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Mecânica dos

Solos – aula 02
Professora: Liliane Cruz
Tópicos da Aula
– Origem do solo;
– Pedologia;
– Classificação do solo quanto a origem e a formação;
– Solos residuais;
– Solos sedimentares;
– Solos orgânicos;
– Composição Química e Mineralógica dos Solos;
– Estruturas dos Solos Argilosos;
– Física dos solos.
Origem do Solo

Solo –latim solum, material da crosta terrestre, não


consolidado, que ordinariamente se distingue das rochas,
de cuja decomposição em geral provêm, por serem suas
partículas desagregáveis pela simples agitação dentro da
água (Holanda, A. Buarque).
Geologicamente, define-
Origem do Solo

se solo como o material


resultante da
decomposição das
rochas pela ação de
agentes de intemperismo
Origem do Solo

– Todos os solos se originam da decomposição


das rochas que constituíam inicialmente a
crosta terrestre.
– Isso significa que, no início, não existiam
solos na Terra, mas apenas grandes e
variados rochosos que de forma lenta foram
desgastados pelos agentes de intemperismo,
e por fim, formaram os solos.
Origem do Solo

O intemperismo pode ser


decorrente de agentes
físicos (desagregação),
químicos (decomposição) e
biológicos.
Intemperismo Físico
Origem do Solo

É o processo de degradação das rochas sem a


alteração química dos seus componentes.
Variação da temperatura –variações que ocorrem entre o dia
e a noite, ou em função da mudança de estação, acaba por
dilatar e contrair as rochas, provocando o aparecimento de
Origem do Solo

tensões internas que tendem a fratura-la.

Repuxo coloidal –caracterizado pela retração da argila devido


a sua diminuição de umidade, que em contato com a rocha
pode gerar tensões capazes de fratura-las.

Ciclos de gelo/degelo –as fraturas existentes nas rochas


podem estar preenchidas de água que quando congelada,
expande-se, exercendo esforços e abrindo ainda mais as
fraturas.
Repuxo coloidal

Variação da temperatura
Intemperismo Químico
Origem do Solo

É o processo de al ter ação química dos componentes


das rochas. Praticamente todo o processo depende
da presença da água.
Hidrólise: os minerais na presença dos íons H+ liberados pela água
são atacados, e reagem entre si.
Origem do Solo

Hidratação: é a entrada de moléculas de água na estrutura dos


minerais, que causam a expansão levando a ao fraturamento da
rocha.

Carbonatação: nesse processo o ácido carbônico é o responsável


por este tipo de intemperismo.

“Lixiviação” é o processo de “arraste ou lavagem” dos sais


minerais presentes no solo, o que caracteriza uma forma inicial de
erosão.
Intemperismo Biológico
– Se dá devido a esforços mecânicos produzidos por vegetais
através das raízes,
Origem do Solo

– por animais através de escavações dos roedores, da atividade


de minhocas ou pela ação do próprio homem, ou por uma
combinação desses fatores
Pedologia
Origem do Solo

Assim se denomina a ciência


que tem por objeto o estudo
das camadas superficiais da
crosta terrestre, em
particular a sua formação e
classificação
Origem do Solo

– Na pedologia, as camadas que constituem um perfil são


denominadas horizontes.
Horizonte O – é o horizonte orgânico formado a partir da
decomposição de materiais orgânicos de origem animal
e vegetal.
Origem do Solo

Horizonte A – é o horizonte mineralógico, composto de


minerai s oriundos da rocha mãe (a rocha que se
decompôs e deu origem ao solo) e também de outras
áreas. Geral mente, essa camada apresenta uma boa
quantidade de material orgânico
decomposto, o que faz com que também seja chamado
de solo humífero.

Horizonte B –horizonte de composição essencial mente


mineral. Ele é formado pela acumulação de argila e
também de oxi-hidróxicos de ferro e alumínio.
Horizonte C –é a zona de
transição entre o solo e a sua
Origem do Solo

rocha formadora, sendo


chamado de saprolito. É
formado por alguns
sedimentos maiores e menos
decompostos.

Rocha –mãe –chamada


também de rocha sã, é a rocha
que dá origem ao solo.
Classificação do solo quanto a
origem e formação

Existem diferentes maneira s de se classificar os solos,


como pela origem, pela sua evolução, pela presença
ou não de matéria orgânica, pela estrutura, pelo
preenchimento dos vazios, etc
Classificação do
solo quanto a
origem e formação

– Na classificação genética, os
solos são divididos em dois
grandes grupos,
sedimentares e residuais,
a depender da existência ou
não de um agente de
transporte na sua formação,
respectivamente.
Solos Residuais
• Chamados também de solos autóctones, são os que permanecem no local da rocha
de origem, observando-se uma gradual transição de solo até a rocha.

