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PROPRIEDADES DA ROCHA

Propriedades da Rocha

• Porosidade;
• Permeabilidade
• Compressibilidade;
Porosidade (φ)
• Definição:
𝑉𝑝
∅=
𝑉𝑡

Onde: Vp = volume poroso da amostra e Vt = volume total.

Poros
interconectados
(porosidade efetiva)

“Cul-de-sac”
(porosidade efetiva)

Poros conectados → contribuem para


o fluxo no meio poroso.
Poro fechado
(não-efetivo)
Poros isolados → não contribuem para
o fluxo
Exemplo
Exemplo: Em plug de rocha-reservatório com volume total de
321 cm3, determinou-se, através de ensaio laboratorial, que o
volume de rocha é de 200 cm3. Qual a porosidade dessa
amostra?
Porosidade – critérios de classficação

Efetiva Primária
Porosidade Porosidade
Não-efetiva Secundária

Principais Fatores de influência


Conectada
• Processo deposicional da rocha
Porosidade Não-conectada
• Grau de seleção dos grãos
Microporosidade
• Ocorrência de processos de
dissolução ou precipitação
Porosidade Primária x Secundária

• Porosidade primária → é a porosidade formada durante o


processo de deposição dos sedimentos;

• Porosidade secundária → surge depois da rocha formada,


principalmente devido a processos de dissolução química da
cimentação original pela incidência de águas com diferentes
composições químicas.
Origens da porosidade do reservatório
Componentes Fundamentais
de uma rocha sedimentar
Rocha reservatório
Arenito Carbonato

Além dos poros, outras fontes de porosidade


são os vugs, cavernas e fraturas.

Arenito
Mais Exemplos

Halita + anidrita (capeadora)


Carbonato do Pré-Sal
da Bacia de Santos
(reservatório).
Principais Rochas Sedimentares

Sedimento Rocha sedimentar Ambiente de formação

Areia Arenito (sandstone) Dunas de deserto, canais de rios, litoral,


mares rasos.
Lama argilosa Folhelho (shale) Lagos, planícies alagadas, deltas de rios,
mares profundos.
Conchas e lama calcárea Carbonato (carbonate) Mares rasos “mornos”

Carbonato de Cálcio excretado “Chalk” Mares profundos


pelo fitoplancton marinho

Restos de vegetais e turfa Carvão (coal) Pântanos

Sal “Salt rock” Lagunas e mares interiores em ambiente


com alta taxa de evaporação
Cascalho, seixo rolado Conglomerado Leitos de rios, costões rochosos expostos
(conglomarate) a ação de ondas.

Sílica excretada pelo fitoplâncton “Chert” Mares profundos


marinho
Principais Ambientes Deposicionais
Permeabilidade (K)

• É a medida da facilidade com o que um fluido atravessa um meio poroso.


O conceito foi introduzido pelo Engenheiro Henry Darcy em 1856 ao
estudar o processo de filtração da água através de areia no serviço de
tratamento de águas da cidade de Dijon.
• Unidade: m2 , cm2 e Darcy (D).

Fatores de conversão: 1D ≈ 10-12 m2 e 1 mD ≈ 10-15 m2


Lei de Darcy para o fluxo de fluidos em
meios porosos
Lei de Darcy

𝐾. 𝐴. ∆𝑝
𝑞=
𝜇. 𝐿

2𝜋. 𝐾. ℎ. ∆𝑝
𝑞=
𝑟
𝜇. ln 𝑤 + 𝑆
𝑟𝑒
Permeabilidade

• A permeabilidade é a medida da capacidade da movimentação de fluidos


no interior da rocha. Na indústria do petróleo, a permeabilidade é
usualmente medida em Darcy (D) ou miliDarcy (mD). Quanto maior for a
permeabilidade, menor será a resistência (perda de carga) que os fluidos
produzidos terão ao se deslocar do reservatório até dos poços produtores;
Permeabilidade

