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BIOLOGIA E GEOLOGIA | 11º ANO

Turma ___ - 5º Teste de Avaliação | Duração: 90 minutos | 04-05-2018


Versão 1 2017-2018

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.


Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

Grupo I | Jazida fossilífera da Prainha


A ilha de Santa Maria possui afloramentos de rochas sedimentares contendo fósseis de organismos,
predominantemente, marinhos, como a Jazida fossilífera da Prainha, localizada perto da praia Formosa e que se
encontra em risco de destruição devido ao avanço do mar.
O estudo paleontológico desta jazida fossilífera permitiu identificar um grande número de espécies de fósseis de
moluscos marinhos e de equinodermes característicos do Plistocénico (época do Período Quarternário
compreendida entre 2,5 milhões de anos e os 11,7 mil anos). A grande maioria das espécies fossilizadas ainda
existe na atualidade, nos ecossistemas litorais das ilhas dos Açores, com a exceção de moluscos termófilos
(típicos de águas quentes), como o Polynices lacteus e a Trachypolia nodulosa, cujo desaparecimento, no litoral
açoriano, parece estar relacionado com alterações na temperatura e salinidade da água do mar e,
principalmente, com a redução da extensão de alguns habitats, motivada pela subida do nível das águas do mar.
A Jazida da Prainha é constituída por depósitos costeiros, assentes sobre uma plataforma de lavas basálticas que
apresenta sinais de bioerosão provocada por ouriços-do-mar. Depositado sobre esta plataforma basáltica
encontra-se um conglomerado fossilífero, constituído por balastros rolados, com dimensões variadas,
cimentados por uma matriz carbonatada com material bioclástico (restos de conchas carbonatadas de
moluscos) incorporado. As dimensões dos seixos rolados diminuem da base para o topo do estrato. Sobre este
surge uma camada calcária formada por diferentes espécies de algas incrustantes, à qual se sobrepõem
sedimentos arenosos com bioclastos (restos de conchas carbonatadas dos moluscos e equinodermes
anteriormente referidos). No topo da sequência, cobrindo estes sedimentos surgem depósitos de aluvião
provenientes das ribeiras e das vertentes, com aspeto terroso e incoerente.
Fazem parte da biodiversidade da ilha aves como o cagarro, o priolo, a gaivota, ou mamíferos como o furão, a
doninha-anã, o morcego dos Açores.

1. As marcas de bioerosão existentes na superfície das lavas basálticas resultaram de processos de…
(A) substituição da totalidade do ser vivo por matéria mineral.
(B) moldagem das partes duras do organismo que as originou.
(C) conservação completa das partes duras do animal que as originou.
(D) preservação dos vestígios da atividade do animal que as originou.

2. Se na Jazida fossilífera da Prainha se verificar o princípio da ___ é possível concluir que ___.
(A) horizontalidade original (…) os sedimentos arenosos com bioclastos constituem o material detrítico mais
recente
(B) horizontalidade original (…) o conglomerado é a rocha detrítica consolidada mais recente
(C) identidade paleontológica (…) a camada de algas incrustantes tem a mesma idade dos sedimentos
arenosos com bioclastos
(D) identidade paleontológica (…) todas as camadas com o mesmo conteúdo fóssil têm a mesma idade

3. O estudo do conglomerado fossilífero da Prainha, mostra que durante a deposição dos sedimentos que o
constituem se verificou uma…
(A) subida do nível das águas com diminuição da sua agitação.
(B) transgressão com aumento da agitação da coluna de água.
(C) regressão com recuo da linha de costa.
(D) descida do nível das águas com aumento hidrodinamismo.

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4. A datação da Jazida fossilífera da Prainha foi realizada recorrendo a fósseis de ___ que se caracterizam por
apresentar uma estreita distribuição ___.
(A) idade (…) geográfica (C) fácies (…) estratigráfica
(B) idade (…) estratigráfica (D) fáceis (…) geográfica

5. Na praia Formosa as correntes marítimas fazem-se sentir predominantemente de Este para Oeste. A
construção de um esporão nesta praia teria como consequência…
(A) o aumento da extensão do areal em toda a praia.
(B) uma intensificação da deposição de areias a este do esporão.
(C) o acentuar da ação erosiva do mar a oeste do esporão.
(D) uma diminuição do avanço do mar sobre a Jazida fossilífera da Prainha.

