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e externa da Terra
Luciana Silveira Leal Braga
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Introdução
A camada mais externa da Terra chama-se litosfera, é constituída por rochas e está
em interação com a hidrosfera e com a atmosfera, resultando em produtos como
sedimentos e solos. A litosfera reflete processos que ocorrem nas camadas mais
interiores do planeta, em níveis nucleares e mantélicos, que se manifestam na forma
de vulcanismo e tectonismo que, além de contribuírem para a formação de rochas
também modelam o relevo, sendo chamados de modeladores endógenos. Por sua
vez, os processos que ocorrem em superfície também estão esculpindo o relevo e
são chamados de modeladores exógenos, usando intemperismo e erosão como
principais mecanismos.
Figura 1: Deserto localizado no em Utah, região oeste dos Estados Unidos. Fonte: Pixabay.
Iremos ver agora, a ação específica dos três principais agentes erosivos naturais.
Assim, quanto mais forte o vento, maior será a quantidade de partículas que ele
transporta, tendo um poder destrutivo muito alto, afinal a capacidade de desgastar
outras partes dos materiais está relacionada com as partículas em suspensão
presente no ar.
O processo começa com a neve que cai sobre o manto de uma rocha que contém
fragmentos. Conforme alavanca a geleira, ela arranca e incorpora ainda mais
fragmentos, isso faz com que a geleira vá raspando, separando, arrancam e lixando
as rochas por onde passa, ainda mais quando o vento deposita partículas finas que
são incorporadas a este gelo, ele se torna mais abrasivo.
Nesse processo de erosão pela água, há outro tipo de material que é chamado de
carga dissolvida. Ele é invisível e costuma ser ignorado, porém é importante em
relação aos fragmentos que carrega. Essas partículas entram em movimento por
conta da correnteza da água, essa força hidráulica causa a remoção de partículas
soltas pela força da água, o que remove partículas dos leitos e margens de riachos
(figura 4).
Vale a pena aprender um pouco sobre a erosão que ocorre pelas águas
subterrâneas. Afinal, água da chuva ao se infiltrar no solo reage com os minerais com
os quais entra em contato, dissolvendo- os de maneira química. Nesses casos, água é
o principal agente de erosivo responsável pela formação de muitas das
características da paisagem. Vamos ver tudo isso nessa próxima sessão.1. Ambientes
geológicos de sedimentação e formação de rochas sedimentares.
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O carvão e o petróleo são recursos energéticos chamados combustíveis
fósseis e estão englobados na categoria das rochas sedimentares. A
matéria orgânica para ser consumida depende de reações com o oxigênio,
entretanto há algumas situações que geram anoxia, configurando um
ambiente ideal para a formação dos recursos energéticos.
2. Rochas sedimentares
Os processos que formam rochas ígneas e metamórficas ocorrem em ambiente
pouco acessível ou inacessível ao ser humano, ao passo que os processos
sedimentares ocorrem em superfície e permitem a observação direta da atuação dos
agentes, e a observação das rochas sedimentares por olhos treinados permite tentar
identificar as condições genéticas que as geraram. O termo rocha sedimentar
engloba os tipos detríticos (também conhecidas como clásticas ou terrígenas),
ortoquímicos e biogênicos, que apesar de terem origens distintas encontram na
água, gelo e vento os elementos de fomento nos processos de transporte e
deposição.
Saiba mais
A diagênese é o conjunto de processos físicos ou químicos que atuam sobre
os sedimentos, podendo agir por compactação, recristalização, cimentação
ou metassomatismo, onde o rearranjo ou a recombinação dos minerais
culmina com a consolidação de uma rocha sedimentar. O processo
diagenético se dá em 4 etapas, onde o estágio I implica na expulsão da água
ou a redução de óxidos (ou hidróxidos) de ferro pela matéria orgânica, com
os fluidos intersticiais adquirindo propriedades negativas, o Eh negativo; no
estágio II ocorre a quebra de componentes mais frágeis e a dissolução dos
elementos com maior solubilidade em consequência do aumento da
compressão por sobrecarga exercida pelas camadas de sedimentos mais
novos nos sedimentos mais antigos, localizados nas porções inferiores,
gerando novos minerais e favorecendo a reprecipitação de substâncias,
dando início à cimentação dos espaços vazios (poros), fazendo com que os
sedimentos passem a apresentar uma litificação incipiente; no estágio III há
a intensificação dos processos de cimentação e ocorre intensa
recristalização, com profusa redistribuição de substâncias minerais por
todo o interior dos sedimentos, resultando em um aumento da
consolidação que cresce de acordo com a profundidade de soterramento;
no estágio IV há diminuição abrupta dos processos de reorganização
iniciais, intensificando-se os processos de recristalização e desidratação de
hidróxidos, aumentando severamente a litificação. Ao fim dessa sequência
haverá a formação da rocha sedimentar.
