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MINERAÇÃO Y LTDA
Resumo
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Abstract
This paper describes the importance of managing the various stages of the calcination process.
The control of these steps within the Y Mining Ltd. has a very important role in the
production and operational process at the one and it is extremely necessary to have materials
and equipment within the appropriate specifications for obtaining a quality product. Verified
this need, the purpose of this work is to gain knowledge about the main stages of production
of lime, investigate possible causes that lead to an irregular roasting in the oven of Y Mining
Ltd., and propose improvements and actions to improve the process of calcination. A case
study was done where important and fundamental data were collected for research, and the
procedures used by the company reviewed. For the study, we used a group dynamic
technique, brainstorming, which has been applied to the production supervisor and panel
operators. The collected data were analyzed and structured, and was noted that the raw
material and fuel distribution are the main causes that contribute to an uneven calcination.
Improvement proposals were made, judged as essential to improving the calcination process
of Y Mining Ltd.
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1. INTRODUÇÃO
A cal virgem é um elemento com diversificadas utilidades, seja como produto final ou como
elemento integrante no processo de manufatura de outros produtos. Ela é obtida através do
processo de descarbonatação do calcário (CaCO3) (Equação 1), carecendo de temperaturas
entre 700 °C e 1200 °C, dependendo da tecnologia empregada:
A cal virgem é formada por óxido de cálcio (CaO) e impurezas do calcário; como sílica,
silicatos, óxidos de ferro entre outras. [1]
No Brasil sua produção é superior a 8,4 milhões de toneladas por ano. Os principais centros
de produção estão localizados em Minas gerais, Paraná, São Paulo [2]. Esses grandes centros
(Vide Gráfico 1) hoje abastecem de cal os setores industriais de produção de metais ferrosos
e não ferrosos, cimento, celulose e papel, higiene pessoal, alimentos, bem como agricultura,
silvicultura e piscicultura, construção civil e aplicações de escopo ambiental, além de atender
empresas onde a cal virgem é parte integrante do processo de manufatura como: adesivos,
selantes, adsorventes, metais e ligas, biocidas, revestimentos, tintas, diluentes, betumes, gesso,
explosivos, adubos, combustíveis, fluidos de transferência de calor e hidráulicos, tintas e
toners, produtos como reguladores de PH, floculantes, precipitantes, agentes de neutralização,
produtos químicos de laboratório, curtimento de couro, lubrificantes, produtos farmacêuticos,
misturas de cera, preparação de polímeros e compostos, semicondutores, produtos de limpeza,
produtos químicos para tratamento de água, produtos para soldagem, cosméticos, agentes de
extração, entre outros. [3]
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Gráfico 1 - Distribuição Produção da Cal no Brasil.
Distribuição da Produção da Cal por Estado ou Regiões
80% 76%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
9% 9%
10% 5%
1%
0%
MG SP PR NE OUTROS
Mercado Aberto
O presente estudo trará como foco as possíveis causas que levam uma calcinação irregular no
Forno Maerz de uma renomada mineradora, situada em Pedro Leopoldo. O tema abordado
aponta possíveis melhorias a serem utilizadas nos processos de produção da mineradora.
O estudo aborda todo o processamento da Mineração Y Ltda., que tem como seguimento a
extração de carbonato de cálcio, bem como seu processo de calcinação. O desenvolvimento
deste se dará a partir de todos os processos envolvidos, desde a extração do Calcário ao
processo de Calcinação.
No Brasil, o setor da cal é marcado pela competitividade entre grandes empresas. As mesmas
operam utilizando tecnologias avançadas ofertando produtos com alto padrão de qualidade
para os variados segmentos da cal virgem. No intuito de alcançar as exigências do mercado e
reagir à competição com as grandes empresas, a mineradora necessita controlar
minuciosamente todas as variáveis do processo como matéria-prima, combustível,
metodologias utilizadas, medições criteriosas, tecnologias empregadas entre outras, visando
um processo de calcinação eficiente.
A Mineração Y Ltda., trabalha com metas de produzir cal virgem com teores de CO 2 abaixo
de 2,0%, resultando em um produto com alta concentração de CaO, atendendo as exigências
de seus clientes. Para alcançar uma cal virgem de boa qualidade, é crucial que o processo de
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calcinação ocorra de maneira uniforme em todos os pontos do Forno Maerz. Uma calcinação
irregular é detectada quando há um aumento no teor de CO 2 ou quando a um aglomerado de
cal virgem, que se trata da pedra de cal virgem sendo fundida a outra pedra, devida uma
dosagem de combustível superior à necessária.
