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Prof. Dra.

Helena Paula Nierwinski


Tópicos da apresentação

 Liquefação em solos - Conceitos

 Liquefação em rejeitos
Digite a equação aqui. de mineração

 Avaliação da suscetibilidade à liquefação

Conceitos de Liquefação de Solos e ocorrência em rejeitos de mineração 2


O que é liquefação?
PERDA REPENTINA DA ESTRUTURA DO SOLO

Conceito atribuído à Terzaghi e Peck (1948):


“liquefação instantânea” em areias fofas
Digite a equação aqui.

Condições necessárias:

• Solos granulares (não coesivos)


• Saturação
• Carregamento rápido (gatilho)
• Resposta não drenada

𝜎′𝑣 = 𝜎𝑣 − 𝒖 𝒖 = 𝒖𝟎 + ∆𝒖

Conceitos de Liquefação de Solos e ocorrência em rejeitos de mineração 3


Liquefação em Solos
Desenvolvimento de estudos para compreensão do fenômeno de liquefação
em solos (Seed, 1979; Finn, 1981; Ishihara, 1993).

LIQUEFAÇÃO CARREGAMENTO SÍSMICO


Digite a equação aqui.
• Comparação entre tensões induzidas
por carregamento cíclico (CRR) e
tensões necessárias para liquefazer o
solo (CSR)

• Diversas correlações através de


ensaios de laboratório e campo

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Liquefação em Solos
Carregamento Cíclico COMPORTAMENTO
LIQUEFAÇÃO Carregamento Estático Robertson e Fear (1995)

Amolecimento Cíclico Fluxo por Liquefação


Digite a equação aqui.
• Tamanho e duração do • Gatilho estático ou cíclico
carregamento cíclico
• Comportamento strain softening
• Comportamento strain (amolecimento)
hardening (endurecimento)
• Deformações podem continuar
• Deformações tendem a após o gatilho
cessar após carregamento
• Deformações não contidas:
Liquefação cíclica: grandes deformações potencial rupturas progressivas
Mobilidade cíclica: pequenas deformações

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Liquefação em Solos
COMPORTAMENTO ENSAIOS TRIAXIAIS
Superfície Strain Hardening
q Dilatante
q de ruptura
Estado
último

Digite a equação
Strain Softening aqui.
Contrativo

p’ p’

Du Liquefação
Solos fofos
Ensaios não
drenados
p’
Dilatação
Solos densos

Conceitos de Liquefação de Solos e ocorrência em rejeitos de mineração 6


Liquefação em Solos
COMPORTAMENTO ENSAIOS TRIAXIAIS
Estado crítico Ψ = 𝑒 − 𝑒𝑐
Linha do
estado crítico
Digite a equação aqui.
Contrativo
(Fofo)
e
Não drenado

drenado y
drenado
Dilatante
(denso)
Não drenado

logp’
Estudos desenvolvidos em areias (Casagrande, 1936;
Castro, 1969; Been e Jefferies, 1985)
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Liquefação em Rejeitos de Mineração
O fenômeno de fluxo por liquefação constitui-se num dos maiores desafios
enfrentados no desenvolvimento de um projeto de uma barragem de rejeitos
(Robertson et al, 2010)

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO
Digite a equação aqui. DOS REJEITOS

Material proveniente de um processo industrial

Resultante do beneficiamento do minério


O QUE SÃO REJEITOS
(elementos químicos)
DE MINERAÇÃO?
Esgotaram-se as possibilidades de tratamento e
recuperação por meios tecnológicos e
economicamente viáveis

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Os rejeitos apresentam grande heterogeneidade.

Variáveis: tipo de minério extraído, método de beneficiamento e o tratamento


químico alteram as características geotécnicas, físico-químicas e
mineralógicas do rejeito de mineração.
Digite a equação aqui.

1. Características geotécnicas

• Granulometria predominantemente siltosa

• Plasticidade baixa ou nula

• Permeabilidade intermediária ou transiente


(10-5 m/s < k < 10-8 m/s)

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Disposição dos rejeitos no ambiente é
rotineiramente efetuada através de
barragens.
Digite a equação aqui.
2. Método de disposição

PROCESSO DE ALTEAMENTO
• Alteamento à montante
• Alteamento à jusante
• Alteamento pela linha de centro

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Montante Jusante

Digite a equação aqui.

Linha de centro Os próprios rejeitos podem ser utilizados no


alteamento, com algumas premissas:

• a separação granulométrica entre as


parcelas mais finas e grosseiras;
• utilização de sistemas eficientes de
drenagem;
• controle na compactação;
Adaptado de Vick, 1983 • proteção superficial da barragem.
Davies e Martin, 2000
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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Em sua grande maioria, os rejeitos são produzidos na forma de polpa (mistura
de água e sólidos), favorecendo o transporte através de fluxo gravitacional por
meio de dutos até o local da disposição final.
3. Alta saturação do material 4. Altos índices de vazios (baixa
Digite a equação aqui.
depositado compactação)

Presença de água nos depósitos

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Em resumo:
SUSCETIBILIDADE AO
- Material granular não coesivo FLUXO POR
- Alta saturação
Digite a equação aqui.
LIQUEFAÇÃO
- Baixa densidade  comportamento strain softening
+
Carregamento rápido  resposta não-drenada

Gatilho
A investigação dos possíveis gatilhos que podem desencadear o início do fluxo por
liquefação é um grande desafio para a Engenharia Geotécnica.

