zinco,
– Casapalca e outras (Peru),
– Colonial Gold (Irlanda)– ouro;
– Canadá- auxiliar em algumas minas.
Lavra por Recalque (Shrinkage Stoping)
• lavra ascendente de tiras horizontais,
• minério desmontado mantido temporariamente no
interior do realce, sendo suporte para encaixantes e
plataforma de trabalho para perfuração manual;
• boa recuperação (75-80%), baixa diluição (menos de
10%),
• pequena necessidade de suporte (artificial),
• desenvolvimento moderado (médio), perigosas
condições de trabalho (piso desigual),
• mais de 60% do minério só é retirado após meses no
alargamento.
Mine dilution (adaptado de Camm, 2011, 2020)- Open pit, Cut-and-fill, Room-
and-pillar - 5%; Shrinkage, VCR- 10%; Block caving, Sublevel longhole
stoping – 15%, ... sublevel caving- 30%.
Corte e
enchimento
(cut and fill)

O enchimento com as
propriedades de um
material de baixa
resistência, porém
extremamente deformável,
transmitirá sua deformação
aos materiais adjacentes
(Freire e Figueredo, 2016).
Corte e enchimento
• lavra geralmente ascendente,
• minério é removido e enchimento suporta as paredes e
fornece piso para a lavra da próxima fatia de minério;
• Enchimento - Rockfill, backfill, sandfill ou pastefill;
• resistência das rochas encaixantes: pode ser
média/fraca;
• forma da jazida: pode ser irregular, descontínua;
• teor alto (custo operacional alto);
• forte mergulho, mas adaptável ao médio;
• permite alta mecanização;
• boa seletividade,
• alta recuperação (90 a 100%), baixa diluição (5-10%),
• baixo custo relativo de desenvolvimento,
• versátil,
• estéril e rejeito podem ser distribuídos no subsolo.
Corte e enchimento (corte e aterro)
cut and fill
• Perfuração mecanizada (short hole)
• Carregamento:
– LHD com capacidade 0,4 m3 (elétricas), até 3 m3,
raramente maiores; rastelo.
• Transporte:
– LHD, caminhões ou trens com vagões de
pequeno porte, como usado para o recalque.
Corte e enchimento (corte e aterro)
Exemplos de uso:
– Brasil- ativas: Anglogold, Mina Cuiabá, Sabará/MG,
enchimento mecânico- Au; Mina de Vazante, Nexa- zinco
(15%); Ex- São Bento, S. Bárbara/MG, enchimento
backfill- Au (Córrego do Sítio II); Anglogold, parte das
Minas de Crixás/GO, enchimento (sandfill)- Au; Jaguar:
Turmalina, Pilar- Au; Caraíba/ Ero Copper- Cu;
– Brasil- suspensas: Au- Santa Isabel– Jaguar, Engenho–
Mundo, Raposos/MG- AngloGold, Morro da Fumaça/SC-
fluorita;
– Neves Corvo (Portugal); Aguilar (Argentina); Luck Friday,
Stillwater, Galena (EUA); Raglan– Ni-Cu, Cannon,
Falconbridge- Canadá; Matla Mine- Pt- África do Sul;
Mount Isa- Austrália; Tara- Pb-Zn- Irlanda; Garpenberg
(Suécia); Keretti (Finlândia).
Abatimento controlado em subníveis
(sublevel caving) e em blocos (block caving)
• Perfuração mecanizada
(principalmente em subníveis);
• Carregamento e transporte:
– equipamentos semelhantes aos de
alargamento em subníveis (sublevel
stoping); preferência para maior
porte.
– Kiruna– LHD´s controle remoto,
caminhões 22 t, trens– vagões 35-
40 t.
Controle remoto: permite mudanças rápidas de turno de operador, reduzindo tempo
ocioso, inativo de intervalos. Condução possibilita emprego do equipamento em
áreas de extração de difícil acesso, antes inviabilizadas por riscos à segurança
operacional. Pode ser utilizado em cabine de comando com câmeras com visão para
ângulos e áreas diferentes da operação, microfones que gravam sons da máquina,
receptor e transmissor de link de rádio. Tela principal de alta resolução fornece visão
completa do local de trabalho e do entorno (In The Mine- 2022, 95, p.7).
LAVRA SUBTERRÂNEA
Métodos para forte mergulho – abatimento em subníveis

