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À determinação da altura de uma %85
pessoa depende da interação de 2
2
muitos genes. Por isso, há grande õ
3
variação fenotípica na população.
a
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2
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aEo
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4 a

CAPÍTULO Interações e ligações gênicas


Nos seres vivos, algumas características são determinadas pela interação entre dois
ou mais genes e, dessa forma, representam casos de interações gênicas. A altura, na
espécie humana, está entre os muitos exemplos desses casos. Um estudo genômico
identificou que ao menos 180 genes afetam a altura, o que resulta na grande variação
fenotípica que vemos na população. Além de componentes genéticos, fatores ambien-
tais e comportamentais, como a nutrição, estão relacionados à determinação da altura
e de outras características. Neste capítulo, trataremos de diferentes tipos de interações
gênicas e de casos de ligação gênica.
Interação gênica Geração P AABB aabb

Imagens: dwi putra stock/Shutterstock.com; Eric Isselee/Shutterstock.com;


Jagodka/Shutterstock.com; Rosa Jay/Shutterstock.com
(verde) (branco)
Casos de interação gênica ocorrem quando um conjunto
de genes atua na determinação de uma mesma característi-
ca. Inicialmente, trataremos de casos que envolvem dois ou
mais pares de alelos localizados em pares distintos de cro- Geração F, AaBb AaBb
(verde) (verde)
mossomos homólogos. Portanto, esses alelos segregam-se
independentemente na formação dos gametas.
Geração F, | | |

Determinação
AB A bb aaB.. aabb
de uma mesma
(verde) (azul) (amarelo) (branco)
característica
9/16 3/16 3/16 1/16

Ms
Segregação independente

000
Representação do cruzamento mendeliano para a herança da cor da plumagem
em periquitos-australianos.

E et)
Apesar de a proporção obtida em F, no exemplo da cor da
plumagem em periquitos-australianos ser 9:3:3:1, este é
um caso que analisa a herança de uma característica com
Gametas (25% de cada)
diversos fenótipos. Assim, difere de um caso clássico de
Representação esquemática de uma célula com dois pares de alelos com segunda lei de Mendel, que se refere à herança de duas
segregação independente que interagem na determinação de uma mesma características. Além disso, há casos de interação gênica
característica e dos gametas que essa célula pode formar.
nos quais a proporção observada em F, é diferente de
9:3:3:1, como será verificado a seguir.
Um exemplo de interação gênica é observado na de-
terminação da cor da plumagem em periquitos-australianos
(Melopsittacus undulatus), que envolve dois genes, cada
um com dois alelos (A e q; Be b). As penas nessas aves Genes que interagem na mesma
podem ser verdes, azuis, amarelas ou brancas. Periquitos via metabólica
com ao menos um alelo dominante de cada gene (A B )
Alguns genes atuam na mesma via metabólica,
são verdes; os que têm ao menos uma dose do alelo A
cada um controlando uma etapa diferente dela; conse-
e são bb (A bb) são azuis; os que são aa e carregam ao
quentemente, atuam na determinação de uma mesma
menos uma dose do alelo B (aaB) têm plumagem amarela;
característica. Em casos como esse, o fenótipo resulta da
por fim, os de genótipo aabb têm penas brancas.
ação complementar dos alelos dominantes dos genes en-
Et volvidos. Esse padrão de herança, também chamado de
(cor da plumagem) genes complementares, é exemplificado pela cor da flor
A B (AABB, AABb, AGBB ou AaBb) em ervilhas Pisum sativum.
No século XIX, Mendel explicou a herança cor da flor
A bb (AAbb ou Aabb)
de ervilhas como um caso que envolvia somente um gene
aaB. (aaBB ou aaBb)
com dois alelos. Entretanto, trabalhos posteriores demons-
aabb traram que a determinação dessa herança envolve dois
Fenótipos e genótipos para a cor da plumagem em periquitos-australianos. genes (C e P), cada um com dois alelos (Ce c; Pe p).
A produção do pigmento que confere cor púrpura às flores
Considerando a sequência mendeliana clássica de depende da presença de ao menos uma dose de cada ale-
cruzamentos, com origem em uma geração P na qual pe- lo dominante no genótipo (C P ). Esses alelos determinam
riquitos verdes puros (AABB) são cruzados com periquitos a produção de enzimas que catalisam etapas diferentes de
brancos puros (aabb), é obtida uma geração F, constituí- uma mesma via bioquímica; portanto, ambos são necessá-
da apenas por periquitos de penas verdes heterozigotos rios para que a rota metabólica da produção do pigmento
(AaBb). O cruzamento entre os indivíduos da F, resulta em se complete. Caso um dos alelos dominantes (ou ambos)
uma geração F, cuja proporção fenotípica esperada é de esteja ausente (genótipos C pp, ccP. ou ccpp), a via me-
9 verdes:3 azuis:3 amarelos:1 branco. tabólica é interrompida e a flor tem cor branca.

BIOLOGIA * Capítulo 13 * Interações e ligações gênicas


Epistasia recessiva
y ! Quando a inibição decorre da presença de um alelo
do gene epistático em dose dupla, a epistasia é chamada
de recessiva.
y ! A cor da pelagem em cães labradores envolve epis-
Substância —
mm Substância Substância final
tasia recessiva. Nessa herança, há dois genes envolvidos:
precursora intermediária (pigmento púrpura)
B e E, cada um com dois alelos (Be b;F e e). O alelo B
Representação esquemática da via metabólica da formação do pigmento
púrpura nas flores de ervilhas Pisum sativum. A ausência dos alelos C e/ou P
determina a produção de pigmento preto, enquanto o
inviabiliza a produção das enzimas 1 e/ou 2, respectivamente, e interrompe a alelo b condiciona a formação de pigmento marrom (ou
rota metabólica da produção do pigmento púrpura. chocolate). Porém, a deposição do pigmento nos pelos,
independentemente da cor, é determinada pela presença
Fenótipos (cor da flor) do alelo E. Dessa forma, o alelo e em homozigose (ee)
CP (CCPP, CCPp, CcPP impede a deposição do pigmento nos pelos e determi-
ou CcPp) na pelagem de cor amarela (ou dourada), evidenciando
C pp(CCpp ou Ccpp), ccP. a epistasia recessiva. Observe, no quadro a seguir, os
(ccPP ou ccPp), ccpp fenótipos e os genótipos relacionados a essa herança.
Fenótipos e os genótipos para a herança da cor da flor em ervilhas Pisum sativum.

Nesse tipo de interação, a proporção fenotípica espera-


da em F, é 9:7. Considerando o raciocínio mendeliano, de ou BbEe)
uma geração P na qual ervilhas puras com flores púrpuras
bbE (bbEE ou bbEe)
(CCPP) são cruzadas com ervilhas puras de flores bran-
cas (ccpp), é obtida uma geração F, formada apenas por — ee (BBee, Bbee ou bbee)

descendentes heterozigotos (CcPp) produtores de flores Fenótipos e genótipos para a herança da cor da pelagem em cães
púrpuras. O cruzamento entre os indivíduos da F, resulta labradores.

em uma geração F, cuja proporção fenotípica esperada


Na epistasia recessiva, a proporção fenotípica espe-
é de 9 púrpuras:7 brancas.
rada em F, é 9:3:4. Cruzando, na geração P, labradores
pretos homozigotos para os dois pares de alelos (BBEE)
Geração P CCPP ccpp
(púrpura) x (branca) com cães amarelos duplo-homozigotos recessivos (bbee),
é gerada uma F, apenas com animais heterozigotos (BbFe),
de pelo preto. O cruzamento entre os indivíduos da F, resul-
CcPp CcPp ta em uma geração F, cuja proporção fenotípica esperada
Geração F, (púrpura) (púrpura)
é de 9 pretos:3 marrons:4 amarelos.

Geração P BBEE bbee


(preto) (amarelo)
Geração F, CP. C pp cer ccpp
(púrpura) (branca) (branca) (branca)
9/16 3/16 3/16 1/16 BbEe x BbEe
Geração F, (preto) (preto)
Imagens: Petr Ganaj/Shutterstock.com,
Tom Meaker/Shutterstock.com

9/16 716

GeraçãoF, BE. bbE. Bee bbee


(preto) (marrom) (amarelo) (amarelo)
9/16 3/16 3/16 1/16
e e Tv

Representação do cruzamento mendeliano para a herança da cor da flor em 9/16 3/16 46


Pisum sativum.
Imagens: Eric Isselee/Shutterstock.com,
Jagodka/Shutterstock.com,
MirasWondertand/Shutterstock.com

Epistasia
Em interações de epistasia, um gene (denominado
epistático) inibe a manifestação de outro (chamado de
hipostático), localizado em outro par de cromossomos
homólogos. Portanto, na epistasia, um alelo exerce sua
expressão ao mesmo tempo que bloqueia a expressão de o
Representação do cruzamento mendeliano para a herança da cor da qo
[mm
alelos de outro gene. pelagem em cães labradores. £z
mm
[0a
o
md
ARS Turis dedaleiras brancas puras (WWDD) e dedaleiras vermelho-
-claras (wwdd) resulta em uma F, constituída por plantas
A interação por genes complementares que determinam heterozigotas (WwDa), todas brancas. O intercruzamento
a cor da flor de ervilhas, descrita anteriormente, pode ser
entre as dedaleiras da F, resulta em uma geração F, cuja
considerada um caso de epistasia, especificamente uma
proporção fenotípica esperada é de 12 brancas: 3 vermelho-
epistasia recessiva duplicada, pois o alelo c em dose du-
-escuras:4 vermelho-claras.
pla (cc) inibe a expressão fenotípica do alelo P, enquanto
o alelo p em homozigose (pp) impede a manifestação
fenotípica do alelo C.
Herança quantitativa
Na natureza, há uma série de casos nos quais a
variação fenotípica de um caractere não é nitidamente
Epistasia dominante contrastante, como aquelas que Mendel observou ao es-
Em casos de epistasia dominante, basta uma dose do tudar a transmissão das características nas ervilhas Pisum
alelo dominante do gene epistático para que a inibição ocor- sativum (como sementes amarelas ou verdes).
ra. Um exemplo ocorre na determinação da cor da flor em Em pessoas, por exemplo, características como altura,
dedaleiras (Digitalis purpurea). Dois genes interagem nessa peso e tonalidade da pele exibem fenótipos com varia-
herança. O gene D condiciona a intensidade de pigmento nas ção contínua, isto é, com valores mensuráveis entre dois
pétalas: o alelo D determina coloração mais intensa (verme- fenótipos extremos. Esses casos correspondem a um tipo
lho-escura), enquanto o alelo d determina coloração menos de interação gênica denominada herança quantitativa (ou
intensa (vermelho-clara). O gene W determina o padrão de poligênica), caracterizada pelo efeito aditivo que alelos de
deposição do pigmento nas pétalas: o alelo W condiciona flor dois ou mais genes têm sobre a mesma característica. Os
com pétalas brancas e o alelo w determina a pigmentação das alelos aditivos (em geral, representados por letra maiúscu-
pétalas. O alelo dominante W é, portanto, epistático sobre o la) intensificam o fenótipo, enquanto os alelos não aditivos
gene D; assim, uma única dose desse alelo no genótipo define (geralmente, representados por letra minúscula) não têm
o fenótipo flor branca. Quando o indivíduo é homozigoto esse efeito.
para o alelo w e carrega ao menos uma dose do alelo D Para ilustrar a herança quantitativa, suponhamos que
(wwD), a flor é vermelho-escura. Quando tem os alelos w a determinação da altura de uma planta hipotética envolva
e d em homozigose (wwdad), a flor é vermelho-clara. dois genes, 4 e B, cada um com dois alelos (A e q; Be b).
O genótipo para a altura dessa planta contém, portanto,
Fenótipos (cor da flor) quatro alelos. O genótipo que determina a altura mínima é
w.--(WWDD, WWwDa, WWda, composto apenas por alelos não aditivos (aabb), enquanto
WwDD, WwDd ou Wwda) o genótipo que condiciona altura máxima é formado apenas
wwD (wwDD ou wwDd) por alelos aditivos (AABB). O número de fenótipos possíveis
em uma herança poligênica é dado pela seguinte fórmula:
wwdd
número de fenótipos possíveis = número de alelos + 1
Fenótipos e genótipos para a herança da cor da flor em dedaleiras (Digitalis
purpurea).
Assim, para essa planta, há um total de cinco fenóti-
Geração P WWDD wwdd pos possíveis para a altura. A determinação dos fenótipos
(branca) (vermelho- depende de quanto cada alelo aditivo contribui para a in-
| -clara) tensificação do fenótipo. Essa contribuição é determinada
pela seguinte fórmula:
WwDd WwDd fenótipo máximo — fenótipo mínimo
Contribuição de cada alelo aditivo =
Geração F; (branca) (branca) total de alelos
Supondo que, nesse caso, a altura mínima seja 2 me-
tros, e que a altura máxima seja 4 metros, temos:
| |
Geração F, WD. W dd wwD wwdd Contribuição de cada alelo aditivo =
4 metros — 2 metros 0,5 metro
(branca) (branca) (vermelho- | (vermelho- total de alelos
Imagens: Ole Schoener/Shutterstock.com; Irene Fox/
Shutterstock.com; Vasyl RoharyShutterstock.com

9/16 3/16 -escura) -clara)


3/16 1116 Isso significa que cada alelo aditivo torna a planta
“ç—
0,5 metro mais alta. Dessa forma, indivíduos com um alelo
3/16 aditivo devem ter 2,5 metros de altura; plantas com dois
alelos aditivos, 3 metros; e assim por diante.

Fenótipos (altura da planta)


AABB
AaBB ou AABb
AAbb, aaBB ou AaBb
Representação do cruzamento mendeliano para a herança da cor da flor em
dedaleiras (Digitalis purpurea).
Aabb ou aaBb
aabb
A F,, nos casos de epistasia dominante, exibe a pro- Fenótipos e genótipos para a herança da altura em uma espécie hipotética
porção fenotípica de 12:3:1. Uma geração P composta de de planta.

BIOLOGIA * Capítulo 13 * Interações e ligações gênicas


Considerando a sequência mendeliana de cruzamentos ABS eaaa ea EfeOS
de uma geração P, na qual plantas puras com altura máxima
(AABB) são cruzadas com plantas puras de altura mínima A variação fenotípica contínua é comumente influenciada
por fatores ambientais. Por exemplo, a altura que uma
(aabb), é obtida uma geração F, composta apenas por in-
planta atinge depende, além da sua constituição genéti-
divíduos heterozigotos (AaBb), com 3 metros de altura. Em
ca, da disponibilidade de água, oxigênio e nutrientes no
um caso como esse, cujo genótipo contém quatro alelos, o
solo. Outro exemplo, facilmente observável em humanos,
cruzamento entre os indivíduos da F, resulta em geração
é a tonalidade da pele, cuja intensidade está ligada à
F., cuja proporção fenotípica esperada é de 1 (4 metros):
quantidade de melanina produzida pelos melanócitos,
:4 (3,5 metros):6 (3 metros):4 (2,5 metros):1 (2 metros). células da epiderme. A produção de melanina por um
Geração P AABB x aabb indivíduo depende do número de alelos aditivos conti-
(4 metros) (2 metros) dos no genótipo: quanto mais alelos aditivos, maior é a
produção de melanina e, portanto, mais escura é a pele.
Contudo, quando uma pessoa de pele mais clara, isto é,
Geração F AaBb AaBb com menos alelos aditivos em seu genótipo, expõe-se
1 Planta 1 ( (3 metros) (3 metros) Planta 2 frequentemente ao sol, a produção de melanina aumenta
e a pele escurece. Dessa forma, o ambiente influencia a
natureza quantitativa das heranças poligênicas, ampliando
Gametas produzidos pela planta 2 ainda mais a variação fenotípica desses casos. Quando
r + a diversos fatores, como genéticos e ambientais, influen-
ciam a determinação do fenótipo, a herança pode ser
chamada de multifatorial.
AABB | AABb AaBB AaBb
Gametas AABb | AAbb AaBb Aabb
produzidos
pela planta 1 AaBB AaBb aaBB aaBb
Ligação gênica
Os casos de ligação gênica, ou linkage, são situações
AaBb Aabb aaBb aabb
nas quais dois ou mais pares de alelos estão localizados
Proporção fenotípica em F, no mesmo par de cromossomos homólogos. Um cromos-
* 1/16: 4 metros somo pode conter centenas ou milhares de genes e, nessa
* 4/16: 3,5 metros
condição, os alelos tendem a ser herdados juntos. Assim,
* 6/16: 3 metros
* 4/16: 2,5 metros
os resultados obtidos de cruzamentos envolvendo genes
* 1/16: 2 metros ligados são diferentes daqueles esperados na segunda
Representação do cruzamento mendeliano para a herança da altura de uma lei de Mendel, cuja base é a segregação independente
planta hipotética. dos alelos.
A análise gráfica dos resultados obtidos no cruzamen-
to acima revela uma característica marcante das heranças
quantitativas: a curva da distribuição das frequências fe-
notípicas tem formato similar a um sino. Isso porque os
fenótipos médios são, em geral, mais comuns, enquanto
os fenótipos extremos são menos frequentes.

Frequências fenotípicas

Alelos em pares distintos de Alelos em


cromossomos homólogos linkage
8.
16
Representação esquemática de duas células com genótipo duplo-
-heterozigoto (AaBb). À esquerda, os alelos estão em pares de cromossomos
homólogos distintos, condição de ocorrência para a segregação
independente. À direita, os alelos estão no mesmo par de homólogos,
o 41 caracterizando o linkage. Nesse caso, na meiose, os alelos 4 e B, bem como
SCc 16 os alelos a e b, tendem a permanecer juntos.
<Q
3
o
2 Meiose na segregação independente e na
uu

ligação gênica
Como já estudamos, em uma célula com genótipo
Al duplo-heterozigoto, na qual os pares de alelos estão em
16 pares de cromossomos homólogos diferentes, a meiose
resulta na formação de quatro tipos de gametas quanto
Intensidade do fenótipo
à composição alélica, sendo que cada tipo é formado na
Distribuição das frequências fenotípicas esperadas em F, para os casos :
proporção de 25%. Isso porque esses pares de alelos se
de herança quantitativa que envolvem genótipos com quatro alelos. segregam independentemente na formação dos gametas.
Crossing over e ligação gênica
25% O crossing over, ou permutação, consiste na troca de

5 E) 3 Cd
segmentos correspondentes entre cromátides de cromos-
somos homólogos. Essa troca ocorre na prófase | da meiose,
quando os homólogos estão duplicados e pareados.
25%
Como consequência da permutação, a distribuição
dos alelos no par de homólogosé modificada, carac-
terizando um processo de recombinação gênica que
aumenta a variedade de combinações alélicas possíveis
25%
nos gametas.

25%

Representação esquemática da meiose uma célula com genótipo duplo-


heterozigoto (AaBb), na qual os pares de alelos estão em pares de
homólogos distintos e, por isso, segregam independentemente.

Para analisar a formação dos gametas em casos de


ligação gênica, é preciso levar em conta o arranjo dos alelos
no par de cromossomos homólogos. Considerando um ge- somosomos
Cromossomos homólogos Quiasma (local do
Tt
Cromátides
nótipo duplo-heterozigoto, a conformação dos alelos pode pareados e duplicados na crossing over) recombinantes
ser cis ou trans. No arranjo cis, os alelos dominantes estão prófase | da meiose

em um cromossomo e os recessivos, no seu homólogo. Representação esquemática do crossing over, resultando na recombinação
de segmentos entre os cromossomos homólogos.
Quando há um alelo dominante e um recessivo em cada
cromossomo do par, é caracterizada a conformação trans. A permutação entre dois genes na meiose é um pro-
cesso que pode ou não ocorrer. Os gametas gerados
independentemente da ocorrência do crossing over man-
têm a distribuição inicial dos alelos e são denominados
gametas parentais, enquanto aqueles formados com a
ocorrência do crossing over, apresentando as novas com-
binações alélicas, são chamados gametas recombinantes.

E
Arranjo cis Arranjo trans
Representação esquemática de duas células com genótipo duplo-heterozigoto
(AaBb) com genes em linkage nos arranjos cis e trans.
ello
No caso ilustrado, o genótipo em conformação cis pode
ser representado como AB/ab ou Ae, enquanto o genótipo
a
do trans pode ser representado como Ab/aB ou Ab,
aB
Independentemente do arranjo, os alelos localizados

Sol
no mesmo cromossomo tendem a ser herdados juntos.
Assim, os gametas formados do heterozigoto cis são AB e

DD DO4) 0)
ab, enquanto aqueles formados do heterozigoto trans são
Ab e aB. Em ambos os casos, os gametas são formados na
proporção de 50% cada.
Gametas Gameta Gametas Gameta
4 |
parentais parental recombinantes parental

olhe Representação esquemática da meiose sem crossing over (à esquerda) e


com crossing over (à direita) em um duplo-heterozigoto cis, indicando os
Meiose gametas parentais e os recombinantes.

Como vimos, em casos de ligação gênica nos quais


não há permutação, os tipos de gametas são formados na
mesma proporção. Isso não é observado quando ocorre
crossing over em casos de linkage, uma vez que, geral-
50%
Representação esquemática dos tipos de gametas formados pela meiose de
mente, a porcentagem de gametas recombinantes é menor
um heterozigoto cis, à esquerda, e trans, à direita. que a de gametas parentais.

10 BIOLOGIA * Capítulo 13 * Interações e ligações gênicas


Taxa de recombinação e mapeamento genético
A taxa de recombinação (TR), ou taxa de permutação, corresponde à porcentagem de gametas recombinantes
formados por meio de crossing over entre dois genes.
Ela pode ser determinada por meio do cálculo a seguir.

número de gametas recombinantes 4


TR 00
total de alelos

Considerando a formação de gametas a partir de 100 células de um indivíduo duplo-heterozigoto cis (AB/ab), admi-
tamos que em 60 células ocorreu permutação; portanto, 40 células sofreram meiose sem crossing over. Nessa situação,
qual é a taxa de recombinação?
Cada célula que passa por meiose gera 4 células-filhas. Portanto, das 100 células iniciais, são formadas 400 células,
sendo 160 delas oriundas de meiose sem crossing over. Das 240 células provenientes de meiose com permutação,
120 células correspondem a gametas recombinantes. Portanto, temos, nesse caso, que a taxa de recombinação é de 30%.

Meiose com permutação Meiose com permutação


(40 células = 40%) (60 células = 60%)

Gametas (160) Gametas (240)

AB (80) ab (80) AB (60) ab (60) Ab (60) aB (60)


o NO

Gametas parentais (280) Gametas recombinantes (120)

TR — Número de gametas recombinantes . 199 — 120.400 — 30%


total de gametas 4
Representação esquemática da proporção de gametas parentais e recombinantes e o cálculo da taxa de recombinação.

A análise do caso hipotético acima permite concluir que a taxa de recombinação está atrelada à porcentagem de
células nas quais ocorreu permutação. Se metade das células-filhas geradas na meiose com crossing over corresponde a
gametas recombinantes, outro caminho para determinar a taxa de recombinação é dividir a porcentagem de células que
sofrem crossing over por 2.
— % de células com permutação | 60 = 30%
TR 2 2

Assim, o valor máximo para a TR é de 50%, observado em casos nos quais 100% das células têm meiose com permutação.
A quebra das cromátides dos cromossomos homólogos pode ocorrer em qualquer ponto entre dois genes em linkage.
Dessa forma, quanto mais distantes os genes estiverem no cromossomo, maior será a probabilidade de haver crossing
over entre eles, e mais alta será a proporção de gametas recombinantes, resultando em maior taxa de recombinação.
Portanto, a taxa de recombinação indica a distância linear entre dois genes ligados e pode ser usada na construção de
mapas genéticos, ou mapas cromossômicos.
Em 1911, o geneticista estadunidense Alfred Sturtevant (1891-1970) definiu uma unidade de mapa (u.m.) corre-
lacionando a taxa de recombinação com a distância entre genes ligados. Essa definição determina que 1% de taxa de
recombinação corresponde a 1 u.m. de distância entre os genes. Uma unidade de mapa pode também ser denominada um
centimorgan (cM), em homenagem a Thomas Morgan (1866-1945), importante geneticista estadunidense que foi professor
de Sturtevant. Há, ainda, outras possibilidades de nomenclatura das unidades de mapa, como unidade de recombinação
(UR), unidade de distância (UD) ou morganídeo.
A elaboração de mapas genéticos para determinação da posição dos genes em um cromossomo pode ser feita da seguinte
maneira: considere, por exemplo, um cromossomo com três genes ligados, 4, B e C,e que a TR entre 4 e B seja 9%, entre
AeCseja 23% e entre Be C seja 14%. Primeiro, posiciona-se no mapa os genes mais distantes, isto é, aqueles com maior
taxa de recombinação. Os demais genes
n o . 9 um. 14 u.m.
são colocados entre eles. Assim, é obtido o A A
mapa genético apresentado ao lado. ss..." so oo
EN

23 um.
Representação do mapa cromossômico exemplificado.
md
md
- Defina interação gênica.

- Explique a diferença na interpretação da proporção 9:3:3:1 em F,, obtida em certos casos de interação gênica em
comparação com essa mesma proporção observada em casos clássicos de segunda lei de Mendel.

- Explique em que consiste a interação gênica por epistasia.

. Diferencie, conceitualmente, epistasia recessiva e epistasia dominante.

- Compare epistasia recessiva e dominante em relação à proporção fenotípica esperada em F..

- Defina herança quantitativa, descrevendo como os alelos aditivos influenciam a variação dos fenótipos.

. Defina ligação gênica.

. Compare a formação de gametas em casos de segregação independente e de ligação gênica. Considerando um


indivíduo duplo-heterozigoto (AaBb), diferencie os arranjos cis e trans dos alelos no par de cromossomos homólogos.

- Defina taxa de recombinação e explique como esse parâmetro é usado na construção de mapas genéticos.

. Dois genes, A e B, estão localizados no mesmo cromossomo e a taxa de recombinação entre eles é 20%. Conside-
rando um indivíduo heterozigoto (AaBb) em que os alelos estão em posição trans, determine quais são os gametas
parentais e recombinantes que ele produz e indique em qual proporção eles são gerados.

1. Unicamp-SP 2022 Após a transformação do meriste- 2. Unesp 2016 Na cobra do milharal, os alelos A/a e B/b
ma vegetativo em meristema floral, há o surgimento regulam a coloração da pele. O pigmento preto é de-
da flor. De forma genérica, uma flor é constituída por terminado pelo alelo dominante A, enquanto o alelo
verticilos florais, que são: o cálice (constituído pelas recessivo a não produz esse pigmento. O pigmento
sépalas), a corola (constituída pelas pétalas),o andro- laranja é determinado pelo alelo dominante B, en-
ceu e o gineceu. Segundo o modelo de determinação quanto o alelo b não produz esse pigmento. A cobra
genética ABC, a identidade dos verticilos é definida selvagem produz os pigmentos preto e laranja. Cobras
pela interação de pelo menos três genes. A atividade pretas produzem apenas pigmento preto. Cobras laran-
do gene A é necessária para a formação do perian- ja produzem apenas pigmento laranja. Existem ainda
to (verticilos não reprodutivos). A atividade do gene cobras albinas, que não produzem os dois pigmentos.
C é necessária para a formação dos verticilos re- As figuras apresentam os quatro fenótipos possíveis de
produtivos. A atividade do gene B está envolvida na coloração da pele.
diferenciação entre pétalas (onde o gene B está ativo)
e sépalas (onde o gene B está inativo), assim como
na diferenciação entre estames (onde o gene B está
ativo) e carpelos (onde o gene B está inativo). Uma flor
completa de angiosperma e duas flores hipotéticas
(Flor le Flor Il) são apresentadas a seguir.

Flor completa Flor | Flor Il ; .


laranja albina
Assinale a alternativa que apresenta os genes ativos Assinale a alternativa na qual os genótipos represen-
nas flores | e Il. tam, respectivamente, uma cobra selvagem e uma
a) flor: AeB;florl:Bec. cobra albina.
b) florl:BeC;florl:iAeB. a) AaBbe aabb. d) aaBBe Aabb.
c) flor: AeB;florl:iAec. b) aaBb e aabb. e) Aabbe aaBb.
d) flor: AeC;florl:Bec. c) AaBbe AAbb.

12 BIOLOGIA * Capítulo 13 * Interações e ligações gênicas


3. UFG-GO 2014 Leia as informações a seguir. - UFPR 2018 Em uma espécie de mamíferos, a cor da
Em uma dada espécie de abóbora, a interação de dois pelagem é influenciada por dois genes não ligados.
pares de genes condiciona a variação fenotípica dos Animais AA ou Aa são marrons ou pretos, dependendo
frutos. Frutos na forma discoide são resultantes da do genótipo do segundo gene. Animais com genótipo
presença de dois genes dominantes. A forma esférica aa são albinos, pois toda a produção de pigmentos
deve-se à presença de apenas um dos dois genes está bloqueada, independentemente do genótipo do
dominantes. Já a forma alongada é determinada pela segundo gene. No segundo gene, o alelo B (preto)
interação dos dois genes recessivos. é dominante com relação ao alelo b (marrom). Um
De acordo com as informações, o cruzamento entre cruzamento entre animais AaBb irá gerar a seguinte
uma abóbora esférica duplo homozigota com uma abó- proporção de prole quanto à cor da pelagem:
bora alongada resulta, na linhagem Fi, em uma propor- a) 9 pretos — 3 marrons — 4 albinos.
ção fenotípica de: b) 9 pretos — 4 marrons — 3 albinos.
a) 6/16 alongada. c) 3 pretos — 1 albino.
b) 8/16 esférica. d) 1 preto — 2 marrons — 1 albino.
c) 9/16 discoide. e) 3 pretos — 1 marrom.
d) 16/16 alongada.
- Fuvest-SP 2018 Nos cães labradores, a cor da pe-
e) 16/16 esférica.
lagem preta, chocolate ou dourada depende da
- UFU-MG 2020 Em uma determinada variedade de interação entre dois genes, um localizado no cromos-
planta, as flores podem apresentar pigmentação incolor, somo 11 (alelos Be b) e o outro, no cromossomo 5
azul, violeta ou roxa. Suponha-se que essa pigmenta- (alelos E e e). O alelo dominante B é responsável pela
ção, catalisada por quatro enzimas, seja determinada síntese do pigmento preto e o alelo recessivo b, pela
por genes com segregação independente que par- produção do pigmento chocolate. O alelo dominante
ticipam de uma mesma via metabólica hipotética, E determina a deposição do pigmento preto ou cho-
conforme representado abaixo. colate nos pelos; e o alelo e impede a deposição de
pigmento no pelo.
Dentre 36 cães resultantes de cruzamentos de cães
|
Azul ato 3 |—
Enzima
ims
a s” | = lócus C heterozigóticos nos dois lócus com cães duplo-ho-
| | Encc
Enzima 1 — mozigóticos recessivos, quantos com pelagem preta,
lócus A
chocolate e dourada, respectivamente, são esperados?
Incolor > Incolor Enzima 4 — Roxo
lócus D Z A a) 0,0€e 36. d) 18,0e 18.
Enzima 3 — Lao b) 9,9e 18. e) 18,18e0.
lócus C IN, A encima | c) 18,9e9.
= Violeta” | jocus
5 —
- UFU-MG 2015 Em uma determinada raça de cão há
Considerando-se que, em plantas homozigóticas re- três possibilidades de cores de pelo: preta, amarela e
cessivas para o locus correspondente, exista a determi- marrom. O alelo M é responsável pela cor preta, e seu
nação de enzimas inativas que são incapazes de mediar alelo recessivo, pela cor marrom. O gene E, não aléli-
as respectivas etapas de produção dos pigmentos, ana- co de M, condiciona o depósito de pigmento preto ou
lise as afirmativas abaixo. marrom no pelo. Já o alelo recessivo (e) impede esse
l. Os genótipos possíveis para uma planta com depósito, originando o pelo amarelo.
flores violeta serão: AabbCcdd, AAbbCcda, No cruzamento entre dois cães dessa raça, um de pelo
AAbbCCdd e AabbCCda. preto heterozigoto para os dois pares de genes e outro
H. Os genótipos AABbCcdd, aaBbCcDD e AaBbccdd marrom descendente de uma mãe amarela, espera-se
produzem, respectivamente, flores com pigmen- na descendência uma proporção fenotípica de:
tação roxa, incolor e azul. a) 6 pretos: 2 amarelos.
ll. A proporção fenotípica esperada, da pigmen- b) 3 pretos: 3 marrons: 2 amarelos.
tação das flores das plantas descendentes do c) 3 pretos: 5 marrons.
cruzamento entre AAbbCCDd x aabbccdd, é de: d) 4 pretos: 3 marrons: 1 amarelo.
1 incolor: 1 roxa.
- UEPG/PSS-PR 2022 A tabela a seguir apresenta a
IV. O cruzamento entre AAbbCcDD x aabbccdd não
correspondência entre os genótipos e fenótipos para
produzirá descendentes com pigmentação inco-
a cor da pelagem em cães da raça labrador. Nesse
lor das flores.
caso, o alelo dominante B codifica o pigmento preto
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas e o alelo recessivo b, o pigmento marrom, que dá a
corretas. cor chocolate. Os alelos do outro loco interferem na
a) Apenasle ll. deposição do pigmento. O alelo dominante E permite
b) Apenas llle IV. a deposição do pigmento no pelo, enquanto o alelo
EN

c) Apenas, l e Ill. recessivo e impede essa deposição. Analise as alter-


d) Apenaslle MV. nativas a seguir e assinale o que for correto.

1
tw
a) não segue as leis de Mendel.
b) não é herdada e, sim, ambiental.
BE. Preto
c) apresenta herança mitocondrial.
bbE Chocolate
d) é definida por mais de um gene.
Bee Amarelo
e) é definida por um gene com vários alelos.
bbee Amarelo
11. IFBA 2017 O processo de formação do povo brasilei-
01 Acorda pelagem do cão labrador é um exemplo de
epistasia recessiva e ocorre quando um par de ale-
ro é histórico, cultural e biológico. A determinação da
cor da pele representa um caso de herança poligêni-
los recessivos inibe a ação de alelos de outro par.
ca e sua expressão sofre interferência das condições
02 O cruzamento entre uma fêmea de pelagem
do ambiente.
preta e genótipo BBEE e um macho de pela-
Sobre o mecanismo de herança poligênica é correto
gem amarela e genótipo bbee resulta em todos
afirmar:
os descendentes amarelos.
04 O cruzamento entre labradores pretos e com
a) A expressão da característica para pigmentação
da pele representa um caso de epistasia, em que
genótipos BbEe resulta em uma prole com uma
proporção fenotípica esperada de 9/16 pretos, um gene neutraliza a ação daquele que não é o
3/16 chocolates, e 4/16 amarelos.
seu alelo.
b) As variações da pigmentação da pele podem ser
08 Cem por cento de descendentes com cor de
explicadas pela quantidade de genes que apre-
pelagem preta são esperados a partir de um
sentam efeitos cumulativos.
cruzamento de fêmeas e machos que possuem
genótipo bbEE. c) Alterações ambientais provocam modificações
nos genes responsáveis pela expressão da ca-
Soma: racterística, sendo responsáveis pelas variações
de pigmento no conjunto populacional.
Unioeste-PR Em abóboras, a cor do fruto é determi-
d) Todas as variações da pigmentação da pele podem
nada por dois genes de segregação independente: os
ser explicadas por um par de alelos que podem se
genótipos CC e Cc produzem frutos brancos, enquan-
expressar em homozigose ou heterozigose.
to cc é necessário para produção de fruto colorido,
e) Por se tratar de uma expressão de dominância e
cuja cor é determinada pelo segundo gene: cor ama-
recessividade, na herança poligênica, os genóti-
rela (VV e Wy) ou verde (vv). Do cruzamento de duas
pos homozigotos recessivos comportam-se como
plantas brancas, heterozigotas para os dois loci, CcVv,
genes letais, portanto, não se expressam no con-
serão produzidas
junto da população.
a) 12/16 de plantas com frutos coloridos.
b) 1/16 de plantas com frutos amarelos. 12. PUC-RS 2020 Observe a distribuição genotípica de
c) 3/4 de plantas com frutos brancos. indivíduos em uma população hipotética.
d) 3/16 de plantas com frutos verdes.
e) apenas plantas com frutos brancos. Distribuição genotípica da população
250
10. Enem PPL Após a redescoberta do trabalho de Gregor
Mendel, vários experimentos buscaram testar a uni- 200
versalidade de suas leis. Suponha um desses ex-
perimentos, realizado em um mesmo ambiente, em 150

que uma planta de linhagem pura com baixa estatura


100
(0,6 m) foi cruzada com uma planta de linhagem pura
de alta estatura (1,0 m). Na prole (F1) todas as plan- 50
tas apresentaram estatura de 0,8 m. Porém, na F2
(F1 X F1) os pesquisadores encontraram os dados o
a seguir.
Espera-se que, nesta população, a proporção de ga-
PR ER ETC E Cu cicçeo] [dee] reli e R Die)
e metas produzidos contendo, pelos menos, um gene
dominante seja de aproximadamente
10 63
a) 1/3 c) 3/4
0,9 245
b) 2/3 d) 3/8
0,8 375

0,7 255
13. FCMSCSP 2018 Em uma espécie de leguminosa, o
comprimento das vagens é determinado por dois ge-
0,6 62
nes que segregam independentemente, cada um deles
Total 1000
com dois alelos, e varia segundo a presença de alelos
Os pesquisadores chegaram à conclusão, a partir da dominantes no genótipo. O gráfico estabelece as pro-
observação da prole, que a altura nessa planta é uma porções das cinco classes fenotípicas obtidas a partir
característica que do cruzamento entre plantas duplo-heterozigotas.

14 BIOLOGIA * Capítulo 13 « Interações e ligações gênicas


E
Número de indivíduos

16. Unesp 2023 Rio Claro, Araraquara e São José do


Rio Preto, cidades paulistas às margens da rodovia
Washington Luiz, possuem câmpus da Unesp. O mes-
mo acontece em relação às cidades de Botucatu,
13
Bauru e Araçatuba, localizadas às margens da rodovia
Comprimento da vagem (cm)
Marechal Rondon.
Sobre os genótipos em cada uma das classes feno- O mapa apresenta a localização dessas cidades no
típicas, é correto afirmar que as plantas com vagens estado de São Paulo.
a) de qualquer um dos fenótipos têm pelo menos
um alelo dominante em seu genótipo.
b) de 7 cmtêm o mesmo número de alelos dominan-
tes que aquelas com vagens de 11 cm.
c) de 9 cm têm maior número de alelos dominantes
que aquelas com vagens de outros fenótipos.
d) de 5 cm são duplo-nomozigotas e aquelas com
vagens de 13 cm são duplo-heterozigotas.
e) de 13 cm são duplo-homozigotas dominantes e
as de 5 cm são duplo-homozigotas recessivas.

14. Udesc 2016 A altura de uma determinada planta é


determinada por dois genes de efeito aditivo, Ae Be
seus respectivos alelos a e b. Os alelos A e B acres-
centam 0,30 m às plantas e os alelos a e b, 015 m. Ao
se cruzarem plantas AABB com plantas AaBb pode-se
(www.google.com.br. Adaptado.)
esperar a frequência entre os descendentes de:
a) 25% com 2,40 m; 50% com 2,10 m e 25% com Considere que a rodovia Washington Luiz e a rodovia
1,90 m. Marechal Rondon representam dois cromossomos não
b) 75% com 2,10 me 25% com 1,40 m. homólogos nas células da linhagem germinativa de um
c) 50% com 1,20 m e 50% com 0,60 m. organismo diploide, que as cidades citadas ocupam /oci
d) 25% com 1,20 m e 75% com 0,60 m. gênicos ao longo desses cromossomos e que a distân-
e) 25% com 1,20 m; 50% com 1,05 m e 25% com cia entre essas cidades seja proporcional à distância
0,90 m. em unidades de recombinação (UR), ou centimorgans.
Os cromossomos homólogos àqueles representados
15. Unicamp-SP 2013 Considere um indivíduo heterozi- por cada uma dessas rodovias seriam os acostamentos
goto para dois locos gênicos que estão em linkage, que correm ao lado de cada uma delas.
ou seja, não apresentam segregação independente.
Nessa analogia,
A representação esquemática dos cromossomos pre-
a) Botucatu, Bauru e Araçatuba são alelos de um
sentes em uma de suas células somáticas em divisão
mesmo gene, assim como Rio Claro, Araraquara
mitótica é:
e São José do Rio Preto são alelos de outro gene.
a) A A a a b) a distância, em UR, entre Rio Claro e Botucatu é
menor que a distância, em UR, entre Bauru e São
José do Rio Preto.
c) a probabilidade de permutação cromossômica
entre os alelos de Botucatu e Araçatuba é maior
b) que a probabilidade de permutação cromossômi-
ca entre os alelos de Rio Claro e Araraquara.
d) Araraquara e Bauru são alelos de um mesmo
gene, e esse gene está localizado entre aquele
cujos alelos são Botucatu e Rio Claro e outro cujos
alelos são Araçatuba e São José do Rio Preto.
) a a A a
e) os genes Botucatu, Bauru e Araçatuba apresen-
ENIO

tam a mesma sequência de nucleotídeos, que é


diferente daquela compartilhada pelos genes Rio
Claro, Araraquara e São José do Rio Preto.

1
17. FPP-PR 2020 Suponha um indivíduo heterozigoto para As características fenotípicas e genotípicas estão ilus-
quatro locus gênicos, distribuídos conforme a imagem. tradas no quadro a seguir.
O mecanismo de herança desses genes segue prin-
cípios básicos já estabelecidos e está relacionado ao
comportamento dos cromossomos durante a meiose.

Selvagem V. E. Asas vestigiais vv Corpo escuro ee


(http://bioinfo.mol.uj.edu.pl/articles/Stozek07. Modificado)

Ocruzamentoentremoscasduploheterozigotas, VE/ve,
com duplo recessivas, ve/ve, para essas característi-
cas gerou cerca de 4 800 descendentes.
Admitindo-se que não ocorreu permutação entre os
alelos, espera-se que o número de descendentes sel-
vagens; com asas vestigiais; com corpo escuro; e com
https://planetabiologia.com/nucleo-celular-funcao-e-estrutura/
asas vestigiais e corpo escuro seja, respectivamente,
em torno de
Sobre o processo de meiose dos genes representa- a) 3 600; 450; 450 e 300.
dos acima, é CORRETO afirmar que b) 2 700; 900; 900 e 300.
a) os pares de genes Aa e Bb estão em ligação, em c) 2400;0;0€e 2400.
posição trans. d) 2400;1 200;1200€e0.
b) os pares de genes Aa, Bb, Cc e Dd possuem se- e) 1200;1 200,1 200e 1200.
gregação independente entre eles.
c) os pares Aa e Cc podem participar do crossing- 20. Acafe-SC 2014 Um cruzamento entre uma fêmea
-over, gerando novas combinações. duplo-heterozigota (AaBb) com um macho duplo re-
d) se não houver crossing-over entre eles, serão cessivo revelou a seguinte proporção genotípica
formados apenas dois tipos de gametas. entre os descendentes: 40% AaBb, 40% aabb, 10%
e) todos os genes representados obedecem à Pri- Aabb, 10% aaBb.
meira Lei de Mendel. Assim, assinale a alternativa correta.
a) Não há evidência que tenha ocorrido permutação
18. UFU-MG 2016 Nos camundongos, o gene e, re-
na formação dos gametas.
cessivo, produz pelos encrespados, e seu alelo
b) Asegregação observada dos genes está de acor-
dominante, pelos normais. Em outro par de genes
do com a Segunda Lei de Mendel.
alelos, o gene recessivo a produz fenótipo albi-
c) Os resultados indicam que os genes estão em li-
no, enquanto seu alelo dominante produz fenótipo
gação, a uma distância de 20 UR.
selvagem. Quando camundongos diíbridos foram
cruzados com camundongos albinos e de pelos en- d) Oarranjo dos genes alelos na fêmea é trans (AB/ab).
crespados, foram obtidos 79 camundongos de pelos 21. FCMSCSP 2019 No tomateiro, o alelo G determina flor
encrespados e selvagens, 121 com pelos encrespa- amarela e o alelo g, flor branca. O alelo M determina
dos e albinos, 125 de pelos normais e selvagens e 75 fruto vermelho e o alelo m, fruto amarelo. Uma planta
com pelos normais e albinos.
que produz flores brancas e frutos amarelos foi cruza-
Qual esquema representa a posição dos genes no
da com uma planta duplo-heterozigótica. As sementes
diíbrido?
obtidas foram cultivadas e deram origem a tomateiros
a) e) com a proporção fenotípica mostrada na tabela:
[ido]
Ao Tiso (e Tue oe] Cor da flor Cor do fruto
o
Do
+

42% Amarela Amarela


»

8% Amarela Vermelha
b) 42% Branca Vermelha
8% Branca Amarela

O arranjo dos genes ligados e a distância entre eles


no tomateiro duplo-heterozigótico são
19. FGV-SP 2013 Em experimentos envolvendo cruza- a) Gm/gMe 16 UR.
mentos de moscas Drosophila melanogaster, cujos b) GM/gm e 42 UR.
alelos apresentam ligação gênica, estudantes analisa- c) GM/gme 8 UR.
ram insetos selvagens, insetos com asas vestigiais e d) GM/gme 16 UR.
insetos com corpo escuro. e) Gm/gM e 8 UR.

16 BIOLOGIA * Capítulo 13 « Interações


e ligações gênicas
Texto complementar
s

Herança quantitativa e o triângulo de Pascal | o to de alelos no genótipo, p o número de


Na herança quantitativa, a proporção fenotípica esperada em F, pode alelos. aditivos é qo número de alelos não ativos, Saia uma herança
ser obtida usando º triângulo de Pascal, que fornece a frequência para cuja determinação envolve quatro alelos, temos:
cada fenótipo na linha cujo número (n) corresponde ao total de alelos 4 4 4 12 4 4
envolvidos na determinação da herança. (p+a) =1p +4p'q + 6p'q” + 4pg” + 1q
Observe a representação do triângulo de Pascal, a seguir, como A o o
exemplo: no cruzamento entre indivíduos heterozigotos para uma herança * p': genótipo com 4 alelos aditivos — frequência = 1/16
poligênica que envolve quatro alelos, o total de fenótipos é igual a cinco, : | o o =
e a proporção fenotípica esperada em F, é encontrada na linha n = 4 do * p'q: genótipo com 3 alelos aditivos e 1 não aditivo — frequência =
triângulo de Pascal, na qual há cinco coeficientes binomiais. = 4116

1 n-o * p?q”: genótipo com 2 alelos aditivos e 2 não aditivos


— frequência =
= 6/16
1 /1n=
12 1n-2 * 4po*: genótipo com1 alelo aditivo e 3 não aditivos — frequência =
= 416

13 8 1 n=3 * q: * genótipo
genó com 44nãnão aditivos— f frequência = 116
14 6 4 1n=4
Nesses casos, a aplicação do triângulo de Pascal possibilita
15 10 10 5 1 n=5 determinar rapidamentea proporção fenotípica esperada em F,, evi-
1 6 15 20 15 6 1hn-6 tandoa construção de quadros de Punnett com muitas recombinações
. . alélicas, como em situações em que há seis ou mais alelos envolvidos
Representação do triângulo de Pascal com destaque para a linha n = 4, que no condicionamento da herança
contém a proporção fenotípica esperada na descendência em F, de casos .
nos quais 4 alelos participam da determinação da herança. Texto elaborado para fins didáticos.
+

JA

Interações gânicas Epistasia


* Conjunto de genes com segregação independente e que * Um gene, denominado epistático, inibe a manifestação de
atuam na determinação de um mesmo fenótipo. outro, chamado de hipostático, localizado em outro par de
* Exemplo: cor da plumagem em periquitos-australianos cromossomos homólogos.
(Melopsittacus undulatus). Epistasia recessiva
* Ainibição decorre da presença de um alelo do gene epis-
Fenótipos (cor da plumagem) [CCT
d (e)
tático em dose dupla.
Verde AB.
* Exemplo: cor da pelagem em cães labradores.

EI
Azul A bb
Amarelo aaB
Branco aabb Preta BE.
Marrom bbE
- O cruzamento de um casal de periquitos duplo- Amarela ee
heterozigotos resulta em descendência com propor-
ção fenotípica de 9 (verdes):3 (azuis):3 (amarelos): - O cruzamento entre cães duplo-heterozigotos resulta em
:1 (branco). descendência com proporção fenotípica de 9 (pretos):
:3 (marrons): 4 (amarelos).
Genes que interagem na mesma via metabólica
Epistasia dominante
(genes complementares)
* Apenas uma dose do alelo dominante do gene epistático
* Cada gene controla uma etapa diferente da mesma via
é suficiente para que a inibição ocorra.
metabólica.
* Exemplo: cor da flor em dedaleiras (Digitalis purpurea).
* Exemplo: cor da flor em ervilhas Pisum sativum.

Fenótipos (cor da for) Branca Wo.


Púrpura CP. Vermelho-escuro wwD
Branca C pp.ccP ,ccpp
Vermelho-claro wwdd
EI!

- O cruzamento entre ervilhas duplo-heterozigotas resulta -— O cruzamento entre duplo-heterozigotos resulta em des-
em descendência com proporção fenotípica de 9 (púr- cendência com proporção fenotípica de 12 (brancas):
puras):7 (brancas). :3 (vermelho-escuro):4 (vermelho-claro).
md
ma
Herança quantitativa (ou poligênica) Meiose na ligação gênica
* Herança com fenótipos de variação contínua, cujos valores * Ostipos de gametas formados dependem do arranjo dos
são mensuráveis entre dois fenótipos extremos. alelos no par de cromossomos homólogos.
* Alelos: * Arranjo cis: considerando um genótipo duplo-heterozigoto
(AaBb), os alelos dominantes estão em um cromossomo e
- aditivos: intensificam o fenótipo.
os recessivos no seu homólogo. Representação: AB/ab ou
- não aditivos: sem efeito intensificador.
* Exemplo: altura de uma planta hipotética com participação Ae A meiose resulta em dois tipos de gametas (AB e ab)
a
de dois genes, cada um com dois alelos. na proporção de 50% cada.
— Número de fenótipos possíveis = número de alelos + * Arranjo trans: considerando um genótipo duplo-hetero-
+15 5 fenótipos. zigoto (AaBb), há um alelo dominante e um recessivo em
- Altura mínima (2 metros): genótipo aabb. cada cromossomo do par. Representação: Ab/aB ou e
- Altura máxima (4 metros): genótipo AABB. A meiose resulta em dois tipos de gametas (Ab e aB) na pro-
Contribuição de cada fenótipo máximo — fenótipo mínimo porção de 50% cada.

alelo aditivo total de alelos Crossing over (permutação) e ligação gênica


- Portanto, para o caso apresentado, cada alelo aditivo * Crossing over, ou permutação: troca de segmentos corres-
torna planta 0,5 metro mais alta. pondentes entre cromátides de cromossomos homólogos.
* Tipos de gametas: parentais (gerados independentemente
da permutação); recombinantes (formados em decorrência
4 metros AABB do crossing over).

3,5 metros AaBB ou AABb * Geralmente, a porcentagem de gametas recombinantes é


menor que a de gametas parentais.
3 metros AAbb, aaBB ou AaBb
Taxa de recombinação e mapeamento genético
2,5 metros Aabb ou aaBb
* Taxa de recombinação (TR), ou taxa de permutação: por-
2 metros aabb centagem de gametas recombinantes.
- número de gametas recombinantes
TR 100
- O cruzamento entre plantas duplo-heterozigotas re-
total de gametas
sulta em descendência com proporção fenotípica de
1(4 metros):4 (3,5 metros):6 (3 metros):4 (2,5 metros): * O valor máximo para a TR é de 50%, observado em casos
:1(2 metros). nos quais 100% das células têm meiose com permutação.
- A curva da distribuição das frequências fenotípicas tem * Quanto maior a distância entre os genes no cromossomo,
formato de sino, pois fenótipos médios são, em geral, os maior será a probabilidade de haver crossing over entre
mais comuns, e os fenótipos extremos são normalmente eles, resultando em maior taxa de recombinação.
menos frequentes. * A convenção define que 1% de taxa de recombinação cor-
responde a 1 unidade de mapa (u.m.), ou centimorgan (cM),
Ligações gênicas (linkage) de distância entre os genes.
* Dois ou mais pares de alelos estão localizados no mesmo * Exemplo de construção de um mapa genético: consideran-
par de cromossomos homólogos. do um cromossomo com três genes ligados, 4, Be C, e que
* Os alelos localizados no mesmo cromossomo tendem a a TRentre 4 e Bseja 9%, entre4 e Cseja 23% e entre Be
ser herdados juntos. C seja 14%, os seguintes passos devem ser executados: os
* Na ligação gênica, a segregação independente não se
primeiros genes posicionados serão os mais distantes, isto
é, aqueles com maior taxa de recombinação, e os demais
aplica.
genes são colocados entre eles.
Meiose na segregação independente 9 u.m.
* A meiose de uma célula com genótipo duplo-heterozigoto
(AaBb) gera quatro tipos de gametas (AB, ab, Ab e aB) na
proporção de 25% cada.

PT ES A du iS

pao Texto
LEMOS, Simone. Primeiro sequenciamento do genoma, 20 anos atrás, representou um marco no estudo da genética. Jornal da
USP, abr. 2021. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/primeiro-sequenciamento-do-genoma-20-anos-atras-representou-
um-marco-no-estudo-da-genetica/. Acesso em: 13 fev. 2023.
As pesquisadoras Mayana Zatz e Ester Cerdeira Sabino comentam como foi revolucionário o momento do primeiro sequencia-
mento do genoma humano.

18 BIOLOGIA * Capítulo 13 « Interações e ligações gênicas


Cffa [O DATATE

1. UEM-PR 2021 Suponha que certa característica de 3. Famerp-SP 2019 A cor da pelagem em camundon-
uma espécie de mamífero é determinada por dois gos é determinada por dois genes. A pelagem preta é
pares de genes autossômicos A, a e B, b com quatro fe- determinada pelo alelo M e a pelagem marrom é de-
nótipos possíveis fl, f2, f3 e f4. Nesse contexto, fl ocorre terminada pelo alelo m. O alelo B permite o depósito
se o indivíduo possui pelo menos um gene dominante de pigmento marrom ou preto e o alelo b não permite
em cada par (A B ); f2 ocorre se o indivíduo possui a deposição de pigmentos, determinando a pelagem
um par de genes recessivos para o primeiro par e um branca. Os genes envolvidos estão em diferentes pa-
gene dominante para o segundo (aaB ); f3 ocorre se res de cromossomos homólogos.
o indivíduo possui um gene dominante para o primei- a) Quais são os possíveis fenótipos dos descen-
ro par e um par de genes recessivos para o segundo dentes gerados do cruzamento entre uma fêmea
par (A bb); e f4 ocorre se o indivíduo possui somente MMbb e um macho mmBb?
genes recessivos com respeito aos dois pares (aabb). b) Em um cruzamento-teste, uma fêmea branca foi
Considerando ainda que, em uma população monito- cruzada com um macho preto, gerando descen-
rada dessa espécie, 64% dos indivíduos têm genótipo dentes de pelagens preta, branca e marrom, sendo
AaBB, 16% dos indivíduos têm genótipo AaBb, 16% dos que cada um deles apresentava apenas uma cor.
indivíduos têm genótipo aaBB e os 4% restantes têm Quais os genótipos dessa fêmea e desse macho?
genótipo aaBb e que essa proporção é a mesma para Qual a probabilidade de nascer um filhote marrom
o sexo masculino e para o sexo feminino, assinale o na descendência gerada desse cruzamento-teste?
que for correto.
01 Um casal de indivíduos dessa população monito- - UFSC 2019 O esquema abaixo representa vias meta-
rada não pode gerar indivíduos com fenótipo f4. bólicas dos aminoácidos fenilalanina e tirosina. Sabe-se
02 Não foram encontrados indivíduos com fenótipo que:
f3 nem com fenótipo f4 nessa população. — Os alelos recessivos “a”, “b” e “d” não possuem a
04 Escolhido aleatoriamente, um casal dessa es- informação genética necessária para a produção
pécie tem menos de 10% de chance de ter um das enzimas “A”, “B” e “D”, respectivamente.
descendente com genótipo aa para o primeiro — Indivíduos com o genótipo “dd” possuem uma doen-
par de genes. ça conhecida como fenilcetonúria, responsável por
08 O fenótipo mais predominante na população é f1. diversas complicações devido ao nível de acúmulo
16 A chance de nascer um indivíduo com fenótipo f3 da fenilcetona, que danifica tecidos moles, espe-
de um casal escolhido aleatoriamente nessa po- cialmente os do cérebro. Entre as complicações,
pulação é inferior a 1%. pode-se citar: retardo mental, falha em andar ou fa-
Soma: lar, convulsões, hiperatividade, tremor, microcefalia
e atraso no desenvolvimento.
- UEM-PR 2013 Sabendo que o tipo de crista em certas
variedades de galinhas é condicionado por dois pares Aminoácidos ingeridos na alimentação
de alelos, R/r e Ele — que se segregam independen-
temente, mas que interagem entre si na produção da TIROSINA f— FENILALANINA
forma de crista. A interação entre os alelos dominantes Enzima “D” Pc
- “ e I

Re resulta em crista noz; entre o alelo dominante Re o ALELO “A” |-» Enzima “A” | Eua id +
recessivo e, resulta em crista rosa; entre o alelo recessi- ALELO “D” 5 |

vore o dominante E, resulta em crista ervilha; e entre os DIIDROXIFENILALANINA : staind estames


alelos recessivos r e e, resulta em crista simples. O cru- * " FENILCETONÚRIA
-

[ALELO “B” |» Enzima


zamento de uma galinha de crista rosa com um galo de “Br ato. ES E

crista ervilha resultou descendentes com crista simples.


Y
MELANINA FENILCETONAS
Com base nessas informações e em seus conhecimen-
tos de genética, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). Considerando apenas as informações presentes nas
01 A galinha tem o genótipo Rree. vias metabólicas apresentadas, responda:
02 A probabilidade de que esse cruzamento origine a) Um geneticista afirmou, após a análise de testes
uma ave de crista noz é de 25%. genéticos específicos, que determinado casal de
04 A probabilidade de que esse cruzamento origine albinos só poderia ter filhos com capacidade de
uma ave com genótipo rrEe é de 50%. produzir melanina (filhos não albinos). Qual é o ge-
08 O cruzamento entre os descendentes com crista nótipo desse casal?
noz resultará em 1/16 de aves com crista simples. b) Sabe-se que um casal não possui a doença PKU,
16 Quando dois ou mais pares de alelos interagem assim como nenhum de seus respectivos pais; con-
para expressão de uma característica, pode-se tudo, ambos apresentam um irmão com a doença.
dizer que ocorre epistasia. Qual a probabilidade de esse casal gerar uma
Soma: criança com o genótipo da doença fenilcetonúria?
c) Construa um heredograma de acordo com as nor- tenha a cor dourada e exiba pelagem chocolate ou
mas usuais da Genética indicando os genótipos preta. Caso o animal apresente um alelo E dominante
de todos os indivíduos referidos no item “b”. e, pelo menos, um alelo B dominante, sua pelagem
será preta; caso o alelo E dominante ocorra associado
- Unicid-SP 2017 Em cães labradores, a determinação
ao gene b duplo recessivo, sua coloração será choco-
genética para coloração da pelagem é condiciona-
late. Observe o esquema.
da por dois pares de alelos não ligados. O alelo B
condiciona coloração preta e o alelo b condiciona
coloração marrom. O alelo E permite a pigmentação
preta ou marrom do pelo e o alelo e não permite, con- bb pelagem dourada

dicionando a coloração dourada. Trata-se de um caso ee —.


típico de epistasia.
BB ou Bb
a) Com relação aos dois pares de alelos, quais os pelagem dourada
genótipos que condicionam a pelagem dourada
nos labradores?
b) Considere o cruzamento entre um labrador macho
preto e um labrador fêmea marrom. Desse cru-
zamento nasceram seis filhotes: três pretos, dois
bb pelagem chocolate

marrons e um dourado. Qual a probabilidade do


EE ou Ee —.
nascimento de um filhote com pelagem dourada BB ou Bb
pelagem preta
em um próximo cruzamento entre esses mesmos
parentais? Justifique sua resposta.

- UFU-MG 2016 O padrão da cor da pelagem em cães


Identifique o tipo de herança encontrada no padrão
labradores depende de dois pares de genes, conforme
de pelagem desses animais, justificando sua resposta.
o esquema representado a seguir. Há três cores possí-
Em seguida, indique o genótipo de um casal de cães
veis de pelagem: preta, marrom e dourada. A pelagem
dourada é resultante da não deposição de pigmentos. com pelagem chocolate que já gerou um filhote dou-
rado. Calcule, ainda, a probabilidade de que esse
Alelo B Alelo E .
| Y casal tenha um filhote de pelagem chocolate.
. Enzima E . m
EnzimaB produto y Deposição - FMJ-SP 2018 Em determinada raça de cães, o gene
yr final =... ...5 do pigmento A é epistático sobre os genes B e b. Na ausência do
Dad preto 4 preto gene A, o gene B determina a pelagem preta e o alelo
substância Enzima e (não funcional) b determina pelagem marrom. Esses pares de genes
precursora . Alelo e se localizam em cromossomos diferentes.
(incolor) as Alelo E Do cruzamento de um macho preto com uma fêmea
as branca, cujo pai era preto homozigoto, foram obtidos
A “a Enzima E . oito filhotes, sendo um deles marrom.
Enzima b
Produto
final
Deposição
À do pigmento a
) Qual
u
é o 9
genótipo
Ip
do filhote
l
marrom?
rr "
Qual
u
o 9
ge -
4 marrom A marrom nótipo do parental preto homozigoto?
alelo b Enzima e (não funcional) b) De acordo com as probabilidades, quantos filho-
4 tes pretos espera-se encontrar nessa ninhada?
Alelo e Indique o genótipo da fêmea branca utilizada no
A partir das informações, responda: cruzamento.
a) Qual é o tipo de interação gênica envolvida no
. Uerj 2020 Uma espécie de borboleta apresenta asas
padrão de cor da pelagem nesses cães?
coloridas, quando o gene A é funcional, ou asas bran-
b) Qual é a probabilidade de um casal BbEe X Bbee
cas, quando o animal é homozigoto recessivo. O gene B,
ter um descendente marrom?
localizado em outro cromossomo, apresenta ação epis-
c) Umafêmea marrom cruzou com um macho dourado
tática sobre o gene A, impedindo a pigmentação das
e teve filhotes com pelagem preta e filhotes com
asas; já o alelo b não impede a expressão do gene A.
pelagem dourada, na mesma proporção. Quais os
Admita uma borboleta fêmea de asas brancas que
genótipos do casal e dos filhotes?
foi acasalada com dois machos, l e Il, ambos de asas
- Uerj 2016 Admita uma raça de cães cujo padrão de coloridas. O cruzamento com o macho | produziu ape-
coloração da pelagem dependa de dois tipos de ge- nas borboletas de asas coloridas; o cruzamento com
nes. A presença do alelo e, recessivo, em dose dupla, o macho Il gerou 50% de borboletas de asas coloridas
impede que ocorra a deposição de pigmento por ou- e 50% de asas brancas.
tro gene, resultando na cor dourada. No entanto, basta Apresente os genótipos tanto da borboleta fêmea
um único gene E, dominante, para que o animal não quanto dos dois machos.

