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Conceito
Segundo OMBE et al., (2007, p. 87) “solo é um agregado de minerais não consolidados
e de partículas orgânicas produzido pela acção combinada do vento, água e dos
processos de desintegração orgânica”. É uma camada da superfície terrestre resultante
da ação dos organismos vivos (plantas e animais) e do clima sobre a rocha matriz,
acondicionada pelo relevo, num dado tempo.
No entanto, existem outros factores de formação dos solos, além da rocha, que são
responsáveis pelos diferentes tipos de solos que vemos hoje nos locais por onde
passamos. Esses factores são o clima, os organismos, o relevo e o tempo. Assim, com o
passar do tempo, a rocha, seu principal material de origem, é cada vez mais reduzida de
tamanho (diz-se que é decomposta) pela acção do clima (chuva, vento e temperatura,
principalmente) com ajuda dos organismos vivos (fungos, líquens, bactérias, o próprio
homem, e outros), promovendo adições, perdas, transportes e transformações de matéria
mineral e orgânica ao longo de sua formação, originando os solos na paisagem em
diversas formas de relevo.
Segundo Lepsch (2011), a existência de diferentes tipos de solos é controlada por cinco
factores, sendo estes: o clima, os organismos vivos, o material de origem (rocha), o
relevo e a idade da superfície do terreno (tempo). A interação dinâmica desses factores
propicia a formação do solo e conforme as características do local, no qual envolve tipo
de rocha, relevo, macro e micro-organismos, clima, em um determinado tempo, são
responsáveis pela origem de diversos tipos de solos.
O relevo
A água que cai sobre um terreno e não evapora tem apenas dois caminhos: ou penetra
no solo ou escorre pela superfície.
Geralmente, segue concomitantemente ambos os caminhos, com maior ou menor
participação de um ou outro, dependendo das condições do relevo (declividade e
comprimento da vertente); da cobertura vegetal; e de factores intrínsecos do solo.
Os solos rasos e pouco profundos das vertentes declivosas são naturalmente co-
habitados por matas mais secas do que as dos terrenos contíguos menos íngremes.
A variação do relevo origina uma sequência de perfis geneticamente ligados entre si,
mas diferenciados por características morfológicas.
Os solos formados nas partes altas do terreno diferem dos de terrenos baixos. Em
função da topografia os solos podem apresentar as seguintes denominações:
a) Solos Eluviais: são definidos como os que mantêm estreita correlação com o material
de origem, não são influenciados pelo transporte de partículas minerais de regiões
próximas e estão sujeitos a influências das características mineralógicas, físicas e
químicas da rocha mãe (rocha matriz).
O clima
A temperatura;
A precipitação pluvial;
A deficiência e o excesso hídrico.
Os Organismos
Dos organismos, sobressai por sua intensa e mais evidente acção como factor
pedogenético a macrofauna. A cobertura vegetal tem uma acção passiva como agente
atenuante do clima; porém, é como agente ativo na formação do solo que ela se destaca.
Sua acção protetora depende de sua estrutura e tipo. Por exemplo: Regiões com a
cobertura vegetal é eficaz (protege o solo contra a acção das chuvas).
A acção mais importante da cobertura vegetal ocorre, nos fenômenos de adição, tanto na
superfície, através dos resíduos vegetais aí depositados, como no interior do solo,
mediante restos que se decompõem.
Desmatamento,
Reflorestamento,
Abertura de estradas,
Escavações.
Aplicação de fertilizantes,
Irrigação,
Drenagem e deposição de resíduos.
O tempo
O período de tempo necessário para que um solo desenvolva-se e alcance seu equilíbrio
com o meio depende da rocha matriz que lhe deu origem, das condições do clima, dos
organismos vivos e da topografia. O tempo é o fator de formação do solo que define o
quanto a acção do clima e dos organismos vivos atuam sobre a rocha matriz em um
determinado tipo de relevo. Dos factores de formação do solo, o tempo é o mais
passivo, porque não adiciona, não exporta material, não gera energia que possa acelerar
o intemperismo físico ou químico necessário para a formação do solo. Contudo, o
sistema solo não é estático, variando, com o passar do tempo e ao longo de sua
formação, suas transformações, transporte, adição e perdas.
Solos
Latossolos
ARGISSOLOS
O estudo dos solos como corpos naturais vem do conceito clássico de pedogênese, em
que os solos resultam da interação entre cinco fatores de formação:
clima, organismos, relevo, material de origem e tempo. Por essa perspectiva, o solo
deixa de ser um substrato e passa a ser tratado como entidade/indivíduo. Os seres
humanos, como componentes da biosfera, tornaram-se cada vez mais um fator
significativo interagindo com as outras esferas. Consequentemente, a “antroposfera”
BRADY, N.C; WEIL, R.R. Elementos da Natureza e Propriedades dos Solos. 3ª ed.
Tradução
técnica: Igo Fernando Lepsch. Editora Bookman, Porto Alegre, RS, 2013. 685 p.
p. 171-205.
1941. 281 p.
KÄMPF, N.; CURI, N. Formação e evolução do solo (Pedogênese). In: KER, J.C.;
SHAEFER,
MUNSELL COLOR. Munsell soil color charts. New Windsor, 1994. Revised edition.
SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G.; KER, J.C.; ANJOS, L.H.C.;
SHIMIZU, S.H. Manual de
SUGUIO, K. Geologia Sedimentar. Edgard Blücher ltda./EDUSP, São Paulo, SP, 2003,
400 p.