Você está na página 1de 38

Solos lateríticos

• é um solo residual e rico em minerais de argila e sesquióxidos. Este


solo compõe a camada superficial chamada de horizonte laterítico.
São solos profundamente intemperizados e se encontram em
condições tropicais .

• Para um melhor entendimento do comportamento dos solos tropicais


lateríticos, pode ser empregada a metodologia MCT que caracteriza e
classifica esses solos, utilizando como base seu comportamento
mecânico e hidráulico.
(VILLIBOR et al., 2009)
Solos lateríticos

(NOGAMI e VILLIBOR, 1995).


Solos lateríticos
• A principal diferença dos solos lateríticos, para os solos de clima
temperado é a presença de uma cimentação natural causada pelos
óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio.
• Os solos lateríticos quando devidamente compactados, perdem
umidade e adquirem condição de baixa ou nenhuma perda de
resistência, mesmo na presença posterior de água, apresentando em
estado natural, menor susceptibilidade à erosão, quanto maior for o
seu grau de laterização.

(Godoy, 1997),
Solos lateríticos. Ocorrência

(VILLIBOR e NOGAMI, 2009).


Solos lateríticos. Pedogênese
• Horizonte B, conhecido como Latossolos, Solos Podzólicos e Terras
Rochas Estruturadas, caracterizados pela matriz vermelho e/ou
amarelo, com grande espessura, agregação intensa dos grãos mais
finos, dando um aspecto trincado e/ou poroso e pequena variação de
propriedades ao longo da sua espessura.

(NOGAMI e VILLIBOR, 1995).


Solos lateríticos. Comportamento
• Porosidade
• Distribuição de poros não homogênea
• Baixa retenção da água
Solos não saturados. Definição
Meio poroso, multifásico e deformável, sendo que pelo menos uma das fases é
constituída de partículas sólidas e as outras fases são fluidas (líquidos e gases).
Fredlund and Rahardjo (1993)

Definição 02: meio poroso deformável constituído por partículas sólidas de diferentes
tamanhos que podem, ou não, estar aglutinadas em pacotes, sendo que os poros
existentes estão preenchidos por pelo menos um fluido que interfere no comportamento
mecânico e hidráulico deste material.
Fases do solo não saturado

•Partículas sólidas •Relações de massa-volume


•Água •Sólidos, ar, água;
•Ar •Película contráctil não é considerada
•Película contráctil
Solos não saturados. Sucção
• Energia aplicada por volume de água para conseguir desprender a
água absorvida ou retida de dentro do solo.

• Parâmetro que avalia a capacidade do solo de reter água.


Solos não saturados. Sucção
Fatores que influenciam na sucção do solo
• Granulometria
• Mineralogia
• Estrutura do solo
• porosidade
• Trajetória utilizada
Solos não saturados. Sucção

• Energia livre
• Pressão parcial vapor relativa a pressão do
vapor de água do solo

RT  uv 
 ln  
vw0v   uv 0

 Sucção total é constituída por duas componentes


 Matricial
  ua  uw   
 Osmótica
Solos não saturados. Sucção
Comportamento hidráulico é a capacidade de armazenamento e à
facilidade de transporte de fluidos através do elemento de solo.
A relação entre a capacidade de armazenamento da água e a sucção é
conhecida como curva de retenção da água. Que pode ser obtida
através da correlação entre a sucção e qualquer um dos seguentes
parâmetros:
• umidade gravimétrica (w),
• umidade volumétrica (θw),
• grau de saturação (Sr)
• índice de água (ew).
Solos não saturados. Curva de retenção
• A curva de retenção possui formato em
“S”.
• O formato da curva é influenciado
diretamente pela distribuição de poros
do material
Solos não saturados. Estrutura dos poros

Existem três condições em que os poros podem ser


encontrados:
• tamanho dos poros uniforme (a, b);
• dois tamanhos predominantes, também chamados
de bimodal (c);
• presença de vários tamanho, multimodal (d)
Solo colapsível
Solo colapsível :
• é um tipo de solo estudado na mecânica dos solos não saturados que
possui uma estrutura temporariamente resistente, mas que, quando
saturado, perde com grande rapidez sua capacidade de carga devido a
uma redução do seu volume através de uma variação do seu índice de
vazios (SOUZA NETO, 2004).
• São solos não saturados que apresentam uma rápida e elevada
compressão do seu volume quando sujeitos a um aumento de
umidade para uma mesma tensão total aplicada. (PINTO, 2006)
Solo colapsível. Origem
Depende de diversas variáveis como características climáticas e
ambiente geológico.

