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Formação do solo

Formação do solo
• O processo de formação do solo é conhecido como pedogénese, este resulta da accao do
intemperismo ou degracao de uma rocha pre-existente, influenciada por um conjunto de
processos conhecidos como processos de formacao dos solos. O intemperismo ou
meteorizacao e um processo natural de decomposicao ou desintegracao de rochas e solos
por accao dos efeitos quimicos, fisicos e biologicos que resultam da sua exposicao aos
agentes externos. Existe 3 tipos de intemperismo:
• Intemperismo físico: resulta da transformação da rocha pela acção de agentes físicos como
a temperatura. Portanto, o intemperismo fisico é acelerado pela variacao da temperatura,
especialmente na amplitude do mais quente para o mais frio.
• Intemperismo químico: resulta da acção de agentes químicos em solução aquosa que
atacam a rocha desagregando-na. Exemplo de chuvas ácidas carregadas de CO2 que
atacam os minerais das Rochas. O intemperismo químico pode decorrer através dos
seguintes processos: Hidrolise, hidratacao, oxidacao e carbonatacao
• Intemperismo Biológicos: resulta da acção de organismos vivos que desagregam uma
rocha sã transformando-a em sedimento friável. Em muitos casos estes três tipos de
intemeprismo actuam em simultâneo resultando na formação do solo.
Factores de formação dos solos
• A pedogenese ou formacao do solo é estuada pela pedologia, cujas nocoes basicas foram definidas pelo cientista
russo Dokuchaev em 1877. Assim, Hans Jenny (1941), um cientista do solo suíço traduziu a teoria de Dokuchaev
para uma linguagem matemática e formulou o modelo de formação do solo mais conhecido na ciência do solo, que
pode ser definido pela seguinte equação: S = f (cl,o,r,p,t,...) onde S é a variável solo; cl é o clima; o são os
organismos; r é o relevo; p (ou “mo”) é o material de origem e t é o tempo. As reticências significam que outros
factores não listados podem ocorrer eventualmente.
• Para a formação do solo existem vários factores que actuam como adjuvantes neste processo como:
rocha-mae/matriz ou pre-existente; o clima, o tempo, o relevo e os organismos vivos.

