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BIOLOGIA-GEOLOGIA|11ºANO

ETAPAS DE FORMAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES


FICHA DE TRABALHO Nº 14 CC

GRUPO I
Na região norte de Portugal continental, o granito da serra da Freita enquadra-se no domínio dos granitos de duas micas, tendo uma
fácies de grão médio equigranular. Junto à aldeia da Castanheira, situada na mesma serra, encontra-se uma das mais notáveis
formações geológicas de Portugal: um outro granito de grão médio, contemporâneo do granito da serra da Freita, envolvido por xistos
metamórficos, que apresenta numerosos nódulos biotíticos com a forma de discos circulares. O afloramento rochoso da Castanheira,
uma pequena janela granítica, como se representa na Figura 1, parece corresponder à parte superior de um maciço granítico cuja
cobertura de xisto foi erodida. Este tipo de granito é considerado único em Portugal e raro no mundo.
De entre os granitos portugueses, o da Castanheira é o único que apresenta discos circulares biotíticos. Os nódulos achatados,
biconvexos, de 1 a 12 cm de diâmetro, possuem um núcleo de quartzo e feldspato, revestido por camadas concêntricas de biotite. Na
Figura 2 está representada, esquematicamente, a caracterização mineralógica de um nódulo biotítico.
As fortes amplitudes térmicas que se fazem sentir na região, as cunhas de gelo que vão crescendo junto aos nódulos e a erosão do
granito nodular da Castanheira contribuem para a separação e posterior expulsão dos nódulos de biotite. Ao soltarem-se, deixam à
superfície da rocha-mãe cavidades revestidas de biotite. Na região, chamam a esta rocha «a pedra que pare pedra» e, daí, a famosa
designação popular de «Pedras Parideiras» para esta invulgar formação
geológica.
Texto elaborado com base em Daniela Rocha, Inventariação, Caracterização e Avaliação do Património Geológico do Concelho de Arouca, 2008

Figura 2 – Caracterização esquemática de um nódulo do


granito nodular da Castanheira

Figura 1 – Carta geológica esquemática da área


envolvente da aldeia da Castanheira
1. O granito da Castanheira e o granito da serra da Freita apresentam…
(A) diferente textura e diferente composição mineralógica. (B) diferente textura e idêntica composição mineralógica.
(C) idêntica textura e diferente composição mineralógica. (D) idêntica textura e idêntica composição mineralógica.

2. A redução da pressão litostática sobre um maciço granítico pode causar a sua…


(A) expansão e a posterior formação de dobras. (B) contracção e a posterior formação de dobras.
(C) contracção e a posterior formação de diaclases. (D) expansão e a posterior formação de diaclases.

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3. Um caso particular de meteorização física é o que ocorre no Norte de Portugal, com as conhecidas «Pedras Parideiras».
Explique em que medida as fortes amplitudes térmicas da serra da Freita contribuem para a expulsão dos nódulos biotíticos
das «Pedras Parideiras».
• as fortes amplitudes térmicas da região provocam uma variação de volume do granito nodular, levando ao
aparecimento de fracturas / diaclases;
• a água, ao congelar nas fracturas, contribui para a desagregação do granito, expondo os nódulos à superfície da
rocha-mãe;
• a pressão exercida pelas cunhas de gelo sobre os nódulos provoca a sua expulsão das «Pedras Parideiras»/do granito
nodular.

4. Foram colhidas, em quatro regiões diferentes, as amostras A, B, C e D obtidas dos produtos de alteração de granitos
quimicamente semelhantes. Os resultados, em percentagem, encontram-se no quadro seguinte:

Amostras de rochas
Minerais A B C D
Quartzo 40 40 50 20
Feldspato potássico (ortoclase) 52 45 31 3
Piroxenas 6 3 1 -
Outros 2 12 18 77

4.1. A região onde foi colhida a ____, que revela um estádio mais avançado de alteração, está provavelmente sujeita a um clima
____.
(A) amostra C [...] equatorial.
(B) amostra C [...] tropical húmido.
(C) amostra D [...] equatorial.
(D) amostra D [...] tropical húmido.