• Para que ocorram é necessário que a velocidade de decomposição da rocha seja


maior do que a velocidade de remoção do solo por agentes externos.

• Os solos residuais se dividem em: solos maduros, solos jovens e solos imaturos.

• Solos maduros: apresentam perfis constituídos por todos os horizontes


apresentados.

• Solos jovens: limitam-se a uma camada de rocha desagregada que sustenta o


horizonte superficial de húmus.

• Solos imaturos: por sua vez, possuem sobre a rocha matriz, uma fina camada de
rocha em desagregação na qual habitam musgos e líquens
Solos Residuais

– •São encontrados principalmente na região


Centro-Sul do Brasil, devido ao clima.

– •No Re côncavo Baiano é comum a ocorrência de


solo residuais oriundos de rochas sedimentares. O
perfil desse solo é constituído de camadas
sucessivas de argila e areia, formam os solos
lateríticos (Massapê)
Solos Residuais

•A rocha de origem condiciona em grande parte as


características dos solos residuais dela derivados
Solos Sedimentares
Chamados também de solos alotóctones, são os que sofrem a ação de agentes
transportadores, como a água, a gravidade, o vento e as geleiras.
•Os solos resultantes do transporte por forças das águas são chamados de aluvionares ou
aluviões.

São materiais constituídos por materiais erodidos, retrabalhados e trans portados pelos cursos
d’água nos seus leitos e margens. São também depositados nos fundos de lagoas e lagos, sempre
associados a ambientes fluviais.

A princípio, as grandes torrentes carregam consigo todo o detrito das erosões, mas logo
depositam os grandes blocos e depois os pedregulhos.

Ao perder sua velocidade, e portanto sua capacidade de carrear os sedimentos, os grandes rios
passam a depositar as camadas de areia e, em seguida, os grãos de menor diâmetro, formando
os leitos de are ia fina e silte
Solos Sedimentares
Solos Sedimentares

• Sua constituição depende da velocidade das águas no momento da


de posição do solo.

• Em geral, apresentam baixa capacidade de suporte (resistência),


elevada compressibilidade e são susceptíveis à erosão
Solos Sedimentares

São muitos utilizados como material de


construção e evitados como suporte de
fundação
Solos Sedimentares
• Camadas de predominância:
argila e areia.

• Valores baixos de SPT:


consistência “mole” ou
compacidades “fofa”

• Presença de pedregulhos nos


horizontes.

• Presença do impenetrável não


muito profundo.
Solos Sedimentares
• Os solos resultantes do transporte por vento são chamados de eólicos.

• Ocorrem junto à costa, principalmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul.

• O transporte pelo vento dá origem a depósito eólicos em que predominam


partículas arredondas devido ao intenso atrito entre as mesmas.

• A ação de transporte do vento se restringe ao caso de areias finas ou siltes.


Por conta disso, os solos eólicos possuem grãos de aproximadamente mesmo
diâmetro, apresentando uma curva granulométrica uniforme
Solos Sedimentares
Dunas
São exemplos comuns de solos eólicos no Brasil.

A formação de uma duna se dá inicialmente pela existência de um obstáculo ao


caminho natural do vento ,o que diminui a sua velocidade e resulta na deposição de
partículas de solo.

A deposição continuada de solo faz com que o obstáculo ao caminho do centro se


torne cada vez maior.

Durante o período de existência da duna, partículas de areia são levadas até o seu
topo, rolando então para o outro lado.

Este movimento faz com que as dunas se desloquem a uma velocidade de poucos
metros por ano, o que geologicamente é muito rápido.
Solos Sedimentares
Solos Sedimentares
Solos Sedimentares
Solos Loéssicos

Formado por deposições sobre vegetais que ao se decomporem


deixam seu molde no maciço.

É bastante problemático para a Engenharia, pois tem a capacidade


de formas paredões de grandes alturas e inicialmente suportar
grandes esforços mecânicos, porém podem se romper completa e
abruptamente devido ao umedecimento.

Bastante comum na Europa


Solos Sedimentares
Solos Sedimentares
Os solos resultantes do transporte por geleiras são chamados de
glaciais.

O transporte pelas geleiras se dá quando as mesmas se deslocam pela


ação da gravidade. Formados deforma análoga aos solos fluviais.

Quando a corrente de gelo que escorre de pontos elevados, onde o gelo


é formado, para as zonas mais baixas, leva consigo partículas de
rochas e de solo, desgastando o terreno.

Os detritos são depositados nas áreas de degelo.