• Os fluidos percorrem canais existentes entre os grãos da rocha. Quanto


mais cheios de estrangulamentos, mais estreitos e mais tortuosos forem
esses canais, maior será a dificuldade para os fluidos se moverem no seu
interior. Por outro lado, poros maiores e mais conectados oferecem menor
resistência ao fluxo de fluidos. Esse tipo de permeabilidade é chamada de
permeabilidade da matriz.
• Os fluidos produzidos e injetados no reservatório também podem se
deslocar em fraturas existentes na rocha (permeabilidade das fraturas). A
existência de uma rede de fraturas nas proximidades de um poço de
produção geralmente confere alta produtividade a ele, embora também
possa adiantar a chegada dos fluidos injetados ao poço.
Principais Fatores de Influência
• Processo deposicional → pode induzir anisotropia de K;

• Grau de cimentação e compactação da rocha;

• Grau de seleção dos grãos;

• Ocorrência de fraturas, vugs ou cavernas (carbonatos);

• Processos dissolutivos ou de precipitação que ocorreram na história do


reservatório.

Reservatórios de óleo → necessário um mínimo de algumas dezenas de mD para


assegurar boa produtividade;
Reservatórios de Gás → podem atingir produtividade atrativa mesmo em
reservatório na faixa dos μD.
Influência do processo deposicional na permeabilidade
Influência do processo deposicional na permeabilidade

Kx ≠ Ky ≠ Kz
Grau de seleção dos grãos

Mal selecionado Bem selecionado

Rochas bem selecionadas → maior volume poroso específico → tendem a ter maiores
permeabilidades
Cálculo da Permeabilidade Equivalente

Layers paralelos:
𝑛
𝐿 𝐿𝑖
= ෍
𝐾𝑒𝑞 𝐾𝑖
𝑖=1

Layers em série:

σ 𝑘 𝑖 . 𝐿𝑖
𝐾𝑒𝑞 =
σ 𝐿𝑖
Propriedades Necessárias para definição de uma
unidade de fluxo

• Geológicas → Textura, mineralogia, estrutura sedimentar, contatos


entre camadas e barreiras de permeabilidade;

• Petrofísicas → porosidade, permeabilidade, compressibilidade e


saturações de fluidos.
Permeabilidade Relativa
Permeabilidade (K)

• É a medida da facilidade com o que um fluido atravessa um meio poroso.


O conceito foi introduzido pelo Engenheiro Henry Darcy em 1856 ao
estudar o processo de filtração da água através de areia no serviço de
tratamento de águas da cidade de Dijon.
• Unidade: m2 , cm2 e Darcy (D).

Fatores de conversão: 1D ≈ 10-12 m2 e 1 mD ≈ 10-15 m2


Permeabilidade

• A permeabilidade é a medida da capacidade da movimentação de fluidos no interior da


rocha. Na indústria do petróleo, a permeabilidade é usualmente medida em Darcy (D) ou
miliDarcy (mD). Quanto maior for a permeabilidade, menor será a resistência (perda de
carga) que os fluidos produzidos terão ao se deslocar do reservatório até dos poços
produtores;

• Os fluidos percorrem canais existentes entre os grãos da rocha. Quanto mais cheios de
estrangulamentos, mais estreitos e mais tortuosos forem esses canais, maior será a
dificuldade para os fluidos se moverem no seu interior. Por outro lado, poros maiores e mais
conectados oferecem menor resistência ao fluxo de fluidos. Esse tipo de permeabilidade é
chamada de permeabilidade da matriz. Os fluidos produzidos e injetados no reservatório
também podem se deslocar em fraturas existentes na rocha (permeabilidade das fraturas). A
existência de uma rede de fraturas nas proximidades de um poço de produção geralmente
confere alta produtividade a ele, embora também possa adiantar a chegada dos fluidos
injetados ao poço.
Lei de Darcy

𝐾. 𝐴. ∆𝑝
𝑞=
𝜇. 𝐿

2𝜋. 𝐾. ℎ. ∆𝑝
𝑞=
𝑟
𝜇. ln 𝑤 + 𝑆
𝑟𝑒
Principais Fatores de Influência
• Processo deposicional → pode induzir anisotropia de K;

• Grau de cimentação e compactação da rocha;

• Grau de seleção dos grãos;

• Ocorrência de fraturas, vugs ou cavernas (carbonatos);

• Processos dissolutivos ou de precipitação que ocorreram na história do


reservatório.

