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Nome: Isabelli Freire Stella 3°EM

O Intemperismo e a Erosão
As rochas que estão aflorando na crosta terrestre, sejam de que tipo for, sofrem constantemente desagregação e
decomposição, seguidas de transporte dos fragmentos assim produzidos. Esses fragmentos, chamados
sedimentos, são depositados em outros locais, onde, com a passar de muito tempo, poderão dar origem a novas
rochas, do tipo sedimentar. O intemperismo e a erosão são as fases iniciais desse grande processo geológico.

Intemperismo
Dá-se o nome de intemperismo (também chamado de meteorização) ao conjunto de alterações físicas
(desagregação) e químicas (decomposição) que as rochas sofrem quando ficam expostas na superfície da Terra. É
um processo importante porque é o início de um processo maior que continua com a erosão (característica
complementar) e a deposição do material por ele formado, com a posterior diagênese, que leva à formação das
rochas sedimentares.

É a partir do intemperismo também que se forma o regolito, conjunto do material alterado, e, num estágio mais
avançado, o solo, material superficial em avançado estado de alteração e lixiviação, associado à matéria orgânica,
fundamental à prática agrícola e, portanto, à sobrevivência do ser humano.

Fatores Que Controlam o Intemperismo

Clima
É o mais importante. É ele que determina a distribuição sazonal das chuvas - fundamentais porque é a água o
principal agente transportador dos produtos do intemperismo - e as variações de temperatura, que contribuem
para a fragmentação das rochas, através da alternância de períodos de dilatação com períodos de contração.
Quanto maior a disponibilidade de água e quanto mais frequente for sua renovação, mais completas serão as
reações químicas do intemperismo. Isso explica por que o intemperismo é mais intenso nos trópicos.

Relevo
Determina a maior ou menor velocidade do fluxo da água das chuvas, com consequente menor ou maior
infiltração no solo. Em encostas de alta declividade, a água fica pouco tempo em contato com as rochas e assim
não consegue promover adequadamente as reações químicas. Nas baixadas, a água fica, ao contrário, bastante
tempo em contato, mas não se renova facilmente, de modo que fica saturada nos componentes solúveis e perde
sua capacidade de continuar atacando os minerais. Portanto, é nas encostas suaves que o intemperismo é mais
intenso.

Rocha-Mãe
Importante porque, dependendo de sua composição mineralógica, textura e estrutura, terá maior ou menor
resistência à decomposição e à desagregação. Os primeiros minerais a cristalizar no resfriamento de um magma
são os mais instáveis nas condições normais de pressão e temperatura e, assim, são os primeiros a se alterar. Por
essa razão, o quartzo é dos mais resistentes e na alteração de um granito, por exemplo, é o último a se decompor.
Os mármores, por sua vez, por serem formados de carbonato de cálcio, mineral altamente solúvel em água,
alteram-se com muito mais facilidade que os granitos (daí ser o granito muito mais indicado para tampos de pia
que o mármore).

Tempo
Quanto maior o tempo de exposição de uma rocha, mais intensa será a ação intempérica sobre ela. Calcula-se
que em um milhão de anos o intemperismo rebaixe o relevo de 20 a 50 metros. Na Escandinávia, onde o clima é
muito frio, sobre superfícies graníticas expostas há 10 mil anos desenvolveu-se um manto de alteração de apenas
poucos milímetros. Em compensação, no Havaí, região muito úmida, no período de apenas um ano desenvolveu-
se sobre lavas basálticas recentes uma camada de solo suficiente para uso agrícola.
Fauna e Flora
São fatores de importância menor, mas que atuam fornecendo matéria orgânica para reações químicas e
remobilizando materiais. A concentração de CO2 no solo, proveniente da decomposição da matéria orgânica
morta, pode ser até 100 vezes maior que na atmosfera. Isso facilita muito a acidificação da água, o que favorece,
por exemplo, a dissolução do alumínio. Superfícies rochosas cobertas de liquens são muito mais rapidamente
atacadas pelo intemperismo químico que aquelas sem liquens, e raízes de árvores têm grande poder de
penetração em fendas de rochas, provocando sua dilatação. Os materiais produzidos pelo intemperismo podem
ser transportados para outro local ou permanecerem na posição original. Em qualquer um dos casos, vão gerar
um solo, chamado de solo transportado no primeiro caso e de solo residual no segundo.

Tipos de Intemperismo

A ação do intemperismo dá-se através de modificações nas propriedades físicas e químicas dos minerais e rochas.
Quando predominam as primeiras, fala-se em intemperismo físico; se predominam as segundas, fala-se em
intemperismo químico. Quando há participação de seres vivos e de matéria orgânica, é classificado em físico-
biológico ou químico-biológico.

