Você está na página 1de 26

CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

Índice
I. EPÍGRAFE...............................................................................................................................2
II. AGRADECIMENTOS.............................................................................................................3
III. DEDICATÓRIA...................................................................................................................4
IV. RESUMO..............................................................................................................................5
V. ABSTRACT.............................................................................................................................6
1. INTRODUCÃO........................................................................................................................7
2. OBJECTIVOS..........................................................................................................................8
2.1. Objectivo Geral.................................................................................................................8
2.2. Objectivos específicos.......................................................................................................8
3. METODOLOGIA....................................................................................................................9
4. Controle, proteção, combate e prevenção contra explosões nas minas..................................10
4.1. Explosão..........................................................................................................................10
5. Caracterização de poeiras explosivas.....................................................................................14
6. Caracterização de gases explosivos........................................................................................15
7. Medidas correctivas................................................................................................................16
7.1. Barreiras de pó inerte......................................................................................................16
7.2. Monitorização e controle................................................................................................18
8. Medidas de proteção inerentes a proteção, combate e prevenção de explosões em minas
subterrâneas...................................................................................................................................20
8.1. Medidas de proteção e combate......................................................................................20
9. Grisú e Poeiras Explosivas.....................................................................................................22
9.1. Condições Especiais........................................................................................................22
9.2. Atuação em Presença de Grisú ou Poeiras Explosivas...................................................23
9.3. Medidas de Prevenção....................................................................................................23
9.4. Comunicação sobre Grisú e Poeiras Explosivas.............................................................24
10. CONCLUSÃO....................................................................................................................25

P á g i n a 1 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

I. EPÍGRAFE

"Se você nao está preparado para errar, você nunca coseguirá fazer algo original"
Sir Ken Robinson

P á g i n a 2 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

II. AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradecemos a Deus pela vida e pelas outras bênçãos que a nossa consciência
humana não pode materializar.

Posteriormente aos nossos familiares pelo apoio que em nós depositam incondicionalmente.

E por fim endereçamos as nossas saudações e agradecimentos com muita honra ao docente da
cadeira de Segurança Mineira, MSc. Lucas Simoco que de forma presencial têm-nos orientado
não só no que diz a presente cadeira, mas também sobre a mineração a nível geral,
desenvolvendo desta forma novas aptidões.

P á g i n a 3 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

III. DEDICATÓRIA

Em especial a todos nós estudantes de Engenharia de Minas e Engenharia de Processamento


Mineral no Instituto Superior Politécnico de Tete e a todos que estejam interessados em
aprofundar os conhecimentos sobre controle, proteção, combate e prevenção contra explosões
nas minas.

P á g i n a 4 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

IV. RESUMO

O presente trabalho teve por objectivo, desenvolver de forma coerente e precisa uma abordagem
sobre o controle, proteção, combate e prevenção contra explosões nas minas. Com base na
perspectiva do objectivo em epigrafe, o presente trabalho pretende dar uma visão ao fazer um
diagonóstico e analise das condições de segurança em uma mina, propondo algumas
intervenções que se fazem necessarias para melhoria de seguraçca numa mina, de forma a
repensar sobre as estratégias empregadas para dificultar a presenca de riscos de explosões numa
atmosfera subterrânea ou a céu aberto.

Palavras-chaves: Prevenção, Segurança, explosões.

P á g i n a 5 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

V. ABSTRACT

The objective of the present work was to develop a coherent and precise approach to the control,
protection, combat and prevention of mine explosions. Based on the perspective of the objective
in epigraph, the present work intends to give a vision when doing a diagonóstico and analysis of
the safety conditions in a mine, proposing some interventions that are necessary to improve the
safety in a mine, in order to rethink about the strategies to prevent the presence of explosion
hazards in an underground or open atmosphere.

Keywords: Prevention, Safety, explosions.