20 BIOLOGIA * Capítulo 13 * Interações e ligações gênicas


Suponha que o cruzamento entre um casal de borbo- Desse cruzamento foi obtida a geração F,, com a qual
letas, heterozigoto para os dois genes, tenha gerado foi realizada a autofecundação que deu origem à ge-
um total de 112 descendentes. Determine o número ração F, com o total de 192 plantas.
de descendentes que possuem asas coloridas. a) Qual a concentração necessária, em percentual,
de nitrogênio nos fertilizantes para as plantas da
10. UEL-PR 2014 Uma dada espécie vegetal caracteriza- geração F,?
-se por apresentar tanto indivíduos com flores brancas b) No total de plantas obtidas na geração F,, em
quanto indivíduos com flores amarelas. Ao estudar o quantas delas se esperam as seguintes caracte-
padrão de herança associado a esse fenótipo, um rísticas: menor necessidade de concentração de
pesquisador verificou que se tratava de um típico nitrogênio no fertilizante e resistência ao oídio?
caso de epistasia dominante. Sabe-se que o gene 4
codifica a enzima A, a qual catalisa a síntese do com- 12. FMJ-SP 2021 Em uma determinada espécie vegetal
posto que dá a cor amarela às flores. Por outro lado, o existe uma variedade de planta que produz frutos com
gene epistático B codifica a proteína B, que atua como 120 g e existe outra variedade de planta que produz
uma inibidora da reação catalisada pela enzima A, o frutos com 240 g. Quando essas duas variedades são
que resulta em flores brancas. cruzadas entre si, as plantas resultantes produzem
O pesquisador também verificou a existência dos ale-
frutos com 180 g e estas, quando cruzadas entre si,
geram plantas que podem ser separadas em classes
los recessivos a e b, os quais codificam proteínas que
fenotípicas distintas, como ilustra o gráfico.
não apresentam suas respectivas atividades. Em seu
laboratório, o pesquisador realizou cruzamentos entre
indivíduos de flores brancas, heterozigotos para os
dois pares de alelos (AaBb).

% Plantas
a) Qual proporção de indivíduos com flores amarelas
é esperada na progênie do cruzamento realiza-
do pelo pesquisador no laboratório? Demonstre
como você chegou a esse resultado.
b) Apesar de o padrão de herança indicar pre- DI [1
120 140 160 180 200 220 240
dominância de flores brancas, ao observar na Massa dos frutos (g)
natureza, O pesquisador verificou maior frequên-
a) Qual tipo de herança genética exemplifica o re-
cia de indivíduos de flores amarelas. Isso ocorre
sultado apresentado? O que caracteriza esse tipo
pelo fato de as flores amarelas serem mais atra-
de herança?
tivas para os insetos que atuam como agentes
b) Determine o genótipo da planta que produz frutos
polinizadores. Quais benefícios esse processo
de 180 9, gerada do cruzamento entre duas plantas
de polinização (entomofilia) traz para ambas as
com fenótipos extremos. Se houver um cruzamento
espécies envolvidas?
entre uma planta que produz frutos de 140 g com
11. UFSC 2018 (Adapt.) Fatores limitantes se alteram uma planta que produz frutos de 220 g, qual a pro-
constantemente, sendo necessária a existência de porção de plantas geradas cujos frutos terão 180 g?
programas de melhoramento genético para a seleção
13. UEM-PR 2017 Do cruzamento entre parentais du-
de cultivares com características agronômicas supe-
plo heterozigotos, para dois genes, encontrou-se a
riores. Em um modelo hipotético composto por três proporção fenotípica de 9:3:3:1. Com base nesta
genes que possuem segregação independente, um proporção fenotípica, assinale o que for correto.
geneticista cruzou dois cultivares parentais contras- 01 Se duas características fenotípicas forem detec-
tantes (P, e P5). tadas, simultaneamente, na proporção citada, é
— P; AABBDD [cultivar com a melhor absorção de ni- possível afirmar que se trata de um caso de se-
trogênio e suscetível ao oídio). Os alelos “A” e “B” gregação independente.
possuem um efeito aditivo equivalente, caracteri- 02 Os parentais têm genótipo AAbb x aaBB.
zando uma herança quantitativa. O efeito aditivo se 04 A proporção genotípica dos gametas dos parentais
manifesta pela redução da necessidade da concen- formados por mitose será diferente nos casos de
tração de nitrogênio no solo. Esse cultivar necessita segregação independente e de interação gênica.
de uma concentração de 4% em massa no fertili- 08 Se somente uma característica fenotípica for de-
zante. O alelo “D” torna a planta suscetível ao oídio tectada, na proporção citada, podemos afirmar
(doença causada pelo fungo Erysiphe difusa). que se trata de um caso de interação gênica.
— P,: aabbdd [cultivar com a pior absorção de nitrogê- 16 Se três características fenotípicas forem detec-
nio e resistente ao oídio]. Esse cultivar necessita de tadas, simultaneamente, na proporção citada, é
uma concentração de 12% em massa no fertilizante. possível afirmar que se trata de um caso de he-
O alelo “d”, quando em homozigose, torna a planta rança quantitativa ou poligênica.
resistente ao oídio. Soma:
[E
N
=
14. UFU-MG 2017 Numa determinada espécie de milho, a altura da planta varia de 150 cm a 300 cm. Cruzando-se linha-
gens homozigóticas que produzem plantas com altura de 150 cm e linhagens homozigóticas que produzem plantas
com altura de 300 cm, obteve-se uma geração F1 que, autofecundada, originou sete fenótipos.
Com base nos dados apresentados, responda:
a) Quantos genes efetivos estão atuando na herança da altura do milho?
b) Quantos centímetros cada gene efetivo adiciona ao fenótipo mínimo? Qual a altura dos descendentes da gera-
ção Ft?
c) A geração F2 resultou em 384 plantas. Quantas dessas possuem uma altura de 250 cm?

15. USCS-SP 2016 Na gametogênese da maioria dos animais, verifica-se a redução da ploidia nas células em formação,
assim como a segregação independente de genes alelos. Esses dois processos estão relacionados à diversidade
genética das espécies.
a) Por que é necessária a redução da ploidia no processo de formação dos gametas? Em que etapa da divisão
celular (gametogênese) ocorre tal redução?
b) Considerando o genótipo duplo heterozigoto AaBb e a ausência de permutação, indique os possíveis genótipos
dos gametas gerados quando: 1) tais alelos estão em ligação gênica do tipo cis (AB/ab); e 2) quando estão loca-
lizados em diferentes pares de cromossomos homólogos.

16. Unifesp 2022 Determinada espécie vegetal apresenta dois pares de genes, dos quais o alelo A determina a forma-
ção de um fruto redondo e o alelo a determina um fruto alongado. Já o alelo B determina a cor vermelha do fruto e
o alelo b determina a cor branca. Uma planta duplo-heterozigota foi cruzada com uma planta duplo-recessiva, o que
resultou numa descendência de 1/4 de plantas com frutos redondos e vermelhos, 1/4 de plantas com frutos redondos
e brancos, 1/4 de plantas com frutos alongados e vermelhos e 1/4 de plantas com frutos alongados e brancos.
a) Qual o genótipo da planta descendente que produziu frutos redondos e brancos? De acordo com os dados do
texto, com qual lei de Mendel as proporções fenotípicas estão relacionadas?
b) Caso os dois alelos dominantes estivessem em um mesmo cromossomo e os alelos recessivos estivessem no
cromossomo homólogo, e não ocorresse permutação, qual seria o resultado fenotípico esperado na descen-
dência das plantas utilizadas no cruzamento? Caso tivesse ocorrido uma permutação, que resultados fenotípicos
observados na descendência poderiam evidenciar tal fenômeno?

17. UEPG-PR 2021 A Lei de Ligação Gênica foi proposta por Morgan no início do século XX. O esquema a seguir re-
presenta os genes A e B ligados em um par de cromossomos homólogos. A distância entre os genes é de 10 cM
(centimorgans ou unidades de mapa). Em relação à Lei de Ligação Gênica e ao que está demonstrado no esquema,
assinale o que for correto.
A B
el

e.
a b

a b
——+———+——

10 cM

01 No esquema, os alelos dominantes dos dois genes (A e B) estão em um cromossomo enquanto os recessivos (a
e b) estão no outro. Nesse caso, o duplo-heterozigoto (AaBb) está em configuração cis.
02 Nesse exemplo, é esperada a seguinte proporção gamética: 45% AB, 5% Ab, 5% aB e 45% ab. Os gametas AB e
ab são ditos parentais, enquanto os gametas Ab e aB são recombinantes.
04 Nesse exemplo, é demonstrado que os genes A e B estão ligados a 10 cM e, pela Lei de Ligação Gênica, jamais
poderia haver recombinantes entre eles.
08 Na Lei de Ligação Gênica, a taxa de recombinação (crossing-over) é inversamente proporcional à distância entre
os genes. Dessa forma, quanto menor a distância entre dois genes, maior é a taxa de recombinação entre eles.
16 No exemplo, são esperados 80% de gametas parentais e 20% de gametas recombinantes.
Soma:

18. Unicamp-SP 2022 Embora a teoria cromossômica mendeliana da hereditariedade estivesse bem fundamentada
na década de 1920, buscavam-se evidências celulares de que os cromossomos trocavam partes (crossing-over).
Essas evidências justificaram porque algumas observações diferiam do esperado pela segregação independente
de cromossomos.
a) Diversos estudos sobre a genética de milho, conduzidos por Lowell Fitz Randolph, buscaram identificar evidên-
cias celulares do crossing-overem metáfase |. Entretanto, quando Bárbara McClintock investigou o crossing-over
em paquíteno (uma das subfases da prófase |), a pesquisadora obteve sucesso junto ao microscópio. Explique
uma razão do sucesso nos experimentos de Bárbara McClintock. Cite uma importância do crossing-over.

22 BIOLOGIA * Capítulo 13 * Interações e ligações gênicas


b) Atabela a seguir representa a proporção fenotípica
Situação A
de indivíduos (geração F1), após o cruzamento, em
um experimento realizado em milho. Sendo os ge- Flor Púrpura/Pólen Alongado X Flor Vermelha/Pólen Redondo
nes responsáveis pelos fenótipos F, G e H ligados (PpLI) (ppll)
nesta sequência, o que é possível inferir sobre a Descendentes
distância entre os genes? Justifique. Considere Flor Púrpura/Pólen Alongado (481)
que f, g e h representam estados fenotípicos al- Flor Vermelha/Pólen Alongado (52)
ternativos para os caracteres controlados pelos Flor Púrpura/Pólen Redondo (51)
Flor Vermelha/Pólen Redondo (480)
genes responsáveis por F, G e H, respectivamen-
te. A partir das informações fornecidas e de seus Situação B
conhecimentos sobre genética e biologia celular,
explique por que as frequências observadas di-
Fruto Arredondado/Folha Normal X Fruto Oval/Folha Manchada
ferem do que seria esperado, considerando-se a (AaMm) (aamm)
Segunda Lei de Mendel.

40%
ET
FGH Descendentes
Fruto Oval/Folha Manchada (74)
40% fgh Fruto Arredondado/Folha Manchada (125)
2,5% Fgh Fruto Oval/Folha Normal (129)
Fruto Arredondado/Folha Normal (72)
2,5% fGH
7,5% FGh
7,5% fgH Genética na escola, v. 12, n. 1, 2017 (adaptado).

Considerando-se as situações descritas, pergunta-se:


19. Unifesp 2017 Em tomateiros, o alelo dominante A a) qual mecanismo de herança genética explica as
condiciona frutos vermelhos e o alelo recessivo a con- frequências observadas de descendentes na si-
diciona frutos amarelos. tuação A e B?
O alelo dominante B condiciona flores amarelas e
b) qual a taxa de permutação entre os genes e qual
o alelo recessivo b, flores brancas. Considere que
a posição que eles estão nos cromossomos na
em uma planta adulta os alelos A e B estão em um
situação B?
mesmo cromossomo e distantes 15 unidades de re-
c) na situação A, quais os tipos de gametas pro-
combinação (UR), da mesma forma que os alelos a e
duzidos por uma ervilha de cheiro duplamente
b, conforme mostra a figura.
heterozigota para Flor Púrpura/Pólen Alongado?
A B 21. Famerp-SP 2016 A figura ilustra uma célula animal de
1
T
uma fêmea com 2n = 2.
1
T
+

a
cv

1
1 «<a
JA.

1
1
15 UR

a) Quais os gametas recombinantes produzidos por


essa planta?
b) Quala porcentagem esperada de gametas recom-
binantes produzidos por essa planta? Do cru-
zamento dessa planta com uma planta duplo-
-homozigótica recessiva foram geradas 1000
sementes. Quantas sementes originarão plantas a) Caso essa célula sofra meiose sem permutação,
com frutos vermelhos e flores brancas? qual será a constituição gênica de cada gameta
formado?
20. UFU-MG 2018 Em uma aula de biologia sobre concei- b) Suponha que apenas 36% das células germina-
tos clássicos da genética, uma professora apresentou tivas dessa fêmea entrem em meiose e sofram
duas situações de cruzamentos em ervilha de cheiro permutação entre os genes em questão. Qual a
(Lathyrus odoratus) — Situação A, e em uma espécie porcentagem de gametas recombinantes conten-
de tomateiro (Solanum lycopersicum) — Situação B, do somente genes recessivos? Qual foi a taxa de
conforme esquema a seguir. permutação?
[SAI

2
tw
1. UFJF/Pism-MG 2018 A produção de flores no Brasil 3. UPE 2015 O tomate Solanum lycopersicum tem 12
não enfrenta crise em 2016 e deve continuar crescen- pares de cromossomos, e sua flor é hermafrodita, oca-
do e fechar o ano com 5% de crescimento. Em 2015, sionando percentual de cruzamento natural inferior a
a produção e o comércio faturaram juntos R$ 6,1 bi- 5%. A geração parental foi submetida a cruzamento
lhões, registrando 8% de crescimento. por meio de uma polinização cruzada artificial, utilizan-
http://g1 .globo.com/economia/agronegocios/agro-a-industria-riqueza-do- do a parte feminina da flor de uma planta selvagem
brasil/noticia/201 6/09/producao-de-flores-cresce-no-brasil-em-201 6.html)
para cruzamento com a parte masculina de outra,
Um produtor de flores, na tentativa de atender ao merca- com características recessivas, resultando em uma F,
do, realizou cruzamentos entre variedades de orquídeas. duplo-heterozigota. No quadro a seguir, observamos:
Indivíduos completamente heterozigotos com flores de a representação esquemática do cromossomo 2 de
coloração variegada foram cruzados. Na descendência, tomate com dois genes, seus respectivos alelos e ca-
ele observou 48 indivíduos que possuíam flores de cor racterísticas fenotípicas; os resultados da prole de um
variegada (27), roxa (9) e branca (12). cruzamento de tomates duplo-heterozigotos (F,) com
Pergunta-se: duplo-homozigotos.
a) Que tipo de herança explica os resultados ob-
tidos?
b) Apresente o genótipo dos genitores. Apresente

+
os genótipos da descendência com a proporção
R - vermelho r - amarelo
de cada um deles. Utilize as letras A e B para sim-
bolizar cada gene.
c) O produtor recebeu uma encomenda de 50 flores
brancas e 50 flores roxas. Considerando que em Wt - flor = wif-flor
cada cruzamento são obtidos 32 indivíduos, qual amarela branca
o número mínimo de cruzamentos a serem reali- (Griffiths et al. 2008. Introdução à genética. 9. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan. Adaptada)
zados para ele atender à demanda?

[EM13CNT202]
2. UEM-PR 2021 Sobre a determinação da cor da pele
ET
41% Fruto vermelho e flor amarela
humana, assinale o que for correto.
41% Fruto amarelo e flor branca
01 A expressão gênica para a pigmentação da pele
representa um caso de epistasia, em que um gene 9% Fruto vermelho e flor branca

neutraliza a ação daquele que não é seu alelo. 9% Fruto amarelo e flor amarela
02 A variação da cor da pele humana depende da
Com base nessas informações, conclui-se que
maior ou menor quantidade de sol a que uma
a) ocruzamento-teste de plantas duplo-heterozigotas
pessoa se expõe e da quantidade de melanina
F, mostra a formação de quatro tipos de gametas
que apresenta. Trata-se de um caso de herança
em proporções esperadas para uma distribuição
quantitativa.
do tipo independente.
04 Por se tratar de uma expressão de dominância e
b) o desvio nas proporções ocorre por causa da li-
recessividade, na herança poligênica os genóti-
gação entre o gene para a cor do fruto e o gene
pos homozigotos recessivos se comportam como
para a cor das flores que distam 9% centimorgans.
genes letais, portanto não se expressam no con-
c) oresultado de gametas apresentado para a prole
junto da população.
F, configura arranjo do tipo trans para o cromos-
08 As variações da pigmentação da pele podem
somo 2 dos indivíduos da F,.
ser explicadas pela quantidade de genes que
d) os gametas portadores dos alelos R'Wf e r/wf
apresentam efeitos cumulativos.
ocorrem em percentual maior que os não paren-
16 Alterações ambientais provocam modificações tais R/wf e r/Wf, evidenciando a ligação.
nos genes responsáveis pela expressão da ca- e) parte da prole F, mostra fenótipo recombinante
racterística e são responsáveis pelas variações em maior frequência, indicando que os alelos dos
de pigmentação no conjunto populacional. dois genes se recombinaram na F,, e a distância
Soma: entre eles é de 18% unidade de recombinação.

a
24 BIOLOGIA * Capítulo 13 » Interações e ligações gênicas
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Do

Thomas Hunt Morgan (1866-1945)


foi um ilustre geneticista. Por suas
contribuições para os estudos genéticos,
Morgan recebeu, em 1933, o prêmio
Nobel de Fisiologia ou Medicina.

CAPÍTULO Herança relacionada ao sexo


Usando moscas da espécie Drosophila melanogaster como organismo-modelo, o gene-
ticista estadunidense Thomas Hunt Morgan (1866-1945) realizou valiosas contribuições
aos estudos genéticos. Entre elas, pesquisas sobre as heranças ligadas ao sexo, que
são determinadas por genes localizados no cromossomo X. Na espécie humana, uma
variedade de fenótipos apresentam esse padrão de herança, como é o caso do daltonis-
mo e da hemofilia. Neste capítulo, além da herança ligada ao sexo, trataremos de outras
características cuja herança está relacionada ao sexo do indivíduo, além da diversidade
de sistemas de determinação cromossômica do sexo em diferentes espécies.
Determinação cromossômica do sexo O sexo dos descendentes dependerá, assim, da consti-
tuição do espermatozoide: quando um espermatozoide X
A observação das espécies dioicas, isto é, aquelas
participa da fecundação, o descendente será fêmea (XX);
em que os indivíduos têm sexos separados, possibilita
quando a fecundação envolver um espermatozoide Y,
apontar numerosas diferenças morfológicas e fisiológicas
o descendente será macho (XY).
entre machos e fêmeas. Apesar dessas diferenças marcan-
tes, é comum que nesses casos a base cromossômica de
50% de espermatozoides X
determinação sexual seja relativamente simples. A seguir,
trataremos dos sistemas de determinação cromossômica Meiose
Macho (XY)
do sexo.
50% de espermatozoides Y
Sistema XY
Seres humanos e outros mamíferos, assim como muitas Fêmea (XX) ——————» 100% de óvulos X
espécies de plantas vasculares, têm seu sexo determinado
pelo sistema XY. Nos seres humanos, por exemplo, as célu-
las do corpo são diploides (2n) com 46 cromossomos, isto é,
23 pares: 22 pares de cromossomos autossomos e 1 par
ERREI
44A + XX 44A+XY
de cromossomos sexuais (heterossomos ou alossomos). In-
divíduos do sexo feminino têm um par de cromossomos X,
Representação esquemática da determinação cromossômica do sexo em
enquanto o sexo masculino é determinado pela presença humanos, conforme a constituição dos gametas. O sexo heterogamético é o
de um cromossomo Y formando par com um cromossomo X. macho, que define qual será o sexo dos descendentes.
A representação escrita do cariótipo deve considerar a
quantidade de autossomos (A) e os tipos de cromosso-
mos sexuais presentes. Assim, no cariótipo humano, temos:
Os cromossomos X e Y têm genes exclusivos, localizados
em regiões denominadas diferenciais ou heterólogas, mas
Sexo feminino = 44A + XX
também apresentam regiões homológas (pseudoautos-
Sexo masculino = 44A + XY
sômicas), isto é, com genes correspondentes. As regiões
homólogas permitem o pareamento desses cromossomos
na meiose e podem sofrer crossing over.
Library/ Fotoarena

142
a | ELEMENTOS | Região
FORA DE B homóloga

TRATO
o

| a
o
3
5
«a
TJ
o ] |

TEIAS
=
a
o
Região n X Yo Região
« diferencial | | >diferencial
õ
z do X | do Y
&

| Região
=” homóloga

Representação esquemática dos cromossomos sexuais humanos, cada


um com uma região diferencial e duas regiões homólogas em suas
Eletromicrografia de varredura do cariótipo humano de um indivíduo do sexo extremidades.
masculino, com destaque para os cromossomos sexuais X e Y. O cromossomo Y
é muito menor do que o cromossomo X. (Aumento de 1850 vezes.)

Na meiose em indivíduos do sexo feminino ocor- Sistema XO


re a segregação do par XX, resultando em gametas Gafanhotos, grilos, baratas e percevejos são exemplos
que são do mesmo tipo quanto ao cromossomo sexual: de insetos cuja determinação sexual ocorre pelo sistema XO.
todos carregam um cromossomo X. Assim, o sexo femi- Nesse caso, apenas o cromossomo sexual X está pre-
nino é classificado como sexo homogamético (do grego sente. As fêmeas têm dois cromossomos sexuais (XX), e os
homo, o mesmo). Em indivíduos do sexo masculino, a machos têm apenas um (X0). Dessa forma, 100% dos óvulos
meiose segrega o par XY, formando espermatozoides produzidos pelas fêmeas possuem um cromossomo X, ca-
diferentes de acordo com o cromossomo sexual que car- racterizando-as como o sexo homogamético, enquanto nos
regam: 50% dos gametas com um cromossomo X e os machos, 50% dos espermatozoides têm um cromossomo X
outros 50% um Y. Portanto, o sexo masculino é denomi- e os outros 50% não contêm nenhum cromossomo sexual,
nado sexo heterogamético (do grego heteros, diferença). definindo-os como o sexo heterogamético.

BIOLOGIA = Capítulo 14 = H
50% de espermatozoides X O fator preponderante para definir se uma larva diploi-
de (2n) originará uma abelha operária, fêmeas estéreis ou
Macho (XO) uma rainha é a alimentação: a princípio, todas as larvas são
50% de espermatozoides alimentadas com uma secreção produzida pelas operárias
sem cromossomo sexual jovens chamada geleia real. Porém, a partir de um certo
momento, as larvas que formarão as operárias, e também
Fêmea (XX) ————————» 100% de óvulos X aquelas que originarão os zangões, são alimentadas princi-
palmente com mel e pólen, enquanto as larvas destinadas
a originar rainhas são alimentadas com geleia real durante
ERES
= EE
todo o seu desenvolvimento.
Rainha (2n)9 Zangão (n) &

Representação esquemática da determinação do sexo pelo sistema XO,


de acordo com as possibilidades de encontros gaméticos. Assim como no
sistema XY, o sexo heterogamético é o macho, que define qual será o sexo
dos descendentes.

Meiose | [jose
Sistema ZW
Óvulo (n) -Fecundação Espermatozoide (n)
Observado em aves, em certos peixes e em alguns
insetos, como borboletas e mariposas, o sistema ZW en- "

volve os cromossomos sexuais Z e W. Nesse sistema, as Partenogênese / a Zigoto (2n)


fêmeas têm o par sexual ZW e correspondem ao sexo yMel e de Na real
heterogamético, uma vez que 50% dos óvulos gerados por

À + x
elas carregam o cromossomo Z e os outros 50% contêm
o cromossomo W. Os machos são ZZ; portanto, 100% dos
espermatozoides formados por eles carregam o cromos-
Zangão (n) Operária (2n) Rainha (2n)
somo Z, caracterizando-os como o sexo homogamético.
Representação esquemática da reprodução e da determinação do sexo em abelhas.
ELEMENTOS
FORA DE
50% de óvulos Z PROPORÇÃO

Determinação do sexo pela temperatura do ambiente


Fêmea (ZW) | FANTASIA |
Há casos nos quais a determinação do sexo não é resultado
50% de óvulos W
da presença ou ausência de cromossomos sexuais. Um
exemplo disso ocorre na diferenciação sexual de tartaru-
gas marinhas, em que a temperatura a qual os ovos são
Macho (22) ——————p- 100% de espermatozoides Z expostos durante sua incubação determina a formação de
embriões machos ou fêmeas. Há uma média de tempera-
tura, denominada temperatura pivotal, variável de acordo
gt com cada espécie, na qual é obtida uma proporção de
Z2(9) — 2w(9) metade de filhotes machos e metade fêmeas. Tempera-
turas maiores do que a pivotal aumentam a proporção
Representação esquemática da determinação sexual pelo sistema ZW, de de filhotes fêmeas. Por exemplo, em tartarugas-de-cou-
acordo com as possibilidades de encontros gaméticos. Diferentemente dos ro (Dermochelys coriacea), temperaturas na faixa entre
sistemas XY e XO, no sistema ZW o sexo heterogamético é a fêmea, que define
28ºC e 30 “C favorecem a formação e a atividade da
qual será o sexo dos descendentes.
enzima aromatase, que converte testosterona (hormônio
masculino) em estradiol (hormônio feminino). Temperaturas
Sistema haplodiploide (n/2n) mais baixas, entre 24 ºC e 28 ºC, favorecem o nascimento
O sistema haplodiploide é constatado na maioria das de machos. Dessa forma, eventos que resultam em aumen-
espécies de abelhas. Nesse caso, a ploidia está diretamente to da temperatura do ambiente, a exemplo da intensificação
ligada com a determinação do sexo: em geral, as fêmeas do efeito estufa, podem resultar em desequilíbrio na propor-
são diploides (2n) e os machos são haploides (n). Na or- ção entre machos e fêmeas nessas espécies de animais,
ganização em castas da sociedade das abelhas, a abelha colocando-as, até mesmo, sob risco de extinção.
rainha (2n) é uma fêmea fértil que produz seus óvulos ha-
IrinaK/Shutterstock.com

ploides (n) por meiose. Uma parte dos óvulos passam por
partenogênese, processo pelo qual um óvulo não fecun-
dado se desenvolve e origina um novo organismo adulto.
Os organismos gerados por partenogênese são haploides
(n) e correspondem aos machos, denominados zangões,
que produzem espermatozoides haploides (n) por mitose. =
uw
Quando óvulos produzidos pela rainha são fecundados por Fotografia de fêmea adulta de tartaruga-de-couro (Dermochelys -
coriacea) (até 1,8 m de comprimento) voltando para o mar depois de 4
ET]
espermatozoides gerados pelos zangões, formam-se ovos ter depositado seus ovos na areia de uma praia. [e
u
fertilizados diploides (2n), que originarão abelhas fêmeas.
md
N
Herança relacionada ao sexo em alelo recessivo; dessa forma, espera-se que, na próxima
geração, metade dos filhos masculinos dessas mães por-
humanos tadoras apresente o fenótipo recessivo. Por fim, caso uma
mãe seja afetada pelo fenótipo recessivo, todos os seus
Herança ligada ao cromossomo X descendentes do sexo masculino também serão.
Denominada herança ligada ao sexo, a herança ligada
Em heredogramas, o
ao X é condicionada por genes localizados na região dife-
círculo com um ponto
rencial do cromossomo X. Em indivíduos do sexo masculino no centro representa
há apenas um cromossomo X; sendo assim, o genótipo indivíduo portador de
quanto a um gene ligado ao cromossomo X é denominado alelo recessivo ligado
hemizigoto (do grego hemi, metade), pois apresenta ape- ao sexo.

nas um alelo do referido gene (XºY ou XºY. Indivíduos do


sexo feminino, por carregarem dois cromossomos X, podem
ser homozigotos (XºX” ou XºXº) ou heterozigotos (XXº).

Casos recessivos

DALTONISMO
1 2 3 4
O daltonismo é uma herança recessiva determinada
XY XY XX xixa
pelo alelo d ligado ao X; nessa condição, os afetados são
Heredograma mostrando a transmissão do daltonismo ao longo de três
incapazes de distinguir cores, sobretudo o vermelho e o gerações. O daltonismo é um distúrbio recessivo ligado ao cromossomo X.
verde. Indivíduos masculinos com genótipo X2Y têm visão
normal para cores, enquanto aqueles que são Xºy são dal- HEMOFILIA
tônicos. Nos indivíduos femininos, os genótipos XxX? ou
Outro exemplo de herança recessiva ligada ao X é
Xºxº determinam visão normal, enquanto XX“ condiciona
a hemofilia, distúrbio em que há deficiência na coagu-
o daltonismo.
lação sanguínea, determinado pelo alelo h ligado ao X.
O tipo mais comum de hemofilia (hemofilia A) é caracteriza-
Sexo masculino Sexo feminino
do pela ausência ou disfunção do fator Vill de coagulação,
substância que participa da formação de protrombina no
fígado. Dessa forma, a formação do coágulo é comprome-
xy Visão normal x2x2 Visão normal
tida e o indivíduo afetado tem risco aumentado de sofrer
Xy Daltônico xx Visão normal com hemorragias.
(portadora)
Nos indivíduos do sexo masculino, o genótipo X"Y con-
Dex Daltônica diciona coagulação normal, enquanto aqueles que são xy
Genótipos e respectivos fenótipos para o daltonismo.
apresentam hemofilia. Indivíduos femininos XX” ou XX”
exibem coagulação normal, enquanto aqueles cujo genó-
O estudo da transmissão das heranças recessivas li- tipo é XX” são hemofílicos.
gadas ao X demonstra que a frequência de indivíduos do
sexo masculino afetados pela condição recessiva é maior Sexo masculino Sexo feminino
do que a frequência de indivíduos do sexo feminino. O
motivo dessa diferença é que, para que um indivíduo do
sexo feminino expresse o fenótipo recessivo, seria neces- xy Cosgulação xe! Coagu lação
Roma
normal
sário carregar duas cópias do alelo recessivo, recebendo
uma cópia de cada genitor, enquanto um indivíduo do sexo Hemofílico XXº Coagulação
xy normal
masculino manifesta a característica ao apresentar apenas (portadora)
uma cópia do alelo recessivo que, obrigatoriamente, é for- XX Hemofílica

necida pela sua mãe. Genótipos e seus respectivos fenótipos para a hemofilia.

Por se tratar do mesmo padrão de herança do dalto-


nismo, todas as características descritas anteriormente a
Lembre-se de que, na espécie humana, o sexo masculino
respeito das heranças recessivas ligadas ao sexo valem
é o heterogamético (XY); portanto, em indivíduos do sexo
masculino, certamente o cromossomo Y foi fornecido pelo
para a hemofilia.
pai, e o cromossomo X veio da mãe.
Casos dominantes

HIPOFOSFATEMIA
Outro aspecto marcante dessa herança é que todos
os descendentes de sexo feminino não afetados gerados Um distúrbio denominado hipofosfatemia, definido
de pai portador do fenótipo recessivo serão portadores do como uma forma de raquitismo resistente à vitamina D,

28 BIOLOGIA * Capítulo 14 « Herança relacionada ao sexo


configura-se como um caso de herança dominante deter-
minada pelo alelo A ligado ao cromossomo X. Pessoas de

oo:
sexo masculino com genótipo XºY não são afetadas, mas
aqueles que são XºY manifestam a condição. Indivíduos do
sexo feminino com genótipos XºXº ou XºXº manifestam a
hipofosfatemia, enquanto os que são XºXº não são afetados.

A caro pa

oo
Afetado Afetado

Xy Não afetado Dea Não afetado

Genótipos e seus respectivos fenótipos para a hipofosfatemia. 1

Heredograma mostrando a transmissão do gene SRY, um exemplo de


A análise das heranças dominantes ligadas ao X mos- gene ligado ao cromossomo Y, que é transmitido dos pais apenas aos
tra que a frequência de indivíduos do sexo masculino que descendentes masculinos.
expressam a característica dominante é menor do que a
frequência de indivíduos do sexo feminino. Isso ocorre Herança influenciada pelo sexo
porque apenas uma combinação genotípica resulta em
Na herança influenciada pelo sexo, a expressão de
indivíduos masculinos afetados, enquanto a característica
certos genes autossômicos varia de acordo com o sexo
se manifesta em indivíduos femininos homozigotos domi-
do indivíduo. Nesses casos, um alelo tem caráter dominan-
nantes ou heterozigotos. Nesse tipo de herança, todos os
te em um sexo, e no outro se comporta como recessivo.
indivíduos de sexo feminino descendentes de pai afetado
A calvície, por exemplo, é determinada pelo alelo C,, en-
serão também afetados. Outro aspecto é que descendentes
quanto a ausência de calvície é condicionada pelo alelo
do sexo masculino de mães não afetadas certamente não
C». O alelo C, é dominante no sexo masculino e recessivo
serão afetados.
no sexo feminino; dessa forma, para que um indivíduo do
sexo masculino expresse a calvície, basta a presença de
uma dose do alelo C,, e para a calvície se expressar no
xx | xy sexo feminino, o indivíduo deve carregar esse alelo em
1 2 condição de homozigose.

E utero
Xy | XX XX XY XY
1 2 3 4 5

ce Calvo Calva

XxX XxX XY xXy CC Calvo Sem calvície


1 2 3 4
CC, Sem calvície Sem calvície
Heredograma mostrando a transmissão da hipofosfatemia ao longo de
três gerações. A hipofosfatemia é um distúrbio dominante ligado ao
cromossomo X.

Herança mitocondrial
Herança ligada ao cromossomo Y Em uma célula eucariótica, o DNA nuclear contém a
Denominada herança restrita ao sexo ou herança maior parte dos genes. No entanto, também é encontrado
holândrica (do grego holos, todo, e andros, macho), a he- DNA nas mitocôndrias e, em plantas e algas, nos cloro-
rança ligada ao Y é determinada por genes localizados na plastos. Os genes presentes no DNA dessas organelas
região diferencial do cromossomo Y, afetando, portanto, são herdados independentemente dos genes nucleares,
apenas indivíduos do sexo masculino, que recebem esses constituindo um caso especial de herança.
genes, invariavelmente, de seus pais. A herança dos genes de organelas é classificada como
Um exemplo de gene holândrico é o gene SRY, também uniparental, isto é, os descendentes herdam os genes de
chamado fator determinante testicular, responsável pela for- organelas apenas de um dos genitores, geralmente a mãe,
mação dos testículos — as gônadas masculinas — durante o determinando um padrão de herança materna.
desenvolvimento embrionário. Portanto, a manifestação de Considerando a herança mitocondrial nos animais, na
caracteres sexuais masculinos é uma característica ligada ao formação do zigoto o espermatozoide praticamente não
cromossomo Y, exibindo o padrão esperado de transmissão tem contribuição citoplasmática, ou seja, as mitocôndrias
de pai para descendente do sexo masculino. A perda ou a presentes nos descendentes são provenientes apenas do
inativação do gene SRY, por exemplo, em decorrência de gameta feminino; assim, o DNA mitocondrial (mtDNA) é
mutações, pode resultar em um indivíduo cromossomica- fornecido apenas pela mãe, caracterizando a herança ma-
mente XY, mas com fenótipo feminino. terna desses genes.
[E

2
to
As fêmeas de mamíferos, por serem XX, apresentam
o dobro de cópias dos genes ligados ao X em relação
aos machos, que são XY. Caso ambos os cromossomos X
fossem plenamente ativos, as fêmeas expressariam o do-

+] bro de produtos proteicos provenientes desses genes em


comparação aos machos, o que acarretaria desequilíbrios

“ fisiológicos entre os sexos.


A inativação do cromossomo X ocorre no início do de-
senvolvimento pelo mecanismo de compensação de dose,
descrito em 1961 pela geneticista inglesa Mary Frances
Lyon (1925-2014). O mecanismo permite que a quantidade
Heredograma mostrando a transmissão de uma herança determinada por
de produtos proteicos derivados do cromossomo X seja
gene localizado no DNA mitocondrial.
equivalente entre machos e fêmeas de mamíferos.
A inativação do X é aleatória, tendo igual chance de
9 Saiba mais
ocorrer no cromossomo X paterno ou no cromossomo X
Herança limitada pelo sexo materno. Todos os descendentes de uma célula na qual
A herança limitada ao sexo é condicionada por genes au- ocorreu a inativação do X paterno mantêm a inativação des-
tossômicos que se manifestam em apenas um dos sexos. se cromossomo; o mesmo ocorre em relação à inativação
Um exemplo disso é a hipertricose auricular (produção do X materno. Portanto, a inativação do X, além de aleatória,
excessiva de pelos nas orelhas), que já foi considerada
é fixa. Estima-se que 50% das células de um indivíduo do
uma herança holândrica por ser observada apenas em
sexo feminino tenham o X paterno inativo, enquanto os
indivíduos do sexo masculino. Porém, atualmente se sabe
que a hipertricose auricular é uma característica autossô-
demais 50% têm o X materno inativo, determinando nos
mica que se expressa apenas no sexo masculino. Outro tecidos femininos a formação de um mosaico constituído
exemplo de herança limitada ao sexo corresponde aos de dois tipos de células: aquelas cuja cromatina sexual é
genes autossômicos que condicionam a produção de leite derivada do X materno e aquelas nas quais ela é formada
em bovinos, que se manifestam apenas nas fêmeas. a partir do X paterno.
A
ELEMENTOS
X paterno FORA DE
X materno
Cromatina sexual Zigoto +] |)
PROPORÇÃO

Em 1949, ao estudar o núcleo de células masculinas e - CORES

, Divisões Ny FANTASIA
femininas de mamíferos, o canadense Murray Barr (1908- celulares
1995), em conjunto com Ewart Bertram (1923-2022), des- | | iniciais
Cromatina
cobriu que na periferia do núcleo das células femininas
sexual do X Inativação
havia um corpo denso inexistente no núcleo das células materno A, ) aleatória ( N Cromatina
masculinas. Esse corpo é denominado cromatina sexual no do X h sexual do
ou corpúsculo de Barr, e sua presença ou ausência permite X paterno
identificar o sexo de um indivíduo com base na observação
direta do núcleo de suas células.
A análise da quantidade de cromatinas sexuais é dada
pelo total de cromossomos X menos 1; portanto, em células
femininas (XX), como observado por Barr, espera-se encon-
trar uma cromatina sexual, enquanto em células masculinas
(XY) esse corpúsculo não deve ser observado.
Estudos posteriores mostraram que o corpúsculo de Tecido em
Barr corresponde a um dos cromossomos X altamente con- mosaico
densado e majoritariamente inativo; o outro cromossomo X
continua geneticamente ativo.
Representação esquemática da inativação aleatória e fixa do cromossomo X
e da formação de tecidos em mosaico em mamíferos do sexo feminino.

A análise da expressão de heranças ligadas ao sexo


permite verificar fenotipicamente os aspectos da ina-
tivação do cromossomo X. Por exemplo, na displasia
ectodérmica hipoidrótica, herança recessiva ligada ao
Cromatina sexual cromossomo X na maioria dos casos, o indivíduo afeta-
À esquerda, representação esquemática de uma célula com cromatina do apresenta ausência parcial ou completa de glândulas
sexual, portanto extraída de indivíduo de sexo feminino com número
sudoríferas, o que resulta em diminuição da sudorese
normal de cromossomos. À direita, representação de uma célula desprovida
de cromatina sexual, portanto, obtida de indivíduo de sexo masculino
(produção de suor), provocando elevação da tempera-
cromossomicamente normal. tura corporal. Por se tratar de uma herança ligada ao X,

30 BIOLOGIA * Capítulo 14 « Herança relacionada ao sexo


espera-se que essa condição não se manifeste em indi- ELEMENTOS
FORA DE
víduos femininos heterozigotos. Contudo, é possível que PROPORÇÃO
esses indivíduos exibam algum grau de sintomas da dis-
plasia ectodérmica hipoidrótica, o que é explicado pela
inativação aleatória do cromossomo X. Nesses casos, é
observada maior proporção de células com o cromossomo X
portador do alelo dominante inativo, formando a cromatina
sexual; consequentemente, há maior proporção de células
com o cromossomo X portador do alelo recessivo ativo, Pele com pouca
determinando o surgimento de sintomas. ou nenhuma
Em mulheres heterozigotas, existem áreas da pele com glândula
sudorífera
glândulas sudoríferas e regiões nas quais essas glândulas
são poucas ou ausentes. Nessas mulheres, mesmo que
sejam gêmeas monozigóticas, as áreas nas quais as glân-
dulas sudoríferas estão ausentes ou em menor quantidade
não são necessariamente as mesmas, fenômeno também Pele com glândula
explicado pela inativação aleatória do X que ocorre em sudorífera

cada uma delas.


O mesmo princípio pode ser aplicado a indivíduos do
sexo feminino quanto ao daltonismo e à hemofilia, isto é,
mulheres heterozigotas para essas heranças recessivas Representação esquemática de gêmeas monozigóticas com genótipo
heterozigoto para a displasia ectodérmica hipoidrótica. As áreas de pele normal
ligadas ao cromossomo X podem ter sintomas dessas con- e aquelas com pouca ou nenhuma glândula sudorífera não são as mesmas em
dições em decorrência do fenômeno explicado por Lyon. decorrência do fenômeno da inativação aleatória do cromossomo X.

Revisando

1. Quanto aos humanos e seus cromossomos:


a) aponte o sistema de determinação cromossômica
do sexo.
b) indique o total de cromossomos encontrado em
uma célula diploide normal. Gametas 9
c) mencione o par de cromossomos sexuais encon-
trado, respectivamente, em indivíduos do sexo
masculino e do sexo feminino. 01 Nesse cruzamento, a mãe portadora tem proba-

d) aponte qual é o sexo heterogamético e qual é o bilidade de gerar descendentes do sexo feminino
sexo homogamético. hemofílicas.
02 Os filhos do sexo masculino poderão ser normais
2. Diferencie as regiões diferenciais (heterólogas) e ho- (x"y) ou hemofílicos (X”Y), em igual proporção.
mólogas dos cromossomos sexuais. 04 No cruzamento, descendentes hemofílicos dos
sexos masculino e feminino são esperados em
3. No sistema ZW, o sexo heterogamético correspon-
igual proporção, ou seja, 25% cada.
de àquele observado no sistema XY? Justifique sua 08 A proporção genotípica esperada desse cruza-
resposta. mento é: 25% X"Xº, 25% X"X", 25% X"Y e 25%
4. Explique como se dá a determinação do sexo em abe- XY.
lhas e como ocorre a formação dos machos nessas Entre as meninas resultantes desse cruzamento, a
espécies. probabilidade de uma filha ser portadora do alelo
da hemofilia é de 50%.
5. UEPG-PR 2022 A hemofilia é uma doença caracterizada
Soma:
pela ausência de uma das proteínas que agem na coa-
gulação do sangue. Existem vários tipos de hemofilia, 6. Em casos de herança recessiva ligada ao cromosso-
sendo a mais comum a hemofilia A, uma herança ligada mo X, espera-se que qual sexo, masculino ou feminino,
ao cromossomo X recessiva. A seguir, está represen- tenha maior percentual de indivíduos afetados? E em
tado um cruzamento entre uma mulher heterozigótica
SI

casos de herança dominante? Justifique sua resposta.


e um homem normal. Complete a tabela com as com-
binações genotípicas e assinale o que for correto. 7. Explique a herança influenciada pelo sexo.
w
=
8. Explique por que a herança do DNA mitocondrial é considerada um caso de herança materna.

9. Explique em que consiste a cromatina sexual.

10. Com base no par de cromossomos sexuais em humanos e no mecanismo de compensação de dose, explique por
que nas células de indivíduos do sexo masculino não há cromatina sexual.

GI fa [A LD TOS CS
1. UEM-PR 2017 Sobre os cromossomos humanos e galinhas não barradas (ZºW) resultando em uma F, de
assuntos correlatos, assinale o que for correto. galos e galinhas barradas.
01 Os cromossomos sexuais são aqueles que pos- Considerando uma F, de 640 aves, a proporção feno-
suem os genes que determinam exclusivamente típica esperada será de
O sexo. a) 480 galos barrados, 80 galinhas não barradas e
02 As fêmeas são heterogaméticas e os machos 80 galinhas barradas.
homogaméticos. b) 80 galos barrados, 80 galinhas não barradas e
04 Indivíduos contendo 22 pares de autossomos e 480 galinhas barradas.
um único cromossomo X serão portadores da sín- c) 40 galos barrados, 80 galinhas não barradas e
drome de Turner. 520 galinhas barradas.
08 Genes holândricos são aqueles presentes nos d) 320 galos barrados, 160 galinhas não barradas e
cromossomos X e que não possuem correspon- 160 galinhas barradas.
dentes no cromossomo Y. e) 160 galos barrados, 160 galinhas não barradas e
16 As fêmeas são diploides com 2 cromossomos 320 galinhas barradas.
sexuais; e os machos, haploides com somente 1
cromossomo sexual. . FCMMG 2020 Leia o texto abaixo:
Uma colmeia dispõe, em média, de 50 mil abelhas,
Soma: que trabalham de maneira organizada e hierárquica. A
rainha é responsável por gerar descendentes após copular
. UCS-RS 2021 As aves, alguns répteis, alguns peixes com os zangões.
e alguns insetos, apresentam o sistema ZZ - ZW de Da maioria dos ovos gerados, derivam as operárias,
determinação cromossômica do sexo. A particula- fêmeas inférteis que compõem 96% da colmeia. Os zan-
ridade, nesse sistema, que o diferencia do sistema de gões vivem até noventa dias e nascem de óvulos não
determinação cromossômica do sexo nos humanos, fecundados.
é que o padrão de herança é inverso, isto é, o sexo (PUJOL, L. Operação Zangão. Piauí, agosto de 2019. Adaptado.)
heterogamético é o feminino. Suponha que a caracte-
Em relação a essa espécie, é CORRETO afirmar que:
rística da presença de uma listra preta nas penas das a) O cromossomo sexual é XX e XY.
aletas do Pinguim-de-Magalhães é determinada por
b) As operárias são haploides (n).
um alelo dominante ligado ao cromossomo sexual.
c) Os zangões são haploides (n).
A partir de um cruzamento entre um animal Z?Zº com
um animal Z2W, e posteriormente o cruzamento de F, d) Arainha é triploide (3n).
entre si, é correto afirmar que
. FCMMG 2017 Conhecendo a constituição e o funcio-
a) as fêmeas, em F,, nunca terão a listra preta nas namento dos diferentes indivíduos de uma sociedade
penas das aletas.
de abelhas, podemos afirmar, EXCETO:
b) todas as fêmeas, em F,, terão a listra preta nas a) Os zangões são haploides, pois se originam pelo
penas das aletas. processo de Partenogênese.
c) metade dos machos, em F,, terá a listra preta e me- b) Os óvulos produzidos por uma abelha rainha são
tade não terá a listra preta nas penas das aletas. frutos de uma divisão mitótica.
d) nenhuma das fêmeas, em F», terá a listra preta e c) A diferença entre abelhas operárias e rainhas se
metade dos machos terá a listra preta nas penas verifica antes mesmo do nascimento, através da
das aletas. alimentação especial.
e) todos os machos, em F,, terão a listra preta nas d) A abelha rainha mais velha poderá produzir
penas das aletas. apenas zangões se esgotar seu estoque de
espermatozoides.
- UFRGS 2019 Nas galinhas, existe um tipo de herança
ligada ao cromossomo sexual que confere presença - Famerp-SP 2019 Analise o heredograma que apre-
ou ausência de listras (ou barras) nas penas. Galos senta uma família com algumas pessoas afetadas por
homozigotos barrados (2828) foram cruzados com uma doença.

32 BIOLOGIA * Capítulo 14 « Herança relacionada ao sexo


08 Os genótipos desse casal podem ser representados
da seguinte maneira: mulher (X2X*) e homem (XºY).
16 Esse casal poderá gerar filhos(as) com visão nor-
mal e filhos(as) daltônicos(as).
+
AU Soma:

UFU-MG 2018 O daltonismo é um distúrbio modera-

COLE HOOO do ligado ao cromossomo X que se caracteriza pela


cegueira para as cores verde e vermelha.
Considerando-se o cruzamento de uma mulher car-
EO vocne readora do alelo para o daltonismo ao se casar com
O) Sem a doença um homem de visão normal, as chances de as filhas
desse casal serem carreadoras é de
A partir do heredograma, conclui-se que a doença em a) 50% c) 100%
questão é determinada por gene b) 25% d) 0%
a) dominante ligado ao cromossomo X.
b) mitocondrial. 10. UPF-RS 2017 Carlos e Juliana, ambos com visão normal,
c) recessivo ligado ao cromossomo Y. tiveram três filhos: um menino daltônico com tipo sanguí-
d) dominante autossômico. neo AB um menino com visão normal e tipo sanguíneo O
e) recessivo ligado ao cromossomo X. e uma menina com visão normal e tipo sanguíneo B. Con-
siderando o fenótipo dos filhos, podemos concluir que:
FGV-SP 2022 No heredograma, todos os símbolos a) Juliana é portadora de um alelo recessivo do
escuros representam indivíduos que expressam uma gene que codifica para o daltonismo e Carlos não
disfunção metabólica recessiva classificada como he- tem esse alelo; Carlos tem tipo sanguíneo AB e
rança genética relacionada ao sexo. Juliana tem tipo sanguíneo.
b) Juliana é portadora de um alelo recessivo do
Túlio Rita João Mauro Lara
gene que codifica para o daltonismo e Carlos não
tem esse alelo; um deles tem tipo sanguíneo A
e o outro tem tipo sanguíneo B.
c) Carlos tem um alelo recessivo do gene que codifi-
ca para o daltonismo e Juliana não tem esse alelo;
um deles tem tipo sanguíneo A e o outro tem tipo
sanguíneo B.
d) Carlos e Juliana têm um alelo recessivo do gene
que codifica para o daltonismo; ambos têm tipo
sanguíneo AB.
e) Juliana é portadora de um alelo recessivo do
Paulo
gene que codifica para o daltonismo e Carlos não
A disfunção metabólica em Paulo é resultante de um tem esse alelo; Carlos tem tipo sanguíneo O e
alelo recessivo herdado de Juliana tem tipo sanguíneo AB.
a) Túlio. d) Lara.
11. Unesp 2017 Uma professora de Biologia explicava a
b) Rita. e) Mauro.
seus alunos que o daltonismo para a cor verde é de-
c) João.
terminado por um gene recessivo ligado ao sexo.
- UEPG-PR 2019 A visão em cores depende de pig- Paulo e Luísa, um casal de gêmeos que estudava na
mentos sensíveis à luz, presentes em três tipos de mesma sala, disseram que eram daltônicos para a
células especiais da retina (os cones). Em uma das cor verde. A professora perguntou se outras pessoas
formas do daltonismo, há dificuldade para distinguir da família também eram daltônicas e os gêmeos res-
entre certos tons de verde, amarelo e vermelho. Essa ponderam que outras duas pessoas tinham o mesmo
forma de daltonismo é provocada por um alelo reces- tipo de daltonismo. Para descobrir quais eram essas
sivo ligado ao sexo (cromossomo X). Uma mulher de pessoas, a professora fez mais algumas perguntas
visão normal, cujo pai era daltônico, casa-se com um aos gêmeos e descobriu que eles não tinham outros
homem daltônico. irmãos, que seus pais eram filhos únicos e que seus
Assinale o que for correto sobre a prole desse casal. avós ainda eram vivos.
01 Esse casal apresenta 75% de probabilidade de As outras duas pessoas daltônicas da família eram
gerar uma menina daltônica. a) opaieo avô materno dos gêmeos.
02 Todos(as) os(as) filhos(as) gerados(as) por esse ca- b) a mãe e a avó materna dos gêmeos.
sal serão daltônicos(as). c) amãe e a avó paterna dos gêmeos.
04 Somente os meninos, filhos desse casal, poderão d) opaie a mãe dos gêmeos.
apresentar o daltonismo. e) o avô materno e a avó paterna dos gêmeos.
12. Uece 2020 Em relação à hemofilia, escreva V ou F 02 Devido ao gene estar localizado no cromossomo X,
conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a mulheres hemofílicas são mais frequentes do que
seguir: homens que possuem esta doença.
A pessoa com hemofilia não produz um fator ne- 04 Um cruzamento entre mulher heterozigota e
cessário para a coagulação sanguínea. homem não hemofílico detém a seguinte pos-
O principal tipo de hemofilia humana é causado por sibilidade na descendência: 25% de meninas
uma mutação recessiva ligada ao cromossomo X. normais e homozigotas; 25% de meninas normais
Os homens hemofílicos herdam a mutação das e heterozigotas; 25% de meninos normais e 25%
mães, mas nunca a transmitem aos filhos. de meninos hemofílicos.
Todas as pessoas afetadas pela hemofilia são do 08 A descendência de um casal cuja mulher é he-
sexo masculino. mofílica e o homem não hemofílico resulta na
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: probabilidade: meninas hemofílicas (50%) e meni-
a) VV V,F. nos normais (50%).
b) VFV F. Soma:
co) EVEMV.
O texto e o heredograma são bases da questão 15.

Pes,
d) FRREV.
A imunodeficiência combinada grave é uma con-
13. FMC-RJ 2021 Há alguns relatos de alteração na coa-
dição que pode ser autossômica recessiva ou recessiva
gulação em pessoas com quadro grave de coronavírus;
ligada ao X. Espera-se que as imunodeficiências sejam
portanto, é importante que a equipe de saúde esteja cien-
causadas por mutações nos genes das imunoglobulinas,
te de que o paciente possui hemofilia, caso precise de
que estão localizados nos cromossomos 2, 14 e 22. No
internação.
entanto, essa doença pode ser ligada ao cromossomo X,
Disponível em: https://abraphem.org.br/o-covid19-e-a-hemofilia/
Acesso em: 22 maio 2020. Adaptado. pois a produção de anticorpos necessita não apenas de
genes estruturais intactos para essas proteínas, mas tam-
A figura a seguir mostra o heredograma de uma famí- bém de células B que funcionem adequadamente, cujo
lia em que apenas os indivíduos do sexo masculino desenvolvimento bem-sucedido deve exigir outras nume-
1-3, |1l-5 e IV-1 são hemofílicos. rosas etapas geneticamente controladas. O heredograma
abaixo mostra o padrão de segregação da imunodeficiên-
cia combinada grave ligada ao cromossomo X da família
do paciente Pablo.
READ, Andrem; DONNAI, Dian. Genética Clínica: uma nova
abordagem. Porto Alegre: Artmed, 2008, p. 183-184. [adaptado]

José | Maria

Rafael Helena Pedro | Camila Rodrigo João

A correta análise do heredograma, conduz à seguinte Aurora Igor Pablo


conclusão:
a) A doença é transmitida por herança autossômica 15. Udesc 2019 Desconsiderando o fenômeno da inativa-
recessiva. ção do cromossomo X nas mulheres heterozigotas e
b) A doença é transmitida por herança autossômica que nas gerações apresentadas não ocorreram muta-
dominante. ções, nem erro de segregação, a probabilidade de o
c) O heredograma é um caso típico de herança se- casal formado por Rafael e Helena ter um descenden-
xual ligada ao cromossomo Y. te normal (sem a imunodeficiência combinada grave
d) Os indivíduos 1-1, |l-6 e Ill-1 são normais e porta- ligada ao X), é de:
dores do gene mutado. a) 37,5%
e) As mães |-2, Il-1, II-5, IIl-2 são portadoras do gene b) 75%
mutado, apesar do fenótipo normal. c) 87,5%
d) 25%
14. UEPG/PSS-PR 2020 A hemofilia A é uma doença
e) 12,5%
genética humana ligada ao cromossomo X recessiva.
Sobre o assunto, assinale o que for correto. 16. UFSC 2018 A distrofia muscular do tipo Duchenne é
01 Um casal cuja mulher é não hemofílica (homozigota) uma doença ligada ao sexo que causa problemas nas
e o homem possui hemofilia, apresenta a seguinte células musculares de forma progressiva e letal. Na
possibilidade na descendência: meninas normais e genealogia A seguir, são mostrados indivíduos normais
heterozigotas (50%) e meninos normais (50%). e um afetado pela doença.

34 BIOLOGIA * Capítulo 14 « Herança relacionada ao sexo


O que levou a tal conclusão foi a
a) incidência da doença em mulheres e homens.
b) transmissão do alelo mutante apenas às filhas de
um homem afetado.
c) presença de pessoas afetadas em todas as
gerações.
d) transmissão do alelo mutante às filhas e aos filhos
Com base na genealogia e sabendo-se que não ocor-
de uma mulher afetada.
reu mutação e nenhum erro de segregação, é correto
e) presença de pelo menos um dos genitores afetados.
afirmar que:
01 oindivíduo |-1 pode ser heterozigoto para a doença. 9. Fuvest-SP 2017 Nos heredogramas apresentados nas
02 o indivíduo |-2 é homozigoto. alternativas, ocorrem pessoas que têm alterações na
04 o casal |-1 e |-2 tem 50% de chance de ter uma formação do esmalte dos dentes (HE e 0).
filha com a doença. Os heredogramas em que as alterações do esmalte
08 o indivíduo |l-3 tem 50% de chance de ser hetero- dos dentes têm herança ligada ao cromossomo X
zigoto. dominante e recessiva, estão representados, respec-
16 a chance de o casal Il-1 e Il-2 ter um descendente tivamente, em
com a doença é de 12,50%
a)
32 o casal |l-1 e Il-2 não pode ter descendentes com
a doença.
Soma:

17. UCPel-RS 2017 Características mendelianas podem b)


ser determinadas por /oci em um cromossomo autos-

ENS
sômico ou nos cromossomos sexuais X ou Y.
Analise o padrão de herança abaixo:
- afeta qualquer sexo, porém mais mulheres do que

-
-
homens;
geralmente pelo menos um dos pais é afetado;
mulheres são mais moderadas e variavelmente
SR
afetadas que homens;
- ofilho de uma mulher afetada, independentemen- d)
te de seu sexo, tem chance de 50% de ser afetado;
- para um homem afetado, todas as suas filhas se-
rão afetadas, mas seus filhos não.
O padrão de herança acima é
a) autossômico dominante.
b) dominante ligado ao X.
c) autossômico recessivo.
d) recessiva ligada ao X.
e) mitocondrial.
O. Uece 2018 Os cromossomos sexuais não são com-
18. Fuvest-SP 2020 Analise a seguinte genealogia de pletamente homólogos, portanto deve-se esperar

ae
uma doença: que os padrões de herança relacionados ao sexo
sejam diferentes daqueles dos cromossomos autos-
sômicos. Em relação à herança de genes localizados
nos cromossomos sexuais, é correto afirmar que
a) na herança ligada ao cromossomo X, os genes
oHNÓDÓMos estão localizados em uma região homóloga ao
cromossomo Y.

ne vó bêée
b) na herança limitada ao sexo, os genes expres-
sam-se em ambos os sexos, porém de forma
diferente, de acordo com o sexo do portador.
c) a herança holândrica é determinada por genes
[] homem não afetado [] homem afetado
que ocorrem no cromossomo Y, fora da região
O mulher não afetado O mulher afetado homóloga ao cromossomo X.
d) a expressão dos genes autossômicos, na herança
Foi levantada a hipótese de que a doença possui pa- influenciada pelo sexo, é determinada pela pre-
drão de herança dominante ligada ao cromossomo X. sença ou ausência de hormônios sexuais.
21. Uece 2019 A hemofilia é uma enfermidade recessiva Assim, é correto afirmar que os genótipos de uma fi-
ligada ao cromossomo e a calvície é uma característi- lha hemofílica do Cruzamento 1 e de um filho calvo do
ca autossômica dominante no homem e recessiva na Cruzamento 2 são, respectivamente,
mulher. Sabendo disso, considere o cruzamento entre a) (X'X) e (XYº ou xºY9)
os seguintes fenótipos: b) (X'X") e (XYº ou XY9)
Cruzamento 1: XºX" x XºY e) (XX) e rave ou XY?)
Cruzamento 2: XX“ x Xv d) (X'X) e (XY- ou XNY9

DD CTC TIE)

Distrofia muscular de Duchenne


A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença progressiva muscular com herança recessiva ligada ao cromossomo X, apresentando, portanto,
maior frequência em indivíduos do sexo masculino. Os afetados pela DMD não produzem distrofina, uma proteína que participa da contração muscular.
O comprometimento muscular ocorre, em geral, primeiramente em músculos das pernas, causando redução da força muscular, contraturas e
dificuldade para caminhar. Com o passar do tempo, os músculos dos braços são acometidos, bem como a musculatura respiratória e cardíaca. Assim,
a sobrevivência de indivíduos em estágio avançado da DMD pode depender de suporte ventilatório e cardíaco.
A DMD não tem cura e seu tratamento envolve fisioterapia, uso de aparelhos ortopédicos que previnem contratura muscular e administração diária
de corticosteroides a partir dos cinco anos de idade, a exemplo da prednisona. Esses medicamentos melhoram a força e mantêm a atividade cardíaca
e pulmonar, levando ao prolongamento de até 15 anos na sobrevida do paciente. Contudo, o uso prolongado de corticosteroides tem efeitos colaterais
como ganho de peso e problemas ósseos. Há casos nos quais procedimentos cirúrgicos são indicados visando ao alívio da tensão e de dores musculares.
Texto elaborado para fins didáticos.

Determinação cromossômica do sexo


Sistema XY
* Ocorre em seres humanos, entre outros animais.
* As células humanas diploides têm 46 cromossomos (23 pares) distribuídos em:
e 22 pares (44 cromossomos) autossomos (A).
e 1 par(2 cromossomos) sexuais.
- sexo feminino: 44A + XX; sexo homogamético.
- sexo masculino: 44A + XY; sexo heterogamético.
* Regiões dos cromossomos sexuais:
e diferenciais ou heterólogas: com genes exclusivos.
e homólogas ou pseudoautossômicas: genes em correspondência entre os cromossomos.

Sistema XO
* Ocorre em gafanhotos, grilos, baratas e percevejos.
* Fêmeas têm dois cromossomos sexuais (XX) — sexo homogamético.
* Machos têm apenas um cromossomo X (XO) — sexo heterogamético.

