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Formação de rochas sedimentares

● As rochas sedimentares correspondem a apenas um pequeno volume da crusta


terrestre, mas constituem o principal grupo de rochas aflorantes e a sua
formação dá-se a partir de rochas preexistentes, em duas etapas;

Sedimentogénese

● Meteorização: processos de alteração das rochas que resultam da ação dos


agentes da geodinâmica externa.

– Física: ocorre uma progressiva desagregação das rochas através de


fissuras, sem que se verifique uma modificação das suas características mineralógicas
originais. É intensificada pelo aumento da área da rocha exposta. (Ex: ação do gelo –
crioclastia –, ação da temperatura – termoclastia –, ação dos sais minerais –
haloclastia –, atividade dos seres vivos, alívio de pressão – com a formação das
diáclases devido à diferença da pressão de formação da rocha e a pressão externa.)

– Química: resulta da exposição das rochas a agentes como o ar e a


água, com os quais reagem quimicamente. Alguns minerais são convertidos noutros
mais estáveis – minerais de neoformação.
Consiste na dissolução, onde há reações dos minerais com a água/ácido, e a
ligação entre os diferentes iões é quebrada, fazendo com que os iões fiquem
dissolvidos numa solução (estabelecem ligações com as moléculas da água, que são
polares). Quando os minerais são insolúveis é necessária a presença de ácidos, como é
o caso da carbonatação do calcário com ácido carbónico.
Consiste também na hidratação/desidratação, que envolve a combinação
química de minerais com a água ou a sua remoção de outros. No caso da hidratação,
ocorre um aumento do volume que facilita a desintegração das rochas por hidrólise.
A hidrólise, por sua vez, é definida como sendo a substituição dos catiões da
estrutura de um mineral pelos iões de hidrogénio, que podem vir da água ou de um
ácido. Esta reação leva à formação de novos e diferentes materiais ou à completa
desintegração do mineral original.
Finalmente, a oxidação/redução consiste em perdas ou ganhos de eletrões.
Ambos os processos estão ligados entre si, e na oxidação há perda de eletrões
enquanto na redução ocorre um ganho de eletrões.
O quartzo é o material mais resistente à meteorização, uma vez que é formado a
menor profundidade, logo as suas condições de formação (pressão e temperatura) são
mais semelhantes às que se encontram no exterior.

● Erosão
Corresponde ao processo de remoção de fragmentos e solutos da rocha
originária, causado por agentes como a água e o vento. Os caos de blocos são
exemplos do efeito da erosão. Remove das rochas as partes mais alteradas,
arredondando os blocos.

Os materiais resultantes da meteorização podem permanecer no local de


formação, originando depósitos residuais, ou contribuindo para a formação dos solos,
ou podem sofrer transporte.

● Transporte
Deslocamento dos materiais resultantes da erosão. Os agentes desta
mobilização são a água líquida ou sólida e o vento, sendo a gravidade e a energia solar
as suas causas energéticas.

Pode dar-se por solução, no caso de iões, por suspensão para as partículas mais
pequenas, por saltação para as levemente maiores, por rolamento para as maiores e
por deslizamento, para aquelas que são grandes e não redondas.

O vento é menos energético do que os rios, logo o tamanho dos materiais


deslocados é menor. Os sedimentos são, também, mais angulosos e menos polidos
devido à abrasão.

– Granotriagem: ao longo do transporte, o processo de abrasão leva ao


arredondamento gradual dos materiais, e à medida que a energia do agente vai
variando, ocorre uma seleção dos detritos em função do seu peso e tamanho.
Quanto mais prolongada a ação do transporte, maior será a calibragem dos
detritos (mais homogéneos serão).

Ao longo do rio, a capacidade de transporte vai diminuindo e os fragmentos


sedimentam sempre que a força gravítica supere a força do agente de transporte.
● Sedimentação
Ocorre quando o agente de transporte perde energia e os materiais
transportados ficam depositados, passando a constituir os sedimentos. Ocorre também
pela modificação das condições do meio (temperatura, pressão, concentração), que
provoca a precipitação do material dissolvido.

A deposição dá-se, geralmente, em camadas sobrepostas (estratos), horizontais


e paralelas, sobretudo quando ocorre em ambientes aquáticos. Os estratos
distinguem-se uns dos outros pela sua composição ou granulometria, sendo a
superfície superior o teto e a inferior o muro. Perturbações no regime de sedimentação
ficam marcadas na superfície que separa dois conjuntos de estratos.

Diagénese

● A compactação ocorre devido à pressão exercida pelos estratos suprajacentes,


que diminui o volume do estrato ao reduzir o espaço intersticial entre os
sedimentos, tornando-os mais compactos e densos. Leva a uma desidratação
dos sedimentos ao mesmo tempo que ocorrem reações químicas de dissolução
de minerais existentes nesses sedimentos e de precipitação de novos minerais.

● Cimentação: estes novos minerais compõem um cimento natural que preenche


os poros dos sedimentos (diminuição da porosidade), aumentando o grau de
consolidação (litificação) da rocha.

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