O ponto principal do estudo realizado é apontar as principais causas que geram uma
calcinação irregular no Forno Maerz da Mineração Y Ltda.
2. METODOLOGIA CIENTÍFICA
Para realizar o presente estudo, foi elaborada uma pesquisa para apontar os problemas
relacionados à calcinação irregular no Forno Maerz e assim apresentar pontos que favorecerão
na resolução do problema.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1.2 Britagem
3.1.3 Calcinação
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3.1.3.1 Norma NBR6. 453
Segue abaixo as especificações normativas da cal virgem, de acordo com norma NBR 6.453
da ABNT. [6]
Tabela 1: Normativas da Cal Virgem
Altos teores de CaO e baixos teores de CO 2 na amostra de cal virgem significa um produto de
boa qualidade e um processo de calcinação eficiente. Segue abaixo, tabela exemplo referente
ao controle de CO2 disponível na amostra, realizada na Mineração Y:
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3.1.3.2 Processo de calcinação da Mineração Y
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Os principais modelos de fornos para calcinação do calcário incluem: forno longo rotativo,
forno rotativo com pré-aquecedor, forno de fluxo paralelo regenerativo, forno de eixo anular,
forno vertical de alimentação mista. [3]
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O Forno Maerz apresenta como principais vantagens à facilidade de operação, o baixo custo
de produção em relação aos outros tipos de fornos, sua alta eficiência energética e a
possibilidade de operar com diferentes tipos de combustíveis, tais como gás natural, lenha,
coque verde de petróleo, moinha de carvão, carvão vegetal e mineral, óleo 7ª entre outros. Na
mineradora podem ser utilizados óleo 7ª, gás natural, coque e moinhas de carvão, entretanto:
O óleo 7ª possui um custo muito alto, logo seu uso no sistema se tornou obsoleto;
O gás natural possui custo alto em relação ao coque e moinha, porém tem como ponto
positivo a eficiência da distribuição de combustível e facilidade de operação.
Testes de uso com moinhas de carvão revelaram dificuldades de operação e baixa vida
útil da instalação.
O coque verde é atualmente o combustível mais utilizado dentro da Mineração Y Ltda.
O coque verde de petróleo é um combustível com elevado teor de carbono fixo composto por
hidrocarbonetos e baixos teores de compostos inorgânicos como o enxofre. [8]
De acordo com as análises laboratoriais da mineradora, o coque moído injetado no forno
apresenta poder calorífico (PCI) de aproximadamente 8600 kcal/kg, umidade entre 0,10 e
0,30% e granulometria com fundo passante de 95% numa tela com malha de 0,088 mm.
Vide o Anexo A para o fluxograma do forno de cal MAERZ instalado na Mineração Y Ltda.
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Fluxograma 2 : Sistema de Injeção de Coque
4. COLETA DE DADOS
Para realização do presente estudo, foi realizada uma pesquisa qualitativa, através da técnica
de brainstorming com os operadores de painel da Mineração Y Ltda. Os operadores são os
responsáveis por monitorar e operar o Forno Maerz, a moagem de coque e equipamentos
ligados a todo o processo, via controle efetivo pelo sistema supervisório.
Foi proposto aos operadores expressarem variadas ideias através de uma sequência
estruturada, visando selecionar as causas em que o grupo ponderou ser prioritárias para não
ocorrer uma calcinação irregular.
As causas selecionadas foram classificadas por pontuação e peso das mais importantes às
menos importantes, visando priorizar o planejamento e a execução de melhorias para o
método de calcinação. As de menor pontuação significam maior peso como causa.
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Segue abaixo a Tabela 3 referente à coleta de dados realizada na mineradora, através da
dinâmica de grupo entre os operadores de painel e o supervisor de produção.
Distribuição de Combustível 1 1 2 1 2 1 8
Inadequado
Matéria Prima Inadequada para 2 2 1 2 1 2 10
queima estável
Condição do refratário do forno 3 4 5 4 3 3 25
inadequado
Movimentação Irregular da Carga 6 7 6 6 6 7 38
no forno
Distribuidor de carga do forno 7 8 8 7 7 6 43
desregulado
Poder calorifico do combustível 8 6 7 8 8 8 45
Coleta incorreta de Amostra para 10 9 9 10 9 9 56
analise visual
Sistema de controle da vazão 9 10 10 9 10 10 58
inadequada
Canais do forno obstruído 3 4 5 4 3 3 25
Excesso de ar de combustão 5 5 4 3 5 4 26
inadequado
Fonte: Próprio Autor - 2015.