Sistema ZW
* Ocorre em aves, em certos peixes e em alguns insetos, como borboletas e mariposas.
* Fêmeas têm um cromossomo Z e um W (ZW) — sexo heterogamético.
* Machos têm um par de cromossomos Z (ZZ) — sexo homogamético.

Sistema haplodiploide (n/2n)


* Ocorre em abelhas.
* Fêmeas são diploides (2n).
* Machos são haploides (n), gerados por partenogênese.

Herança relacionada ao sexo em humanos

Herança ligada ao cromossomo X (herança ligada ao sexo): casos recessivos


* Daltonismo
* Incapacidade de distinguir cores, principalmente verde e vermelho.

36 BIOLOGIA * Capítulo 14 « Herança relacionada ao sexo


e Alelos: * Exemplo: gene SRY (responsável pela formação dos testículos).
- X? (dominante): condiciona visão normal. Herança influenciada pelo sexo
- x (recessivo): determina o daltonismo. * Condicionada por genes autossômicos cuja expressão varia

Genótipo Fenótipo
Tee
Genótipo Fenótipo
*
de acordo com o sexo.
Umalelo tem caráter dominante em um sexo e no outro se
comporta como recessivo.
x2?y Visão normal De Visão normal
* Exemplo: calvície.
DA Daltônico xx Visão normal e C,; determina a calvície — dominante no sexo masculino
(portadora)
e recessivo no sexo feminino.
Ex Daltônica
* C;: condiciona ausência de calvície.
Genótipos e respectivos fenótipos para o daltonismo.

º Hemofilia
e Deficiência na coagulação sanguínea.
e
Masculino Feminino
e Alelos:
— X” (dominante): condiciona coagulação normal. Cc, Calvo Calva
- X" (recessivo): determina a hemofilia. CC Calvo Sem calvície

Genótipo Fenótipo
Er
Genótipo Fenótipo
CGC, Sem calvície Sem calvície
Quadro de genótipos e respectivos fenótipos para a calvície.

xy Coagulação XxX Coagulação


normal normal Herança mitocondrial
* Mitocôndrias são organelas com DNA próprio.
xy Hemofílico XX o
(portadora) normal * A herança do DNA mitocondrial (mtDNA) é materna.
ix Hemofílica
Genótipos e respectivos fenótipos para a hemofilia. Cromatina sexual (ou corpúsculo de Barr)
* Consiste em um cromossomo X altamente condensado e
Herança ligada ao cromossomo X: majoritariamente inativo durante a intérfase.
casos dominantes
* Cromatinas sexuais = total de cromossomos X — 1
* Hipofosfatemia (raquitismo resistente à vitamina D)
— Célula feminina (XX) = 2 cromossomos X — 1=1 cro-
e Alelos:
matina sexual
-X (dominante): condiciona a hipofosfatemia.
— Célula masculina (XY) = 1 cromossomo X — 1= O cro-
— Xº (recessivo): determina a ausência de hipofosfatemia.
matina sexual

Sexo feminino * Mecanismo de compensação de dose (hipótese de Lyon)

Genótipo Fenótipo Genótipo Fenótipo - Permite que a quantidade de produtos proteicos


derivada do cromossomo X seja equivalente entre
Dá Afetado X2XA ou XºXº Afetado
machos e fêmeas de mamíferos.
XY Não afetado Xxº Não afetado
* Características da inativação do cromossomo X
Genótipos e respectivos fenótipos para a hipofosfatemia.
= Ocorre no início do desenvolvimento embrionário.
Herança ligada ao cromossomo Y (restrita ao sexo - Aleatória.
ou holândrica) = Fixa.
* Determinada por genes localizados na região diferencial — Determina formação de um mosaico nos tecidos
do cromossomo Y. femininos.

PTS Adu

Artigo
WEI-HAAS, M. Estudo controverso aponta a origem do homem moderno. National Geographic. Disponível em: https://www.
nationalgeographicbrasil.com/historia/2019/10/estudo-controverso-aponta-a-origem-do-homem-moderno. Acesso em: 13 mar. 2023.
O artigo relata um estudo sobre evolução humana com base em uma série de evidências, entre elas, a transmissão do DNA
mitocondrial e o DNA do cromossomo Y.

Vídeo
TESTE de daltonismo (Teste de Ishihara). Tabela de cores. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2FkYGo.
VzOg.
SI

Acesso em: 24 fev. 2023.


O vídeo apresenta diversas variações do teste de Ishihara, usado para detectar daltonismo.

3
md
CI pa TO TA ET
1. Famerp-SP 2021 As figuras ilustram células per- Apresente os genótipos possíveis desses machos
tencentes a três indivíduos: uma criança e seus azuis. Calcule, ainda, para cada um desses genótipos,
genitores. Em cada célula está representado um par a porcentagem de pombos de coloração azul na pro-
de cromossomos sexuais, com os pares de alelos e le, independentemente do sexo.
seus respectivos locos. A distância entre os locos
é de 26 UR. - FMJ-SP 2019 O esquema representa, de forma sim-
plificada, a formação dos indivíduos em uma colmeia
de abelhas.

Zangão

Rainha ——» Óvulo Rainha


rms
; Operária
Zangão——» Espermatozoide
xXx Y

a) Quala ploidia de um zangão? Qual divisão celular


ocorre nos zangões para gerar espermatozoides?
b) Suponha que uma rainha triplo-heterozigota seja
Criança
cruzada com um zangão recessivo para os mes-
mos genes. Quantos genótipos diferentes podem
XxX Y ter os zangões gerados por essa rainha? Qual a
probabilidade de esse cruzamento gerar uma fê-

a) O alelo dominante no genótipo da criança foi her- mea triplo-heterozigota?


dado de qual dos seus genitores? Qual fenômeno - Fuvest-SP 2017 Um homem recebeu, quando recém-
permitiu que a composição genotípica da criança -nascido, o diagnóstico de síndrome da imunodeficiência
fosse diferente da dos genitores? combinada grave, com herança recessiva ligada ao cro-
b) Com relação aos genes representados, qual a mossomo X. Aos dois meses de idade, foi submetido a
porcentagem esperada de ovócitos portadores transplante de células-tronco obtidas de medula óssea e
apenas de alelos recessivos gerados pela mu- não apresenta mais os sintomas da doença.
lher? Explique por que a localização dos genes a) Existe possibilidade de esse homem transmitir o
representados na célula da mulher não está rela- alelo mutante, que causa a doença, para as crian-
cionada à Segunda Lei de Mendel. ças que vier a ter? Justifique sua resposta.
b) Como o transplante de células-tronco de medula
- Uerj 2018 Em pombos, o sexo é determinado pelos
cromossomos Z e W, sendo as fêmeas heterozigóti- óssea pôde levar à cura da doença?
c) A identidade quanto aos antígenos do sistema
cas ZW e os machos homozigóticos ZZ. A coloração
das penas desses animais é definida por três genes
HLA (Human Leukocyte Antigen) é avaliada para
que se determine a compatibilidade entre um
ligados ao cromossomo Z. Observe a imagem, que
doador e um receptor de medula óssea. Esses
representa o padrão de dominância desses genes no
cruzamento dos pombos.
antígenos são determinados por um conjun-
to de genes ligados (haplótipo) localizados no
MACHO FÊMEA
Vermelho Azul cromossomo 6.
São representados, a seguir, o genótipo de um
candidato a transplante de medula óssea e os ge-
Vermelho Ô nótipos de seus genitores, quanto a esse haplótipo.
«—Marrom «— Azul

. . Gene para cor


- o ; s nos cromossomos: o
Ar .. vo 4 “a Tom +
ae 4 a Tea
/ A alelo vermelho —
É ' alelo azul ————
F 4
O O alelo marrom —————>

Ô Ô sem gene para crê


Vermelho Azul Vermelho Marrom
Pai Mãe Candidato ao
Adaptado de learn.genetics.utah.edu. transplante

A partir dessas informações, considere o cruzamen- Esse candidato ao transplante pode ter maior
to entre fêmeas de pombos vermelhos com machos identidade de haplótipos com um irmão do que
azuis. com seus genitores? Justifique sua resposta.

38 BIOLOGIA * Capítulo 14 « Herança relacionada ao sexo


5. Enem PPL 2016 Os indivíduos de uma população de a) Cite um dos tipos de células fotorreceptoras pre-
uma pequena cidade, fundada por uma família de eu- sentes na retina. Por que os vasos sanguíneos
ropeus, são, frequentemente, frutos de casamentos são importantes para as células da retina?
consanguíneos. Grande parte dos grupos familiares b) Analise as figuras e os heredogramas.
dessa localidade apresenta membros acometidos por
uma doença rara, identificada por fraqueza muscular Família Oliveira
progressiva, com início aos 30 anos de idade. Em fa-
mílias com presença dessa doença, quando os pais Ee
são saudáveis, somente os filhos do sexo masculino
podem ser afetados. Mas em famílias cujo pai é acome-
tido pela doença e a mãe é portadora do gene, 50% da Cromossomos 3 VOU ENOo
descendência, independentemente do sexo, é afetada.
Considerando as características populacionais, o sexo Família Andrade Família Castro
e a proporção dos indivíduos afetados, qual é o tipo
de herança da doença descrita no texto? LH-O LO
a) Recessiva, ligada ao cromossomo X.
b)
c)
Dominante, ligada ao cromossomo X.
Recessiva, ligada ao cromossomo Y. COMO HO
d) Recessiva autossômica.
e) Dominante autossômica. Em um caso em que a RP é de herança autossômi-
ca dominante, cite em qual dos loci apresentados
- Uerj 2015 No heredograma a seguir, pode-se verificar
nos cromossomos (3, X e Y) estaria o alelo para essa
a ocorrência de uma determinada síndrome genética.
característica. Uma das famílias dos heredogramas
apresenta RP determinada por alelo ligado ao sexo.
Analise a família que se enquadra nesse caso e calcu-
le a probabilidade de o próximo filho do casal ser um
oo00

LH LH no menino com a RP.

o1ó unó 406


. UEPG-PR 2017 Na maioria das espécies, os cromos-
somos sexuais possuem genes para determinação de

50 doa
sexo, além de outras informações. Assinale o que for
correto a respeito dos cromossomos sexuais e das
heranças ligadas ao sexo.
01 No homem, metade dos espermatozoides possui
o cromossomo X e a outra metade o Y, sendo o
| indivíduos afetados sexo masculino heterogamético. Nas fêmeas, to-
dos os óvulos apresentam cromossomo X, sendo
Identifique os tipos de herança genética associados então classificadas como homogaméticas.
a essa síndrome em relação a dois fatores: padrão de 02 O daltonismo é uma herança ligada ao sexo. Uma
dominância e sexo. Em seguida, cite duas caracterís- mulher de visão normal (xºx2) casada com um
ticas representadas no heredograma que explicam homem daltônico (XºY) não terá nenhum filho(a)
esses tipos de herança genética. daltônico(a).
FICSAE-SP 2022 A retinite pigmentosa (RP) descreve 04 Na espécie humana há uma doença hereditária,
várias alterações herdadas da retina que, juntas, cons- a distrofia molecular de Duchenne, em que ocor-
tituem a causa hereditária mais comum de cegueira re a degeneração e atrofia dos músculos. Essa
humana, afetando uma em 3000 a 4000 pessoas. Os doença é condicionada por um alelo mutante re-
primeiros sintomas clínicos da RP são observados à me- cessivo, localizado no cromossomo X.
dida que as células fotorreceptoras começam a morrer, 08 A hemofilia é uma herança ligada ao sexo. Uma
causando cegueira noturna. Outros tecidos começam a mulher com coagulação normal, mas portado-
se degenerar, entre eles os dos vasos sanguíneos, impor- ra de um alelo mutante (X!'x) casa-se com um
tantes estruturas para as células da retina. Sabe-se que a homem com coagulação normal (X“Y). A possibi-
RP pode ser causada por diferentes genes, em diferentes lidade dos(as) filhos(as) deste casal são de 100%
cromossomos. Em diferentes famílias, dependendo do de coagulação normal.
afetado, a degeneração da visão pode ter herança do tipo 16 Homens daltônicos (XY) terão todos os seus
autossômica dominante, do tipo autossômica recessiva filhos do sexo masculino também daltônico, inde-
ou, ainda, na forma de herança recessiva ligada ao sexo. pendente do genótipo da mulher.
(Lynn B. Jorde, John C. Carey e Michael J. Bamshad.
Genética Médica, 2010. Adaptado.) Soma:
[E

3
to
9. FCMSCSP 2019 Beatriz apresenta visão normal e tem a) Marcos, o neto de Lorenzo, casou-se e quer ter
um irmão com daltonismo. Os irmãos são filhos de um duas filhas.
casal com visão normal. Beatriz pretende engravidar Qual é a probabilidade de Marcos ter uma filha
de seu noivo, que também é daltônico. afetada pela DH e, a seguir, uma filha normal? Ex-
a) Em quais células do olho humano o gene mutan- plique como chegou a essa conclusão.
te para esse distúrbio se manifesta? Estas células b) Assim como a DH, a hemofilia é uma doença
compõem qual tecido do olho? genética humana transmitida ao longo das ge-
b) Qual a probabilidade de a criança gerada por rações. Na hemofilia, a proporção de indivíduos
Beatriz e seu noivo ser menina e daltônica? do sexo masculino afetados pela doença é maior
que a proporção de indivíduos do sexo feminino.
10. Fuvest-SP 2014 Os genes que condicionam a visão
Considerando o padrão de herança da hemofilia,
para cores e a síntese da enzima G6PD (desidro-
explique por que ocorre essa diferença na pro-
genase da glicose-6-fosfato) estão localizados no
porção de indivíduos afetados pela doença.
cromossomo X humano. O alelo recessivo d determi-
na o daltonismo e o alelo recessivo g, a deficiência da 12. Unesp 2014 A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD)
enzima G6PD. apresenta incidência de 1 a cada 3.500 nascimentos de
No heredograma abaixo, o homem | é daltônico e meninos. É causada por um distúrbio na produção
tem também deficiência da enzima GOPD. de uma proteína associada à membrana muscular cha-
mada distrofina, que mantém a integridade da fibra
muscular. Os primeiros sinais clínicos manifestam-se an-

O
1 2 tes dos 5 anos, com quedas frequentes, dificuldade para
subir escadas, correr, levantar do chão e hipertrofia das
panturrilhas. A fraqueza muscular piora progressivamen-
te, levando à incapacidade de andar dentro de cerca de
dez anos a partir do início dos sintomas.
O 1 2 0a Trata-se de uma doença genética, com padrão de heran-
ça recessivo ligado ao cromossomo X. Na maioria dos
Sua mulher |-2 é homozigótica, com visão normal para casos, a mutação responsável pela doença foi herdada da
cores, não tendo deficiência de GOPD. A filha II-1 des- mãe do paciente (em geral, assintomática).
se casal casou-se com o homem II-2, que possui visão (www.oapd.org.br. Adaptado.)
normal para cores e não tem deficiência de GOPD. Os
quatro filhos desse casal (1-1, 2, 3 e 4) diferem entre Considerando as informações do texto, explique por
si quanto aos fenótipos em relação à visão para cores que as mulheres portadoras da mutação em geral são
e à síntese de GOPD. assintomáticas (não desenvolvem a doença).
Com relação a essas características, Se uma mulher portadora da mutação, assintomática,
a) quais são os genótipos de |-1 e |-2? estiver grávida de um casal de gêmeos, e o pai das
b) quais são os genótipos de 1-1 e 1-2? crianças for um homem não portador da mutação,
c) que fenótipos e respectivos genótipos os filhos quais as probabilidades de seus filhos desenvolverem
de Il-1 e II-2 podem ter? a doença? Justifique.
d) explique como IIl-1, 2, 3 e 4 podem ter herdado
13. Fasm-SP 2016 Raquel está gestando um casal de
genótipos diferentes.
gêmeos. O pai dos bebês é seu primo, filho da irmã
11. UEL-PR 2019 Lorenzo foi diagnosticado com Doença da mãe de Raquel. O único irmão de Raquel morreu
de Huntington (DH), uma doença autossômica dominan- ainda jovem, portador da Distrofia de Duchenne, uma
te que promove a degeneração gradativa do cérebro doença genética recessiva, degenerativa e incapaci-
humano. O heredograma a seguir mostra a presença da tante, ligada ao sexo.
doença ao longo das gerações na família de Lorenzo. a) Quala probabilidade de o menino vir a desenvol-
ver a doença? Qual a probabilidade de a menina
vir a desenvolver a doença?
Lorenzo
b) Se Raquel estivesse grávida de outro rapaz, não
aparentado a ela e em cuja família não houves-
se histórico da doença, a probabilidade de os
gêmeos virem a desenvolver a doença estaria di-
minuída? Justifique sua resposta.

14. Unesp 2016 Em moscas de frutas Drosophila melano-


Q E Afetados pela DH
gaster, o sexo é determinado segundo o sistema XY. A
O [|] Normais ? cor dos olhos nessa espécie é determinada por alelos
localizados no cromossomo X. O alelo dominante B
Com base no texto, no heredograma e nos conheci- confere cor vermelha aos olhos da mosca e o alelo re-
mentos sobre o tema, responda aos itens a seguir. cessivo b, cor branca.

40 BIOLOGIA * Capítulo 14 « Herança relacionada ao sexo


O cruzamento de uma fêmea de olhos vermelhos com um macho de olhos vermelhos resultou em uma geração
constituída por 75% de indivíduos de olhos vermelhos e 25% de olhos brancos. Determine o genótipo da fêmea deste
cruzamento e o sexo dos descendentes de olhos brancos.
Em outro cruzamento, uma fêmea de olhos brancos foi fecundada por um macho de olhos vermelhos. Dos
descendentes obtidos, foi realizado o cruzamento de uma fêmea com um macho, que deu origem a uma po-
pulação de 100 indivíduos. Qual a porcentagem de machos de olhos brancos e a porcentagem de fêmeas
de olhos brancos esperadas nessa população?

15. UFRGS 2017 No bloco superior abaixo, estão citados dois termos utilizados na determinação do padrão de herança
monogênica nas famílias; no inferior, os critérios envolvidos na descrição dos termos.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
14. Autossômica 2. Ligada ao X
Presença igual em homens e mulheres.
Transmissão direta de homem para homem.
Homens afetados terão todas as filhas afetadas, se a característica for dominante.
Mulheres afetadas terão todos os filhos homens afetados, se a característica for recessiva.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 1-2-2-1. c) 1-2-2-2. e) 2-1-1-2.
b) 1-1-2-2. d) 2-1-1-1.

16. Unicamp-SP 2018 O heredograma abaixo representa o padrão de herança, em uma única família, de uma doença
genética humana. Os indivíduos doentes são representados em preto, enquanto os indivíduos não doentes são indi-
cados em branco. Nessa família, a doença é causada por apenas um loco gênico, localizado em um dos dois tipos de
cromossomos sexuais. No conjunto dos indivíduos da família, esse loco apresenta dois alelos, Ate AZ

o
pré 5 o
NO

4116
EE [ ] homens

O O -muheres

Ho " ONO 600


a) Oloco gênico envolvido nessa doença está no cromossomo X ou no cromossomo Y? Considerando que um dos
alelos é dominante, o alelo que promove o aparecimento da doença nos indivíduos afetados (alelo A1) é domi-
nante ou recessivo em relação ao alelo A2? Explique como você chegou às suas conclusões.
b) Pesquisas recentes analisaram as alterações causadas nos neurônios de indivíduos doentes pelo alelo A1. Nes-
sas pesquisas, fibroblastos coletados da pele de pessoas afetadas foram utilizados para produzir células-tronco
pluripotentes (IPSC). As iPSC foram então utilizadas para gerar neurônios. Por que células-tronco podem originar
neurônios? Por que não seria adequado aos pesquisadores estudar os efeitos neuronais do alelo A1 diretamente
nos fibroblastos coletados da pele dos indivíduos afetados?
(Inspirado em Maria C. N. Marchetto e outros, A model for neural development and treatment of Rett Syndrome using human induced pluripotent
stem cells. Cell, Cambridge, v. 143, p. 527-539, nov. 2010. Pesquisa realizada pela equipe do brasileiro Alysson Muotri, ex-aluno da UNICAMP e
atualmente professor da Universidade da Califórnia, San Diego, EUA.)

17. UEM/PAS-PR 2021 Sobre os cromossomos sexuais e a determinação do sexo nos animais, assinale o que for correto.
01 A determinação do sexo nos animais é definida pela constituição cromossômica e genética dos indivíduos.
02 Na determinação do sexo, os mamíferos são espécies dioicas cujas fêmeas possuem um par de cromossomos
homólogos (XX) e cujos machos possuem somente um cromossomo correspondente ao das fêmeas (X) e um
tipicamente masculino (Y).
04 Nas abelhas melíferas a partenogênese de óvulos fecundados origina fêmeas.
08 Os genes responsáveis pela hemofilia estão localizados no cromossomo Y humano, caracterizando a transmis-
são dessa doença como herança ligada ao sexo.
16 Nos mamíferos o gene SRY localiza-se nos autossomos.
Soma:

18. UFSC 2020 Cada heredograma a seguir representa uma história familiar relacionada a determinada doença rara do
ser humano (cada uma proveniente exclusivamente de um modo de herança diferente, que pode ser autossômico
EN

dominante, autossômico recessivo, ligado ao Y, recessivo ligado ao X e mitocondrial). Os indivíduos que possuem
uma dessas doenças, independentemente da herança, são destacados nos heredogramas com símbolos cheios.
ma
A
Heredograma A Sobre os heredogramas apresentados e com base nos
conhecimentos de Genética, é correto afirmar que:
01 omodo mais provável de herança do heredograma
B é o mitocondrial, pois se observa a transmissão
da doença das mães afetadas para a prole, o que
não ocorre em relação aos pais afetados.
02 o modo de herança do heredograma E é reces-
sivo ligado ao X, pois apenas indivíduos do sexo
feminino são afetados.
04 o modo de herança ligado ao Y é observado no
heredograma A, porém a doença do heredogra-
ma C possui um padrão em que não se descarta a
possibilidade de haver esse modo de herança.
Heredograma B

| cá tdo
08 a doença presente no heredograma D pode ter
uma herança autossômica dominante ou recessi-
va, porém é mais provável que seja uma herança
autossômica recessiva por se tratar de uma doen-
ça rara e pelo fato de os indivíduos sem a doença

SSB
não serem portadores do alelo raro responsável
pela manifestação da doença.
16 o heredograma C possui o modo de herança
recessivo ligado ao X, porém não se descarta a
possibilidade de ele ser dominante ligado ao X ou
autossômico.
32 a probabilidade de a próxima criança do casal Ill-3
Heredograma

e Ill-4 do heredograma E ser afetada e ser do
I sexo feminino é de 25%.
1 2
64 é possível que apenas um indivíduo da primeira
geração do heredograma E tenha um único alelo
N O1 2 3 4
A5 6 7 8
raro que foi transmitido aos seus descendentes; o
encontro desse alelo é promovido pelo casamen-

n 1 2
olujulorul Tom
3 4 5 6 7 8 9 10 11/12
to consanguíneo, resultando em indivíduos com a
doença na quarta geração.

CON
Soma:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 19. Famerp-SP 2020 Ao se analisar o núcleo de uma

ad
célula de uma mulher com pares de cromossomos,
Heredograma D
nota-se a presença de uma cromatina sexual aderida
ao envoltório nuclear durante a intérfase.
a) Qual cromossomo sexual corresponde a essa

1 DÓ cromatina? Cite a fase da interfase em que é mais

DOU OR
provável visualizar a cromatina sexual.
b) A formação da cromatina sexual pode igualar a
quantidade de proteínas existentes nas células
de um homem e de uma mulher. Baseando-se
6/17 8
na atividade dos genes, explique por que, com
IV a formação da cromatina sexual nas mulheres, a
1 2/3 4 5 6 quantidade de proteínas seria semelhante nas cé-
lulas dos homens e das mulheres.
Heredograma E
20. UEL-PR 2022 Analise a figura a seguir.
1)
o

PT e
ol

42 BIOLOGIA * Capítulo
14 « Herança relacionada ao sexo
Com base na figura e nos conhecimentos sobre a inativação aleatória do cromossomo X nas fêmeas de mamíferos,
considere as afirmativas a seguir.
Il. A cromatina condensada, estrutura conhecida como corpúsculo de Bahr, é visível tanto no gameta feminino
quanto no masculino.
Il. A divisão que origina as células possuidoras de um dos cromossomos inativados ocorre quando os cromossomos
homólogos duplicados se separam.
HI. As fêmeas heterozigotas apresentam proporções iguais de expressão do cromossomo X de origem paterna e
materna.
IV. Os alelos que determinam a cor da pelagem das fêmeas de gatos domésticos estão localizados no cromossomo X.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas le Il são corretas.
b) Somente as afirmativas | e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas Ill e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas |, Ile Ill são corretas.
e) Somente as afirmativas Il, Ille IV são corretas.

21. Enem 2017 A distrofia muscular Duchenne (DMD) é uma doença causada por uma mutação em um gene localizado no
cromossomo X. Pesquisadores estudaram uma família na qual gêmeas monozigóticas eram portadoras de um alelo mutante
recessivo para esse gene (heterozigóticas). O interessante é que uma das gêmeas apresentava o fenótipo relacionado ao alelo
mutante, isto é, DMD, enquanto a sua irmã apresentava fenótipo normal.
RICHARDS. C. S. et al. The American Journal of Human Genetics, n. 4, 1990 (adaptado).

A diferença na manifestação da DMD entre as gêmeas pode ser explicada pela


a) dominância incompleta do alelo mutante em relação ao alelo normal.
b) falha na separação dos cromossomos X no momento da separação dos dois embriões.
c) recombinação cromossômica em uma divisão celular embrionária anterior à separação dos dois embriões.
d) inativação aleatória de um dos cromossomos X em fase posterior à divisão que resulta nos dois embriões.
e) origem paterna do cromossomo portador do alelo mutante em uma das gêmeas e origem materna na outra.

CRCCL CCEE CRC ER CURE E EEE ERC R RELER ER A RCC CRER UR CR CRC R EUR UR RCE R CARR URU UR CRU a UR a an Rae en arara rasa ren ca nar na casar canas as na nas Cererereecacanea
nana na ca nen canas aa rasas a nara

EMI3CNT302
1. OBB 2017 Morgan cruzou fêmeas de Drosophila com olhos brancos (w) e corpo amarelo (e) com machos de olhos
vermelhos (w+) e corpo silvestre (e+). Na F1 as fêmeas eram fenotipicamente como seus pais e os machos como suas
mães. Os indivíduos da F1 foram cruzados entre si, obtendo 2105 descendentes, cujos caracteres fenotípicos eram:

Branco Amarelo 543 474

Vermelho Silvestre 547 512

Branco Silvestre 6 1

Vermelho Amarelo 7 5

Considerando que os genes estejam ligados, eles se encontram:


a) no cromossomo X a 1,37 uM.
b) no cromossomo X a 12,5 uM.
c) em um cromossomo tipo autossômico a 1,37 uM.
d) no cromossomo Y a 12,5 uM.
e) em um cromossomo tipo autossômico a 12,5 uM.
? Analise o texto abaixo e responda à questão 2.
O Parlamento Britânico aprovou, na tarde desta terça-feira, um procedimento de fertilização in vitro que usa gametas
de três pessoas (duas mulheres e um homem) para gerar bebês. O assunto divide a sociedade, colocando de lados opostos
críticos, entre eles a Igreja, para quem a novidade consiste em “design de bebês”, e cientistas entusiasmados com a hipótese
de reduzir a incidência de crianças com doenças congênitas herdadas de suas mães. O procedimento foi aprovado por
382 votos a favor contra 128 em oposição ao tratamento. Durante o debate, parlamentares disseram que a técnica é uma
“luz no fim do túnel para muitas famílias”. O procedimento ainda precisa ser aprovado pela Câmara Alta do parlamento
e, se passar, o primeiro “bebê com três pais” pode nascer no Reino Unido no ano que vem. Uma das técnicas aprovadas
consiste em transplante de núcleo entre dois óvulos. Uma mulher com DNA mitocondrial defeituoso tem o núcleo de
seu óvulo removido. Este núcleo, carregando informações genéticas como altura, cor dos olhos e cor da pele, é então
implantado no óvulo de uma doadora com DNA mitocondrial saudável, cujo núcleo foi previamente retirado. Este óvulo,
com informações de ambas as mulheres, é, em seguida, fecundado pelo espermatozoide do pai. O embrião gerado tem
0,1% de DNA da doadora.
Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/parlamento-britanico-aprova-procedimento-que-permitira-bebe-com-tres-genitores-15231386

OBB 2015 O novo procedimento aprovado na Inglaterra é importante pois o uso de óvulos de uma segunda mu-
lher evita:
a) doenças mitocondriais de origem materna.
b) doenças mitocondriais de origem paterna.
c) doenças mitocondriais de ambos os parentais.
d) mutações nucleares de origem paterna.
e) mutações nucleares de origem materna.

UPE/SSA 2016 Rose pagou regiamente a um laboratório de Genética Animal para fazer uma clonagem de sua gata
calicó de pelagem tricolor (branca com manchas amarelas e pretas). O cromossomo X porta o alelo CB para a cor
preta ou o alelo CA para a cor amarela, e a cor branca é condicionada por outro gene. Rose ficou decepcionada ao
receber o clone, pois a gatinha, apesar de compartilhar o mesmo DNA da sua mascote Marie, não apresentava varie-
gação de pelagem idêntica.

Marie - mascote Clone - gatinha


Fonte: http://www.redditcom Acesso em: julho 2015. Fonte: http:/Awww.fanpop.com Acesso em: julho 2015.

Qual alternativa explica o ocorrido?


a) A gatinha é diferente da mãe biológica (Marie), pois a gata que a gestou possui genoma distinto, contribuindo
com um dos X.
b) A inativação do X fez a gatinha heterozigota expressar um dos alelos em certas áreas do corpo, e o outro alelo, nas
demais regiões, de forma aleatória.
c) Para haver sucesso na clonagem, o espermatozoide e o óvulo precisariam ter sido de um tio e de Marie, respec-
tivamente, para que os cromossomos X possuíssem alelos diferentes.
d) Como a herança é multifatorial, além dos genes implicados, a dieta deveria ter sido cuidadosamente planejada
para se obter o mesmo padrão de pelagem.
e) A condensação dos cromossomos X ocorre após o primeiro ano de idade, logo o padrão da pelagem só estará
definido após esse período.

44 BIOLOGIA * Capítulo 14 « Herança relacionada ao sexo


Fernanda Hashijumie Fava, atleta
brasileira com síndrome de Down.
Ela integra a equipe de nado
artístico adaptado do Instituto
Inspiração Paradesportiva (Inspara).

CAPÍTULO Mutações e genética de populações


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 300 mil brasilei-
ros têm síndrome de Down. Essa condição é decorrente de uma mutação caracterizada
pela presença de um cromossomo a mais nas células das pessoas acometidas. Em
2006, o dia 21 de março passou a ser designado como o Dia Mundial da Síndrome de
Down, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre as necessidades das pessoas
com a síndrome e desmistificar preconceitos ligados a elas. Entre os assuntos tratados
neste capítulo, são discutidos diferentes tipos de mutações, inclusive aquela que resulta
na síndrome de Down.
Aspectos gerais das mutações
No livro 1 desta coleção, foram apresentados importantes aspectos relacionados às mutações, dada sua estreita relação
com a teoria moderna da evolução. A seguir, revisaremos esses aspectos gerais para, depois disso, desenvolver a análise
detalhada das mutações gênicas e cromossômicas.
As mutações são definidas como alterações no material genético dos seres vivos, podendo ocorrer no DNA ou no
RNA, como no caso de certos vírus. Essas alterações ocorrem aleatoriamente e ao acaso, então, não têm uma finalidade,
e são consideradas a fonte primária de variabilidade genética nas populações, pois resultam em material genético novo
sobre o qual os mecanismos evolutivos atuarão.
Quanto à origem, as mutações podem ser espontâneas, quando ocasionadas por erros naturais durante os processos
de replicação do material genético, como a duplicação do DNA na fase S da interfase no ciclo celular. Elas também podem
ser induzidas por uma série de fatores mutagênicos como radiação UV e X, nicotina, certos agrotóxicos, vírus HPV etc.
A ocorrência de mutações pode acarretar a redução da capacidade de sobrevivência e/ou do potencial reprodutivo de
uma espécie, caracterizando uma mutação negativa (por exemplo, mutações que aumentam as chances do desenvol-
vimento de câncer). É possível, no entanto, que uma mutação resulte em vantagens à sobrevivência e/ou à reprodução
de uma espécie, sendo, portanto, uma mutação positiva (por exemplo, mutações que tornam bactérias resistentes a um
antibiótico). Há, ainda, as mutações neutras, que não afetam a sobrevivência e a reprodução de um ser vivo.
Para que uma mutação tenha consequência evolutiva, é importante que ela seja transmitida aos descendentes. Nos
animais, por exemplo, para que uma mutação seja passada aos descendentes, ela deve ocorrer nas células precursoras
dos gametas (células germinativas); caso aconteça nas células do corpo que não formam gametas (células somáticas),
a mutação não tem efeito evolutivo por não ser herdável.

Mutações gênicas
Mutações gênicas são aquelas que alteram a sequência de bases nitrogenadas de um gene, podendo ou não alterar
a sequência ou composição de aminoácidos da proteína resultante da expressão gênica. Essas alterações podem ocorrer
por substituição, deleção ou inserção de nucleotídeos.

Substituição
Essa categoria de mutação gênica consiste na troca de um par de nucleotídeos por outro, o que altera a sequência
de bases nitrogenadas do gene. Uma substituição pode causar alterações na proteína expressa e afetar as atividades celu-
lares. Os efeitos da modificação da sequência de aminoácidos na proteína podem ser brandos, mas existem substituições
que resultam em consequências severas. A anemia falciforme é um desses casos, condição que resulta da substituição
de um par de bases no gene que codifica uma das cadeias da hemoglobina, fazendo com que haja troca de um único
aminoácido por outro: um ácido glutâmico (Glu) é trocado por uma valina (Val).
DNA da hemoglobina normal DNA da hemoglobina mutante

Transcrição Transcrição
RNAm

Rc
qa

I Tradução Tradução

Hemoglobina normal Hemoglobina falciforme

Representação esquemática da mutação causadora da anemia falciforme, que consiste na substituição de um par de bases no gene de uma das cadeias da
hemoglobina. Essa substituição resulta em alteração de um aminoácido na cadeia polipeptídica.

Inserções e deleções
Inserção e deleção correspondem, respectivamente, a acréscimo e perda de pares de nucleotídeos em um gene.
É comum essas mutações determinarem efeitos mais graves à estrutura proteica do que as mutações por substituição.
A intensidade dos efeitos depende do local do gene em que a mutação ocorreu e da quantidade de bases inseridas
ou deletadas. Por exemplo, a inserção ou a deleção de apenas um nucleotídeo no início do gene pode acarretar a altera-
ção de muitos códons desde o ponto da mutação em diante, o que modifica profundamente a sequência de aminoácidos.
Caso a mutação ocorra bem próxima ao final do gene, a proteína será menos afetada.

46 BIOLOGIA * Capítulo 15 « Mutações e genética de populações


Fita ativa
pe DNA 3' Dai ACTTCAAACCGRlR

No ATGAAGTTTGGCãhkM

RNAm 5º

w
Proteína LS [RE he |

E)
v
Inserção y y Deleção

E ausente
Cextra

ES TA CIMNMTTCARARACCGHRE PE TACTTCANA|CCCE

NMATGNMMAAGTTTGGCÃãkR EN ATGAAGTTTGCGCSECH

EH ausente

Li e) (T] Val Trp Li RE RT

Representação esquemática de uma inserção e de uma deleção a partir de um gene hipotético e suas consequências na proteína produzida. As siglas representam
os seguintes aminoácidos: Met — metionina, Lis — lisina, Phe — fenilalanina, Gli — glicina, Glu — ácido glutâmico, Val — valina, Trp — triptofano e Leu — leucina.

Mutações sinônimas e mutações sem sentido


Uma mutação pode levar à alteração na sequência de aminoácidos de uma proteína. Contudo, nem sempre isso acontece,
pois o código genético é degenerado, isto é, dois ou mais códons podem codificar o mesmo aminoácido.

Segunda base nitrogenada

UUU
UUC ; ;
Fenilalanina (Fen) Gs setina (Sen UAU
UAC | Tirosina
Tiroci :
(Tir) UGU|
UGC cictoí
os ;
(Cis) Ue
Códon d
Leucina (Leu) UCO Góden de término º A
s asc termino Triptofano (Trp)| S s
ç5 Leucina (Leu)
ccu CAU) Histidina (His) |[cgu ul E
ECC Prolina (Pro) AR E Arginina (Arg) Ê 8
E CCE CAG Glutamina (Gln) ||CGG c E
à i AGU : u|
qq
o AAU
2 Isoleucina (Ile) Aco . AAC| Asparagina (Asn)| |AGE| Serina (Ser) =
E AGA Treonina (Tre) KER A E
v m777= Metionina (Met); |IA AAA | Lisina (Lis) Arginina (Ar: Ú
E Códon de início cs AAG AGG| "9 (Ar) | e Ko)
a
GCU GAU| Aspartato (Asp) ||GGU u
. (Val)
Valina GEC
GCA ;
Alanina (Ala) GAC GSC|
GGA clici (Gli)|
Glicina Ae
ECE ER Glutamato (Glu) ||GGG c

Tabela com os 64 códons correspondentes ao código genético. À exceção da metionina e do triptofano, todos os aminoácidos são codificados por dois ou
mais códons, por isso o código genético é degenerado.

Assim, por exemplo, se a sequência 3º -CGA- 5” na fita ativa do DNA for modificada para 3' -CGG- 5", o códon no RNAm
passa de GCU para GCC, mas o aminoácido inserido nesse local da tradução será o mesmo: a alanina. Isto é, a informação
genética mudou, mas o seu significado continua o mesmo, o que caracteriza uma mutação sinônima (ou mutação silenciosa),
que não tem efeito sobre o funcionamento da célula.
Entre os 64 códons, três são códons de parada. Essas trincas não codificam aminoácidos, mas são importantes uma vez
que izam que a tradução do RNAm deve ser encerrada. Uma mutação que altera o códon de um aminoácido para um
SI

cód parada é denominada mutação sem sentido, e sua ocorrência causa o término prematuro da tradução, resultando
na formação de uma cadeia de aminoácidos menor do que a que seria codificada anteriormente à mutação.
md
Ba
Mutações cromossômicas
Mutações cromossômicas correspondem a alterações na estrutura ou no número de cromossomos de um organismo.
Sua ocorrência pode causar condições ou distúrbios em diferentes níveis de gravidade, como será verificado a seguir.

Estruturais
Alterações estruturais nos cromossomos são, basicamente, de quatro tipos: deleção, duplicação, inversão e translocação.
Uma deleção consiste na perda de parte de um cromossomo e seu efeito dependerá do tamanho do segmento
deletado: quanto maior a deleção, mais genes são perdidos e, consequentemente, espera-se que os efeitos da mutação
sejam mais graves. Há casos de grandes deleções que inviabilizam o desenvolvimento. Na espécie humana, a síndrome de
cri du chat (síndrome do choro ou miado de gato) é causada por uma deleção que ocorre no braço curto do cromossomo 5.
Nessa condição, as crianças afetadas produzem choro semelhante ao miado de um gato em decorrência de alterações na
região da laringe. Outras manifestações da síndrome são cabeça anormalmente pequena, face arredondada e atraso
no desenvolvimento mental.
A mutação por duplicação é caracterizada pela presença de uma cópia extra de um segmento do cromossomo. Em
seres humanos, é observada grande quantidade de duplicações de sequências simples que se estendem pelo genoma.
Essas repetições funcionam como marcadores moleculares no mapeamento genético, sendo utilizadas em exames de
DNA. Detalhes sobre os exames de DNA serão apresentados no próximo capítulo deste livro.
Na inversão, um segmento cromossômico aparece com sua orientação invertida. Nesse tipo de mutação, a quantidade
de material genético não é alterada, portanto, se a inversão não causar quebras dentro dos genes, espera-se que não
haja alterações fenotípicas.
Uma translocação corresponde à troca de segmentos entre cromossomos não homólogos. Nesse caso, a quantidade
de material genético não é alterada, mas a translocação pode causar efeitos graves ao organismo.

Mutações cromossômicas estruturais

Deleção Duplicação

(A[B[CIDJEXFIG|H) (A | DJEXFIG|H)

cube (A | DIEXFIG|hH)
Inversão Translocação

(A EX FIG|H) EX FIG|H)

Quadro comparativo das mutações cromossômicas estruturais.

? Atenção
Translocação não é um caso de crossing over. Enquanto na translocação a troca de segmentos ocorre entre cromossomos
não homólogos, no crossing over a troca acontece entre cromátides de cromossomos homólogos.

Numéricas
As alterações no número de cromossomos são basicamente de dois tipos: euploidias e aneuploidias. As euploidias
modificam conjuntos inteiros de cromossomos, interferindo na ploidia normal das células de um organismo. As aneuploidias
alteram partes dos conjuntos cromossômicos, afetando, por exemplo, apenas um par de cromossomos.

48 BIOLOGIA * Capítulo 15 « Mutações e genética de populações


Euploidias
Situações nas quais os organismos têm mais de dois conjuntos cromossômicos são denominadas poliploidias. Casos
que envolvem três conjuntos cromossômicos são chamados de triploidias (3n), quatro conjuntos, tetraploidias (4n), cinco
conjuntos cromossômicos, pentaploidias (5n), e assim por diante.

Célula 2n = 4
(diploide)

| il

Célula 3n = 6 Célula 4n=8 Célula 6n = 12


(triploide) (tetraploide) (hexaploide)
Representação esquemática de alguns casos de poliploidias.

Poliploidias são relativamente comuns entre as plantas. Uma parcela considerável dos vegetais cultivados para consumo
humano é poliploide; por exemplo, há bananas triploides (3n), batatas tetraploides (4n), trigo hexaploide (6n) e morangos
octoploides (8n). Nos vegetais, em geral, quanto maior a ploidia, maior o tamanho do organismo; isso pode aumentar o valor
comercial do cultivo, o que incentiva a execução de trabalhos genéticos que buscam a obtenção de plantas poliploides.
Quando um membro de uma espécie tipicamente diploide (2n) tem somente um conjunto de cromossomos (n), ele é
denominado monoploide; um exemplo de monoploidia é o zangão, macho das abelhas, originado por partenogênese.

Origem das poliploidias


Sobretudo em vegetais, poliploidias viáveis podem ocorrer
espontaneamente na natureza, caracterizando um processo
de formação de novas espécies denominado especiação
simpátrica, no qual não há isolamento geográfico. As poli-
ploidias também podem ser propositalmente obtidas pelos
geneticistas: organismos triploides são gerados de cruza- Célula 4n= 8 Célula 2n=4
Fecundação
mentos entre um indivíduo tetraploide (4n) e um diploide (tetraploide) (diploide) >» —>
(2n). A união entre o gameta 2n gerado pelo tetraploide com
o gameta n gerado pelo diploide forma um zigoto triploide.
Os tetraploides originam-se da duplicação de uma ploidia Célula 3n=6
2n para 4n. Esse fenômeno pode ocorrer espontanea- — (triploide)
mente em decorrência de falhas na divisão celular, mas
também pode ser induzido por meio da aplicação de
substâncias, a exemplo da colchicina, que interrompem a Célula 2n = 4 Célulan=2 *
. / a . (diploide) (haploide)
formação dos microtúbulos na divisão. Conforme mencio-
nado no capítulo sobre divisão celular, a separação dos Representação esquemática da obtenção de zigoto triploide a partir do
cromossomos é feita pelas fibras do fuso, constituídas por |. cruzamento entre um parental tetraploide e outro diploide.
microtúbulos de tubulina. Dessa maneira, o uso de substâncias como a colchicina bloqueia a divisão celular por impedir a
formação das fibras do fuso. Com o decorrer do tempo, um envoltório nuclear se forma ao redor do conjunto de cromos-
somos duplicados que, posteriormente, originam cromossomos simples. Ao final do processo, a célula apresentará quatro
representantes de cada cromossomo, sendo, portanto, tetraploide (4n).

Formação dos
Replicação cromossomos
do DNA simples
+
SI

2n=4 4n=8

Representação esquemática da formação de uma célula tetraploide (4n) a partir de uma célula diploide (2n), em decorrência do tratamento com colchicina.

4
tw
Aneuploidias
Em geral, as aneuploidias envolvem apenas um cromossomo: o indivíduo aneuploide tem um cromossomo a mais ou
um cromossomo a menos em relação ao número normal de cromossomos da espécie.
Em organismos diploides (2n), os casos em que há ausência de um cromossomo são denominados monossomias e
sua representação é 2n — 1. Nas situações em que existe um cromossomo a mais, a aneuploidia é chamada trissomia,
sendo representada por 2n + 1. Quando ocorre a perda de ambos os cromossomos de um par de homólogos, a mutação
corresponde a uma nulissomia (2n — 2).
Estima-se que as aneuploidias ocorram em até 25% das concepções humanas, resultando muitas vezes em aborto
espontâneo. Caso o desenvolvimento avance, é comum o indivíduo exibir um conjunto de características específicas em
decorrência do número anômalo de cromossomos.

)
|
2n —1=3 2n+1=5 2n
—- 2=2
(Monossomia) (trissomia) (Nulissomia)
Representação esquemática das aneuploidias a partir de uma célula 2n = 4.

A maior causa de aneuploidias é a não disjunção (não separação) de cromossomos homólogos na meiose | ou de
cromátides-irmãs na meiose Il. Em decorrência da não disjunção meiótica, há formação de gametas n+ 1 en — 1. Se um
gameta n + 1 é fertilizado por um gameta normal n, é gerado um descendente trissômico (2n + 1). A fertilização de
um gameta n — 1 por um gameta n resulta em um indivíduo com monossomia (2n — 1). Outra possibilidade é a fusão
de um gameta n — 1 com outro n — 1, resultando em uma nulissomia.

VV

Meiose |
a

Meiose Il
SE"

n n n n

Representação esquemática de uma meiose normal em uma célula 2n.

50 BIOLOGIA *» Capítulo 15 » Mutações e genética de populações


V
à hh
Meiose | Meiose |

/ N Meiose Il / N

n+1 n=1 n=1 n n n—1 n+1

Representação esquemática de uma meiose em célula 2n em que houve não Representação esquemática de uma meiose em célula 2n em que houve não
disjunção de um par de cromossomos homólogos na meiose |. disjunção de cromátides-irmãs na meiose Il.

9 Saiba mais
Aneuploidias também podem ser originadas pela não disjunção de cromátides-irmãs na mitose. Essa falha pode ocorrer à
medida que as células se dividem durante o desenvolvimento. O resultado disso é que a aneuploidia não será observada
no organismo todo, mas apenas em algumas partes.

Dad
ee
E

Mitose
normal
A

+
A

Mitose
normal

NT
) Nose Aneuploidias

|]
pÀn
=

Representação esquemática de mitoses normais e de uma mitose anormal ao longo do desenvolvimento de um organismo diploide.

MONOSSOMIAS EM HUMANOS

Na espécie humana, qualquer monossomia de um cromossomo autossomo é deletéria, e resulta em morte ainda
no período intrauterino. Em relação ao cromossomo X, alguns monossômicos são viáveis, produzindo uma condição
denominada síndrome de Turner. Nesse caso, o indivíduo apresenta 44 autossomos e apenas um X, totalizando
45 cromossomos. A representação do cariótipo de pessoas com síndrome de Turner é 44A (autossomos) + XO. Os
indivíduos afetados são do sexo feminino e, entre diversas características, têm baixa estatura, pele frouxa entre o
SI

pescoço e os ombros, ausência de menstruação e ovários pouco desenvolvidos. São letais as monossomias em que
está presente apenas o cromossomo Y.
=
ul
TRISSOMIAS EM HUMANOS Genética de populações
* Síndrome do duplo Y: essa condição afeta indivíduos Uma população é um conjunto de indivíduos de mesma
do sexo masculino, sendo definida pela presença de espécie que habitam a mesma área geográfica. A genética
um cromossomo Y extra (44A + XYY). Pessoas com a de populações corresponde ao estudo da distribuição e
síndrome têm desenvolvimento normal, são férteis e ten- frequência das variações genéticas (genotípicas e gêni-
dem a ter altura um pouco acima da média populacional. cas) nas populações e dos fatores que atuam sobre elas.
* Síndrome do triplo X: caracterizada pela presen- Geneticamente, uma população pode ser caracterizada
ça de um cromossomo X extra (44A + XXX), essa por meio da análise de seu pool gênico, isto é, o conjunto
mutação afeta apenas indivíduos do sexo feminino. de todos os alelos para todos os /oci cromossômicos em
Em geral, pessoas triplo X não têm alterações feno- todos os seus integrantes.
típicas, motivo pelo qual muitos casos permanecem
sem diagnóstico; isso pode ser justificado, sobretudo, Os trabalhos de Hardy-Weinberg
pelo fato de apenas um cromossomo X permanecer Em 1908, o britânico Godfrey Harold Hardy (1877-1947)
plenamente ativo em decorrência da formação da cro- e o alemão Wilhelm Weinberg (1862-1937) propuseram, de
matina sexual nos demais. modo independente, o conceito que, posteriormente, seria
e Síndrome de Klinefelter: essa síndrome é resultado conhecido como equilíbrio populacional de Hardy-Weinberg.
da presença de um cromossomo X extra em indiví- Para eles, uma população em equilíbrio é aquela na qual as
duos masculinos (44A + XXY). Apesar da formação de frequências gênicas e genotípicas permanecem constantes
cromatina sexual a partir de um dos X, os acometidos ao longo das gerações. Isso possibilita que sejam feitas
exibem testículos muito pequenos, são estéreis, podem previsões acerca das frequências gênicas (ou alélicas) e
ter desenvolvimento de seios, além de outras caracte- genotípicas nas populações nas próximas gerações.
rísticas femininas, como o padrão de distribuição dos

Wikimedia Commons
Thãy Búi Phúc Trach - CVA [CC BYSA 4.0)
Album/ Fotoarena
pelos pubianos. Outras manifestações possíveis são:
estatura alta, comprometimento do desenvolvimento
cognitivo e osteoporose.
e Síndrome de Down: a principal causa dessa condição
é a presença de um cromossomo 21 a mais, por isso
também é chamada de trissomia do 21. Como se tra-
ta de uma trissomia autossômica, afeta ambos os sexos
(47, XY, +21 ou 47, XX, +21). A manifestação fenotípica
da síndrome de Down inclui, entre outras expressões,
estatura baixa, traços faciais característicos (por exem-
plo, face achatada e alargada, olhos inclinados e nariz
curto), comprometimento do desenvolvimento e car- Godfrey Harold Hardy (1877-1947). Willheim Weinberg (1862-1937).
diopatia congênita. Quanto à fertilidade, indivíduos
Para que tal equilíbrio seja possível, uma série de con-
femininos podem ser férteis, enquanto indivíduos mas-
dições deve ser satisfeita:
culinos são estéreis, salvo raras exceções. A incidência
1 A população deve ser muito grande. Essa condição é
da síndrome de Down aumenta com o avanço da idade
necessária porque, quanto menor a população, maior a
dos genitores, sobretudo da mãe.
chance de alterações ao acaso das frequências gênicas
e genotípicas. Essas variações ao acaso são denomi-
Alila Medical Media/Shutterstock.com

nadas deriva genética. Por exemplo, numa população


com mais de 1 bilhão de pessoas, como a da China e
da Índia, se 10 indivíduos com fenilcetonúria, condição
autossômica recessiva, morrem ao acaso em decorrên-
1 2 3 4 5 6 7 8 cia de um furacão, a frequência do alelo recessivo não
muda. Considerando agora uma população pequena,
com 100 indivíduos dos quais 20 têm fenilcetonúria, a
morte de 10 afetados pela condição modificaria de ma-
neira marcante a frequência do alelo recessivo e do
9 10 1 12 13 14 15 16 genótipo homozigoto recessivo nessa população.
2. A população deve ser pan-mítica, isto é, os cruza-
mentos devem ocorrer ao acaso, uma vez que, se

53 houver a tendência de indivíduos cruzarem com um


determinado subgrupo da população, as frequências
17 E 19 20 21 22 XX XY gênicas e genotípicas podem ser alteradas. Assim,
Representação esquemática do cariótipo de um indivíduo com
para que se mantenha o equilíbrio, não pode haver
síndrome de Down, independente do sexo. cruzamentos consanguíneos.

52 BIOLOGIA * Capítulo 15 » Mutações e genética de populações


3. Ausência de mutações, pois, em decorrência delas, Frequência de b (a frequência do alelo
nova informação genética é gerada na população e o recessivo é convencionalmente designada
pool! gênico é modificado. por q) = 200/1000 = 0,2 (20%)
4. Ausência de migrações, uma vez que a entrada ou A soma das frequências alélicas deve ser igual a 1
a saída de indivíduos de uma população altera as (100%). Portanto, para o exemplo apresentado, basta o
frequências. Por exemplo, se houver imigração de conhecimento de uma das frequências para que a outra
indivíduos com fenilcetonúria para um população, a seja determinada, uma vez que:
frequência do alelo recessivo tende a aumentar.
5. Ausência de seleção natural. Quando há diferenças septg=1-—»>p=1-geg=1-p
na capacidade de sobrevivência e no potencial repro- O uso dos dados fornecidos possibilita a determinação
dutivo de indivíduos com diferentes genótipos, a ação das frequências genotípicas na população. Assim, temos:
da seleção natural favorecerá os mais adaptados às
condições do meio, resultando em alteração das fre- Frequência de BB = 320/500 = 0,64 (64%)
quências gênicas e genotípicas. Frequência de Bb = 160/500 = 0,32 (32%)
Frequência de bb = 20/500 = 0,04 (4%)
A análise das condições para a manutenção do equi-
líbrio de Hardy-Weinberg leva à conclusão de que ele se Porém, a obtenção das frequências genotípicas pode
aplica apenas a populações idealizadas, pois, na natureza, ser feita pelo uso das frequências alélicas. A frequência de
qualquer modificação de uma dessas exigências afetaria um alelo equivale à probabilidade de ele estar presente
o equilíbrio. Assim, ele só seria observado em populações em um gameta. Desse modo, a probabilidade de um ga-
que não estariam evoluindo, pois qualquer alteração nas fre- meta masculino carregar o alelo B é p = 0,8, assim como a
quências gênicas ou genotípicas corresponde a uma probabilidade de o gameta feminino conteroBép = 0,8.
mudança evolutiva. Portanto, a aplicação das ideias de A probabilidade de que um mamífero da próxima geração
Hardy-Weinberg configura-se como uma ferramenta de seja homozigoto dominante (BB) é o produto dessas pro-
avaliação da evolução de uma população ao analisar a distri- babilidades. Assim, temos que frequência de BB é p? =
buição e a frequência das variações genéticas. Por exemplo: = 0,8: 0,8 = 0,64 (64%).
considere uma população de insetos com 1000 indivíduos Aplicando o mesmo raciocínio, a frequência espe-
que está atacando uma plantação; desse total, suponha que rada de indivíduos homozigotos recessivos (bb) é q =
900 indivíduos são sensíveis a certo inseticida, enquanto = 0,2: 0,2 = 0,04 (4%). Quanto à formação de heterozigotos,
100 são resistentes a ele. Quando o inseticida é aplicado há dois caminhos: o alelo B pode ser fornecido pelo gameta
sobre essa população a fim de controlar a praga, ele atua masculino e o alelo b pode vir pelo gameta feminino, resul-
como um agente de seleção natural, eliminando os sensíveis, tando em uma frequência esperada de p - q; ou o alelo B
enquanto os resistentes tendem a permanecer e passam a pode ser proveniente do gameta feminino e o b ser fornecido
predominar. Assim, a frequência do gene que determina a pelo gameta masculino, o que tem probabilidade igual a p * q.
resistência ao inseticida aumenta, e a frequência do gene A probabilidade de que um descendente na próxima geração
que condiciona a sensibilidade diminui. Temos, aqui, uma seja heterozigoto é (p * q) + (p : q) = 2pg = 0,32 (32%). Como
situação em que a população evoluiu, e a evidência disso é esperado, a soma das frequências genotípicas é igual a 1
justamente a alteração das frequências gênicas. (100%): p?+ 2pq + q = 1,o que equivale a (p + q)?
Os trabalhos de Hardy-Weinberg envolvem uma
demonstração matemática, denominada teorema, ou equa-
ção, de Hardy-Weinberg. Para compreender esse teorema,
considere uma população hipotética em equilíbrio gênico
de 500 mamíferos cuja cor dos pelos é condicionada por
um gene autossômico com dois alelos: o alelo dominante B
determina pelagem preta, e o alelo recessivo b condiciona Aa

pelagem branca. Suponha que 320 animais são homozigo- p'p=0,8-:-0,8 p'rq=0,8:0,2
p? = 0,64 p:q=o0416
tos dominantes (BB) de pelo preto, 160 são heterozigotos
(Bb) de pelo preto e 20 têm pelo branco, sendo homozi- Aa aa
gotos recessivos (bb). Sabendo que em 500 indivíduos há p'q=08:02 "* q:q=02:02
um total de 1000 alelos envolvidos, é possível determinar p:q=o016 q?
= 0,04
as frequências gênicas e genotípicas. Em 320 indivíduos Frequências gênicas em uma população hipotética de mamíferos e suas
BB, há 640 alelos B, em 160 animais Bb, há 160 alelos B, frequências genotípicas esperadas na próxima geração.

portanto o alelo B representa 800 alelos. Assim, temos:


Frequência de B (a frequência do alelo Frequências gênicas o) . é p+tg=1
dominante é convencionalmente designada
por p) = 800/1000 = 0,8 (80%)
Frequências 85)
Bb) = = 2 p 2 -
ENIO

Cree raciocínio similar, em 160 animais Bb, há genotípicas A = pe p +2pa+ q |


160 a b, em 20 bb, há 40 alelos b, portanto o alelo b
representa 200 alelos. Assim, temos: Síntese do teorema de Hardy-Weinberg.

5
w
As frequências alélicas podem ser obtidas a partir das frequências genotípicas. Se f(BB) = p?, então f(B) = vp?

No mesmo caminho, se f(bb) = q”, temos que ftb) = Jg”. No exempl o, temos:
f(BB) = 0,64, portant o f(B) = 0,64 = 0,8
f(bb) = 0,04, portanto f(b) = 0,04 = 0,2

ES eaCa A TETO
O teorema de Hardy-Weinberg é aplicável às heranças ligadas ao cromossomo X. Por exemplo, em humanos, os indivíduos
masculinos são hemizigotos para os genes ligados ao cromossomo X, isto é, apresentam apenas uma cópia desses genes.
Dessa forma, para o sexo masculino, as frequências genotípicas são iguais às frequências gênicas. Já para o sexo feminino,
as frequências genotípicas em relação aos genes ligados ao cromossomo X podem ser calculadas da mesma maneira que
uma herança autossômica, pois esses indivíduos têm duas cópias desses genes. Por exemplo: considere que, em uma
população em equilíbrio de Hardy-Weinberg, 8% dos indivíduos masculinos são daltônicos. O daltonismo é uma herança
recessiva ligada ao cromossomo X, assim, temos que:

xy Sem daltonismo f(X?) = 0,92 (92%) = p


xy Daltônico f(X%) = 0,08 (8%) = q

Aplicando o teorema de Hardy-Weinberg para o sexo feminino, temos:

Sexo feminino

Deca Sem daltonismo t(X2xXº) = p? = 0,92 - 0,92 = 0,8464 (84,64%)

po x (a) Sem daltonismo f(X2xº) = 2pg = 2: 0,92-0- 08 = 01472 (14,72%)

Dea Daltônica f(X“X) = q? = 0,08 - 0,08 = 0,0064 (0,64%)

Portanto, a frequência esperada de indivíduos femininos com daltonismo nessa população é de apenas 0,64%.
O teorema de Hardy-Weinberg também pode ser usado em heranças que envolvem alelos múltiplos. Por exemplo, a deter-
minação dos tipos sanguíneos quanto ao sistema ABO envolve três alelos: |”, P e i.

2 — > aglutinogênio A
Alelos É —» aglutinogênio B
i —>» ausência de aglutinogênio

A [PP ou Pi
B PE ou PP
AB E
O ii

Quadro dos fenótipos e dos genótipos do sistema ABO.

Aplicando o teorema a esse caso, temos:

=» =p
ih add n£) =q p+g+r=1
gênicas
f)=r
PP) = p?
HP) = 2pr
Frequências ICELE (É p+q+r+2pg+
genotípicas 8) = 2gr + 2pr+ 2gr=1
nº) = 2pr
fi) =
Teorema de Hardy-Weinberg aplicado a um caso de alelos múltiplos envolvendo três alelos.

54 BIOLOGIA * Capítulo 15 = Mutações e genética de populações


Revisando

1. Explique o que são mutações e como sua ocorrência relaciona-se com a evolução das espécies.

2. As mutações gênicas podem ser classificadas, basicamente, em mutações por substituição, por deleção ou por inser-
ção. Descreva cada uma dessas formas de mutação gênica.

3. Indique os tipos de mutações cromossômicas estruturais.

4. As mutações cromossômicas numéricas podem ser classificadas em euploidias e aneuploidias. Diferencie essas
formas de mutações cromossômicas.

5. Indique os problemas relacionados à ocorrência de aneuploidias que podem ocorrer durante a formação dos gametas.

6. Monossomias e trissomias são exemplos de aneuploidias. Diferencie esses casos.

7. Síndrome de Down, síndrome de Turner e síndrome de Klinefelter são exemplos de aneuploidias. Indique a fórmula
cromossômica que representa essas alterações cromossômicas na espécie humana.

8. Defina população em equilíbrio de Hardy-Weinberg.

9. Explique como a ação da seleção natural altera o equilíbrio gênico em uma população.

10. Considere uma população em equilíbrio de Hardy-Weinberg na qual a frequência do alelo dominante (4) de um locus
com dois alelos seja 0,5. A partir desse dado, determine a frequência esperada de indivíduos heterozigotos para
esse locus.

[CIP [TE US CE
1. FGV-SP 2017 O trecho a seguir foi retirado do livro A Origem das Espécies, escrito pelo naturalista Charles Darwin.
Alguns naturalistas defendem que todas as variações estão ligadas à reprodução sexuada, o que é certamente um erro.
Citei, em outra obra, uma extensa lista de plantas que os jardineiros chamam “plantas anômalas”, isto é, plantas nas quais
se vê surgir, de repente, um broto apresentando qualquer caráter novo e, por vezes, diferente por completo de outros brotos
da mesma planta.
http:/ecologia.ib.usp.br/. Adaptado

Darwin desconhecia as leis sobre hereditariedade, porém estava correto em afirmar que nem todas as variações
estão ligadas ao ato da reprodução sexuada.
O surgimento repentino de características, com origem não sexuada, completamente distintas em alguns brotos da
mesma planta é explicado atualmente
a) pelas interações gênicas, tais como a epistasia e a pleiotropia.
b) pela segregação independente de cromossomos na meiose.
c) pelo processo de permutação na prófase 1 da meiose.
d) pela manifestação de alelos recessivos em homozigose.
e) pelas mutações genéticas, aleatórias e espontâneas.

