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Mecânica dos Solos I

Origem e Formação dos Solos


Conceito de Solo

• O conceito da palavra solo é diferente dependendo da área do


conhecimento. O significado mais comum dado a esta palavra na
língua Portuguesa é o de “chão” ou “superfície”.

• A ABNT (NBR 6502) define solo como: “material proveniente da


decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou
químicos, podendo ou não ter matéria orgânica”.

• Entre agrônomos, solo é a parte agriculturável da crosta terrestre.


Para o geólogo este conceito de fácil ou não desmonte para
caracterizar o solo ou rocha não é aceito. Para ele tanto são rochas
o granito e o basalto quanto a areia, o pedregulho e a argila
(Rodrigues, 1997).
Origem e formação dos solos

• Conceito (Eng. Civil):


– Os solos são aglomerados de partículas originários das
rochas que originalmente constituíam a crosta terrestre e
que podem ser escavados sem a utilização de explosivos e
que são utilizados como material de construção ou
suporte de estruturas.

SOLOS são provenientes da desintegração da rocha INTEMPERISMO

Químico (sais e ácidos)

Intemperismo Físico (calor, gelo – influência do clima)

Biológico (ação de raízes e animais)


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Utilização do Solo na Engenharia Civil

Estrutura Edifícios, Pontes, Viadutos

Pavimento Piso Industrial, Pátio, Estrada, Aeroporto


FUNDAÇÃO
Estrutura Casa de Força, Tubulações, Galerias
CONDIÇÃO Enterrada
NATURAL Aterro Barragem, Estrada, Industrial

Corte Estrada, Mineração


SOLO
ESTRUTURAL Vala Fundação, Galeria
Origem e formação dos solos

Os solos são formados pela deterioração das rochas através do intemperismo.

- Rocha - Agregado de um ou mais minerais, que é impossível de escavar


manualmente, que necessite de explosivo para o seu desmonte.

- Intemperismo - É o conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que


ocasionam a desintegração e decomposição das rochas e dos minerais,
formando os solos.

- Intemperismo Físico - É o processo que promove a desintegração da


rocha sem alteração química dos seus componentes, através da ação de
agentes como água, temperatura, vegetação e vento. Formam
principalmente os solos granulares (pedregulho, areia e, em casos
especiais, os siltes).
- Intemperismo Químico - É o processo em que há modificação
química ou mineralógica da rocha de origem. O principal agente é a água e os
mais importantes mecânicos de ataques são: oxidação, hidratação,
carbonatação e os efeitos químicos da vegetação. Formam geralmente, os
solos finos (argila).

- Intemperismo Biológico - É processo no qual a decomposição da


rocha se dá graças a esforços mecânicos produzidos por vegetais através de
raízes, escavação de roedores, etc.

- Influência do Intemperismo no Tipo de Solo

Os vários tipos de intemperismo e a intensidade com que atuam no processo


de formação dos solos dão origem a diferentes tipos de solo.
Segundo os pedologistas, a formação dos solos (s) é função da rocha de
origem (r), da ação de organismo existentes (o), do clima (cl), da fisiografia (f)
e do tempo (t), podendo, então, escrever que:

s= f(r, o, cl, f, t).


Origem e formação dos solos: Ação do
Intemperismo
Formação de partículas sólidas de diferentes tamanhos e formas

Quartzo
INTEMPERISMO
Ex: Granito Feldspato
Mica
Quartzo = Fração Grossa
SOLO Feldspato = Fração Fina
Mica
SOLO = ACUMULAÇÃO DE PARTÍCULAS (FASE SÓLIDA) FORMANDO
ESPAÇOS VAZIOS ENTRE SI (POROS OU INTERSTÍCIOS),
PREENCHIDOS COM ÁGUA (FASE LÍQUIDA) E/OU AR (FASE GASOSA)

Fase Sólida
SISTEMA TRIFÁSICO Fase Líquida
Fase Gasosa
Classificação dos solos segundo sua formação

• Solos Residuais
• Solos Sedimentares
• Solos de Formação Orgânica

SOLOS RESIDUAIS

São os que permanecem no local de decomposição


da rocha. É necessário que a velocidade de
degradação da rocha seja maior que a velocidade
de transporte.

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Classificação dos solos segundo sua formação

SOLOS RESIDUAIS

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Classificação dos solos segundo sua formação

SOLOS RESIDUAIS

Exemplos:

• Solos lateríticos (característico de climas quentes e úmidos).


São solos tropicais.

• Solos expansivos (“massapê” da Bahia)

• Solos porosos ( ex.: solos de Brasília). São mais conhecidos


como solos colapsíveis.

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Classificação dos solos segundo sua formação

SOLOS SEDIMENTARES (ou Transportados)

São aqueles que sofrem ação de agentes


transportadores, podendo ser aluvionares (quando
transportados pela água), eólicos (quando
transportados pelo vento), coluvionares (quando
transportados pela gravidade) e glacial (quando
transportados pelas geleiras).

Solos eólicos
Grãos arredondados devido ao atrito e ao desgaste dos grãos.

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11 dunas
Classificação dos solos segundo sua formação

Solos aluvionares

São solos formados pelo carregamento e deposição de


partículas pela ação de águas. A sua textura depende da
velocidade de transporte da água. Podem ser classificados
como de origem PLUVIAL, FLUVIAL ou MARÍTIMO.
Exemplo: Bacia de inundação de rios.

Solos Glaciais

Formado pelo deslocamento das geleiras que levam diversos


tamanhos de partículas de solo.