Reservatórios de óleo → necessário um mínimo de algumas dezenas de mD para


assegurar boa produtividade;
Reservatórios de Gás → podem atingir produtividade atrativa mesmo em
reservatório na faixa dos μD.
Influência do processo deposicional na permeabilidade

Kx ≠ Ky ≠ Kz
Compressibilidade (c)
Mede a variação de volume de um sistema
em função da variação da pressão.

A compressibilidade do sistema (compressibilidade total) é a média ponderada, pelas


saturações, dos fluidos presentes no reservatório somada à compressibilidade da
rocha.

cf – compressibilidade da formação;
crocha, co, cw, cg – compressibilidades das fases;
So, Sw, Sg – saturações das fases.
Compressibilidade (c)

• O estudo das compressibilidades é importante para nos estudos de E&P


visto que, os poros de uma rocha-reservatório estão cheios de fluidos
que exercem pressão sobre as paredes dos mesmos.
• No início da produção de um reservatório, a compressibilidade da rocha
tem contribuição importante nas vazões de fluidos produzidos pelos
poços. Uma rocha reservatório pode ser imaginada, simplificadamente,
como uma ‘esponja’ com seus poros preenchidos por óleo, água e gás.
• Ao iniciar a produção, essa ‘esponja’ é espremida pela ação da pressão
das camadas de rocha situadas acima dela e o fluido é ‘empurrado’ em
direção aos poços produtores. O volume dos poros é uma função da sua
pressão interna. Ao ser retirada certa quantidade de fluido do interior da
rocha, a pressão cai e os poros têm os seus volumes reduzidos.
Compressibilidade
Valores Típicos

Água: cw = 4 x 10-10 Pa-1 = 2.76 x 10-6 psi-1

Óleo: co = 5 a 15 x 10-6 psi-1

Formação: cf = 3 a 15 x 10-6 psi-1

A compressibilidade do óleo e da formação são um valores que precisam ser


determinados no laboratório. Os valores típicos servem apenas em estudos
preliminares em que as amostras não estão disponíveis.
Correlação de Hall
Propriedades do Sistema Rocha-Fluido
• Permeabilidade Relativa;
• Pressão capilar;
• Molhabilidade;
Permeabilidade Relativa
Permeabilidade Relativa
• Permeabilidade relativa (Kr) → é a permeabilidade do meio
considerando a presença de mais fluidos, fluindo ou não, no
reservatório;

𝐾𝑜 𝐾𝑤 𝐾𝑔
𝐾𝑟𝑜 = 𝐾𝑟𝑤 = 𝐾𝑟𝑔 =
𝐾 𝐾 𝐾

Kro, Krw, Krg →Permeabilidades relativas das fases óleo, água e gás.

As permeabilidades relativas dependem das saturações de fluidos no


meio poroso.
São necessárias duas curvas para o modelo de simulação: a)
permeabilidade relativa do sistema óleo-água e b) permeabilidade relativa
gás-líquido;
Permeabilidade Relativa - conceitos

• Saturação crítica → é a menor saturação de uma fase no meio


poroso em que ela permanace imóvel;

• Saturação residual → é a saturação de uma fase no meio poroso


que permanece imóvel após seu deslocamento por um outro. Por
exemplo, Srow é a saturação de óleo residual após seu
deslocamento por água. O valor da saturação residual de uma fase
depende do fluido deslocante, ou seja, as saturações de óleo
residuais em um reservatório serão diferentes no seu deslocamento
por água ou gás.
Curva Kr Óleo-Água
Curva Kr Gás-Líquido
Permeabilidade Relativa

• Fatores de maior influência em Kr:

a) Molhabilidade da rocha (água, óleo ou mista);

b) Presença de outras fases fluindo ou não;

c) Grau de consolidação do meio poroso;

d) Processo de saturação da rocha no tempo geológico.


