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Sedimentogénese – elaboração dos materiais que as vão constituir até à sua deposição –
meteorização, erosão e transporte;
Diagénese – evolução posterior dos sedimentos, conduzindo à formação de rochas
consolidadas.
Meteorização
Quando as rochas ascendem à superfície (por remoção das camadas superiores, por erosão ou
reajustamento isostático da crosta terrestre) ficam sujeitas a diferentes condições de pressão e
temperatura e em contacto com a água e o mar, sofrendo desintegração e desagregação. A
meteorização pode ser química ou mecânica/física e não implica qualquer transporte de material.
► Meteorização mecânica
Corresponde á desintegração física de uma rocha em fragmentos mais pequenos que são
semelhantes à rocha original, ocorrendo em função das novas condições de pressão e
temperatura. Existem vários tipos de meteorização mecânica:
► Meteorização química
A estrutura interna do mineral sofre alteração, com remoção ou adição de alguns elementos
químicos e a formação de novos minerais mais estáveis para as condições superficiais. Este
processo ocorre pela intervenção de um agente químico, normalmente a água ou gases
atmosféricos, como o dióxido de carbono ou oxigénio. A meteorização pode ocorrer por
cinco processos principais:
Os protões são muito reactivos e a sua reduzida estrutura permite que entrem nas
estruturas cristalinas e substituam outros iões, modificando a composição e formando
novos minerais. A meteorização de feldspato de potássio ocorre quando a água e o os
protões H+ interagem com a estrutura cristalina do mesmo, libertando lentamente o
alumínio e a sílica para a solução aquosa, que se combinam com a água e precipitam,
formando caulinite.
Oxidação – um elemento químico perde um electrão e o seu estado de oxidação aumenta.
O mais comum é o ferro (biotite, olivina e piroxena, sob a forma de Fe 2+) libertar-se da
rede cristalina e ceder um electrão ao oxigénio. O ferro oxida de Fe2+ para Fe3+, reage com
a água e origina um óxido de ferro (hematite), insolúvel e origina um precipitado
avermelhado.
Dissolução – alguns minerais solúveis dissolvem-se em água, como a halite (NaCl). Tende a
acompanhar os processos de hidrolise, quando se geram iões e minerais solúveis em água
que não precipitam.
Hidratação – envolve a combinação de água com os minerais, levando a variações de
volume, como por exemplo a conversão de anidrite em gesso quando combinada com
água. Facilita outros processos como a hidrólise.
Erosão
Outro fenómeno que ocorre é a separação dos fragmentos em função do seu peso e do seu
tamanho, ou seja, ocorre uma triagem dos mesmos. Ao longo do curso a capacidade de
transporte diminui e os fragmentos de maiores dimensões sedimentam, quando a força gravítica
supera a capacidade do agente de transporte. Fragmentos com forma angular sofrem
arredondamento, tornando-se mais lisos. Os clastos transportados pelo vento são muito bem
calibrados, devido ao poder selectivo deste agente. Já os clastos transportados por glaciares são
mal calibrados, verificando-se o transporte de detritos com dimensões muito variadas.
Deposição ou sedimentação
Diagénese
CARACTERÍSTICAS
TIPO DE ROCHA
Composição Outros aspectos
Carbonato de cálcio Acumulação de esqueletos
Calcário recifal
(CaCO3) carbonatados de corais
Acumulação de conchas
Carbonato de cálcio carbonatadas de animais
Calcário conquífero
(CaCO3) marinhos que sofreram
cimentação
Acumulação de sedimentos
constituídos por grandes
quantidades de matéria
orgânica vegetal – turfa
Formam-se em bacias de
sedimentação lacustres ou
Carvões (lignite,
Compostos de lagunares costeiras, ficando os
carvão betuminoso,
carbono sedimentos apenas sujeitos à
antracite)
acção de bactérias anaeróbias.
O carvão é formado por
diagénese, devido ao aumento
de ºC e P, aumentando o teor
de C gradualmente
(incarbonização)
Fósseis
Correspondem a restos de seres vivos, ou simples vestígios da sua actividade. Para que ocorra a
fossilização é necessário que se verifiquem condições especificas que permitam a preservação
dos vestígios, ou seja, tem de ocorrer deposição de sedimentos finos (argilas e siltes) por cima
destes vestígios, que os isola dos agentes da geodinâmica externa, retardando a sua
decomposição. Existem vários tipos de fossilização:
Princípios da estratigrafia
Ver 10 ano
Reconstituição de paleoambientes
Variações no nível médio das águas do mar podem ser deduzidos a partir dos fáceis das rochas:
As rochas são constituídas por minerais, que são sólidos naturais, inorgânicos, com estrutura
cristalina e composição química bem definida, ou variável dentro de limites estabelecidos. Os
iões ou átomos dos minerais dispõem-se de forma ordenada e regular, formando redes
tridimensionais e diz-se que possuem estrutura cristalina, ao contrário de outros sólidos cujas
partículas estão dispersas de forma irregular e desordenada – estrutura vítrea ou amorfa.