Intemperismo Físico
Consiste basicamente na desagregação da rocha, com separação dos grãos minerais que a compõem e
fragmentação da massa rochosa original. As variações de temperatura dilatam e contraem o maciço rochoso,
gerando fissuras que com o tempo vão se alargando. Os minerais, por sua vez, possuem diferentes coeficientes de
dilatação e respondem de maneira diferente a essas variações térmicas, contribuindo também para o
fissuramento. Essas mudanças são particularmente acentuadas no ambiente desértico, que tem dias quentes e
noites frias.
As variações na umidade também provocam o mesmo efeito. E, se a água que se infiltra em fraturas da rocha
sofre congelamento, o intemperismo físico é bem mais acentuado, porque ao congelar a água aumenta em 9% o
seu volume e exerce grande pressão sobre as paredes da rocha. Quando a água que se infiltra em fraturas e
fissuras contém sais dissolvidos (principalmente cloretos, sulfatos e carbonatos) e esses vêm a precipitar, pode
igualmente ocorrer um aumento de volume e consequente fragmentação, pois isso causa enorme pressão sobre a
rocha. Esse tipo de fragmentação é um dos principais problemas que afetam monumentos feitos com rocha. Seja
qual for a causa da fragmentação, ela sempre acaba facilitando a penetração da água e o consequente
intemperismo químico da rocha.

Intemperismo Químico
A maior parte das rochas que hoje afloram formou-se em ambiente muito diferente daquele que há na superfície
terrestre atual, onde pressão e temperatura são baixas e onde a água e o oxigênio são muito abundantes. Como
consequência, os minerais que formam essas rochas estão hoje em desequilíbrio químico e tendem a se
transformar em outros, mais estáveis.
O principal agente do intemperismo químico é a água, que, absorvendo o CO² da atmosfera, adquire
características ácidas. Em contato com a matéria orgânica do solo, essa água fica mais ácida ainda, o que vai
facilitar seu trabalho de dissolução de carbonatos e outras substâncias. O intemperismo químico atua através de
reações de hidratação, dissolução, hidrólise, acidólise e oxidação. Os feldspatos e as micas são transformados em
argilas, permanecendo o quartzo inalterado. A ação da água sobre o feldspato e a biotita leva à produção de
argilas, das quais a principal é o caulim.

Intemperismo Biológico
É bem menos importante que os dois tipos anteriores e se dá através da ação de bactérias que decompõem
materiais orgânicos. Esse tipo de intemperismo produz os solos mais férteis do mundo, sendo muito comum na
Rússia e na Ucrânia.
Erosão
Erosão é o conjunto de processos que promovem a retirada e transporte do material produzido pelo
intemperismo, ocasionando o desgaste do relevo. Seus principais agentes são a água, o vento e o gelo.
O material transportado recebe o nome de sedimento e vai dar origem aos depósitos sedimentares que, através
da diagênese, transformam-se em rochas sedimentares. Chama-se de diagênese um conjunto de transformações
que, em resumo, consistem em compactação e cimentação dos sedimentos, dando-lhes a consistência de uma
rocha.

A erosão é importante por ser responsável pela perda anual de milhões de toneladas de solo fértil, devido
principalmente a práticas equivocadas de ocupação e manejo do solo. Essa perda é praticamente irrecuperável,
pois exige muito tempo para ser realizada. A erosão pode ser de vários tipos, conforme o agente que atua.

Erosão Pluvial
É aquela provocada pela água das chuvas. Como foi dito, a água é um dos principais agentes erosivos. Sua ação é
lenta, mas pode ser acelerada quando ela encontra o solo desprovido de vegetação, como nas áreas desmatadas.
Se o terreno tem muita vegetação, o impacto da chuva é atenuado porque as plantas diminuem a velocidade da
água que escorre pelo solo. As raízes, por sua vez, dão mais resistência à estrutura do solo e aquelas já mortas
funcionam como canais, favorecendo a infiltração da água. Sem vegetação, o solo fica saturado em água mais
rapidamente e, como consequência, ela passa a fluir pela superfície, deixando de se infiltrar. Tudo isso fica
agravado se o solo for arenoso e não argiloso.
A primeira ação da água é através do salpicamento, que é a desagregação dos torrões e agregados do solo pelo
impacto dos pingos de chuva. Esse impacto provoca também a selagem, uma obstrução dos poros do solo pelo
material mais fino, o que resulta numa redução da infiltração e no consequente aumento do fluxo de água
superficial.
O fluxo de água pela superfície leva à formação de ravinas (figura abaixo). Quanto mais água houver, mais
acelerado será o ravinamento, de modo que ele aumenta à medida que a água avança morro abaixo.
Outro tipo de erosão pluvial é a erosão remontante, que abre no solo sulcos que podem atingir grandes
dimensões e que crescem morro acima (daí o nome), ao contrário do ravinamento. Esses sulcos recebem o nome
de boçorocas (ou voçorocas) e começam a se formar quando o ravinamento atinge o lençol freático. Daí em
diante, progridem de modo muito difícil de controlar, pois não mais dependem da ocorrência de chuvas para
aumentar de tamanho.