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Liquefação em Solos
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:
Campanha de ensaios de laboratório
- Ensaios triaxiais drenados e não drenados
- Linha do estado crítico não linear: ocorrência de liquefação
Digite a equação aqui. para
baixos níveis de tensões

Contrativo
(Fofo)

Dilatante Linha do
(denso) estado crítico

logp’

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:
Desafio em ensaios de laboratório:
Digite a equação aqui.
- Coleta de amostras indeformadas de qualidade por meio convencionais
(baixa plasticidade dos rejeitos)

- Reproduzir condições de campo através da reconstituição de amostras


(possível estruturação natural do rejeito dentro dos depósitos)

Ensaios com rejeito de


mineração de bauxita

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:
Avaliação da reconstituição da amostra em laboratório:

Digite a equação aqui.

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:
Avaliação através de ensaios de campo
Combinação de diferentes resultados
Digite a(Wroth,
equação1984)
aqui.

Ensaio de cone sísmico - SCPTu


Medidas de resistência (qt) e rigidez (G0) no mesmo ensaio

Razão G0/qt  boa predição do comportamento dos solos


e correlação com o parâmetro de estado de areias
𝛽
𝑝′ 𝐺0
𝜓=𝛼 + 𝝌𝑙𝑛 Schnaid e Yu (2007)
𝑝𝑎 𝑞𝑡

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:
Razão G0/qt  classificação de solos

Digite a equação aqui.


SOLOS NÃO-PLÁSTICOS SOLOS PLÁSTICOS
1. Solos não-plásticos sensitivos I. Argilas
2. Siltes arenosos II. Argilas orgânicas
3. Siltes arenosos a siltes com pedregulhos ou III. Argilas siltosas
siltes cimentados IV. Siltes argilosos
4. Areias com pedregulhos ou areias cimentadas V. Areias argilosos
5. Siltes
6. Areias a areias siltosas
7. Areias limpas

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:
Razão G0/qt  classificação de solos

Areias  possibilidade de estimativa de y


Digite a equação aqui.
(comportamento contrativo ou dilatante)

−0.07
𝑝′ 𝐺0
𝜓 = 0.520 + 0.180𝑙𝑛
𝑝𝑎 𝑞𝑡

Rejeitos de mineração?
Material de caráter siltoso

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:

Em rejeitos de mineração os resultados da


resistência de ponta do cone, em ensaios
realizados em velocidade padrão (20 aqui.
Digite a equação
mm/s), são afetados pela drenagem
parcial.

Correção dos valores de qt para


condições drenadas
𝑞𝑡 − 𝜎𝑣0
𝑁𝑚 = 𝑄 = f'
𝜎′𝑣0

Senneset et al, 1989


Conceitos de Liquefação de Solos e ocorrência em rejeitos de mineração 20
Liquefação em Rejeitos de Mineração
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:

Condições não drenadas:

0,6 < Bq < 1,0 Digite a equação aqui.

Faixa de variação possivelmente


relacionada ao índice de rigidez
do material, Ir

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:

Condições não drenadas:

0,6 < Bq < 1,0 Digite a equação aqui.

1, 𝑠𝑒 𝐵𝑞 = 0;
𝑞𝑡𝐷
= 𝑞𝑡𝐷
𝑞𝑡20 , 𝑠𝑒 𝐵𝑞 = 1
𝑞𝑡𝑁𝐷

𝑞𝑡𝐷 𝑞𝑡𝐷
=1+ + 1 ∙ 𝐵𝑞𝑎
𝑞𝑡20 𝑞𝑡𝑁𝐷

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:

Validação da proposta para


estimativa de y por meio de
ensaios SCPTu: Digite a equação aqui.

Comparativo
• Resultados de ensaios de
cravação de cone em
velocidades diferentes
(Sosnoski, 2016);

• Resultados de ensaios triaxiais


(Bedin, 2010).

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
Avaliação da suscetibilidade ao fluxo por liquefação:

Digite a equação aqui.

Comparativo

Nierwinski et al, 2020


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Liquefação em Rejeitos de Mineração
DESAFIOS PARA ENGENHARIA
Muitos acidentes em estruturas de armazenamento de rejeitos

ICOLD - International Commission on Large


Digite Dams
a equação (2001):
aqui.
Considerando apenas as 36000 grandes barragens registradas no Registro
Mundial de Barragens, 300 acidentes foram registrados (~1%)

Comparativo:
Barragens de contenção de água (0,01% rompem); 100 vezes maior
Barragens de rejeitos de mineração (1,2% rompem)

Mais de 30 rupturas nos últimos 10 anos – 6 episódios no Brasil (Wise Project)


https://www.wise-uranium.org/mdaf.html

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Liquefação em Rejeitos de Mineração
DESAFIOS PARA ENGENHARIA

Relatórios desenvolvidos por Morgenstern et al (2016) e Robertson et al (2019)


indicam que as possíveis causas da rupturas das barragens brasileiras de Mariana
e Brumadinho estejam relacionada aoafenômeno
Digite de fluxo por liquefação.
equação aqui.

Comportamento geotécnico complexo  necessidade de estudos, investigação

Investigação dos possíveis gatilhos

Descomissionamento de barragens  nova legislação

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Prof. Dra. Helena Paula Nierwinski
helena.paula@ufsc.br

OBRIGADA PELA ATENÇÃO!

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