P á g i n a 6 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

1. INTRODUCÃO

O presente trabalho têm como tematica o controle, proteçãao, combate e prevenção contra
explosões nas minas. O trabalho focaliza a adoção de tecnicas de prevenção de explosões. O
interesse colectivo pelo tema permitiu-nos fazer algumas reflexões e questões com o objectivo de
nortear a investigação: O que é uma explosao? O que é essencial para evitar as explosões em
uma mina? O que e aceitável caso haja uma explosão e como o sistema se comportará em uma
mina? Como se encontra os dispositivos de proteção no caso de uma explosao? Como inicia as
explosões?

A prevenção trás consigo um grande desafio, pois representa uma tentativa de contribuir na
conscientização sobre os cuidados básicos. Com base nisso o presente trabalho pretende dar uma
visão no que diz respeito ao controle, proteção, combate e prevenção de explosões nas minas
com intuito de manter a boa segurança no local de trabalho.

P á g i n a 7 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

2. OBJECTIVOS

2.1. Objectivo Geral

Desenvolver de forma coerente e precisa uma abordagem sobre o controle, protecção, combate e
prevenção contra explosões nas minas.

2.2. Objectivos específicos

 Explicar o mecanismo de uma explosão num sentido amplo e caracterizar os fenomenos


de explosão que ocorrem com maior frequencia nas industrias;
 Identificar as principais fontes de explosão na atmosfera subterrânea e a céu aberto;
 Identificar o nível de impacto ambiental devido à explosão no ambiente subterrâneo em
caso particular de minas de carvão;
 Explicar as técnicas utilizadas no controle, combate das explosões nas industrias
mineiras;
 Apresentar as medidas de prevenção e protecção que se destinam a controlar o risco de
explosões e proteger a vida humana e os bens materias dos efeitos nocivos das explosões
nas minas.

P á g i n a 8 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

3. METODOLOGIA

Durante o processo da elaboração do presente trabalho, procurou-se proceder com todas as


possíveis regras de investigação e sempre seguindo alguns métodos. Assim, é evidente que
vários métodos de investigação foram usados, pois procedeu-se do seguinte modo:
 Consultas em manuais fisicos e manuais electrónicos;
 Conversa com individualidades experientes da área de mineração, concretamente na área
de segurança.
Com os dados recolhidos, averiguou-se os mesmos através da leitura, explorou-se o importante,
fez-se a organização dos dados, sua interpretação e no fim a revisão do trabalho.

P á g i n a 9 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

4. Controle, proteção, combate e prevenção contra explosões nas


minas.

4.1. Explosão

É um processo caracterizado por súbito aumento de volume e uma grande liberação


descontrolada de energia, geralmente acompanhado por altas temperaturas, produção de gases e
forte estrondo.

4.1.1. Mecanismo de uma explosão

A explosão inicia-se quando um estímulo exterior provoca um aumento de energia cinética no


explosivo, levando à quebra das ligações das moléculas afectadas, provocando a sua
decomposição e consequente libertação de energia, propagando o efeito às moléculas adjacentes,
provocando o efeito de reação em cadeia. A propagação no interior do explosivo dá-se por
reação em cadeia da decomposição das moléculas, libertando energia que vai gerar a
decomposição das suas vizinhas. A frente desta propagação tem o nome de onda explosiva,
sendo a velocidade desta mais ou menos constante no explosivo e característica do mesmo, mas
podendo ser alterada por diversos factores, inclusive a energia cinética inicial
aplicada. Atingindo a superfície do explosivo, esta energia é libertada para o meio envolvente do
explosivo, criando, entre outros efeitos, um aumento da pressão pelo aumento brusco da
quantidade de gases, criando uma onda de choque, ondulatória e com propagação radial e
centrífuga, decrescendo a sua velocidade a partir do ponto de explosão.

