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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOSÉ ESTÊVÃO

Escola Secundária José Estevão


Departamento de Matemáticas e Ciências
Experimentais

Disciplina de Biologia e Geologia


Tema: Rochas magmáticas -Sintra março_2023
11.º ano turma A

O complexo ígneo de Sintra é formado por dois maciços aproximadamente concêntricos e por
uma rede complexa de filões associados, de diferentes composições e orientações (fig. 1). O maciço
exterior é granítico e tem uma idade aproximada de 82 Ma. O maciço interno é constituído por uma
sequência de rochas resultantes de cristalização fracionada que incluem gabros (78,3 a 1,9 Ma), dio-
ritos e outras rochas de composição idêntica, os sienitos (78,3 a 76,1 Ma).
Kullberg, M. C., & Kullberg, J. C. (2000). Tectónica da região de Sintra. In Tectónica das regiões de Sintra e Arrábida,
Mem. Geociências, 2, 1-34. Museu Nac. Hist. Nat., Univ. Lisboa

Figura 1. Carta geológica da região de Sintra.

O núcleo, de natureza sienítica, está envolvido por um largo anel granítico e por um anel gabro-
-diorítico descontínuo. Este encontra-se mais bem representado a sul, onde se dispõe entre os
sienitos e os granitos, e é bastante mais reduzido a norte, onde aflora perifericamente em relação
ao anel granítico. Esta disposição reflete a instalação de dois corpos magmáticos distintos: o pri-
meiro de composição granítica e o segundo de composição gabro-sienítica, ocupando, grosso
modo, o núcleo do primeiro corpo ígneo. Os tipos litológicos presentes são variados, abrangendo
uma vasta gama de concentrações de sílica: entre as rochas granulares destacam-se os gabros, os
dioritos, os sienitos e os granitos; quanto às rochas microgranulares, pertencentes ao cortejo filo-
niano adjacente, ocorrem microgranitos, microssienitos, microdioritos e andesitos, algumas destas
rochas com matriz vítrea.
A praia da Ursa (fig. 2A) situa-se no bordo NW do Maciço Eruptivo de Sintra, observando-se o
granito de Sintra, com cor avermelhada, na parte sul da praia, e, a norte, o contacto com as cama-
das de calcários do Jurássico. A intrusão do maciço eruptivo afetou profundamente o Mesozoico,
quer através de metamorfismo de contacto quer pela deformação das camadas encaixantes, com
inclinação da estratificação para N ou para S, consoante se observem as bancadas, respetiva-
mente, a N ou a S da intrusão.
O santuário da Peninha (fig. 2B), freguesia de Colares, no concelho de Sintra, encontra-se no
topo de um amontoado de caos de blocos de natureza sienítica do Maciço Ígneo de Sintra.

A B

Figura 2. Aspetos paisagísticos dos Maciços Ígneos de Sintra. A Praia da Ursa. B Santuário da Peninha.