Molhabilidade

• O termo molhabilidade é utilizado para descrever a tendência de


espalhamento de um fluido sobre uma superfície sólida na
presença de outro fluido imiscível.
Molhabilidade em reservatórios
Molhabilidade em reservatórios

Fatores de influência:
• Composição química dos fluidos;
• Composição mineralógica da rocha;
• pH;
• Salinidade;
• Temperatura.
Molhabilidade

Segundo Faerstein : “Muitas vezes a molhabilidade é tratada como


uma característica binária, isto é, o reservatório seria molhável à água
ou ao óleo. Nessa abordagem, extremamente simplificada, despreza a
complexidade dos fenômenos físicos envolvidos. A característica
binária descreve apenas os casos extremos e, entre eles, há uma
infinidade de graus de preferência do sólido por determinado fluido. Se
o sólido não for molhável preferencialmente por nenhum dos fluidos
presentes, o sistema é definido como de molhabilidade neutra ou
intermediária.”
Influência da molhabilidade

Rochas molháveis ao óleo → permeabilidade relativa da água é muito alta → a


produção desse fluido ocorre prematuramente → reservatórios com baixos fatores de
recuperação final de óleo.
Influência do processo de saturação da rocha

• Processo de embebição → um fluido que molha a rocha preferencialmente invade o


meio poroso e desloca o originalmente presente;
• Processo de drenagem → o fluido com molhabilidade preferencial é deslocado pela
injeção de outro fluido.
Embebição x Drenagem - Exemplo

• Considerar um reservatório arenitíco, molhável à água,


inicialmente saturado com água.

** A migração do óleo da rocha geradora para saturar o


reservatório → processo de drenagem.

*** A injeção de água nesse reservatório como método de


recuperação secundária → processo de embebição.
Modelos de Corey para sistemas óleo-
água e gás-líquido
Óleo-água Gás-líquido
Modelo de Corey para sistemas bifásicos
Kro em sistemas trifásicos – Modelos de Stone
Tensão Interfacial
Tensão Interfacial

• Considere um líquido e sua interface com um gás. As moléculas no


interior da massa líquida são atraídas por forças iguais em todas as
direções pelas outras moléculas (forças de Van der Walls no caso da
água);
• Na interface isso muda, surgindo uma resultante apontada para
dentro do líquido (Figura 21). Isso faz com que as moléculas da
superfície estejam “desbalanceadas”.
Comentários

• Uma boa analogia para a interface é a de uma membrana esticada. A


tensão superficial é a força por unidade de comprimento aplicada nessa
interface. Como todo sistema mecânico tende a adotar espontaneamente
a configuração de energia potencial mínima, a interface tende
naturalmente a se contrair.
• Qualquer movimento do líquido que resulte no aumento da superfície (ex.
a formação de uma gota na saída de um conta-gotas) resulta em um
número maior de moléculas que devem ir para a superfície, impondo a
necessidade da realização de um trabalho externo no sistema.
Pressão Capilar (1)
De forma simplificada, a pressão capilar mede a tendência de um meio
poroso “succionar” o fluido molhante (ou repelir o fluido não-
molhante), sendo a diferença de pressão entre as fases decorrentes das
tensões interfaciais.

𝑃𝑐 = 𝑃𝑓𝑛𝑚 − 𝑃𝑓𝑚
Elevação capilar

Reservatórios com distribuição de poros com vários diâmetros tendem a formar


uma zona de transição importante entre a zona de óleo e a zona de água.
Reservatórios inconsolidados de alta permeabilidade → poros largos → zona de
transição pouco importante em termos práticos.
A pressão capilar define a altura da
zona de transição
Pressão Capilar (2)
• Na prática, o nível de pressão capilar mede a dificuldade da
expulsão do fluido presente em um poro pela entrada/injeção
de outro fluido nele;

• A equação de Laplace mostra que a pressão capilar é


inversamente proporcional ao raio da garganta de poro → o
fluido presente em poros muito pequenos dificilmente é
expulso/produzido;

• Como recuperar esse óleo?


Sistemas de Unidades

Rosa, 2006
Obrigado !

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