Formas de ocorrência:
• aterros compactados
• residuais
• transportados,
• perfis naturais
Solo colapsível. Origem
Aterro compactado: Este tipo de formação tem por característica
principal sua origem antrópica. Com uma má compactação, o aterro
ocasiona grandes deformações quando umidificado e sob a ação de
cargas, pois se apresenta com alto índice de porosidade que permite
uma maior infiltração de fluídos.
Depósitos residuais: Os perfis de solos residuais caracterizam-se por
serem materiais providos da atuação do intemperismo. O processo de
formação da estrutura colapsível é proporcionado pela lixiviação das
camadas mais externas e solúveis, produzindo um depósito de
partículas finas de elevada porosidade e baixa densidade.
Solo colapsível. Origem
• Depósitos eólicos: Este solo representa, essencialmente, materiais
transportados através da ação do vento e, devido a este método de
seleção, possui grãos com grande uniformidade textural. São perfis
de alta porosidade, partículas finas de areia e silte, baixa massa
específica e alta infiltração.
• Depósitos aluvionares: Os perfis de solos aluvionares são resultado
de seu agente transportador, neste caso, a ação da água. Esta
formação também pode ser designada para regiões com alta
precipitação pluviométrica em curto intervalo de tempo, seguido de
longos períodos de seca. Possui grande teor de argila e materiais sem
consolidação com alto índice de vazios.
Solo colapsível. Origem
• Perfis naturais: processos físico-químicos de acordo com as diversas
formas de intemperismo com uma atenção maior à pluviosidade e a
estiagem, combinadas com as variadas formações geológicas. Em boa
parte dos casos, os depósitos são caracterizados por uma estrutura
fofa com grãos do tamanho de siltes e areia fina.
Solo colapsível. Estrutura
• Quando se tem o adensamento, verifica-se que ocorre uma
proscrição de água do interior dos poros do solo e, quando se dá o
colapso, o que se elimina é o ar que preenche os vazios.
• quando há o colapso, percebe-se uma grande variação de volume em
curto intervalo de tempo, o que difere do adensamento, no qual a
redução do volume acontece de maneira lenta e gradual.

Esquema de um solo solicitado antes da inundação (a) e posteriormente (b)


Critérios de identificação a partir de índices
físicos, granulometria e plasticidade.
Solo colapsível. Ensaio identificação
• Ensaio Edométrico Simples: Neste
ensaio é aplicado uma
determinada carga na amostra de
solo em sua umidade natural e,
em seguida, ocorre a inundação
sem o alívio das tensões
(ocorrendo assim a simulação de
um colapso), então, após a
consolidação das deformações o
material é sujeito a gradativos
carregamentos.
Solo colapsível. Ensaio identificação em
laboratório
• Ensaio Edométrico Duplo: No ensaio
duplo, diferentemente do simples, há a
aplicação de carga em dois corpos-de-
prova idênticos, porém, em um deles
ocorre a umidade natural e no outro a
saturação em fluido. Nos dois corpos é
aplicada a tensão de 1 kPa no intervalo
de tempo de 24 horas, então são
aplicadas tensões gradativas para a
confecção da curva de deformação axial.
Por fim, as curvas índice de vazios versus
logarítmico da tensão são sobrepostas e
ajustadas
Solo colapsível. Avaliação do potencial de
colapso
CP Gravidade do Problema
0 – 1% Nenhum
1 – 5% Moderado
5 – 10% Problemático Jennings & Knight (1975)
10– 20% Grave
> 20% Muito grave

colapsível quando i > 0,02


(Vargas, 1978)
Solo colapsível. Avaliação do potencial de
colapso
 fs = Tensão de fluência do solo saturado

 fn = Tensão de fluência do solo com umidade natural

0 Tensão vertical geostática

Reginatto & Ferrero (1973)

Solo verdadeiramente colapsível quando σcs < σvo e C < 0. O solo sofre colapso sem carregamento externo;
Solo condicionalmente colapsível quando σcs < σvo e 0 < C <1. A ocorrência de colapso depende da tensão,
induzido pelo carregamento externo (σv), segundo as seguintes situações:
- Não ocorre colapso com a inundação do solo quando σv < σcs;
- Ocorre colapso se for inundado após carregamento quando σcs < σv <σcn;
- Pode ocorrer colapso mesmo sem inundação quando σv > σcn.
Há a indefinição quanto a ocorrência do colapso quando σcs = σcn e C=1.
Solo colapsível. Avaliação do potencial de
colapso
coeficiente de subsidência entre 0,5 e 0,75

Denisov (1951)

condição R > 1

Gibbs & Bara (1962)


Solo colapsível. Avaliação do potencial de
colapso

condição Kd < 1

K for maior que 0,85 para uma saturação menor que 60% Priklonskij (1952)

Feda (1966)
Solo colapsível. Avaliação do potencial de
colapso

índice de plasticidade entre 1 e 10%, CI deve ser até 0,1, para K deve ser menor que 15
um IP entre 10 e 14%, CI deve estar entre 0,1 e 0,17, e para um
IP entre 14 e 22%, CI deve estar entre 0,17 e 0,24.