4.1.2. Explosão de pós


As indústrias que processam produtos que em alguma de suas fases se apresentem na forma de
pó, são indústrias de alto potencial de risco quanto a explosões, como é o caso da indústria
mineira. As explosões a céu aberto ocorrem frequentemente em instalações onde são processados
os minerais, nos moinhos ou em silos. A poeira depositada ao longo do tempo nos nesses locais
da planta de processamento, quando agitada ou colocada em suspensão e na presença de uma
P á g i n a 10 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

fonte de ignição com energia suficiente para a primeira deflagração, poderá explodir, causando
vibrações subsequentes pela onda de choque. Isto fará com que mais pó depositado entre em
suspensão e mais explosões aconteçam, cada qual mais devastadora que a anterior. Explosões de
pó são mais fáceis de ocorrer por causa do tamanho de suas partículas, tendo como base de regra
que somente partículas menores que 0,1 mm podem entrar em ignição (COUTO, 2004).
4.1.3. Explosões primárias e secundárias

As explosões de pó que são divididas em explosões primárias e secundárias. As explosões


primárias ocorrem em um recinto quando a pó aerotransportado pela atmosfera contem oxigênio
suficiente para a combustão, estando está sujeita a uma explosão, as quais são iniciadas por uma
fonte de ignição (FIELD, 1982). Este tipo de explosão geralmente ocorre em locais como;
moinhos, misturadores, secadores, filtros, silos, dutos de aspiração e tubos para transporte
pneumático de pó entre outros.

Figura 1. - Nuvem de pó de 40 g/m3 tendo uma fonte de calor uma lâmpada de 25 w (Eckhoff
2003, p. 9)
As explosões secundárias apresentam uma força maior, fazendo com que as chamas geradas
cheguem a longas distâncias, sendo elas geradas pelo arrastamento das camadas de pó da
explosão primária. Geralmente quando espalha-se o pó contido em um silo existe um grande
risco de acontecer explosões secundárias.

P á g i n a 11 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

Figura 2. - (a) Esquema de uma explosão primária gerando uma onda que espalha a pó. (b)
Esquema de uma explosão secundária gerada a partir de uma primária (Eckhoff 2003, p. 11)

4.1.4. Deflagração e detonação


Deflagração é o fenômeno de explosão que ocorre com velocidade de chama de um a 100 m/s e é
o que acontece com maior frequência nas indústrias. Detonação é o fenômeno de explosão em
que a velocidade da chama é igual ou superior à velocidade do som, chegando aos 1000 m/s. No
caso da explosão em cadeia a deflagração inicial evolui para detonação nas fases seguintes. A
velocidade da chama não é constante e depende de factores como: composição química do pó e
do oxidante, calor de combustão, humidade e granulometria. Além disso, a velocidade dependerá
da turbulência do gás na qual a poeira está dispersada, porque o aumento da turbulência
influência ao aumento da velocidade da chama.

4.1.5. Efeitos ambientais da explosão

A explosão é relacionada com a presença de gases e poeiras explosivos no ambiente subterrâneo


que, em contacto com o oxigénio do ar e uma fonte de ignição, geram ondas de choque
primárias, como resultado da explosão, sendo acompanhadas pelas ondas inversas ocasionadas
pela rápida diminuição da pressão no local. As ondas inversas possuem uma energia algo menor
mas podem ter efeito significativo e às vezes até maior que as primárias.

P á g i n a 12 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

Figura 1. – Processo de desenvolvimento da explosão (baseado Vutukuri, V.S., et al., 1986)

As explosões nas aberturas ou minas subterrâneas, geram grandes consequências nas operações
na saúde e na vida do trabalhador, que se manifestam no aspecto dinâmico, térmico e intoxicação
por gás de monóxido de carbono.

Tabela 1. - Efeitos e consequências das explosões no ambiente subterrâneo

4.1.6. Fontes e principais causas da explosão na atmosfera subterrânea

Na atmosfera subterrânea, o pó e gases explosivos (metano, pó de carvão e pó metálico) são as


principais fontes de explosão que, em contacto com o oxigénio e uma fonte de ignição provocam
a explosão, podendo gerar consequentemente incêndios.