• Litologia ou rocha de origem: O material de origem é a matéria-prima a partir da qual os solos se desenvolvem,
podendo ser de natureza mineral/ rochosa (sedimentares, metamórficas ou ígneas ou orgânica (resíduos vegetais).
O solo herda as características da sua rocha de origem, e a natureza da rocha dita a sua facilidade ou dificuldade de
intemperização.
• É importante salientar que uma mesma rocha poderá originar solos muito diferentes, dependendo da variação dos
demais factores de formação. Por exemplo, um granito, em região de clima seco e quente, origina solos rasos e
pedregosos em virtude da reduzida quantidade de chuvas. Já, em clima húmido e quente, essa mesma rocha dará
origem a solos mais profundos, não-pedregosos e mais pobres.
• O clima é o fator que, isoladamente, mais contribui para o intemperismo. Mais do que qualquer outro fator,
determina o tipo e a velocidade do intemperismo em uma dada região. Os dois parâmetros climáticos mais
importantes são a precipitação e a temperatura, regulando a natureza e a velocidade das reações químicas. Para
que as reações químicas de intemperismo ocorram, é necessário que exista água no sistema. Dessa forma, a água
está envolvida diretamente no processo, seja como solvente, seja indiretamente, favorecendo a instalação de seres
vivos que irão acelerar o intemperismo. Uma vez processadas as reações, a circulação de água exerce importante
papel na remoção de partículas sólidas (erosão) e produtos solúveis (lixiviação) do intemperismo. Quanto maior a
disponibilidade de água (pluviosidade total e distribuição ao longo do ano) e mais frequente for a sua renovação
(drenagem), mais completas serão as reações químicas do intemperismo. A temperatura desempenha um papel
duplo, condicionando a ação da água: ao mesmo tempo em que acelera as reações químicas, aumenta a
evaporação, diminuindo a quantidade de água disponível para a lixiviação dos produtos solúveis. A elevação da
• O relevo: Dependendo do tipo de relevo (plano, inclinado ou
abaciado) (Figura 1), a água da chuva pode entrar no solo
(infiltração), escoar pela superfície (ocasionando erosão) ou se
acumular (formando banhados). Nos relevos planos, praticamente
toda a água da chuva entra no solo, propiciando condições para
formação de solos profundos. Em relevos inclinados, grande parte
da água escorre pela superfície, favorecendo processos erosivos e
dificultando a formação do solo, sendo tais áreas ocupadas,
predominantemente, por solos rasos.
Nas áreas com relevo abaciado, além das águas da chuva, também
recebem aquelas provenientes das áreas inclinadas, tendendo a um
acúmulo e favorecendo o aparecimento de banhados (várzeas),
onde se formam os solos chamados de hidromórficos, ou seja, com
excesso de água. Quando derivados de material de origem vegetal
acumulado em áreas encharcadas, como banhados, os solos tendem
a apresentar grandes quantidades de matéria orgânica.
Fig 1: representacao esquematica dos tipos de relevo que ocorrem na paisagem
•Organismos: Os organismos que vivem no solo (vegetais, minhocas, insectos, fungos, bactérias,
etc.) exercem papel muito importante na sua formação, visto que, além de seus corpos serem
fonte de matéria orgânica, actuam também na transformação dos constituintes orgânicos e
minerais. A vegetação exerce marcante influência na formação do solo pelo fornecimento de
matéria orgânica, na protecção contra a erosão pela acção das raízes fixadas no solo, assim como
as folhas evitam o impacto directo da chuva. Ao se decompor, a matéria orgânica libera ácidos
que também participam na transformação dos constituintes minerais do solo. A fauna
(representada por inúmeras espécies de minhocas, formigas, vermes, etc.) age na trituração e
transporte dos resíduos vegetais no perfil do solo. Os fungos e as bactérias realizam o ataque
microbiano, transformando a matéria orgânica fresca em húmus, o qual apresenta grande
capacidade de retenção de água e nutrientes, o que é muito importante para o desenvolvimento
das plantas que habitam o solo.
•Tempo: O inicio da formacao de um solo ocorre quando uma rocha sa comeca a ser alterada, ou
um evento de sedimentacao se encerra e, a partir dai comecam a ocorrer os processos de
formacao dos solos. Mas como existe a erosao actuando em sentido contrario a pedogenese, é
dificil precisar o inicio exacto da formacao do solo. O uso do termo tempo/idade em pedologia
normalmente esta relacionado a maturidade (Fig 2), ao grau de desenvolvimento de um solo , e
nao ao tempo cronologico. Assim, quando se diz que um solo é Jovem , isto significa que a
pedogenese foi pouco intensa ( condicao de relevo plano, clima frio ou seco), ou que a taxa de
erosao foi maior que a taxa de pedogenese ( relevo acidentado), formando um solo pouco
espesso, podendo apresentar minerais ainda possiveis de intemperizacao. Ao contrario, a
referencia de um solo velho, indica tratar-se de um solo espesso, quimicamente pobre, com
minerais profundamente intemperizados e acumulo de oxidos.
Fig.2:Evolução da formação/maturidade do solo
Processos de formação dos solos
Os processos de formacao dos solos referem-se aos que produzem modificações que ocorrem no solo devido à
actuação dos factores de formação do solo. Consistem de adição, remoção ou perda, transformação e
translocação. A acção mais ou menos pronunciada de um ou mais desses processos gerais conduz aos chamados
processos específicos de formação do solo.
• Adição: Compreende qualquer contribuição externa ao perfil do solo. Entre estas, consideram-se a adição de
matéria orgânica (restos orgânicos de animais e vegetais), poeiras e cinzas trazidas pelo vento, materiais
depositados tanto por enchentes como por movimentos de massa nas encostas, gases que entram por difusão nos
poros do solo (CO2, O2, N2), adubos, correctivos, agrostóxicos, adição de solutos pela chuva.etc
• Remoção ou perda: Durante o seu desenvolvimento os solos perdem materiais na forma sólida (erosão) e em
solução (lixiviação). Em relevos muito inclinados os solos são mais rasos em decorrência da perda de materiais por
erosão (Figura 4). A água da chuva solubiliza os minerais do solo os quais libertam elementos químicos
(principalmente cálcio, magnésio, potássio e sódio) que são levados para as águas subterrâneas. Esse é um processo
de perda denominado lixiviação. Em regiões com pouca chuva, as perdas desses elementos químicos são menos
intensas, comparativamente à aquelas com maior precipitação. Essas perdas por lixiviação explicam a ocorrência de
solos muito pobres (baixa fertilidade) mesmo sendo originados a partir de rochas que contêm grande quantidade
de nutrientes .
• Transformação: As transformações ocorridas durante todos os estádios de desenvolvimento dos solos são mais
intensas em regiões húmidas e quentes (zonas tropicais).
• Transportes: Em decorrência da acção da gravidade e da evapotranspiração (perda de água das plantas e do solo
pela acção do calor), pode ocorrer translocação de materiais orgânicos e minerais dentro do próprio solo. Essa
movimentação pode se dar nos dois sentidos, ou, seja, de cima para baixo ou de baixo para cima. Em condições de
clima com poucas chuvas, elementos químicos, como, por exemplo, o sódio, podem ser levados em solução para a
superfície do solo e depositados na forma de sal. Em climas húmidos, ácidos orgânicos e partículas minerais de
tamanho reduzido (argila) podem ser transportados pela água para os horizontes mais profundos do solo.
•Processos especificos de formacao dos solos: Latossolizacao, Podzolizacao,Salinizacao ou
halomorfismo e Hidromorfismo.
Composicao dos solos

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