Zona abatida

Lavra: desmonte
e carregamento
Passagem de minério

Perfuração

Desenvolvimento

Nível principal de transporte

87
Abatimento em subníveis
• lavra descendente, com
furação longa ascendente;
• minério desmontado
despejado em passagens,
deixando-se capa
deformar-se e abater-se;
• fluxo de material
fragmentado de
grosseiros é fator mais
importante;
• larga escala (produção
superior a 50.000 t/dia),
• investimento inicial de
centenas de milhões de
dólares.
Mina de Kiruna - Suécia
Abatimento em subníveis (sublevel caving)
• Requisitos rígidos-> não seletivo;
• melhores índices de segurança e saúde,
• alta recuperação (80 a 90%),
• independência das operações;
• diluição inevitável (10 a 35%),
• perdas de minério (ore loss) entre detonação
de um leque e outro (10 a 20%),
• subsidência.
Recovery ratio (adaptado de Camm, 2011, 2020): Room-and-pillar – 50-
85%*, Sublevel longhole, Cut-and-fill- 85%, Open pit, Shrinkage, Vertical
crater retreat- 90%, ... Sublevel caving, ... Block caving – 95%.
*com recuperação posterior de pilares
Abatimento controlado em blocos
(block caving)
• Exemplos de uso:
–Mina Ipueira, Ferbasa, em
Andorinhas/BA– Cr- 60%;
–Mina Fazenda Brasileiro,
Teofilândia/BA, na porção mais
superficial, se usou variante com
recalque – Au (Germani, 2002);
–Mina Caraíba/BA- Cu, em
algumas situações;
–Grandes minas, Palabora, África
do Sul e El Teniente, Chile –
blocos- lavra de teores 0,7-1%
Cu;
–Urad– EUA – blocos -
molibdênio. Block caving
Abatimento em blocos (block caving)
• blocos são solapados (undercutting) para induzir o
abatimento.
• Minério e rocha encaixante são abatidos.
• alta produtividade, altas escalas de produção;
• baixo custo de lavra (custo operacional relativo de
20%),
• diluição de 10 a 20%,
• recuperação pode alcançar 100%,
• operações padronizadas, boa supervisão;
• bons índices de saúde e segurança;
• subsidência pode ser em grande escala,
• controle de fluxo por gravidade crítico,
• grande tempo de desenvolvimento para blocos (cerca
de 1.000 m2), se desmonte sem explosivo.
LAVRA SUBTERRÂNEA
Para baixo mergulho – Lavra por longwall (frente longa)

Maquinário
concebido
exclusivamente
para o método
94
Lavra por frente longa - longwall
• lavra integral, desmonte em face contínua, por toda a
extensão da área a ser lavrada,
• em avanço ou em recuo, com/sem abatimento (20%);
• sistema de galerias de transporte (duplas ou triplas),
próximas entre si, com cerca de 100 m comprimento,
para material e pessoal, com face livre (slot-> rafa)
para iniciar desmonte;
• arranjo longitudinal (corpos de pequena- média
espessura); arranjo transversal (espessura -> 30 m);
• exige rigoroso controle do contato.
Longwall
• A lavra em avanço requer menor desenvolvimento
prévio.
• A lavra em recuo tem entradas simples usadas
apenas por um painel, é mais barata e mais rápida,
requer menos mão-de-obra;
• grande produtividade (maior em subsolo),
• grande recuperação na lavra;
• maior potencial de diluição;
• custo de manutenção elevado (tempo de
transferência de equipamentos de um painel para
outro),
• alto custo de investimento (ou de capital, CAPEX).
Lavra por frente longa
(Longwall)

• 80% desmonte com mineradores contínuos;


• Carregamento:
– transportadores de correntes que operam
junto à face.

• Transporte:
– Correias transportadoras ou shuttle cars
dispostos nas travessas.
Longwall
• Exemplos de uso:
– lavra de carvão e de potássio para
profundidades maiores do que 300 m, 900 m,
respectivamente;
– uso em mineração de ouro em rocha dura
(20%), com pilares artificiais (“pilhas”);
– experimentalmente foi usado na lavra de
carvão do Leão, CRM, no RS,
– Mimosa (México)– carvão,
– Wyoming (EUA) – trona,
– Rússia- potássio.
Custo operacional e produtividade
PRODUTIVIDADE E CUSTOS UNITÁRIOS (HARTMAN, 1987 OU 2002)

MÉTODO DE LAVRA PRODUTIVIDADE CUSTO


(t/homem x turno) UNITÁRIO
(US$/t)
PEDREIRA (CÉU ABERTO) 28 - 165
CÂMARAS E PILARES 27-73 11-33
LAVRA FRONTAL (AL. ABERTOS) 27-45 9-33
LAVRA POR RECALQUE 4-9 17-44
LAVRA POR SUBNÍVEIS 14-27 13-39
LAVRA CORTE E ENCHIMENTO 9-18 17-55
ALARGAMENTOS ESTEIADOS 22-72
LAVRA ESTRUTURAS RETANGULARES 1-3 33-138
LAVRA FRENTE LONGA (LONGWALL) 68-163 6-28
ABATIMENTO EM SUBNÍVEIS 18-36 13-44
ABATIMENTO EM BLOCOS 14-36 6-22
Operações de lavra
• Operações unitárias: perfuração e desmonte* de rocha,
carregamento (“limpeza”), transporte de materiais e
de pessoal em subsolo (“horizontal”) e à superfície
(“vertical”);
• Operações auxiliares: sustentação e controle de
deformações do maciço, ventilação, condicionamento
do ar, detecção e controle de gases nocivos, drenagem
e exaustão das águas, iluminação, suprimento de
energia, ar comprimido e água, mapeamento
geológico, amostragem, levantamento topográfico,
sistema de comunicação, manutenção, reparos,
conforto, higiene, segurança do trabalho.

