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Curso de Engenharia Civil

Campus VIII – Araruna PB


Disciplina: Mecânica dos Solos I
Período – 2015.1

• Notas de Aula: Tipos de Solos


• Profa.: Maria das Vitórias do Nascimento
• E-mail: vitoriaeng@yahoo.com.br
Introdução
 Os solos podem ser classificados:

 Pela origem;

 Pela sua evolução;

 Pela presença ou não de matéria orgânica;

 Pela estrutura;

 Pelo preenchimento dos vazios, etc.


Introdução
 Classificação genética para os solos:

 Na classificação pelo processo geológico de formação


os solos são divididos em dois grandes grupos:

 Residuais.

 Sedimentares.

 Além disso, merece destacar o grupo dos solos


orgânicos.
Solos Residuais
 São solos que permanecem no local de decomposição
(intemperismo) da rocha.

 Para que eles ocorram é necessário que a velocidade


de decomposição da rocha seja maior do que a
velocidade de remoção do solo por agentes externos.

 São agentes externos de transporte:

 Gelo;
 Água;
 Vento;
 Gravidade.
Solos Residuais
 A velocidade de decomposição depende de vários
fatores como:

 Temperatura,
 Regime de chuvas
 Vegetação.

 As condições existentes nas regiões tropicais são


favoráveis a degradações mais rápidas da rocha, razão
pela qual há uma predominância de solos residuais
nestas regiões (centro sul do Brasil, por exemplo).
Solos Residuais
 Como a ação das intempéries se dá, em geral, de cima para baixo,
as camadas superiores são, via de regra, mais trabalhadas que as
inferiores.

Figura 1: Perfil típico de solo residual


Solos Residuais
 Como a ação das intempéries se dá, em geral, de cima para baixo,
as camadas superiores são, via de regra, mais trabalhadas que as
inferiores.

 A rocha sã passa
paulatinamente à rocha
fraturada, depois ao saprolito,
ao solo residual jovem e ao solo
residual maduro.

 Em se tratando de solos
residuais, é de grande interesse
a identificação da rocha sã, pois
ela condiciona, entre outras
coisas, a própria composição
química do solo.
Figura 1: Perfil típico de solo residual
Solos Residuais
 Rocha alterada: Horizonte em que a alteração progrediu ao
longo de fraturas ou zonas de menor resistência, deixando
intactos grandes blocos da rocha original. locais onde o
intemperismo atuou de forma mais eficiente.

 Solo saprolítico: Solo que ainda guarda características da


rocha mãe e tem basicamente os mesmos minerais, porém a
sua resistência já se encontra bastante reduzida.

 Caracterizado como uma matriz de solo envolvendo grandes


pedaços de rocha altamente alterada. Visualmente pode
confundir-se com uma rocha alterada, mas apresenta
pequena resistência ao manuseio.

 Nos horizontes saprolíticos é comum a ocorrência de grandes


blocos de rocha denominados de matacões, responsáveis por
muitos problemas quando do projeto de fundações.
Solos Residuais
 O solo residual jovem: apresenta boa quantidade de
material que pode ser classificado como pedregulho (# >
4,8 mm). Geralmente são bastante irregulares quanto a
resistência mecânica, coloração, permeabilidade e
compressibilidade, já que o processo de transformação
não se dá em igual intensidade em todos os pontos,
comumente existindo blocos da rocha no seu interior.

 Pode-se dizer também que nos horizontes de solo jovem


e saprolítico as sondagens a percussão a serem
realizadas devem ser revestidas de muito cuidado, haja
vista que a presença de material pedregulhoso pode vir
a danificar os amostradores utilizados, vindo a mascarar
os resultados obtidos.
Solos Residuais
 Os solos maduros: mais próximos à superfície, são
mais homogêneos e não apresentam semelhanças com
a rocha original.

 De uma forma geral, há um aumento da resistência ao


cisalhamento, da textura (granulometria) e da
heterogeneidade do solo com a profundidade, razão
esta pela qual a realização de ensaios de laboratório em
amostras de solo residual jovem ou do horizonte
saprolítico é bastante trabalhosa.
Solos Sedimentares
 Os solos sedimentares ou transportados são aqueles
que foram levados ao seu local atual por algum agente
de transporte e lá depositados.

 As características dos solos sedimentares são função do


agente de transporte.

 Durante o transporte, as partículas de solo se


desgastam e/ou quebram. Resulta daí um tipo diferente
de solo para cada tipo de transporte.

 A influência do tipo de transporte é tão marcante que a


denominação dos solos sedimentares é feita em função
do agente de transporte predominante.
Solos Sedimentares
 São agentes de transportes:

 Água;

 Vento;

 Gravidade;

 Geleiras.
Solos Sedimentares
 Os solos sedimentares ou transportados podem ser classificados
em diversos grupos, dependendo do seu modo de transporte e
sedimentação:

1. Solos glaciais: formados pelo transporte e sedimentação de


geleiras;

2. Solos aluviais: transportados pela água corrente e depositados ao


longo dos rios;

3. Solos lacustres: formados pela sedimentação em lagos de água


parada;

4. Solos marinhos: formados pela sedimentação nos oceanos;


Solos Sedimentares
5. Solos eólicos: transportados e depositados pela ação
dos ventos;

6. Solos coluvionares: formados pelo transporte do solo


de seu local de origem pela gravidade, como em
deslizamentos de terra.
Solos Sedimentares
 Solos glaciais:
 De pequena importância para nós, os solos formados pelas
geleiras, ao se deslocarem pela ação da gravidade, são
comuns nas regiões temperadas.