1. Classifique as rochas magmáticas dos maciços.


2. Mencione o tipo de textura apresentada pelas rochas dos maciços.
3. Refira a rocha com a mesma composição química do diorito que se formou à superfície.
4. Apresente as diferenças entre o maciço externo e o maciço interno ao nível da:
4.1. origem do magma.
4.2. composição química do magma original.
4.3. cor das rochas formadas.
4.4. riqueza relativa em minerais máficos e félsicos.
5. Apresente uma explicação para a afirmação apresentada de que ocorreu cristalização fracio-
nada na formação do maciço interno de Sintra.
6. Explique a formação do relevo onde se situa o santuário da Peninha.
Granito orbicular da serra do Gerês
O afloramento do granito orbicular do Couto do Osso, no Gerês, tem orientação E-W, com cerca
de 10 m de comprimento e 5 m de largura. Corresponde a uma fácies orbicular, constituída por
massas ovoides, ligadas por uma matriz granítica. Durante a cristalização destes granitos orbicula-
res ocorreu a formação de estruturas esferoidais, sendo heterogénea a distribuição dos minerais
dentro dessas esferas.
Esta rocha é formada por massas ovoides, umas quase esféricas, outras elipsoidais e outras
alongadas (fig. 1), ligadas por uma matriz semelhante ao granito da região. As dimensões dos orbí-
culos são bastante diversas desde alguns centímetros até outros que podem atingir 26 cm de com-
primento por 23 cm de largura. O núcleo de alguns destes nódulos esféricos é constituído por uma
rocha de grão fino, mesocrata, biotítica, de onde se destacam macrocristais de feldspato. Dos
núcleos para o revestimento, estabelece-se uma transição gradual, ao longo da qual aumenta a
percentagem de feldspato com características ácidas. Os diversos tipos de núcleos são rodeados
por uma camada de feldspato e quartzo, de cor clara e rosada, de 3 a 5 cm de espessura.
Uma das hipóteses para este afloramento é de que o núcleo dos orbículos terá resultado de
material pré-existente, de natureza ligeiramente menos ácida do que o granito encaixante, que
constituíram núcleos em torno dos quais se terá dado a cristalização do feldspato.
Baseado em https://geoportal.lneg.pt/pt/bds/geossitios/#!/106 [consult. Jan. 2022]; https://docplayer.com.br/70721280-
Ocorrencia-de-granito-orbicular-e-1-couto-do-osso-serra-da-peneda.html [consult. Jan. 2022]

Fig. 1 Aspetos do granito orbicular do Couto do Osso.

1. O granito orbicular e o granito da serra do Gerês apresentam uma textura e


composição mineralógica.
(A) diferente … diferente (C) idêntica … diferente
(B) diferente … idêntica (D) idêntica … idêntica

2. O granito é uma rocha magmática proveniente de um magma


(A) com baixo teor de gases dissolvidos, originado no manto.
(B) intermédio, formado numa zona de subdução.
(C) pobre em sílica, que consolidou em profundidade.
(D) rico em sílica, resultante da fusão parcial de rochas da crosta continental.

3. O teor de sílica do núcleo dos orbículos é


(A) menor do que o da camada de revestimento. (C) igual à camada de revestimento.
(B) maior do que o da camada de revestimento. (D) igual ao granito da região.
4. Por comparação com o granito envolvente, o caráter mesocrata dos orbículos deve-se à
(A) maior presença de minerais máficos. (C) maior presença de minerais félsicos.
(B) menor quantidade de sódio dos minerais. (D) menor quantidade de ferro nos minerais.

5. Ordene as afirmações de A a E, de modo a constituírem uma sequência lógica da


formaçãodo granito orbicular do Gerês.
A. Cristalização de minerais de composição intermédia.
B. Erosão das camadas suprajacentes ao maciço granítico.
C. Incorporação de agregados menos ácidos.
D. Exposição subaérea dos orbículos.
E. Cristalização de minerais félsicos.

6. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço. A cada letra
correspondeum só número.
O processo de diferenciação magmática a partir de um magma (a) pode originar todas
as rochas magmáticas numa só zona se ocorrer um processo de (b) , em que há
formaçãode minerais de acordo com a sua temperatura de fusão. Os primeiros minerais a
cristalizarem são a olivina, mineral ferromagnesiano e a (c) , uma plagióclase
cálcica. As plagióclases formam uma série (d) , em que vai ocorrendo enriquecimento
em sódio dos minerais formados. No final deste processo formam-se os minerais que irão
fazer parte das
rochas (e) .

(a) (b) (c) (d) (e)


1. basáltico 1. mistura de magmas 1. biotite 1. descontínua 1. leucocratas
2. andesítico 2. cristalização fracionada 2. anortite 2. polimorfa 2. mesocratas
3. riolítico 3. diferenciação gravítica 3. albite 3. isomorfa 3. melanocratas

7. Relacione o tempo de cristalização com o tamanho dos cristais de feldspato de alguns orbículos.

8. Apresente um argumento de apoio à hipótese formulada na explicação dos orbículos tendo


em conta o processo de diferenciação magmática.

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