6. O consumo de água do mar, por um mamífero como a doninha, conduz…


(A) à diminuição da filtração glomerular. (C) ao aumento da produção de urina.
(B) à diminuição da produção de ADH. (D) ao aumento da reabsorção de água.

7. Os peixes dos ecossistemas marinhos ao largo da ilha de Santa Maria apresentam…


(A) capacidade de excretar grande quantidade de urina diluída.
(B) capacidade de reabsorver ativamente sais ao nível das brânquias.
(C) ansas de Henle longas que contribuem para o aumento da pressão osmótica do sangue.
(D) glomérulos de Malpighi pequenos que contribuem para a retenção de água no meio interno.

8. Polynices lacteus é…
(A) ectotérmico porque a temperatura da água é um fator limitante.
(B) endotérmico porque a sua temperatura interior é igual à temperatura ambiente.
(C) ectotérmico porque a fonte de energia para aquecer o organismo é externa.
(D) endotérmico porque é caraterístico de águas quentes.

9. A maioria dos moluscos marinhos é osmoconformante. Tendo por base este facto, explique de que modo o
degelo dos glaciares pode contribuir para a variação do número de indivíduos que constituem as populações
de moluscos dos ecossistemas açorianos.

GRUPO II| A contenção de zonas de vertente por aplicação de técnicas de bioengenharia


As zonas de vertente ou taludes são, pelas suas características, áreas de maior risco geológico, havendo maior
probabilidade de ocorrência de fenómenos de mobilização de materiais geológicos de zonas superiores do
talude para zonas inferiores. No sentido de reduzir o risco geológico associado a estas zonas são implementadas
obras de engenharia nas zonas de vertente com vista à sua estabilização. Vários estudos de bioengenharia
tentam compreender a complexa interação entre a ocupação vegetal dos solos e a estabilidade das vertentes.
Do ponto de vista teórico, sabe-se que a ausência de vegetação deixa o solo mais exposto e mais suscetível a
processos erosivos.
A planta Vetiveria zizanioides reúne um conjunto de características que permitem que seja utilizada na
estabilização dos taludes, nomeadamente, o facto das suas longas raízes crescerem, quase exclusivamente, na
direção vertical, para baixo. O número e a densidade das raízes desta planta diminui com a profundidade.
Com o objetivo de verificar a influência, a diferentes profundidades, das raízes de Vetiveria zizanioides na
estabilidade do solo foi realizado o estudo que a seguir se descreve parcialmente.
Material e métodos:
1. Num terreno de cultivo de plantas de Vetiveria zizanioides foram abertas, no solo, trincheiras com 2 m
(metros) de comprimento, 2 m de largura e 1,20 m de profundidade, permitindo a recolha de vários
blocos de solo com 30 cm (centímetros) de lado e 1,20 m de profundidade (figura 1).
2. Foram recolhidos blocos de solo em zonas do terreno contendo Vetiveria zizanioides (com cinco anos de
desenvolvimento e raízes que penetram no solo até 1,20 m de profundidade) e blocos em zonas próximas
mas desprovidas de vegetação.
3. Cada bloco de solo foi verticalmente dividido em 4 amostras (figura 1).

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4. Em laboratório, as amostras recolhidas foram submetidas a ensaios de caracterização, como por exemplo,
o estudo da granulometria, e a ensaios de cisalhamento direto, nos quais as amostras de solo foram
sujeitas a tensões que permitiram avaliar a sua resistência à deformação em diferentes condições. Com
base nos dados resultantes destes ensaios foi possível determinar os parâmetros que permitem calcular o
fator de segurança dos solos nas diferentes condições consideradas. Parte dos resultados obtidos
encontram-se expressos nos gráficos da figura 2.

Figura 1| A – Trincheira com bloco de solo. B – Preparação do bloco de solo para divisão vertical. C – Estrutura de V.zizanioides.

