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Origem e Natureza dos Solos

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1. Fatores de Formação do Solo

A origem e evolução dos solos é controlada por 5 fatores:

✓ Clima

✓ Tempo

✓ Relevo

✓ Organismo

✓ Material de origem

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Em resumo, o desenvolvimento do
solo tem início com o intemperismo
físico e químico, que age sobre a
rocha e conduzem à formação de
resíduos não-consolidados
conhecidos por regolitos saprolíticos
(ou manto de intemperização) que
constituem o substrato
pedogenético.

Esse substrato poderá permanecer


no local ou ser transportado, e, após
um longo período de tempo, este
material passa a desenvolver um
verdadeiro solo.
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Assim, pode-se identificar a existência de 2 categorias de
substratos pedogenéticos:

• Residual ou autóctone

• Transportado ou alóctone

✓Coluvionar

✓Aluvionar

✓Glacial

✓Eólico
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1.1 Clima

Aspectos mais importantes no desenvolvimento


pedogenético são: temperatura e precipitação pluviométrica

Quanto à temperatura: para cada 10˚C, a velocidade das


reações químicas aumenta de 2 a 3x.

Além disso, há produção e acumulo de material orgânico.

Quanto à precipitação: a água tem ação na alteração química,


na movimentação de soluções e no processo de lixiviação.

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Existe certas tendências de evolução pedogenética
condicionadas, especialmente, pelo clima regional e local:

• Podzolização

• Laterização

• Salinização
Trabalhinho (manual):
• Gleização
diferenciar cada termo.

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1.2 Tempo

Influência maior na espessura, pois solos mais jovens são


normalmente menos espessos que os mais velhos.

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1.3 Relevo

Interfere na dinâmica da água e nos processos de erosão e


sedimentação.

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Em áreas de topografia suave e material permeável há
infiltração das águas pluviais e os processos pedogenéticos
atuam com maior vigor em profundidade, alterando as rochas
e removendo os elementos químicos solúveis.
As perdas de solo por erosão não são significativas e
consequentemente os solos tendem a ser profundos e muito
lixiviados.

Em áreas de topografia acidentada, a água provoca erosão e


retarda o aprofundamento da pedogênese.
Neste caso, os solos formados são pouco desenvolvidos e
normalmente rasos.

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1.4 Organismos

A vegetação se manifesta de maneira direta, pelo


fornecimento de resíduos orgânicos e elementos minerais, e
de maneira indireta, pela modificação do microclima e
protegendo o solo contra a erosão.

Então, restos de vegetais produzirão húmus, permitindo a


produção de anidrido carbônico e de ácidos orgânicos, os
quais passam a desempenhar fundamental importância na
decomposição dos minerais.

As raízes profundas e seres vivos como formigas, minhocas e


cupins contribuem como fator de formação do solo?
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1.5 Material de origem

A natureza, a composição mineralógica e química e o estado


original de fraturamento da rocha-matriz exercem influência
sobre as características do solo da qual se origina.

Na foto ao lado,
entende-se a formação
de solos propriamente
da rocha a partir de
seus materiais
intemperizados,
removidos,
transportados e
depositados pela
erosão geológica.
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Muitas propriedades físicas e químicas do solo são
determinadas pelo conteúdo mineral:

✓ Rochas ricas em sílica (quartzo) produzem solos de textura


arenosa;

✓ Rochas ricas em minerais ferromagnesianos e feldspato


desenvolvem solos argilosos;

✓ Argilominerais do tipo ilita originam-se dos minerais


micáceos ricos potássio;

✓ O silício e o alumínio constituem elementos indispensáveis


para a formação dos argilominerais.
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2. Processos Pedogenéticos

Juntamente com os fatores de formação do solo,


determinados fenômenos se manifestam simultaneamente
constituindo os processos pedogenéticos (adições, perdas,
transformações, remanejamento mecânico e transportes
seletivos).

A atuação combinada destes processos se verifica segundo 2


estágios que se superpõem:

• formação do substrato pedogenético e

• diferenciação dos horizontes.


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2.1 Formação do substrato pedogenético

Desenvolve-se através do intemperismo, i.e., alteração física e


química das rochas, podendo ser seguido pelo transporte e
sedimentação dos materiais intemperizados

Como uma rocha exposta dará origem aos diferentes solo?

O processo que altera o tamanho e a forma das rochas é


denominado intemperismo físico.

Para o processo em que há modificações na composição


química dos seus minerais é denominado intemperismo
químico.
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O intemperismo físico

Ocorre uma desintegração física e mecânica das rochas,


promovendo um aumento da superfície específica das
partículas do minerais, sem modificar a estrutura cristalina.

Sua atuação é acentuada em função:

• Mudanças bruscas de temperatura

• Congelamento das águas

• Ação radicular de espécies vegetais

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Os minerais apresentam diferentes coeficientes de expansão
que, submetidas a ciclos de aquecimento e resfriamento dão
origem a tensões diferenciais que formam fissuras e
desagregação da rocha.