Figura 2. - Fogo e emanação de fumos e gases pelo incêndio em ambiente subterrâneo

Em minas subterrâneas indicam que as principais causas de ignição são relacionadas com o uso
de equipamentos eléctricos, à utilização de equipamentos de corte e soldadura com oxigénio e
acetileno, aos explosivos, à fricção, à acumulação de lixo, ao gás metano e às correias
transportadoras.
P á g i n a 13 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

Tabela 2. - Fontes e causas da explosão o incêndio

5. Caracterização de poeiras explosivas

Apenas o pó em forma isolada não explode sem presença de um agente oxidante (oxigénio) e
uma fonte de ignição. Uma condição principal para a explosão da poeira é de que as partículas
sejam de pequeno tamanho (superfície) e permitam um fácil acesso duma suficiente quantidade
de oxigénio para a combustão. A explosividade duma partícula é caracterizada pela pressão de
explosão, pela sensibilidade à ignição e pelo coeficiente de explosividade. O nível de violência
da explosão depende da máxima pressão gerada em muito pouco tempo (40 m/s). A explosão das
poeiras produz pressões próximo de 1 MPa à razão de 100 MPa/s. O coeficiente de explosividade
(Kex), pode-se determinar com a taxa máxima do acréscimo da pressão (Pm) e a taxa de
aumento da pressão média (Pmm) para um tempo de um segundo , determinados em ensaios em
laboratório (Holding, W., 1994)., pela seguinte equação:

Poeiras com Kex 95 são explosivas, por conseguinte precisam monitorização constante. O pó de
carvão explosivo tem um tamanho menor a 240µm, que passa pela malha de 60 mesh. A mínima
concentração de propagação do pó de carvão sem risco de explosão é de 50g/m3 e a máxima
violência da explosão acontece com concentrações de 150 a 350g/m3. A velocidade de
deflagração das ondas de choque atinge um valor de 1120m/s a uma pressão de 1.36MPa e a de
detonação pode ser maior que 2000m/s com pressões de 5MPa. A concentração de pó
incombustível presente no pó de carvão (S) determina-se em função da sua explosividade, que é
expressa pelo índice de explosividade (Iex). Este índice é utilizado como guia para o cálculo de
pó incombustível requerido.

P á g i n a 14 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

Para o pó de carvão o coeficiente de explosividade é dado em função da percentagem de material


volátil (vm), pela seguinte equação:

6. Caracterização de gases explosivos

Os gases explosivos presentes na atmosfera subterrânea de minas são principalmente o metano


(CH4), hidrogénio (H) e monóxido de carbono (CO). Destes gases o que produz frequentes
catástrofes humanas é o metano presente no gás grisu sendo a presença do grisu praticamente
sinónimo de metano.

Os gases são usualmente classificados em três categorias: ar, gases combustíveis (metano,
hidrogénio, monóxido de carbono) e gases inertes (excesso de nitrogénio e excesso de bióxido de
carbono). A proporção destas categorias de gases presentes na atmosfera subterrânea determina o
seu nível de explosividade caracterizada pelo triângulo de Coward. No triângulo de Coward

 O ponto P tem 95% de ar e 5% de metano e constitui limite inferior de explosividade;


 O ponto Q existe 86% de ar e 14.5% de metano, sendo o limite superior de explosividade;
 O ponto R está presente 60% de ar e 6% de metano.

Estes três pontos formam o triângulo PQR que representa gás explosivo resultante da mistura de
ar com metano.

P á g i n a 15 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

Figura 3. - Triângulo de Coward para metano, hidrogénio e monóxido de carbono

7. Medidas correctivas

7.1. Barreiras de pó inerte

Entre as técnicas utilizadas para controlar as explosões em minas subterrâneas estão as barreiras
de pó inerte e as barreiras passivas. A barreira de pó inerte é uma técnica muito utilizada para
mitigar ou atenuar os problemas de explosão em minas de carvão. A técnica consiste em
suspender no tecto das aberturas subterrâneas sacos de pó inerte, de maneira que com a acção da
onda expansiva inicial de choque se consiga deteriorar os sacos de pó inerte ou então as chamas
do incêndio provoquem a combustão destes sacos.