2. UFGD-MS 2022

PARA GERAR VARIANTES, VÍRUS REQUER TEMPO E OPORTUNIDADE


Natália Pasternak

O surgimento de variantes do novo coronavírus trouxe, de carona, dúvidas, especulações e até teorias de conspiração.
Mutações e variantes fazem parte da vida normal de todo microrganismo. Qualquer pessoa que tenha trabalhado em um
laboratório de microbiologia já teve a oportunidade de ver a evolução acontecendo em tempo real. Variantes deste vírus,
portanto, não são nenhuma surpresa. [...]. Mas se tivéssemos feito a lição de casa, usando máscaras, evitando aglomerações
e cumprido o distanciamento, seria muito mais difícil surgirem variantes e, caso surgissem, que se propagassem. Variantes
não devem ser usadas como desculpas por governantes para se eximir da responsabilidade de conter a pandemia.
Disponível em: https://www.revistaquestaodeciencia.com.br/questao-de-fato/2021/03/10/para-gerar-variantes-virus-requer-tempo-e-oportunidade.
Acesso em: 05 ago. 2021.

Considerando o texto e os conhecimentos de evolução e genética, assinale a alternativa correta.


SI

a) A mudança de um nucleotídeo de uma molécula de RNA do vírus sempre modifica a estrutura de sua proteína,
pois para cada códon há um aminoácido específico.
b) Quanto maior for o tempo de replicação dos vírus, e) prejudica apenas o processo de replicação do
menor a probabilidade do surgimento de novas DNA, em que a célula é impedida de realizar a
variantes. divisão celular.
c) É possível que a seleção natural aja sobre varian-
tes do novo coronavírus, selecionando aquelas que Enem PPL 2018 Em pacientes portadores de astro-
tenham mutações que aumentam sua transmissão. citoma pilocítico, um tipo de tumor cerebral, o gene
d) Conhecimentos evolutivos não têm relação com BRAF se quebra e parte dele se funde a outro gene,
o estabelecimento de estratégias de diminuição KIAA1549. Para detectar essa alteração cromossômica,
da transmissão do novo coronavírus, como o uso foi desenvolvida uma sonda que é um fragmento de
de máscaras e de vacinas. DNA que contém partículas fluorescentes capazes
e) Os vírus produzem mutações para se adaptarem de reagir com os genes BRAF e KIAA1549 fazendo
cada um deles emitir uma cor diferente. Em uma célula
quando são submetidos a condições desfavorá-
veis a eles. normal, como os dois genes estão em regiões distintas
do genoma, as duas cores aparecem separadamente.
- UEPG/PSS-PR 2022 Segundo a teoria evolutiva, os Já quando há a fusão dos dois genes, as cores apare-
principais fatores que atuam sobre o conjunto de ge- cem sobrepostas.
nes de uma população são mutação, recombinação Disponível em: http://agencia.fapesp.br. Acesso em: 3 out. 2015.
genética, migração, seleção natural e deriva genética.
A alteração cromossômica presente nos pacientes
Em relação a esses fatores, assinale o que for correto.
com astrocitoma pilocítico é classificada como
01 As mutações ocorrem ao acaso e são considera- a) estrutural do tipo deleção.
das fonte da variabilidade genética. b) numérica do tipo euploidia.
02 A migração de indivíduos permite que se esta- c) numérica do tipo duplicação.
beleça fluxo gênico entre populações distintas e, d) numérica do tipo aneuploidia.
assim, que ocorra o compartilhamento da varia-
e) estrutural do tipo translocação.
ção existente nelas.
04 As mutações podem ser consideradas vantajosas . FCMMG 2022 Leia o trecho abaixo.
no genoma em que ocorrem quando conferem au-
Atualmente o café é cultivado em 54 países e exis-
mento na sobrevivência e/ou na reprodução. Dessa
tem cerca de 25 espécies, mas apenas duas têm interesse
forma, suas frequências aumentam por seleção.
econômico. São elas:
08 Durante a pandemia da covid-19, o uso indiscri-
Coffea arabica — tetraploide, possui 44 cromossomos
minado de antibióticos gerou a mutação da forma
e é auto fértil e Coffea canephora — diploide, possui 22
mais infecciosa do vírus no Brasil.
cromossomos e é autoestéril.
Soma: (MARCELINA, C; COUTO, C. Sou Barista. São Paulo:
Editora Senac, 2018. Adaptado)
- PUC-PR 2020 Leia o trecho a seguir que foi retirado
Com base nas informações apresentadas, é CORRETO
da reportagem de Richard Gray, do site da BBC Brasil.
afirmar que:
Viktor Sushko, vice-diretor-geral do Centro Nacio-
a) Coffea arabica e Coffea canephora apresentam
nal de Pesquisa Médica de Radiação, descreve o desastre
para cada característica pela herança mendeliana,
de Chernobyl como o “maior desastre antropogênico da
história da humanidade”. O órgão estima que cerca de pelo menos, 4 pares de genes.
5 milhões de cidadãos da antiga União Soviética, in- b) Coffea arabica apresenta na célula do esporo 22 cro-
cluindo 3 milhões na Ucrânia, tenham sido afetados pelo mossomos e Coffea canephora, 11 cromossomos.
desastre de Chernobyl. Na Bielorrússia, outras 800 mil c) Coffea arabica ao cruzar com a Coffea canephora
pessoas também foram atingidas pela radiação. pode produzir descendentes férteis sem a interfe-
Disponível em: <https:/Awww.bbc.com/portuguese/vert-fut-49256601>. rência humana.
Acesso em: 01/08/2019.
d) Coffea arabica, ao se autocruzar, produz frutos
Estabelecer relação entre a exposição à radiação e os todos geneticamente iguais, e Coffea canephora
efeitos na saúde a longo prazo não é uma tarefa fácil. não produz frutos.
No entanto, é possível afirmar que a radiação
a) desenvolve câncer nas crianças que nasceram - Acafe-SC 2020 Genética é uma área da Biologia que
de pais que foram expostos, visto que apenas as estuda os mecanismos da hereditariedade, ou seja,
células germinativas são afetadas. como ocorre a transmissão de características de um
b) altera o genoma das pessoas que foram expostas indivíduo aos seus descendentes.
durante o desastre e também das crianças que Em relação aos conceitos básicos de genética, rela-
nasceram dos pais que foram expostos. cione as colunas.
c) causa mutação especificamente em cromosso- (1) Gene alelo
mos de mulheres em idade reprodutiva. (2) Epistasia
d) provoca deleções de todas as bases nitrogena- (3) Euploidia
das que compõem o DNA das pessoas expostas (4) Aneuploidia
e das crianças que nasceram de pais expostos. (5) Polialelia

56 BIOLOGIA * Capítulo 15 » Mutações e genética de populações


Alteração cromossômica numérica em que todo maior entre os detentos de uma prisão de segurança
o conjunto cromossômico é alterado. máxima, sobretudo entre os mais altos, do que na popula-
Condição em que um alelo de um gene bloqueia ção em geral (JACOBS et al., 1968). Cerca de 3% dos ho-
a expressão dos alelos de outro gene. mens em penitenciárias e hospitais de doentes mentais
Alteração cromossômica numérica que afeta, na possuem cariótipo 47, XYY; no grupo com altura acima de
maioria das vezes, um único par de cromossomos. 1,80 m, a incidência é bem maior (mais de 20%). Dentre
os meninos nativivos, a frequência do cariótipo 47, XYY
Forma alternativa de um mesmo gene que ocupa
é de cerca de 1 em 1000.
o mesmo loco em cromossomos homólogos.
LEITE, L. Síndrome 47, XYY. Disponível em:<http:/Avww.ghente.org/
Três ou mais formas alélicas diferentes para um ciencia/genetica/xyy.htm>. Acesso: 17 de jun. 2017.
mesmo locos.
Marque a alternativa com a hipótese mais adequada
A sequência correta, de cima para baixo, é:
para explicar a síndrome 47, XYY.
a) 5-4-1-3-2
a) Não disjunção das cromátides-irmãs paternas do
b) 3-2-4-1-5
cromossomo Y na meiose |.
co) 3-5-2-1-4
b) Não disjunção dos cromossomos homólogos ma-
d) 4-2-3-1-5
ternos na meiose |.
. Famerp-SP 2016 Analise a figura, que mostra o carió- c) Não disjunção das cromátides-irmãs maternas na
tipo de uma pessoa. meiose II.
d) Não disjunção das cromátides-irmãs paternas do
cromossomo Y na meiose II.
e) Não disjunção dos cromossomos homólogos pa-
ternos ou maternos na meiose |.

se 3 4 5 11. UFJF/Pism-MG 2020 Um filme argentino lançado no


e f as us 4 dt ano de 2007 conta a história de Alex, um menino que,
Í 6
ii
A
Ií di
8 9
gi 10
kd
11
di 12
devido a uma alteração genética, apresenta caracterís-
ticas físicas femininas. Qual é a aneuploidia observada
a13
di 14

15 16
dp de
17
ag
18
em Alex e o nome desta síndrome?
a) XY0 e Síndrome de Down.
b) XXXY e Síndrome do triplo X.
E 88 sou BE Fa c) X0e Síndrome de Turner.
19 20 21 22 XxX Y d) XYY e Síndrome do XYY.
(www.downsyndromeaction.org) e) XXY e Síndrome de Klinefelter.

Considerando apenas o cariótipo obtido, é correto 12. UEL-PR 2019 A síndrome de Down, que afeta um em
afirmar que a análise corresponde a cada mil recém-nascidos, não é uma doença, mas a
a) um homem com uma triploídia. mais comum das alterações cromossômicas. Trata-se
b) um homem com uma aneuploidia. de uma condição genética que vem acompanhada de
c) uma mulher com uma trissomia. algumas peculiaridades para as quais os pais devem
d) um homem com uma monossomia. estar atentos desde o nascimento da criança. A pes-
e) uma mulher com uma poliploidia. soa com síndrome de Down faz parte do universo da
diversidade humana e tem muito a contribuir com de-
Mackenzie-SP 2019 Considere a não separação das
senvolvimento de uma sociedade inclusiva.
cromátides-irmãs do cromossomo sexual X durante
Assinale a alternativa que representa, corretamente,
a espermatogênese humana, mais precisamente na
um cariótipo de portador da síndrome de Down.
anáfase Il da meiose. Nesse caso, a partir de um único
a) 45,X.
espermatócito | (espermatócito primário), a proporção
b) 46,X.
de espermatozoides anômalos produzidos capazes
c) 47,XXY.
de gerar uma criança com síndrome de Turner (ca-
d) 47,XY +21
riótipo 45, XO), caso um deles venha a fecundar um
e) 47 +Xy +18
ovócito normal, será de
a) 1/8 c) 3/8 e) 3/4 13. UFRGS 2019 Pessoas que apresentam Síndrome de
b) 1/4 d) 1/2 Down são em geral trissômicas para o cromossomo 21.
Esse problema ocorre predominantemente devido à
10. PUC-PR 2018 Considere o texto a seguir.
não disjunção do par cromossômico na
Síndrome 47, XYY a) anáfase | da meiose.
Apesar da constituição cromossômica 47, XYY não b) prófase Il da meiose.
estar associada a nenhum fenótipo obviamente anormal, c) metáfase da mitose.
EI

ela despertou grande interesse médico e científico após d) telófase | da meiose.


observar-se que a proporção de homens XYY era bem e) metáfase Il da meiose.
md
ua
14. Uece 2022 Considerando a genética das popula- A mudança de fenótipo (tamanho dos frutos) nas popu-
ções, assinale a afirmação verdadeira. lações domesticadas de pupunha deu-se porque houve
a) A frequência genotípica é a proporção dos dife- a) introdução de novos genes.
rentes alelos de um gene na população. b) redução da pressão de mutação.
b) A genética das populações estuda a origem da c) diminuição da uniformidade genética.
variação e como ela é transmitida dentro dessas d) aumento da frequência de alelos de interesse.
populações. e) expressão de genes de resistência a patógenos.
c) A frequência alélica é a porcentagem dos dife-
18. Acafe-SC 2019 Em 1908, os cientistas Hardy e Weinberg
rentes genótipos para o gene considerado na
formularam um teorema que estabeleceu um modelo
população.
para o comportamento dos genes nas populações
d) A genética das populações estuda a distribuição
naturais.
das comunidades nas populações e as intera-
No esquema a seguir, estão representados, de acordo
ções em que participam.
com o princípio Hardy-Weinberg, os alelos A e a em
15. Uece 2020 No que concerne à deriva genética, assi- diferentes gerações. No eixo horizontal, estão indica-
nale a afirmação verdadeira. das as frequências alélicas p e q e, no eixo vertical, as
a) A longo prazo, a deriva genética aumenta a varia- frequências genotípicas. Os três possíveis genótipos
bilidade genética, favorecendo a homozigosidade são representados pelos diferentes glifos.
e, em populações pequenas, esse aumento ocor- 1-«
N AA aa
re mais rapidamente. q ——p
b) A deriva genética ocorre em todas as populações 0,8
N Ea
Aa Vá
de tamanho não infinito, mas seus efeitos são
mais fortes em populações grandes. 0,6
c) A deriva genética pode causar pequenos efeitos
quando uma população tem o tamanho drastica-
mente reduzido por um desastre natural, efeito
fundador, ou quando um pequeno grupo se sepa-
ra da população principal para originar uma nova
o AM Ss =
colônia, efeito gargalo. o Nm SN
d) A deriva genética pode ser entendida como uma 0= T T T T T T T T T o
p>0 01 0,2 03 04 05 0,6 07 0,8 0,9 1
mudança nas frequências gênicas que se dá ao
acaso, onde os alelos de um gene presentes em q>1 09 0,8 0,7 0,6 05 0,4 03 0,2 041 o

uma geração podem não estar presentes na mes- Fonte: https://ptwikipedia.org


ma proporção na geração seguinte.
Acerca das informações contidas no esquema e nos
16. PUC-Rio 2017 Uma espécie de roedores apresenta conhecimentos relacionados ao tema, é correto afir-
uma característica determinada por um único locus mar, exceto.
gênico. Em uma população dessa espécie, há indi- a) Em qualquer geração, a frequência do alelo A so-
víduos com a característica dominante e recessiva mada à frequência do alelo a é sempre igual.
numa proporção de 10:1, respectivamente. Entretan- b) Do cruzamento Aa X Aa, com frequência de p =
to, ocorreu um desastre ambiental que levou à morte = 0,1 eq = 0,9, espera-se que 50% dos descen-
todos os indivíduos com a característica recessiva, al- dentes sejam heterozigotos.
terando bruscamente a frequência do alelo recessivo c) Se a população estiver em equilíbrio de Hardy-
na população. -Weinberg e for composta por 1200 indivíduos,
a) Qual força evolutiva é responsável por essa alte- com a frequência do alelo A de 0,7 e do alelo
ração na frequência alélica? a de 0,3 o número esperado de portadores dos
b) Pode-se afirmar que a frequência do alelo reces- fenótipos dominante e recessivo é, respectiva-
sivo será zero após o desastre? Justifique. mente, 1092 e 108.
d) Em uma população em equilíbrio de Hardy-
17. Enem 2020 Os frutos da pupunha têm cerca de 1g em
“Weinberg com frequência dos genótipos AA, Aa
populações silvestres no Acre, mas chegam a 70 g em plan-
e aa de, respectivamente, 2500, 5000 e 2500 a
tas domesticadas por populações indígenas. No princípio, frequência do alelo A é de 0,5.
porém, a domesticação não era intencional. Os grupos
humanos apenas identificavam vegetais mais saborosos ou 19. Uerj 2019 Considere uma população de 200 camun-
úteis, e sua propagação se dava pelo descarte de sementes dongos que foi criada em laboratório e se encontra
para perto dos sítios habitados. em equilíbrio de Hardy-Weinberg. A pelagem desses
DÓRIA, C. A.; VIEIRA, |. C. G. Iguarias da floresta. camundongos é determinada por dois genes, Be b.
Ciência Hoje, n. 310, dez. 2013. O gene B é dominante e determina a pelagem marrom;

58 BIOLOGIA * Capítulo 15 » Mutações e genética de populações


o gene b é recessivo e determina a pelagem branca. A 21. FCMSCSP 2020 Em uma população em equilíbrio
frequência de indivíduos com o genótipo recessivo bb é gênico, a frequência do alelo a é de 60%. No here-
de 16% nessa população. Sabe-se, ainda, que p repre- dograma, Maria, que apresenta o fenótipo recessivo,
senta a frequência do gene B e q a frequência do gene b. se casa com Fred, que apresenta fenótipo dominante.
Em relação a essa população de camundongos, de- Dois anos depois, ela está grávida.

HO
termine os valores de p e q e, também, o número de
indivíduos heterozigotos.
Em seguida, aponte uma condição necessária para
que uma população seja considerada em equilíbrio
de Hardy-Weinberg.

20. PUC-Rio 2020 Em uma população que está em equi-


líbrio de Hardy-Weinberg, a frequência de homens Maria Fred
daltônicos é de 10%. Sabendo que o daltonismo é ?
uma condição recessiva ligada ao cromossomo X,
qual a frequência esperada de mulheres daltônicas A probabilidade de Maria gerar, nessa gestação, uma
nessa população? criança com genótipo idêntico ao seu será de
a) 0,01% c) 0,2% e) 2% a) 12%. c) 48%. e) 50%.
bj) 0,1% d) 1% b) 40%. d) 24%.

DD CTT
TA ET

Translocação robertsoniana
A maior parte dos casos de síndrome de Down é decorrente de aneuploidias derivadas de falhas na segregação dos cromossomos ou das
cromátides-irmãs durante a meiose na formação dos gametas. Entretanto, uma pequena parcela de casos dessa síndrome resulta de uma translocação,
ou seja, uma mutação cromossômica estrutural, em um dos genitores. Translocações podem produzir descendentes que têm material genético extra,
por exemplo, uma translocação que envolva o cromossomo 21 pode gerar indivíduos com material extra desse cromossomo. À translocação que resulta
em síndrome de Down é denominada translocação robertsoniana, fenômeno que produz descendentes com uma cópia praticamente completa do
cromossomo 21, o que é suficiente para caracterizar a síndrome.

Este cromossomo
Quebras é perdido.

1 01
pi
14 14
Representação esquemática da translocação envolvendo o cromossomo 14 e o cromossomo 21.

| |
. 0 Gameta com o cromossomo
Genitor como a derivado da translocação e
translocação um cromossomo 21

7
Wi —
Descendente com
síndrome de Down

0
Genitor sem alteração Gameta sem alteração

Representação esquemática da formação de descendência com síndrome de Down a partir da fecundação de um gameta gerado por um genitor com
a translocação robertsoniana com um gameta proveniente de um genitor sem alteração. Neste caso, o genitor sem alteração fornece uma cópia do
cromossomo 21, enquanto o outro genitor fornece uma cópia completa do cromossomo 21 mais um cromossomo dotado de um grande segmento
EI!

desse cromossomo. Embora não ocorra a trissomia completa do 21, é produzido o fenótipo da síndrome de Down.

Texto elaborado para fins didáticos.


o
ES Ly ndo |

Mutações - Síndrome de Klinefelter (44A + XXY).


e Alterações no material genético dos seres vivos. - Síndrome de Down (trissomia do 21: 47, XY, +21 ou 47,
* Podem ocorrer aleatoriamente e ao acaso de maneira es- XX, +21).
pontânea ou serem induzidas.
Genética de populações
e São a fonte primária de variabilidade genética nas populações.
Estudo da distribuição e frequência das variações genéticas
* Possíveis consequências: mutação negativa, mutação (genotípicas e gênicas) nas populações e dos fatores que
positiva ou mutação neutra. atuam sobre essas variações.
e Mutações em células germinativas (precursoras dos game-
tas) são passadas aos descendentes. Equilíbrio de Hardy-Weinberg
População na qual as frequências gênicas e genotípicas
Mutações gênicas permanecem constantes ao longo das gerações.
e Alteram a sequência de bases nitrogenadas de um gene. . Condições para o equilíbrio:
* Podem alterar a sequência de aminoácidos da proteína - a população deve ser muito grande;
resultante da expressão gênica.
- a população deve ser pan-mítica;
e Tipos: substituição, inserção e deleção.
- ausência de deriva genética;
Mutações cromossômicas — “ausência de mutações;
e Estruturais: deleção, duplicação, inversão e translocação. — “ausência de migrações;
e Numéricas: - ausência de seleção natural.
- —Euploidias: modificam a ploidia das células. . Qualquer alteração nas frequências gênicas ou genotípicas
- Aneuploidias: em geral, envolvem apenas um cromos- corresponde a uma mudança evolutiva.
somo. . A aplicação das ideias de Hardy-Weinberg testa se a popu-
- Tipos de aneuploidias em organismos diploides (2n): lação está evoluindo.

* Trissomias: presença de um cromossomo extra (2n + 1). . Exemplo: herança autossômica determinada por um gene
e Nulissomia: perda de ambos os cromossomos de um com dois alelos (B: dominante; b: recessivo).
par de homólogos (2n — 2). . Frequências gênicas (alélicas)
e Principais causas: não disjunção (não separação) de
- HB)=p
cromossomos homólogos na meiose | ou de cromáti-
des-irmãs na meiose Il. - fb)=q
- Sendop+qgq=1!,entãop=1-geg=1-p.
* Monossomias em humanos
Frequências genotípicas
- Síndrome de Turner (44A + XO).
e Trissomias em humanos - fBB)=p?
- Síndrome do duplo Y (44A + XYY). -— (Bb) = 2pg
- Síndrome do triplo X (44A + XXX).
- bb)=q
- Issoequivalea(o +92 =p+2pg+q=1.

Artigos MENEZES, M. Detecção de bactérias resistentes a antibió-


ZATZ, M. Resistência ao HIV reacende debates éticos da ticos triplicou na pandemia. Portal Fiocruz, 20 nov. 2021.
edição gênica. Jornal da USP, 20 mar. 2019. Disponível em: Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/deteccao-
https://jornal.usp.br/atualidades/resistencia-ao-hiv-reacende- de-bacterias-resistentes-antibioticos-triplicou-na-pandemia.
debates-eticos-da-edicao-genica/. Acesso em: 1º mar. 2023. Acesso em: 1º mar. 2023.
Uma mutação por deleção, conhecida como CCR5A32, Desde sua descoberta, o uso de antibióticos no tratamen-
confere resistência ao vírus HIV, causador da Aids. Será to das infecções bacterianas salvou milhões de vidas.
que é possível editar o gene CCRS para que uma pes- Contudo, atualmente, há uma preocupação quanto a isso:
soa se torne resistente ao HIV? A professora Mayana a seleção de linhagens bacterianas resistentes aos anti-
o Departamento de Genética e Biologia Evolutiva bióticos disponíveis. A reportagem trata do aumento da
Lao de Biociências da USP (Universidade de São taxa de detecção de bactérias resistentes a antibióticos
, comenta as questões éticas ligadas a esse tema. durante a pandemia de covid-19.

60 BIOLOGIA * Capítulo
15 » Mutações e genética de populações
1. Enem 2016 Em um hospital, acidentalmente, uma funcionária ficou exposta a alta quantidade de radiação liberada
por um aparelho de raios X em funcionamento. Posteriormente, ela engravidou e seu filho nasceu com grave anemia.
Foi verificado que a criança apresentava a doença devido à exposição anterior da mãe à radiação.
O que justifica, nesse caso, o aparecimento da anemia na criança?
a) A célula-ovo sofreu uma alteração genética.
b) As células somáticas da mãe sofreram uma mutação.
c) A célula gamética materna que foi fecundada sofreu uma mutação.
d) As hemácias da mãe que foram transmitidas à criança não eram normais.
e) As células hematopoiéticas sofreram alteração do número de cromossomos.

2. UFPR 2016 Desastres em usinas nucleares, como os ocorridos em Chernobyl (1986) e Fukushima (2011), geram
preocupação devido às grandes quantidades de material radioativo lançadas no ambiente. A radiação produz mu-
tações, tendo efeitos sobre a hereditariedade. No caso das células do sistema reprodutor masculino, a duração dos
efeitos depende do estágio da espermatogênese afetado pela radiação, podendo haver menor ou maior chance de
a mutação causar efeitos transgeracionais (aparecer nas gerações futuras). O efeito da radiação será mais duradouro
e será mais provável a observação de efeitos transgeracionais se a mutação ocorrer:
a) nos espermatozoides. c) nas espermatogônias. e) nos espermatócitos Il.
b) nas espermátides. d) nos espermatócitos |.

3. UFRGS 2020 George W. Beadle e Edward L. Tatum, na década de 1940, realizaram experimentos com o mofo do
pão, Neurospora crassa, observando uma rota metabólica para a síntese de arginina. Esse fungo tem o genoma ha-
ploide na maior parte do seu ciclo de vida.
Para realizar a investigação, os cientistas provocaram mutações na cepa do tipo selvagem, por meio de raios X, e
colocaram diferentes tipos de mutantes em meios de cultivo mínimo, com nutrientes básicos originais, e em meios
com diferentes suplementos.
O quadro abaixo mostra os resultados obtidos pelos pesquisadores: o sinal “+” indica que houve crescimento da
colônia de fungos, e o sinal “—” indica que não houve crescimento.

Suplementos adicionados ao meio

Cai Meio de cultivo mínimo Apenas ornitina Apenas citrulina Apenas arginina
Selvagem E + + +

Mutante 1 = = = E

Mutante 2 = = ia E

Mutante 3 = E Ea JF

Com base nos dados apresentados, é correto afirmar que


a) a cepa mutante 2 apresenta mutação no gene que codifica a enzima, a qual converte citrulina em arginina.
b) o experimento indica que há quatro genes envolvidos na produção de uma enzima que permite a conversão
direta de um precursor inicial em arginina.
c) a cepa mutante 3 apresenta mutação no gene que codifica a enzima, a qual converte o precursor em ornitina.
d) o crescimento da colônia na cepa mutante 1, apenas com a adição de arginina no meio, indica que ela consegue
converter a citrulina e a ornitina em arginina.
e) a cepa selvagem apresenta mutações em todos os genes que codificam as enzimas.

4. Fuvest-SP 2016 A hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos do
corpo, é produzida nas células precursoras das hemácias. A anemia falciforme é uma doença genética causada por
alteração da hemoglobina. É determinada por mutação no gene HBB, que leva à substituição de um aminoácido: no
lugar de um ácido glutâmico, a proteína tem uma valina.
De células da mucosa bucal de uma pessoa com anemia falciforme, foram obtidos:
* DNA do genoma total (DNA genômico) e
* RNA mensageiro, que serviu de molde para a síntese do DNA complementar, pelo processo de transcrição reversa
(RNA —» DNA).
a) A base nitrogenada trocada, que levou à substituição do aminoácido na hemoglobina, pode ser detectada no
DNA complementar obtido a partir das células da mucosa bucal? Justifique sua resposta.
SI

b) Essa troca de bases pode ser detectada no DNA genômico obtido a partir das células da mucosa bucal? Justifi-
que sua resposta.
=
a
5. UEPG-PR 2020 As modificações que ocorrem no mate- escuras). (A) os pares de cromossomos 1 e 22 do Sr.
rial genético de uma célula são chamadas de mutações, José; (B) os cromossomos 1, 22, der(1) e der(22) da
podendo ser de dois tipos: gênicas ou cromossômicas. Sra. Maria; (C) os processos de translocação entre os
Assinale o que for correto sobre as mutações. cromossomos 1 e 22: os locais onde ocorrem as que-
01 Qualquer tipo de mutação que ocorra no DNA de bras estão indicados pelas cabeças de setas; através de
uma célula é sempre maléfica, pois leva a célula mecanismo de reparo do DNA, ocorre a junção das
ao processo de apoptose (ou morte celular), que extremidades, formando dois cromossomos derivados,
tem consequências devastadoras para o metabo- denominados “der (1)” e “der (22)”; (D) os possíveis
lismo do indivíduo. gametas da Sra. Maria, que podem resultar em gametas
02 As mutações que afetam o número de cromos- balanceados (com todas as informações genéticas dos
somos são aquelas que ocorrem nas linhagens cromossomos 1 e 22) ou em gametas não balanceados
germinativas e não são transmitidas à prole. Nes- (com a ausência de alguma informação genética do
cromossomo 1 ou 22). O gameta que deu origem a
se caso, a mutação leva à alteração da cadeia
polipeptídica. Elizabeth está circundado.
READ, Andren; DONNAI, Dian. Genética clínica: uma nova abordagem.
04 Há mutações gênicas que não alteram o aminoá- Porto Alegre: Artmed, 2008, p. 43-45. [Adaptado].
cido que será posto naquele sítio mutado durante
a síntese da cadeia polipeptídica. Nesse caso, a Sobre a estrutura dos cromossomos e o caso clínico
substituição de uma base nitrogenada resulta em acima, é correto afirmar que:
um códon para o mesmo aminoácido. Essa situa- 01 o gameta da Sra. Maria que deu origem a
ção ilustra a propriedade de código genético de- Elizabeth possui um segmento em excesso do
generado, quando um mesmo aminoácido pode cromossomo 1.
ser codificado por mais de uma trinca (códon). 02 a causa mais provável do aborto prévio que a Sra.
08 A deleção cromossômica é um tipo de mutação Maria teve foi a fecundação de um gameta com
em que um cromossomo perde um segmento em alteração cromossômica balanceada.
função de quebras, ocasionando assim a perda 04 todas as alterações cromossômicas resultam em
de um ou muitos genes, o que pode alterar signi- síndromes genéticas, especialmente as altera-
ficativamente as condições do indivíduo. ções estruturais.
08 o próximo filho da Sra. Maria, caso não ocorra
Soma:
aborto, tem 100% de probabilidade de apresentar
UFSC 2019 Elizabeth, filha do Sr. José e da Sra. Maria, malformações congênitas múltiplas.
nasceu com múltiplas anomalias congênitas associa- 16 os cromossomos são componentes celulares cuja
das a uma síndrome genética. No histórico familiar estrutura química é constituída exclusivamente
consta que a Sra. Maria teve um aborto prévio e que a por uma longa molécula de DNA.
sua irmã também teve dois abortos. O médico solicitou 32 o caso de Elizabeth é um exemplo de aneuploi-
o cariótipo do bebê e dos seus pais para a análise. Os dia, uma alteração cromossômica numérica.
resultados revelaram: 64 o pai de Elizabeth foi responsável por 50% dos
— Sr. José: cariótipo masculino normal: 46, XY cromossomos com alterações estruturais que re-
— Sra. Maria: translocação balanceada entre os cro- sultaram nas anomalias congênitas múltiplas da
mossomos 1 e 22 (Figuras Be C) filha.
— Elizabeth: produto de segregação não balanceado
Soma:
r do Pr da ção bal da entre os
Sr. José cromossomos 1 e 22 Enem 2015 A cariotipagem é um método que analisa
EE E : E células de um indivíduo para determinar seu padrão
Ei i : E
Ea ' 1 28 cromossômico. Essa técnica consiste na montagem
z z
==
==
= ts
ã
=
= z
-
na
rs
ê
=
fotográfica, em sequência, dos pares de cromosso-
== a 2 a La
i E as 1< ; + a mos e permite identificar um indivíduo normal (46, XX
== E S (g
E E = : 1) ou 46, XY) ou com alguma alteração cromossômica.
11 e 1 =
A investigação do cariótipo de uma criança do sexo
Cromossomos da Possíveis gametas da Sra. Maria masculino com alterações morfológicas e compro-
Sra. Maria
metimento cognitivo verificou que ela apresentava
a E E E E EE
ii ii | à ii fórmula cariotípica 47, XY, +18.
n” ua
Fio |; à dá d) disEa dê7
q “” E-
Eioco s vs A alteração cromossômica da criança pode ser clas-
2a a E| =" ao
1:52 - SE : sp E sificada como

E
2
sd O G: bal
o d. e +. não
É b 1 d, O
a)
b)
estrutural, do tipo deleção.
numérica, do tipo euploidia.
c) numérica, do tipo poliploidia.
Figura: Representação dos cromossomos com pa- d) estrutural, do tipo duplicação.
drões de bandeamento específicos (bandas claras e e) numérica, do tipo aneuploidia.

62 BIOLOGIA » Capítulo 15 » Mutações e genética de populações


8. UFSC 2019 do gameta feminino. Quando um homem não produz
SITUAÇÃO 1: Não disjunção na meiose | espermatozoides viáveis, pode ser feita a injeção de
meiose! J( MEIOSE dl À (FEcUNDAÇÃO) [ uma espermátide no citoplasma do ovócito Il, mas não a
injeção de um espermatócito Il. A figura representa, de

ND) = =
forma simplificada, a espermatogênese humana.

ZN
É
O-O—N
meme D<BS o

ANS
Meiose Il
J

Espermatócito | O — ED" /N

CP meose
JN

Jf
X
GametaD1

MEIOSE Il
Ji
SITUAÇÃO 2: Não disjunção na meiose II

) fsaocia]
JN

NE
2
a)
Espermatócitos Il O
Espermátides

Em qual gônada ocorre a espermatogênese


— EN

hu-

Do =
ISÃS IS mana? Em qual fase da meiose | diferenciam-se
os gametas que terão o cromossomo X dos que
- DT terão o cromossomo Y?
b) Por que, na fertilização in vitro, a injeção intracito-
plasmática não pode ser feita com um esperma-
Célula P2 1
tócito II? Que tipo de mutação numérica teria um
( À ps É embrião inviável que resultasse de uma fertiliza-
Gameta C2
ção entre um espermatócito Il e um ovócito Il com
h ) pi
23 cromossomos?

U q camsaõ JL JN 10. UEM-PR 2017 Quanto à determinação do sexo, a es-


Ç

pécie humana pertence ao sistema XY, cujas fêmeas


Com base no quadro e nos conhecimentos sobre divi- têm duas séries de autossomos (2A) e cromossomos
são celular, é correto afirmar que: sexuais iguais (sexo homogamético), enquanto os
01 a probabilidade de gerar um gameta com uma machos têm duas séries de autossomos (24) e cro-
alteração cromossômica numérica é maior na si- mossomos sexuais diferentes (sexo heterogamético).
tuação 2 do que na situação 1. Sobre o assunto e considerando os erros nos cro-
02 o resultado de uma não disjunção na meiose é a mossomos sexuais (sem considerar os autossomos),
produção de gametas com falta ou com excesso assinale a(s) alternativas(s) correta(s).
de cromossomos, não havendo a possibilidade de 01 Se um espermatozoide com apenas um cromos-
gerar um gameta normal. somo X fecundar um gameta feminino com dois
04 caso ocorresse a não disjunção das cromátides cromossomos X, o zigoto resultante terá três
nos dois cromossomos durante uma mitose, cromossomos X, originando um indivíduo com fe-
formar-se-iam duas células, uma com a mesma nótipo feminino e estéril, e com retardo mental,
quantidade de cromossomos do zigoto AZ e a conhecido como síndrome de Turner.
outra com a mesma quantidade de cromossomos 02 Se um espermatozoide com apenas um cromos-
do zigoto B2. somo Y fecundar um gameta feminino com dois
08 na espécie humana, todas as alterações cromos- cromossomos X, o zigoto resultante terá três
sômicas numéricas são compatíveis com a vida. cromossomos sexuais XXY, resultando em um
16 asalterações cromossômicas numéricas representa- indivíduo com fenótipo masculino, com atrofia
das no quadro são classificadas como aneuploidias. testicular e esterilidade, quadro conhecido como
32 o resultado de uma não disjunção das cromátides síndrome de Klinefelter.
na mitose é a produção de duas células, uma com 04 Na espécie humana, a presença de quantidade
falta e a outra com excesso de cromossomos. adequada de cromossomos X é importante na
Soma: determinação da fertilidade, e é o pai quem de-
termina o sexo da prole.
. Unifesp 2022 Na fertilização in vitro, o procedimento 08 Se um espermatozoide com um cromossomo Y
mais comum é o ovócito Il ser colocado em contato fecundar um gameta feminino sem cromossomo
com os espermatozoides para que a fertilização ocor- sexual algum, o zigoto resultante originará um
E Em casos específicos, pode ser homem estéril, de baixa estatura, com graus varia-
fe injeção intracitoplasmática, quando um esper- dos de retardo mental, caracterizando a síndrome
matozoide é artificialmente introduzido no citoplasma de YO.
16 Se um espermatozoide com apenas um cromos- Considere a seguinte situação:
somo X fecundar um gameta feminino que não Uma mulher e seu companheiro têm a visão normal
possui cromossomo X algum, o zigoto formado em relação à percepção das cores. No entanto, a
não se desenvolverá. mulher é filha de um homem que apresenta deutera-
nomalia, e o homem, filho de mãe heterozigota para a
Soma:
deuteranomalia.
11. UEPG/PSS-PR 2021 A alteração no número e/ou na a) Quala chance desse casal ter uma criança com
morfologia dos cromossomos pode levar às chama- deuteranomalia? Demonstre através de um cru-
das síndromes cromossômicas humanas. Nas imagens zamento.
abaixo, são apresentados dois cariótipos humanos que b) O casal teve uma criança com síndrome de
apresentam alteração do número normal de cromosso- Klinefelter e daltônica. O médico da família dis-
mos para a espécie. Nessas imagens, os cromossomos se que, provavelmente, o problema ocorreu na
sexuais XX ou XY estão em destaque nos quadros. meiose produtora do óvulo que deu origem à
criança. Explique como isso poderia ser possível.
I II
(D 4 GB du dk da CD gy mm a Indique em sua explicação o genótipo da criança.
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Ná ad xa dx ak DMA dk q hs ak 14. Fasm-SP 2016
6 7 8 9 10 6 7 8 9 410
nd qa dA da aa 21 de março é o Dia Internacional da Síndrome
ones (112 13 14 15 de Down
O 17 18 19% 6 1) 18 1930 A data foi instituída pela Organização das Nações Uni-
»N 3 h 21 22 ido das (ONU) em 2006 e faz alusão ao fato de as pessoas com
Síndrome de Down possuírem 3 cromossomos no par 21.
Em relação às síndromes cromossômicas apresenta- Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, de cada 600 a
das, assinale o que for correto. 800 nascimentos, um é de portador da Síndrome de Down.
01 Em (l), está representado um cariótipo descrito (www.planetaeducacao.com.br. Adaptado.)
como 2n = 45, XO ou 2n = 45, X. Indivíduos que
Considerando um casal cromossomicamente normal,
possuem esse cariótipo são do sexo feminino e
explique:
apresentam a síndrome de Turner.
a) o evento que, na formação dos gametócitos
02 Um indivíduo que sofre meiose anormal, sem a
secundários do pai ou da mãe, poderia levar à for-
disjunção (separação) correta dos cromossomos
sexuais para a formação dos gametas, pode ex- mação de uma criança com Síndrome de Down.
plicar a origem das alterações demonstradas em b) como, ainda que os gametas produzidos pelos
ambos os cariótipos. pais sejam cromossomicamente normais, o zigo-
04 Indivíduos que possuem os cariótipos represen- to formado possa dar origem a uma criança com
tados em (l e Il) são do sexo masculino e não Síndrome de Down.
apresentam alterações fenotípicas.
15. Famerp-SP 2018 Pesquisadores da Universidade de
08 Na imagem (Il, está representado um cariótipo de
Massachusetts, EUA, demonstraram que seria possível
indivíduo do sexo masculino com Síndrome de tratar a Síndrome de Down silenciando o cromossomo
Klinefelter (2n = 47, XXY). extra encontrado na pessoa com a doença. O princípio
Soma: se baseia em aplicar o mecanismo natural que ocorre nas
células somáticas das mulheres, em que um dos cromos-
12. FCMSCSP 2018 Paula tem Síndrome de Turner e é somos fica inativado, formando o corpúsculo de Barr.
irmã gêmea de Marisa, que tem características feno- (Veja, 24.07.2013. Adaptado.)
típicas da Síndrome do Triplo X. Análises genéticas a) Qual cromossomo extra a pessoa com Síndrome
confirmaram que as irmãs são gêmeas monozigóticas de Down apresenta nas células anormais? Esse
e que Marisa tem três cromossomos sexuais X. cromossomo é classificado como autossômico
a) Qual o número diploide de cromossomos de Paula e
ou sexual?
qual o número diploide de cromossomos de Marisa?
b) Caso o hipotético mecanismo para o tratamento
b) Considerando os eventos de divisão celular, ex-
da síndrome tenha sucesso, com qual aspecto
plique como o zigoto, comum às duas irmãs, pôde
morfológico o cromossomo extra ficaria quando
gerar uma criança com síndrome de Turner e a
inativado? Por que esse mecanismo pode ser um
outra criança com Síndrome do Triplo X.
tratamento ou uma forma de minimizar os sinto-
13. Famema-SP 2022 A deuteranomalia, um tipo de daltonis- mas da Síndrome de Down?
mo, ocorre quando há uma alteração em um tipo de cone,
16. Unioeste-PR 2018 Em 1908, dois matemáticos — G.H.
célula da retina responsável pela percepção das cores. A
deuteranomalia é uma anomalia genética cuja herança está Hardy e W. Weinberg — comprovaram, teoricamente, o
ligada à região não homóloga do cromossomo X. que aconteceria com a frequência de dois alelos “A”
(Adaptado de https://bcc.ime.usp.br/tccs/201 4/atakata/docs/ e “a” na ausência de fatores evolutivos. A partir desta
Daltonismo v3.pdf) afirmativa, assinale a alternativa CORRETA.

64 BIOLOGIA * Capítulo
15 » Mutações e genética de populações
a) Esta comprovação foi calculada em uma população pequena para que não houvesse erros de amostragem, os
cruzamentos eram ao acaso, e não havia mutações nem migrações.
b) Na comprovação matemática dos dois pesquisadores, eles atribuíram ao alelo “A” a frequência inicial p? e ao seu
alelo “a”, a frequência inicial q2.
c) Assumindo-se também a 1? Lei de Mendel e os princípios da probabilidade, a proporção de indivíduos homozigo-
tos dominantes na geração seguinte seria de 2p, assim como dos homozigotos recessivos seria 29.
d) A população hipotética pan-mítica não existe na realidade, pois sempre há fatores evolutivos ocorrendo em uma
população, tais como mutação e seleção natural, mantendo-se assim a frequência dos alelos.
e) A partir da população hipotética, foi possível caracterizar matematicamente que a evolução ocorre quando a
frequência dos alelos de uma população se altera ao longo das gerações.

17. PUC-Rio 2017 Em uma população humana hipotética, em equilíbrio, composta por 10 000 indivíduos, constatou-se
que a frequência de homozigotos recessivos “aa” é de 0,36. Considerando que se trata de um lócus bialélico, calcu-
la-se que o número esperado de indivíduos heterozigotos do sexo feminino nessa população seja, aproximadamente,
a) 1600. d) 4800.
b) 1800. e) 5000.
c) 2400.
18. UFSC 2019
População “A” em 1760 População "A" em 1850 População "C" em 2018

18 320 indivíduos an Total = 500 indivíduos Total = 600 indivíduos

w& 160 indivíduos Aa >» | Frequência dos alelos: Frequência dos alelos:
“A"=041 “A"=0,4
Ro 20 indivíduos aa “a”=0,9 “a"=0,6

Migração em 1760 e Isolamento geográfico


surgimento de uma em 1860
nova população (B)
População "B" em 2018

População "B" em 1760 Q 150 indivíduos AA População "D" em 2018

1Q 7 inaivíduos
as QB 300 indivíduos aa 06 340 indivíduos
aa
88 5 indivíduos
aa BE) 150 indivíduos aa Ef) 320 indivíduos aa

As imagens dos insetos são puramente ilustrativas.

Calcule, segundo o teorema de Hardy-Weinberg, o número esperado de indivíduos heterozigotos na população “A”
em 1850, conforme as informações apresentadas no quadro acima.

19. FMJ-SP 2018 Uma população em equilíbrio gênico deve apresentar algumas condições, tais como população nume-
rosa, acasalamentos randômicos, ser reprodutivamente isolada de outras populações e inexistência de alterações
que levem a introdução de novas variações genéticas.
a) Cite um fenômeno que contribui para o surgimento de novas variações genéticas numa população. Cite um fenô-
meno que possibilita o fluxo gênico entre a mesma população de diferentes áreas geográficas.
b) Uma população em equilíbrio gênico apresenta 800 indivíduos com as frequências alélicas A = 40% e a = 60%.
Suponha que essa população seja integralmente deslocada para outra região com 4200 indivíduos da mesma
espécie, mas com frequências alélicas A = 60% e a = 40%, e que permaneçam unidos por muito tempo, sem que
ocorra nenhum tipo de processo evolutivo. Quais serão as frequências alélicas nessa população miscigenada?
Apresente os cálculos.

20. Famerp-SP 2022 O teorema de Hardy-Weinberg aplica-se à população infinitamente grande, que deve ser pan-
-mítica e sobre a qual não ocorram os fatores evolutivos. Caso essas condições aconteçam, as frequências gênicas
e genotípicas permanecem constantes ao longo de várias gerações.
a) Cite dois fatores evolutivos que alteram a frequência gênica.
b) Suponha que uma população esteja em equilíbrio gênico para o caráter tipo sistema sanguíneo ABO, na qual a
frequência do alelo |2 seja 0,3 e do alelo i seja 0,4. Calcule a frequência de indivíduos do tipo sanguíneo B hete-
rozigotos e de indivíduos do tipo AB nessa população.

21. Enem 2020 Uma população encontra-se em equilíbrio genético quanto ao sistema ABO, em que 25% dos indivíduos
pertencem ao grupo O e 16%, ao grupo A homozigotos. Considerando que: p = frequência de IA: q = frequência de
EN

Prer= frequência de i, espera-se encontrar:

6
A porcentagem de doadores compatíveis para al-
guém do grupo B nessa população deve ser de
A PRe Pi p? + 2pr a) 11%.

B Pêe IB q” + 2gr b) 19%.


AB PI 2pq c) 26%.
, , d) 36%.
E E ú e) 60%.

pesquisas mostram que tais acúmulos têm provoca-


1. UCS-RS 2022 O desenvolvimento de novas variantes do mutação, morte celular, senescência e inflamação,
do vírus SARS-CoV-2 é um dos principais problemas desdobrando-se em diminuição da capacidade de
enfrentados pela comunidade científica na tentativa regeneração, em declínio da funcionalidade do orga-
de conter o avanço da COVID-9. A cada nova variante nismo, em degeneração exacerbada, em impactos na
descoberta surge o receio de que seja mais transmis- comunicação celular e perda progressiva da eficiência
sível ou mesmo mais letal, ou ainda que as vacinas de processos fisiológicos e em alterações nas respostas
possam não ser eficientes nesses casos, visto que teciduais e celulares.
foram desenvolvidas a partir de um vírus com informa- Revista genética na escola, v.16, n.1, 2021. (Adaptado)
ção genética um pouco diferente. As novas variantes
De acordo com o exposto, o principal interesse dos(as)
surgem devido a um processo chamado de mutação
pesquisadores(as) está associado ao processo de in-
genética ou mutação gênica. Em relação à mutação gê-
vestigação, denominado
nica e ao contexto acima, é correto afirmar que
a) envelhecimento celular.
a) o aumento da transmissão do vírus corresponde a
b) recombinação genética.
mais pessoas contaminadas, representando uma
c) divisão celular meiótica.
maior multiplicação do vírus, o que leva a uma es-
d) regeneração tecidual.
tabilização da informação genética viral.
b) a mutação genética é um processo natural, em
que ocorrem alterações do código de bases 3. Unesp 2017 Em uma ilha isolada, havia uma popula-
nitrogenadas e, se a mutação conferir uma van- ção de roedores cuja cor da pelagem era determinada
tagem ao portador, ela pode ser preservada pela
pelos alelos A e a. O alelo dominante determinava pe-
seleção natural. lagem escura e o alelo recessivo determinava pelagem
c) as mutações não ocorrem espontaneamente,
clara. A proporção genotípica para cada 100 indivíduos
sendo apenas induzidas por agentes externos,
era de 50 homozigotos recessivos, 30 homozigotos
chamados de mutagênicos, como radiações não
dominantes e 20 heterozigotos. Um terremoto local
ionizantes, como os raios X e raios gama.
separou a ilha em duas porções de terra, uma maior
d) mesmo o genoma humano possuindo bilhões de
e outra menor, e cada uma ficou com a metade da
pares de bases, a taxa de mutações é muito baixa,
população inicial de roedores, sem que houvesse
devido aos mecanismos de reparo de RNA, que
fluxo de animais entre as porções. Casualmente, na
ocorrem durante o processo de transcrição.
porção menor, não havia roedores de pelagem clara
e) a variabilidade genética da população humana
e as condições ambientais mudaram drasticamente.
diminui devido aos processos de mutação e re-
Uma geração depois, nasceram inúmeros roedores
combinação gênica, tornando o código genético
de pelagem clara nessa ilha. Após décadas, biólogos
humano cada vez mais uniforme.
constataram que a população da ilha menor constituía
uma nova espécie.
2. UFU-MG 2021 O acúmulo de danos, de erros e de Qual a frequência do alelo recessivo na população da
instabilidades genômicas, que envolve a molécula de ilha antes do terremoto? Por que, uma geração depois,
DNA e as intempéries sofridas por ela como, por exem- nasceram inúmeros roedores de pelagem clara na ilha
plo, a radiação solar ou a poluição do ar, tem sido alvo menor? Explique como a seleção natural contribuiu para
de interesse de pesquisadores(as) brasileiros(as). Essas a formação da nova espécie de roedores na ilha menor.

66 BIOLOGIA * Capítulo15 « Mutações e genética de populações


PopTika/Shutterstock.com
=1 Ae EM
- 3H O:

A manipulação dos genes presentes no


DNA humano já é uma realidade graças a
técnicas da Biotecnologia.

CAPÍTULO Biotecnologia
O desenvolvimento científico e tecnológico trouxe a humanidade a um ponto em que é
possível proporcionar mais saúde e qualidade de vida às pessoas por meio de técnicas
de manipulação genética. Sabe-se cada vez mais sobre o DNA humano e sobre as in-
formações que ele carrega a respeito de cada indivíduo. Porém, há diversas questões
morais e éticas envolvidas na aplicação dessas técnicas. Você acharia justo manipular o
DNA de seus descendentes para que eles tenham mais talento ou melhor desempenho
em determinadas atividades? Neste capítulo, vamos conhecer a tecnologia envolvida
com a manipulação do DNA.
Introdução à Biotecnologia As células-tronco podem ser induzidas a se dife-
renciar em tipos celulares específicos. Por exemplo,
A Biotecnologia pode ser descrita como uma área do
células-tronco embrionárias de camundongo podem se
conhecimento científico na qual a Biologia e a tecnologia
transformar em neurônios quando recebem moléculas
se integram para o benefício da humanidade. No cotidiano,
derivadas da vitamina A.
vários produtos ou serviços podem ser obtidos por meio
As células-tronco podem ser classificadas usando di-
da Biotecnologia, como vacinas, soros, antibióticos, plantas
ferentes critérios. Com relação à localização, por exemplo,
transgênicas, biodigestão, pães, iogurtes, etanol e biodiesel.
podem ser de dois tipos: embrionárias ou somáticas. Já
A Biotecnologia é praticada pela humanidade há mi-
com relação à capacidade de diferenciação, as células-
lhares de anos, quando microrganismos eram utilizados
“tronco podem ser divididas em três tipos: totipotentes,
para a produção de pães e bebidas alcoólicas. Atualmen-
pluripotentes ou multipotentes.
te, recebem grande destaque os estudos envolvendo
células-tronco, clonagem e Engenharia genética (orga-
Células-tronco embrionárias
nismos transgênicos, terapia gênica, edição genética e
As células-tronco embrionárias são encontradas so-
perfil genético).
mente nas fases iniciais do desenvolvimento embrionário
e podem originar todos os tecidos existentes no corpo
Células-tronco
do organismo. Com relação à capacidade de diferencia-
As células-tronco são células indiferenciadas, capazes ção, podem ser classificadas em dois tipos: totipotentes
de se reproduzir indefinidamente e de originar diversos e pluripotentes.
tipos celulares. Dessa forma, as células-tronco podem tanto As células-tronco totipotentes são capazes de for-
gerar novas células-tronco quanto gerar novos tipos celu- mar todos os tipos celulares existentes no organismo,
lares componentes dos diferentes tecidos existentes no inclusive anexos embrionários e placenta. Em humanos,
organismo. Assim, muitas pesquisas são desenvolvidas para essas células são encontradas no embrião na fase de
que as células-tronco sejam utilizadas no reparo de lesões mórula, por volta do 4º dia após a fecundação.
nos tecidos, como no caso de um infarto cardíaco, ou para As células-tronco pluripotentes também são capazes
curar doenças genéticas, como no caso do diabetes. de formar todos os tipos celulares existentes no organis-
mo, com exceção dos anexos embrionários e da placenta.
ELEMENTOS
FORA DE Em humanos, essas células são encontradas na massa
PROPORÇÃO celular interna, também conhecida como embrioblasto,
CORES presente no embrião na fase de blastocisto, por volta do
FANTASIA
5º dia após a fecundação.
Blastocisto
Célula-tronco

UE et)
Um dos desafios associados à utilização de células-tron-
co é controlar o processo de diferenciação, para evitar
que elas formem um tecido diferente do esperado, ou
mesmo que passem a se multiplicar descontroladamente,
Células epiteliais
dando origem um câncer.
Miócitos
Designua/Shutterstock.com

(S
Condrócito Hemácias
Células-tronco somáticas
No corpo de um organismo adulto são encontra-
das as células-tronco somáticas, também conhecidas
Representação esquemática da capacidade de diferenciação das células-
-tronco e da localização delas no blastocisto.
como células-tronco adultas, capazes de substituir célu-
las especializadas danificadas ou mortas nos diferentes
órgãos. São classificadas como células-tronco multipo-
ASS ppa da Te EfeOS
tentes, pois são capazes de formar apenas alguns tipos
O transplante de medula óssea é uma técnica que utili- celulares do organismo, ao contrário das células-tronco
za células-tronco hematopoiéticas para o tratamento de embrionárias. Podem ser encontradas no cordão umbi-
pacientes com doenças relacionadas ao sangue, como lical, na medula óssea, na pele, no cérebro, no fígado e
leucemias e linfomas. Na medula óssea existem células- no tecido adiposo.
“tronco hematopoiéticas capazes de formar todos os tipos
Embora tenham capacidade limitada de diferencia-
de células sanguíneas, além de outros tipos celulares
ção, uma vantagem das células-tronco somáticas é que
do corpo humano. Dessa forma, o transplante contribui
para a reposição de células sanguíneas e corporais nos
elas não são rejeitadas se forem aplicadas no mesmo
pacientes que recebem o transplante. organismo doador,já que são geneticamente idênticas
às células existentes em seu corpo.

68 BIOLOGIA * Capítulo 16 = Biotecnologia


Células-tronco Células-tronco ELEMENTOS Biossegurança (nº 11.105, de 2005): essas células são
coletadas de embriões humanos congelados produzidos
Ls: FORA DE
embrionárias
á e
somáticas PROPORÇÃO

— a CORES
por meio de fertilização in vitro, doados com o consenti-
| FANTASIA mento de casais para essa finalidade. A utilização dessas
Embrioblasto Q:
células para a regeneração de tecidos humanos, entre-
tanto, pode resultar em rejeição imunológica, devido à
incompatibilidade genética entre essas células e o or-
Blastocisto Medula óssea ganismo receptor.
Uma estratégia para eliminar essa rejeição seria obter
as células-tronco a partir de embriões humanos clonados
Extração e cultivo por clonagem terapêutica (que será tratada adiante). Outra
ss E de células-tronco maneira, que não esbarra nas discussões bioéticas, seria
a produção de células-tronco pluripotentes induzidas a
Multiplicação NS partir de células somáticas do próprio paciente.

Células-tronco pluripotentes induzidas


Meios de cultivo
J dio == diferentes Em 2006, o cientista japonês Shinya Yamanaka (1962-)
conseguiu transformar fibroblastos da pele humana e de
Diferenciação | roedores em células-tronco pluripotentes induzidas ou
iPSCs (do inglês, induced pluripotent stem cells), sendo
laureado com o prêmio Nobel de Medicina, em 2012, por
(e /, ,
essa conquista.
Hepatócito . 4 E Células
RX os sanguíneas Para que essa transformação fosse possível, o cientis-
Neurônio ta reprogramou o relógio biológico das células utilizando
CAMPBELL, N. A etal. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020. retrovírus modificados para inserir nos fibroblastos cópias
extras de quatro genes reguladores que atuam nas célu-
Representação esquemática dos processos de extração, cultivo e
diferenciação das células-tronco embrionárias e somáticas. las-tronco. Os testes científicos indicam que as iPSCs são
capazes de formar todas as células do corpo humano, tendo
Do ponto de vista médico, as células-tronco embrio- a mesma versatilidade das células-tronco embrionárias.
nárias são mais promissoras que as células-tronco adultas, Com o passar do tempo, a expectativa é que essa
pois são totipotentes ou pluripotentes, ou seja, podem técnica possa ser utilizada para a produção de iPSCs perso-
formar todos os tipos celulares do organismo adulto. No nalizadas, que ficarão prontamente disponíveis ao paciente
entanto, a única forma de obter essas células é a partir de para a cura de suas doenças genéticas ou lesões teciduais.
embriões humanos, o que instiga discussões éticas, reli- Além disso, essa técnica contorna a maioria das objeções
giosas e políticas na sociedade. éticas e religiosas relacionadas à pesquisa e à utilização
No Brasil, as regras para coleta e utilização de cé- das células-tronco embrionárias, uma vez que as iPSCs são
lulas-tronco embrionárias são estabelecidas pela Lei da obtidas sem o uso de embriões humanos.
r
Células somáticas | CORES ELEMENTOS
(fibroblastos) | FANTASIA || FORADE —
LA PROPORÇÃO

Doador/paciente Reprogramação
£o
Retrovírus
modificados

iPSCs

Diferenciação
1
Metetios Verras/Shutterstock.com

I
EN

Adipócitos Células sanguíneas 'Neurônios Epitélio Hepatócitos


Representação esquemática dos processos de formação e diferenciação das células-tronco pluripotentes induzidas (IPSCs).

6
to
Clonagem
O termo clonagem é utilizado para se referir ao processo de reprodução assexuada dos seres vivos, no qual são
produzidos descendentes geneticamente iguais ao organismo parental. Como exemplo desse tipo de reprodução há a
bipartição, realizada por bactérias e protozoários, e o brotamento, realizado por esponjas-do-mar e cnidários.
Nas últimas décadas, entretanto, os cientistas desenvolveram e aprimoraram métodos para a clonagem de orga-
nismos adultos mais complexos, como animais vertebrados e plantas, a partir de cultura de células desses organismos.

Clonagem reprodutiva
A clonagem reprodutiva de animais é uma técnica que visa produzir clones de organismos adultos. Uma das van-
tagens dessa técnica é produzir clones de animais que tenham determinadas características vantajosas de interesse
humano. Além disso, ela pode ajudar a proteger uma espécie ameaçada de extinção, ao produzir clones que contribuem
para aumentar as populações naturais existentes.
Em 1996, os biólogos britânicos Keith Campbell (1954-2012) e lan Wilmut (1944-), utilizando técnicas biotecnológicas
inovadoras, produziram o primeiro clone de um mamífero adulto, a ovelha Dolly. Para isso, eles utilizaram células somáticas,
retiradas das glândulas mamárias de uma ovelha adulta da raça finn dorset. Após ciclos sucessivos de divisões celulares,
as células mamárias foram transferidas para um meio de cultivo com poucos nutrientes, para que ocorresse a reprogra-
mação nuclear necessária. Em seguida, pulsos elétricos foram utilizados para estimular a fusão das células das glândulas
mamárias com ovócitos sem núcleo (o núcleo foi retirado previamente), extraídos de uma ovelha fêmea da raça scottish
blackface. Essa técnica é atualmente conhecida como transferência nuclear de célula somática ou SCNT (do inglês,
somatic cell nuclear transfer).
As células diploides resultantes da fusão entre os núcleos das células mamárias e os ovócitos sem núcleo foram es-
timuladas (por pulsos elétricos e fatores de crescimento) a formar embriões, que foram inseridos no útero de ovelhas da
raça scottish blackface para possibilitar o desenvolvimento dos clones. Dos 277 embriões que foram implantados, apenas
um completou com sucesso o desenvolvimento, e deu origem à ovelha Dolly.

CORES ELEMENTOS
Ovelha doadora de Ovelha doadora FANTASIA || FORADE —
células mamárias deovócitos = | PROPORÇÃO


UM 4r
Ovelha clone
(Dolly)
Doll ws

Células mamárias em
meio de cultura com E Ovócito sem A Ovelha mãe
poucos nutrientes < EC núcleo - Remoção de aluguel
do núcleo

Mitocôndria

Transferência
Mitocôndri
nuclear tocôndria

. Embrião
Mitocôndria
Núcleo da
célula mamária
HILLIS, D. M. et al. Life: the science of Biology, 2020.

Representação esquemática do processo de clonagem reprodutiva para a produção da ovelha Dolly.

Análises moleculares revelaram que a ovelha Dolly era geneticamente igual à ovelha da raça finn dorset, doadora da
célula mamária da qual foi retirado o núcleo que formou o embrião. O DNA mitocondrial da Dolly, entretanto, era igual ao
da ovelha da raça scottish blackface, doadora do ovócito.