Kassif & Henkin (1967)


Jennings e Knight (1975)
Solo colapsível. Ensaio identificação em
campo
Ferreira e Lacerda (1993) criaram um
equipamento simples batizado de
expansocolapsômetro, que tem por
objetivo a detecção da variação de
volume do solo em diferentes
profundidades. Por meio de um furo de
sondagem, são acrescentadas as cargas
no aparelho, gradativamente, até se
atingir uma tensão pré-determinada,
quando se adiciona o líquido de
umedecimento para verificar os
possíveis posteriores recalques.
Solos colapsíveis. Efeitos nas estruturais
• quando o solo colapsível sofre uma modificação em sua estrutura
devido à saturação em água, e perde sua capacidade de suporte,
tende a reduzir seu volume gerando o recalque dos elementos
estruturais de fundação
• Para uma fundação bem dimensionada, não temos danos que
comprometam fisicamente o elemento estrutural, mas ocorrer danos
indiretos ao restante da edificação como fissuras e rachaduras em
alvenaria.
Solo expansivo
• àqueles materiais que possuem na sua constituição
preferencialmente argilominerais com estrutura laminar
potencialmente instáveis, tais como a montmorilonita, vermiculita,
clorita e interestratificados. (Presa, 1984)
• São materiais que possuem limites de liquidez elevados e alta
plasticidade. Quando secos são duros, mas perdem facilmente sua
resistência quando absorvem água (Presa, 1984)
• Os materiais expansivos constituem também um problema de solos
não saturados (Costa Nunes, 1978).
Solo expansivo
A expansibilidade dos argilominerais é um dos fatores mais importantes que
influenciam o comportamento dos materiais argilosos em solos e a durabilidade
dos materiais rochosos.

Está associada a danos em obras de engenharia:


• degradações rápidas e importantes,
• aparecimento de trincas e rachaduras nas construções,
• rupturas de aterros e taludes de corte,
• destruição de obras de contenção,
• trincas e danos nos pavimentos,
• desabamentos em túneis,
• além do alto custo para manutenção das obras.
Solo expansivo
Os mecanismos de expansão podem ser:
• Mecânicos: A expansão mecânica ocorre em resposta às forças de
descompressão elásticas e estão relacionadas ao fator tempo; na
prática podem ser devidas às escavações feitas pelo homem, à ação
dos movimentos tectônicos e a erosão. (Taylor e Smith, 1986)

• Físico-químicos: atração superficial das partículas, hidratação de


cátions e repulsão osmótica. Forças repulsivas entre as partículas dos
argilominerais
Solo expansivo
Fatores que podem influenciar o processo expansivo:
• Tipo e teor dos argilominerais
• O tipo e a concentração de cátions adsorvidos na superfície das partículas dos argilominerais
• Tipo e resistência da cimentação
• Densidade seca
• Porosidade
• Temperatura
• Tensões
• Sucção
• Perfil do solo
• Vegetação
• permeabilidade
Solo expansivo. Técnicas de identificação
São inúmeros os métodos utilizados para a identificação e classificação
de materiais expansivos, desde técnicas simples até muito sofisticadas.
Estes métodos podem ser classificados em duas categorias, sendo
estas:
• Técnicas diretas: medem as mudanças de volume de materiais
expansivos
• Técnicas indiretas: leva-se em conta a natureza dos argilominerais
presentes, em especial àqueles de rede cristalina expansiva (grupo
das esmectitas)
Solo expansivo. Técnicas de identificação
Técnicas diretas
• Expansão Livre (Campos,1989)

• Pressão de Expansão: a partir de ensaios edométricos


o Método da amostra a volume constante
o Ensaio edométrico direto
o Ensaios edométricos múltiplos
o Ensaios edométricos duplos
o Ensaio edométrico simples
Solo expansivo. Técnicas de identificação
Técnicas indiretas
• Difração de Raios-X,
• Análise Térmica Diferencial (ATD),
• Análise Térmica Gravimétrica (ATG),
• Capacidade de Troca de Cátions (CTC),
• Microscopia Eletrônica,
• Espectroscopia infravermelha

Você também pode gostar