Uma vez de que o saco de pó inerte fica deteriorado, o conteúdo espalha-se e passa a integrar a
concentração do ar da atmosfera subterrânea juntamente com o pó de carvão, diluindo a
concentração deste e dessa forma evitando a continuidade das explosões a outras áreas e a
consequente incêndio. A distribuição das barreiras de pó inerte, pode ser dimensionada da forma
definida por Du Plessis J.J.L. et al., 1997. A quantidade de sacos de pó inerte para cada barreira
Qsb (sacos/barreira), com base na largura L (m) e a altura H (m) da abertura, distância de
protecção Dp (100 m), massa volúmica do pó inerte ρpi (1000 kg/m3 ), peso de cada saco de pó
inerte Ppi (6 kg/saco) e número de barreiras Nb, pela equação:

P á g i n a 16 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

Figura 4.- Barreira de po inerte no tecto da abertura subterrânea, antes e depois da explosão
( Mina de carvão Bulli Colliery, Illawarra Region, Australia, 2002)

A distribuição dos sacos pode fazer-se com uma distância longitudinal e transversal de 2 m entre
sacos pendurados. A pressão dinâmica Pd (kPa) a que trabalha a barreira é determinada com o
sensor Kistler 9203 ou similar (Du Plessis, J.J.L., et al., 1997) e mediante a equação, em função
da pressão total Pt (kPa) e pressão estática Pe (kPa).

Pd = Pt – Pe

A temperatura de explosão na posição da barreira Te (ºK) pode estimar-se utilizando a Lei de


Stefan-Boltzmann (Du Plessis, J.J.L., et al., 2000) expressa pela equação, em função do fluxo de
calor Qe (W/cm2 ) e a constante ϕ (5.67x10-12 W/cm2 K4 ).

Qe =ϕ[ Te ] 4

Em alguns países também se utilizam barreiras de água, para explosões com velocidade dinâmica
menor que 25 m/s.

Figura 5.- Distribuição dos sacos de pó inerte no ambiente subterrâneo (Mina de carvão Bulli
Colliery, Illawarra Region, Austrália, 2002)

As barreiras de pó inerte ou de água têm a desvantagem de depender da onda de choque para


dispersar o pó inerte ou a água, pelo que as barreiras provocadas incorporam uma fonte de
energia interna. Um projecto típico de barreiras provocadas consiste num tanque de água
conectado a um dispositivo concentrado na boca da abertura subterrânea e em zonas de

P á g i n a 17 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

comprimento curto. Um diafragma do sistema impede o fluxo da água do tanque para a suas
bocas, em circunstâncias normais de operação.

Um frasco de bióxido de nitrogénio comprimido ou de carbono é introduzido dentro do tanque


de água. Dentro do frasco de gás um calefactor faz que o gás se expanda e funcione o disco de
rotura. Isto causa a pressurização muito rápida da água, a rotura do diafragma do sistema e
entrega de água a alta pressão nas bocas. Perto de cem litros de água podem ser dispersos em
menos de um segundo. Alguns projectos utilizam um combustível pulverizado no lugar da água
provisto de um explosivo macio em vez do recipiente de gás.

A activação de uma barreira provocada é iniciada por um sinal eléctrico de um dispositivo


detector situado mais perto da área de funcionamento, onde uma explosão é mais provável de
começar. Os sensores infravermelhos e ultravioletas da temperatura e da pressão são utilizados
como dispositivos da detecção. Além da fonte de energia activa para dispersar o fogo, uma
vantagem da barreira provocada é de que pode ser seleccionada uma distância adequada entre o
sensor e a barreira. Isto assegura de que a barreira esteja activada no momento correcto quando a
chama de aproxima.