 São formados de maneira análoga aos solos fluviais. A


corrente de gelo que escorre de pontos elevados onde o gelo
é formado para as zonas mais baixas, leva consigo partículas
de solo e rocha, as quais, por sua vez, aumentam o desgaste
do terreno.

 Os detritos são depositados nas áreas de degelo. Uma ampla


gama de tamanho de partículas é transportada, levando
assim a formação de solos bastante heterogêneos que
possuem desde grandes blocos de rocha até materiais de
granulometria fina.
Solos Sedimentares
 Solos aluviais:
 Resultantes do transporte pela água e sua textura
depende da velocidade da água no momento da
deposição, sendo frequente a ocorrência de camadas de
granulometrias distintas, devidas às diversas épocas de
deposição.

 os solos aluvionares fluviais são, via de regra, mais


grossos que os eólicos, pois as partículas mais finas
mantêm-se sempre em suspensão e só se sedimentam
quando existe um processo químico que as flocule (isto
é o que acontece no mar ou em alguns lagos).
Solos Sedimentares
 Transporte fluvial:

 Os rios desgastam o relevo em sua parte mais elevada


e levam os solos para sua parte mais baixa, existindo
com o tempo uma tendência a planificação do leito.

 Cada tamanho de grão será depositado em um


determinado ponto do rio, correspondente a uma
determinada velocidade, o que leva os solos fluviais a
terem uma grande uniformidade granulométrica. Solos
muito finos, como as argilas, permanecerão em
suspensão até decantar em mares ou lagos com
água em repouso.
Solos Sedimentares
 Solos marinhos:
 As ondas atingem as praias com um pequeno ângulo
em relação ao continente. Isso faz com que a areia,
além do movimento de vai e vem das ondas,
desloquem-se também ao longo da praia.

 Obras que impeçam esse fluxo tendem a ser pontos de


deposição de areia, o que pode acarretar sérios
problemas.
Solos Sedimentares
 Solos eólicos:

 O transporte pelo vento dá origem aos depósitos eólicos


de solo. Em virtude do atrito constante entre as
partículas, os grãos de solo transportados pelo vento
geralmente possuem forma arredondada.

 A capacidade do vento de transportar e erodir é muito


maior do que possa parecer à primeira vista. Vários são
os exemplos de construções e até cidades soterradas
parcial ou totalmente pelo vento, como foram os casos
de Taunas/ES e Tutóia/MA;
Solos Sedimentares
 Solos eólicos:
 Como a capacidade de transporte do vento depende de
sua velocidade, o solo é geralmente depositado em
zonas de calmaria.

 O transporte eólico é o mais seletivo tipo de transporte


das partículas do solo. Se por um lado grãos maiores e
mais pesados não podem ser transportados, os solos
finos, como as argilas, têm seus grãos unidos pela
coesão, formando torrões dificilmente levados pelo
vento.

 Pode-se dizer portanto que a ação do transporte do


vento se restringe ao caso das areias finas ou silte.
Solos Sedimentares
 Solos eólicos - Dunas:
 A formação de uma duna se dá inicialmente pela existência de um
obstáculo ao caminho natural do vento, o que diminui a sua
velocidade e resulta na deposição de partículas de solo.
Solos Sedimentares
 Solos eólicos – Loess

 Formado por deposições sobre vegetais que ao se decomporem


deixam seu molde no maciço.

 O Loess é um solo bastante problemático para a engenharia, pois


inicialmente podem suportar grandes esforços mecânicos, e
depois podem se romper completa e abruptamente devido ao
umedecimento.

 O Loess, comum na Europa oriental, geralmente contêm grandes


quantidades de cal, responsável por sua grande resistência
inicial. Quando umedecido, contudo, o cimento calcáreo existente
no solo pode ser dissolvido e solo entra em colapso.
Solos Sedimentares
 Solos coluvionares:
 Solos formados pela ação da gravidade.

 Os solos coluvionares são dentre os solos transportados


os mais heterogêneos granulometricamente, pois a
gravidade transporta indiscriminadamente desde
grandes blocos de rocha até as partículas mais finas
de argila.

 Entre os solos coluvionares estão os escorregamentos


das escarpas da Serra do Mar formando, os Tálus
nos pés do talude, massas de materiais muito diversos e
sujeitos a movimentações de rastejo.
Solos Sedimentares
 Solos coluvionares:

 Depósitos de Tálus:
Solos Orgânicos
 Formados pela impregnação do solo por sedimentos
orgânicos preexistentes, em geral misturados a restos
de vegetais e animais.

 Podem ser identificados pela cor escura e por possuir


forte cheiro característico.

 Têm granulometria fina, pois os solos grossos tem uma


permeabilidade que permite a "lavagem" dos grãos,
eximindo-os da matéria impregnada.
Solos Orgânicos
 Exemplos: Turfas
 Solos que incorporam florestas soterradas em estado
avançado de decomposição.

 Têm estrutura fibrilar composta de restos de fibras


vegetais e não se aplicam aí as teorias da Mecânica dos
Solos, sendo necessários estudos especiais.

 Têm ocorrência registrada na Bahia, Sergipe, Rio


Grande do Sul e outros estados do Brasil.
Solos de Evolução Pedogênica
 Alguns solos sofrem, em seu local de formação uma
série de transformações físico-químicas que os levam a
ser classificados como solos de evolução pedogênica.

 São exemplos os solos lateríticos.

 O processo de laterização é típico de regiões onde há


uma nítida separação entre períodos chuvosos e secos.

 É caracterizado pela lavagem da sílica coloidal dos


horizontes superiores do solo, com posterior deposição
desta em horizontes mais profundos, resultando em
solos superficiais com altas concentrações de óxidos de
ferro e alumínio.

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