BIOLOGIA * Capítulo 16 = Biotecnologia


Desde a clonagem da ovelha Dolly, cientistas do Engenharia genética
mundo todo realizaram a clonagem de vários outros ma-
O conhecimento cada vez mais aprimorado em rela-
míferos, como roedores, gatos, vacas, cachorros, cavalos e
ção à estrutura e ao funcionamento do DNA possibilitou o
até mesmo primatas. Os resultados desses experimentos
surgimento de uma área bastante promissora da Biologia,
revelaram que os clones nem sempre têm aparência e
denominada Engenharia genética. Também conhecida
comportamento idênticos aos dos animais clonados, indi-
como tecnologia do DNA recombinante ou manipulação
cando que o ambiente também possui papel significativo
genética, a Engenharia genética é uma poderosa ferra-
no desenvolvimento do organismo e na determinação do
menta utilizada para produzir novas combinações gênicas,
seu fenótipo.
pertencentes ou não a organismos da mesma espécie.
Na maioria dos experimentos de clonagem de animais,
Para o desenvolvimento da Engenharia genética são
apenas alguns embriões completaram o desenvolvimento
necessárias técnicas que envolvem extração, manipulação,
até o nascimento e, dos clones nascidos vivos, vários apre-
inserção, amplificação e sequenciamento de DNA. Muitas
sentaram problemas de saúde. Vale a pena ressaltar que,
enzimas são necessárias para a manipulação do DNA in vitro,
apesar de ser tecnicamente possível, a clonagem humana
como as endonucleases ou enzimas de restrição, cuja
não é permitida em nenhum país do mundo.
descoberta deu início à tecnologia do DNA recombinante.
As enzimas de restrição são produzidas por procariontes,
Clonagem terapêutica
como as bactérias, e protegem esses organismos dos vírus
Uma solução para a rejeição imunológica das células- bacteriófagos. Essas enzimas reconhecem e fragmentam o
“tronco nos pacientes seria a clonagem terapêutica,
DNA viral, impedindo a infecção. Atualmente são conhecidas
técnica na qual embriões poderiam ser produzidos por
centenas de enzimas de restrição, que são, inclusive, comer-
meio de procedimentos semelhantes aos realizados para
cializadas para diversos laboratórios pelo mundo.
a produção da ovelha Dolly. Nesse caso, seria utilizado
Elas funcionam como uma tesoura molecular, pois reco-
o núcleo da célula somática de um paciente para gerar
nhecem e cortam sítios específicos do DNA, denominados
embriões clonados dele mesmo. sítios de restrição, que têm uma sequência palíndromo de
As células-tronco retiradas desses embriões clonados nucleotídeos. Ao localizar os sítios de restrição, as enzimas
seriam cultivadas e estimuladas a se transformar em teci-
de restrição cortam a molécula de DNA, e as pontas dos
dos especializados, que poderiam então ser implantados
fragmentos resultantes podem se complementar com outros
nas regiões lesionadas do paciente. Após a implantação, fragmentos cortados pela mesma enzima.
as células ajudariam no processo de regeneração teci-
dual do local em que fossem implantadas. Nesse caso, CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORADE | Sítio de restrição
não ocorreria rejeição pelo sistema imunitário, já que as PROPORÇÃO

células implantadas seriam geneticamente iguais às células


do paciente. º ATGGAATTCAGT ê
DNA 1 Dn rá am
> e ,
y-LACCTTAAGICA
Ovócito Il Células
sem núcleo totipotentes
Vo

E e 7

é ATGG
Blastocisto
Ê GICA
E 5 >= a Fragmento de DNA
Núcleo da célula
Cultura de células ã Fragmento de DNA
“.» somática retirada
pluripotentes /
do doador Representação esquemática do modo de ação da enzima de restrição.

Para que ocorra a ligação entre os fragmentos de


ELEMENTOS
FORA DE DNA, é necessária a utilização de outra enzima, deno-
PROPORÇÃO
minada DNA-ligase, capaz de restabelecer as ligações
nucleotídicas. Na maioria dos casos, são utilizados vetores
genéticos, como plasmídeos ou vírus, para auxiliar a inser-
ção de genes de interesse nas células-alvo.
Quando um gene de interesse é cortado e inserido em
rV

Jose Luis Calvo/


Kateryna Kon/

Shutterstock.com
Shutterstock.com
Shutterstock. com

plasmídeo bacteriano, é formado um DNA recombinante,


David À

que é então inserido em uma bactéria. À medida que a


bactéria se reproduz por bipartição, o DNA recombinante
EA
vai se multiplicando, até que bilhões de cópias sejam produ-
Medula óssea Células nervosas Músculo cardíaco
zidas. As moléculas de DNA recombinante produzidas são
EI

Representação esquemática da clonagem terapêutica para reconstituição


tecidual em ser humano. Na parte inferior, fotomicrografias de três exemplos
clones da molécula inserida, motivo pelo qual essa técnica
de tecido (coloridas artificialmente). é conhecida como clonagem molecular.
3
ELEMENTOS CORES
Uma conquista da clonagem molecular foi a possibi- Agrobacterium Proronção | LEANTASIA
lidade de produzir proteínas humanas, como hormônios tumefaciens Célula
ou enzimas, por meio de bactérias. Após identificar e
isolar o gene responsável pela produção de insulina, actéria 2 Tm
no final da década de 1970, cientistas estadunidenses
produziram plasmídeos recombinantes com esse gene e
inseriram em bactérias, tornando-as capazes de produzir
O

o hormônio idêntico ao humano. Atualmente, toda a in- Plasmídeo DNA Gene de


sulina comercializada e utilizada no mundo é produzida N y recombinante interesse
por bactérias transgênicas. Gene de
interesse 4
Bactéria Célula eucariótica

DNA
recombinante

DNA | Plasmídeo e E
Gene de
Representação esquemática da produção de uma planta transgênica por
interesse
DNA meio da bactéria Agrobacterium tumefaciens. (1) O gene de interesse é
inserido no plasmídeo da bactéria, formando o DNA recombinante.
Bactéria (2) O DNA recombinante é inserido na bactéria. (3) A bactéria introduz o
transgênica
(É O) gene de interesse na célula vegetal. (4) A célula vegetal transgênica prolifera
em laboratório, por meio do uso de fatores de crescimento e hormônios.
Proteína de interesse (5) São produzidas mudas a partir das células cultivadas em laboratório.
(6) As mudas se desenvolvem e formam plantas transgênicas, que

E
O AT ta expressam a característica determinada pelo gene de interesse.

Proteína Uma grande polêmica com relação ao cultivo de plantas


Gene de
interesse Qu transgênicas está nos possíveis riscos ao ambiente, como
CORES ELEMENTOS
danos para as espécies nativas e plantações orgânicas (con-
CAMPBELL, N. A. et aí. Biology: a global approach. 12. ed.
FANTASIA FORA DE taminação por meio de pólen transgênico), aumento do uso
PROPORÇÃO Harlow: Pearson, 2020.
de herbicidas e surgimento de superpragas. Além disso,
Representação esquemática da formação do DNA recombinante e de uma bactéria
quando usadas como alimento, as plantas transgênicas po-
transgênica, aplicada na produção de uma proteína de interesse econômico.
dem oferecer riscos para a humanidade e para a criação de
A bactéria que carrega o gene humano de produção animais, como aumento dos casos de alergia e resistência
de insulina é considerada transgênica por ter um gene de aos antibióticos. Outro ponto polêmico em torno do cultivo de
outra espécie em sua célula. Essa técnica abriu caminho transgênicos tem cunho social: as grandes indústrias acabam
para a transgenia, uma área relacionada com a produção monopolizando a produção agrícola, deixando pouco espaço
organismos transgênicos, como animais e plantas. no mercado para agricultores familiares.

Organismos transgênicos Terapia gênica


Organismos transgênicos, também conhecidos como A terapia gênica, também conhecida como genete-
organismos geneticamente modificados (OGMs), são rapia, é o tratamento de doenças genéticas por meio da
aqueles que recebem, incorporam e expressam genes introdução de uma ou mais cópias de genes saudáveis nas
de outras espécies ou variedades de seres vivos. Nessa células dos pacientes.
técnica, um gene de interesse, com alguma característi- Para a inserção desses genes nas células-alvo, é ne-
ca vantajosa, é inserido em um organismo, que passa a cessária a utilização de vetores, geralmente vírus humanos
apresentar essa característica. Na produção de plantas modificados (como o adenovírus e o HIV), já que eles são
transgênicas é muito utilizado o plasmídeo da bactéria especializados em invadir células e introduzir nelas seu
Agrobacterium tumefaciens. material genético. Após a inserção dos genes saudáveis
Por meio da técnica da transgenia, são produzidas di- nos vetores virais, a terapia gênica pode ser realizada de
versas plantas transgênicas que cada vez mais ganham duas maneiras: pela técnica ex vivo ou pela in vivo.
espaço nas plantações brasileiras. No país, 93% da soja Na técnica ex vivo, os vetores virais modificados en-
produzida é alterada geneticamente, da mesma maneira tram em contato com células extraídas e cultivadas do
que 82% do milho e 62% do algodão. Plantas transgênicas paciente, como as da medula óssea, para que elas sejam
podem ser mais resistentes a pragas agrícolas (vírus, fun- geneticamente alteradas e, posteriormente, reintroduzidas
gos ou lagartas), herbicidas (glifosato) ou períodos de seca. em seu próprio organismo. Na técnica in vivo, os vetores
Além disso, essas plantas podem apresentar aumento de virais modificados são inoculados diretamente no paciente,
produtividade agrícola ou até mesmo do valor nutricional, exatamente na região alvo do tratamento.
dependendo dos genes que recebem. Veja a seguir como Após a inserção dos vírus ou das células geneticamen-
ocorre a produção de uma planta transgênica. te modificadas no paciente, espera-se que ocorra uma alta

72 BIOLOGIA * Capítulo16 = Biotecnologia


expressão dos genes saudáveis nas regiões-alvo, contri- * Quando um modelo do gene saudável é fornecido,
buindo para o quadro de melhoria clínica do paciente. enzimas de reparo realizam a correção da sequên-
Por um lado, há resultados satisfatórios e positivos ob- cia de nucleotídeos do gene disfuncional, tornando-o
tidos por diversos pacientes tratados, alguns até mesmo funcional e ativo.
curados de doenças genéticas. Por outro, essa técnica
ainda apresenta alguns desafios. Um deles é evitar que
Impressão digital de DNA
os genes inseridos nos pacientes afetem a expressão de
O genoma humano contém sequências específicas
outros genes nas células-alvo. Outro desafio é evitar que
não codificantes denominadas VNTRs (do inglês, variable
os genes inseridos ou os vetores virais desencadeiem o
number of tandem repeats), que consistem em repetições
surgimento de outras doenças no paciente, como o câncer.
curtas de nucleotídeos em sequência (como CACACA ou
Além desses desafios técnicos, é fundamental ressaltar os
GTGTGT), em padrões únicos em cada indivíduo, assim
questionamentos bioéticos envolvidos na utilização da te-
como as impressões digitais.
rapia gênica, uma vez que ela pode deixar de ser aplicada
Assim, é possível utilizar enzimas de restrição para cor-
apenas ao tratamento de doenças e passar a ser usada
tar o DNA de uma pessoa, produzindo fragmentos que são
para a substituição de qualquer característica não desejada.
amplificados com a técnica de PCR (veja o Texto comple-
mentar) e analisados em eletroforese. O padrão específico
Edição genética
de bandas obtidas na eletroforese é comparável a um códi-
Na última década, uma aprimorada técnica, denomina- go de barras ou a uma impressão digital de DNA, já que é
da edição genética ou sistema CRISPR-Cas9, tem ganhado exclusivo para cada pessoa. Por esse motivo, essa técnica
muito destaque na mídia e entre os cientistas. Esse sistema tem sido amplamente utilizada na identificação de crimino-
enzimático tem a capacidade de corrigir os genes que cau- sos ou para a determinação da paternidade de uma criança.
sam determinadas doenças genéticas. Na eletroforese, moléculas de DNA de diferentes tama-
Em 2018, cientistas reportaram resultados bastante nhos são inseridas em um gel de polímeros e submetidas
promissores na edição genética do gene responsável pela a uma corrente elétrica. Isso faz com que elas migrem do
anemia falciforme. O grande potencial terapêutico dessa cátodo para o ânodo, sendo que as moléculas maiores
técnica rendeu, em 2020, o prêmio Nobel de Química para são retidas pela trama de polímeros e ficam mais próximas
a microbiologista francesa Emmanuelle Charpentier (1968-) do cátodo, enquanto as menores ficam mais próximas do
e para a bióloga molecular estadunidense Jennifer Doudna ânodo. Dessa forma, as moléculas de DNA são separadas
(1964), que contribuíram para o desenvolvimento dela. por comprimento, formando as bandas. Cada banda possui
A técnica de edição genética consiste em produzir moléculas de DNA de mesmo tamanho.
um RNA-guia que tenha uma sequência complementar ao
CORES ELEMENTOS
gene disfuncional e posteriormente associar esse RNA-guia FANTASIA || FORADE Fonte de
à enzima Cas9. No núcleo da célula, o RNA-guia entra em PropoRção energia
pareamento com o gene disfuncional e a enzima Cas9 cor- Cátodo Ânodo

ta, nos sítios de clivagem, as duas fitas do DNA. Essas fitas Moléculas
podem, então, ser reparadas pela célula de duas maneiras. maiores
de DNA
CORES ELEMENTOS
FANTASIA || FORADE — RNA-guia Moléculas
Clivagem Cas9 menores
Morensto
E de DNA
5 - Pareamento do
CAMPBELL, N. A. et aí. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020.
Ê RNA-guia com
E o gene Representação esquemática da técnica de eletroforese em gel para a

é£ DNA
separação de moléculas de DNA.

3 Vamos imaginar agora uma situação em que a pater-


8
A nidade de uma criança precisa ser determinada entre dois
L IA os
os III
o t íde homens. Primeiro, é preciso verificar e marcar as bandas
í de es
enitdo UAL le dos nd
o
E cleot A o tianmser L II Nnusceri I egui da criança que foram herdadas da mãe (indicadas em ver-
u n t r e E i T s
me or lo melho no esquema abaixo). As demais bandas da criança
l iga inc TT Io Nmode
Des es d
o, IAU
T ,
reç
ã o (indicadas em amarelo no esquema) foram herdadas de seu
T & CorN OT ne
er NTdo ge pai, que certamente é o homem 2, já que são coincidentes
I C O I TI
T I T com bandas encontradas nele.
RREO HH
Mãe Criança Homem 1 Homem2
Representação esquemática da edição genética utilizando o sistema

= E
— —
CRISPR-Cas9. [—)
— —

* Quando um modelo do gene saudável não é fornecido, e» Representação

LÊ de reparo inserem ou deletam nucleotídeos [—] (e—)| — esquemática da técnica


=. — = de impressão digital de
n s de DNA, causando o desligamento do gene EE == DNA sendo utilizada em
disfuncional (efeito knock out). um teste de paternidade.
1. O que são células-tronco? Onde podemos encontrá-las no corpo humano?

Como são produzidas as células-tronco pluripotentes induzidas (IPSCs)?


wN

Descreva a contribuição genética das ovelhas fornecedoras de células para a formação da ovelha Dolly (clone).

Qual é a importância dos vetores genéticos? Cite os dois mais utilizados na Engenharia genética.
Pp

O que são enzimas de restrição? Que organismos produzem essas enzimas e que função elas exercem neles?
a

Como é possível uma bactéria produzir insulina humana? Descreva resumidamente essa técnica da Engenharia genética.
ou q

Aponte vantagens e desvantagens do cultivo e da utilização de plantas transgênicas para alimentação.

O que é terapia gênica?

Qual é o papel da enzima Cas9 e do RNA-guia na edição genética pela técnica CRISPR-Cas9?
o

. O que são VTNRs? Como eles são aplicados em testes de paternidade ou na identificação de criminosos?

GI fa (AL TOS CS
1. Enem 2014 Na década de 1990, células do cordão o músculo do coração, o que abre perspectivas de
umbilical de recém-nascidos humanos começa- tratamento para pessoas com problemas cardíacos.
ram a ser guardadas por criopreservação, uma vez Células-tronco também podem ser utilizadas no tra-
que apresentam alto potencial terapêutico em tamento de doenças genéticas, como as doenças
consequência de suas características peculiares. neuromusculares degenerativas.
O poder terapêutico dessas células baseia-se em sua A expectativa em torno da utilização das células-tronco
capacidade de decorre do fato de que essas células
a) multiplicação lenta. a) incorporam o genoma do tecido lesionado, desli-
b) comunicação entre células. gando os genes deletérios.
c) adesão a diferentes tecidos. b) eliminam os genes causadores da doença no te-
d) diferenciação em células especializadas. cido lesionado, reproduzindo-se com facilidade.
e) reconhecimento de células semelhantes. c) alteram a constituição genética do tecido lesiona-
do, pelo alto grau de especialização.
- UFJF/Pism-MG 2020 O espermatozoide fecunda o d) sofrem diferenciação, tornando-se parte integran-
óvulo e forma uma única célula denominada zigoto. te e funcional do tecido lesionado.
O zigoto sofre várias clivagens e forma a mórula, que e) fundem-se com o tecido lesionado, eliminando as
evolui a blástula. Algumas pesquisas utilizando em- possibilidades de rejeição imunológica.
briões visam isolar células-tronco nesse estágio de
desenvolvimento porque elas apresentam potencial: 4. UFPA 2016
a) totipotente, diferenciando-se em alguns poucos
Reprodução

tipos celulares.
b) pluripotente, tendo potencial mais restrito de di-
ferenciação do que as células multipotentes.
c) totipotente, apresentando capacidade de diferen-
ciação limitada em relação as células pluripotentes.
d) pluripotente, sendo mais restritas à capacidade de
diferenciação do que as totipotentes e apresentan-
do potencial maior em relação às multipotentes.
e) pluripotente, tendo capacidade de diferen-
ciação maior do que as totipotentes e apresen-
tando potencial mais restrito em relação às
multipotentes.

- UEL-PR Pesquisas recentes mostraram que células-


-tronco retiradas da medula óssea de indivíduos com Adaptado de: Understanding stem cells,
problemas cardíacos foram capazes de reconstituir www.nationalacademies.org/stemcells.

74 BIOLOGIA * Capítulo 16 » Biotecnologia


A figura ilustra o conceito de células-tronco, que tem 6. FMP-RJ 2017 Há 20 anos, em julho de 1996, nascia a
sido objeto de muita polêmica, principalmente no âm- ovelha Dolly, o primeiro mamífero clonado por transfe-
bito da justiça, da ética e da religião. rência nuclear de células somáticas (TNCS). O núcleo
Em relação ao que a figura representa e à luz dos co- utilizado no processo de clonagem da ovelha Dolly foi
nhecimentos atuais, considere as seguintes afirmativas: oriundo de uma célula diploide de uma ovelha cha-
Il. Células-tronco são células indiferenciadas, com mada Bellinda, da raça Finn Dorset. Uma outra ovelha,
potencialidade para dar origem aos mais diversos denominada Fluffy, da raça Scottish Blackface, foi doa-
tipos de células especializadas que formam os te- dora do óvulo que, após o processo de enucleação,
cidos do organismo. foi usado para receber este núcleo. Uma terceira ove-
H. Células-tronco embrionárias ou pluripotentes têm lha, Lassie, da raça Scottish Blackface foi quem gestou
a capacidade de se diferenciar em qualquer tipo a ovelha Dolly. O DNA mitocondrial da ovelha Dolly é
de célula adulta. proveniente da(s) ovelha(s)
HI. Células-tronco multipotentes, que são menos a) Fluffy, apenas
plásticas e mais diferenciadas, dão origem a uma b) Lassie, apenas
gama limitada de células dentro de um determina- c) Bellinda, apenas
do tipo de tecido. d) Fluffy e da ovelha Bellinda
IV. As células-tronco embrionárias constituem a e) Bellinda e da ovelha Lassie
chamada massa celular interna da blástula (blas-
- UPE/SSA 2018 Leia o texto a seguir:
tocisto), que dá origem ao embrião.
V. Células da medula óssea são exemplos de célu- Em 1997, os biólogos Keith Campbell e lan Wilmut
las-tronco pluripotentes. apresentaram ao mundo a ovelha Dolly. Com ela nasceu
É correto o que se afirma em: uma revolução científica e social; vinte anos se passa-
a) lell, apenas. ram, e a clonagem ainda suscita opiniões conflitantes.
b) Ile ll, apenas. O grande impacto de Dolly foi a descoberta de que uma
ce) Ui, llelvV célula somática diferenciada poderia ser reprogramada ao
d) II, IV e V, apenas. estágio inicial e voltar a ser totipotente. O processo não é
e) | lleV, apenas. fácil. Dolly só nasceu após 276 tentativas, que fracassaram.
Além disso, dos embriões obtidos, 90% não alcançaram
- Acafe-SC 2021 Biotecnologia é a área de estudo e nem o estágio de blastocisto.
desenvolvimento de seres modificados em laborató- Em teoria, uma clonagem humana reprodutiva é pos-
rio com o intuito de promover o aprimoramento de sível, no entanto suas implicações éticas suscitaram seu
técnicas em vários setores. banimento pela maioria dos cientistas. Em contrapartida, a
A respeito do tema, analise as afirmações a seguir. clonagem terapêutica, que se utiliza da mesma técnica de
Il. Os estudos da genética, da biologia molecular e transferência nuclear de uma célula adulta para um óvulo
da biologia celular deram suporte para o desen- enucleado, objetiva formar tecidos e órgãos para trans-
volvimento da engenharia genética, tecnologia plantes e, por esse motivo, é menos conhecida e discutida.
que controla o DNA recombinante das espécies, Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/21/
ciencia/1487674345 626879.html (Adaptado)
permitindo a criação de produtos chamados de
transgênicos. Sobre isso, é CORRETO afirmar que
IH. No Brasil, a lei da biossegurança permite o uso, a) apesar de o DNA ser igual em todas as células de
mediante autorização dos pais, de células-tron- um indivíduo, os genes, nas células somáticas di-
co embrionárias obtidas de embriões humanos, ferenciadas, se expressam de forma distinta para
produzidos por fertilização in vitro e que estejam cada tecido. É espantoso ver uma célula adulta
congelados há mais de três anos, para fins de ser transformada em célula embrionária, capaz de
pesquisa e terapia. se desenvolver e dar lugar às outras células do
HI. Biotecnologia branca é utilizada na saúde para o corpo do organismo clonado.
desenvolvimento de novos tratamentos ou remé- b) em mamíferos logo após a fecundação, a cé-
dios. As manipulações genéticas podem ajudar no lula resultante da fusão dos gametas começa a
diagnóstico de doenças ou nos processos de cura. se dividir e, pelo menos até a fase de 16 célu-
IV. As células-tronco, comprovadamente, podem ser las pluripotentes, cada uma delas é capaz de se
usadas para o tratamento de doenças do sangue, desenvolver em um ser clonado completo, cada
tais como: leucemias, linfomas e anemias malignas. qual com um DNA distinto.
V. O biodiesel é único biocombustível de origem c) indivíduos com doenças genéticas podem utilizar
agrícola produzido no Brasil. a clonagem terapêutica para melhorar seu quadro
Todas as afirmações estão corretas em: clínico; no entanto, o núcleo das hemácias para
a) I-II-IV formar as células-tronco embrionárias só poderá
b) I-II=V ser do paciente, objetivando evitar a rejeição de
e) =IV=V um transplante, uma vez que o DNA doado por
d) = M>IV outra pessoa é incompatível.
d) na fase de blastocisto, o embrião humano encon- 10. UFRGS 2016 Observe a tira abaixo.
tra-se implantado na cavidade uterina. As células
externas do blastocisto, chamadas células-tronco NÉ O AVISO QUE CONTÉM O CONGRESSO QUER
embrionárias totipotentes, vão originar as cente- TRANSGÊNICOS, FILHO! TIRAROS PRODUTOS
] TRANSGÊNICOS?!
nas de tecidos com todos os genes ativos que
irão compor o organismo clonado. MAS TALVEZ
VEJAMOS MENOS
e) no caso de uma clonagem humana reprodutiva, DESTES NAS
seria possível descartar o núcleo de uma célula EMBALAGENS...

germinativa, inseri-lo no citoplasma de um esper-


matozoide e, então, colocá-lo em um óvulo para
posterior implantação do embrião. Fonte: Alexandre Beck. Zero Hora. 18 maio 2015.

Fatec-SP 2023 Até a década de 1980, a insulina Organismos transgênicos são aqueles que receberam
aplicada nas pessoas diabéticas era extraída do e incorporaram genes de outras espécies. A aplicação
pâncreas de bois e porcos por ser parecida com a da tecnologia do DNA recombinante na produção de
humana. Com os avanços nos conhecimentos sobre alimentos apresenta várias vantagens, apesar de ser
genética e biologia molecular, e nas técnicas de ma- vista com cautela pela população.
nipulação do DNA, a insulina sintética passou a ser Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações
produzida em laboratório por meio da técnica de abaixo, referentes aos aspectos moleculares envolvi-
DNA recombinante. Nessa técnica, as bactérias que dos no desenvolvimento de transgênicos.
receberam o gene responsável pela produção da in-
Os vírus podem ser usados como vetores para DNA
sulina são denominadas bactérias modificadas, nas
de eucariontes.
quais o gene inserido será replicado. As bactérias
Os plasmídeos são bons vetores por apresentarem
modificadas passam a produzir insulina humana por-
replicação dependente da replicação bacteriana.
que receberam
As enzimas de restrição cortam o DNA em uma sequên-
a) os fragmentos de ribose e de grupos fosfatos,
que são importantes na produção do DNA.
cia de bases específica, chamada de sítio de restrição.
b) as enzimas de restrição, que cortam o RNA em As bactérias são utilizadas para expressar os genes
pontos específicos. humanos, por apresentarem os mesmos íntrons de
c) a sequência da molécula de DNA que codifica um gene eucariótico.
esse hormônio. A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
d) os aminoácidos do DNA e do RNA, que são usa- de cima para baixo, é
dos na produção desse hormônio. a) V-F>-V-F. d) F-F-V-V
e) as moléculas de RNA mensageiro do genoma hu- bb) V-V-F=-V. e) V-F-F-V
mano, que transportam aminoácidos. co) F-V-V—F.
a
). Unioeste-PR 2019 No primeiro semestre de 2018, no 11. Enem 2015 A palavra “biotecnologia” surgiu no século
Brasil, houve um amplo debate sobre o uso de agro- XX, quando o cientista Herbert Boyer introduziu a infor-
tóxicos e seus efeitos na saúde humana e ambiental. mação responsável pela fabricação da insulina humana em
Um dos motivos pelos quais tais substâncias são utili- uma bactéria para que ela passasse a produzir a substância.
zadas em larga escala em nosso país é a produção de Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em 28 jul. 2012 (adaptado).
cultivares geneticamente modificadas, como a soja.
As bactérias modificadas por Herbert Boyer passaram
Avalie as afirmativas sobre organismos transgênicos e
assinale abaixo a alternativa INCORRETA. a produzir insulina humana porque receberam
a) Transgênicos são organismos que recebem e in- a) asequência de DNA codificante de insulina humana.
corporam genes de outra espécie. b) a proteína sintetizada por células humanas.
b) Transgenia refere-se ao material genético extraído de c) um RNA recombinante de insulina humana.
determinado ser vivo e que é introduzido em outro. d) o RNA mensageiro de insulina humana.
c) O DNA a ser transferido é devidamente multipli- e) um cromossomo da espécie humana.
cado por clonagem, após a extração de um vetor.
12. UFPR 2018 A microinjeção pronuclear de óvulos
Em seguida, é purificado e inserido a partir de téc-
fertilizados é o método mais amplamente utilizado
nicas adequadas no núcleo do zigoto da espécie
para a produção de camundongos transgênicos.
que se deseja transformar.
d) A soja transgênica é uma planta que recebeu, a
Esse método consiste na injeção de uma solução
partir de técnicas da biotecnologia, um gene de de DNA contendo o transgene de interesse no
outro organismo capaz de torná-la tolerante ao pronúcleo de um óvulo recém-fertilizado. Os óvu-
uso de um tipo de herbicida. los são então transferidos para os ovidutos de uma
e) A manipulação genética de animais é mais fêmea, onde se desenvolvem. Considerando a
simples do que a de plantas, uma vez que é rela- técnica de microinjeção pronuclear de óvulos fertili-
tivamente fácil obter um animal completo a partir zados, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F)
de uma única célula geneticamente transformada. as seguintes afirmativas:

76 BIOLOGIA * Capítulo
16 = Biotecnologia
O transgene será expresso nas células somáticas e d) Introduzindo na soja um gene específico de outra
germinativas dos indivíduos transgênicos. espécie, possibilitando a produção da enzima de
A expressão do transgene ocorrerá pela tradução do resistência ao herbicida.
RNA mensageiro sintetizado a partir do transgene. e) Administrando a enzima-alvo nos fertilizantes utili-
O transgene será transmitido para a descendência zados na lavoura, promovendo sua absorção pela
do camundongo transgênico de forma mendeliana. espécie cultivada.
O camundongo transgênico produzirá descenden-
Enem PPL 2019
tes com o código genético modificado.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência cor-
reta, de cima para baixo.
a) F-V-F-F
b) V=V-F-V.
e) V-F-V-v.
d) V-V-V-F
e) F-F-V-v
Enem 2020 Analise o esquema de uma metodologia
utilizada na produção de vacinas contra a hepatite B.

DNA

Gene codificante
* da proteína HB
Levedura com -
Vírus vetor de expressão Vacina
hepatite B q
/ Purificação e
O To extração de HB

Plasmídeo
recombinante &» Multiplicação

>
da levedura
( Sítio de inserção
DNA /

1. Coleta e cultivo in vitro das células do paciente;


2. Transdução com vetor carregando o gene terapêutico;
bo. Plasmídeo 3. Seleção e expansão das células com gene terapêutico;
4. Reintrodução das células modificadas no paciente.
Proteína HB
Disponível em: www.repositorio.uniceub.br.
Disponível em: www.ed.edu.hk. Acesso em: 15 out. 2015 (adaptado). Acesso em: 3 maio 2019 (adaptado).

Nessa vacina, a resposta imune será induzida por um(a) A sequência de etapas indicadas na figura representa
a) vírus. d) levedura. o processo conhecido como
b) bactéria. e) ácido nucleico. a) mutação.
c) proteína. b) clonagem.
c) crossing-over.
Enem PPL 2019 Um herbicida de largo espectro foi de- d) terapia gênica.
senvolvido para utilização em lavouras. Esse herbicida e) transformação genética.
atua inibindo a atividade de uma enzima dos vegetais
envolvida na biossíntese de aminoácidos essenciais. Enem 2020 Instituições acadêmicas e de pesquisa no
Atualmente ele é bastante utilizado em plantações de mundo estão inserindo genes em genomas de plantas que
soja, podendo inclusive inibir a germinação ou o cresci- possam codificar produtos de interesse farmacológico.
mento das plantas cultivadas. No Brasil, está sendo desenvolvida uma variedade de soja
De que forma é desenvolvida a resistência da soja ao com um viricida ou microbicida capaz de prevenir a con-
herbicida? taminação pelo vírus causador da aids. Essa leguminosa
a) Expondo frequentemente uma espécie de soja a
está sendo induzida a produzir a enzima cianovirina-N,
que tem eficiência comprovada contra o vírus.
altas concentrações do herbicida, levando ao de-
OLIVEIRA, M. Remédio na planta. Pesquisa Fapesp, n. 206, abr. 2013.
senvolvimento de resistência.
b) Cultivando a soja com elevadas concentrações A técnica para gerar essa leguminosa é um exemplo de
de aminoácidos, induzindo a formação de molé- a) hibridismo.
culas relacionadas à resistência. b) transgenia.
c) Empregando raios X para estimular mutações em c) conjugação.
uma variedade de soja, produzindo a enzima-alvo d) terapia gênica.
resistente ao herbicida. e) melhoramento genético.
Unicamp-SP 2019 A prestigiada revista Science elegeu 1 2 3 4 5
como um dos principais avanços científicos de 2017 um Bebê Pai Mãel [Pai Mãel [Pai Mãel [Pai Mãel [Pa Mãe
caso de terapia gênica em crianças portadoras de atro-
fia muscular espinhal do tipo 1, uma doença genética | € | | € == € | | € mo ——
caracterizada pela atrofia progressiva dos músculos es-
sti
queléticos e morte precoce antes dos 2 anos de idade. ms OO OO OT IR OO
A doença é causada por um gene defeituoso, que deixa qm = e = — = e
de codificar uma proteína essencial para o funcionamen- ; TI OI TI CM RECO.
to dos neurônios. No estudo, vírus não patogênicos que E II IO OIE ICO
continham uma cópia normal do gene em questão fo- O O ES TIO ERA IS
ram injetados em quinze crianças doentes. As crianças ES SS 0 TO O OO
tratadas sobreviveram além dos 2 anos e apresentaram E ICI CICI OS II ID
melhoras na capacidade de movimento. E DICI CIC OI Cc
(Disponível em https://vis.sciencemag.org/.) ES CICI CI NA CID COS

Assinale a alternativa que preenche corretamente as = —— — = = —


lacunas na frase a seguir.
Os vírus injetados nas crianças foram capazes de Que casal pode ser considerado como pais biológicos
(i) , restaurando a produção (ii) , do bebê?
que passaram, então, a controlar adequadamente a) 1 d) 4
(ip b) 2 e) 5
a) (i) atingir a medula óssea e introduzir nas células- o 3
-tronco a cópia normal do gene; (ii) de neurônios
no cérebro; (iii) a medula espinhal e, portanto, os Enem PPL 2016 Para verificar a eficácia do teste
músculos. de DNA na determinação de paternidade, cinco vo-
b) (i) atingira medula espinhal e remover dos neurô- luntários, dentre eles o pai biológico de um garoto,
nios a cópia defeituosa do gene; (ii) de hormônios; cederam amostras biológicas para a realização desse
(iii) a geração de impulsos elétricos e os músculos. teste. A figura mostra o resultado obtido após a iden-
c) (i) atingir a medula espinhal e introduzir nos neurô- tificação dos fragmentos de DNA de cada um deles.
nios a cópia normal do gene; (ii) da proteína essencial Garoto Mãe 1º 2º 32 as 5º
à função dos neurônios da medula; (ii) os músculos.
d) (i) atingir a medula óssea e induzir a produção de — — e—
linfócitos do sangue; (ii) de anticorpos contra o ví- — — —
rus; (iii) a infecção, restaurando os movimentos das e o
crianças. o — E

Enem PPL 2017 O resultado de um teste de DNA para o re =


identificar o filho de um casal, entre cinco jovens, está E —
representado na figura. As barras escuras correspon- o e r— = e
dem aos genes compartilhados. e rem —

Mãe Pai I I HI IV V mm
TR —
E E — — — —
ee One
e ee e — 0 —

em CÊ — O — OTA and e
4 a o a Após a análise das bandas de DNA, pode-se concluir
4 DO que o pai biológico do garoto é o
O o a) 1º2voluntário. c) 3º voluntário.
e o 2 o cu
E b) 2º voluntário. d) 4º voluntário.
e) 5º voluntário.
Qual dos jovens é filho do casal? . .
a) | b) Il ce d) IV e) V Enem 2018 Considere, em um fragmento ambiental,
uma árvore matriz com frutos (M) e outras cinco que pro-
Enem 2013 Cinco casais alegavam ser os pais de um duziram flores e são apenas doadoras de pólen (DP1,
bebê. A confirmação da paternidade foi obtida pelo exa- DP2, DP3, DP4 e DP5). Foi excluída a capacidade de
me de DNA. O resultado do teste está esquematizado autopolinização das árvores. Os genótipos da matriz,
na figura, em que cada casal apresenta um padrão com da semente (51) e das prováveis fontes de pólen foram
duas bandas de DNA (faixas, uma para cada suposto pai obtidos pela análise de dois locos (loco A e loco B)
e outra para a suposta mãe), comparadas à do bebê. de marcadores de DNA, conforme a figura.

78 BIOLOGIA « Capítulo
16 » Biotecnologia
Esquema M St DP1 DP2 DP3 DP4 DP5
doGel1 alelo! HH HH E
alelo 2 [|
oco À elo 3 E
alelo 4

Esquema M St DP1 DP2 DP3 DP4 DP5


do Gel2 alelo 1
alelo 2
locoB alelo3 HH [HH
alelo 4 EH
alelo 5
COLLEVATTI, R. G.; TELLES, M. P.; SOARES, T. N. Dispersão do pólen entre pequizeiros: uma atividade para a genética do ensino superior.
Genética na Escola, n. 1, 2013 (adaptado).

A progênie S1 recebeu o pólen de qual doadora?


a) DP1 c) DP3 e) DP5
b) DP2 d) DP4

Texto TT)
a

Reação em cadeia da polimerase | comes


1 FANTASIA
| mentos
1
:
ou PCR temem =| | PROPORÇÃO

Para analisar uma região específica do DNA, é neces-


sário produzir diversas cópias idênticas dela. Uma técnica DNA genômico
muito utilizada para amplificação de fragmentos específicos
de DNA é conhecida como reação em cadeia da polimerase,
ou PCR (do inglês, polymerase chain reaction). r
A produção de novas cópias de DNA é catalisada pela Desnaturação:
enzima Tag polimerase, uma DNA-polimerase extraída da aquecer brevemente
bactéria termófila Thermus aquaticus, habitante do parque para separar as fitas
Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos. Essa enzima de DNA.
é resistente às altas temperaturas necessárias para pro-
mover a separação das duas fitas do fragmento de DNA a
ser multiplicado. Além da enzima, são necessários primers .
Qual É Anelamento:
(curtas sequências de nucleotídeos complementares à resfriar para permitir que os
sequência de DNA) e nucleotídeos, utilizados para a cons- Ciclo 1 oligonucleotídeos
trução das novas fitas complementares. gera duas < iniciadores formem pontes
Os elementos envolvidos na técnica (fragmento de moléculas de nitrogênio com as
DNA, primers, Tag polimerase e nucleotídeos) são adicio- extremidades da sequência-
nados em uma solução que é submetida a repetidos ciclos -alvo.
de aquecimento e resfriamento. 0 aquecimento (96 ºC) é Extensão:
necessário para quebrar as ligações de hidrogênio entre a DNA polimerase
as bases nitrogenadas e separar as fitas complementares adiciona nucleotídeos
de DNA do fragmento a ser multiplicado. Por outro lado, à extremidade 3' de
o resfriamento é necessário para promover a ligação dos cada oligonucleotídeo
primers com os fragmentos de fita simples do DNA e para iniciador.
a produção das novas fitas pela enzima Tag polimerase. = /
Após diversos ciclos, milhões de cópias do fragmento do cr
DNA são produzidas, o que facilita a análise da informação
genética contida nele. Ciclo 2
As moléculas de DNA produzidas por essa técnica gera quatro <
podem ser sequenciadas, visualizadas em eletroforese, poa
ou clonadas em plasmídeos bacterianos, para futuros
experimentos. A reação em cadeia da polimerase pode E A / | /
ser utilizada para o diagnóstico de doenças, como a (
covid-19, para a identificação de criminosos e nos testes Ciclo 3
de paternidade. | Seraoito
Texto elaborado para fins didáticos e
: moléculas Es
(em
caixas brancas)
combinam com a
sequência-alvo.
1

a CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020.
SI

Representação esquemática da reação em cadeia da polimerase (PCR) para a amplificação de uma sequência-alvo de DNA.

7
to
Células-tronco Terapia gênica
* Células indiferenciadas que podem originar diversos tipos * Tratamento de doenças por meio da introdução de ge-
celulares do organismo. nes saudáveis nas células com genes que causam essas
* Podem ser somáticas ou embrionárias. doenças.

* Podem sertotipotentes (embrionárias de mórula), pluripoten- * Utilização de vírus como vetores genéticos.
tes (embrionárias de blastocisto) ou multipotentes (somáticas).
* iPSCs: células-tronco pluripotentes induzidas.
Edição genética
* Alteração de genes por meio da inserção de sequências
Clonagem de nucleotídeos.
* Reprodutiva: produção de clones de organismos adultos. — Potencial terapêutico: tratamento de doenças genéticas
* Terapêutica: produção de células-tronco embrionárias. por meio do desligamento ou da correção de genes que
* Transferência nuclear somática: fusão do núcleo celular de causam essas doenças.
um organismo com o ovócito anucleado de outro organismo. * Conhecida como sistema CRISPR-Cas9.
— O clone produzido tem o DNA nuclear do organismo doa- * Cas9: enzima bacteriana capaz de cortar o DNA.
dor do núcleo, mas o DNA mitocondrial do organismo * RNA-guia: possui sequência complementar ao gene
doador do ovócito. disfuncional.
Engenharia genética
Eletroforese em gel
* Enzimas de restrição: cortam o DNA em locais específicos
(sítios de restrição). * Técnica para separar proteínas ou ácidos nucleicos (DNA
e RNA).
* DNAlligase: liga diferentes fragmentos de DNA.
* Diferenciação das moléculas ocorre pelo tamanho e carga
* DNA recombinante: plasmídeo + gene de interesse.
elétrica.
* Bactéria transgênica: contém o DNA recombinante e é apli-
* Bandas menores encontram menos resistência e correm mais.
cada na produção de proteínas de interesse.
* Bandas maiores encontram mais resistência e correm menos.
Transgênicos
* Organismos que recebem, incorporam e expressam genes Impressão digital de DNA
de outras espécies. * VNTRs: sequência específica de repetições curtas de
* Plantas transgênicas nucleotídeos.
— Vantagens: resistência a pragas e aumento de produtivi- * O padrão de bandas na eletroforese é exclusivo para
dade e de valor nutricional. cada indivíduo.
— Desvantagens: danos para as espécies nativas, alergia e * Aplicação: identificação de criminosos e determinação da
seleção de superpragas. paternidade.

PTE TA ur TA

Vídeo
Q Como CRISPR permite a edição do DNA. TED-Ed. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6tw. JVz lEc.
Acesso em: 2 mar. 2023.
O sistema CRISP-Cas9 revolucionou a Biotecnologia, permitindo a correção de genes humanos. Nesse vídeo, são apresen-
tados os mecanismos pelos quais as enzimas atuam na edição de genes nas células humanas (em inglês, com legendas em
português disponíveis).

CI fa fa DA TA ET
1. Uerj As células-tronco se caracterizam por sua capacidade de autorrenovação e diferenciação em múltiplas linha-
gens celulares. Podem ser classificadas, quanto à origem, em células-tronco embrionárias e células-tronco adultas.
As adultas são encontradas nos tecidos dos organismos após o nascimento, sendo capazes de promover a diferen-
ciação celular específica apenas do tecido de que fazem parte.
Nomeie a estrutura do blastocisto na qual se encontram as células-tronco embrionárias. Identifique, também, no caso
de uma lesão tecidual, a vantagem da existência de células-tronco adultas nos tecidos.

80 BIOLOGIA « Capítulo 16 = Biotecnologia


2. IFSC 2014 Pesquisadores da Universidade de Minesotta a explicação de funcionários do centro de pesquisa de
conseguiram demonstrar que células-tronco podem repa- Ishikawa à agência de notícias Kyodo. Em 2006, 14 vacas
rar danos cerebrais em ratos. O dano cerebral induzido foram clonadas no centro japonês, mas a pesquisa (que
na pesquisa levou os animais a perderem o controle das tinha como objetivo melhorar a produção de carne e de
patas. Uma semana após o início do tratamento, as célu- leite) foi reduzida, após a distribuição de carne de vaca
las-tronco começaram a assumir características das células clonada ser restringida no Japão em 2009.
Disponível em: https://exame.abril.com.br/ciencia/morre-aos-21-anos-
cerebrais funcionais e os ratos recuperaram o movimento a-1a-vaca-clonada-do-mundo/. Acesso em out. 2019. Adaptado.
das pernas.
Fonte: texto adaptado de WESTPHAL, S.P. Under your skin. Basicamente, clones são células ou organismos origi-
New Scientist, v. 173, n. 2334, p.12, 2002. nados de uma única célula, sendo, portanto, idênticos à
célula de origem. Muito se tem avançado nas técnicas
Sobre células-tronco assinale a soma da(s) proposi-
de clonagem, e o meio científico concorda que ainda
ção(ões) CORRETA(S).
há muito a ser explorado e desenvolvido nessa área.
01 Ao buscar células-tronco embrionárias, um pes-
Dentre as técnicas de clonagem, estão a clonagem
quisador deverá retirar células que se encontram
reprodutiva e a terapêutica. Diferencie essas técnicas.
na fase final da organogênese, pois estas células
já iniciaram seus processos de diferenciação. - UEM-PR Uma maneira de se obter o clone de um ani-
02 As células-tronco são encontradas apenas nas fa- mal é transferir o núcleo de uma célula somática de
ses iniciais do desenvolvimento embrionário, isto um animal adulto Y para um óvulo de uma fêmea X da
justifica a controvérsia existente em vários países mesma espécie, do qual foi previamente eliminado o
quanto à permissão ou não do uso destas células núcleo. O embrião resultante é implantado no útero
em pesquisas. de um animal Z (da mesma espécie), originando um
04 Além das células-tronco embrionárias, existem novo indivíduo (clone). Sobre esse assunto, assinale
células-tronco adultas, como as células da medula a(s) alternativa(s) correta(s).
óssea vermelha. 01 O DNA nuclear do clone é igual ao do organismo Y.
08 Uma célula-tronco é caracterizada por ser haploi- 02 O DNA mitocondrial do clone é igual ao do orga-
de e ser originada através de divisões meióticas. nismo X.
16 O que caracteriza uma célula-tronco é o fato de 04 Clones genotipicamente idênticos terão os mes-
mos fenótipos por causa da ação do meio.
esta não ter sofrido diferenciação, conservando
seu potencial de se transformar em qualquer cé-
08 Clones naturais são comuns em esponjas.
16 Clone é o indivíduo originário de outro, de forma
lula do corpo.
assexuada, com o mesmo patrimônio genético.
Soma:
Soma:
UFJF/Pism-MG 2018 Um dos objetivos das pesquisas
UFJF/Pism-MG 2017 O primeiro transgênico criado foi
com células-tronco humanas é a sua utilização na re-
uma bactéria geneticamente alterada para produzir a in-
generação de órgãos e tecidos. Diversos estudos têm
sulina, em 1978. Em 1994, foi lançada a primeira planta
debatido as vantagens de utilizar células-tronco em-
transgênica aprovada para o consumo, um tipo de toma-
brionárias e/ou adultas. Sobre este assunto responda: te, nos Estados Unidos. De lá para cá, o mundo viu um
a) Com relação à capacidade de diferenciação celu- crescimento da comercialização de produtos que contêm
lar, o que distingue as células-tronco embrionárias genes modificados.
das células-tronco adultas? Fonte: texto adaptado de http://Awww.uai.com.br/app/noticia/
b) Em que momento do desenvolvimento em- saude/2016/10/07/noticias-saude, 194867/alimentos-transgenicos-
ocupam-gondolas-do-mercado-tire-suas-duvidas.shtml. Acessado em
brionário são comumente extraídas as células 15/10/16.
tronco-embrionárias?
c) Apesar do destaque dado pela mídia para os no-
A produção dos transgênicos descrita no texto acima
vos experimentos, a clonagem ocorre na natureza só foi possível devido à descoberta das enzimas de
restrição. Essas enzimas podem cortar a dupla-hélice
e é realizada pelo ser humano há séculos. Dê um
de DNA em pontos específicos. Um fragmento do DNA
exemplo que justifique esta afirmativa.
humano cortado com a enzima de restrição EcoRI pode
Unitau-SP 2020 A primeira vaca clonada, chamada ser ligado a qual tipo de ácido nucleico?
Kaga, morreu aos 21 anos e três meses de idade. A téc- Assinale a alternativa CORRETA:
nica utilizada para a clonagem foi a mesma que, dois a) RNA viral sem cortes com enzimas de restrição.
anos antes do nascimento de Kaga, resultou na clona- b) DNA bacteriano sem cortes com enzimas de
gem da ovelha Dolly, no Reino Unido. Como resultado restrição.
da pesquisa japonesa sobre clonagem bovina, nasceram c) RNA viral cortado com uma enzima de restrição
duas vacas gêmeas, Kaga e Noto, que morreu em maio diferente.
de 2018. Kaga morreu de velhice (a expectativa de vida d) DNA bacteriano cortado com a mesma enzima
das vacas é de 20 a 25 anos). Ela começou a ter pro- de restrição.
blemas para se sustentar e passou a receber suplementos e) DNA humano cortado com uma enzima de restri-
nutricionais e anti-inflamatórios para as patas, segundo ção diferente.
[E
o
=
7. UEM-PR 2019 Experimentalmente, segmentos de a puromicina, se este composto estiver presente du-
DNA que codificam a produção da insulina humana rante a tradução. Após tal evento bioquímico, novos
são ligados à molécula de DNA de plasmídeos e intro- aminoácidos não podem ser incorporados à cadeia
duzidos em uma bactéria. Com base no exposto e em da proteína.
conhecimentos correlatos, assinale o que for correto. a) Por que a puromicina tem ação antibiótica sobre
01 A bactéria com material genético humano é um bactérias? Na presença de puromicina, a massa
organismo transgênico. molecular média de uma dada proteína bacteria-
02 A bactéria não será capaz de sintetizar a insulina, na será maior, igual ou menor em relação à massa
pois seus ribossomos são diferentes dos ribosso- média da mesma proteína na ausência do antibió-
mos humanos. tico? Explique seu raciocínio.
04 O RNAm produzido a partir desse segmento de b) A puromicina também é utilizada para transgenia.
DNA introduzido na bactéria possui obrigatoria- Neste caso, um gene que codifica uma enzima
mente um códon AUG. capaz de destruir a puromicina é adicionado, jun-
08 O experimento descrito demonstra o processo de tamente com o gene de interesse do pesquisador,
clonagem. ao genoma de células cultivadas in vitro. Na pre-
16 A análise molecular do DNA formado pela união sença de puromicina, a taxa de sobrevivência de
do DNA humano e do DNA bacteriano identificou células que receberam esses genes será igual,
somente quatro nucleotídeos diferentes, todos maior ou menor em relação à sobrevivência de
contendo desoxirribose. células não modificadas? Explique seu raciocínio.
Soma: 10. UFPR 2020 A proteína GFP — do inglês green
Fuvest-SP 2020 Um paciente, com câncer sanguíneo fluorescent protein (proteína verde fluorescente) — é
(linfoma) e infectado por HIV, fez quimioterapia e rece- produzida naturalmente pelas medusas. Pesquisado-
beu um transplante de células-tronco da medula óssea res criaram gatos transgênicos que produzem essa
de um doador resistente ao HIV. Como resultado, tanto o proteína em todas as suas células e cuja pelagem é
câncer como o HIV retroagiram neste paciente. O recep- fluorescente quando esses animais são expostos à
tor mais usado pelo HIV para entrar nas células do corpo luz ultravioleta. O gene da proteína GFP foi introduzi-
é o CCR5. Um pequeno número de pessoas resistentes ao do nos óvulos das gatas antes da fecundação.
HIV tem duas cópias mutadas do gene do receptor CCRS. a) Cite e explique os dois processos principais que
Isso significa que o vírus não pode penetrar nas células levam à síntese da proteína GFP a partir do gene
sanguíneas do corpo que costumam ser infectadas. O de medusa introduzido no genoma dos gatos
paciente recebeu células-tronco da medula óssea de um transgênicos.
doador que tem essa mutação genética específica, o que b) A descendência dos gatos transgênicos poderá
fez com que também ficasse resistente ao HIV. ter pelagem fluorescente? Por quê?
Disponível em https:/Awww.bbc.com/. Março/2019. Adaptado.
11. UEM-PR 2017 As técnicas de manipulação gênica
A terapia celular a que o texto se refere
desenvolveram-se a partir da década de 1970, e suas
a) permitirá que eventuais futuros filhos do paciente
aplicações têm alcançado diversas áreas (a agrope-
transplantado também possuam células resisten-
cuária, a indústria e a produção de alimentos e de
tes à infecção pelo HIV.
vacinas). Com base em conhecimentos sobre o as-
b) possibilitou a produção, pelas células sanguíne-
sunto, é correto afirmar que
as do paciente após o transplante, de receptores
01 as ferramentas básicas da Engenharia Genética
CCR5 aos quais o vírus HIV não se liga.
são as enzimas de restrição que cortam as mo-
c) promoveu mutações no gene CCR5 das células
do paciente, ocasionando a produção de proteína
léculas de DNA em pontos específicos. Essas
à qual o HIV não se liga. enzimas são extraídas de bactérias.
d) gerou novos alelos mutantes que interagem com 02 asoja transgênica foi produzida pela incorporação,
o gene do receptor CCR5 do paciente, ocasio- em seu genoma, de um gene de uma bactéria que
nando a resistência à entrada do HIV nas células confere resistência a determinados herbicidas.
do paciente. 04 clone é um grupo de células ou de organismos
e) confirma que o alelo mutante que confere resis- derivados de uma única célula ancestral ou indiví-
tência à infecção pelo HIV é dominante sobre o duo, sendo todos geneticamente iguais.
alelo selvagem do gene CCRS. 08 heterose é a cultura de tecidos vegetais pela
produção de células com mistura de genes em
- Unicamp-SP 2018 A estrutura química do composto heterozigose.
puromicina é muito semelhante à estrutura de um RNA
16 o melhoramento genético, por ser um processo
transportador. Em virtude dessa semelhança, os ribos-
de seleção de qualidade das espécies, garante
somos de procariotos são capazes de interagir com
que as linhagens resultantes tenham elevada va-
a puromicina como se ela fosse um RNA transporta-
riabilidade genética.
dor. O ribossomo catalisa a formação de uma ligação
covalente entre a cadeia proteica em crescimento e Soma:

82 BIOLOGIA * Capítulo 16 = Biotecnologia


12. UEPG-PR 2018 Os organismos que recebem e in- nitrogenadas. As bases púricas do DNA são
corporam genes de outra espécie são chamados de Timina e Citosina, enquanto que as bases pirimí-
transgênicos. Assinale o que for correto sobre as ca- dicas são Adenina e Guanina.
racterísticas e os processos envolvidos na criação de H. O íntron é inicialmente transcrito no núcleo ce-
um organismo geneticamente modificado. lular em uma molécula de pré-RNAm (transcrito
01 Atualmente, os organismos geneticamente modi- primário), mas depois é eliminado durante o pro-
ficados estão descartados do mercado, visto que cessamento ou splicing. Esse processo ocorre no
os benefícios prometidos durante a confecção citoplasma antes de ocorrer a tradução.
dos transgênicos não foram atingidos. Por exem- Il. Enzimas de restrição, outambém denominadas de
plo, os transgênicos de milho e soja, resistentes endonucleases de restrição, são as ferramentas
ao ataque de insetos, são inviáveis. básicas da engenharia genética, desempenhan-
02 As enzimas de restrição, obtidas a partir do ge- do função de clivagem da molécula de DNA em
noma humano, são essenciais para as etapas de pontos específicos, em reconhecimento a deter-
clonagem de genes de interesse em bactérias. As minadas sequências de nucleotídeos.
bactérias são os únicos organismos geneticamen- IV. Através da terapia genética é possível tratamento
te modificados que tiveram sucesso em técnicas de doenças, como as neoplásicas, as hereditá-
de transgenia, visto que são de fácil crescimento rias e as degenerativas. O tratamento consiste na
e manutenção em laboratório. inserção da versão funcional do gene para o orga-
04 Animais transgênicos são produzidos pela injeção nismo portador da doença, com o uso de técnicas
de um gene de interesse em zigotos da espécie específicas.
que se deseja transformar, logo após a fertiliza- V. As diferenças na sequência de DNA entre in-
ção. Esses embriões são então implantados no divíduos são chamadas de polimorfismos. No
útero da fêmea onde se desenvolvem. genoma humano, o polimorfismo pode ser obser-
08 A manipulação genética de plantas é mais simples vado tanto no DNA de sequência única quanto no
que a de animais. O gene que se deseja introduzir DNA de sequência repetida em tandem.
na planta é ligado ao plasmídio Ti de Agrobacterium a) MI-IV=V ce) MI—IV
tumefaciens, que tem capacidade de integrar-se b) I-Il-II dp) IV-V
ao cromossomo da planta. Pode-se ainda introduzir
DNA exógeno à planta, bombardeando-a com partí- 14. Fuvest-SP 2017 A produção de insulina humana para
o tratamento do diabetes pode ser feita, inserindo-se,
culas contendo DNA aderido na superfície.
16 A injeção de DNA geneticamente modificado (a par- em bactérias, a sequência de nucleotídeos corres-
tir de uma espécie “A” no núcleo de ovos de uma pondente à cadeia polipeptídica desse hormônio.
espécie “B”, onde ele será implantado, permite a a) Porque é possível sintetizar uma proteína humana,
obtenção de um organismo transgênico totalmente
a partir de sequência de nucleotídeos específica
humana, utilizando a maquinaria da bactéria?
diferente de “A" ou “B”, chamado de organismo “C”.
b) Para a produção de insulina, a sequência de nu-
Soma: cleotídeos inserida na bactéria pode ser idêntica
13. Acafe-SC 2018 à do gene humano, contendo íntrons e éxons?
Justifique sua resposta.
Edição genética corrige gene humano
15. Uerj 2018 Por meio de técnicas desenvolvidas pela
causador de doença
engenharia genética, é possível alterar o DNA das
Um grupo de cientistas dos Estados Unidos, da Coreia células. Uma dessas técnicas se baseia na utilização
do Sul e da China conseguiu eliminar de embriões huma- de vírus, manipulados por meio de duas enzimas: uma
nos cópias mutantes do gene MYBPC3, responsável pela
responsável pelo corte do material genético viral em
miocardiopatia hipertrófica, doença cardíaca que provoca
pontos específicos e outra pela inserção de genes de
morte súbita e afeta uma a cada 500 pessoas. Os cientistas
interesse no vírus.
utilizaram a técnica CRISPR para substituir a sequência de
Indique a característica dos vírus que justifica sua uti-
DNA com mutação pela saudável. Dos 58 embriões, 42
lização na alteração do DNA das células. Em seguida,
se desenvolveram sem o gene que causa a enfermidade,
nomeie as duas enzimas referidas acima, indispensá-
uma taxa de sucesso de 72%.
Fonte: Nature, 24/08/201 Disponível em: http://Awww.nature.com veis para esse procedimento.

Acerca das informações contidas no texto e dos 16. Unifesp 2017 O Sistema CRISPR-Cas9 foi desenvol-
conhecimentos relacionados ao tema, analise as afir- vido em laboratório e é constituído de um RNA-guia
mações a seguir e assinale a alternativa que contém (CRISPR) associado a uma enzima de restrição
todas as corretas. (Cas9). O RNA-guia é uma sequência curta de RNA
Il. O ácido desoxirribonucleico, conhecido simples- sintético complementar à sequência de um determi-
mente como DNA ou ADN, é responsável pela nado trecho de DNA. Quando introduzido em células
SI

hereditariedade. Nele encontram-se quatro tipos vivas, o CRISPR-Cas9 detecta a sequência de DNA
de nucleotídeos que diferem quanto às bases complementar e a enzima corta o DNA em um ponto
tw
específico. Em seguida, o sistema de reparo do DNA é A situação 2 refere-se a uma investigação criminal: na
ativado, unindo novamente os segmentos que foram cena do crime foram encontradas manchas de sangue
separados. Nesse processo, podem ocorrer altera- e o delegado precisa saber se o sangue é da vítima,
ções na sequência original, causando a inativação de de um indivíduo apontado como suspeito de ser o
um gene. Sistemas semelhantes ao CRISPR-Cas9 são criminoso ou de uma terceira pessoa não identificada
encontrados naturalmente em bactérias e ativados até o momento.
quando estas são infectadas por vírus.
Situação 1

suposto
criança mãe pai
o Do
Do [o |
q 4
o oa
e lo O

lo Es
O
O O

O ea
sistema de reparo O O
do DNA ea

O O
O
O O
alteração de sequência
us O
(http://www.aati-us.com. Adaptado.)

a) Cite uma vantagem que sistemas semelhantes


Situação 2
ao CRISPR-Cas9 conferem a bactérias atacadas
por um vírus cujo material genético seja o DNA. amostra de sangue
recolhida no local vítima suspeito
Supondo que no DNA viral exista a sequência
de bases nitrogenadas CCCTATAGGS, qual será O e us Ol
O O ed
a sequência de bases no RNA-guia associado à O mad
Cas9 bacteriana?
b) Por que a alteração na sequência de DNA provo-
Oe
cada pelo CRISPR-Cas9 pode inativar um gene?
O us
17. Unicamp-SP 2016 Aedes aegypti modificados (trans-
gênicos) têm sido utilizados no combate à dengue.
Esses mosquitos produzem uma proteína que mata
seus descendentes ainda na fase de larva. Mosquitos O ed a O ad
machos modificados são soltos na natureza para pro- O
Es O ed
criar com fêmeas nativas, mas os filhotes resultantes uu O
desse cruzamento não sobrevivem. É possível moni- O ea
O
torar a presença de ovos resultantes do cruzamento O
de machos modificados com fêmeas nativas a partir o

da luz fluorescente emitida pelos ovos.


a) Descreva o princípio da técnica utilizada para pro- A partir da análise dos resultados, responda:
duzir os mosquitos modificados. a) A criança é filho biológico do suposto pai? Justifi-
b) Por que os ovos resultantes do cruzamento dos que sua resposta.
machos modificados com fêmeas nativas emitem b) A amostra de sangue recolhida no local do crime
luz fluorescente? O que é preciso fazer com os é da vítima, do suspeito ou de uma terceira pes-
ovos para saber se eles emitem luz fluorescente? soa não identificada? Justifique sua resposta.

18. Unifesp 2016 As figuras representam os resultados 19. UFU-MG Dentre as aplicações atuais da genética mo-
de dois exames de DNA em que as amostras de DNA lecular, temos os testes de identificação de pessoas
dos envolvidos são fragmentadas com enzimas es- por meio do DNA. Essa técnica, que pode ser usada
pecíficas e submetidas à eletroforese, gerando um para identificar suspeitos em investigações policiais,
padrão de faixas ou “bandas”. consiste em detectar e comparar sequências repetiti-
A situação 1 refere-se a um caso de investigação de vas ao longo de trechos da molécula de DNA, regiões
paternidade: o suposto pai deseja saber se a criança conhecidas como VNTR (número variável de repeti-
é, de fato, seu filho biológico. ções em sequência).

84 BIOLOGIA =» Capítulo 16 » Biotecnologia


A figura a seguir ilustra os padrões de VNTRs de quatro P to 9 5 ACAGGATCCAATAACCCCGCAGGAATEGTG 3
pessoas envolvidas, uma vítima (V) e 3 suspeitos (S1,
S2 e S3), em uma investigação policial e de uma prova
rd 5 ACAGGATCTAACAACCCCGCAGGAATAGTA 3º
(P) coletada no local do crime.

a) De posse desses dados, responda: as amostras de

Mo
q

w
fezes 1 e 2 pertencem, com maior probabilidade, a
tigres de Bengala ou a leopardos? As amostras 1 e
Tc
2 pertencem ao mesmo indivíduo ou a dois indiví-
duos diferentes? Justifique sua resposta.
b) Um crítico argumentou que o trabalho do pesqui-
sador não era válido, pois as sequências do gene
nuclear Gapdh foram obtidas a partir de amostras
de fezes. Segundo o crítico, material genético
nuclear de felinos só poderia ser extraído com qua-
MPR

lidade a partir de hemácias (eritrócitos) coletadas


dos animais. Quem tem razão, o pesquisador ou o
crítico? Justifique.
(Fonte: J. Bhagavatula e L. Singh. BMC Genetics, Londres, v. 7,
p. 48, out 2006.)
Considerando as afirmações e a figura acima apresen-
tada, responda: 21. Uerj 2019 Determinadas sequências de DNA presen-
a) A qual dos suspeitos (S1, S2 ou S3) pertence a tes no material genético variam entre os indivíduos.
prova (P)? Justifique a sua resposta. A análise dessa variação possibilita, por exemplo, a
b) Que tipo de material pode ser coletado e servir identificação dos pais biológicos de uma criança. Con-
de prova em um caso como esse? sidere os esquemas a seguir de sequenciamentos de
c) Por que os resultados desse tipo de análise têm trechos de DNA, separados por gel de eletroforese,
alto grau de confiabilidade? de uma família formada por um casal e quatro filhos.