7.2. Monitorização e controle

A monitorização e controle das explosões e incêndios realizam-se geralmente utilizando sensores


ou detectores de CO, CO2, SO2, O2, temperatura ou mediante sensores múltiplos. O gás CO é
detectado mediante um sensor de célula electrónica. A temperatura é detectada mediante um
sensor que tem uma resistência eléctrica e a massa volúmica dos fumos é detectado mediante um
detector de sistema de ionização. Estudos realizados por Bureau of Mines (Conti, R. S., et al.,
1995) permitiram determinar a equação para determinar o caudal de ar Qf (m3/s) que permita
obter uma temperatura Tr próximo do tecto da abertura, a uma distância d da parte central da
chama (m).

Onde:

 ρo é a massa volúmica do ar (1.2 x 103 g/m3),


P á g i n a 18 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

 Co é a capacidade calorífica do ar (1.088 x 10-3 kJºC/g),


 Ao é secção da abertura (m2), vo é a velocidade do ar (m/s),
 To é a temperatura inicial do ambiente (ºC),
 H é a altura da abertura (m) e
 W a largura (m).

Para estimar a geração do gás CO (ppm), Conti, R. S., et al., (1995) recomendam utilizar a
equação em função da constante de produção do monóxido de carbono KCO, o caudal de ar Qf,
a velocidade do ar vo e secção da abertura subterrânea Ao.

A constante de geração do CO para o caso de incêndios nas correias transportadoras KCO, está
expresso pela equação em função da velocidade do ar vo.

O objectivo de prever e atenuar os graves efeitos das explosões e incêndios no ambiente


subterrâneo precisa duma gestão sistemática, sequencial e coordenada, desde a caracterização
das fontes produtoras de explosões e incêndios, identificação do nível de impacte ambiental,
procura de medidas de prevenção e correctivas viáveis técnica e economicamente, aplicação da
medida correctiva, e acompanhamento com monitorização e controle para avaliar o nível de
efectividade da medida correctiva e quando seja necessário reajusar.

P á g i n a 19 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

Figura 6.- Sistema de gestão de explosões e incêndios no ambiente subterrâneo

8. Medidas de proteção inerentes a proteção, combate e prevenção de


explosões em minas subterrâneas

8.1. Medidas de proteção e combate

As instalações da mina abaixo mencionadas, deverão ser construídas com material de alta
resistências a reações de combustão:

 Torre permanente de poço e suas instalações;


 Estacoes de transformadores.

Em minas subterrâneas nos locais com risco de incêndio e explosões, os equipamentos e


materiais abaixo mencionados devem ser resistentes a reações de combustão:

 Lonas de freio de guincho principal;


 Mangueiras de tubos de ar;
 Correias transportadoras e cabos elétricos.

P á g i n a 20 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

Nas minas e instalações sujeitas a emanações de gases tóxicos, explosivos ou inflamáveis, o


Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) deve incluir ações de prevenção e combate a
incêndios e explosões, e essas devem ser implementadas pelo responsável da mina constando no
mínimo:

 Indicação de um responsável pelas equipes, serviços e equipamentos para realizar as


medições;
 Registros dos resultados das medições permanentemente organizados, atualizados e
disponíveis à fiscalização;
 A periodicidade da realização das medições, que deve ser determinada em função das
características dos gases.

Em minas subterrâneas não deve ser ultrapassada a concentração de 1,0% (um por cento) em
volume, ou equivalente, de metano (CH4) no ambiente e trabalho ou na corrente de ar.

 No caso da ocorrência de metano acima desta concentração, as actividades devem ser


imediatamente suspensas, informada ao chefe rapidamente e somente executados
trabalhos para reduzir a concentração;
 Em caso de ocorrência de metano com concentração com concentração igual ou superior
a 2,0% (dois por cento) em volume, ou equivalente, o local deve ser imediatamente
evacuado e interditado;
 Acima de 0,8% (zero virgula oito por cento) em volume de metano no ar é proibido o
desmonte com explosivo;
 Antes e durante a execução de qualquer serviço que cause faíscas, fagulhas, centelhas ou
chamas abertas deve-se verificar a concentração de metano no local desse serviço.