4.2. Foram, ainda, feitos estudos sobre as propriedades de um dos minerais que constitui as amostras graníticas. A partir da sua
observação registou-se as propriedades seguintes:
I. É alocromático.
II. Se sujeito a uma força desagrega-se em fragmentos.
III. É riscado pelo topázio mas não pela ortoclase.
IV. Apresenta risca branca.
Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações, relativas ao mineral em estudo.
A – Este mineral é mais denso do que a ortoclase.
B – A cor é, por si só, uma propriedade identificativa deste mineral.
C – Este mineral é isomórfico.
D – A propriedade II traduz a clivagem do mineral.
E – A propriedade IV corresponde à cor do traço do mineral numa placa de porcelana despolida.
F – A cor é traduzida pelo modo como um mineral reflecte a luz.
G – Este mineral apresenta ligações fortes em ambas as direcções.
H – A dureza de um mineral é determinada pela força de ligações entre os átomos que compõem o mineral.
Afirmações verdadeiras (V): E, G, H; afirmações falsas (F): A, B, C, D, F.

5. Os minerais essenciais de um granito são o quartzo e a ortoclase. A ortoclase é facilmente alterada por águas acidificadas.
Analise as formulações que se seguem, relativas a acontecimentos que deverão ter estado na origem de um movimento em
massa.
Reconstitua a sequência temporal dos acontecimentos mencionados, segundo uma relação de causa -efeito, colocando por
ordem as letras que os identificam.
(A)… Os iões potássio, na estrutura original da ortoclase, são substituídos por iões hidrogénio.
(B)… Forma-se ácido carbónico.
(C)… Obtém-se caulinite, um mineral de argila.
(D)… Os iões hidrogénio e os iões bicarbonato formam-se por dissociação.

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(E)… O dióxido de carbono atmosférico dissolve-se na água da chuva.
E – B – D – A – C.

6. Os maciços graníticos da Serra da Estrela apresentam uma densa rede de diáclases, o que permite a circulação de água com
sais dissolvidos.
Explique de que modo as duas condições anteriores permitem explicar o elevado grau de alteração física do maciço granítico da
Serra da Estrela, nas condições climáticas actuais.

• A existência de uma densa rede de diáclases na rocha potencia nesta a circulação de água com sais dissolvidos.
• As quais favorecem a alteração química dos minerais constituintes do granito.
• Esta alteração química favorece por sua vez a alteração/ desagregação mecânica da rocha.

7. Faça corresponder a cada afirmação um dos fenómenos do ciclo litológico, a respectiva designação, que consta da chave.
Afirmações:
A. Formação de uma rocha a partir da solidificação de materiais da crosta ou do manto, total ou parcialmente fundidos.
B. Remoção de material da superfície rochosa.
C. Litificação de sedimentos, nas condições que predominam na parte mais superficial da crosta terrestre.
D. Transformação mineralógica e estrutural de uma rocha, no estado sólido, no interior da crosta terrestre.
E. Alteração de uma rocha sob a acção de águas ácidas, levando à formação de precipitados dos seus minerais.
Chave:
I. Deposição
II. Diagénese
III. Erosão
IV. Magmatismo
V. Metamorfismo
VI. Meteorização mecânica
VII. Meteorização química
VIII. Transporte
(a) – (4); (b) – (3); (c) – (2); (d) – (5); (e) – (7)

GRUPO II
NAICA, A CAVERNA DOS CRISTAIS
É uma gruta em forma de ferradura na rocha calcária, com cerca de 10 metros de largura e 30 de comprimento. Os cristais nela
entesourados são um subproduto tardio da mineralização. Destacam-se os enormes cristais transparentes de quase um metro de
largura que atravessam suspensos a gruta atingindo comprimentos... superiores a dez metros! Aos cristais de gesso hialino dá-se o
nome de selenite.
O processo de formação destes megacristais demorou milhões de anos. O fenómeno deve-se a uma intrusão magmática que há 26
M.a. se alojou a cerca de 2,5 Km de profundidade. Após a diferenciação, o magma começou a arrefecer e as águas residuais
misturaram-se com os lençóis freáticos derivados da infiltração. A temperatura da rocha baixou até cerca de 58ºC. Ao atingir este
valor térmico, a anidrite dissolveu-se lentamente e enriqueceu as águas em sais característicos do gesso. Este depositou-se sob a
forma de cristais de selenite que tiveram tempo e condições de estabilidade para crescer.
1. Os cristais de gesso formaram-se por ____, processo ____ à formação da calcite.
(A) precipitação de sulfato de cálcio [...] posterior. (B) precipitação de cloreto de sódio [...] posterior.
(C) precipitação de cloreto de sódio [...] anterior. (D) precipitação de sulfato de cálcio [...] anterior.