20. Unicamp-SP 2018 Dados genéticos podem ser utili- Mãe Pai Filho 1 Filho 2 Filho 3 Filho 4
zados para estudar populações de uma espécie no
ambiente natural. Por exemplo, amostras de DNA po-
dem ser coletadas para identificar espécies, estimar — ——

tamanhos populacionais ou identificar indivíduos. Um


pesquisador coletou duas amostras de fezes em uma
localidade na Índia e sequenciou parte do gene Gapdh
dos DNAs extraídos a partir delas. Como resultado,
foram obtidas as sequências abaixo (apenas uma das
fitas do DNA é mostrada).

Amostra 1 | 5º ACAGGATCCAATAACCCCGCAGGAATGGTG 3'

Amostra 2 5º ACAGGATCCAATAACCCCTCACGAATGGTG 3º Com base nos sequenciamentos, o filho biológico


dessa mãe com pai diferente do apresentado é o de
As sequências da mesma região do gene Gapdh nos número:
genomas do tigre de Bengala (Panthera tigris) e do a) 1. c) 3.
leopardo (Panthera pardus) são: b) 2.

BNCC em foco

1. FMJ-SP 2021 A proteína alfa-l-antitripsina (AAT), que é sintetizada nas células saudáveis do fígado humano, previne
danos principalmente no fígado e nos pulmões. Uma mutação no gene que codifica essa proteína pode resultar em
uma proteína ausente ou anormal, causando distúrbios hepáticos e respiratórios. O tratamento dos pacientes com es-
ses distúrbios é feito administrando-se a proteína ATT do sangue de doadores sem a doença. Contudo, para facilitar a
obtenção dessa proteína, pesquisadores ingleses conseguiram inserir no genoma de ovelhas o gene em questão, e as
ovelhas passaram a produzir leite com a proteína ATT humana.
a) (Como são denominados os organismos cujo DNA b) Mais recentemente, um grupo de pesquisadores
foi modificado pela adição de gene de outra es- descobriu uma bactéria encontrada em aterros sa-
pécie? Para receber o gene exógeno, o DNA da nitários no Japão, denominada /deonella sakaiensis,
ovelha precisou ser cortado em pontos específi- capaz de fragmentar o PET em unidades menores,
cos onde o gene humano foi inserido. O que é processo que depende de uma enzima específica,
utilizado para cortar esses segmentos de DNA? chamada PETase. Foi sugerido que o genoma da
b) Suponha que uma ovelha seja portadora do gene 1. sakaiensis poderia ser utilizado para a criação
para a AAT em ambos os cromossomos sexuais e de uma bactéria transgênica a ser empregada em
que esteja gestando um feto do cruzamento com processos industriais de reciclagem de resíduos
um carneiro que não tem esse gene. Sabendo-se plásticos. O que é transgenia? Para criar tal bactéria
que esse feto é um macho, qual a probabilidade de transgênica, que parte do genoma da /. sakaiensis
ele ser portador do gene para ATT? Explique como seria essencial?
esse filhote poderá contribuir para que o plantel de (Fontes: Paolo Bombelli e outros, Polyethylene bio-degradation by
ovelhas produza leite com a proteína ATT. caterpillars of the wax moth Galleria mellonella. Current Biology,
Cambridge, v. 27, p. R283-R293, abr. 2017. Harry P. Austin e outros,
Characterization and engineering of a plastic-degrading aromatic
polyesterase. Proceedings of the National Academy of Sciences of
Unicamp-SP 2019 Nos últimos anos, foram desen-
the USA, Washington, v. 115, p. E4350-E4357, maio 2018. Esse estudo
volvidos vários processos tecnológicos para a bio- teve a participação do grupo liderado pelo Prof. Dr. Munir Skaf,
degradação dos plásticos PE (polietileno) e PET (polie- Pró-Reitor de Pesquisa da UNICAMP.)

tilenotereftalato), amplamente utilizados na fabricação


de embalagens. Em países desenvolvidos, apenas Fameca-SP 2016 Um estudo genético foi realizado
1/4 do total de PE produzido é reciclado; o restante para determinar o genótipo de três irmãos, filhos dos
é descartado em aterros sanitários ou queimado por mesmos pais, em relação ao gene B autossômico,
combustão, resultando em enorme ônus ambiental. composto por 3000 pares de bases. Coletaram-se
a) Em um estudo inicial, verificou-se que lagartas vi- amostras de DNA de cada irmão e, por meio da técni-
vas da mariposa Galleria mellonella são capazes ca de PCR, múltiplas cópias deste gene foram feitas
de reduzir a massa de sacolas plásticas de PE. in vitro. Em seguida, foi adicionada uma enzima de
Posteriormente, lagartas dessa espécie foram ma- restrição em cada amostra resultante da PCR. Esta
ceradas para produzir um extrato líquido, que foi enzima atua apenas sobre o alelo recessivo do gene
então depositado por 10 horas sobre um pedaço e entre os pares de bases de número 1000 e 1001.
de PE. O gráfico abaixo mostra a massa restante Posteriormente, cada amostra resultante foi submeti-
por cm? de PE na ausência e na presença do ex- da à eletroforese e o padrão de bandas analisado.
trato após 10 horas.

114

E
o
Ú
E 1 me

mv
Lu
o
u
o

5 0,9 +
o
E

0,8
sem com
extrato extrato

a) Para se conseguir múltiplas cópias deste gene in


Por que os dados do gráfico confirmam que a re- vitro pela técnica de PCR, que enzima deve ser
dução da massa das sacolas plásticas causada adicionada ao processo? Como as enzimas de
pela presença das lagartas vivas não é resultado restrição atuam sobre a sequência de DNA do
apenas da mastigação mecânica pelos insetos? gene recessivo?
Considerando que a taxa de degradação de PE b) Enzimas de restrição são encontradas natural-
definida no gráfico permanece constante, quan- mente em bactérias. Qual a vantagem para estes
tas horas seriam necessárias para uma quantidade micro-organismos terem esta enzima em seu ci-
suficiente de extrato degradar todo o pedaço de toplasma? Determine o genótipo dos irmãos com
PE? Explique. relação aos alelos B e b.

86 BIOLOGIA * Capítulo
16 = Biotecnologia
UWJ09"90)SJSANYS/SNQUA BJSIA
Desenvolvimento do corpo da planta A lâmina foliar possui nervuras, estruturas que con-
têm os feixes vasculares: floema e xilema. Existem dois
A formação do corpo de uma planta, processo conhe-
tipos principais de nervuras nas angiospermas: parale-
cido como morfogênese (do grego morphe, forma; gênese,
linérvea e reticulinérvea. No primeiro caso, comum em
origem), se inicia na germinação da semente, momento em
monocotiledôneas, as nervuras são paralelas ao longo
que ocorre a formação do embrião. Durante esse processo,
do comprimento da folha. Já as nervuras reticulinérveas,
ocorre a diferenciação dos tecidos adultos e a formação
comum em eudicotiledôneas, ramificam-se na lâmina foliar,
dos órgãos da planta, que são divididos em dois grupos:
formando uma rede.
vegetativos e reprodutivos.

Jakinnboaz/Shutterstock.com
Os órgãos vegetativos são as raízes, os caules e as ELEMENTOS
FORA DE
CORES
! FANTASIA
Nervuras
folhas, que estão relacionados com o crescimento e a ma- Caule PROPORÇÃO Gema
nutenção das plantas. Esses órgãos estão dispostos em Pecíolo axilar

dois sistemas: sistema radicular, formado pelo conjunto total


Nervuras
de raízes, e sistema caulinar, constituído por caule, ramos
caulinares e folhas. Já os órgãos reprodutivos estão rela-
cionados com a produção, a dispersão e a sobrevivência Estípula
dos descendentes, e são representados, nas angiospermas,
por flores, frutos e sementes.
E Caule
o

3 ELEMENTOS 5 Nó
ê Folha Pora DE
õ PROPORÇÃO
2 —— - Monocotiledônea Eucotiledônea
& cores | Representação esquemática de morfologia foliar de monocotiledônea e de
g Fruto e FANTASIA |
eudicotiledônea.
3 semente
&o
3
a Flor
Anatomia
As folhas são revestidas pela epiderme, constituída de
uma camada de células protetoras. A epiderme que fica vol-
Caule tada para o lado superior da folha é denominada epiderme
adaxial, enquanto a abaxial fica voltada para o lado inferior.
Na epiderme, observam-se os estômatos, estruturas rela-
/ >| 3
cionadas às trocas gasosas; e a cutícula, camada lipídica
Raiz
LL T | | 1 que reduz a perda de água para o ambiente. Muitas plantas
VM N também possuem tricomas, anexos epidérmicos envolvidos
na secreção de substâncias, na redução da perda de água
1

Representação esquemática da estrutura geral do corpo de uma angiosperma


pelas folhas e na defesa contra herbívoros e patógenos.
eudicotiledônea.

Folhas
O surgimento das folhas ocorre nas gemas apicais cau-
|
As folhas podem ser classificadas de acordo com a posi-
linares a partir dos primórdios foliares. À medida que se ção dos estômatos.
desenvolvem, os tecidos dos primórdios foliares se dife-
* Hipoestomáticas: folhas com estômatos apenas na
renciam em tecidos adultos organizados de forma laminar,
epiderme da face inferior. Ex.: maioria das plantas,
favorecendo a captação de luz solar. como o ipê-amarelo.
As folhas estão intimamente relacionadas com a fo-
* Epiestomáticas: folhas com estômatos situados ape-
tossíntese, mas também são responsáveis pelas trocas
nas na epiderme da face superior. Ex.: plantas que
gasosas, realizadas entre as plantas e a atmosfera, e pela vivem na água, como a vitória-régia e a ninfeia.
transpiração vegetal, que consiste na eliminação de água
* Anfiestomáticas: folhas que possuem estômatos em
no estado gasoso.
ambas as faces (superior e inferior). Ex.: plantas que vi-
vem em ambientes mais secos, como muitas gramíneas.
Morfologia J

Uma folha simples de eudicotiledônea possui um pe-


cíolo, pedúnculo que une a folha ao caule na região do nó; A folha é preenchida pelo mesofilo, tecido fundamental
e uma lâmina foliar ou limbo, que representa a parte acha- que fica no meio da folha e é formado basicamente por
tada e plana. Nas folhas de muitas plantas são encontradas feixes vasculares e pelo parênquima clorofiliano, especia-
estípulas, estruturas que protegem as gemas axilares. Nas lizado na realização da fotossíntese. Os feixes vasculares
gramíneas e várias outras monocotiledôneas, as folhas são formam as nervuras foliares que se distribuem pela folha.
denominadas invaginantes, pois não apresentam pecíolo, Cada feixe vascular possui xilema (voltado para cima), floe-
mas, sim, uma bainha, estrutura que envolve completamen- ma (voltado para baixo) e uma bainha, formada por uma
te o caule dessas plantas. camada de células parenquimáticas.

88 BIOLOGIA * Capítulo 16 » Morfologia vegetal


Cutícula

E
8
êp
, sá g
ê
a
E
Ê8
Mesofilo
5
g
E

é Estômato
Cutícula

.
Representação esquemática do corte anatômico de uma folha de eudicotiledônea.
Cutícula Epiderme

Nas folhas de muitas eudicotiledôneas, o parênquima


clorofiliano pode ser dividido em dois tipos: paliçádico e sz: Parênquima
enal
lacunoso. O parênquima paliçádico possui uma ou várias 33 paliçádico
camadas de células parenquimáticas alongadas, voltadas Es co
para a parte superior da folha e com poucos espaços inter- ÉS Di nauima
celulares. Já o parênquima lacunoso, ou esponjoso, está és
voltado para a face inferior da folha, sendo constituído de é
várias camadas de células com grandes espaços interce- Epiderme
lulares que possibilitam a livre circulação de gases, como Estómeto
gás oxigênio e gás carbônico, entre as células.
Floema
Fotomicrografia óptica do corte transversal de uma folha Feixe vascular
de Camellia sinensis, planta utilizada na produção de chá. Xilema
(Cores artificiais. Aumento de 21 vezes).

AE SS epa [Ada A ET TS
Adaptações de plantas xerófilas
As plantas xerófilas, ou xerófitas, vivem em ambientes secos e têm diversas adaptações que restringem a perda de água
para o ambiente. Entre as principais, destacam-se:
* queda das folhas: muitas plantas da caatinga perdem as folhas antes da estação seca rigorosa;
* redução da área foliar: folhas pequenas diminuem a área transpiratória;
* espinhos: folhas modificadas das cactáceas (proteção contra herbívoros e a perda de água);
* cutícula espessa: possui maior concentração de cera sobre o epitélio (lipídio altamente hidrofóbico);
* tricomas de cobertura: se entrelaçam na superfície foliar, retendo umidade e restringindo a perda hídrica;
* estômatos em criptas: estômatos con-
Cutícula Feixes vasculares
centrados em reentrâncias com tricomas
na epiderme da face inferior que retêm
Epiderme
umidade;
BK foto/Shutterstock.com; Dr Keith Wheeler/
Science Photo Library/ Fotoarena

multisseriada
* epiderme multisseriada: possui várias Parênquima
camadas de células que aumentam a paliçádico
proteção da folha;
* parênquima aquífero: responsável e,
pelo armazenamento de água dentro Parênquima N
lacunoso o]
dos vacúolos. [um
4
]
Epiderme [03
Ramo com folhas e flores de espirradeira (Nerium multisseriada uW

oleander) e, no detalhe, micrografia óptica do corte de sua


folha. Note o estômato em cripta, a epiderme multisseriada
e a cutícula espessa, adaptações que evitam a perda de Cutícula
água. (Cores artificiais. Aumento de 13 vezes). Estômato Tricoma

89
Folhas modificadas Caules
As folhas das plantas são órgãos altamente adaptados O caule das plantas se origina a partir do caulículo,
ao processo de fotossíntese. No entanto, diversas espécies estrutura presente no embrião. Após a germinação e o
de plantas possuem folhas modificadas que possuem formas crescimento da plântula, novos ramos caulinares surgem
e adaptações que permitem a realização de funções adicio- do desenvolvimento das gemas axilares, dispostas ao lon-
nais, como suporte, atração e digestão de insetos, proteção, go do órgão. O caule produz e sustenta ramos caulinares
reserva de nutrientes e até mesmo reprodução vegetativa. (galhos), folhas, flores e frutos. Além disso, realiza o trans-
Veja, nas fotos a seguir, exemplos de folhas modificadas. porte de seiva, mantendo a comunicação entre as folhas
e as raízes. Diversas espécies estocam reservas nos seus
E
a
S caules, como água e amido, que podem ser utilizados nos
x5


e momentos de necessidade.
3
Ez
3
E
q=
E5 Morfologia
E5
o O caule é formado por um sistema alternado de nós,
>
É
a
2
pontos em que as folhas ligam-se ao caule, e entrenós, seg-
a
2
£
E mentos existentes entre os nós. Nas extremidades do caule
4
z
o
e dos ramos caulinares, encontram-se as gemas apicais,
formadas pelo meristema apical, pelos primórdios foliares
e por escamas protetoras. Os caules também possuem
Algumas plantas possuem brácteas, folhas coloridas que podem ser
confundidas com as pétalas de flores. Suas cores marcantes atraem gemas axilares ou laterais, encontradas no ângulo superior
polinizadores. Exemplo: bico-de-papagaio. do ponto de ligação do pecíolo com o caule. Essas gemas
possuem meristema apical dormente, que pode entrar em
atividade para formar ramos, folhas ou flores.
Emie Cooper/Shutterstock.com

E
8 . Gema axilar»
% Gema apical e
Y
E Gema axilar
2
E Folha —.
5
& Sistema
5E caulinar
E

Plantas insetívoras possuem folhas com formato variado responsáveis pela


atração, captura, digestão e absorção de nutrientes do corpo dos insetos Entrenó
ELEMENTOS o
capturados. Exemplo: Drosera capensis. J PROPORÇÃO
Í o -
Raízes
í:
laterais: | cores |
| FANTASIA |
Mauricio Acosta Rojas/Shutterstock.com

| -)

Sistema
radicular
Raiz principal

Representação esquemática da estrutura do corpo de uma eudicotiledônea,


com destaque para gema axilar.

Lianas são plantas trepadeiras que podem ter gavinhas, folhas com formato
espiralado que se enrolam ao entrar em contato com algum tipo de suporte.
Exemplos: maracujazeiro e aboboreira.
Nós, entrenós e gemas axilares são estruturas exclusivas
E5 de caules, enquanto coifa é exclusiva de raízes. Por isso,
éo5 essas estruturas são utilizadas pelos botânicos para dis-
2a
2
tinguir caules de raízes.
Ez5
a5

Anatomia caulinar
pernsanit

O caule de uma angiosperma eudicotiledônea, em es-


trutura primária, possui quatro regiões anatômicas distintas:
epiderme, córtex, cilindro vascular e medula. Derivada da
protoderme, a epiderme tem uma camada de células vivas
Algumas plantas têm espinhos, folhas extremamente reduzidas que
protegem as plantas contra desidratação intensa e contra o ataque de
recobertas por cutícula em que podem ser encontrados
animais herbívoros. Exemplo: cactáceas. tricomas e estômatos, assim como nas folhas.

90 BIOLOGIA * Capítulo 16 = Morfologia vegetal


O córtex, derivado do meristema fundamental, fica logo abaixo da epiderme e é constituído de células parenquimáti-
cas (parênquima clorofiliano e/ou fundamental), colênquima, esclerênquima e estruturas secretoras. De uma forma geral,
a distinção entre córtex e cilindro vascular é difícil, mas, em algumas plantas, a endoderme (também presente no caule) é
visível e demarca bem esta separação.

Nas eudicotiledôneas, os feixes vasculares estão dispostos em anel (círculo) ao redor da medula, arranjo conhecido como
eustelo (do grego eu, verdadeiro, e stele, coluna). Já nas monocotiledôneas, os feixes vasculares estão dispostos de forma
difusa no tecido fundamental, arranjo conhecido como atactostelo.
N 4

No cilindro vascular da maioria das angiospermas, os tecidos condutores estão organizados em feixes vasculares,
sendo que em cada um deles o floema fica voltado para fora e o xilema fica voltado para o centro. Na região central do
caule encontra-se a medula, formada predominantemente por tecido parenquimático. No caso das monocotiledôneas, o
tecido fundamental fica disperso entre os feixes vasculares, e a delimitação exata entre córtex e medula não é muito precisa.
Feixe vascular Parênquima cortical
Epiderme
Floema
Steve Gschmeissner/ Science Photo Library/
Fotoarena; Garry DeLong / Science Source

Fotomicrografia de corte transversal


do caule de uma eudicotiledônea
(A) (aumento de 4 vezes) e de uma
monocotiledônea (B) (aumento de 10
, vasculares
Epiderme vezes). (Cores artificiais).
Eudicotiledônea Monocotiledônea

Tipos de caules
Os caules apresentam grande variedade morfológica e estão presentes em todas as traqueófitas. De modo geral, os
caules são estruturas aéreas, mas existem caules subterrâneos, que podem ser confundidos com raízes. A seguir serão
descritos alguns dos principais tipos morfológicos de caules existentes nas angiospermas.

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jeep2499/Shutterstock.com

Plantas com caule do tipo colmo, apresentam Algumas herbáceas produzem estolão, um caule A haste é um caule comum nas plantas herbáceas.
caule aéreo, ereto e cilíndrico, com nós e entrenós aéreo que se desenvolve rente ao solo e possui É um caule aéreo, ereto e não lenhoso. Exemplo:
bem visíveis formando gomos. Exemplos: cana-de- enraizamento em vários pontos, permitindo manjericão e feijoeiro.
-açúcar e bambu. propagação vegetativa. Exemplo: gramíneas
e morangueiro.

E E E
2 2 o
“ “ “
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8ú 8á 8j
B 2 2
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2 2 2
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5 E a
2 Em,
Z x
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Algumas plantas apresentam caule do tipo As xerófilas apresentam cladódio, um Plantas arbóreas apresentam caule do tipo tronco:
estipe, um caule aéreo, ereto, cilíndrico, sem caule aéreo, verde e suculento que possui aéreo, ereto, lenhoso, com várias ramificações.
ramificações, lignificado e com folhas que parênquima clorofiliano (fotossíntese) e aquífero Exemplo: mangueira.
dispostas apenas no ápice da planta. Exemplo: (armazenamento de água). Exemplo: cactáceas e
palmeiras e coqueiros. euforbiáceas.

91
OR Shutterstock , opesterstock com grey and/sa,
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N
Catafilos

nednapa/Shutterstock.com
Inga Gedrovicha/Shutterstock.com
johan kusuma/Shutterstock.com

O rizoma é um caule subterrâneo espessado Algumas plantas apresentam bulbo, um caule Tubérculo é um caule subterrâneo, que surge
e rico em reservas nutritivas, no qual são bem subterrâneo com nós e entrenós bem curtos nas extremidades de rizomas ou estolões e
visíveis nós e entrenós e com crescimento formando um disco espesso, denominado prato, que armazena material nutritivo, como o amido.
paralelo ao solo. Exemplo: gengibre, o inhame e dotado de gemas e rodeado por catafilos (folhas Exemplo: batata-inglesa.
a bananeira. modificadas). Exemplo: cebola e alho.

Raízes Morfologia
As raízes são os órgãos especializados na absorção A raiz de uma eudicotiledônea apresenta coifa, região me-
de água e minerais, componentes essenciais para a reali- ristemática, região lisa, região pilífera e região de ramificação.
zação de fotossíntese. Além disso, elas também atuam na
Raiz
fixação das plantas no substrato (solos, muros ou troncos Ra | FANTASIA
LO
principal
de árvores) e frequentemente realizam armazenamento de ELEMENTOS
FORA DE
material nutritivo, sendo mais comum o amido. PROPORÇÃO
As eudicotiledôneas geralmente possuem sistema
Região de
radicular pivotante, no qual se observa uma raiz principal,
Raiz ramificação
que tem origem na radícula do embrião; e raízes laterais
lateral
ou secundárias que partem da raiz principal. Esse sistema
radicular penetra profundamente no solo, possibilitando
que as plantas obtenham água até mesmo em solos com
lençóis freáticos profundos.
As monocotiledôneas possuem sistema radicular
fasciculado, constituído de um emaranhado de raízes E85

finas, numerosas e não muito profundas no solo, dentre ss
a a

as quais não se distingue uma raiz principal. Isso ocorre Região


x
5
E

5
3

porque a radícula morre precocemente e não origina uma E pilífera ê


raiz principal. Por outro lado, raízes menores e numerosas A O g
surgem do caule dessa planta, sendo denominadas raízes ê
5 Reciá êg5
5 egião
adventícias (do latim adenticus, estranho), já que surgem lisa g
=
de um local incomum. >
My
«
ao. 1
ELEMENTOS Pelos radiculares Coifa
FORA DE Representação esquemática das regiões da raiz de uma eudicotiledônea e,
PROPORÇÃO
no detalhe, eletromicrografia de varredura dos pelos radiculares da região
CORES pilífera. (Cores artificiais. Aumento de 120 vezes).
FANTASIA

A coifa fica na extremidade da raiz e possui várias


camadas de células que envolvem, de maneira análoga
a um dedal, a região meristemática da raiz. Suas células
VectorMina/Shutterstock.com

protegem as células meristemáticas do atrito direto com


o solo, evitando que sejam danificadas. Além disso, elas
produzem mucilagem, que facilita a penetração da raiz no
solo durante o crescimento dela. A região meristemática
Eudicotiledônea Monocotiledônea é formada pelo meristema subapical e pelos meristemas
Representação esquemática do sistema radicular pivotante (eudicotiledônea)
primários. É um local onde ocorrem as divisões celulares
e fasciculado (monocotiledônea). mitóticas responsáveis pelo crescimento primário da raiz.

92 BIOLOGIA * Capítulo
16 = Morfologia vegetal
A região lisa também é conhecida como região de passagem de substâncias pelas paredes celulares em que
alongamento ou crescimento, pois as células aí param de ela se encontra. Você verá no próximo capítulo que essa
se dividir e começam a crescer em comprimento. A alta camada atua na seleção de minerais que chegarão até o xile-
taxa de crescimento dessa região possibilita que a raiz se ma, tecido que irá transportá-los para a parte aérea da planta.
aprofunde no solo na busca de água e nutrientes minerais. ELEMENTOS CORES
FORA DE FANTASIA
A região pilífera possui pelos radiculares, estruturas PROPORÇÃO
Epiderme
unicelulares oriundas do alongamento das células epidérmi-
Parênquima
cas e fundamentais para o aumento da área de absorção de
cortical
água e minerais no solo. Nessa região, ocorre diferenciação

Excellent DrearryShutterstock.com
Periciclo
celular, originando a epiderme (camada de revestimento)
o parênquima, a endoderme, o periciclo e os tecidos con- Endoderme
dutores (xilema e floema). Floema
A região de ramificação possui raízes laterais, forma- Xilema
das a partir da raiz principal, permitindo uma maior fixação
e absorção de nutrientes no solo pela planta. Pelo
Câmbio
radicular
vascular
Anatomia Representação esquemática do corte anatômico transversal de uma raiz de
A região pilífera possui três regiões anatômicas: epi- eudicotiledônea.

derme, córtex e cilindro vascular. A epiderme, derivada da


O cilindro vascular, derivado do procâmbio, é formado
protoderme, possui uma camada de células justapostas e
pelo periciclo e pelos tecidos condutores (floema e xilema
com cutícula extremamente delgada ou ausente, que facilita primários). O periciclo (do grego peri, ao redor, e kyklos,
a absorção de nutrientes. Algumas células da epiderme se
circular) é formado por uma ou mais camadas de células
alongam e formam os pelos absorventes.
parenquimáticas situadas entre a endoderme e os tecidos
condutores. Ele atua na formação do felogênio (origina me-
ristemas secundários) e das raízes laterais, na transferência
Em orquídeas e aráceas, plantas pertencentes ao grupo de minerais para as células condutoras do xilema e no cresci-
das monocotiledôneas, a epiderme da raiz é formada por mento secundário das raízes, já que pode originar o câmbio.
várias camadas de células mortas com paredes espessa- Depois do periciclo, o cilindro vascular é formado pelos
das, formando uma estrutura esbranquiçada denominada tecidos condutores de seiva. Nas eudicotiledôneas, o xile-
velame, que aumenta a eficiência de absorção de água e ma primário forma um maciço sólido que emite projeções
minerais, atua como uma barreira de proteção mecânica do
(arcos) em direção ao periciclo, enquanto o floema primário
córtex e também reduz a perda de água pelas raízes, visto
forma cordões isolados e alternados a esses arcos. Já nas
monocotiledôneas, que possuem raízes adventícias, a parte
NokHoOkNoi/Shutterstock.com

mais interna do cilindro central é preenchida por tecido


parenquimático, formando a medula.

M. |. Walker / Science Source / Easypix

Raízes adventícias de orquídea, com destaque para o velame (estrutura


esbranquiçada).

O córtex, derivado do meristema fundamental, é a re-


Imagem de microscopia de luz do corte anatômico de uma raiz de Acorus
gião compreendida entre a epiderme e o cilindro vascular. calamus (eudicotiledônea). (Cores artificiais. Aumento de 140 vezes).
Nele, é encontrado o parênquima cortical, formado por
Tipos de raízes
FRENTE 2

várias camadas de células sem cloroplastos, com espaços


intercelulares e, frequentemente, estoque de amido, for- De forma geral, as raízes são órgãos subterrâneos, mas
mando um parênquima amilífero. muitas plantas também apresentam raízes aéreas. Da mesma
A última camada do córtex é a endoderme, com célu- maneira que as folhas, as raízes podem apresentar outros pa-
las justapostas, sem espaços intercelulares e com estrias péis dependendo do ambiente e do modo de vida das plantas.
de Caspary em suas paredes transversais e radiais. Essa A seguir, serão apresentados os principais tipos de raízes,
estria possui suberina, molécula hidrofóbica que impede a suas funções e exemplos de plantas em que são encontrados.

93
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Haustórios são raízes adventícias sugadoras Escoras são raízes adventícias aéreas de Em ambientes em que o solo possui baixa
de plantas parasitas que penetram no caule de sustentação, que fornecem suporte para plantas concentração de O,, como nos manguezais, as
plantas hospedeiras na busca de água e nutrientes. com base caulinar pequena ou que vivem em plantas apresentam pneumatóforos, que são raízes
Exemplos: cipó-chumbo e erva-de-passarinho. ambientes pantanosos. Exemplo: milho. que crescem para cima (gravitropismo negativo)
e possuem poros, denominados pneumatódios,
que possibilitam trocas gasosas entre a planta e a
atmosfera. Exemplo: mangue-preto.

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1631/Shutterstock.com

Raízes tabulares são raízes laterais aéreas com Raízes tuberosas são subterrâneas e muito ricas Raízes grampiformes são raízes adventícias
crescimento secundário, adquirindo aspecto em material nutritivo, como o amido, atuando aéreas, também conhecidas como aderentes,
de tábuas que aumentam o poder de fixação e como órgãos de reserva energética para a planta. que fixam as plantas lianas em muros, rochas ou
sustentação de espécies arbóreas de grande porte. Exemplos: cenoura, mandioca, rabanete, nabo e caules de outras plantas. Exemplo: hera.
Exemplo: figueira. batata-doce.

Os rizóforos encontrados em plantas do mangue foram conside-


Sanatana/Shutterstock.com
rados raízes aéreas escoras durante muito tempo pelos botânicos
do mundo todo. Trabalhos de anatomia vegetal realizados por
pesquisadoras brasileiras revelaram, no entanto, que essas estru-
turas possuem padrão anatômico caulinar e não radicular, como
se imaginava. Apesar de crescerem para baixo (gravitropismo
positivo) e não apresentarem folhas ou entrenós, características co-
mumente encontradas em raízes, os rizóforos possuem padrão de
maturação e distribuição dos elementos condutores do xilema coinci-
dente com o que é encontrado normalmente nos caules das plantas,
não nas raízes. Dessa forma, os rizóforos são atualmente considerados
exemplos de caules de suporte e não mais raízes.

Mangue-vermelho (Rhizophora mangle),


com destaque para os rizóforos.

Flores
As flores são órgãos exclusivos das angiospermas, grupo mais diverso do reino vegetal. Elas surgem a partir do de-
senvolvimento de gemas apicais e/ou axilares estimuladas por ação hormonal. A presença de flores possibilitou uma
maior eficiência na reprodução cruzada,
já que a relação com animais polinizadores criou uma variedade de estratégias
de polinização, aumentando o sucesso reprodutivo das angiospermas. Além disso, após a polinização e a fecundação,
as flores originam os frutos e as sementes, órgãos essenciais para a reprodução dessas plantas.

94 BIOLOGIA * Capítulo
16 = Morfologia vegetal
Estrutura Frutos
Estudamos no Capítulo 14 que uma flor é um ramo mo- Os frutos são órgãos exclusivos das angiospermas.
dificado com pedicelo (estrutura que prende a flor na planta), São derivados do desenvolvimento e amadurecimento dos
receptáculo floral e quatro grupos de órgãos florais (folhas ovários das flores. Os frutos representam uma aquisição
modificadas). As flores possuem grande variedade morfológi- evolutiva de suma importância,
já que são responsáveis
ca,já que a presença, o número, a forma e a disposição dos pela proteção das sementes contra a invasão de pa-
órgãos florais variam bastante entre as espécies. tógenos e perda de água. Os frutos também atuam na
As flores completas possuem os quatro grupos de dispersão das sementes para novos ambientes, onde
órgãos florais (sépalas, pétalas, estames e pistilos) e as flo- os descendentes podem se desenvolver e formar novas
res incompletas não, pois, nelas, um desses quatro grupos populações. Em algumas espécies, os frutos caídos no
de elementos florais está ausente. Os órgãos florais podem solo podem servir de substrato inicial para o desenvolvi-
apresentar disposição espiralada (semelhante à encon- mento das sementes.
trada nos estróbilos das gimnospermas) ou disposição
verticilada, na forma de círculos concêntricos denomina-
dos verticilos florais.
A palavra “fruta” é um termo popular utilizado para se refe-
A maioria das angiospermas possui flores bissexuadas,
rir, geralmente, apenas aos frutos carnosos que são doces,
também conhecidas como perfeitas ou monóclinas, com an-
como a uva e o mamão. Já os frutos que não são muito
droceu e gineceu na mesma flor. Já as flores unissexuadas, doces, como o tomate e a beringela, não são considera-
também conhecidas como imperfeitas ou díclinas, possuem dos frutas, pelo menos para a maioria das pessoas. Dessa
apenas um verticilo fértil: as flores estaminadas (masculinas) forma, neste livro, será preservado no texto o termo bo-
possuem apenas androceu, e as flores pistiladas (femininas), tânico tradicional “fruto”, para se referir aos órgãos de
apenas gineceu. reprodução exclusivos das angiospermas.
p 9 Estigma

Pistilo
Antera
Estame Estrutura
Filete
A parede do fruto, também conhecida como pericarpo
(do grego peri, ao redor, e karpós, fruto), é derivada da pa-
udaix/Shutterstock.com

rede do ovário e pode ser dividida em três partes: epicarpo,


mesocarpo e endocarpo. A delimitação dessas regiões nem
sempre é clara e pode variar de acordo com a interpretação
Pétala dos anatomistas vegetais que trabalham especificamente
com frutos.
Sépala

; —T
mm mm ELEMENTOS
Epicarpo
Kovaleva Ka/Shutterstock.com

Receptáculo | | FORADE |
Pedicelo FANTASIA PROPORÇÃO

Representação esquemática de uma flor completa de angiosperma.


Mesocarpo

As sépalas, cujo conjunto forma o cálice, são órgãos


mais externos da flor. Logo depois, ficam as pétalas, estrutu-
ras delicadas cujo agrupamento forma a corola. O conjunto
formado pelo cálice e pela corola é denominado perianto
(do grego perí, ao redor, e ánthos, flor). Em muitos casos,
como nos lírios, as sépalas e as pétalas são muito pareci- Endocarpo
das e recebem o nome de tépalas, e o conjunto delas é Partes constituintes do pericarpo de um pêssego.
denominado perigônio.
Os estames (órgãos masculinos) ficam próximos das O epicarpo é derivado da epiderme externa do ovário
pétalas, e o conjunto deles forma o androceu. Os órgãos e apresenta uma ou várias camadas de células epidérmi-
mais internos e centrais das flores são os pistilos, cujo cas que atuam na proteção contra desidratação e invasão
conjunto forma o gineceu. Cada pistilo é formado pelo de patógenos. Em algumas espécies, como na pera e na
dobramento e, na maioria dos casos, fusão de folhas de- maçã, o epicarpo possui lenticelas, que permitem trocas
nominadas carpelos. gasosas com a atmosfera. O mesocarpo é derivado do
Em muitas angiospermas não são encontradas flores mesofilo ovariano, apresentando várias camadas de células
LISA

isoladas, mas, sim, dispostas em inflorescências, que re- componentes de diferentes tecidos vegetais. Nos frutos
presentam os conjuntos de flores agrupadas em um mesmo carnosos, como a manga, o mesocarpo se torna suculento
pedúnculo caulinar. Os botânicos acreditam que o agrupa- e representa a parte que é ingerida pelos animais que se
mento de flores em inflorescências pode ser uma vantagem alimentam dele. O endocarpo é derivado da epiderme in-
evolutiva,já que podem ser mais facilmente percebidas por terna do ovário e possui uma ou várias camadas de células
polinizadores do que as flores isoladas. em contato direto com as sementes.

95
Classificação
Os frutos são órgãos de enorme variedade morfológica e são classificados seguindo diferentes critérios, como a
origem, a consistência do pericarpo ou os mecanismos de abertura. Tendo em vista a origem, existem três tipo de frutos:
simples, agregados e infrutescências.
Pelo critério da consistência do pericarpo, os frutos podem ser divididos em carnosos (suculentos na maturidade)
ou secos (secam durante a maturação). Em relação à abertura para liberação das sementes, os frutos são divididos em
deiscentes (do latim dehiscens, abrir), quando se abrem, ou indeiscentes, quando permanecem fechados na maturidade.

Frutos simples
Os frutos simples são os mais comuns nas angiospermas e originam-se de uma única flor que possui apenas um
pistilo. Esses frutos podem ser carnosos (drupas e bagas) ou secos (legumes, sâmaras, aquênios e cariopses).

Endocarpo
Somchai SomyShutterstock.com; Aprilphoto/Shutterstock.com; Yeti studio/Shutterstock.com
Anna Kucherova/Shutterstock.com; Boonchuay 1970/Shutterstock.com; HHelene/Shutterstock.com;

(mole)
Sementes
Epicarpo

Endocarpo
(duro) Mesocarpo

Mesocarpo Epicarpo

A drupa é um fruto carnoso com apenas A baga é um fruto carnoso, geralmente A sâmara é um fruto seco e indeiscente com uma
uma semente protegida pelo endocarpo com diversas sementes inseridas em ou várias asas, prolongamentos laminares que
lignificado (enrijecido), que se funde à um endocarpo não lignificado (mole). permitem a sua dispersão pelo vento. Exemplo:
casca da semente e forma o caroço. Exemplos: mamão, uva, tomate e tipuana (5 cm de comprimento).
Exemplos: manga, pêssego, azeitona, melancia.
cereja e ameixa. Semente

Pericarpo + casca
Sementes
Embrião

Endosperma
Frutos do tipo cariopse (conhecidos como O legume é um fruto seco e deiscente, Aquênio é um fruto seco e indeiscente, com
grãos) são secos, indeiscentes e têm pericarpo conhecido como vagem, que se abre e pericarpo fino e rígido envolvendo uma semente
totalmente fundido à casca da semente. separa o fruto em duas metades denominadas presa apenas em um ponto em sua extremidade.
Exemplos: milho, arroz e trigo. valvas. Exemplos: feijoeiro, ervilha, soja, Exemplo: morango e girassol.
lentilha e grão de bico.

UE Cet
O termo "legume" é utilizado na linguagem popular para se referir a uma ampla variedade de órgãos vegetais comestíveis,
incluindo tubérculos (babata comum), raízes tuberosas (cenoura), folhas (couve) e inflorescências (brócolis). Entretanto,
na literatura botânica, esse termo é utilizado restritamente para se referir aos frutos típicos das leguminosas.

Frutículos
Frutos agregados
arxichtudki/Shutterstock.com

Os frutos agregados também surgem de uma única flor, porém


constituída de vários pistilos separados. Em cada um dos pistilos, cada
ovário se torna um frutículo ou frutéolo, que se desenvolve juntamente
com os outros dos demais pistilos. Como resultado, tem-se um fruto
agregado, constituído de vários frutículos inseridos em um mesmo re-
ceptáculo floral. Alguns exemplos são a framboesa, que é composta por
vários frutículos carnosos e drupáceos; e o morango, composto por vários
frutículos do tipo aquênio inseridos em receptáculo carnoso e suculento
ELEMENTOS
(parte vermelha). FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA

Representação esquemática de um ramo caulinar com folhas,


flores e frutos agregados de framboesa.

96 BIOLOGIA * Capítulo 16 = Morfologia vegetal


ELEMENTOS
Infrutescências FORA DE as
PROPORÇÃO Pistilo
As infrutescências, também conhecidas como frutos
compostos ou múltiplos, são formadas a partir do desen- CORES
FANTASIA Pseudofruto
volvimento de inflorescências, ramos constituídos de várias Y É Estamie Frutículos
flores. Na maioria dos casos, outras partes florais (sépalas é
e pétalas) e o eixo da inflorescência também podem se unir Pétala —
para a formação das infrutescências. Sépalas
Sépala
Os principais exemplos são o abacaxi, o figo, ajacae a Receptáculo Pedicelo
amora. No caso do abacaxi, sua secção transversal revela
Representação esquemática da flor e imagem do pseudofruto e dos
a presença de pedúnculo intumescido (eixo central), envol- frutículos no morango (Fragaria vesca).
vido pelos frutos carnosos partenocárpicos fundidos entre
si, com uma escama (bráctea) protetora em cada um deles.
O pedicelo floral, conhecido como pedúnculo, pode
ELEMENTOS crescer e se tornar carnoso (comestível) originando
FORA DE
PROPORÇÃO pseudofrutos, como no caso dos cajus. Nessa espécie,
CORES
o pseudofruto corresponde ao pedicelo carnoso (parte
FANTASIA amarelada e suculenta), enquanto o fruto verdadeiro é a
amêndoa que fica presa em sua extremidade. No interior
do fruto encontra-se a semente, conhecida como castanha
do caju, que também pode ser consumida,
já que é rica
em proteínas e lipídios. Vale a pena ressaltar que o fruto
verdadeiro não deve ser consumido pelo ser humano, uma
Infrutescência vez que é tóxico.
Inflorescência
Representação esquemática da inflorescência e infrutescência do abacaxi.

MERCURY studio/Shutterstock.com
Frutos
Casos especiais
Pseudofrutos
Algumas angiospermas possuem órgãos carnosos e
comestíveis denominados pseudofrutos (do grego pseudo,
falso) ou frutos acessórios, que não podem ser considera-
dos frutos verdadeiros, já que não têm origem no ovário.
Pseudofruto
Esses órgãos surgem de outras partes da flor, como o pe-
dicelo e o receptáculo floral. Sementes
Nas maçãs e nas peras, a parte comestível esbranqui-
Pseudofrutos, frutos e sementes de caju (Anacardium ocidentale).
çada é proveniente do desenvolvimento do receptáculo
floral. Os frutos verdadeiros dessas plantas, provenientes
Frutos partenocárpicos
dos ovários, são a parte mais interna e fibrosa existente em
seu interior, em contato direto com as sementes. Existem alguns casos especiais denominados frutos
partenocárpicos (do grego parthénos, virgem, e karpós,
ELEMENTOS CORES
FORA DE FANTASIA
fruto), uma vez que não possuem sementes. Em mui-
PROPORÇÃO tas plantas cultivadas, como bananas e uvas Crimson e
Estigma Sépalas
Thompson, os frutos partenocárpicos se desenvolvem
naturalmente, sem a ocorrência da fecundação, pois são
provenientes de variedades alteradas, que foram selecio-
Fruto
Semente
nadas pelo ser humano.
No caso das bananas, os pontos escuros existentes em
Pseudofruto
seu interior são óvulos abortados, ou seja, que não foram
Receptáculo Pedicelo fecundados. Nas variedades selvagens de bananas, em
Pedicelo que ocorre polinização e fecundação, os óvulos se desen-
volvem normalmente e formam as sementes.
Representação esquemática da flor da macieira em corte longitudinal

O Óvulos
PixaHub/Shutterstock.com;
Swapan Photography/Shutterstock.com

mostrando o receptáculo floral, estrutura que dá origem a maior parte do


pseudofruto maçã (Malus domestica). abortados N
[u
[mm
4
Nos morangos a parte vermelha, suculenta e co- uW
[03
mestível surge do receptáculo floral que cresce, após u

a fecundação, e acumula material nutritivo, originando o


pseudofruto. Os frutículos (estruturas amareladas ovais)
são aquênios (frutos secos indeiscentes) que ficam mais Bananas da espécie Musa paradisiaca sem sementes (A) e da espécie Musa
ou menos afundados no pseudofruto. balbisiana com sementes (B).

97
Q Embrião (2n) Endosperma (3n) O

Frutos partenocárpicos também podem surgir a partir da ê Casca (2n) Casca (2n)
aplicação de hormônios vegetais, como a auxina e a gi- ê
berelina, nos ovários das flores antes da ocorrência da
polinização. Você verá no Capítulo 18 que a aplicação ê Cariopse
é (fruto)
hormonal estimula o crescimento das células dos ovários,
que se desenvolvem e formam os frutos partenocárpicos.
5 Cotilédone
ê ELEMENTOS

Sementes ]
Cotilédones 1
Embrião (2n) FORA DE
PROPORÇÃO
Quando um grão de pólen atinge um estigma compatível, cores |
Representação esquemática da semente do feijão (A), e do
ANTASIA |
ocorre germinação e desenvolvimento do tubo polínico — fruto cariopse, como a semente do milho (B).
estrutura tubular que transporta os gametas masculinos
até o óvulo. Após a fecundação dupla, o óvulo fecunda-
do começa a crescer e se modificar, transformando-se na
)
semente. As principais funções de uma semente são a de No caso das gramíneas, como o milho, o embrião possui um
proteção e de nutrição do embrião, aumentando as chan- cotilédone especializado, denominado escutelo (do latim
scutellum, pequeno escudo) que apresenta uma grande área
ces de ele se desenvolver em ambiente terrestre.
de contato com o endosperma, do qual absorve nutrientes
durante a germinação. Além disso, o embrião das gramíneas
Estrutura
está revestido por duas bainhas protetoras: o coleóptilo, que
Toda semente possui uma casca e uma amêndoa. A recobre o caule jovem; e a coleorriza, que recobre a raiz
casca ou tegumento é diploide (2n) e protege a semente em desenvolvimento. Já no caso das leguminosas, como o
contra a perda de água, invasão de patógenos e danos feijão, as reservas nutritivas são transferidas do endosperma
físicos. Ela surge a partir do (s) tegumento (s) do óvulo, que aos dois cotilédones carnosos do embrião durante o desen-
produz sementes bitegumentadas (testa e tégmen) ou uni- volvimento das sementes. Nesses casos, as sementes são
tegumentadas (apenas testa). [eme ] ELEMENTOS exalbuminosas, já que não possuem endosperma.
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Tubo polínico Cotilédones Dispersão


Núcleos Ao longo da evolução, foram selecionadas adaptações
polares morfológicas nos frutos que, além de proteção, possibili-
taram a dispersão das sementes, fenômeno fundamental
para a conquista de novos ambientes. A dispersão tam-
bém evita competição entre os descendentes com seus
próprios irmãos ou com sua mãe pelos mesmos recursos
disponíveis no ambiente, o que diminuiria suas chances
espermáticas de sobrevivência.
p Tegumentos Em alguns casos, como da planta maria-sem-vergo-
Óvulo Semente
nha, a própria planta-mãe é que se encarrega de lançar
Representação esquemática do desenvolvimento de uma semente de
as sementes para longe dela, processo conhecido como
angiosperma a partir do óvulo.
autocoria (do grego autós, próprio, e khoros, espalhar).
Depois da casca encontra-se a amêndoa, constituída Na maioria dos casos, entretanto, as plantas contam com
do embrião e do endosperma. O embrião é oriundo da agentes abióticos (vento e água) ou bióticos (animais) para
fecundação da oosfera (gameta feminino) pela célula ajudar na dispersão de suas ementes.
espermática (gameta masculino) e é constituído de estru- Na zoocoria (do grego zôon, animal, e khoros, espalhar)
turas como a radícula (raiz embrionária), o caulículo (caule a dispersão ocorre por meio de animais. Uma estratégia é
embrionário) e os cotilédones (armazenamento ou transfe- a planta produzir um fruto carnoso nutritivo pelo qual os
rência de nutrientes). animais são atraídos e podem utilizá-lo como alimento. Ao
Ao redor do embrião encontra-se o endosperma, tam- ingerir esses frutos carnosos, as sementes, que estavam em
bém conhecido como albúmen, tecido nutritivo triploide seu interior, passam pelo sistema digestório desses animais
formado da união de uma célula espermática (gameta mas- e são eliminadas pelas suas fezes. Alguns animais, como o
culino) com os dois núcleos polares da célula central. Esse esquilo, podem armazenar sementes em esconderijos sub-
tecido é rico em carboidratos, lipídios e proteínas, servindo terrâneos, nos quais elas podem germinar e formar novos
como fonte de alimento ao embrião em seus primeiros dias organismos. Existem ainda frutos secos, como o carrapicho
de vida, até que consiga realizar a fotossíntese. No caso e o picão, que possuem ganchos ou espinhos que se pren-
do milho, o endosperma corresponde à parte branca e co- dem no corpo dos animais e são transportados com eles
mestível da pipoca. para outras localidades.

98 BIOLOGIA * Capítulo 16 = Morfologia vegetal


Quando a dispersão depende do vento, como no dente-

terstock.com
-de-leão, o processo é conhecido como anemocoria (do
grego anemos, vento, e khoros, espalhar). Nesse caso, os
frutos ou as sementes podem apresentar projeções na
forma de asas ou pelos que permitem o transporte para aa
longas distâncias por meio do vento. Já na hidrocoria (do a
o

grego hydor, água, e khoros, espalhar) a dispersão ocorre


por meio da água, como nos cocos. Esses frutos armaze-
nam ar entre as fibras do mesocarpo, o que permite que
possam flutuar na água do mar até encontrarem um local
onde possam se desenvolver.

1. Quais são os órgãos vegetativos e reprodutivos en- 5. A ilustração abaixo representa o corte transversal da
contrados nas angiospermas? raiz de uma eudicotiledônea.

2. A ilustração abaixo representa o corte transversal da


folha de uma eudicotiledônea.

Excellent DreamyShutterstos k.com


xcellent Dream/Shutterstock. com

| ELEMENTOS
| FORA DE
.
ELEMENTOS | à LT
FORA DE |
PROPORÇÃO |
Lol a) Quais são as funções básicas de uma raiz?
coREs | b) Que estruturas estão indicadas pelas letras na
Lo — 4 ilustração?

6. Cite as funções e dê exemplo de plantas com os se-


a) Quais são as funções de uma folha? guintes tipos de raízes.
b) Que estruturas estão indicadas pelas letras na a) Tuberosas.
ilustração? b) Haustórios.
c) Cite dois exemplos de folhas modificadas. c) Pneumatóforos.
3. A imagem abaixo representa o corte transversal do 7 . Cite o nome e função das estruturas indicadas pelas
caule de uma angiosperma. letras na ilustração abaixo, que representa uma flor
completa de angiosperma.
udaix/Shutterstock.com

a) Essa planta é uma monocotiledônea ou eudicoti- 8. O que são frutos e que funções desempenham nas
ledônea? Justifique a sua resposta com base no
angiospermas?
padrão de distribuição dos feixes vasculares.
b) Que estruturas estão indicadas pelas letras A, B, 9. Explique a diferença entre pseudofrutos e frutos par-
Ce D na ilustração? tenocárpicos, citando dois exemplos de cada um.

4. Cite três exemplos de caules aéreos e dois exemplos 10. Qual é a importância da dispersão das sementes? Cite
de caule subterrâneos. dois fatores abióticos que atuam nesse processo.
Exercícios propostos

1. UnB-DF 2021 3. UPF-RS 2017 A figura abaixo representa, de forma es-


quemática, um corte transversal tridimensional numa
Brilhos na floresta: cientistas descobrem na folha de dicotiledônea.
Amazônia nova espécie de fungo que brilha
no escuro [5]
Essa e a segunda espécie de fungo bioluminescente
catalogada na região. Ela foi identificada nas margens do
rio Cuieiras, que liga Manaus a Maues, interior do Ama-
zonas. Até 2018, a Amazonia contava apenas com uma [a]
espécie de fungo bioluminescente catalogada. A nova es-
pécie, batizada de Mycena cristinae, e uma homenagem a
professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM),
Cristina Maki, que fazia parte do grupo de pesquisa, mas
faleceu antes da sua conclusão.
Na floresta, os fungos bioluminescentes podem estar
em troncos de arvores caídos e nas folhas do chão. Bri-
lham em decorrência de uma reação química semelhante
Disponível em: www.survivalworld.com/science/anatomy/leaf-anatomy.
a que ocorre com vagalumes e outros organismos. Nela, htmlg WOeXcIWcHIU. Adaptado. Acesso em 07 abr. 2017.
a luciferina metabolizada reage com o oxigênio sob ca-
talise da enzima luciferase, criando-se energia química Sobre a figura, assinale a alternativa incorreta.
na forma de luz fria. a) O número 5 indica a cutícula, camada de cera
Segundo Jadson Oliveira, esse fenômeno luminoso, impermeabilizante produzida pelas células epi-
consequência do metabolismo energético de alguns fungos, dérmicas, cuja principal função é evitar a perda
necessita de muitos esclarecimentos quanto ao seu papel. de água.
Fonte: https://g1 .globo.com (Adaptado). Acesso em: 26 fev. 2023. b) O número 2 indica a epiderme abaxial da folha,
tecido aclorofilado cuja função principal é o re-
Acerca dos troncos de árvore e das folhas citados
no texto apresentado, considerando que se trata de
vestimento do órgão.
c) O número 3 indica um estômato, estrutura epi-
estruturas de uma angiosperma, assinale a opção
dérmica que permite as trocas gasosas, pois
correta.
a) Os troncos das árvores são caules que possuem apresenta um poro (ostíolo) que permanece sem-
pre aberto.
em sua estrutura estômatos, coifa e xilema.
b) As folhas possuem carpelo e cutícula, sendo im-
d) O número 4 indica o mesofilo foliar, composto por
parênquima paliçádico no lado adaxial e por pa-
portantes para a absorção de água.
rênquima lacunoso no lado abaxial.
c) Ostroncos, que auxiliam na sustentação das plan-
e) O número 1 indica um feixe vascular, estrutura de
tas, são formados por xilema, floema e estigma.
condução composta principalmente por xilema
d) As folhas possuem parênquima e são estruturas
importantes para a troca gasosa nas plantas. e floema.

. Uece 2018 As folhas apresentam formas variadas - Udesc 2016 Fornecer suporte às folhas e transporte
resultantes das adaptações necessárias para que as das seivas bruta e elaborada são as principais fun-
plantas habitem ambientes diversos. Considerando a ções dos caules. Analise as proposições em relação
anatomia foliar das angiospermas, assinale a afirma- à informação.
ção verdadeira. Il. O caule do tipo volúvel é um caule aéreo, ereto e
a) A epiderme é multiestratificada, ou seja, apre- lenhoso, a exemplo, uva, chuchu e feijão.
senta várias camadas de células para facilitar as IH. O caule do tipo colmo é um tipo de caule lenhoso
trocas gasosas. e rastejante no qual são nitidamente observadas
b) O mesófilo é preenchido pelo clorênquima, con- as regiões de nó e interno, a exemplo, palmito e
tém tecidos condutores, mas não possui tecidos coqueiro.
de sustentação. HI. O caule do tipo rizoma é um caule subterrâneo
c) As folhas das plantas xerófitas apresentam mais com desenvolvimento perpendicular à superfície,
estômatos, estruturas responsáveis pelas trocas a exemplo, batata inglesa, cenoura e aipim.
gasosas, para reduzir a perda de água. IV. O caule do tipo bulbo é um caule subterrâneo, de
d) Os feixes condutores da folha, prolongamentos tamanho reduzido e envolvido por folhas modifi-
dos feixes da raiz, apresentam o xilema voltado cadas, a exemplo, cebola e alho.
para a face inferior da folha e o floema para a V. O caule do tipo estipe é um caule com muitos ga-
face superior. lhos e lenhoso, a exemplo, laranjeira e coqueiro.

100 BIOLOGIA * Capítulo 16 = Morfologia vegetal


Assinale a alternativa correta. b) A é caule de eudicotiledônea, pois apresenta
a) Na afirmativa IV a descrição do caule está correta, floema e xilema alternados; B é raiz de eudicoti-
assim como os exemplos deste tipo de caule. ledônea em crescimento primário, pois tem feixes
b) Na afirmativa | a descrição do caule está correta, vasculares colaterais separados entre si, forman-
assim como os exemplos deste tipo de caule. do um cilindro com parênquima no centro.
c) Na afirmativa Il a descrição do caule está correta, c) Ae Bsão raízes de eudicotiledôneas, no entanto,
porém os exemplos são de outro tipo de caule. B representa a estrutura primária, e A representa
d) Na afirmativa Ill a descrição do caule está correta, a estrutura secundária desse órgão.
assim como os exemplos deste tipo de caule. d) Aéraiz de eudicotiledônea, pois apresenta floema
e) Na afirmativa V a descrição do caule está correta, e xilema alternados e região central preenchida
porém os exemplos não são deste tipo de caule. com xilema; B é caule de eudicotiledônea em
crescimento primário, pois tem feixes vasculares
. UEPG-PR 2022 A cortiça comercial, usada para a colaterais separados entre si, formando um cilin-
fabricação de rolhas, por exemplo, é obtida principal-
dro com parênquima no centro.
mente de uma árvore nativa da região mediterrânea, e) Ae B são caules de monocotiledôneas, no en-
chamada de sobreiro (Quercus suber), que apresenta
tanto, A representa a estrutura primária, e Ba
em sua periderme um súber bem desenvolvido. So-
estrutura secundária desse órgão.
bre a periderme, assinale o que for correto.
01 É composta por súber, felogênio e feloderme. - Uerj 2018 Por serem formados por sedimentos bem
02 Tem como tecido mais externo o súber, que finos, que se deslocam facilmente, os solos dos man-
acumula em suas paredes celulares a suberina, gues são mais instáveis. Árvores encontradas nesse
substância pouco permeável que caracteriza a ambiente apresentam adaptações que garantem sua
morte do protoplasma. sobrevivência, como o formato diferenciado de suas
04 É o tecido que reveste o corpo das plantas em raízes, ilustrado na imagem.
crescimento secundário, substituindo a epiderme.
08 Éotecido que reveste o corpo primário das plantas,
impede a perda excessiva de água e permite trocas
de gases necessários à respiração e à fotossíntese.
Soma:

. UPF-RS 2014 As figuras A e B abaixo representam


cortes transversais feitos em órgãos vegetais.

O formato diferenciado de raiz desses vegetais contri-


bui para o seguinte processo:
a) fixação c) frutificação
b) dispersão d) desidratação

- Enem Libras 2017 Os manguezais são considerados


um ecossistema costeiro de transição, pois são terres-
tres e estão localizados no encontro das águas dos rios
com o mar. Estão sujeitos ao regime das marés e são do-
Córtex
minados por espécies vegetais típicas, que conseguem
se desenvolver nesse ambiente de elevada salinidade.
Medula Nos manguezais, é comum observar raízes suporte, que
ajudam na sustentação em função do solo lodoso, bem
como raízes que crescem verticalmente do solo (geotro-
Xilema
pismo negativo).
Floema Disponível em: http://vivimarc.sites.uol.com.br.
Acessos em: 20 fev. 2012 (adaptado).
FRENTE 2

Essas últimas raízes citadas desenvolvem estruturas


Com base na análise das figuras, é correto afirmar que: em sua porção aérea relacionadas à
a) A é raiz de eudicotiledônea, pois apresenta a) flutuação.
floema e xilema alternados e região central pre- b) transpiração.
Dos: com xilema; B é raiz de monocotiledônea, c) troca gasosa.
is tem feixes vasculares separados entre si, for- d) excreção de sal.
mando um cilindro. e) absorção de nutrientes.

101
9. UFRGS 2017 Em relação às raízes de Angiospermas, que apresenta corretamente os nomes das raízes e dos
é correto afirmar que orifícios produzidos nessas condições.
a) são as responsáveis pela nutrição orgânica das a) Grampiformes e periderme.
plantas. b) Adventícias e lenticelas.
b) absorvem macronutrientes como o manganês (Mn). c) Pneumotóforos e hidatódios.
c) têmo câmbio fascicular como o responsável pelo d) Estranguladoras e estômatos.
crescimento em altura.
d) apresentam epiderme e mesofilo altamente dife- 13. UEPB 2014 Nas angiospermas as estruturas relaciona-
renciado.
das com a reprodução sexuada são as flores. Observe
e) têm pelos absorventes como os principais res- o esquema, onde se encontra representada uma flor, e
ponsáveis pela absorção de água e sais minerais. identifique as estruturas numeradas; em seguida, esta-
beleça a relação entre o número indicado no esquema,
10. Uece 2017 As raízes das angiospermas podem apre- nome da estrutura e a descrição da mesma.
sentar especializações que permitem classificá-las em
diversos tipos. É correto afirmar que as raízes
a) escoras apresentam um revestimento chamado
velame, uma epiderme multiestratificada.
b) respiratórias ou pneumatóforos são adaptadas à
realização de trocas gasosas que ocorrem nos
pneumatódios.
c) tuberosas possuem o apreensório para se fixarem
ao hospedeiro e de onde partem finas projeções,
os haustórios.
d) sugadoras armazenam reservas nutritivas, princi-
A. Ovário. D. Gineceu.
palmente o amido, e por isso apresentam grande
B. Pétalas. E. Antera.
diâmetro.
C. Estame.
11. Unioeste-PR 2020 A raiz emerge da semente em Il. Dilatação na ponta do filete onde são produzidos
germinação, permitindo à plântula fixar-se no solo e os grãos de pólen.
absorver água e sais minerais. É CORRETO afirmar Il. Estrutura que contém o óvulo e que, ocorrendo
que: a fecundação, desenvolve-se originando o fruto.
a) asraízes tuberosas, como as da mandioca, cenou- HI. Estrutura reprodutora feminina da flor, formada
ra, batata inglesa e cebola, armazenam reservas pela fusão de folhas carpelares,
nutritivas, principalmente na forma de grãos de IV. Em conjunto compõem a corola, importante na
amido que são utilizados pela planta durante a atração dos agentes polinizadores.
floração e formação de frutos. V. Formado pelo filete e a antera: o conjunto destes
b) o câmbio vascular e o felogênio são estruturas compõe o androceu.
constituídas por células meristemáticas e são A alternativa que apresenta a relação correta é:
responsáveis pelo crescimento em extensão a) 1-DIIIl, 2-B-IV, 3-E-l, 4-C-V, 5-A-l.
das raízes e também pela formação de raízes b) 1-Bi, 2-DV, 3-Al, 4-E-IV, 5-CIll.
laterais. c) 1-D-II, 2-BV, 3-E-IV, 4-CIII, 5-AV.
c) além da fixação e absorção, as raízes também d) 1-C-V, 2-Al, 3-D-III, 4-B-IV, 5-E-l.
realizam a condução e armazenamento de subs- e) I-EV, 2-CIl, 3-B-Il, 4-A-l, 5-D-IV.
tâncias e, diferentemente de outras partes da
planta, não sintetizam hormônios. 14 . Uece 2015 Apesar de serem mais conhecidas pela
d) a região de meristema radicular é caracterizada maioria das pessoas por sua função decorativa, as flo-
pela ausência de divisão celular. res são os órgãos responsáveis pela reprodução nas
e) os meristemas subapicais são caracterizados pela angiospermas, sendo compostas por folhas modifica-
atividade mitótica de suas células e estão protegi- das, com funções específicas, denominadas verticilos
dos pela coifa. florais. Com relação aos verticilos florais, pode-se afir-
mar corretamente que
12. UEMG 2018 Uma floresta ripária submetida a alaga- a) as tépalas são o conjunto de pétalas coloridas e a
mentos periódicos apresentou algumas embaúbas corola compreende o conjunto de sépalas.
(espécies arbóreas da espécie Cecropia pachystachya) b) a corola corresponde ao conjunto de sépalas e o
com raízes crescendo diretamente do caule e peque- perianto compreende o conjunto de pétalas.
nos pontos de ruptura no tecido suberoso do caule, que c) o cálice é constituído pelas sépalas;já a corola é
aparecem como orifícios. A formação dessas estruturas constituída pelas pétalas.
é uma resposta fisiológica adaptativa comum em plan- d) todas as flores possuem cálice, corola, androceu
tas submetidas ao alagamento. Assinale a alternativa e gineceu.