Ambiente desértico
, onde o vento é o principal agente de erosão, transporte e
deposição;
Ambiente glacial
, relativamente restrito aos polos e às altas altitudes, concentram
grandes massas de gelo chamadas geleiras, que são o agente de transporte e
deposição dos sedimentos, deslocando-se com o auxílio da gravidade de acordo com
as facilidades do relevo, declive abaixo, esculpindo o terreno;
Ambiente fluvial
, onde os rios desempenham a função de transportar sedimentos
de naturezas e origens diversas, onde o relevo desempenha importante função para
a dissipação de energia da dinâmica de carga das correntes e consequente deposição
sedimentar;
O ambiente lacustre
, com suas águas relativamente tranquilas, normalmente
doces e comumente no interior dos continentes, a deposição ocorre por precipitação
química ou decantação de material detrítico fino em suspensão;
Ambiente deltaico
, ambientes complexos de desembocadura de rios em planícies
costeiras, onde a dissipação da energia das correntes de transporte se dá por
acúmulo de material movimentado ou por limitações de terreno, com ou sem
influência gravitacional;
Ambiente estuarino
, que consta de um corpo aquoso litorâneo, de água
normalmente salobra, e que apesar de manter comunicação intermitente com
oceano aberto manter a circulação relativamente restrita, favorecendo a deposição
sedimentar por decantação, precipitação química ou impossibilidade de
movimentação;
Planície de maré
, que são locais às margens de estuários, lagunas, baías ou em
posição retrógrada às ilhas barreira, constituídos de áreas planas e de baixa energia,
atingidos pela amplitude das ondas de maré, cujo material mais pesado vem
transportado pela onda de maré de entrada e depositado pela incapacidade de
movimentação na saída da onda, com decantação e precipitação química associados;
Ambiente de praia
, que corresponde ao local dominado por ondas e que esteja na
vizinhança de um lago, mar ou oceano, onde a deposição ocorre pela perda de
capacidade de retirada e movimentação do material, seja pela água seja pelo vento;
Ambientes marinhos
, divididos principalmente em margem continental (plataforma
continental, talude continental e sopé continental) e fundo marinho, quanto mais
afastado da costa menor é a influência das ondas e menor a energia no ambiente,
ocorrendo a sedimentação por decantação, precipitação química e ausência de
capacidade de movimentação/transporte.
Ao passar por essa camada de terra, a água é filtrada por conta dos fragmentos de
rocha que eliminam as impurezas, como microrganismos causadores de doenças.
Essa ação de filtro não é presente em todos os tipos de solo, o que faz que muito
material indesejável ainda continue presente na água e contamine o lençol freático.
A água que cai da chuva pode ter diferentes ações logo depois de precipitada. Ela
pode evaporar, ir para os rios e oceanos ou penetrar no solo. Conforme essa água vai
passando pelos fragmentos, determinada quantidade dela se adere aos materiais
que encontra, o restante realmente se desloca até espaços de poros disponíveis no
solo. Surgem então a zona de aeração e a zona subjacente de saturação. A zona de
aeração é aquela em que os espaços porosos contêm principalmente ar enquanto a
subjacente de saturação tem seus poros repletos de água. O lençol freático é a
superfície que separa essas duas zonas. Nessa margem, a água sobe por tensão
superficial da zona de saturação para a zona de aeração.