2. Os cristais de gesso tiveram origem em substâncias ____ e por isso a rocha é ____.
(A) dissolvidas na água [...] quimiogénica.
(B) resultantes de meteorização física [...] quimiogénica.
(C) resultantes de meteorização física [...] detrítica.
(D) dissolvidas na água [...] detrítica.

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3. Reconstitua a sequência temporal, segundo uma relação causa-efeito, dos fenómenos que levaram à formação dos megacristais
de gesso.
A – Os cristais de gesso crescem sem alterações ambientais.
B – O calcário sofreu dissolução.
C – A temperatura da água atingiu os 58ºC.
D – Os sais dissolvidos na água precipitaram.
E – As grutas foram inundadas pela água de escorrência.
B – E – C – D – A.

4. As regiões calcárias possuem uma geomorfologia característica – modelado cársico – onde ocorrem com frequência fenómenos de
dissolução, evidenciados nas redes de diáclases, mais ou menos profundas e extensas. Junto a estes sulcos, encontram-se, em
geral, depósitos argilosos. Pelas diáclases, infiltram-se facilmente águas de escorrência que, se forem ácidas, vão alargando o
tamanho dessas fendas. Em consequência deste processo, podem formar-se no maciço calcário, em profundidade, túneis e cavernas
de grandes dimensões, vulgarmente designadas por grutas. Devido à infiltração, é comum encontrarem-se águas subterrâneas que
podem constituir rios ou lagos.

4.1. O calcário de origem quimiogénica é uma rocha que resulta directamente da...
(A)… fixação de carbonato de cálcio por seres vivos.
(B)… evaporação de água rica em sulfatos.
(C … deposição de carbonato de cálcio.
(D)… dissolução de carbonato de cálcio.

4.2. Terra rossa é a designação atribuída aos depósitos _____ de cor vermelha, resultantes da acumulação de resíduos _____
presentes nas rochas carbonatadas.
(A)… argilosos […] insolúveis
(B)… argilosos […] solúveis
(C)… calcários […] insolúveis
(D)… calcários […] solúveis

4.3. Faça corresponder V (verdadeira) ou F (falsa) a cada uma das letras que identificam as afirmações seguintes, relativas à
geomorfologia do maciço calcário.
A. As diáclases correspondem a um plano de fractura das rochas em que não há movimento relativo dos blocos.
B. A água de escorrência é tanto mais salobra quanto menor for a espessura do estrato que atravessa.
C. As águas naturais são mais duras nas regiões de maciços calcários do que nas regiões graníticas.
D. As águas que circulam no maciço calcário provocam a formação de estalagmites no tecto da gruta.
E. O modelado cársico varia em função do tempo de exposição aos agentes da geodinâmica externa.
F. Nos maciços calcários, a meteorização física é caracterizada por fenómenos de dissolução.
G. Os travertinos são rochas calcárias associadas a grutas que se formam por reacções de precipitação.
H. A existência de uma rede de fracturas nos calcários é o factor que lhes confere permeabilidade.

Verdadeiras: A, C, E, G, H. Falsas: B, D, F.

5. Faça corresponder a cada uma das letras das afirmações de A a E a designação da respectiva rocha, indicada na chave.
Afirmações
A – Rocha sedimentar detrítica consolidada, cujas partículas têm a dimensão de balastros.
B – Rocha sedimentar biogénica que sofreu um processo de incarbonização.
C – Rocha sedimentar quimiogénica formada por um processo de intensa evaporação.
D – Rocha de origem quimiogénica constituída por carbonato de cálcio.
E – Rocha sedimentar detrítica consolidada impermeável, de granulometria fina.