5. ANÁLISE DE RESULTADOS
Segue abaixo a figura 1 referente, dados coletados a partir da dinâmica de grupo foram
inseridos no diagrama de causa e efeito, com embasamento no método dos 6M´s.[9]
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5.1 Diagrama de causa e efeito
F
onte: Próprio Autor
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Nota-se que a falta de porosidade da carga provoca efeito chaminé na cuba, de forma que o
fluxo de gases quentes passa preferencialmente no ponto que oferecer a menor resistência
provocando queima excessiva das pedras nesta área fundindo-as, e a falta de queima em
outras regiões do forno leva à alta incidência de pedras com miolos não calcinados.
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região dos canais até as lanças, provocando fuga de ar de combustão. O desgaste
acentuado dos tijolos das paredes provoca aumento da área interna da cuba de maneira
que o calor não se espalha pela área que a lança injetora deveria cobrir e o resultado é
uma queima parcial nessa região, além de propiciar a ocorrência de fendas por onde o
ar de combustão entra sem fazer parte do processo de queima do combustível. A falta
de ar de combustão impossibilita a queima total do coque e compromete o
fornecimento de calor para a descarbonatação do calcário.
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injetoras provocando a corrosão das mesmas.
Causa secundária 5.2: Depressão na saída do forno inadequado. O ventilador do
filtro de mangas pode estar puxando ar da zona de queima do forno e interferindo no
processo de combustão. A depressão alta provoca alteração do fluxo de gases dentro
do forno e favorece a queima concentrada em determinadas regiões.
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Causa primária 9: Coleta incorreta para análise visual.
Causa secundária 9.1: A falta de treinamento ou inexperiência dos operadores pode
influenciar em uma coleta amostral ineficaz para avaliação visual da cal virgem,
podendo levar o operador a praticar ações incorretas e regulagens desapropriadas aos
parâmetros operacionais.
6. CONSIDERAÇÕES
6.1 Calcário
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Gráfico 2: Disponibilidade Operacional do Forno MAERZ em Agosto / 2015.
Disponibilidade Operacional
Parada
93.69%
11.75%
Paradas Manutenção
Parada Operacional
75.80%
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Analisou-se o complexo layout das linhas injetoras de combustível (Vide Anexo B) para se
buscar as razões pelas quais os entupimentos ocorrem na rede. Cada linha é composta por
vários pontos onde ocorrem perdas de carga localizadas. Cada linha é composta em média por
5 curvas de 180°, uma cabaça para reverter o fluxo de cuba para cuba, e um divisor “Y” que
divide o fluxo de cada linha para duas injetoras distintas. Segue abaixo um fluxograma
simples da rede de injeção de coque.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho visa trazer um conhecimento mais aprofundado sobre os detalhes do processo de
calcinação, o que evidencia a importância de se gerenciar todas as etapas do processo
produtivo.
A fundamentação teórica pesquisada foi analisada e comprovada nas diversas etapas do
processo de obtenção de cal virgem no nosso estudo de caso. Percebe-se que um número
significativo de causas pode levar a uma calcinação irregular nos fornos Maerz.
Conclui-se a partir destas causas que algumas mudanças, em particular as que não apresentam
custo elevado, podem vir a serem implementadas com a finalidade de se obter um processo de
calcinação mais eficiente.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABPC - Associação Brasileira dos Produtores de Cal. Visão Geral do Setor da Cal, 31 ago.
2015 a.
6. ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6453:2003. Cal virgem para
construção civil - requisitos. ABNT, 2003 a.
10. BRUNETTI, FRANCO. Mecânica dos Fluidos 2° edição. Revisada. Disponível em:
<http://www.passeidireto.com/arquivo/3354394/mecanica-dos-fluidos-2-edicao---franco-
brunetti.> Acesso em: 20 sets 2015 a.
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ANEXO A
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A.2 – Principais equipamentos e suas funções:
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de esfera de 2”(worcester). Tem como objetivo fazer a inversão de injeção de coque de
uma cuba para outra. Neste ponto teremos um divisor de fluxo chamado espriter ou
válvula cabaça tartaruga, sendo uma para cada linha de injeção. Seu objetivo é dividir
o fluxo para uma cuba ou outra, de uma forma simétrica, com igual perda de carga, e
de confecção especial prevendo o desgaste de abrasão.
Divisor de fluxo graduado (Y): Válvula em forma de Y, graduado em cada linha
após a válvula cabaça/tartaruga, bifurcando a alimentação para duas lanças injetoras.
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ANEXO B – Fluxograma do Sistema de Injeção de Coque
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