* (Silva (2022): quando se tem muita água, normalmente, se utiliza


emulsão. No ANFO, o nitrato de amônio ao cair na água do piso das
escavações (galerias-desenvolvimento e lavra ou produção- leques ou
furos longos), pode gerar amônia e o cheiro fica insuportável. Nos furos
verticais é difícil manter a coluna de ANFO.
“JUMBO” AUTOMÁTICO, USADO EM VARIANTE DO
TÚNEL DE GRAZ, ÁUSTRIA 2001.

Battery-electric fleets are the most obvious solution for underground miners
(Harris, 2022).
Minerador contínuo de rochas
Cortadeira
Carregamento e transporte
Transporte de britador mandíbulas para Mina Kipushi (35% Zn, Cu, Ag,
Ge- Congo), 1.150 m profundidade, 1.085 t/h; inicialmente 11 anos vida
útil ; custos pré-produção U$337 M (ivanhoemines.com/news, 2018).
Kipushi- 10,2 Mt; corpo forte mergulho, siltitos, dolomitos, falhas;
5 poços (um até 1.240 m, diâmetro 8 m, poço terciário até 1.485 m),
rampa interna, entre grandes projetos para minério de zinco.
Reutilizações do espaço subterrâneo
Método de Lavra Tipo de Dimensão da Reutilização
(ou Abertura) Suporte Abertura Possível

Alargamentos Pilares Grande Estocagem de estéreis, óleo


Abertos Problemas: nenhum acesso
aberto após a extração;
(Open Stoping) ausência de controle sobre
vazios nas paredes;
dificuldade de se controlar
detonações; estabilidade
global e local de pilares

Câmaras e Pilares Pilares Média Todos os tipos


(Room and Pillar) Problemas: estabilidade de
pilares; estabilidade do teto

Corte e Enchimento Enchimento Pequena Estocagem de estéreis como


(Cut and Fill) enchimento
Problemas: propriedades
geomecânicas e químicas do
material de enchimento
* Após a
lavra total Lavra por Recalque Pilares com Média a grande Como para alargamentos
abertos
(Shrinkage Stoping) fragmentos de
Problemas: estabilidade de
rocha * pilares e aberturas

VCR – Variante na Pilares com Grande Como na lavra por recalque


Lavra por Subníveis fragmentos de
(Sublevel Stoping) rocha *

Abatimento por Nenhum Grande Nenhum


subníveis
( Sublevel caving)
Reutilizações do espaço
subterrâneo
Método de Lavra Tipo de Suporte Dimensão da Reutilização Possível
(ou Abertura) Abertura
Abatimento por
blocos (Block Nenhum Grande Nenhum
Caving)
Nenhum ou Grande (em uma Estocagem de estéreis nos
Lavra por longwall enchimento direção) vazios do material abatido
Como no corte enchimento
Estocagem de
hidrocarbonetos, estéreis, ar
comprimido
Lavra por Nenhum Grande Problemas: cavernas podem
dissolução de sais ser inspecionadas diretamente
por pessoas; inspeção e recuo
não são possíveis
Túnel Nenhum ou Estocagem de mercadorias,
revestimento Seção pequena hidrocarbonetos, água potável
Poços Verticais Revestimento Seção pequena Estocagem de
(Shafts) hidrocarbonetos
Fechamento de mina
• desativação - decisão deve ser tomada depois de estudadas
e amadurecidas todas as possibilidades do empreendimento
manter-se em funcionamento.
• Adoção de medidas para que minas desativadas não
causem problemas ambientais e segurança futuros.
• Preocupação com o fechamento - desde início dos trabalhos
(pesquisa e viabilidade).
• Planos para serem implementados no dia-a-dia das
operações mineiras, culminando com recuperação ambiental
das áreas mineradas após o fechamento.
• Curi (2017)- incluída na quarta fase ou etapa (lavra); IGF
(2021)- post-mining transition- quinta fase, após
planejamento, construção, operação e fechamento.
• In The Mine (2021)- legislações mais rigorosas exigem
garantias de plano ancorado na normatização e de recursos
financeiros para efetiva execução garantidos.
Monitoramento e Fechamento
• Um dos objetivos do monitoramento é reduzir a
necessidade de manutenção de um monitoramento de longo
prazo, por exemplo, da estabilidade física da mina.
• O fechamento inclui a reabilitação e o descomissionamento
- desativação.

Preocupação na lavra subterrânea:


• pilares,
• drenagem,
• subsidência residual,
• escavações,
• gases.
Exemplos de desativação de minas
subterrâneas no Brasil
• Cabaçal, Rio Branco (MT), ouro e cobre, 1987/1992;
PRAD previa ações durante e após a extração. Primeira
empresa no Brasil certificada (1992, Secr. Meio
Ambiente, MT);

• Passagem, Mariana, MG, ouro, 1719/1996,


transformou-se em atração turística, visita às
instalações de subsolo, 365 m de profundidade;

• Mina Grande, Nova Lima (MG), poderá se


transformar em um complexo turístico;

• Mina Brejuí (RN) – parque temático, com


possibilidade de retomada;

• Boquira, Bahia, 1954/1992 - passivo ambiental vem


sendo discutido por órgãos locais.
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