Fenômeno da esfoliação 17
O congelamento da água promove um significativo aumento
de 9%, produzindo pressão equivalente a 15 t/cm2 ou 1.500
MPa, capaz de ampliar a fraturas e fragmentar a rocha.

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A ação das espécies vegetais desagrega a rocha ao penetrar
em seus vazios existentes.

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O intemperismo químico

Ocorre com a presença da água e a temperatura, favorável ao


desenvolvimento das reações, transformando os minerais
primários da rocha original, em minerais secundário.

A água promove reações de:

• Hidrólise • Oxidação
• Redução
• Hidratação

• Dissolução

• Carbonatação
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Ainda contribuem para o intemperismo químico a ação
biológica resultante da atividade dos seres vivos que habitam
o solo e da decomposição da matéria orgânica.

Esta ação promove importantes reações de transformação de


minerais, pela produção de gás carbônico e ácidos orgânicos.

Os organismos vivos movimentam e aglutinam as partículas


do solo, estabilizando os seus agregados estruturais e
promovem a mistura dos constituintes no interior dos
horizontes pedológicos e entre os horizontes adjacentes.

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2.2 Diferenciação dos horizontes

Com os processos intempéricos,


uma rocha pode transformar-se em
um material solto (saprolítico) que
permite a vida de plantas e
pequenos animais. Ao mesmo
tempo há formação de húmus e
alguns minerais menos resistentes
ao intemperismo transformam-se
em argilas. Então, as águas das
chuvas podem aí se infiltrar,
translocando materiais de uma
parte mais superficial para outra
um pouco mais profunda.
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Assim, pouco a pouco, sob a ação de um conjunto de
fenômenos biológicos, físicos e químicos, um solo começa a
se formar.

A partir de uma rocha e saprolito relativamente homogêneos,


surge uma série de camadas (ou bandas), aproximadamente
paralelas à superfície e de aspecto e constituição diferentes,
que chamamos de horizontes.

Todos os fenômenos de transformação, remoções, adições e


translocações provocam uma organização do regolito em
diferentes bandas horizontais, que se tornam mais
diferenciadas em relação à rocha-mãe à medida que se
distanciam dela.
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3. Perfil do Solo

Seção vertical de um solo constituída por uma sequência de


horizontes ou camadas, bem definidas por suas características
morfológicas, físicas, químicas, mineralógicas e biológicas.

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No campo da Geotecnia, a camada superficial recebe o nome
de solo maduro; a camada subsuperficial, que ainda guarda
características herdadas da rocha de origem, chama-se solo
residual jovem, solo saprolítico ou saprólito; abaixo deste
vem a rocha alterada, onde os minerais exibem sinais
evidente de alteração com as perdas de brilho e cor.

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Na Pedologia, os horizontes e as camadas são distinguidos
pelas letras: O, H, A, E, B, C, F e R.

Os primeiros
horizontes a se
formarem são O, H e A,
bastando a presença
de um deles para
caracterizar um perfil
de solo, independente
da espessura, natureza
do material (se é
transportado ou
residual).
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Trabalhinho (manual) : diferenciar
os horizontes...

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4. Classes de Solos e Características Geotécnicas

Serão reunidas em 3 classes:

• Solos minerais não-hidromórficos

• Solos hidromórficos minerais

• Outros solos

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4.1 Solos minerais não-hidromórficos

São solos desenvolvidos na zona de oxidação do terreno, em


ótimas condições de drenagem, pouco afetados pelo lençol
d’água subterrânea. Podem se desenvolver a partir da
pedogênese de rochas de diferentes naturezas ou de
coberturas aluvionares e coluvionares.

• Solos com horizonte B latossólico

• Solos com horizonte B textural

• Solos com horizonte B câmbico

• Solos rasos
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4.2 Solos hidromóficos minerais

São solos desenvolvidos bem próximos à zona saturada ou na


própria zona saturada e, portanto, em condições de excesso
de umidade, em que o lençol freático está próximo à
superfície do terreno, podendo aflorar nos períodos
chuvosos.

• Materiais arenosos

• Materiais areno-argiloso ou argilo-arenosos

• Materiais argilosos

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4.3 Outros Solos

• Areias quartzosas

• Vertissolos

• Solos orgânicos

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Referência Bibliográfica

LEPSCH, Igo F. Formação e conservação dos solos. 2.ed. São


Paulo: Oficina de Texto, 2010. ISBN 978-85-7975-008-3.

Número de chamada (BICEN) – 631.48 L611f 32


Referência Bibliográfica

OLIVEIRA, Antônio Manoel dos Santos; BRITTO, Sérgio Nertan


Alves de. Geologia de engenharia. São Paulo: ABGE, 1998. 6ª
Reimpressão 2009. Inclui índice. ISBN 85-7270-002-1.

Capítulo 6 – Solos em Pedologia

Número de chamada (BICEN)


550.8:624+625 G345g 33

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