Erosão Fluvial
É aquela causada por rios, perenes ou temporários. É semelhante à erosão pluvial, mas em escala maior e em
regime permanente ou pelo menos mais prolongado que a erosão pluvial.

Erosão Marinha (abrasão)


A água do mar provoca erosão através da ação das ondas, das correntes marítimas, das marés e das correntes de
turbidez. Seu trabalho é reforçado pela presença de areia e silte em suspensão. A cidade de Olinda, em
Pernambuco, é um local em que a erosão marinha tem agido de modo preocupante, com o mar avançando sobre
a cidade.
As correntes marinhas transportam grandes volumes de sedimentos de uma área para a outra. A ação das
correntes de turbidez não é percebida, porque elas atuam entre a plataforma continental e o talude continental.

Erosão Glacial
É a erosão provocada pelas geleiras (também chamadas de glaciares). A água que se acumula nas cavidades das
rochas no verão congela quando chega o inverno, sofrendo dilatação. Isso pressiona as paredes dos poros,
rompendo a rocha. A cada ano o processo se repete, desagregando, aos poucos, a rocha.
Essas massas de gelo deslocam-se muito lentamente, mas têm uma enorme capacidade de transporte, podendo
carregar blocos de rocha do tamanho de uma casa. Quando derretem, geram depósitos sedimentares muito
heterogêneos, chamados de morenas ou morainas.
Erosão Eólica
É aquela decorrente da ação do vento. Ocorre em regiões áridas e secas, onde existe areia solta, capaz de ser
transportada pelo vento, que a joga contra as rochas, desgastando-as e dando origem, muitas vezes, a formas
bizarras, como se vê na figura abaixo.
Ao contrário do que pensam muitas pessoas, não foi a erosão eólica, e sim a chuva que formou as estranhas
feições que tanto atraem os turistas em Vila Velha, no Paraná.
Outra feição típica do ambiente desértico são os ventifactos, blocos de rocha de tamanhos variados que
aparecem soltos no chão e que exibem faces planas formadas pelo impacto contínuo da areia. Eles são úteis
porque a posição dessas faces indica a direção preferencial dos ventos no local.
Os grãos de areia podem ser levados a distâncias enormes por suspensão e já se constatou a presença de areias
provenientes da África na Amazônia brasileira. A suspensão forma grandes depósitos arenosos, chamados de
loess, e é responsável também pelas tempestades de areia.
Outro meio de transporte da areia é por saltação. É ele que provoca o desgaste da parte inferior dos morros,
gerando formas como a de Salar de Uyuni na Bolívia (figura ao lado) e a desagradável sensação de picadas que se
sente nas pernas quando se está na praia em dia de vento forte.

Erosão Antrópica
É a erosão causada pela ação do ser humano. Em geral não tem grande influência, porque sua ação tem duração
muito curta. Mas nossa capacidade de remover grandes massas de terra ou de rocha é cada vez maior e a erosão
antrópica tende a ser cada vez mais significativa.
O plantio sem levar em conta o regime de escoamento das águas naturais pode provocar ravinamento e formação
de boçorocas. A ocupação de áreas impróprias para a construção de moradias, como morros de alta declividade,
gera escorregamentos de solo, com danos materiais e mortes. A impermeabilização de superfícies, como a
pavimentação de ruas, impede que a água da chuva se infiltre e favorece as inundações em áreas urbanas.
Deve-se ter em mente também que a ação humana, embora de pequena expressão, pode ser o início de um
grande processo erosivo. Assim, o desmatamento na Amazônia pode facilmente levar a área desmatada a uma
desertificação, porque o solo daquela região é muito arenoso e pouco espesso. A vegetação só é exuberante
porque se desenvolve sobre restos orgânicos da própria mata e eles desaparecem rapidamente quando há o
desmatamento.

Bibliografia:

http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Canal-Escola/O-Intemperismo-e-a-Erosao-1313.html

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