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Geografia 11ᵃ classe =============== Agentes externos do relevo======================

Acção dos agentes da geodinâmica externa na modelação do relevo


Os agentes externos como ventos, água (chuvas, rios, mar), glaciares, radiação solar, seres vivos
(animais e plantas), etc., modelam o relevo criando nele novas formas.
Meteorização – é o processo de transformação ou alteração das rochas sob acção dos agentes ou
fenómenos climáticos e biológicos.0

Tipos de meteorização
Meteorização mecânica ou física – ocorre quando as forças de tensão actuam sobre as rochas,
causando a sua desintegração. Na meteorização mecânica ocorrem três processos fundamentais:
termoclastia, crioclastia e haloclastia.
Termoclastia – ocorre quando as rochas estalam-se ou partem-se devido as grandes oscilações de
temperatura, obrigando as rochas a dilatarem e a contrairem-se constantemente provocando assim sua
desintegração. Este fenómeno é frequente nas regiões desérticas com grandes amplitudes térmicas.
Crioclastia – consiste na alternância de congelação e fusão da água que penetra nos interstícios das
rochas partindo-as devido ao aumento de volume de água congelada. Ocorre em regiões polares.
Haloclastia – ocorre quando sais encaixados nos poros das rochas cristalizam-se e aumentam de
volume provocando a desintegração das rochas.
Meteorização biológica – depende da acção dos organismos vivos (animais e plantas) que favorecem a
desagregação das rochas. As raízes das plantas alargam as fendas das rochas desintegrando-as. A
actividade humana deixa o solo exposto aos agentes externos e as minhocas e roedores desagregam as
rochas ao se alimentam de minerais existentes em tais rochas, para além de as perfurarem.
Meteorização química- consiste de várias reações químicas que mudam a composição química da
rocha. O dióxido de carbono (CO2) existente na água das chuvas provoca a dissolução de minerais das
rochas, principalmente, calcárias e mármores porque actua como ácido. O oxigénio (O2) conduz a
oxidação promovendo a desintegração dos minerais ferrosos. A água é o principal dissolvente natural,
daí que as reacções químicas exijam a presênça dela.

Deslocamento de terra por acção da gravidade


Em superfícies inclinadas os blocos, calhaus, detritos e glaciares tendem a deslizar devido a força de
gravidade. Assim, os movimentos podem ser lentos ou rápidos conforme a velocidade empreendido.
Movimentos lentos subdividem-se em reptação ou creeping e solifluxão. Reptação ou creeping –
ocorrem nas vertentes muito suaves e não são fáceis de perceber, apenas são visualizados através de
inclinação de certos objectos como postes eléctricos e telefónicos, rachas nas estradas, muros, etc.
Solifluxão –surge quando o movimento de massa do solo ou detritos resulta da saturação do solo de
água. É característico de de regiões polares e altas montanhas devido a alternância entre a congelação e
fusão de água no solo. Este processo caracterizou–se mais no quaternário, época das glaciações.

Movimentos rápidos - são característicos em vertentes abruptas onde pode ocorrer rompimento e
desprendimento de terras e rochas sob forma de avalanches. Tipos de movimentos rápidos:
Desabamentos – deve-se a queda livre de blocos rochosos por acção da gravidade.
Deslizamentos – movimento de solo ou rochas sobre uma superfície ou plano de ruptura.

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Fluxos ou escoada – movimento de uma massa fluida constituida por materiais finos ou grossos e água.

Distribuição dos tipos de alteração à superfície do globo


A alteração do relevo varia em latitude: zonas polares, temperadas e a zona intertropical.
Zonas polares – o relevo modifica-se pela acção dos glaciares que resultam da acumulação das neves
no solo que no seu deslizamento criam várias forma de relevo com destaque para os vales glaciários.
Os glaciares são de capital importância, pois que : as planícies de deposição glacial são muito férteis;
os lagos glaciares são excelentes vias de comunicação e favorecem a instalação de centrais elétricos;
montanhas com glaciares oferecem condições para o turismo e para o desporto; os vales glaciares dão
boas pastagens.
Zonas temperadas – predomina a erosão hídrica (água) devido a natureza e estrutura das rochas.
Ocorre nesta região o desgaste, transporte e deposição dos materiais em planícies e meandros.

Zona intertropical: região equatorial, regiões tropicais e áridas.