Em minas subterrâneas sujeitas a concentração de gases que possam provocar explosões e


incêndios, deve ter disponíveis, próximo aos postos de trabalho, equipamentos individuas de
fuga rápida ou auto-resgate em número suficiente para as pessoas presentes na área.

Além dos equipamentos acima citados devem estar disponíveis câmaras de refúgio
incombustíveis, por tempo mínimo previsto no PGR, com capacidade para abrigar os
trabalhadores, possuindo no mínimo:

P á g i n a 21 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

 Porta capaz de ser selada hermeticamente;


 Sistema de comunicação com superfície;
 Água potável e sistema de ar comprimido;
 Facilidade de acesso e identificação.

O sistema da ventilação de mina subterrânea deve ser regido e dotado de procedimentos ou


dispositivos, de forma a Impedir que os gases de combustão provenientes de incêndio na
superfície penetrem no seu interior, e possibilitem que os gases de combustão ou outros gases
tóxicos gerados em seu interior em virtude de incêndio não sejam carreados para as frentes de
trabalho ou sejam adequadamente diluídos.

9. Grisú e Poeiras Explosivas

9.1. Condições Especiais

Em minas susceptíveis de existência de grisú e poeiras explosivas devem estar equipadas dos
seguintes equipamentos em bom estado de funcionamento:

 Lâmpadas de segurança apropriadas;


 Aparelhos de deteção e medição da concentração de grisú e poeiras;
 Metanómetros e bombas de aspiração das poeras;
 Os trabalhadores das minas com estas características devem ser instruídos sobre o
manuseamento das lâmpadas de segurança, dos detectores de grisú e de poeiras;
 A determinação da quantidade de poeiras em suspensão deve ser feita periodicamente e,
para além do peso, deve ser determinado o seu teor em matérias voláteis;

A metodologia mais corrente para determinação do teor em matérias voláteis é a seguinte:

 Aquecer 1g de poera seca a temperatura de 500º +/- 10ºC durante 120 minutos e
determinar o seu novo peso;
 A diferença representa o peso em matérias voláteis;

Nas minas susceptíveis de existência de grisú ou poeiras explosivas, não é permitida a entrada de
fósforos ou quaisquer meio de produção de faíscas.

P á g i n a 22 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

9.2. Atuação em Presença de Grisú ou Poeiras Explosivas

 Quando se verifica a ocorrência de grisú em percentagem superior a 1% em volume de


metano ou poeiras explosivas com um valor de 10mg/m3, o responsável pela condução
dos trabalhos deverá mandar retirar os trabalhadores da secção ou secções da mina que
estejam ou possam vir a estar afectadas;
 Sempre que houver poieras em suspensão ou possibilidades de levantamento de poieras
depositadas, deve este facto ser inibido por meio da utilização de água aspergida ou
neutralização com pó inerte;
 A proporção de carvão na poiera em suspensão após a sua neutralização com pó inerte
não deve ser superior a 35%;
 O pó inerte não deve conter mais do que 1% de humidade, alcalis livre nem sílica em
percentagens superiores a 5% ou 2mg/m3, e a sua granulometria deve ter de peso pelo
menos 80% inferior a 63 micrómetros;
 O diretor técnico poderá autorizar a reentrada dos trabalhadores aos seus postos de
serviços após a confirmação da ausência de qualquer perigo.