É comum na Europa e nos EUA, dando origem aos drifts
Solos Sedimentares
Solos Sedimentares
Os solos resultantes do transporte pela gravidade são
chamados de coluvionares ou depósito de tálus.
Em geral, são representados por escorregamentos de
escarpas, sendo encontrado nos “pés de elevações” e
encostas.
Sua composição depende do tipo de rocha existente nas
partes elevada, por isso apresentam grande
heterogeneidade
Solos Orgânicos
Os solos Orgânicos são formados pela mistura homogênea de matéria
orgânica decomposta e de elementos de origem mineral,
apresentando geralmente cor preta ou cinza-escuro e odor
característico.
Ocorrem em bacias e de pressões continentais, nas baixadas
marginais dos rios e nas baixadas litorâneas.
São constituído principalmente de restos de vegetais ou animais (solos
diatomáceos).Os mais comuns são as camadas sedimentares de
argila, areia fina e silte com húmus e turfas (grandes teores de
carbono).É considerado problemático para a Engenharia Civil, por
conta da sua alta compressibilidade e baixa resistência.
Encontrados na Bahia, Sergipe, Rio Grande do Sul e outros estados do
Brasil.
Solos Orgânicos
Composição Química e
Mineralógica dos Solos

–Os minerais encontrados nos solos são os mesmos das


rochas de origem (minerais primários), além de outros que
se formam durante a decomposição (minerais secundários)
Composição Química e
Mineralógica dos Solos
Solos grossos:
– Silicatos - feldspato, mica, quartzo, serpentina, clorita, talco;
– Óxidos –hematita, magnetita, limonita;
– Carbonatos –calcita, dolomita;
– Sulfatos –gesso, anidrita.
Composição Química e
Mineralógica dos Solos
– Já os solos finos possuem uma complexa
constituição química, formada basicamente de
sílica SiO2e os sesquióxidos metálicos.
– Principais grupos argílicos: caulinitas, ilitas e
montmorilonitas.
Estrutura dos Solos Argilosos
– Quando duas partículas de argilominerais estão
próximas surgem forças de atração e/ou de
repulsão.
– A combinação destas forças, bem com do
líquido circundante, irá determinar a forma de
contato entre as diversas partículas de argila,
resultando em diferentes estruturas para os
solos finos.
Estrutura dos Solos Argilosos
Estrutura dos Solos Argilosos
Física dos
Solos
– O solo é constituído de uma
fase fluida (água e/ou gases) e
de uma fase sólida.
– O solo é um conjunto de
partículas sólidas que deixam
espaços vazios entre si, sendo
que estes vazios podem estar
preenchidos com água, com
gases (normalmente o ar), ou
com ambos.
Física dos Solos
Partículas sólidas:
As partículas sólidas dão características e propriedades ao solo conforme sua forma, tamanho e
textura.
A forma das partículas tem grande influência nas suas propriedade s. As principais formas das
partículas são:
a) Poligonais angulares: são irregulares, exemplo de solos: areias, siltes e pedregulhos.
b) Poligonais arrendondadas: possuem a superfície arredondada, normalmente devido ao
transporte sofrido quando
da ação da água, exemplo: seixo rolado e areias de dunas .
c) Lamelares: possuem duas dimensões predominantes , típicas de solos argilosos. Esta forma das
partículas das
argilas responde por alguma de suas propriedades, a compressibilidade e a plasticidade.
d) Fibrilares: possuem uma dimensão predominante. São típicos de solos orgânicos, exemplo: turfas
Física dos Solos
Água:
A água contida no solo pode ser classificada em:
a) Água higroscópica: que se encontra em um solo úmido ou seco ao ar livre, ocupando os vazios
do solo.
Pode ser eliminada quando o solo é submetido a temperaturas acima de 100˚C.
b) Água adsorvida: também chamada de água adesiva, é aquela película de água que envolve e
adere
fortemente as partículas de solos muito finos (argila), devido a ação de forças elétricas.
c) Água de constituição: é que faz parte da estrutura molecular da partícula sólida.
d) Água capilar: é a que, nos solos finos, sobe pelos vazios entre as partículas (ascensão capilar).
Podendo
ser eliminada quando submetida a temperaturas acima de 100˚C.
e) Água livre: é aquela formada pelo excesso de água no solo, e que preenche todos os vazios
entre as
partículas sólidas. Podendo ser eliminada quando submetida a temperaturas acima de 100˚C.
Física dos Solos

Gases:
Dependendo do tipo de solo e das suas propriedades (principalmente
porosidade), podemos ter os vazios preenchidos com ar.
Em algumas regiões pantanosas (EUA) , podemos ter gases (alguns tóxicos)
preenchendo estes vazios.
Ex: amônia, dióxido de enxofre, dentre outros
Exercício
Sistema avaliativo contínuo.
Fazer um resumo sobre os seguintes tópicos abordados na aula:
– Origem do solo;
– Pedologia;
– Classificação do solo quanto a origem e a formação;
– Solos residuais;
– Solos sedimentares;
– Solos orgânicos;
– Composição Química e Mineralógica dos Solos;
– Estruturas dos Solos Argilosos;
– Física dos solos.
O Resumo terá valor de até 01 ponto. Entregue no final da aula.

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