102 BIOLOGIA * Capítulo 16 = Morfologia vegetal


15. Uece 2016 Atente ao que se diz sobre flores, e assina- 20. Fuvest-SP 2013 No morango, os frutos verdadeiros
le com V o que for verdadeiro e com F o que for falso. são as estruturas escuras e rígidas que se encontram
sobre a parte vermelha e suculenta. Cada uma dessas
Flores que apresentam órgãos reprodutores de ambos estruturas resulta, diretamente,
os sexos, masculino e feminino, são chamadas dioicas.
a) da fecundação do óvulo pelo núcleo espermático
Flores hermafroditas são denominadas completas do grão de pólen.
quando constituídas por quatro conjuntos de b) do desenvolvimento do ovário, que contém a se-
verticilos florais.
mente com o embrião.
Nas espermatófitas, o ovário, que fica na base do c) da fecundação de várias flores de uma mesma
gineceu, corresponde ao fruto desenvolvido a partir inflorescência.
da fecundação.
d) da dupla fecundação, que é exclusiva das angios-
As sépalas são geralmente verdes e sua função é permas.
cobrir e proteger o botão floral antes de ele se abrir. e) do desenvolvimento do endosperma que nutrirá
o embrião.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) FEVV. co) VV FF 21. Uece 2016 No que diz respeito ao cajueiro, analise as
b) VFV. d) FVEV afirmações abaixo.
Il. O cajueiro (Anacardium occidentale) é uma árvo-
16. PUC-RS 2016 Na reprodução de angiospermas, cada
re originária da África, comum na região Nordeste
óvulo desenvolve uma semente após a fecundação,
do Brasil.
e o ovário forma um que encerra as se-
Il. Seu fruto é macio, piriforme, comestível, de cor
mentes. A semente armazena vários nutrientes, como
alaranjada ou avermelhada, muito apreciado na
proteínas, óleos e amido, enquanto o embrião se de-
senvolve a partir do . Inicialmente, esses
culinária nordestina.
nutrientes são estocados no da semente. ll. Suas folhas são simples e pecioladas; seu sistema
a) fruto — óvulo — cotilédone radicular é formado por uma raiz pivotante bem
b) fruto — zigoto — endosperma desenvolvida.
c) tegumento — óvulo — epicótilo IV. A castanha, fruto seco do tipo aquênio, possui
d) tegumento — zigoto — cotilédone uma só semente ligada à parede do fruto por um
e) pericarpo — óvulo — endosperma só ponto.
Está correto o que se afirma em
17. Uece 2016 Na feira, um biólogo pediu ao feirante um
a) Ile IV apenas.
quilo de um fruto simples, carnoso, do tipo baga, e
b) | lle IV apenas.
dois quilos de uma drupa indeiscente. As frutas solici-
c) | llelllapenas.
tadas são respectivamente
a) mamão e azeitona. c) abacate
e laranja. d) Lille lv.
b) morango etangerina. d) pêssego
e limão 22. UPF-RS 2022 O fruto foi uma importante aquisição
18. UFU-MG 2018 Os frutos são classificados em vários evolutiva das angiospermas que contribuiu decisiva-
tipos, dependendo de sua origem no desenvolvimen- mente para o sucesso desse grupo de plantas. Assinale
to. Na sua maioria, os frutos são derivados de um a afirmativa correta referente a esse órgão vegetal.
único carpelo ou de vários carpelos fusionados, deno- a) As principais funções do fruto estão relacionadas
minados frutos simples. O fruto agregado resulta de com a proteção e a dispersão da(s) semente(s).
uma única flor que tem mais de um carpelo separado, b) Frutos que não apresentam sementes em seu in-
cada qual formando um pequeno fruto. Um fruto múl- terior são denominados pseudofrutos.
tiplo desenvolve-se de uma inflorescência, um grupo c) Um fruto partenocárpico é constituído por duas
de flores fortemente agrupadas. partes principais: o carpelo e a(s) semente(s).
Em relação às informações acima, assinale a alternativa d) O processo de desenvolvimento do fruto é desen-
que contém, respectivamente, um representante de cadeado por hormônios liberados pelo pericarpo.
fruto simples, de fruto agregado e de fruto múltiplo. e) O fruto resulta do desenvolvimento do óvulo e,
a) Pêssego, tomate e amendoim. eventualmente, de outras peças florais.
b) Limão, figo e amora.
23. O termo legume é utilizado na literatura botânica para
c) Maçã, morango e jaca.
se referir aos frutos típicos das leguminosas. Que alter-
d) Ervilha, framboesa e abacaxi.
nativa indica um exemplo de legume?
E

19. UFPR 2014 Uma pessoa vai ao mercado e compra pe- a) Cenoura.
pino, cenoura, abóbora, tomate, uva, feijão, beterraba, b) Beterraba.
couve e milho. Quantos desses produtos são frutos? c) Vagem.
a) 1. co) 3. e) 5. d) Batata.
b) 2. d) 4. e) Brócolis.

103
24. UCS-RS 2022 O aparecimento dos frutos foi um importante passo evolutivo para as angiospermas, considerando
que essa estrutura permitiu maior proteção às sementes e, também, auxiliou na dispersão delas, especialmente atra-
vés de animais frugívoros. Sobre os frutos, é correto afirmar que
a) são resultado do desenvolvimento do pedúnculo floral.
b) são compostos por três estruturas: pericarpo, endocarpo e mesocarpo.
c) podem ser classificados, de acordo com as características do endocarpo, em carnosos, como a manga, ou secos,
como o guaraná.
d) os secos podem ser deiscentes ou indeiscentes e, entre os deiscentes, está a vagem do feijão.
e) a maioria dos carnosos é deiscente, isto é, abrem-se espontaneamente quando maduros.

25. FICSAE-SP 2023 A figura representa de forma simplificada as fases de reprodução do milho.

Grão de pólen "Cabelo do milho”

(www.geochembio.com. Adaptado.)

Sobre a reprodução do milho, afirma-se que


a) os gametas apresentados são células haploides geradas por meiose no interior do saco embrionário.
b) o endosperma é triploide porque é formado pela fusão de um núcleo espermático com duas oosferas.
c) ogrão de pólen é uma estrutura diploide que deve garantir o transporte de esporos no interior do tubo polínico.
d) o embrião é diploide porque é formado pela fusão de um núcleo polar com um núcleo espermático.
e) o“cabelo do milho” é uma parte do gineceu e representa um estilete que está ligado a um ovário.

26. Enem Libras 2017 Um pesquisador observou um pássaro alimentando-se dos frutos de uma espécie de arbusto
e perguntou-se qual seria o efeito na germinação das sementes do fruto após passarem pelo trato digestório do
pássaro. Para responder à pergunta, o pesquisador pensou em desenvolver um experimento de germinação com
sementes de diferentes origens. Para realizar esse experimento, as sementes devem ser coletadas
a) aleatoriamente do chão da mata. d) das fezes dos pássaros de lugares diferentes.
b) de redes de coleta embaixo dos arbustos. e) das fezes dos pássaros e dos frutos coletados dos
c) diretamente dos frutos de arbustos diferentes. arbustos.

27. Unesp 2021 A figura mostra uma sequência que representa as fases de transformação do milho em pipoca quando

er
O fenômeno de transformação do milho em pipoca ocorre pelo aquecimento e vaporização da água em seu interior.
A pressão exercida pelo vapor rompe a superfície rígida e selada do milho, e o calor provoca a expansão de parte do
seu conteúdo interno, o que origina a parte branca da pipoca, leve, porosa e crocante. Para que o milho se transforme
em pipoca, é necessário que a pressão do vapor d'água rompa a superfície rígida da casca
a) do fruto, para a expansão de sua polpa. d) da semente, para a expansão de seu endosperma.
b) do fruto, para a expansão do embrião na semente. e) dasemente, para a expansão do embrião na semente.
c) dofruto, para a expansão do endosperma da semente.

28. PUC-Rio 2019 As plantas, em geral, são organismos fixos, que estão sujeitas a grandes alterações do ambiente físico,
como secas excessivas, solos inundados, extremos de temperaturas, mas algumas plantas apresentam adaptações
para enfrentar essas alterações. Qual das opções abaixo apresenta adaptações relacionadas a essas alterações do
ambiente físico:
a) Presença de flor, raiz pivotante muito profunda, folhas modificadas em espinhos.
b) Presença de flor, raiz pneumatófora, folhas modificadas em espinhos.
c) Presença de fruto carnoso, raiz pivotante muito profunda, folhas modificadas em espinhos.
d) Presença de fruto carnoso, raiz pneumatófora, folhas e caules suculentos.
e) Raiz pivotante profunda, raiz pneumatófora, folhas e caules suculentos.

104 BIOLOGIA * Capítulo


16 = Morfologia vegetal
DD CTT TIE)

Germinação das sementes


No final do desenvolvimento, as sementes têm apenas cerca de 5 a 15% de água em seus tecidos e alta
concentração de ácido abscísico, o que faz com que os embriões entrem em estado de dormência. O período

AnestyShutterstock.com
de viabilidade da semente varia bastante dependendo das condições em que ela se encontra, podendo durar
dias, meses, anos ou séculos. A dormência é fundamental para a sobrevivência do embrião em ambiente
terrestre, pois permite que ele retome seu desenvolvimento quando as condições ambientais forem favoráveis.
As condições ambientais para a quebra da dormência das sementes variam de acordo com cada es-
pécie: as menos exigentes germinam logo após encontrarem substratos adequadamente hidratados. Outras
sementes, no entanto, germinam após receberem algum sinal ambiental, como alteração no fotoperíodo
ou na temperatura. Em plantas de clima temperado, por exemplo, a germinação das sementes ocorre após
serem submetidas a temperaturas bem baixas no inverno, garantindo que a germinação ocorra somente na
primavera (estação favorável).
A germinação de uma semente se inicia com a embebição, processo pelo qual ela absorve água do solo
por osmose, determinando a reidratação de seus tecidos. A absorção de água causa a expansão da semente,
o rompimento da casca e alterações fisiológicas no embrião, que permitem a sua retomada de crescimento.
Uma dessas alterações é a diminuição da concentração de ácido abscísico (hormônio inibidor) e o aumento Semente de ervilha após a
na concentração de giberelina, hormônio fundamental para a quebra da dormência. germinação e formação da plântula.

O sinal visível de germinação de uma semente é o rompimento


da casca da semente e o surgimento da radícula, que cresce em
Folha madura-
direção ao solo e irá formar a raiz principal das eudicotiledôneas. A
raiz principal se desenvolve e produz raízes laterais, aumentando a
Cotilédones
superfície de absorção de água e minerais pelo embrião.
Concomitantemente ao crescimento da raiz, ocorre o desenvol- Casca
vimento do caule. No feijão, o hipocótilo (eixo abaixo dos cotilédones)
Hipocótilo
se desenvolve primeiro expondo os cotilédones acima do solo. Logo
após, se inicia o desenvolvimento do epicótilo (eixo acima dos coti-
Radícula
lédones) que mantém o crescimento do caule e produz novas folhas.
As folhas novas iniciam a produção de matéria orgânica por meio

Designua/Shutterstock.com
da fotossíntese, tornando a plântula autótrofa. Nesse momento, os
cotilédones já estão murchos e logo caem no solo.
Texto elaborado para fins didáticos.

Representação esquemática da germinação


e do desenvolvimento da semente de feijão.

Estrutura do corpo da planta . Funções: sustentação da parte aérea, transporte de


- Órgãos vegetativos: folhas, caules e raízes — cresci seiva e armazenamento de nutrientes.
mento e manutenção da planta. Morfologia: gemas apicais, gemas axilares, nós e en-
. Órgãos reprodutivos: flores, frutos e sementes — pro- trenós.
dução, dispersão e sobrevivência dos descendentes. Anatomia: epiderme, córtex, cilindro vascular e medula.
Tipos de caules aéreos: tronco, haste, colmo, estipe,
Folhas
estolão e cladódio.
* Origem: primórdios foliares.
Tipos de caules subterrâneos: rizoma, bulbo e tubérculo.
- Funções: fotossíntese, trocas gasosas e transpiração
vegetal. Raízes
« Morfologia: pecíolo e lâmina foliar. Origem: radícula, caule e ramificações de outras raízes.
* Anatomia: epiderme e mesofilo (feixes vasculares e Funções: fixação da planta, armazenamento de nu-
parênquima clorofiliano). trientes e absorção de água e minerais.
* Folhas modificadas: insetívoras, brácteas, gavinhas e Morfologia: região de ramificação, região pilífera, re-
espinhos. gião lisa, região meristemática e coifa.
Caules Anatomia: epiderme, córtex e cilindro vascular.

* Origem: caulículo e gemas axilares. Tipos de raízes: escoras, tabulares, respiratórias, tube-
rosas e sugadoras.

105
Flores - Origem: flor única com vários pistilos separados.
Origem: gemas apicais e/ou axilares. - —Constituídos de vários frutículos inseridos em um
Funções: reprodução sexuada das angiospermas. mesmo receptáculo floral.
Morfologia: pedicelo, receptáculo e órgãos florais. - Exemplo: morango e framboesa.
Órgãos florais: sépalas, pétalas, estames e pistilos. Infrutescências:
-— Origem: inflorescências (várias flores). Ex.: abacaxi
Frutos e figo.
« Origem: ovário desenvolvido das flores. - Pseudofrutos são estruturas carnosas que não se ori-
* Funções: proteção e dispersão das sementes. ginam do ovário, mas de outras partes da flor, como
pedicelo, receptáculo floral e/ou tubo floral. Ex.: maçã,
Estrutura: epicarpo, mesocarpo e endocarpo. .
pera, morango e caju.
Classificação e Frutos partenocárpicos são frutos que se originam do
Quanto à origem: simples, agregados e infrutescências. ovário, porém sem que ocorra a fecundação e, portanto,
não possuem sementes. Ex.: banana e uva Thompson.
Quanto à consistência: carnosos e secos.
Quanto à abertura: deiscentes (se abrem) e indeiscen- Sementes

te (não se abrem). * Origem: óvulos fecundados e desenvolvidos.


Frutos simples: * Funções: proteção e nutrição do embrião.
- Origem: uma única flor com apenas 1 pistilo. e Estrutura: casca e amêndoa (embrião e endosperma).
- —Carnosos: bagas e drupas. * | Embrião: radícula, caulículo e cotilédones.
- Secos: sâmaras, legumes, cápsu
e aquênios.
las * Dispersão: anemocoria (vento), hidrocoria (água) e
Frutos agregados: zoocoria (animais).

PTE TA du A

: Artigo Vídeo
CONHEÇA as características de uma planta carnívora. O PLANTA carnívora | VIDA. Discovery Channel. Disponível
eCycle, [s.d.). Disponível em: https://www.ecycle.com.br/ em: https://www.youtube.com/watch? v=r|jKRQYmi1Lk.
planta-carnivora/. Acesso em: 17 mar. 2023. Acesso em: 17 mar. 2023.
O artigo aborda a diversidade de plantas carnívoras O vídeo mostra um trecho do documentário Vida,
e fornece orientações para a criação dessas plantas com imagens de plantas carnívoras Dionaea capturan-
em casa. do moscas.

Cp TA TA ET

1. UEPG-RS 2016 A folha é uma estrutura laminar adaptada à captação de luz. Sua forma e a disposição interna dos
tecidos, refletem adaptações a diferentes tipos de ambiente. Sobre o assunto, assinale o que for correto.
01 A epiderme foliar é quase sempre formada por uma única camada de células, contudo em regiões áridas, as
folhas podem apresentar a epiderme com muitas camadas celulares e contendo mais estômatos, são as plan-
tas xerófitas.
02 As células da epiderme secretam cutina, formando uma película praticamente impermeável, a cutícula. As trocas
gasosas ocorrem por meio dos estômatos, presentes principalmente na face inferior da folha.
04 Os hidatódios estão localizados nas bordas de algumas folhas e são especializados em eliminar o excesso de
água da planta.
08 Os tricomas são estruturas presentes na parte superior da folha, responsáveis pela captura e distribuição da luz
para os cloroplastos, viabilizando o processo de fotossíntese.
16 Aregião interna da folha, ou mesofilo, é constituída de células ricas em cloroplastos e grandes espaços por onde
circula o ar atmosférico, permitindo assim a troca de gases com o ambiente.
Soma:

106 BIOLOGIA * Capítulo 16 = Morfologia vegetal


2. UFSC 2018 Na maioria das plantas, a folha é o princi- 4. Unifesp 2023 Analise a imagem de raízes do tipo
pal órgão fotossintético. As estruturas histológicas de pneumatóforos encontradas em plantas do gênero
uma folha vegetal são mostradas esquematicamente Avicennia sp.
na figura a seguir.

Parênquima
paliçádico — 2
Nervura ) Cutícula
(feixe vascular) (S : Epiderme
Parênquima — É superior
lacunoso
Bainha
Xilema
Floema (wmww.floraofgatar.com)

Epiderme
a) Cite a característica do solo que selecionou a
Estômato Inferior
sobrevivência de plantas com esse tipo de raiz.
Sobre as estruturas foliares, é correto afirmar que: Qual a vantagem desse tipo de raiz para as plan-
01 as plantas xerófitas podem apresentar a epider- tas do gênero Avicennia sp?
me com várias camadas de células. b) As raízes do tipo pneumatóforos das plantas do
02 a cutícula facilita a troca gasosa entre a epiderme gênero Avicennia sp não conseguem fixar o gás
e o ar atmosférico. nitrogênio do ar como as raízes das leguminosas
04 a epiderme superior, por receber diretamente a o fazem. Por que as raízes do tipo pneumatóforos
luz do sol, possui maior quantidade de cloroplas- não fixam o gás nitrogênio? Como deve estar a
to em relação aos outros tecidos. concentração de sais no vacúolo das células ra-
08 em todas as estruturas histológicas de uma folha diculares para que a planta Avicennia sp possa
ocorre fotossíntese. absorver água do ambiente em que vive?
16 os estômatos selecionam o CO», que é utilizado
na fotossíntese, e o N,, que é utilizado na forma- 5. UEPG-PR 2015 Um tipo de caule de plantas comum
ção das proteínas e dos ácidos nucleicos. e conhecido é o tronco, que é aéreo e vertical, com
32 a folha é um órgão formado por vários tecidos ve- ramificações. No entanto, muitas plantas apresentam
getais. caule com adaptações especiais. Em relação às adap-
64 as folhas como a representada no esquema são tações especiais de caule, assinale o que for correto.
encontradas nas Briófitas, nas Pteridófitas, nas 01 O tubérculo é um caule subterrâneo rico em ma-
Gimnospermas e nas Angiospermas. terial nutritivo, exemplo: a batata.
Soma: 02 Cladódio é um caule aéreo modificado com fun-
ção fotossintetizante e/ou de reserva de água.
3. USCS-SP 2016 A posição e distribuição dos estômatos 04 O caule volúvel é ereto e rígido, possuindo pou-
nas folhas estão relacionados às condições do ambien- cas folhas e com espinhos.
te em que a planta vive. Os estômatos podem estar 08 Rizóforo é um caule cilíndrico em que se obser-
presentes apenas na face superior ou apenas na face vem nitidamente os nós e entrenós, formando os
inferior da folha; igualmente distribuídos por ambas as gomos, como ocorre no bambu.
faces; ou em maior número em uma das faces da folha. 16 Rizoma é um caule aéreo rastejante em que há
As fotos apresentam, respectivamente, folhas da vitó-
enraizamento em vários pontos. Se a ligação en-
ria-régia, planta aquática típica da Amazônia, e folhas tre um enraizamento e outro for interrompida, a
do ipê-amarelo, que ocorre no Cerrado brasileiro.
planta morre.
Vitória-régia (
Soma:

6. UEM-PR 2013 O caule liga e integra raízes e folhas,


tanto do ponto de vista estrutural como do funcional.
Sobre esse órgão, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01 Nos caules que apresentam crescimento secun-
dário, o câmbio vascular produz xilema para o
lado interno e floema para o lado externo, aumen-
(wwwflorestaaguadonorte.com.br) (http://ecoparquesperry.com.br)
tando a espessura do mesmo.
ES

a) No caso das folhas da vitória-régia, os estômatos 02 Periderme é o tecido de revestimento dos caules
se localizam em sua face superior ou em sua face jovens e apresenta estômatos que ajudam nas
inferior? Justifique sua resposta. trocas gasosas.
b) No caso das folhas do ipê-amarelo, os estômatos 04 Mandioca é um caule subterrâneo que se desen-
se concentram em sua face superior ou em sua volve paralelamente à superfície da terra. Dele
face inferior? Justifique sua resposta. podem emergir folhas aéreas ou ramos caulinares.

107
08 Xilema ou lenho é o tecido vascular responsável a) Sabe-se que a luz, a temperatura adequada, a
pelo transporte de água e de sais minerais e é água e o oxigênio são fatores que estimulam
constituído por elementos de tubo crivado e de a germinação. Qual desses fatores mais influencia
células crivadas. no início desse processo? Nomeie as estruturas
16 Estipe é um tipo de caule aéreo, ereto, com nós e filamentosas apontadas pela seta na imagem.
entrenós e com folhas apenas no ápice. b) As células embrionárias conseguem sintetizar
ATP utilizando o material de reserva nutritiva, in-
Soma:
dependentemente da presença de luz. Cite o
7. UPE/SSA 2016 O coqueiro, Cocus nucifera, é uma das tecido de reserva de nutrientes encontrado nas
espécies de palmeira com maior distribuição na zona sementes de angiospermas e explique como
tropical, por causa de sua pouca exigência nutricional ocorre a síntese de ATP nessas células, no início
e de sua facilidade em se dispersar pelos mares e ter da germinação, sem a presença de luz.
um sistema de sustentação resistente aos fortes ventos
11. FMJ-SP 2016 A figura ilustra algumas das principais
e ao solo arenoso do litoral. O seu caule apresenta nós e
partes da raiz de uma planta eudicotiledônea.
entrenós bem visíveis, mas com folhas apenas no ápi-
ce, que, por sua vez, é classificado como
a) haste. d) estipe.
b) bulbo. e) tubérculo.
c) colmo.

8. UEM-PR 2016 Sobre os diferentes órgãos vegetais


utilizados na alimentação humana, assinale a(s) alter-
nativa(s) correta(s).
01 Gengibre, cebola, beterraba e mandioca são
exemplos de raízes.
02 Tomate, uva, goiaba e pepino são classificados
como frutos do tipo baga. a) Indique as funções das estruturas apontadas pe-
04 A banana é um exemplo de fruto partenocárpico,
los números 1 e 2, respectivamente.
dentro da qual os pontos escuros correspondem b) No interior da raiz existe a endoderme, forma-
aos óvulos não desenvolvidos. da por células bem unidas entre si e dotadas
08 A semente de soja é encontrada dentro de um de reforços impermeáveis, chamadas estrias de
fruto seco deiscente conhecido como legume. Caspary. Explique a vantagem desses reforços
16 A cana-de-açúcar apresenta caule do tipo estipe, impermeáveis que auxiliam na principal função
encontrado nas monocotiledôneas. da raiz.
Soma:
12. UFSC 2018 A figura abaixo representa esquemati-
9. UFG-GO 2013 A Amazônia é uma floresta distribuída camente um corte transversal da raiz de uma planta
em diversos tipos de ecossistemas, desde florestas dicotiledônea, na qual se observa também o processo
fechadas de terra firme, que abrigam várias espécies de absorção e o sentido da seiva bruta.
epífitas, até várzeas ribeirinhas, campo, igarapés e
Movimento ascendente
manguezais. Essa dimensão de distribuição das espé-
da seiva bruta
cies vegetais é possível por causa de estruturas e de Xilema Endoderme
órgãos adaptados às condições específicas de cada
ecossistema. Considerando-se o assunto, explique
as adaptações do sistema radicular de epífitas e das
plantas de manguezais no que se refere à captação Epiderme

de água e oxigênio, respectivamente.

10. Famema-SP 2017 A imagem representa a formação


de uma raiz durante o fenômeno da germinação.

« Entrada de água

“So RR
e sais minerais

Pelo absorvente

FAVARETTO, J. A. Biologia: unidade e diversidade, 2º ano. 1. ed.


São Paulo: FTD, 2016, p. 247.

01 os pelos absorventes são projeções de células


epidérmicas e estão localizados em todas as re-
giões das raízes.

108 BIOLOGIA * Capítulo16 = Morfologia vegetal


02 no córtex, há espaços cheios de ar entre as célu- 15. UnB-DF 2021 No poema Meus oito anos, de Casimiro
las parenquimáticas, os quais são essenciais para de Abreu, o eu lírico expressa a saudade que sente
a respiração celular. da sua infância, dos dias tranquilos e belos que viveu.
04 a organização histológica observada em raízes Na primeira estrofe, apresentada a seguir, ele se refe-
de dicotiledôneas é a mesma das raízes monoco- re a flores, bananeiras e laranjais.
tiledôneas, sendo que as únicas diferenças entre
Oh! Que saudades que tenho
os dois grupos são o tipo de nervuras das folhas,
Da aurora da minha vida,
a quantidade de pétalas e sépalas nas flores e a
quantidade de cotilédones nas sementes. Da minha infância querida
os os pelos absorventes são formados por hifas e li- Que os anos não trazem mais!
quens, que aumentam a absorção de água e sais Que amor, que sonhos, que flores,
minerais. Naquelas tardes fagueiras
16 a seiva elaborada é essencial para todos os teci- À sombra das bananeiras,
dos que constituem as raízes. Debaixo dos laranjais!
32 a água e o gás carbônico, essenciais para a reali- Com relação às plantas citadas nesse fragmento do
zação da fotossíntese, são fornecidos pela seiva poema, sua estrutura e sua reprodução, julgue os itens
bruta, que se movimenta, em sentido ascendente, seguintes.
pelo xilema das raízes até as folhas. Nas flores das laranjeiras, ocorre a polinização
Soma: cruzada, realizada principalmente pela mosca
doméstica, aumentando significativamente a pro-
13. UEPG-PR 2017 Considerando algumas adaptações dução de frutos.
presentes nas plantas, assinale o que for correto.
Os pontos pretos presentes na polpa da banana
01 As raízes respiratórias, ou pneumatóforos, são raízes
correspondem aos resquícios dos óvulos não fe-
aéreas que ocorrem em algumas plantas que vivem
cundados.
em solos pobres em oxigênio, comum em mangue-
zais brasileiros. O processo de aeração pode ocorrer 16. UFSM-RS Outra fruta se cria numas árvores grandes [...]
por meio de pequenos orifícios (pneumatódios). depois de madura é muito amarela. [...] chamam-lhes ca-
02 O cladódio é um caule aéreo modificado, com jus, têm muito sumo e cria-se na ponta dessa fruta [...] um
função fotossintetizante e, em algumas espé- caroço como castanha, e nasce diante da mesma fruta.
cies, também de reserva de água. Tem-se como
exemplo o cacto, cujo caule é sempre verde e Observe as figuras a seguir e tente entender, botanica-
apresenta folhas atrofiadas em forma de espinhos, mente, a descrição pouco científica de uma de nossas
reduzindo a perda de água por transpiração. frutas nativas, feita por Pero de Magalhães Gândavo,
04 O tubérculo é um caule subterrâneo adaptado à em 1500.
reserva de material nutritivo. Como exemplo, po-
demos citar a batata (Solanum tuberosum).
o8 Os haustórios são folhas modificadas presentes
na base das flores. Podem ser coloridas, devido a
presença de pigmentos, atuando assim como es-
truturas de atração para os agentes polinizadores.
Soma:

14. UEM-PR 2019 A flor é a estrutura reprodutiva de


muitas espécies vegetais e é muito importante para
a preservação delas. Sobre essa estrutura, assinale o
que for correto.
01 Os verticilos florais das angiospermas são consti-
tuídos de corola, tépalas e gineceu.
02 Em algumas flores, o fato de o androceu e o gi-
neceu amadurecerem ao mesmo tempo garante
uma floração mais prolongada e uma maior pro-
dutividade dos frutos.
04 O androceu é constituído por um conjunto de esta-
FRENTE 2

mes, local onde são formados os grãos de pólen.


os A protandria ocorre quando os estames amadure-
cem antes que os pistilos.
16 A flor, assim como o estróbilo das gimnospermas,
é um ramo especializado em que há folhas férteis, TISSOT-SQUALLI, M. L. Introdução à Botânica Sistemática. Ijuí:
os esporófilos, que formam os esporângios. Editora Unijuí, 2006. p. 106. (adaptado)

Soma: PAULINO, W. R. Biologia - Volume Único. São Paulo: Ática, 1999. p. 225. (adaptado)

109
Assinale a alternativa correta. b) As bananas comercializadas são frutos que não
a) SeF=F,o caju (F') é um fruto verdadeiro. possuem sementes. Como as bananeiras comer-
b) Se P=P',a parte carnosa do caju (P') não é um ciais são geradas? Explique por que elas possuem
fruto verdadeiro. maior chance de extinção quando comparadas
c) Se O=0O,a castanha (O' não pode ser um fruto com plantas que produzem sementes.
verdadeiro.
20. UEM-PR 2014 Sobre a estrutura e a classificação dos
d) Se 0O=0Oa castanha é uma semente.
frutos, é correto afirmar que
e) SeF=F ese 0O=0O,o fruto verdadeiro é a união
01 aquênio é umtipo de fruto indeiscente com uma só
deF'e o.
semente que se liga à parede do fruto por um só
17. UEPG-PR 2022 A parede do ovário da flor das angios- ponto.
permas, geralmente após a fecundação, amadurece e 02 morango, abacaxi, figo e uva são classificados
se desenvolve no pericarpo, que corresponde ao fru- como frutos simples, verdadeiros, carnosos e in-
to, o qual apresenta papel fundamental na proteção e deiscentes.
na dispersão das sementes. Sobre a classificação dos 04 abobrinha, tomate, pepino e goiaba são exem-
frutos, assinale o que for correto. plos de frutos carnosos do tipo baga.
01 Os frutos partenocárpicos são aqueles que se 08 o coco-da-baía apresenta mesocarpo fibroso com
originam do desenvolvimento do ovário sem que retenção de ar que facilita sua dispersão por hi-
tenha ocorrido a fecundação. Exemplo: banana. drocoria.
02 Os pseudofrutos são estruturas geralmente sucu- 16 a parte macia e comestível do pêssego é o endo-
lentas, podendo ser provenientes do desenvolvi- carpo.
mento do pedúnculo ou do receptáculo de uma Soma:
flor. Exemplo: a parte suculenta do caju.
04 Os frutos agregados são provenientes de uma in- 21. UEPG-PR 2022 Os frutos são estruturas auxiliares
florescência. Exemplo: laranja. no ciclo reprodutivo das angiospermas, pois prote-
08 Os frutos simples têm origem no desenvolvimen- gem as sementes e auxiliam na sua disseminação.
to de um ovário de uma flor. Exemplo: tomate. Assinale o que for correto quanto à classificação
dos frutos.
Soma:
01 Os frutos carnosos do tipo baga são formados por
18. Unesp 2016 “Fruto ou Fruta? Qual a diferença, se é que um ou mais carpelos. Em geral, têm várias semen-
existe alguma, entre “fruto” e “fruta'?” tes. Exemplos: melancia, uva, mamão e goiaba.
A questão tem uma resposta simples: fruta é o fruto 02 Os frutos podem ser classificados em simples e
comestível. O que equivale a dizer que toda fruta é um infrutescências. São exemplos de infrutescências
fruto, mas nem todo fruto é uma fruta. A mamona, por as leguminosas como o feijão e a ervilha.
exemplo, é o fruto da mamoneira. Não é uma fruta, pois 04 Os frutos secos deiscentes são aqueles que não
não se pode comê-la. Já o mamão, fruto do mamoeiro, é se abrem quando maduros como, por exemplo, a
obviamente uma fruta. ameixa e o pêssego.
(Veja, 04.02.2015. Adaptado.) 08 Os frutos carnosos podem ser de dois tipos: baga
e drupa. Já os frutos secos são divididos em deis-
O texto faz um contraponto entre o termo popular “fruta”
centes e indeiscentes.
e a definição botânica de fruto. Contudo, comete um
equívoco ao afirmar que “toda fruta é um fruto”. Na Soma:
verdade, frutas como a maçã e o caju não são frutos
. USCS-SP 2017 A maçã é um pseudofruto produzido
verdadeiros, mas pseudofrutos.
pela macieira.
Considerando a definição botânica, explique o que é
um fruto e por que nem toda fruta é um fruto. Explique,
também, a importância dos frutos no contexto da di-
versificação das angiospermas.

19. CUSC-SP 2017 O grupo das angiospermas (ou antó-


fitas) é o único que produz flores e frutos. Todos os Pseudofruto
frutos derivam de uma estrutura floral. Nesse grupo,
há algumas plantas que produzem frutos sem semen-
tes, mas não existem plantas que gerem sementes
que não estejam contidas no interior de frutos. Muitos
animais auxiliam na dispersão de angiospermas no
http://thsdattsd ki2.orus
meio ambiente.
a) Qual a estrutura floral que origina o fruto? Como Qual estrutura origina esse pseudofruto? Qual a vanta-
as aves auxiliam na dispersão de espécies produ- gem adaptativa do pseudofruto concentrar nutrientes
toras de frutos com sementes? na reprodução do vegetal?

110 BIOLOGIA * Capítulo16 = Morfologia vegetal


23. UEM-PR 2021 O “makizushi” é uma variedade de a) A estrutura 2 é uma parte remanescente da flor,
sushi, prato típico da culinária japonesa muito apre- ainda ligada à estrutura 1. Como são denomina-
ciado no Brasil. É feito com nori, uma alga marinha das as estruturas 1 e 2?
desidratada, que envolve o arroz e o recheio. O re- b) Explique a importância da estrutura 3 na relação
cheio pode conter cenoura, pepino, vagem, gengibre com espécies animais. Como essa relação con-
e ovo. Sobre os organismos mencionados, constituin- tribui para o sucesso evolutivo do morangueiro?
tes do “makizushi”, assinale o que for correto.
01 De acordo com a classificação dos seres vivos 26. UFJF-MG 2013 Leia o seguinte texto:
em cinco reinos, o nori pertence ao reino Plantae. Uma das mais espetaculares inovações que surgi-
02 Considerando a classificação de Margulis e ram durante a evolução das plantas vasculares foi a
Schwartz, os organismos mencionados perten- semente. As sementes são um dos principais fatores
cem a dois reinos. responsáveis pela dominância das plantas com sementes
04 O arroz é uma gramínea com sistema radicular nas floras atuais.
fasciculado e folhas com nervuras paralelas. RAVEN, P.H.; EVERT, R.F. Biologia vegetal. 7. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007. p. 426.
08 A cenoura e o gengibre são raízes tuberosas que
atuam também dando suporte e equilíbrio às Tendo em vista a importância das sementes, responda
plantas. ao que se pede:
16 O pepino e a vagem são frutos com pericarpo su- a) Quais são as três estruturas básicas de uma se-
culento e fibroso, classificados como drupa. mente?
Soma: b) Apresente uma função básica de cada estrutura
citada no item a.
24. UEM-PR 2022 O termo fruta não tem significado bo- c) No feijão, uma eudicotiledônea típica, qual a fun-
tânico e designa popularmente as partes comestíveis, ção dos cotilédones? (Responda com base nas
geralmente suculentas e adocicadas, que se originam respostas dos itens a e b).
das flores. As frutas são fontes de vitaminas, mine-
rais, carboidratos, fibras, e conttêm baixos teores de 27. Famerp-SP 2021 Em um experimento, uma árvore foi
proteínas e de lipídios. Dos pontos de vista químico e mantida em interação com outras três plantas: uma
biológico, assinale o que for correto. orquídea, uma erva-de-passarinho e um cipó-chumbo.
01 Se a fruta é formada a partir do ovário da flor, o Para verificar a interação ecológica entre essas plan-
termo correto que a designa é “fruto verdadeiro”, tas, a árvore recebeu gás carbônico cujo átomo de
do qual o pêssego é um exemplo. carbono era marcado radioativamente. As outras três
02 Nem todo fruto é considerado uma fruta, a plantas também receberam gás carbônico, mas sem o
exemplo da abobrinha, do milho, da berinjela, carbono marcado; e todos os vegetais do experimen-
entre outros. to foram expostos à luz solar e à mesma temperatura,
04 As frutas mais azedas possuem em sua com- ambas ideais.
posição maior quantidade de substâncias em a) As três plantas mantidas em interação com a ár-
cujas estruturas estão presentes hidrogênios vore produzem frutos e sementes. Cite a função
ionizáveis (H). dos frutos para as plantas que os produzem. No
08 A porção suculenta das frutas é considerada interior da semente, qual estrutura é responsável
solução aquosa eletrolítica, uma vez que, pos- por originar uma nova planta?
suindo os sais minerais, estes estão nas suas b) Em qual das três plantas seria encontrado o car-
formas iônicas. bono radioativo? Por que essa planta necessita
16 Os frutos são produzidos pelas diferentes espé- do composto que tem o carbono radioativo?
cies de gimnospermas.
28. Unifesp 2015 Alguns animais alimentam-se exclusi-
Soma:
vamente de frutos (frugívoros); outros alimentam-se
25. FMJ-SP 2017 A imagem é uma fotografia ampliada de apenas de sementes (granívoros). Alguns pesqui-
uma pequena área da superfície de um morango, onde sadores defendem que a granivoria surgiu antes da
estão indicadas três estruturas presentes na fruta. frugivoria, na evolução das interações biológicas na
Terra. Assim também, consideram a granivoria como
um tipo de predação e não de herbivoria, como pre-
tendem outros pesquisadores.
a) Apresente uma evidência, com base evolutiva e
E)

biológica, que apoie a hipótese de que a granivo-


ria tenha surgido antes da frugivoria.
b) Explique por que a granivoria é considerada um
tipo de predação e porque a frugivoria contribui
para a manutenção das espécies vegetais no
www.pinterestcom. Adaptado planeta.

111
1. UFJF-MG 2020 As plantas são encontradas em diferentes regiões do planeta Terra, e apresentam características
que permitem a sua sobrevivência em diferentes condições de temperatura, luminosidade, além de disponibilidade
hídrica e nutricional do solo. A tabela abaixo apresenta quatro plantas hipotéticas e, para cada uma, há uma sequên-
cia de características anatômicas:

[tu
Espessura da cutícula Tipo de parênquima STE Localização

1 fina amilífero ausentes -


2 espessa aquífero numerosos face abaxial (inferior) da folha

3 fina aerífero poucos face adaxial (superior) da folha

4 espessa amilífero numerosos ambas as faces da folha

a) Considerando as informações da tabela, qual das plantas apresenta o conjunto de características que tornariam
suas folhas mais adaptadas a um ambiente xérico? Explique como cada uma das características, destacadas
pela planta indicada, estaria relacionada às condições de alta incidência dos raios solares promovendo altas
temperaturas e baixa umidade (períodos de seca prolongados intercalados por um período de chuva muito curto),
próprias desse tipo de ambiente ao qual essas folhas estariam expostas.
b) A raiz da cenoura, da beterraba e da batata-doce são órgãos vegetativos que estão relacionados à absorção e
reserva de nutrientes. Analisando as informações da tabela, indique quais as características anatômicas, relacio-
nadas a espessura da cutícula, ao tipo de parênquima e à quantidade de estômatos seriam encontradas nessas
raízes. Explique como cada uma das características indicadas se aplicaria à descrição do órgão da planta (raiz
subterrânea) e da função (reserva).

[EM13CNT304|]
2. Unicamp-SP 2013 Na Região Sudeste do Brasil as paineiras frutificam em pleno inverno, liberando suas sementes
envoltas por material lanoso, como mostram as figuras abaixo. Tal fato está relacionado com o mecanismo de disper-
são das sementes.

Foto à esquerda - Fonte: www.deverdecasa.com.


Acesso em: 27 fev. 2023. Foto à direita —
Acervo pessoal.

a) Explique como ocorre a dispersão das sementes das paineiras e qual a importância da frutificação ocorrer no
inverno da Região Sudeste.
b) Diferentemente das paineiras, existem plantas que investem na produção de frutos carnosos e vistosos. De que
maneira tal estratégia pode estar relacionada à dispersão das sementes dessas plantas? Explique.

3. OBB 2017 “O professor Shesterson Aguiar explica a diferença entre fruto, fruta e pseudofruto. Fruto é o termo botânico
aplicado ao órgão que tem função de proteger e disseminar sementes. Fruta é termo popular aplicado aos frutos doces e
comestíveis, como banana e uva, mas não é aplicado ao tomate, que é um fruto, mas não é doce. Pseudofruto é estrutura
carnosa que não se origina do ovário da flor, mas de outras partes florais, como o caju.”
Disponível em: http://g1 .globo.com/educacao/noticia/2011/01/entenda-diferenca-entre-fruto-fruta-e-pseudofruto.html. Acesso em: 27 fev. 2023.

Como se pode notar o termo “fruta”, não apresenta um significado botânico, ficando restrito ao conhecimento popular.
Analise os itens a seguir:
Il. Toda “fruta” na realidade é um fruto, conforme foi mencionado no texto, mas nem todo fruto é uma fruta. Não
existem casos de pseudofruto que são denominados popularmente de “frutas”.
H. A uva é uma fruta verdadeira, porém a banana é fruto partenocárpico e é considerado, portanto, um pseudofruto.
HI. Na maçã e na pera a parte comestível corresponde ao receptáculo floral, enquanto no caju corresponde ao pe-
dúnculo floral. Por conta disso, são considerados pseudofrutos.
É possível afirmar que:
a) la: itens estão corretos. c) Apenaslle Ill estão corretos. e) Apenas Ill está correto.
b) Ap le Ill estão corretos. d) Apenas Il está correto.

112 BIOLOGIA * Capítulo 16 = Morfologia vegetal


Eletromicrografia de varredura da epiderme
da folha de tabaco (Nicotiana tabacum), na
qual se observam diversos estômatos. (Cores
artificiais. Aumento de 960 vezes.)
TESTE STE

pedi Fisiologia vegetal |


ESSES

Para a captação de gás carbônico atmosférico, as plantas contam com estômatos, estru-
turas foliares altamente especializadas. Quando os estômatos estão abertos, ao mesmo
tempo que as plantas instantaneamente captam gás carbônico da atmosfera, elas per-
dem água por transpiração. Assim, em situações de restrição hídrica, mecanismos das
ESSES EEE

plantas provocam o fechamento dos estômatos e evitam desidratação intensa. Como


isso é possível? Neste capítulo, você vai conhecer a Fisiologia vegetal e entender esse
e outros mecanismos do reino das plantas.
TERES

DECIR EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE EEE ERES EEEIE
Nutrição vegetal
Para a nutrição das plantas, além da luz solar, utilizada como fonte de energia na fotossíntese, são necessárias molé-
culas simples disponíveis no ambiente terrestre. No solo, o sistema radicular obtém água e minerais, e o sistema caulinar
absorve luz e gás carbônico, fatores indispensáveis para a fotossíntese. Nesse sentido, o surgimento e a seleção de
órgãos especializados na obtenção e no transporte desses recursos foi fundamental para que as plantas conquistassem
o ambiente terrestre.
Podemos distinguir dois tipos de nutrição nas plantas: orgânica e inorgânica. Na nutrição orgânica, as plantas são
autótrofas, uma vez que produzem todas as moléculas orgânicas necessárias para sua sobrevivência por meio da fotos-
síntese. Na nutrição inorgânica, as plantas realizam a absorção de água e minerais do solo e gás carbônico da atmosfera,
componentes utilizados na fotossíntese.

Pa e-fo
As plantas holoparasitas, como o cipó-chumbo, são aclorofiladas e heterótrofas, já que não realizam fotossíntese e precisam
retirar matéria orgânica das plantas hospedeiras. As plantas carnívoras são mixotróficas, já que realizam fotossíntese, mas
também retiram moléculas nitrogenadas da digestão de insetos que capturam. Apesar de as plantas hemiparasitas, como a
erva-de-passarinho, serem clorofiladas, elas são mixotróficas,
já que realizam fotossíntese e retiram nutrientes, especialmente
água e minerais, das plantas hospedeiras.

Entre os elementos químicos que compõem as plantas, os nutrientes essenciais são aqueles fundamentais para a
planta completar seu ciclo de vida. Dessa forma, a carência de um desses elementos causa anormalidades no crescimento,
no desenvolvimento e na reprodução da planta. Tendo por base estudos experimentais com culturas hidropônicas, foram
identificados 17 elementos químicos essenciais para as plantas. Esses elementos são divididos em macronutrientes e
micronutrientes, de acordo com a quantidade de que as plantas necessitam.

“| - o
74 Saiba mais ELEMENTOS | | CORES
FORA DE
Experimentos sobre nutrição vegetal PROPORÇÃO
Para a descoberta dos elementos químicos essenciais para as
plantas, os cientistas realizaram experimentos em culturas hidropô-
nicas em razão da facilidade em controlar os elementos químicos
oferecidos às plantas. Para detectar se o nitrogênio é essencial ao
desenvolvimento das plantas, por exemplo, foram cultivadas plantas
da mesma espécie em dois tipos de cultura: com nitrogênio (grupo
controle) e sem nitrogênio (grupo experimental). Se o nitrogênio fosse
essencial, as plantas do grupo experimental apresentariam sintomas
de deficiência no desenvolvimento. Caso contrário, as plantas do
grupo experimental teriam as mesmas características (tamanho, cor
e grau de desenvolvimento) das plantas do grupo controle.
Fonte da figura: CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach.
Grupo controle: solução Grupo experimental:
12. ed. Harlow: Pearson, 2020. po ç Pp Pp
« e . . 2 contendo todos os solução contendo todos os
Representação esquemática do experimento hidropônico a o
. , eai 4 : elementos químicos, elementos químicos,
realizado para determinar se o nitrogênio é essencial ao . . . o . o
desenvolvimento vegetal. incluindo o nitrogênio. menos o nitrogênio.

Macronutrientes
Os macronutrientes são os nutrientes necessários para as plantas em grandes quantidades. São eles:

Macronutrientes

co,
Carbono (C) (ar atmosférico) Componente dos compostos orgânicos.

Oxigênio (O) Cem 45% Componente dos compostos orgânicos


(ar atmosférico) .

Hidrogênio (H) H,0 (solo) 6% Componente dos compostos orgânicos.


R NO; e NH; Componente da clorofila, da molécula de ATP, dos ácidos nucleicos
N ênio (N) (solo) 1,5% (DNA e RNA), das proteínas, das coenzimas e dos hormônios.

114 BIOLOGIA * Capítulo 17 = Fisiologia vegetal|


Macronutrientes

Potá + Participação na abertura e no fechamento dos estômatos, atuação


Std «See no balanço osmótico e na ativação enzimática (cofator).

Cálcio (Ca) ca?* (solo) 0,5% Componente das lamelas médias e paredes celulares
e ativação enzimática (cofator).
2+ Componente das clorofilas, das lamelas médias
Ra REG E e ativação enzimática (cofator).

H,PO, e HPOZ” Componente do ATP, dos fosfolipídeos das membranas biológicas,


E (solo) E dos ácidos nucleicos (DNA e RNA) e de várias coenzimas.
Enxofre (S) so” (solo) 01% Componente de alguns aminoácidos (metionina e cisteína)
e de coenzimas.

TAIZ, L. et al. Fundamentos de fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2018.

AE SS epa ae pI EfeES
Adubo industrial NPK
Os adubos industriais são conhecidos pela sigla NPK, indicando os três elementos químicos essenciais: nitrogênio (N), fósforo
(P) e potássio (K). Esses adubos são frequentemente utilizados para aumentar a fertilidade de plantações agrícolas e jardins.

Micronutrientes
Os nutrientes necessários em pequenas quantidades são denominados micronutrientes. São eles:

Micronutrientes

Participação no equilíbrio osmótico e na fotólise da água


ERR Ro a na fotossíntese.
3+ Zefa Componente dos citocromos (respiração celular) e
ER] ESA] E ativação enzimática (cofator).

2+ Formação de aminoácidos, ativação enzimática (cofator)


RS E nd e fotólise da água na fotossíntese.

- Síntese de clorofila, transporte de carboidratos e integridade


ERR Re Ra da membrana plasmática e da parede celular.
Zinco (Zn) Zn?* (solo) 0,002% Ativação enzimática (cofator) síntese de clorofila.
+ 2+ Componente de citocromos (respiração celular) e
Cobre (Cu) Cu e Cu” (solo) 0,001% biossíntese de lignina.
Níquel (Ni) Ni?” (solo) 0,001% Cofator de enzima que participa do metabolismo do nitrogênio.

Molibdênio (Mo) MoOZ (solo) 0,0001% Envolvido na fixação do nitrogênio e na redução do nitrato.

TAIZ, L. et al. Fundamentos de fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2018.

Hidroponia
A hidroponia (do grego hydor, água, e ponos, trabalho) ou hidrocultura é uma técnica de cultivo de plantas em soluções
nutritivas sem solo. Para que o cultivo hidropônico seja bem-sucedido, é necessário um ajuste frequente na concentração
de minerais das soluções nutritivas, a fim de evitar a ausência ou o excesso deles, ou até mesmo alterações no pH da
solução, que podem prejudicar a sua absorção.

A constante oxigenação das soluções nutritivas é ne-


Bige Studio/Shutterstock.com

cessária para garantir que as plantas possam absorver os


nutrientes por transporte ativo, já que esse gás é utilizado
pelas células das raízes na respiração celular, processo
SAIA

bioquímico de produção de energia. Uma das técnicas de


oxigenação consiste em inserir as raízes em canaletas (cano
de PVC, por exemplo), nas quais as soluções nutritivas fluem
sobre elas no interior do encanamento. Esse sistema garan-
te um amplo suprimento de gás oxigênio para as raízes ao
Sistema de cultivo de alface por hidroponia.
longo de todo o desenvolvimento das plantas.

115
| ELEMENTOS ELEMENTOS CORES
Macrovector/Shutterstock.com

Câmara Parênquima
| FORA DE FORA DE FANTASIA
PROPORÇÃO subestomática paliçádico Xilema PROPORÇÃO
MR A lluminação
= BE artificial Cutícula Ê
Epiderme 3z
Entrada le a, 5
25
MN Bandeja Parênquima E
Õ t Retorno , lacunoso ê
s
5o
e)É
o Câmara de ê
to
a recuperação
de nutrientes Epiderme-fojo | (a O
Bomba de solução Solução nutritiva
Cutícula Célula
Representação esquemática do sistema de cultivo hidropônico em película
estomática
de nutrientes. H,0 Co,
Camada limítrofe O Ostíolo
2
Dentre as inúmeras vantagens da hidroponia, podem
Representação esquemática do corte transversal de uma folha de
ser destacadas: eudicotiledônea, com destaque para as estruturas envolvidas nas trocas
* redução na utilização de agroquímicos (herbicidas gasosas e na transpiração.

e inseticidas) e maior qualidade dos produtos, já Nos dias ensolarados, as câmaras subestomáticas
que as plantas podem ser cultivadas em ambientes
também possuem alta concentração de gás oxigênio (0),
controlados, como estufas, onde não sofrem com a
produzido na fotossíntese, e baixa concentração de gás car-
sazonalidade;
bônico (CO»), utilizado como matéria-prima nesse processo.
* economia de água, uma vez que são reduzidas as Nesse sentido, quando os estômatos se abrem, ocorrem
perdas por evaporação e ocorre reaproveitamento trocas gasosas por difusão simples entre a planta e a
constante das soluções nutritivas; atmosfera, com entrada de CO, e saída de O, e H,0.
* "baixa transmissão de doenças humanas, como ame-
bíase e lombriga, pois as plantas não estão em contato Abertura e fechamento dos estômatos
com o solo. De forma geral, os estômatos permanecem fechados
durante à noite e abertos durante o dia. Esse comportamen-
Transpiração vegetal to permite às folhas absorverem CO, atmosférico apenas
quando existe luz suficiente para a fotossíntese, evitando
O fenômeno conhecido como transpiração vege-
perda de água pelos estômatos durante a noite. Na presen-
tal consiste na eliminação de água no estado gasoso.
ça de luz, ou sob baixa concentração de CO,, as células
A transpiração ocorre através da epiderme (tecido de
estomáticas acumulam potássio e se tornam túrgidas, pro-
revestimento), e os principais órgãos envolvidos nesse
movendo a abertura dos estômatos. Na ausência de luz,
fenômeno são as folhas, embora os caules jovens, as
ou sob alta concentração de CO,, ocorre inibição do trans-
flores e os frutos também possam transpirar, pois são re-
porte ativo de potássio, e as células estomáticas se tornam
vestidos por tecido epidérmico.
flácidas, promovendo o fechamento dos estômatos.
A transpiração é fundamental para a sobrevivência das
plantas, uma vez que favorece a diminuição da tempera-
Power And Syred/ Science Photo Library/ Fotoarena
tura das folhas. Ela também representa a força impulsora
do transporte de seiva bruta pelo xilema (que será tratada
mais adiante, neste capítulo).
A perda de água no estado gasoso pode ocorrer pela
cutícula, conhecida como transpiração cuticular, processo
lento e constante que não é controlado pela planta. Além
disso, a perda de água pode ocorrer através dos estômatos
abertos, fenômeno denominado transpiração estomática,
que é controlada pela planta e representa o principal meca-
nismo de eliminação de água pelas plantas — cerca de 95%
do total de água eliminada.
Eletromicrografia de varredura da superfície de uma folha de lavanda
De toda a luz solar que atinge a superfície de uma
(Lavendula dentata), em que se observa um estômato fechado (à esquerda)
folha, parte da energia luminosa é utilizada na fotossíntese, e outro aberto (à direita). (Cores artificiais. Aumento de 2 000 vezes.)
parte é refletida para o meio e outra parte é absorvida pelas
moléculas de água no interior das folhas, que passam do A disponibilidade de água no solo e, consequente-
estado líquido para o estado gasoso. A consequência disso mente, na planta exerce grande influência na abertura e
é a diminuição da temperatura das folhas e o aumento na no fechamento dos estômatos. Se o suprimento de água
concentração de moléculas de água no estado gasoso de uma planta é adequado, a tendência é de que seus
nos espaços intercelulares do parênquima lacunoso e nas estômatos fiquem mais dependentes da concentração
câmaras subestomáticas. de CO, e da luz que da água. Quando a planta está em

116 BIOLOGIA * Capítulo 17 = Fisiologia vegetal|


uma situação de estresse hídrico (pouca água no solo), hipotônicas, o que promove a perda de água por osmose, a
os estômatos se fecham, mesmo que a planta receba luz diminuição de turgescência e o fechamento dos estômatos.
e apresente baixa concentração de CO, a fim de evitar
Fatores envolvidos na abertura e no fechamento dos estômatos
desidratação excessiva.
Quando as células estomáticas, também conhecidas
como células-guarda, absorvem água por osmose, elas se
tornam túrgidas, promovendo a abertura dos estômatos. Intensidade Alta Abertos
Quando as células estomáticas perdem água, elas se tor- luminosa Baixa Fechados
nam flácidas, promovendo o fechamento dos estômatos.
Concentração de Alta Fechados
A abertura e o fechamento dos estômatos acontecem
Co, Baixa Abertos
devido à diferença de espessura das paredes das células
estomáticas. Outra característica das células estomáticas Suprimento de Alto Abertos
é a presença de microfibrilas de celulose com orientação água Baixo Fechados
radial, fato que contribui para sua curvatura quando elas
estão túrgidas.
CORES ELEMENTOS Transporte de seiva mineral
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO Também conhecida como seiva bruta ou inorgânica,
Célula estomática a seiva mineral recebe esse nome pois é constituída, ma-
Parede espessa
Aldona Griskeviciane/Shutterstock.com

joritariamente, por água e sais minerais. Esses nutrientes


Cloroplasto
são absorvidos do solo pelas raízes e transportados para
todas as partes aéreas da planta, como ramos, folhas, flores
e frutos, pelo tecido condutor denominado xilema.
O xilema realiza a condução em um fluxo unidirecional,
já que a seiva é transportada sempre em sentido ascendente
a partir das raízes para a parte aérea das plantas. No caso
Núcleo
das plantas de porte pequeno, como as herbáceas, a seiva
Vacúolo Ostíolo
é transportada apenas a alguns centímetros de distância do
Célula anexa
solo, enquanto nas espécies arbóreas de grande porte, como
Representação esquemática de um estômato fechado com células estomáticas
as sequoias, ela pode ser transportada para vários metros
flácidas (à esquerda) e outro aberto com células estomáticas túrgidas (à direita).
de distância.
O estado de turgor das células estomáticas depende
da absorção ou da perda do íon potássio (K”), um ma- Xilema
cronutriente vegetal. Os estômatos se abrem quando as
Fluxo
células estomáticas realizam transporte ativo de potás-
unidirecional
sio, aumentando a concentração desse íon em seu interior.
Como consequência, as células estomáticas se tornam hi- Água e sais
pertônicas, absorvem água por osmose e ficam túrgidas. O minerais

fechamento dos estômatos, porém, resulta da perda de íons


VectorMine/Shutterstock.com

potássio pelas células estomáticas, que ficam hipotônicas,


perdem água e se tornam flácidas. ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

CORES Agua e sais


Aldona Griskeviciena/Shutterstock.com

FANTASIA minerais

Representação esquemática de uma planta indicando o fluxo unidirecional


x,

de seiva mineral.

Absorção pelas raízes


A região pilífera das raízes é responsável pela absor-
ção de água e minerais. Nela, as células epidérmicas são
ELEMENTOS | .
FORA DE CORES | permeáveis à água, e muitas delas se alongam, formando
PROPORÇÃO FANTASIA 1
estruturas tubulares denominadas pelos radiculares que
Representação esquemática de um estômato fechado (à esquerda) e outro aumentam a área de absorção.
LISA

aberto (à direita), com destaque para o transporte ativo de íons potássio.


A absorção de água ocorre por osmose, processo pas-
sivo em que a água flui do solo, ambiente hipotônico, para
Em situação de estresse hídrico, as células das raízes e as células da raiz, ambiente hipertônico. Os minerais podem
das folhas produzem o hormônio denominado ácido absci- ser absorvidos por difusão, mas o transporte ativo é predo-
sico, que atua nas células estomáticas e inibem o transporte minante, uma vez que a concentração de minerais nas raízes,
ativo dos íons K*. Esse comportamento torna as células geralmente, é bem maior do que a concentração no solo.

117
Os nutrientes que entram na raiz pelo caminho apoplásti-
co só conseguem chegar por esse caminho até a endoderme.
A seca fisiológica ocorre quando o solo possui disponibili- Isso porque este tecido possui a estria de Caspary, estrutura
dade de água, mas as plantas não conseguem absorvê-la.
que inviabiliza o caminho apoplástico na endoderme. Essa
Isso pode acontecer quando o solo está:
estrutura está localizada nas paredes transversais e radiais
* hipertônico, ou seja, muito concentrado em sais mine- das células endodérmicas, que as tornam impermeáveis à
rais, impossibilitando a entrada de água por osmose
água e aos minerais dissolvidos. Dessa forma, a água e os
pelas raízes. Nessa condição, ocorre perda de água
minerais são forçados a atravessar as membranas plasmáti-
das raízes para solo, promovendo morte das plantas
cas das células endodérmicas, onde ocorre a seleção de
por desidratação;
minerais antes que eles cheguem ao xilema. A endoderme
* encharcado, e as plantas não conseguem absorver sais
ainda é responsável por evitar a perda de minerais pelas
minerais e gás oxigênio. Assim, as raízes não absorvem
células condutoras do xilema, garantindo que a concentração
água por osmose do solo;
em seu interior seja maior do que as demais células da raiz.
* em temperaturas muito baixas. Em situações de muito
] Parede celular
frio, a produção de energia da planta fica reduzida. ELEMENTOS CORES
FORA DE FANTASIA
Sem energia para o transporte ativo de minerais, as Estria de Caspary
PROPORÇÃO
raízes não absorvem água por osmose. Em situações Caminho Membrana plasmática
de congelamento da água do solo, a absorção de água apoplástico
também fica comprometida.

A água e os minerais são transportados para as outras


regiões da planta pelo xilema. Dessa forma, eles atraves-
sam as camadas de célula da raiz, dos pelos radiculares
até chegar ao xilema. Esse caminho pode seguir duas vias: Caminho
simplástico
apoplástica e simplástica.
No caminho apoplástico (do grego, apo, distante de;
plast, material vivo), os nutrientes passam pelas paredes celu-
lares e pelos espaços intercelulares até chegar à endoderme, Parênquima
camada de células que envolve o cilindro central, no qual se cortical Periciclo

encontra o xilema. Apesar de ser um caminho mais rápido, não Endoderme

há seleção dos minerais por permeabilidade seletiva. CAMPBELL, N. A et al. Biology. a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020.

O caminho simplástico (do grego, sym, junto; plast, Representação esquemática da região interna de uma raiz, indicando o
material vivo) é uma via mais lenta, na qual os nutrientes parênquima cortical, a endoderme e o xilema, bem como os caminhos
apoplástico e simplástico.
atravessam as membranas plasmáticas dos pelos ab-
sorventes e seguem pelos plasmodesmos das células
parenquimáticas corticais até o xilema. Ao atravessar a Mecanismos de transporte
membrana plasmática das células, ocorre permeabilidade Em geral, a seiva bruta percorre a planta no sentido
seletiva dos nutrientes. contrário ao da gravidade. A seguir, serão apresentados
os dois principais mecanismos que explicam o transporte
Eudicotiledônea
Estria de da seiva bruta nas plantas.
“g Caspary
Pressão de raiz
Á Espaços
intercelulares Durante a noite e nos dias nublados, há baixa taxa de
Excellent Dream/Shutterstock.com

transpiração pelas folhas, mas as células das raízes continu-


Endoderme am absorvendo e transportando minerais para o interior do
xilema. O acúmulo de sais minerais torna o xilema hipertô-
nico, estimulando a absorção de água do solo por osmose.
Pelo radicula Esse fenômeno cria o mecanismo de transporte de
seiva mineral conhecido como pressão de raiz, que repre-
Caminho Floema
senta uma força que empurra a seiva. A constante entrada
simplástico de água no xilema empurra a seiva mineral para cima, con-
tribuindo para seu transporte e sua distribuição pelo corpo
Caminho vegetal. Por exemplo, se o caule de uma planta é seccio-
CORES ELEMENTOS
apoplástico l Epiderme FORA DE
FANTASIA
PROPORÇÃO
nado logo acima do solo, o fragmento restante eliminará
seiva do xilema cortado durante muitas horas, fenômeno
TAIZ, L. et al. Fundamentos de fisiologia vegetal.
Porto Alegre: Artmed, 2018.
conhecido como exsudação. Isso comprova a participação
da pressão de raiz no transporte de seiva pelo corpo vegetal.
aepresentaça EE emóvco do corte transversal da raiz de uma
eudicotiledônea, indicando os caminhos simplástico e apoplástico
Sabe-se que a pressão de raiz é um mecanismo eficien-
percorridos pela água e pelos minerais. te no transporte de seiva bruta em plantas herbáceas de

118 BIOLOGIA * Capítulo 17 « Fisiologia vegetal|


pequeno porte, com alguns centímetros de comprimento, A gutação acontece porque a pressão da raiz força
uma vez que a seiva sobe, no máximo, poucos metros de a subida de seiva mineral pelo xilema até as folhas des-
distância do solo por meio desse mecanismo. sas plantas, que, por apresentar baixa taxa transpiratória,
acumulam água em seus tecidos. O excesso de água trans-
Dr Jeremy Burgess/ Science Photo Library! Fotoarena

portada pelo xilema, tecido abundante no hidatódio, acaba


saindo pelo poro do hidatódio na forma de gotículas.

stock.com
Gerry Bishop/Shutt
Gutação em folhas de nandina (5 cm a 10 cm).