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Chave
I – Areia II – Silte III – Argilito IV – Brechas V – Sal-gema VI – Travertino VII – Calcário recifal VIII – Lignite

A – IV; B – VIII; C – V; D – VI; E – III

Grupo III
O petróleo, mistura de hidrocarbonetos (HC) e de não hidrocarbonetos, resulta de transformações a partir do querogénio, a fração da
matéria orgânica sedimentar que é insolúvel nos solventes orgânicos comuns. Até 1000 metros de profundidade e 50 °C, a matéria
orgânica incorporada nos sedimentos sofre diagénese, dando origem, consoante os ambientes de sedimentação, a diferentes tipos
de querogénio – I, II, III ou IV –, que apresentam, sucessivamente, quantidades decrescentes de hidrogénio. Para a determinação do
potencial gerador, isto é, da quantidade de petróleo que um querogénio é capaz de gerar, é usada a técnica de pirólise Rock-Eval.
Nesta técnica, uma pequena quantidade de rocha é submetida a temperaturas que permitem a degradação do querogénio e a
geração de hidrocarbonetos. Na margem oeste da Península Ibérica foram colhidas amostras de rocha de diferentes formações
geológicas da Bacia Lusitânica. Os métodos utilizados para o estudo das amostras são descritos a seguir, de forma sumária. Na
Tabela 1, apresentam-se alguns resultados obtidos em três das amostras estudadas, nas quais se identificou querogénio I-II e III-IV.
Métodos utilizados
1 – As amostras foram tratadas com ácido clorídrico.
2 – A componente não eliminada pelo ácido foi utilizada na análise do teor de carbono orgânico total (COT) das amostras e no
cálculo do seu resíduo insolúvel.
3 – Nas amostras com teores de COT superiores a 0,5%, foram quantificados o potencial gerador e os índices de hidrogénio.

Resultados obtidos

1. O tratamento inicial das amostras com ácido clorídrico teve como objetivo
(A) identificar a fração argilosa.
(B) eliminar o carbono orgânico.
(C) transformar o querogénio.
(D) remover o carbonato de cálcio.

2. O objetivo da investigação foi


(A) quantificar o resíduo insolúvel disponível para a geração de petróleo.
(B) compreender a evolução da zona correspondente à Bacia Lusitânica.
(C) avaliar o potencial das rochas para a geração de petróleo.
(D) identificar a origem dos sedimentos da Bacia Lusitânica.

3. Considere as seguintes afirmações, referentes às amostras estudadas.


I. As rochas da formação de Cabaços formaram-se no final do Mesozoico.
II. O resíduo insolúvel da amostra de Conraria indicia que se trata de uma rocha carbonatada.
III. A amostra da formação de Pereiros é a mais pobre em carbono orgânico.

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(A) III é verdadeira; I e II são falsas.
(B) I é verdadeira; II e III são falsas.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I e II são verdadeiras; III é falsa.

4. Para identificar jazigos _______ potencialmente favoráveis à acumulação de petróleo, realizam-se


estudos _______.
(A) metálicos … gravimétricos
(B) metálicos … magnéticos
(C) de sal-gema … gravimétricos
(D) de sal-gema … magnéticos

5. Numa armadilha petrolífera,


(A) a água salgada encontra-se subjacente ao petróleo.
(B) os argilitos constituem boas rochas-armazém.
(C) a rocha-cobertura tem elevada permeabilidade.
(D) os granitos constituem boas rochas-mãe do petróleo.

6. A utilização de combustíveis fósseis pelos automóveis e pelas indústrias conduz


(A) ao aumento progressivo de radiação ultravioleta.
(B) ao decréscimo da absorção da radiação infravermelha.
(C) ao decréscimo do teor de dióxido de carbono atmosférico.
(D) ao aumento progressivo do efeito de estufa.

7. A formação de carvões pode ocorrer se os restos orgânicos forem


(A) rapidamente cobertos por sedimentos em ambiente marinho.
(B) lentamente cobertos por sedimentos em ambiente marinho.
(C) lentamente cobertos por sedimentos em ambiente continental.
(D) rapidamente cobertos por sedimentos em ambiente continental.

8. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de acontecimentos relacionados com
a formação de um jazigo de petróleo.
A. Formação de querogénio.
B. Deposição de sedimentos ricos em matéria orgânica.
C. Formação de petróleo.
D. Acumulação de hidrocarbonetos na rocha-armazém.
E. Migração de hidrocarbonetos em direção à superfície.

B, A, C, E, D

9. Justifique a afirmação seguinte: «O querogénio do tipo I-II apresenta elevado potencial gerador».
Na sua resposta, utilize os resultados da investigação.

Tópicos de resposta:
• ao querogénio de tipo I-II corresponde um elevado índice de hidrogénio;
• a amostra que apresenta um elevado índice de hidrogénio tem um elevado potencial gerador.

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