9.3. Medidas de Prevenção

A prevenç ão compreende um conjunto de medidas que tenta evitar a instalação de doenças ou


acidentes que venham causar uma “ocorrência indesejável”

 Sempre que for previsível a ocorrência de incêndio ou explosão provocados por grisú ou
poeiras em suspensão, devem ser montadas e mantidas em estado adequado, barragens de
retenção de fogo e explosão nas vias principais e nas galerias de acesso as áreas de
desmonte;
 As barragens referidas anteriormente podem ser constituídas por água ou pó inerte e
devem atuar sempre que a pressão aumentar em 10% do seu valor normal;
 As barragens principais de combate de propagação de incêndio ou explosão, devem ser
constituídas por um mínimo de 400 kg de pó inerte ou 300 litros de agua/m2 de galeria;
 As barragens auxiliares devem ter capacidade suficiente para criar uma cortina de água
ou pó que impeça a propagação da explosão ou fogo, considerando como mínimo 100 kg
de pó inerte ou 100 litros de agua/m3 de secção de galeria;

P á g i n a 23 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

As barragens principais contra a propagação de fogo ou explosão devem ser construídas em


galerias retilíneas e devem ser colocadas nos seguintes locais:

 Nas galerias principais de ventilação de ar fresco antes de cada nó de distribuição;


 Nas galerias principais de saída do ar viciado a seguir aos nós de convergência.

As barragens auxiliares contra a propagação de fogo ou explosão devem ser construídas em


galerias retilíneas e devem ser colocadas nos seguintes locais:

 Vias de acesso e suas paralelas a cada piso a seguir ao nó de distribuição da corrente de ar


fresco principal;
 Vias de saída das áreas de desmonte e suas paralelas antes da corrente principal de
retorno;
 Nos trabalhos de preparação onde haja camadas carboníferas;

Nas minas com o risco de explosão deve-se prevenir o levantamento de poeiras depositas no solo
ou nos hasteais das galerias e locais de pouca atividade através da pulverização com pó inerte,
água, ou mistura de água e sal;

9.4. Comunicação sobre Grisú e Poeiras Explosivas

A ocorrência de grisú ou poeiras explosivas deve ser imediatamente comunicada a entidade


competente, que poderá impor, se for necessário, medidas especiais a serem tomadas, para
eliminar ou reduzir ao mínimo o risco de explosão.

10. CONCLUSÃO

P á g i n a 24 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

Ao concluir-se o presente trabalho, procurou-se resgatar, em sintese alguns pontos que o grupo
considerou importantes desenvolvidos ao longo do trabalho.

Quando detectado alguma explosão na atmosfera subterrânea ou a céu aberto deve ser
comunicado imediatamente ao responsável da administração dos trabalhos naquela área, para
tomar as medidas de evacuação do pessoal e medidas de controle urgentes. No processo de
evacuação de pessoal é importante considerar aspectos relacionados com os refúgios em áreas
seguras e resgate. O objectivo de prever e atenuar os graves efeitos das explosões e incêndios no
ambiente subterrâneo precisa duma gestão sistemática, sequencial e coordenada, desde a
caracterização das fontes produtoras de explosões, identificação do nível de impacte ambiental,
procura de medidas de prevenção e correctivas viáveis técnica e economicamente, aplicação da
medida correctiva, e acompanhamento com monitorização e controle para avaliar o nível de
efectividade da medida correctiva e quando seja necessário reajusar, de forma a manter um
ambiente de trabalho seguro.

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


P á g i n a 25 | 26
CONTROLE, PROTEÇÃO, COMBATE E PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES NAS MINAS.

 Boletim da República de Moçambique. Regulameento de Segurança Técnica e


de Saúde nas Actividades Geológico-Mineiras. Decreto 61/2006 de 26 de Dezembro;
 TORRES, V.F.; Engenharia Ambiental Subterranea e Aplicacoes, Rio de Janeiro: (Ed.)
CETEM/CYTED, 2005;
 P.mendes.(2004). atmosferas explosivas-risco de explosão.(Ed.) Brasil: 2004;

Hiperligações:

 https://www.dpnm-pe.gov.br/Legisla/nrm-08.htm;
 https://www.wikpedia.pt/explosoes.

P á g i n a 26 | 26

Você também pode gostar