Existem técnicas muito precisas de identificação dos minerais (raios-X, microscopia petrográfica)
mas é possível identificar macroscopicamente alguns minerais com recurso a um conjunto de
propriedades físicas, nomeadamente a dureza, a clivagem, o brilho, a cor, a densidade e o
magnetismo.
Dureza
Refere-se à resistência do mineral ao risco, e é medida segundo uma escala de termos com grau
crescente de dureza – escala de Mohs. Esta dureza relativa determina-se riscando uma amostra
num dos minerais da escala e vice-versa. A dureza de um mineral está associada à força das
ligações que o compõem, sendo que os minerais mais duros possuem uma rede cristalina
formada por ligações mais fortes do que os minerais com dureza inferior.
Clivagem e fractura
Propriedade segundo a qual o mineral se fractura por planos paralelos – planos de clivagem –
entre si com superfícies lisas e brilhantes. Estes planos de clivagem resultam de ligações mais
fracas em determinadas direcções da rede cristalina. A fratura, pelo contrário, é a tendência de
um cristal quebrar ao longo de planos irregulares que não correspondem a planos de clivagem
(por exemplo, o quartzo parte-se em fragmentos irregulares).
Brilho
Resulta da reflexão da luz nas suas superfícies frescas, sendo analisado à vista desarmada e
descrito comparativamente a amostras que se encontram categorizadas. O brilho é controlado
pela forma como os átomos se encontram organizados, que influencia a reflexão ou absorção da
luz.
Cor
Magnetismo
Apenas se conhecem dois minerais com propriedades magnéticas, a magnetite e a pirrotite, que
possuem ferro na sua estrutura cristalina. Pode ser constatado por um íman.
Basáltico ou básico;
Andesítico ou intermédio;
Riolítico ou ácido.
Um só magma pode originar diferentes tipos de rochas, visto ser constituído por uma mistura
complexa que, ao solidificar, forma diferentes associações de minerais. Como a cristalização
desses minerais ocorre a temperaturas diferentes, formam-se diferentes associações de cristais e
um magma residual, sendo que a composição desse líquido residual vai-se modificando conforme
a temperatura vai baixando. Pode afirmar-se que existe uma diferenciação magmática por
cristalização fraccionada, realizada em tempos diferentes. Este fenómeno permite a formação
sequencial dos diferentes minerais. Durante o arrefecimento dos magmas, primeiro formam-se
os minerais com ponto de fusão mais elevado, e seguidamente, a partir da fracção magmática
restante, vão cristalizando outros, por ordem decrescente de pontos de fusão.
Norman Bowen (1887-1956) investigou a formação dos cristais e, em especial, a ordem pela qual
eles cristalizam em magmas em arrefecimento, estabelecendo a sequência de reacções que
ocorrem no magma durante a diferenciação.
No modelo sequencial que propôs, Bowen considerou a existência de duas series de minerais:
A temperaturas mais baixas, o magma residual formará feldspato potássico, moscovite e, por
último, quartzo, que cristaliza nos espaços existentes entre os cristais já formados. Neste
processo de cristalização fraccionada, uma parte dos minerais formados a altas temperaturas
reage com o magma remanescente, transformando-se noutros minerais (ex. olivina → piroxena,
piroxena → anfíbola, etc.). Isto também ocorre na série contínua.
As rochas magmáticas podem ser plutónicas (ou intrusivas), ou vulcânicas (ou extrusivas),
dependendo se resultam de uma consolidação lenta em profundidade ou rápida na superfície
terrestre, respectivamente. A natureza e as diferentes condições de consolidação dos magmas
influenciam as características que as rochas magmáticas apresentam, nomeadamente a textura, a
cor e a composição química.
Textura
Cor
A cor da rocha está relacionada com a abundância relativa dos diferentes minerais que a
constituem. As rochas podem exibir:
Minerais félsicos – coloração clara, com altos teores de sílica e alumínio (ex. plagióclases,
feldspato potássico, moscovite e quartzo);
Minerais máficos – coloração escura, altos teores de ferro e magnésico, baixos teores de
sílica (ex. olivina, piroxena, anfíbola e biotite).
A maior ou menor abundância destes minerais nas rochas determina a sua cor, pelo que podem
classificar-se em:
Rochas leucocratas – cor clara, predominância de minerais félsicos (ex. granito e riólito);
Rochas melanocratas – cor escura, predominância de minerais máficos (ex. basalto e
gabro);
Rochas mesocratas – cor intermédia, sem predominância de minerais félsicos ou máficos
(ex. diorito e andesito)
A composição química das rochas magmáticas depende dos minerais que as constituem. À
semelhança do que acontece com os magmas, é o teor em sílica (SiO 2) que determina a
classificação das rochas em ácidas (alto teor em sílica), intermédias ou básicas (baixo teor em
sílica).
Magmas basálticos – possuem teor reduzido em sílica (>50%). Incluem os basaltos, rocha
vulcânica, e os gabros, equivalentes plutónicos. Correspondem a 80% do volume de todo
o magma, sendo os mais abundantes e que se encontram a temperaturas mais elevadas.