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Classificação dos solos segundo sua formação

Solos Coluvionários

Formados pela ação da gravidade. Grande variedade de


tamanhos. Dentre os solos podemos destacar o TALUS, que é
solo formado pelo deslizamento de solo do topo das encostas.

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Classificação dos solos segundo sua formação
Perfil típico

Solo residual

Solo sedimentar

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Classificação dos solos segundo sua
formação
Solos Orgânicos

São os que resultam da decomposição vegetal e/ou animal.


Apresenta cor escura e cheiro forte.

Turfas, são solos que incorporam florestas em estado


avançado de decomposição.

Devem ser evitados sempre que possível. São


péssimos tanto como suporte de estruturas quanto
como material de construção.

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Classificação dos solos segundo o
tamanho das partículas
A primeira característica que diferencia os solos é o tamanho das partículas.
Em uma primeira aproximação, pode-se identificar que alguns solos
possuem grãos perceptíveis a olho nu: pedregulhos e areia do mar.
Já outros têm os grãos tão finos que, quando molhados, se transformam
numa pasta, não podendo se visualizar as partículas individualmente.

Por exemplo: grãos de areia podem estar envoltos por uma grande
quantidade de partículas argilosas, finíssimas, ficando com o mesmo
aspecto de uma aglomeração formada exclusivamente por uma quantidade
dessas partículas. Quando secas, as duas formações são muito
semelhantes. Quando úmidas, entretanto, a aglomeração de partículas
argilosas se transforma em uma pasta fina, enquanto a partícula arenosa
revestida é facilmente reconhecida pelo tato.

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Classificação dos solos segundo o
tamanho das partículas
Denominações específicas são empregadas para as diversas faixas de
tamanhos de grãos; seus limites, entretanto, variam de acordo com os
sistemas de classificação. Os valores adotados pela ABNT são
apresentados na Tabela abaixo.

Fração Limites
Matacão de 25 cm a 1 m
Pedra de 7,6 cm a 25 cm
Pedregulho de 4,8 mm a 7,6 cm
Areia Grossa de 2,9 mm a 4,8 mm
Areia Média de 0,42 mm a 2,0 mm
Areia Fina de 0,05 mm a 0,42 mm 0,075 mm – peneira 200
Silte de 0,005 mm a 0,05 mm
Argila Inferior a 0,005 mm 0,002 mm

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Constituição Mineralógica dos Solos

As partículas formadoras do solo dependem da rocha de


origem. Tais partículas são formadas por um ou mais
minerais. O mais comum é o quartzo – SiO2 – (bastante
resistente à degradação) e forma siltes e areias.

Os Feldspatos são os minerais mais atacados na natureza,


dando origem aos argilo-minerais, que se constituem das
partículas mais finas do solo. A presença de alguns tipos de
argilo-minerais alteram de maneira muito marcante o
comportamento do solo.

Outros minerais encontrados no solo: gipsita, talco, calcita,


mica etc.

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Constituição Mineralógica dos Solos
Solos Finos (argilas, d < 0,074 mm) Argilo-Minerais

Os argilo-minerais são silicatos complexos de alumínio,


magnésio e ferro. As duas estruturas cristalinas básicas são:

Tetraedro de silício Octaedro de alumínio

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Constituição Mineralógica dos Solos
A depender do modo como as unidades cristalinas estruturais estão
unidas entre si, pode-se dividir os argilo-minerais em três grandes grupos.

A presença de um determinado tipo de argilo-mineral no solo pode ser


identificada utilizando-se diferentes métodos, dentre eles a análise térmica
diferencial, o raio-X, a microscopia eletrônica de varredura etc.

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Superfície Específica (S)

É a soma das superfícies de todas as partículas contidas na unidade de


volume (ou peso) do solo.

A superfície específica é uma importante propriedade dos argilo-minerais,


na medida em que quanto maior a superfície específica, maior vai ser o
predomínio das forças elétricas (em detrimento das forças gravitacionais),
na influência sobre as propriedades do solo (estrutura, plasticidade,
coesão, etc.).

A superfície específica dos argilo-minerais é geralmente expressa em


unidades como m2/m3 ou m2/g.

Quanto maior o tamanho do mineral menor a superfície específica do


mesmo.

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Superfície Específica (S)
Exemplo: Imagine uma partícula de forma cúbica, com 1 cm de aresta,
subdividindo-a, decimalmente, em cubos cada vez menores, poderemos
organizar o Quadro 1 de valores.

Aresta Volume No de Área Total Superfície Específica


Total Cubos (s)
1 cm 1 cm3 1 6 cm2 6 cm2 / cm3
1 mm 1 cm3 103 60 cm2 6 x 10 cm2 / cm3
0,1 mm 1 cm3 106 600 cm2 6 x 102 cm2 / cm3
0,01 mm 1 cm3 109 6000 cm2 6 x 103 cm2 / cm3
0,001 mm 1 cm3 1012 60000 cm2 6 x 104 cm2 / cm3

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Superfície Específica (S)
Para o caso de uma partícula esférica, teríamos:
4r 2 3
s
4 3 r

 cm 2 / cm3 
r
3
Logo, se r = 1 cm, tem-se, s = 3 cm2/cm3
se r = 0,1 cm, tem-se, s = 30 cm2/cm3
se r = 0,01 cm, tem-se, s = 300 cm2/cm3

Conclui-se desse modo que, quanto mais fino o solo, maior a sua
superfície específica, o que constitui uma das razões da diferença entre as
propriedades físicas dos solos arenosos e argilosos.

Para os minerais argílicos, as superfícies específicas assumem os valores:


Caulinita 10 m2/g
Ilita 80 m2/g
Montmorilonita 800 m2/g
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