30 cm

30 cm
0 - 120 cm

0 - 30 cm

30 - 60 cm
Raízes
60 - 90 cm

90 - 120 cm

A B C

A B
Figura 2| A – Talude com 15° de inclinação e amostra parcialmente saturada; B – Talude com 15° de inclinação e amostra saturada
C – Talude com 45° de inclinação e amostra parcialmente saturada; D – Talude com 45° de inclinação e amostra saturada

D
C

1. Formule a hipótese que estará na base do procedimento indicado no ponto 3 do estudo descrito.

2. No estudo descrito, a variável dependente foi…


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(A) a presença de raízes.
(B) a profundidade de recolha das amostras.
(C) a quantidade de água presente nas amostras.
(D) o fator de segurança do solo.

3. Atendendo ao objetivo do estudo que é apresentado, a situação controlo difere das situações experimentais
pela…
(A) ausência de raízes nas amostras sujeitas a ensaios.
(B) presença de raízes nas amostras sujeitas a ensaios.
(C) menor inclinação do talude.
(D) maior inclinação do talude.

4. Os resultados mostram que as raízes de Vetiveria zizanioides,…


(A) em todas as condições testadas, contribuem para a maior estabilidade do talude.
(B) em amostras mais profundas, não contribuem para a maior estabilidade do talude.
(C) em taludes com a mesma inclinação, contribuem de forma mais significativa para o aumento do fator de
segurança quando as amostras são saturadas.
(D) assumem um papel determinante no aumento do fator de segurança apenas nas amostras mais
superficiais.

5. A zona de recolha das amostras utilizadas no estudo descrito é formada por material sedimentar ___ pelo
que pode constituir uma zona ___ suscetível à ocorrência de movimentos em massa.
(A) não consolidado (…) menos (C) não consolidado (…) mais
(B) consolidado (…) mais (D) consolidado (…) menos

6. O fator de segurança de uma vertente…


(A) diminui, quando aumenta a força de coesão entre as partículas do solo.
(B) aumenta, quando aumentam as forças de resistência do solo.
(C) varia na razão direta da componente tangencial da força de gravidade.
(D) varia na razão inversa da componente normal da força de gravidade.

7. Os movimentos em massa são modeladores do relevo da superfície terrestre, porque atuam como…
(A) forças que provocam o aparecimento de falhas.
(B) forças que provocam a formação de dobras.
(C) agentes de erosão, de transporte e de deposição.
(D) agentes de meteorização e fatores climáticos.

8. Numa zona de vertente, os movimentos em massa são potenciados por ___ amplitudes térmicas e pela
existência de materiais permeáveis ___ a materiais impermeáveis.
(A) grandes (…) sobrejacentes (C) grandes (…) subjacentes
(B) pequenas (…) sobrejacentes (D) pequenas (…) subjacentes

9. A ocupação antrópica das zonas próximas de uma vertente, ___ a erosão hídrica na zona de vertente porque
conduz a ___ da escorrência superficial da água meteórica.
(A) aumenta (…) uma diminuição (C) aumenta (…) um aumento
(B) diminui (…) um aumento (D) diminui (…) uma diminuição

10.Faça corresponder cada uma das afirmações expressas na coluna A, relativas a processos de meteorização
que afetam as zonas de vertente, à respetiva designação, que consta da coluna B. Utilize cada letra e cada
número apenas uma vez.

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11. COLUNA A COLUNA B O
(a) É o resultado da formação de cristais de gelo nas fraturas (1) Descompressão
das rochas. (2) Termoclastia
(b) É o resultado da sujeição da rocha a constantes dilatações (3) Crioclastia
alternadas com contrações.
(4) Ação erosiva da água
(c) É o resultado da intensa evaporação de água, rica em sais,
(5) Haloclastia
contida nas rochas.
estudo descrito também revelou que a presença de raízes de Vetiveria zizanioides não afeta a força de atrito,
também designada fricção, existente entre as partículas do solo. Tendo por base este dado e o objetivo do
estudo, explique os resultados obtidos para taludes com o mesmo grau de inclinação e diferente teor de
água.