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A tensão superficial é um fenômeno físico-químico ligado às interações
moleculares de um fluido. Ela é a força que mantém o sistema de equilíbrio
que corresponde à configuração de menor energia, ele modifica sua
geometria para reduzir a área desta interface. Ela que permite que alguns
insetos consigam ficar em cima da água.
O local em que água subterrânea chega à superfície, escoando para fora do solo, é
chamado de nascente. Ele pode ocorrer em diversas condições geológicas, e se
formam de maneira muito similar: água atinge o lençol freático, que tendo uma
camada impermeável que corre lateralmente a esse fluxo, ele atinge a superfície
fazendo com que a água jorre em uma nascente.
Os poços são aberturas feitas pelos seres humanos para alcançar a zona de
saturação. Em alguns casos, o nível do lençol freático faz com o que água saia
facilmente, porém em algumas condições é preciso uma bomba para que traga a
água a superfície. Antigamente, os moinhos de vento (Figura 8) usavam energia
eólica para bombear a água, mas hoje em dia são utilizadas bombas elétricas muito
mais eficientes.
Os sistemas artesianos são aqueles em que a água está confinada e acumulava com
pressão hidrostática elevada. Nestes casos, a água consegue subir acima do nível do
solo e caso se perfure um poço nessa camada de confinamento, o que diminuirá a
pressão, fará com que a água suba.
3. Vulcanismo, plutonismo e
metamorfismo
Existem diversos fatores que influenciam no ciclo das rochas. Alguns dos mais
importantes são o vulcanismo, plutonismo e metamorfismo, que serão estudados
neste capítulo. Esses processos abrangem as manifestações das atividades internas
da Terra em decorrência de altas temperaturas e pressões de rochas por exemplo.
Eles ilustram muito bem as complexas interações entre os sistemas do nosso
planeta.
3.1. Vulcanismo
Junto com as atividades sísmicas, o vulcanismo se concentra nas zonas de ruptura da
terra, relacionado aos movimentos das placas litosféricas. Ele é um dos processos
que contribui para o ciclo das rochas e sua formação. O vulcão ocorre quando
existem espaços abertos entre as placas litosféricas, que surgiram por conta da sua
movimentação. Nesses locais, há redução da pressão, o que faz com que o material
quente e sólido presente no interior da Terra se torne líquido. Tendo formando o
magno, ele sai pelos canais abertos pelos movimentos das placas. O termo lava só
surge a partir do momento em que este material extravasa por meio de um
fenômeno vulcânico.
O magma chega à superfície por meio de fendas ou orifícios, este último é o que
ocorre na maioria dos vulcões atualmente em atividade. Este magma sofre uma
descompressão o que faz liberar gases e substâncias voláteis (Figura 9).
Observar locais em que ocorrem erupções vulcânicas indica aspectos sobre o magma
e os gases, como a temperatura, o ponto de solidificação dos diversos cristais e as
relações de textura e estrutura. Em uma erupção são liberadas substâncias em três
estados físicos: gasoso, sólido e líquido. Os gases são normalmente vapor d'água, gás
carbônico e cloretos voláteis de ferro. Os materiais líquidos e concentram na lava e
podem atingir 1200°C, com diferentes viscosidades se composições químicas. Os
sólidos, são fragmentos rochosos que formam a abertura do vulcão e as cinzas.
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No Brasil, as últimas atividades vulcânicas ocorreram no Cenozóico, que
foram responsáveis pela formação de ilhas como Fernando de Noronha
(Figura 10) e Abrolhos. No caso da estrutura formada em Fernando de
Noronha, ela corresponde a 4000 m de profundidade e 70 km de diâmetro.
Não foi somente um caso de erupção, mas foram diversos eventos
vulcânicos separados que formaram o conjunto das ilhas, o que resultou
em várias unidades vulcânicas sedimentares. A ilha oceânica de Fernando
de Noronha tem aproximadamente 1,3 milhares de anos.
3.2. Plutonismo
O plutonismo é uma atividade ígnea que se separa das demais por conta do local em
que ocorre, afinal a consolidação ocorre no interior da crosta, dando origem às
rochas plutônicas ou intrusivas. Neste fenômeno magmático, quando o magma não
consegue chegar à crosta terrestre, ele fica preso e se consolida neste local.