Região equatorial – a meteorização deve fundamentalmente ao calor e humidade que se fazem sentir
nesta região. As águas chuvas abundantes eliminam as colinas e outros tipos de relevo,assim como a
sílica e óxidos de alumínio permitindo que os oxidos de ferro etejam mais concentrados nas camadas
superiores tornando os solos acastanhados.
Regiões tropicais – o relevo é condicionado pela formação de couraças ferralíticas porque na época
seca, os óxidos de ferro e de alumínio tendem a concentrarem-se na parte superir do solo formando
uma camada dura e por vezes misturado com argila. Também há a formação de meandros e planícies
fluviais devido a erosão hidrica.
Regiões áridas – a meteorização ocorre devido a grandes variações térmicas condicionando a
ocorrência de meteirização mecânica em que as rochas partem-se e desintegram-se pela dilatação e
contracção das mesmas. Destaca-se também o desgaste das rochas pela erosão eólica devido a ausência
de cobertura vegetal.

Erosão – é o processo de desgaste e a desagregação das rochas devido a acção dos agentes externos
como a chuva, vento, glaciares, rios, mares, animais com particular destaque para o Homem. A erosão
é mais acentuada em rochas brandas, de composição heterogênica, de diferentes texturas e permeáveis.

Tipos de erosão
Erosão eólica – é o desgaste da rocha devido a acção do vento. É típico de regiões desérticas onde as
precipitações são quase nulas e consequente ausência de vegetação. A erosão eólica manifesta-se em
três processos: deflação, corrasão e acumulação.
Deflação – é o processo de remoção das poeiras e dos pequenos detritos soltos pelo vento, podendo
originar regs e depressões. Regs ou desértos pedregosos – é relevo resultante de fragmentos maiores e
rochosos (calhaus e cascalho) que o vento não consegue transportar.
Loess- é uma espessa camada de materia fino transportado pelo vento há grandes distâncias de regiões
áridas num processo chamado de abrasão. Os loess formam solos de alta fertilidade próprios para
agricultura

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Corrasão – desgaste das rochas provocado pelo impacto de partículas transportadas pelo vento. A
corrasão conduz a formação de rochas-cogumelo uma vez que a rocha exposta aos ventos é
intensamente escavada, esfarelada, alveolada, polida ou estriada.
Acumulação – consiste na deposição de sedimentos transportados formando dunas eólicas. As dunas
eólicas podem ser barkanes e longitudinais. Dunas barkanes – são dunas móveis em meia-lua e
convexidade voltada para o vento. Dunas longitudinais – são imóveis e alongadas na direcção dos
ventos dominantes podendo atingir 100 m de comprimento e 200 m de altura. Estas dunas dispõem-se
paralelamente cobrindo vastas áreas formando o relevo conhecido por ergs.
Oweds – são vales, nas vertentes abruptas, de regiões desérticas onde ocorrem chuvas torrenciais.
Sebkhas – é uma crosta salina nos lagos secos devido a forte evaporação na época seca. Estes lagos
contêm água apenas na época chuvosa.
Erosão hídrica – é desgaste da rocha devido a acção da água (chuvas ou dos rios). Na escorrência das
águas, quando os cursos são curtos e intermitentes devido à evaporação e infiltração, surgem os Ueds.
Erosão marinha – modifica o relevo dos litorais pela acção das águas do mar. Os movimentos
constantes das ondas atacam as costas altas e o material arrastado do local é triturado e depositado,
formando as praias com destaque a existência de dunas costeiras.
Erosão glacial – resulta da acção dos glaciares que se formam nas regiões frias (altas montanhas e
zonas polares). O deslizamento de glaciares forma vales glaciários. Morena ou moraina – é
acumulação de detritos rochosos e outros materiais que são transportados pelos glaciares e importantes
na fetilidade dos solos nos locais de deposição. Icebergues – são blocos de gelo que flutuam no mar
resultante da separação destes com calote polar terrestre de água doce, que são arrastados pelas
correntes marítimas.
Erosão biológica – é o desgaste de rochas provocado pelos seres vivos (plantas e animais). Os animais
abrem fendas e buracos no solo e nas rochas desgastando e desagregando-as. De igual modo, as raízes
das plantas aumentam as pequenas fendas das rochas e desagregando-as. Neste tipo de erosão, o
homem é o principal agente através das suas actividades como a agricultura, indústria, construção de
estrada, ferrovias e portos, criando uma paisagem humanizada com grandes consequências no ambiente
e para o próprio homem acelerando as mudanças climáticas com o destaque para o aquecimento global.

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