GRUPO III | O Maciço de Beja


Na região sul da Península Ibérica existem duas importantes unidades/regiões geotectónicas, que se encontram
representadas na figura 3: a Zona de Ossa Morena (ZOM) e a Zona Sul Portuguesa (ZSP).
No início da Era Paleozoica, na ZOM, ocorreu um episódio de rifting (formação de um rifte), responsável pela
formação de várias rochas básicas de textura afanítica que assentam sobre uma sequência de rochas
sedimentares que, da base para o topo, é formada por arenitos, argilitos e calcários.
Posteriormente, ainda durante a mesma Era, decorrente de uma alteração do contexto tectónico, a ZSP sofre
subdução sob a ZOM, dando origem a um novo conjunto de rochas magmáticas que constituem o Maciço Ígneo
de Beja. Este Maciço corresponde a uma associação de rochas magmáticas variadas, como dioritos, e rochas
mais recentes que fazem parte de sequências vulcano-sedimentares, das quais se salienta o Complexo de Toca
da Moura (CTM). Este complexo é constituído por rochas, como riólitos, resultantes da expulsão do magma por
fissuras, que alternam com intercalações de rochas sedimentares onde se destacam rochas carbonatadas ricas
em fósseis de corais. Atualmente, a melhor exposição do CTM verifica-se no leito da ribeira de São Cristovão,
onde são visíveis rochas resultantes da consolidação de lavas em almofada. Através do processo de datação U-
Pb (Urânio – Chumbo), foi possível atribuir uma idade de cerca de 360 M.a. às rochas do CTM.

Figura 3| Unidades Geotectónicas da Península Ibérica, onde se destaca a Zona de Ossa Morena.

1. As rochas do Complexo de Toca da Moura apresentam uma ___ razão U/Pb do que as rochas que se
formaram ___.
(A) igual (…) na fase de rifting (C) maior (…) durante a Era Cenozoica
(B) maior (…) na fase de rifting (D) igual (…) durante a Era Cenozoica

2. Os dioritos são rochas ___ que resultam da consolidação de magmas com um teor em sílica ___ ao
apresentado pelos magmas que dão origem aos riólitos.
(A) intrusivas (…) inferior (C) extrusivas (…) inferior
(B) intrusivas (…) superior (D) extrusivas (…) superior

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3. A presença de lavas em almofada no Complexo de Toca da Moura indica que o vulcanismo ocorreu em
condições…
(A) subaquáticas que foram responsáveis pela textura vítrea das rochas formadas.
(B) de emersão que permitiram a forte oxidação das rochas.
(C) subaéreas que, devido, ao arrefecimento rápido da lava originou rochas com textura fanerítica.
(D) de imersão e originou rochas com textura afanítica.

4. Nos dioritos do Maciço Ígneo de Beja é de prever a presença de minerais como a __ e __.
(A) olivina (…) plagióclase cálcica.
(B) anfíbola (…) plagióclase cálcica.
(C) olivina (…) plagióclase calcossódica.
(D) anfíbola (…) plagióclase calcossódica.

5. Faça corresponder cada uma das afirmações expressas na coluna A, à respetiva designação, que consta da
coluna B. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.

6. COLUNA A COLUNA B

(1) Peridotito
(a) Rocha com textura fanerítica de composição intermédia.
(2) Andesito
(b) Rocha vulcânica rica em albite.
(3) Diorito
(c) Rocha ultrabásica.
(4) Riólito
(5) Granito

Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de acontecimentos


que caracterizam a formação de rochas magmáticas intrusivas num contexto de orogenia de colisão.
A. Estabelecimento de condições incompatíveis com o estado de fusão.
B. Enrugamento crustal.
C. Fusão de rochas da crusta continental intensamente deformadas.
D. Atuação de forças compressivas.
E. Diminuição da solubilidade dos gases contidos no magma, favorecendo a ascensão.

7. Atendendo ao tipo de rochas intrusiva formada no contexto de subdução descrito no documento,


caracterize a natureza geológica das placas tectónicas envolvidas neste processo.

8. Tendo em consideração o contexto tectónico associado ao episódio de rifting explique a formação do magma
que deu origem às rochas básicas descritas no texto.

FIM
COTAÇÕES
Grupo I Grupo II Grupo III

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1 2 3 4 5 6 7 8 Total

6 6 6 6 6 6 6 6 15 5 6 6 6 6 6 6 6 6 7 15 6 6 6 6 7 6 10 15 200

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