Originam erupções efusivas.
Magmas andesíticos – composição intermédia. São mais viscosos que os basálticos, e
originam os andesitos e os dioritos, quando solidificam à superfície ou em profundidade,
respectivamente. Constituem 10-20% do volume de magma, juntamente com o granito.
Magmas riolíticos – ou ácidos, têm elevado teor em sílica (>70%). Muito viscosos, dão
origem a erupções violentas, formando riólitos. A temperatura ronda os 700/800ºC e
quando a solidificação ocorre em profundidade originam os granitos.
Deformação de rochas
As rochas estão sujeitas a tensões resultantes, sobretudo, dos movimentos tectónicos. Estes
movimentos são predominantemente horizontais e deformam as rochas nos limites das placas
litosféricas, dependendo da direcção e do movimento das placas. As rochas podem então estar
sujeitas a:
A deformação das rochas também depende das características estruturais e mineralógicas das
rochas, bem como da temperatura a que estas se encontram. Como resultado destes factores, as
rochas podem exibir:
São fracturas da crosta terrestre, ao longo das quais ocorreu um movimento relativo dos blocos
rochosos que as constituem. A atitude da falha é um elemento importante para a compreensão
dos processos envolvidos na deformação que a originou, sendo obtida através da determinação
de dois parâmetros: a direcção e a inclinação.
As falhas são classificadas em função do movimento relativo entre os blocos, que acaba por
originar geometrias tipicamente associadas a três tipos fundamentais (obs: o tecto está sempre
por cima do plano da falha):
2. Dobras
Factores de metamorfismo
1. Tensão
As rochas estão sujeitas à carga da massa rochosa suprajacente que gera tensões que se fazem
sentir em todas as direcções – tensão litostática (não dirigida). Este tipo de tensão provoca,
sobretudo, uma diminuição de volume da rocha, aumentando a sua densidade. Por outro lado, as
rochas estão também sujeitas a tensões resultantes de movimentos tectónicos, que podem ser
compressivas, distensivas ou de cisalhamento, e que actuam com uma direcção bem definida.
Qualquer tensão orientada segundo uma dada direcção designa-se por tensão não litostática
(dirigida). Os minerais destas rochas costumam apresentar foliação – textura caracterizada pela
disposição orientada dos seus minerais segundo planos paralelos.
2. Calor
3. Fluidos
A circulação de fluidos nas rochas pode desencadear ou acelerar processos metamórficos. Estes
fluidos hidrotermais transportam não só CO2, mas também outras substâncias como sódio,
potássio, zinco, cobre ou sílica, e vão reagindo com os minerais da rocha, podendo originar novos
minerais por remoção ou introdução de determinados elementos químicos na sua rede cristalina.
Estes fenómenos conduzem a alterações na composição química e mineralógica da rocha sem
alteração da sua textura.
Tipos de metamorfismo
Os minerais das rochas são estáveis nas condições de pressão e temperatura de formação das
mesmas, mas quando ocorre metamorfismo, estas condições alteram-se e os minerais
preexistentes tornam-se instáveis, podendo então sofrer transformações. A formação destes
minerais ocorre apenas quando a temperatura e a pressão atingem determinados valores. Alguns
minerais – minerais-índice – formam-se em condições termodinâmicas com limites bem
definidos, o que permite caracterizar as condições de pressão e temperatura em que uma rocha
que os apresenta se formou.
Os minerais-índice possibilitam, também, estabelecer os diferentes graus de metamorfismo, na
medida em que permitem tipificar condições de pressão e temperatura associadas à formação
das rochas.
Reserva – recursos com localização bem definida, passiveis de exploração numa perspectiva
economicamente rentável, e com valores de abundância relativa.
Recursos geológicos
Etc.
Uma parte significativa da água que cai sobre a superfície continental inicia um trajecto de
infiltração fundamental para a alimentação de aquíferos, formações rochosas que permitem o
armazenamento e a circulação de água, bem como a sua exploração rentável. É extremamente
importante em locais onde a quantidade de água doce superficial é escassa.
Zona de aeração – zona onde os espaços vazios entre os grãos estão parcialmente
preenchidos por água e ar;
Nível hidrostático ou freático – nível em que a água subterrânea se encontra numa dada
região num dado momento;
Zona de saturação – região onde a água se encontra acumulada, ocupando todo o
espaço existente entre os grãos das rochas. Inferiormente a zona saturada está limitada
por rocha impermeáveis (ex. rochas argilosas).
Os aquíferos podem ser de dois tipos:
Aquíferos livres;
Aquíferos cativos ou confinados.
Permeabilidade – maior ou menor facilidade com que a rocha se deixa atravessar por água.
Porosidade – volume dos espaços vazios existentes relativamente ao volume total da rocha.
O armazenamento e a circulação de água num aquífero são tanto mais facilitados quanto maior
for a porosidade e a permeabilidade das formações geológicas que o integram.