Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Angicos
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: Mecânica dos Solos I
Discente : Elidiane da Silva Lucas
___________________________________________________________________
Intemperismo
Intemperismo físico
Consiste na ocorrência de processos que são responsáveis pelas
fragmentações ou fissuras nas rochas, separando minerais antes ordenados de
forma coerente e transformando uma superfície então homogênea em uma rocha
descontínua, contudo, os fragmentos mantêm suas propriedades químicas. Os
principais agentes responsáveis pelo intemperismo físico são a água (e seus
processos de evaporação, congelamento etc.), as variações de umidade e
temperatura, entre outros. Entre os principais mecanismos envolvidos estão:
Alivio de tensão
É a desintegração da rocha ao longo dos acamamentos da rocha, como
resposta à remoção do stress confinado. O mecanismo mais comum do alívio de
tensão é a remoção das rochas das camadas superiores por erosão, ou seja, ele
controla a erosão, que, por sua vez, controla o mecanismo.
A dilatação das fraturas segue a topografia superficial e aumenta o
espaçamento em profundidade, podendo atingir mais de 30m abaixo da superfície.
Crescimento de cristais
O crescimento de cristais nos interstícios, fissuras ou fendas favorece a
desintegração das rochas. O crescimento desses cristais nas rochas fraturadas
provoca uma pressão e, consequentemente, o alargamento das fraturas. Este tipo
de processo é de importância local.
A ação de cristalização de sais verifica-se também na região semiárida do
Nordeste, onde ocorrem eflorescência de salitre (KNO3) e cloreto de sódio (NaCl),
entre outras substâncias salinas.
Intemperismo químico
É caracterizado pelas transformações químicas oriundas das diferenças de
pressão e temperatura das rochas. O ambiente em que as rochas se formam
costuma ser diferente da superfície terrestre. Dessa forma, quando essas formações
rochosas afloram, encontram condições e elementos como água e oxigênio que
tornam os seus minerais quimicamente instáveis. Assim, para se estabilizarem, eles
passam por transformações químicas, alterando assim a sua composição. Pode-se
observar, nesses casos, a modificação dos solos ou das rochas, quando esses
mudam as suas aparências ou sua composição, ficando mais úmidos ou mais secos,
por exemplo.
O intemperismo químico atua sobre os minerais das rochas através de
reações químicas, as quais sob condições naturais são bastante complexas,
envolvendo grande número de variáveis: dissolução, hidratação, hidrólise,
carbonatação, oxidação e redução, quelatação, resultantes de atividades
inorgânicas e/ou orgânicas. Essas reações alteram a composição químico-
mineralógica das rochas com a formação de novas substâncias.
Nos processos de intemperização, as propriedades físicas e químicas
da água desempenham um papel importante. Sua densidade máxima a 4ºC, na fase
líquida, é uma peculiaridade ímpar, bem como sua expansão durante o
congelamento. Outra propriedade notável da água reside no seu poder solvente
generalizado. A tensão superficial da água é maior do que a de qualquer outro
fluído.
Dissolução
A dissolução talvez represente o primeiro estágio do processo de
intemperismo químico. Determinados minerais ou rochas são mais facilmente
dissolvidos pela água do que outros. A halita, a calcita, a dolomita, o gipso e o
calcário são particularmente susceptíveis à dissolução. Os sais minerais, via de
regra, são facilmente solúveis em água. Outros minerais são mais resistentes ou
mesmo insolúveis. Em condições normais, o quartzo como referimos, é praticamente
insolúvel. Geralmente, um aumento de temperatura contribui para maior solubilidade
dos minerais.
Em água pura, a calcita é pouco solúvel, porém com um aumento progressivo
de CO2 na água, solubilidade aumenta consideravelmente. A composição química
influi no grau de solubilização dos minerais. Por exemplo, com referência aos
feldspatos, os potássicos são mais solúveis do que os sódico-cálcicos.
A água pura constitui um solvente poderoso. Quando contém outros agentes
químicos naturais, como oxigênio e gás carbônico, entre outros, sua eficiência no
intemperismo aumenta consideravelmente. O oxigênio do ar dissolve-se facilmente
na película de água que recobre as partículas minerais das rochas. Via de regra, a
reação com o oxigênio resulta na oxidação.
Hidratação
A hidratação constitui a adição de água num mineral e sua adsorção dentro
do retículo cristalino. Certos minerais são passíveis de receber moléculas de água
em sua estrutura, transformando-se física e quimicamente. Na hidratação, os
minerais expandem-se. A desidratação representa o fenômeno inverso, no qual o
mineral perde água quando tem o seu volume reduzido.
A expansão dos minerais por hidratação é capaz de exercer pressões com
efeitos similares àqueles verificados durante o congelamento da água. A eficácia
dessas pressões é reduzida em virtude do amolecimento dos minerais. Uma das
reações de hidratação mais conhecidas é aquela da transformação de anidrita em
gipso:
CaSO4 +2H2O → CaSO4.H2O
Hidrólise
A hidrólise consiste na reação química entre o mineral e a água, isto é, entre
os íons H+ ou OH− da água e os íons do mineral. A decomposição dos silicatos
(feldspatos, micas, hornblenda, augita, etc.) processa-se através da hidrólise, ou
seja, da ação da água dissociada.
Na hidrólise, a água não constitui apenas o solvente dos reagentes, mas é
igualmente um deles. Quando pura, em condições normais de pressão e
temperatura, apresenta pequeno grau de dissociação. Entretanto, um aumento de
temperatura contribui para incrementar a dissociação da água. Por outro lado,
qualquer reação que favoreça o aumento da concentração de íons H+ na solução,
contribui para aumentar a eficiência da hidrólise. Como sabemos, na dissociação da
água formam-se íons positivos (H+) e íons negativos (OH−).
A hidrólise de um feldspato alcalino (ortoclásio) segue aproximadamente a
seguinte reação:
KalSi3O8 +4H2O → K+ +OH− +Al+3 +3OH− +4H+ +Si3O4−8
Carbonatação
O gás carbônico dissolvido na água dá origem a uma solução ácida referida
hipoteticamente como se fosse de ácido carbônico (H2CO3). A reação entre esta
solução e os minerais é designada de carbonatação. Toda água em contato com o
ar contém gás carbônico dissolvido.
CO2 +H2O ⇔ H2CO3
Oxidação e redução
Uma das principais reações que ocorrem durante o intemperismo químico é a
oxidação. Quando a água com oxigênio dissolvido penetra no subsolo, a oxidação
processa-se primeiramente nos primeiros metros superficiais, cessando totalmente o
lençol freático.
No processo de oxidação, o oxigênio reage com os minerais, principalmente
com aqueles que contêm ferro, manganês e enxofre. A oxidação é favorecida pela
presença de umidade. Na ausência de água, é pouco efetiva.
O ferro “ferroso” (Fe++) encontrado em muitos minerais (tais como: pirita,
hornblenda, augita, biotita, olivina, entre outros) é transformado em compostos
férricos (Fe+++). Os compostos ferrosos possuem coloração cinza-esverdeada,
enquanto que os férricos têm cor amarelada, castanha, avermelhada até preta. Uma
oxidação ligeira produz hematita avermelhada. Quando ocorre simultaneamente à
hidratação, forma-se limonita de coloração amarelada ou ocre.
Os sulfetos oxidam-se para sulfatos. O manganês na forma Mn++ passa a
Mn+++ e Mn++++ de coloração rosa-avermelhada. Certos minerais, como a pirita
(FeS2), são altamente susceptíveis à oxidação em virtude do ferro possuir grande
afinidade pelo oxigênio.
REFERÊNCIAS