3.3. Metamorfismo
Metamorfismo é o processo de formação de rochas metamórficas, são aquelas que
resultam da formação de rochas preexistentes que sofrem o efeito do calor, da
pressão e de atividades químicas de fluidos. O mármore é um bom exemplo de rocha
metamórfica. Na natureza, por conta do clima e atividades físico-químicas específicas
de regiões distintas, podem existir diversos tipos de ambientes metamórficos, como
por exemplo metamorfismo hidrotermal, metamorfismo de soterramento,
metamorfismo cataclástico, metamorfismo de contato e o metamorfismo regional.
4. Deformações da crosta
terrestre: dobras e falhas
A deformação para a geologia é um termo que diz respeito aos processos de
dobramento, falhamento, cisalhamento, contração ou dilatação de rochas. Essas
deformações ocorrem devido às forças atuantes na Terra. De modo geral, pode ser
qualquer alteração na forma e no volume da crosta terrestre como resultado de
esforços internos e externos da Terra. Neste capítulo, estudaremos sobre o resultado
destes esforços na crosta terrestre.
Saiba mais
A geomorfologia é a ciência que estuda as formas da Terra. É um campo da
geologia que analisa os processos que operam na superfície terrestre,
fornece a descrição explicativa e um inventário detalhado das formas
encontradas na litosfera.
Com relação ao tipo de deformação, ela pode ser caracterizada por uma dobra ou
uma falha. Os conceitos de dobras e falhas estão relacionados aos aspectos das
estruturas. As dobras são aquelas que sofreram deformações plásticas, sem perda
de continuidade, também chamada por deformação dúctil. Já as falhas são
deformações rúpteis, onde ocorrem quebras e descontinuidade.
4.1.1. Dobras
4.1.2. Falhas
As folhas podem ser geradas através de forças predominantes de compressão e
tensão sobre a crosta terrestre, em associação às atividades tectônicas, originando
uma ruptura. As forças de compressão, de modo geral, ocorrem horizontalmente e
as forças de tensão são as reações às forças de compressão. A fratura de uma falha
pode ter desde alguns centímetros até quilômetros, que é o caso da Falha de San
Andreas. A classificação das falhas pode se dar de acordo com seu plano, sendo uma
falha normal, inversa, vertical ou horizontal e de acavalamento.
Saiba mais
A Falha de San Andreas, na Califórnia, é uma falha marcada pelo encontro
de duas placas tectônicas (Placa do Pacífico com a Placa Norte-Americana).
Esta falha geológica tangencial tem cerca de 1290 km.
Síntese
Nesta unidade, você pôde aprender mais sobre a dinâmica interna e externa da
Terra, passando pelos ambientes geológicos e formação das rochas sedimentares,
entendendo a o seu conceito o mecanismo de sedimentação. A geologia sedimentar
aplicada se torna essencial para a compreensão do nosso planeta, auxiliando no
melhor uso das fontes de energia, como o petróleo e o gás natural.
A erosão pode ser compreendida pelo desgaste por meio dos ventos, das geleiras e
da água. Esse processo natural carrega sedimentos e muda a paisagem, trazendo
consequências para a Terra. A sua compreensão ajuda a viver de maneira mais
sustentável e coerente com o planeta, gerando recursos a partir dele. Afinal, isso
ajuda o ser humano a utilizar, por exemplo, as águas subterrâneas, que são limpas
naturalmente pelo processo de infiltração pelas rochas, mas que ultimamente vem
sendo muito contaminada por conta de indústrias e despejo irregular de lixo.
No percurso de formação das rochas, vimos mais sobre três processos importantes
como o vulcanismo, plutonismo e o metamorfismo, cada um deles com suas
principais características e ações que auxiliam na compreensão de atividades
internas e externas do nosso planeta. Houve também a compreensão da crosta
terrestre e das feições estruturais, conceituando as dobras a as falhas.
os principais conceitos sobre água subterrânea os seus movimentos, bem como sua
contaminação atual.
Bibliografia
HOLZ , M. (2012).
Estratigrafia de Sequências
: histórico, princípios e aplicações. Ed.
Interciência, 2012.