Secção transversal de ramo caulinar de videira (4 mm a 5 mm) que Teoria da transpiração-tensão-coesão-adesão


evidencia a exsudação causada pela pressão da raiz na planta.
Em plantas de grande porte, um mecanismo que tem
como força propulsora a transpiração vegetal puxa a seiva
para cima, em vez de empurrá-la. Esse mecanismo foi des-
Capilaridade crito no final do século XIX pelo botânico irlandês Henry
Uma das propriedades dos fluidos é a capilaridade, meca- Horatio Dixon (1869-1953) e pelo geólogo irlandês John
nismo que lhes permite, apesar da atração gravitacional, Joly (1857-1933) e, atualmente, é conhecido como teoria
percorrer em movimento ascendente tubos capilares
da transpiração-tensão-coesão-adesão.
estreitos, análogos às células condutoras do xilema. A capi-
Segundo essa teoria, no interior das folhas, as molécu-
laridade está associada à tensão superficial, ao diâmetro dos
las de água das paredes celulares evaporam ao absorver
vasos condutores, à coesão entre as moléculas de água,
bem como à adesão delas às paredes do xilema. Esse me- energia luminosa, cnegam aos espaços intercelulares do
canismo ajuda no transporte de água nas plantas, mas não é parênquima lacunoso e, depois, são eliminadas durante a
o mais importante nas espécies arbóreas, uma vez que, por transpiração vegetal. A perda de água causa o aumento de
capilaridade, a água pode subir apenas alguns centímetros tensão superficial, levando mais água para essas paredes
acima do solo pelo xilema, visto que a gravidade exerce celulares, repondo seu volume.
uma força contrária à ascensão pelos vasos xilemáticos. As células parenquimáticas retiram água das células
condutoras do xilema, ricas em seiva mineral. As moléculas
GUTAÇÃO de água que saem do xilema, em direção ao parênquima,
arrastam as moléculas de água adjacentes, transmitindo toda
A pressão de raiz pode ser confirmada pelo fenômeno
a tensão pelo xilema, que possui uma coluna ininterrupta de
de gutação ou sudação, que consiste na eliminação de
água. Nesse sentido, a coluna de água no interior do xilema
água no estado líquido pelas folhas. Esse fenômeno ocorre
é puxada para as folhas sob estado de tensão, promovendo
apenas em algumas plantas de pequeno porte, como os
condução de seiva bruta pelo corpo vegetal. A tensão gera
morangueiros, quando estão submetidas a determinadas
um potencial de pressão negativo no xilema, mas as pare-
condições ambientais, como solo hidratado e atmosfera
des das células condutoras xilema evitam o esmagamento
úmida, fatores mais comuns durante a noite. As gotas de
porque apresentam grande deposição de lignina.
água são eliminadas por estruturas secretoras denominadas
hidatódios, localizadas nas margens das folhas. Esse processo é possível pela coesão existente entre
as moléculas de água, ou seja, a capacidade de se man-
terem unidas por meio de ligações de hidrogênio. Quanto
mais estreito é o tubo, maior é a tensão que pode ser su-
A gutação é um fenômeno fisiológico específico de algumas portada pela coluna de água sem ocorrer rompimento.
plantas submetidas a determinadas condições ambientais Outra força envolvida na integridade da coluna de água
e não deve ser confundida com o orvalho, um fenômeno
no interior do xilema é a adesão, mecanismo em que as
físico. O orvalho ocorre quando a temperatura está baixa e a
moléculas de água estabelecem ligações de hidrogê-
umidade do ar está alta. Nessas condições, ocorre condensa-
nio com as moléculas hidrofílicas das paredes celulares.
ção das moléculas de água, formando gotículas líquidas em
qualquer superfície, como automóveis ou folhas das plantas. As forças de adesão compensam a força descendente da
ação gravitacional, mantendo a coluna íntegra.

119
Xilema CORES
EreborMountain/Shutterstock.com

FANTASIA
Parênquima clorofiliano
ELEMENTOS
, FORA DE
Epiderme Transpiração PROPORÇÃO
SE Estômato
“TT H,O
Tn
Atmosfera

Rd
o
Adesão Condução

RA

E
Parede celular

o
E TREÉ A

bo dada)
o
Coesão

Absorção CAMPEELL, N. A. et al. Biology. a global


approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020.

Representação esquemática de uma árvore e


Pelo radicular suas estruturas anatômicas da raiz, do caule
e das folhas que estão envolvidas na teoria
Xilema Epiderme da transpiração-tensão-coesão-adesão.

O transporte intenso de seiva estimula maior absorção de água e minerais


do solo, para que ocorra reposição hídrica na planta. Nesse sentido, quanto maior
Fluxo
é a taxa de transpiração de uma planta, maior será a velocidade de condução de bidirecional
seiva pelo xilema e maior será a taxa de absorção de água e minerais do solo.
Água e
Transporte de seiva orgânica açúcares

A seiva orgânica, também conhecida como seiva elaborada, é transportada Placa


crivada
pelo floema, sendo constituída por água, sais minerais e compostos orgânicos

VectorMine/Shutterstock.com
produzidos pela planta por meio da fotossíntese, como carboidratos, aminoácidos,
ácidos nucleicos, hormônios e proteínas. De forma geral, a sacarose é o carboidra- ê [cores |
to (açúcar) mais comum, cuja concentração pode chegar a 30% da seiva orgânica.

|
ELEMENTOS
O movimento de seiva orgânica é conhecido como translocação e sempre FORA DE
acontece no sentido da fonte para o dreno de açúcar. Uma fonte de açúcar é o PROPORÇÃO

local responsável por sua produção, que pode ocorrer por meio de fotossíntese, Representação esquemática de uma planta indicando
como nas folhas maduras, ou pela hidrólise do amido, como os órgãos de reserva. — ofiuxo bidirecional de seiva elaborada no floema.
Um dreno de açúcar é o local que consome açúcar ou o armazena na forma de
amido, como as raízes, os caules, as folhas jovens, os tecidos meristemáticos, as flores, os frutos, as sementes e os órgãos
de reserva jovens. A seiva orgânica possui fluxo bidirecional,
já que ela pode seguir fluxo ascendente ou descendente,
dependendo da localização das fontes e dos drenos de açúcares.

MD Sea CA TOS
Nigel Cattlin / Science Source / Fotoarena

Pulgões e seiva orgânica


Os pulgões são insetos que se alimentam diretamente da seiva orgânica produzida pelas
plantas. Esses insetos introduzem o estilete alongado (aparelho bucal) no interior da célula
condutora do floema. Por esse motivo, esses animais foram bastante utilizados nos primeiros
estudos sobre transporte e composição química da seiva orgânica.
Depois de inserir seu estilete dentro do floema, a alta pressão da seiva orgânica faz o líquido
entrar pelo corpo do animal e sair pelo seu ânus na forma de uma gotícula, sem que ele precise
sugá-lo, confirmando que a seiva orgânica está com pressão positiva nas células condutoras.
Ê . . . . x Formigas (3 mm) protegendo
Muitas formigas se alimentam da seiva liberada pelo ânus dos pulgões, e os protegem de — suigões (1 mm) de joaninhas
predadores, como as joaninhas. (5 mm).

Experimento de Miinch
Um experimento pioneiro para desvendar os mecanismos envolvidos no transporte de seiva elaborada pelas plantas
foi realizado em 1927 pelo botânico alemão Ernst Munch (1876-1946). Ele utilizou duas bolsas com membranas que pos-
sibilitam a passagem do solvente, mas não a do soluto. A bolsa 1 continha água e açúcar dissolvidos e a bolsa 2 estava
apenas com água pura. As duas bolsas foram conectadas por um tubo de vidro em forma de letra U.

120 BIOLOGIA * Capítulo 17 = Fisiologia vegetal|


Depois de inseridas no mesmo recipiente contendo água pura, a bolsa 1 absorveu água por osmose,
já que era hiper-
tônica em relação à água pura. A pressão de entrada de água na bolsa 1 promoveu aumento de volume dela e forçou a
solução de açúcar a fluir pelo tubo de vidro para a bolsa 2, que passou a receber açúcar da bolsa 1. Nesse experimento,
o fluxo de líquido da bolsa 1 para a bolsa 2 foi mantido até as bolsas se tornarem isotônicas.
Com a análise de seu experimento, Múnch propôs que o transporte de seiva elaborada ocorre devido ao desequilíbrio
osmótico entre as fontes e os drenos de açúcar, teoria conhecida como fluxo por pressão, ou teoria do fluxo em massa.
A bolsa 1 pode ser comparada com uma folha (fonte de açúcar), e a bolsa 2, com uma raiz (dreno de açúcar). Já o tubo
de vidro pode ser comparado ao floema, uma vez que transporta uma solução açucarada.
Fase inicial do experimento Fase intermediária do experimento ELEMENTOS
FORA DE

Tubo Fluxo de água e açúcar PROPORGTO


de vidro pelo tubo CORES
. me FANTASIA

AGUIAR, S.; DELLARIVA, T.


Recipiente Bolsa 2 Absorção Presença Biologia. 2º série Livro 2B.
com água Membrana da água por de açúcar São José dos Campos: Poliedro, 2021.

semipermeável osmose Representação esquemática do experimento


realizado por Ernst Múnch para explicar o fluxo
Bolsa 1 de seiva elaborada no floema das plantas.

Teoria do fluxo por pressão


As moléculas de açúcares produzidas no parênquima clorofiliano são transformadas em sacarose e transportadas até
as células companheiras do floema. Em seguida, as células companheiras realizam o carregamento de açúcar no tubo
crivado por meio de transporte ativo, já que a concentração neles é maior do que nas demais células da folha.
A entrada de açúcar nos elementos de tubo crivado aumenta a pressão osmótica dessas células, que passam a
absorver água por osmose do xilema. A absorção de água pelos tubos crivados gera uma pressão positiva, forçando a
seiva elaborada a fluir pelos tubos até os órgãos drenos, regiões de menor pressão osmótica.
Ao chegar aos drenos, ocorre descarregamento de açúcar por transporte ativo dos tubos crivados para as células
companheiras e destas para as células parenquimáticas, que utilizam e/ou armazenam (na forma de amido) esse material.
A saída de sacarose diminui a pressão osmótica no interior dos tubos crivados, promovendo a saída de água dos tubos
crivados para as células condutoras do xilema, reciclando a água do dreno para a fonte de açúcar.
No floema encontrado na fonte de açúcar, a entrada de água causa um potencial de pressão na extremidade do tubo
crivado maior do que na extremidade oposta, que fica no dreno. Por meio desse mecanismo, a seiva elaborada move-se
em resposta a um gradiente de pressão hidrostática, o que é conhecido por teoria do fluxo por pressão, vista no expe-
rimento de Múnch.
Xilema Floema
Célula Parênquima
companheira clorofiliano

Representação esquemática do
modelo de fluxo em massa pelo
floema. Entrada de açúcar no Elemento
elemento de tubo crivado aumenta a de vaso
pressão osmótica dessa célula, que
absorve água do xilema por osmose Placa
SAIA

(A). Absorção de água pelo elemento perfurada


de tubo crivado gera uma pressão
positiva que força a seiva orgânica a
fluir pelo tubo crivado (B). Saída de
açúcar do tubo crivado diminui a sua
pressão osmótica, fazendo com que
ocorra perda de água por osmose Célula Parênquima NABORS, M. W. Introdução à Botânica.
para o xilema (C). companheira amilífero São Paulo: Roca, 2012.

121
Anelamento Hoje sabemos que o anelamento, além da periderme
Em 1686, o biólogo e físico italiano Marcello Malpighi e do parênquima cortical, retira o floema, já que este fica
(1628-1624) realizou um experimento no qual ele reti- posicionado mais externamente no tronco. Assim, o anela-
rou um anel da casca ao redor do tronco de uma árvore, mento promove interrupção do fluxo de seiva elaborada
formando uma cintura ao redor do seu caule. Depois de para as raízes, provocando sua morte. E seguida, a morte
alguns dias, ocorreu intumescimento (crescimento) da re- das raízes promoveu interrupção do fluxo de seiva inorgã-
gião imediatamente acima do anel e algum tempo depois nica para as folhas, que também morreram desidratadas. O
ele observou queda das folhas e morte da planta. O anel intumescimento da região acima do anel pode ser explicado
da casca ficou conhecido como anel de Malpighi. pela proliferação celular estimulada pelo acúmulo de seiva
elaborada nessa região.
Queda das folhas e Quando ocorre anelamento em um ramo caulinar, a
morte da planta planta e o ramo permanecem vivos. Essa técnica era utili-
zada, anteriormente, para deixar os frutos maiores e mais
doces, já que acumulam todos os açúcares. Atualmente
ela está em desuso,
já que é muito trabalhosa e danifica as
plantas, podendo desencadear entrada de microrganismos
e infecções nos vegetais.
Acúmulo
de matéria ! Atenção
orgânica
Anel da O anelamento no tronco promove a morte de eudicoti-
casca do ledôneas arbóreas, uma vez que seus feixes vasculares
tronco Interrupção do fluxo de seiva Morte das raízes por estão dispostos em um anel no qual todo floema fica pró-
elaborada para as raízes falta de alimento ximo à superfície como parte integrante da casca. Nas
ELEMENTOS CORES monocotiledôneas arbóreas, como as palmeiras, os feixes
FORA DE FANTASIA
PROPORÇÃO
vasculares estão dispostos de forma difusa no caule. Nes-
HILLIS, D. M. et al. Life: the Science of biology. 12. ed. se sentido, um anelamento não promove a morte delas, já
New York: W. H. Freeman and Company, 2020. que há floema ativo que permanece espalhado no caule
Representação esquemática do anelamento no tronco principal, técnica que após o anelamento.
causa a morte da planta.

ReVisando Te

1. Complete o quadro comparativo a seguir, relacionan- 4. A ilustração a seguir representa um corte transversal
do os principais macronutrientes vegetais com suas de uma folha de eudicotiledônea.
respectivas funções.
co Principais funções

Excellent Dream/Shutterstock.com

2. Discuta a técnica de hidroponia, citando suas prin-


cipais vantagens em comparação com métodos de
cultivo tradicionais.

3. Complete o quadro comparativo a seguir com o com-


portamento esperado (abertos ou fechados) dos
estômatos nas condições ambientais propostas.

Fatores envolvidos na abertura e no fechamento dos estômatos

Intensidade Alta
luminosa Baixa Cite as estruturas indicadas pelas letras e os principais
gases indicados pelos números romanos.
Concentração Alta
de CO, Baixa 5. Qual é a composição da seiva mineral e que tecido é
Suprimento Alto responsável por seu transporte?
de água Baixo

122 BIOLOGIA * Capítulo 17 = Fisiologia vegetal|


6. Como é denominado o fenômeno fisiológico repre- 7. Apresente os dois principais mecanismos que ex-
sentado na imagem a seguir? No que ele consiste e plicam o transporte de seiva mineral pelo xilema,
em que condições ambientais ele ocorre? indicando em qual deles a seiva é puxada para cima.
Martin Adamek/Shutterstock.com
8. Qual é a composição da seiva orgânica? O que signi-
fica dizer que seu fluxo é bidirecional?

9. Explique o mecanismo do fluxo por pressão para o


transporte de seiva orgânica nas plantas.

10. O que é anelamento e por que ele pode causar a morte


de uma angiosperma eudicotiledônea?

Exercícios propostos
1. Enem PPL 2014 Na técnica de plantio conhecida por c) Amaro
hidroponia, os vegetais são cultivados em uma solu- É constituinte de equilíbrio
É constituinte de
ção de nutrientes no lugar do solo, rica em nitrato e ácidos nucleicos osmótico e na
ácidos nucleicos.
e proteínas. permeabilidade
ureia. Nesse caso, ao fornecer esses nutrientes na
a 2 . celular.
forma aproveitável pela planta, a técnica dispensa o d)
trabalho das bactérias fixadoras do solo, que, na natu- É constituinte Atua no
reza, participam do ciclo do(a) de ácidos equilíbrio ER
a) água d) oxigênio Spa O roteínas
gua. o 9 . glicídeos e permeabilidade p .
b) carbono. e) fósforo. proteínas. celular.
c) nitrogênio. e)
Atua no
- UFRGS 2016 Assinale a alternativa que preenche cor- É constituinte de É constituinte de equilíbrio
retamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem ácidos nucleicos osmáótico e na
glicídeos.
e proteínas. permeabilidade
em que aparecem. celular.
As plantas necessitam de nutrientes minerais, consti-
tuídos de diferentes elementos químicos, os quais são
. . , 4. Uece 2015 Aquaponia é um sistema que integra pisci-
retirados do solo através das raizes. Macroelementos cultura e hidroponia. Os antigos astecas já se utilizavam
como 9 , são necessários em maiores desta técnica. Portanto, esse princípio não é algo novo.
quantidades. Já elementos como o são Nesse sistema os nutrientes para o cultivo conjunto das
necessários em menores quantidades. plantas são obtidos a partir das fezes dos peixes e de res-
a) nitrogênio — cobre tos de comida dentro de filtros rizosféricos nos quais não
b) boro - manganês há necessidade de troca de água (recirculação), o que o
c) fósforo — potássio torna um belo exemplo de economia de água.
d) potássio — nitrogênio (http:/Awww.huertossintierra.com/).
e) cobre — fósforo . . . |
A partir dessa informação, pode-se afirmar correta-
. Fuvest-SP Os adubos inorgânicos industrializados, mente que aquaponia é um modelo de
conhecidos pela sigla NPK, contêm sais de três ele- a) contenção de resíduos.
mentos químicos: nitrogênio, fósforo e potássio. Qual b) reutilização de materiais.
das alternativas indica as principais razões pelas c) aproveitamento energético.
quais esses elementos são indispensáveis à vida de d) sustentabilidade.

uma planta? 5. Unicamp-SP 2021 Plantas são organismos que in-

a)
TREE a
terferem na composição da atmosfera e regulam o
ciclo de carbono em nosso planeta, permitindo a vida
É constituinte
É constituinte de É constituinte de de ácidos como a conhecemos. Enquanto a parte aérea das
ácidos nucleicos ácidos nucleicos nucleicos, plantas está exposta a variações de intensidade lumi- (8
e proteínas. e proteínas. glicídeos e nosa, as raízes têm íntimo contato com o solo, fonte [=
5 pias, de nutrientes essenciais ao rá
) Atua no Atua no seu desenvolvimento. Consi- mo
equilíbrio É constituinte de equilíbrio derando a figura a seguir e a
osmótico e na osmótico e na biologia de uma planta terres-
ácidos nucleicos.
permeabilidade permeabilidade
tre mesófita na ausência de
celular. celular.
luz, assinale a alternativa que

123
identifica corretamente as moléculas nas posições técnica no cultivo de determinadas espécies é vanta-
numeradas (as setas indicam o sentido do movimento josa porque
das moléculas). a) a planta cultivada não necessita da absorção de
a) (1) 05.(2) CO; (3) amido; (4) sacarose. macronutrientes, como o Nitrogênio, e nem da uti-
b) (1) COs; (2) Os: (3) sacarose; (4) nitrogênio. lização do processo de adubação orgânica.
c) (1) 05;(2) CO;: (3) sacarose; (4) nitrogênio. b) a planta cultivada não desenvolve o seu sistema
d) (1) CO»; (2) Os: (3) amido; (4) sacarose. radicular, uma vez que não há a necessidade de
absorção de micronutrientes.
Enem 2017 A Mata Atlântica caracteriza-se por uma gran- c) promove o crescimento de plantas em áreas onde
de diversidade de epífitas, como as bromélias. Essas plantas
o patógeno e as pragas agrícolas estão ausentes
estão adaptadas a esse ecossistema e conseguem captar
e a colheita não é exposta aos herbicidas.
luz, água e nutrientes mesmo vivendo sobre as árvores.
d) promove o desenvolvimento de plantas sem
Disponível em: www.ib.usp.br. Acesso em: 23 fev. 2013 (adaptado).
aquecimento e iluminação, uma vez que nelas a
Essas espécies captam água do(a) realização da fotossíntese é esporádica.
a) organismo das plantas vizinhas.
b) solo através de suas longas raízes. Enem PPL 2021 A Floresta Amazônica é uma “bom-
c) chuva acumulada entre suas folhas. ba” que suga água do ar vindo do oceano Atlântico e
do solo, e a faz circular pela América do Sul, causando,
d) seiva bruta das plantas hospedeiras.
e) comunidade que vive em seu interior.
em regiões distantes, as chuvas pelas quais os paulistas
desejavam em 2014.
FGV-SP 2014 O cultivo de hortaliças hidropônicas é GUIMARÃES, M. Dança da chuva: a escassez de água que alarma o
país tem relação íntima com as florestas. Pesquisa Fapesp, n. 226,
uma alternativa para a produção de alimentos em lo- dez. 2014 (adaptado).
cais cujos solos estão contaminados. Nesta técnica
agrícola, os vegetais são geralmente cultivados apoia- O desmatamento compromete essa função da floresta,
dos em instalações de tubos plásticos, não entrando pois sem árvores
em contato direto com o solo, conforme ilustra a figura. a) diminui o total de água armazenada nos caules.
b) diminui o volume de solos ocupados por raiz.
c) diminui a superfície total de transpiração.
d) aumenta a evaporação de rios e lagos.
e) aumenta o assoreamento dos rios.

). PUC-Rio 2020 As plantas funcionam como grandes


bombas de água que liberam vapor d'água para a
atmosfera através da transpiração. Além de liberar
água para a atmosfera, a transpiração está rela-
cionada a um processo essencial para a vida dos
organismos aeróbios.
Que processo é esse?
(http://www.decom.ro.gov.br)
a) Fotossíntese.
Para que ocorra o desenvolvimento ideal da hortaliça, b) Polinização.
a raiz do vegetal deve estar em contato direto com c) Reprodução sexuada.
uma solução constituída de d) Fermentação.
a) moléculas orgânicas absorvidas pelos tecidos e) Pinocitose.
floemáticos.
Uefs-BA 2018 Em um experimento, as plantas de
b) íons inorgânicos absorvidos pelos tecidos xile-
soja 1 e 2 foram cultivadas em condições ambientais
máticos.
diferentes apenas em relação à luminosidade e à dis-
c) macro e micronutrientes minerais absorvidos pelo
ponibilidade de água. A figura mostra um estômato da
tecido epidérmico.
planta 1 e um estômato da planta 2.
d) íons orgânicos carbônicos absorvidos pelos teci-
dos condutores de seiva.
e) nutrientes orgânicos absorvidos pelos tecidos Planta 1
parenquimáticos.
núcleo
UEG-GO 2015 Atualmente, vários agricultores utilizam-
cloroplastos
-se da técnica de cultivar plantas em soluções aeradas
vacúolo
em sais minerais quimicamente definidos, popular-
célula-guarda
mente conhecida como hidroponia. Inicialmente, os
parede celular
agricultores viram na hidroponia um modo de cultivar
plantas para o consumo humano, como alfaces, em
locais onde o solo é pobre ou não disponível. Essa (www.biogychamps.com Adaptado)

124 BIOLOGIA « Capítulo17 = Fisiologia vegetal|


A comparação entre os estômatos das plantas 1 e 2 13. Unitau-SP 2019 Um dos principais obstáculos fi-
permite afirmar que siológicos enfrentados pelos vegetais é o balanço
a) a planta 1 foi cultivada em ambiente iluminado, hídrico, ou seja, a relação entre o ganho e a perda de
com disponibilidade de água, e apresentou maior água. Nesse sentido, a transpiração foliar pode atuar
fluxo de seiva bruta. de duas maneiras: através da cutícula foliar e pelos
b) a planta 2 foi cultivada em ambiente iluminado, estômatos. Dentre as alternativas abaixo, assinale a
com disponibilidade de água, e apresentou me- alternativa INCORRETA em relação ao processo de
nor fluxo de seiva bruta. transpiração das plantas.
c) a planta 1 foi cultivada em ambiente escuro, com a) Há uma relação inversamente proporcional entre
escassez de água, e apresentou menor fluxo de a transpiração de uma planta e a umidade relativa
seiva bruta. do ar.
d) a planta 2 foi cultivada em ambiente escuro, com b) Os estômatos, geralmente, se fecham quando há
escassez de água, e apresentou maior fluxo de pouca água no solo, para evitar a desidratação.
seiva bruta. c) As paredes mais finas das células estomáticas
e) a planta 1 foi cultivada em ambiente iluminado, esticam-se, contraindo a parede mais espessada
com escassez de água, e apresentou maior fluxo do ostíolo e promovendo a saída do vapor de água.
de seiva bruta. d) Na transpiração foliar, a água passa das células
vizinhas às células estomáticas, as quais se tor-
12. UEL-PR A figura a seguir é uma fotomicrografia ao nam túrgidas.
microscópio óptico de estômato de Tradescantia, em e) As paredes finas das células estomáticas, ao se
vista frontal: expandirem, relaxam as paredes celulares do
F
— ostíolo, permitindo a saída de vapor água e a ab-
Ostíolo
A ç

14.
sorção de CO».

Mackenzie-SP 2020 Uma folha retirada de uma plan-


ta foi pesada a cada 15 minutos e as diferenças entre
as pesagens foram marcadas no gráfico a seguir.
7 + -guarda
Diferença entre
pesagens
A CAE j ne Ma
(Adaptado de: AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia dos Organismos. MG
São Paulo: Moderna. 2004. v. 2. p. 232)

Os estômatos são responsáveis pela regulação das


trocas gasosas e pela transpiração nos vegetais. A
concentração de CO, e a temperatura atmosférica são
fatores ambientais que influenciam no controle do me-
canismo de abertura e fechamento dos estômatos. Pesagens a cada
15 minutos
Com base na figura, no texto e nos conhecimentos sobre
o processo de abertura e fechamento de estômatos, as-
Com relação ao experimento e a curva do gráfico, é
sinale a alternativa que explica corretamente as razões correto afirmar que
fisiológicas pelas quais a luz influencia neste processo. a) notamos, aos 15 minutos, a transpiração estomá-
a) Na ausência de luz, as células-guarda recebem tica e cuticular; entre 15 e 60 minutos, apenas a
íons Na”, perdem água para o ambiente por os-
transpiração cuticular e a partir de 60 minutos,
mose, tornam-se murchas e, como consequência, a folha deixa de transpirar.
o ostíolo se fecha. b) há, entre zero e 60 minutos, apenas transpiração
b) Na presença de luz, as células-guarda eliminam estomática.
íons K*, perdem água para o ambiente por osmo-
c) éconstante, a partir da seta, por volta de 60 minutos,
se, tornam-se flácidas e, como consequência, o a diferença entre as pesagens, o que indica que a
ostíolo se fecha. transpiração estomática é inexistente, observando-
c) Na ausência de luz, as células-guarda eliminam
-se somente a transpiração cuticular.
íons Na”, absorvem água por osmose, tornam-se d) os estômatos começam a se fechar apenas a par-
túrgidas e, como consequência, o ostíolo se abre. tir dos 15 minutos.
FRENTE 2

dj) Na presença de luz, as células-guarda recebem


e) a transpiração estomática é maior entre 15 e
íons K”, absorvem água por osmose, tornam-se 60 minutos.
túrgidas e, como consequência, o ostíolo se abre.
e) Na presença de luz, as células-guarda recebem 15. Unesp 2016 O fluxo de seiva bruta nas plantas está
íons Na”, perdem água para o ambiente por os- diretamente associado à abertura e ao fechamento
mose, tornam-se flácidas e, como consequência, dos estômatos. O aumento do fluxo de seiva bruta ao
o ostíolo se abre. longo do caule é favorecido por

125
a) estômatos abertos e baixa intensidade luminosa. Os vasos que conduzem a água das raízes até as fo-
b) estômatos abertos e baixa quantidade de água lhas são os
no solo. a) floemáticos e a transpiração ocorre pelos estô-
c) estômatos fechados e alta concentração de gli- matos.
cose na folha. b) floemáticos e a transpiração ocorre pelos tricomas.
d) estômatos abertos e baixa concentração de CO, c) xilemáticos e a transpiração ocorre pelos tricomas.
na folha. d) xilemáticos e a transpiração ocorre pelos estô-
e) estômatos fechados e alta concentração de O, matos.
na folha
18. Unirio-RJ O processo de gutação consiste na eli-
16. FGV-SP 2017 A fotografia mostra o corte transversal minação de gotículas de água por estruturas bem
de uma raiz. definidas, os hidatódios, localizados nas bordas das
folhas. Os hidatódios se assemelham aos estômatos,
mas em lugar de câmara subestomática há um parên-
quima aquífero, o epitema, onde terminam os vasos
lenhosos das últimas nervuras das folhas.

Pelo radicular

Xilema primário
Indique a melhor combinação de fatores (temperatura,
A absorção de do solo através do pelo umidade do ar e água no solo), para que a gutação

ESESAES
radicular ocorre por , atingindo o xilema possa ser observada pela manhã em algumas plantas.
primário, tecido responsável pela condução do que
foi absorvido até a porção superior dos vegetais.
relativa do ar água no solo
A principal força ascendente de condução é promovi-
da pela . a) Baixa Alta Saturado
Assinale a alternativa que completa, correta e respec-
b) Alta Alta Saturado
tivamente, as lacunas do texto.
a) seiva bruta — transporte ativo — capilaridade c) Baixa Alta Não saturado
b) íons minerais — transporte passivo — pressão d) Alta Baixa Não saturado
osmótica
c) seiva elaborada — difusão facilitada — gutação e) Baixa Baixa Não saturado
d) moléculas orgânicas — difusão simples — abertura
estomática
19. Unesp 2017 A figura mostra duas propriedades da
e) água — osmose — transpiração foliar molécula de água, fundamentadas na polaridade
da molécula e na ocorrência de pontes de hidrogênio.
17. Unicamp-SP 2015
adesão co
Seca faz cidades do interior de SP decretarem
emergência
« /
A falta de água enfrentada pelo Sudeste do país tem
feito cada vez mais cidades de São Paulo e de Minas Gerais
adotarem o racionamento, para reduzir o consumo de água, / o
ou decretarem estado de emergência. Além do desabaste- coesão

cimento, a seca tem prejudicado também setores como a +-— Objeto polar ou
agricultura, a indústria, a saúde e o turismo dessas cidades. eletricamente carregado
Adaptado de http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/
2014/07/07/seca-faz-cidades-do-interior-decretarem-emergencia.htm. Essas duas propriedades da molécula de água são
Acesso em: 16/07/2014.
essenciais para o fluxo de
A situação de seca citada na reportagem é determi- a) seiva bruta no interior dos vasos xilemáticos em
nada por mudanças no ciclo hidrológico, em que as plantas.
plantas têm papel determinante, uma vez que repre- b) sangue nos vasos do sistema circulatório fechado
sentam uma fonte de vapor d'água para a atmosfera. em animais.

126 BIOLOGIA * Capítulo 17 = Fisiologia vegetal|


c) água no interior do intestino delgado de animais. Marque a alternativa que nomeia CORRETAMENTE o
d) urina no interior da uretra durante a micção dos fenômeno descrito e as respectivas propriedades da
animais. água relacionadas a ele.
e) seiva elaborada no interior dos vasos floemáticos a) Adesão — dissolução e capilaridade.
em plantas. b) Adesão — dissolução e coesão.
c) Capilaridade — adesão e coesão.
20. FGV-SP 2019 Muitas espécies de ipês florescem nos d) Capilaridade — dissolução e adesão.
meses de junho a setembro, período de estiagem,
e) Coesão — capilaridade e adesão.
que coincide com a queda das folhas. O mecanis-
mo de transporte de água e nutrientes minerais até 2. UFRGS Assinale a alternativa correta em relação à
a copa das árvores depende, principalmente, de condução da seiva bruta em angiospermas.
determinados fatores ambientais que proporcionam a) O fluxo da seiva bruta ocorre das folhas para ou-
a abertura de válvulas foliares. Com base nas informa- tras partes da planta através do floema.
ções dadas, é correto afirmar que, durante a floração b) A explicação para a seiva bruta mover-se pela
dos ipês, o transporte de seiva bruta ocorre planta é dada pela hipótese do fluxo por pressão.
a) pelos vasos lenhosos, de forma reduzida, duran- c) A transpiração aumenta a pressão osmótica e
te o dia e a noite, independentemente de o solo promove o fluxo da água desde as raízes até as
estar úmido. folhas, no interior do xilema.
b) pelos vasos liberianos, de forma intensa, duran- d) A absorção de CO, na fotossíntese pode aumen-
te o dia e a noite, independentemente de o solo tar o fluxo da seiva bruta para as folhas.
estar seco. e) Ao retirarmos um anel ao redor do caule (anel de
c) pelos vasos lenhosos, de forma intensa, durante a Malpighi), é possível verificar a morte da planta
noite, apenas se o solo estiver úmido. pela interrupção do fluxo da seiva bruta.
d) pelos vasos liberianos, de forma reduzida, duran-
23. UFU-MG 2017 Um professor de Biologia propôs a
te o dia, apenas se o solo estiver seco.
quatro grupos de alunos que pensassem sobre a ex-
e) pelos vasos lenhosos, de forma intensa, durante o
plicação acerca da condução da seiva bruta no interior
dia, apenas se o solo estiver seco.
das plantas vasculares. Os grupos apresentaram as
UPE/SSA 2022 Por suas propriedades, a água é funda- seguintes possibilidades explicativas:
mental para a vida na Terra. Observe o exemplo a seguir
Cat] e[0) 5 nlicação
e tente relacioná-lo com as propriedades da água.
A força impulsionadora da seiva bruta é gerada
pelo diâmetro diminuto dos tubos crivados
1. presentes nos vasos do xilema. Isso exerce
adesão e coesão entre as moléculas dos vasos,
promovendo a ascensão da seiva.

A produção de carboidratos nas folhas aumenta


a concentração osmótica nesses órgãos
2. ;
que exercem a sucção da seiva bruta e a
capilaridade no interior dos vasos do xilema.

A ascensão da seiva bruta é impulsionada


3 pela sucção exercida pelas folhas quando elas
perdem água pela transpiração e pela coesão
das moléculas de água no interior do xilema.

Fonte: https://www.fazfacil.com.br/jardim/aproveitamento-coqueiro/
Os solutos orgânicos acumulados no interior do
xilema radicular desenvolvem uma grande pressão
4. osmótica que mantém as forças de coesão entre
Esse fenômeno é muito utilizado pelas plantas, espe-
as moléculas de água, impulsionando a seiva bruta
cialmente as altas, a exemplo dos coqueiros, no transporte até a copa das árvores.
de seiva bruta pelo xilema, da raiz até as folhas. É por
causa dele que a água desliza através das paredes de tu- Qual grupo apresenta a explicação que contém as-
bos ou por entre poros de alguns materiais, como o papel. pectos nos quais se baseia a teoria de Dixon?
Duas propriedades da água estão relacionadas ao exemplo a) 1. b) 2. c) 3. d) 4.
dado. A primeira está relacionada com a afinidade entre
|. UFRGS 2018 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as
o líquido e a superfície tubular, pois existe a formação
FRENTE 2

afirmações a seguir, sobre os mecanismos através dos


de pontes de hidrogênio entre os dois. Graças à segunda
quais água e solutos são transportados dentro da planta.
propriedade das moléculas de água, também proporciona-
da pelas pontes de hidrogênio, elas mantêm-se unidas, e A água e os sais minerais podem passar entre as
paredes celulares ou podem atravessar o cito-
umas acabam arrastando as outras pela coluna, elevando
o nível de água. plasma, nas células do córtex da raiz.
Disponível em: https:/Avww.infoescola.com (Adaptado)
O movimento ascendente da seiva pelo floema
Acesso em: maio 2021. ocorre devido à pressão positiva na raiz.

127
O transporte de água para dentro do xilema O intumescimento observado foi causado pelo acú-
ocorre por osmose, já os sais minerais são trans- mulo de
portados por processo ativo, no cilindro central. a) solutos orgânicos que não puderam ser transpor-
A tensão provocada pela transpiração é respon- tados pelo floema rompido.
sável pelo transporte de sacarose. b) solutos inorgânicos nos vasos lenhosos acima do
A sequência correta de preenchimento dos parênte- anel removido.
ses, de cima para baixo, é c) seiva bruta nos vasos condutores removidos jun-
a) V>-V-F-F. d) V-V- F-V. to com o anel de casca.
b) V-F>-V-F. e) F-V- V-F. d) produtos da fotossíntese no xilema que foi partido
c) F-F-F-V. com o corte na casca.
25. Facisb-SP 2019 As células da figura formam um tecido
e) substâncias que não puderam ser usadas no pro-
vegetal especializado no transporte de substâncias. cesso fotossintético.

. FGV-SP 2015 Alimentos como a mandioca, a batata e

Proteína P
o arroz armazenam grande quantidade de amido no
parênquima amilífero. Já o parênquima clorofiliano é
responsável pela síntese de glicose. Tendo em vista
que as porções amilíferas e clorofilianas dos vegetais
estão situadas em órgãos diferentes nos vegetais, o
acúmulo do amido depende
Retículo
endoplasmático Célula a) dotransporte de minerais pelo xilema, seguido da
liso companheira síntese de monossacarídeos e polimerização nos
Citoplasma próprios órgãos armazenadores.
Membrana Plasmodesmos b) da polimerização de monossacarídeos nos ór-
plasmática -— ramificados
gãos produtores, seguida do transporte pelo
Parede primária Vacúolo
espessada floema até os órgãos armazenadores.
Porca plhoa Cloroplasto
c) da síntese e polimerização de monossacarídeos
crivada Núcleo
Placa crivada Mitocôndria nos órgãos produtores, seguidas do transporte
pelo xilema até os órgãos armazenadores.
(www.ledson.ufla.br. Adaptado.)
d) dasíntese de monossacarídeos pelos órgãos pro-
Este tecido condutor é constituído por dutores, seguida do transporte pelo floema para
a) células lignificadas, que transportam a seiva bruta polimerização nos órgãos armazenadores.
e dependem das células companheiras para o ar-
e) do transporte de monossacarídeos pelo floema,
mazenamento de amido. seguido do transporte de minerais pelo xilema,
b) células anucleadas vivas, que transportam a seiva
para polimerização nos tecidos produtores.
elaborada e dependem das células companhei-
ras para a manutenção de seu metabolismo. 28. Fuvest-SP 2013 A prática conhecida como Anel de
c) células inativadas, que conduzem a seiva bruta e Malpighi consiste na retirada de um anel contendo
que foram impregnadas de suberina provenien- alguns tecidos do caule ou dos ramos de uma an-
tes das células companheiras.
giosperma. Essa prática leva à morte da planta nas
d) células vivas, que utilizam a seiva elaborada para
seguintes condições:
transportar as moléculas de glicose produzidas
nas células companheiras.
[ela
e) células mortas, que dependem da energia gerada Órgão do qual o
Tipos de planta [ET pm
pelas células companheiras para o transporte de anel
seiva elaborada.
a) Eudicotiledônea Periderme Caule
26. FMP-RJ 2016 Há mais de 300 anos, o cientista ita-
Epiderme
liano Marcello Malpighi realizou um experimento no b) Eudicotiledônea parênquima Ramo
qual ele retirou um anel de casca do tronco de uma e xilema
árvore. Com o passar do tempo, a casca intumesceu
na região acima do corte. c) ' Monocotiledônea Epiderme e Caule ou ramo
parênquima

Eudicotiledônea ca
d) Monocotiledônea parênquima Caule e ramo
e floema
——————p
Após algum
Casca tempo Eudicotiledônea DENNIS:
e) Monocotiledônea parênquima Caule
e xilema
Lenho

128 BIOLOGIA + Capítulo 17 « Fisiologia vegetal|


LD CT TD ET]

Uma outra forma de se alimentar


As bromélias Vriesea gigantea vivem no alto de árvores e acumulam as estruturas que se abrem e fecham para permitir a respiração e a
água entre suas folhas — por isso são chamadas de epífitas com tanque. Até fotossíntese, segundo relata o artigo publicado em 2007 no Brazilian
onde se tem notícia, as plantas desse tipo são as únicas que de preferência Journal of Plant Physiology.
extraem nitrogênio diretamente da ureia, abundante na urina das pererecas A morfologia externa indica que a base das folhas funciona como
que usam a água empoçada para se abrigar e depositar seus ovos. O grupo raiz, absorvendo água e nutrientes, e as pontas como folhas propria-
coordenado pela botânica Helenice Mercier, da Universidade de São Paulo mente ditas, onde acontece a maior parte da fotossíntese. Mas Cassia
(USP), recentemente descobriu que essas bromélias têm duas estratégias estava interessada na fisiologia, no que acontece dentro da planta que
para captar a ureia e desvendou mecanismos fisiológicos únicos. lhe permite absorver esse nitrogênio orgânico. Era preciso localizar e
quantificar as enzimas responsáveis pelo processamento da ureia e seus
Heinsdorff Julariak/Shutterstock.com

subprodutos. Quando essa substância encontrada na urina dos animais


entra na planta, a enzima urease a quebra em amônio e gás carbônico
(CO»). Em seguida entram em ação outras enzimas, sobretudo a gluta-
mina sintetase (GS), que tem grande afinidade por amônio e o integra
no aminoácido glutamina. No início a jovem botânica se concentrou na
base das folhas, que fica submersa na água onde estão os nutrientes,
e jogava fora todo o resto. Parecia um desperdício. “Resolvi ver se a
folha era toda igual para saber se seria possível usá-la por inteiro, e
descobri que estava procurando no lugar errado”, conta. A maior parte
da glutamina sintetase estava nas pontas das folhas, mostrando que o
nitrogênio é na verdade assimilado ali.
A surpresa deu novo ímpeto à pesquisa. “Foi a primeira vez
que se mostrou uma divisão funcional, fisiológica, numa folha”, conta
Helenice. Uma organização que faz sentido: o nitrogênio é assimilado
onde acontece a fotossíntese e há energia de sobra para alimentar
esse processo e se fazem proteínas. O resultado sugere também que o
amônio é transportado da base para a ponta das folhas, outra surpresa.
“O amônio é uma substância muito tóxica que as plantas costumam
Bromélias Vriesea gigantea, epífitas com tanque que acumula água.
assimilar em moléculas orgânicas assim que o absorvem”, explica
Helenice. Em grande concentração, o amônio pode parar a cadeia
Em busca de esmiuçar a descoberta de Helenice de que as bromé- respiratória das plantas, um problema sério nas folhas, responsáveis
lias de tanque utilizam ureia, Cassia Takahashi picou muitas folhas de justamente pela fotossíntese e respiração. Ela ainda não sabe como
vríseas em busca de detalhar como elas absorvem nitrogênio, elemento a Vriesea gigantea evita esses problemas.
químico essencial para construir as proteínas, fundamentais para crescer [..)
e se reproduzir. Observou em detalhes, ao microscópio, que a base de GUIMARÃES, M. Uma outra forma de se alimentar.
cada folha tem uma maior densidade de pequenos pelos que funcionam Pesquisa Fapesp, São Paulo, mar. 2009. Disponível em:
como raízes em miniatura, os tricomas. Já a ponta das folhas, com 70% https://revistapesquisa.fapesp.br/uma-outra-forma-de-se-alimentar/.
do número de tricomas encontrados na base, tem o dobro de estômatos, Acesso em: 9 fev. 2023.

Nutrição vegetal
Inorgânica: absorção água e minerais do solo e gás carbô-
nico da atmosfera.
Orgânica: produção de moléculas orgânicas por meio de Componente de ácidos
fotossíntese. Nitrogênio NO; e NH; nucleicos (DNA e RNA),
(N) (solo) proteínas, hormônios, ATP,
clorofila e coenzimas
Nutrientes essenciais
São 17 elementos químicos fundamentais para a planta com- Abertura dos estômatos,
pletar seu ciclo de vida e produzir descendentes. Potássio (K) K* (solo) cofator de diversas
Macronutrientes: são necessários em grandes quantidades. enzimas e balanço osmótico
Dentre eles temos: carbono (C), oxigênio (O), hidrogênio
FRENTE 2

(H), nitrogênio (N), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), Componente dos ácidos
fósforo (P) e enxofre (S). nucleicos (DNA e RNA),
HoPO; e HPOZ” dos fosfolipídeos das
Micronutrientes: são necessários apenas em pequenas Fósforo (P) (solo)
membranas biológicas, das
quantidades. Dentre eles temos: cloro (Cf), ferro (Fe), man- moléculas de ATP e de
ganês (Mn), boro (Bo), zinco (Zn), cobre (Co), níquel (Ni) e várias coenzimas
molibdênio (Mo).

129
Hidroponia e Estruturas secretoras: hidatódios.
e Técnica de cultivo de plantas em soluções nutritivas sem * Condições necessárias: presença de hidatódios, solo hidra-
necessidade de solo. tado e atmosfera úmida.
* Vantagens: Teoria da transpiração-tensão-coesão-adesão
- diminuição da utilização de agroquímicos (herbicidas e e Força impulsora: transpiração vegetal.
inseticidas);
* Folha: puxa a seiva para cima.
- economia de água;
* Mecanismo:
- diminuição na transmissão de doenças humanas, como
— transpiração vegetal;
lombriga e amebíase.
— tensão no xilema;
Transpiração vegetal - seiva bruta é puxada para cima;
e Eliminação de água no estado gasoso pela epiderme das = coesão e adesão nas moléculas de água;
plantas. - absorção de água do solo pelas raízes.
* Funções: diminuição da temperatura das folhas nos dias
mais quentes e transporte de seiva bruta pelo xilema do Transporte de seiva orgânica
sistema radicular para a parte aérea. * Composição da seiva: água, sais minerais e compostos
e Tipos: cuticular (cutícula) e estomática (estômatos). orgânicos (carboidratos, aminoácidos, proteínas, RNA e
hormônios).
Estômatos e Tecido responsável: foema.
e Abertos: células estomáticas túrgidas, solo hidratado, baixa * Sentido do fluxo: bidirecional.
concentração de gás carbônico e luz intensa. * Fonte de açúcar: órgão responsável pela produção de açú-
* Fechados: células estomáticas flácidas, solo seco, alta con- car, que pode ocorrer por meio de fotossíntese, como nas
centração de gás carbônico e ausência de luz. folhas maduras, ou pela hidrólise do amido, como os órgãos
de reserva maduros.
e [on envolvido: potássio (K*).
e Dreno de açúcar: órgão que consome açúcar e/ou armazena
na forma de amido. Como exemplo de drenos de açúcar
Transporte de seiva mineral
temos raízes, caules, folhas jovens, meristemas, flores, frutos,
* Composição da seiva: água e sais minerais absorvidos do
sementes e órgãos de reserva jovens.
solo pelas raízes.
* Pulgões: inserem o estilete no floema e se alimentam de
e Tecido responsável: xilema. seiva elaborada.
* Sentido do fluxo: unidirecional.
Experimento de Múnch
Absorção pelas raízes * Objetivo: descobrir o mecanismo envolvido no transporte
e Local: região pilífera das raízes. de seiva elaborada.
e Absorção de água por osmose. * Materiais utilizados: bolsas semipermeáveis, recipiente e
tubo de vidro.
e Absorção de sais minerais por difusão e transporte ativo.
* Conclusão: fluxo por pressão ou desequilíbrio osmótico.
* Caminhos possíveis:
- Apoplástico: água e minerais passam pelas paredes Teoria do fluxo por pressão
celulares e pelos espaços intercelulares até chegar à * A seiva elaborada é transportada de uma região em que
endoderme. floema possui maior pressão osmótica (folhas maduras) para
- Simplástico: água e minerais seguem pelos plasmodes- outra de menor pressão osmótica (raízes).
mos até o xilema. * Força impulsora: transporte ativo de sacarose no floema
da fonte de açúcar.
Mecanismos de transporte
Pressão de raiz Anelamento
* Condições: raiz hipertônica e solo hipotônico. * Retirada de um anel da casa ao seu do caule (tronco ou
ramo) de uma planta.
e Raiz: empurra a seiva para cima.
* Consequência: morte da planta (quando realizado no tronco
Gutação principal) ou formação de frutos mais doces (quando reali-
e Eliminação de água no estado líquido pelas folhas. zado em ramos caulinares).

Vídeo
PTS) Transportation in Plants. SymBios. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JFb-CWiIz7kKE.
mais? Acesso em: 13 fev. 2023.
O vídeo mostra, por meio de animações, os mecanismos envolvidos no transporte de seiva nas plantas.

130 BIOLOGIA * Capítulo 17 = Fisiologia vegetal|


Exercícios complementares
1. Unifesp A hidroponia consiste no cultivo de plantas
com as raízes mergulhadas em uma solução nutritiva
que circula continuamente por um sistema hidráulico.
Nessa solução, além da água, existem alguns elemen- Solução Solução
nutritiva
tos químicos que são necessários para as plantas em completa
nutritiva sem
nitrogênio
quantidades relativamente grandes e outros que são
necessários em quantidades relativamente pequenas.
a) Considerando que a planta obtém energia a partir
dos produtos da fotossíntese que realiza, por que, en-
tão, é preciso uma solução nutritiva em suas raízes?
b) Cite um dos elementos, além da água, que obri-
gatoriamente deve estar presente nessa solução
nutritiva e que as plantas necessitam em quan-
tidade relativamente grande. Explique qual sua Folhas
Folhas verdes amareladas
participação na fisiologia da planta.
Tratamento | Tratamento Il
- UFTM-MG Atualmente é possível encontrar varieda-
des de alface, rúcula e agrião produzidas por meio da Explique o resultado obtido no Tratamento Il.
cultura hidropônica, técnica que consiste no plantio - UFSC A figura abaixo representa, ao centro, o esque-
desses vegetais sem o contato com o solo, ficando
ma de uma estrutura vegetal cnamada estômato.
inseridos em canaletas individuais.

a) Em que consiste a hidroponia? Explique por que o


conteúdo que fica em contato com as raízes das
plantas deve ficar frequentemente circulando. A respeito da estrutura acima e de seu papel fisiológi-
b) A que grupo de vegetais pertencem as plantas co, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
citadas? Cite uma característica encontrada em 01 O funcionamento dos estômatos está associado
plantas desse grupo e que não ocorre nos de- aos mecanismos de transporte de seiva no vegetal.
mais grupos vegetais. 02 A seta Il da figura indica a presença de cloroplas-
tos nas células estomáticas.
. UFMG (Adapt.) A hidroponia é uma técnica alterna- 04 Os estômatos são estruturas encontradas em vá-
tiva de cultivo, que se caracteriza pela substituição do rias partes do vegetal, especialmente no caule.
solo por uma solução aquosa, que contém apenas os 08 A seta Illindica as células-acessórias ou subsidiá-
minerais indispensáveis aos vegetais. Esse método rias; através delas ocorre a eliminação da água
foi desenvolvido, em laboratórios de pesquisa, para por transpiração para o exterior do vegetal.
se verificar o efeito individual de diferentes nutrientes 16 Os estômatos são estruturas muito versáteis, par-
sobre o crescimento das plantas. No Brasil, a adoção ticipando inclusive dos mecanismos de defesa
desse tipo de cultivo tem aumentado nos últimos anos vegetal, pois podem produzir e eliminar substân-
e, hoje, é possível encontrar, em mercados e feiras, cias tóxicas.
vários tipos de hortaliças “hidropônicas”.
FRENTE 2

32 A seta | indica a abertura estomática que ocorre


Além de oferecer vantagens econômicas e ecológi- entre as células-guarda e por onde se realizam as
cas, o método de cultivo hidropônico, pode ajudar a trocas gasosas nos vegetais.
diminuir a disseminação de algumas doenças. 64 O funcionamento do estômato é controlado por
Observe este esquema, em que estão representados fatores intracelulares, sendo independente de fa-
dois tipos de tratamento aplicados a uma mesma es- tores externos como a luminosidade e a umidade.
pécie de planta: Soma:

131
5. Fuvest-SP Na vitória-régia, mostrada na figura abaixo, os As moléculas de água são absorvidas principalmente
estômatos localizam-se na superfície superior da folha, através da raiz, e o CO», através dos estômatos.
o que acontece também em outras plantas aquáticas. a) A abertura dos estômatos depende de diversos fa-
tores ambientais. Cite um fator ambiental que afeta
a abertura estomática e explique como isso ocorre.
b) Que processo permite que a planta utilize parte
das substâncias orgânicas produzidas na fotos-
síntese como fonte de energia para suas células?
Em que consiste esse processo?

. Fuvest-SP 2016 No gráfico abaixo, uma das curvas


representa a entrada e a outra, a saída de água em
uma árvore da mata atlântica, ao longo de 12 horas,
num dia ensolarado.

18

a) Considerando o ambiente em que a vitória-


-régia ocorre, seus estômatos passam a maior

Taxa relativa (g/h)


parte do tempo abertos ou fechados? Justifique
sua resposta. 10
b) Liste o que entra e o que sai do estômato aberto
de uma folha.
. UEPG-PR 2016 Abaixo estão representados esque-
maticamente cortes transversais de estômatos em
duas situações distintas.
8 10 12 14 16 18 20
Hora do dia

a) Considerando que, em uma planta terrestre, a


transpiração é realizada majoritariamente pelos
célula- estômatos, identifique a curva que representa
guarda
a transpiração e a que representa a absorção
AS ostíolo | de água.
b) Explique como os processos da transpiração e
Sobre o assunto, assinale o que for correto. da absorção de água nas plantas se relacionam
01 Durante a noite, ocorre a situação (A). Os estôma- fisiologicamente.
tos se abrem por meio da ação do ácido abscísico, c) Na figura abaixo, há o esquema de um estômato
permitindo a saída de água por transpiração. aberto. Nas quatro barras pretas, coloque setas
02 Quando há falta de água na planta (B), o ácido indicando a direção do fluxo da água entre as cé-
abscísico chega até as células estomáticas e lulas estomáticas, para manter o estômato aberto.
estimula a saída de íons potássio, diminuindo a
concentração osmótica destas células, as quais
perdem água por osmose para as células vizi-
nhas, levando ao fechamento do ostíolo.
04 Podemos observar a ocorrência da situação (B) na
ausência de luz ou sob alta concentração de CO,
quando as células estomáticas perdem potássio
e, consequentemente, água e murcham.
08 Em (A), as plantas estão com suprimento adequa-
do de água, as células estomáticas permanecerão
túrgidas, mantendo o ostíolo aberto.
Ostíolo
Soma:

- Unicamp-SP As substâncias orgânicas que nutrem as . UFPR 2013 Estômatos são estruturas vegetais es-
plantas são produzidas por meio da fotossíntese em pecializadas que ocorrem principalmente nas folhas
células dotadas de cloroplastos, localizadas principal- e que apresentam dois estados funcionais carac-
mente nas folhas. Nesse processo, que tem a luz como terísticos, aberto e fechado. Diferentes condições
fonte de energia, moléculas de água (H,0) e de gás car- ambientais, apresentadas na tabela a seguir, acarretam
bônico (CO,) reagem, originando moléculas orgânicas. a abertura ou fechamento dessas estruturas.

132 BIOLOGIA * Capítulo17 = Fisiologia vegetal|


a) Preencha a tabela, identificando qual o comporta-
ESTÔMATO ABERTO
mento que os estômatos terão em cada condição
apresentada.

Comportamento dos
iai, . estômatos (aberto X fechado)

Intensidade Alta
luminosa Baixa

Suprimento Alto
de água Baixo

Concentração Alta
de CO, Baixa

b) Explique um desses comportamentos (apenas um).

10. UFTM-MG As duas figuras representam importantes


estruturas epidérmicas presentes principalmente na
face inferior das folhas. O gráfico ilustra as modifica-
01 O movimento estomático, quando o suprimento
ções que podem ocorrer ao longo de um dia com
hídrico é adequado, deve-se à entrada e à saída
essas estruturas.
de íons potássio (K” nas células-guarda. Em pre-
sença de luz ou sob baixa concentração de gás
carbônico (CO), íons K* são bombeados das cé-
lulas acessórias para o interior das células-guarda.
O aumento da concentração desse íon faz com
que as células-guarda absorvam água das células
acessórias por osmose, tornando-se túrgidas e
abrindo o ostíolo.
Os estômatos abrem-se quando a planta é sub-
metida a baixas concentrações de gás carbônico
(CO») e fecham-se quando a concentração desse
gás se eleva. Se o gás carbônico (CO,) se acumu-
la no mesófilo, isso provavelmente significa que
A esse gás não está mais sendo utilizado para a fo-
8 ' ' tossíntese, devido à falta de luz, sinalizando que
' '
Sa os estômatos podem ser fechados.
S
'o ' '
n ' ' 04 O suprimento hídrico, que a planta dispõe, não
S ' '
' ' exerce influência sobre o movimento dos estôma-
= ' '
o
U '
'
'
'
tos. Na presença ou ausência de água, a abertura
' '
9 Ê ' ' ' ou fechamento do estômato é controlado somen-
0 1 ' ' '
ed ' '
'
'
'
'
'
te pela presença de luz e gás carbônico (CO).
1 1 1 »
— —— ——. e e: 08 No estômato fechado, as células acessórias cedem
A B A água e íons K' para as células-guarda, promo-
hora do dia vendo o fechamento do ostíolo.
Com base no exposto, responda: Soma:
a) A quais momentos do gráfico é possível cor-
relacionar as figuras 1 e 2, respectivamente? 12. Fuvest-SP 2020 Analise os gráficos relativos ao com-
Justifique sua resposta. portamento de plantas sujeitas a diferentes condições
ambientais:
b) Uma planta que esteja em ambiente iluminado,
com pouco gás CO, no mesofilo e solo úmido,
O (1)
Quantidade de estômatos abertos

deve induzir as estruturas epidérmicas a ficarem


Quantidade de água absorvida

como indicado em qual figura? Explique como os


íons potássio participam desse processo.
pelas raízes

11. UEPG-PR 2014 Nas figuras A e B a seguir estão


re presentados estômatos aberto e fechado, respec-
tivamente. Com relação ao mecanismo de abertura e
fechamento dos estômatos e os fatores ambientais 0 4 8 12 16 20 24 0 4 8 12 16 20 24
Horário do dia Horário do dia
atuantes, assinale o que for correto.

133
14. Unicid-SP 2019 Os estômatos são formados por duas
(1)
Quantidade de estômatos abertos

células-guarda que se dispõem paralelamente. Refor-

opesag!| “09 ap apepyueny


Quantidade de CO; consumido
ços de celulose na parede dos estômatos possibilitam

opSesdsas eu
2

o
uma alteração no formato destas células: quando se

na fotossíntese
ad É Caen 4

8|
A
encontram túrgidas, o estômato se abre, permitindo a

2
S

3
2

&
comunicação do mesófilo com o meio externo; quan-
do ficam flácidas, o estômato se fecha. A abertura e
o fechamento estomático são controlados de acordo
De

0 4 8 12 16 20 24
com as condições do meio e com as necessidades
Horário
do dia Intensidade luminosa
da planta.
a) Numa árvore, em qual órgão vegetal se localizam
a) Em relação ao gráfico |, em que horário aproxi-
os estômatos? Qual a importância dos estômatos
mado do dia se espera maior quantidade de
para a fotossíntese?
estômatos abertos?
b) Em uma árvore com pouca água disponível no
b) Considerando os gráficos Il e Ill, como represen-
solo, como ficam os estômatos nas horas mais
tativos de indivíduos da mesma espécie, indique
quentes e ensolaradas do dia? Em condições
aquele associado a plantas em estresse hídrico
ideais de água e luminosidade, qual outro fator
e aquele associado à maior taxa de fotossíntese no
influencia a atividade estomática?
período de maior luminosidade.
c) Pela análise do gráfico IV, qual planta cresce me- 15. UEPG/PSS-PR 2021 A respeito da absorção de água
lhor na sombra? Qual é a intensidade mínima de e de íons pelas plantas, assinale o que for correto.
luz, aproximadamente, para que a planta B consu- 01 Ocorre principalmente através dos pelos absor-
ma mais CO, do que produza? ventes das raízes.
02 Pode ocorrer de célula a célula, através das mem-
13. Unicamp-SP 2022 Como parte do complexo ecossis-
branas celulares.
tema terrestre, as espécies vegetais devem responder
04 Essa absorção não ocorre através dos plasmo-
ao aumento da concentração de dióxido de carbono
desmos.
(CO,) atmosférico. Todavia, respostas diferenciais ao
08 Pode ocorrer entre as paredes celulares, sem
aumento da concentração de CO, são esperadas em
atravessar o citoplasma das células.
função do metabolismo fotossintético. Nas figuras abai-
xo, as variações relativas da fotossíntese (painel A) e Soma:
da abertura dos estômatos (painel B) em função do au-
16. Fasm-SP 2016 A figura mostra o fenômeno da guta-
mento da concentração de CO, atmosférico (parte por
ção na folha de uma planta de pequeno porte.
milhão, ppm) são apresentadas para duas espécies.
Observe que a fotossíntese máxima da espécie 2 é a
metade do valor máximo da espécie 1 e que a abertura
estomática máxima é igual nas duas espécies.

A B
100 qeeeeeieseaeieooooã .—s 100
E A ||
o 8
E Tn
9 50 É 50
2 es
E . ES
o
% «Espécie 2 2
o
Lo 0
O : : : .

0 200 400 600 800 0 200 400 600 800


Concentração de CO, (ppm) Concentração de CO; (ppm)

a) Considerando que a fotossíntese pode ser expres-


(www.todabiologia.com)
sa como uma reação enzimática de carboxilação,
qual espécie possui a enzima fotossintética com Na gutação, a planta elimina água na forma líquida
maior afinidade pelo substrato CO;? Justifique pelos hidatódios, diferentemente do vapor d'água eli-
sua resposta. minado pela transpiração nos estômatos.
b) Qual é a principal função dos estômatos? A efi- a) Considere que haja farta disponibilidade hídrica
ciência do uso da água pelas plantas — calculada do solo. A gutação irá ocorrer sob condições de
pela relação entre a fotossíntese e a abertura es- baixa ou de alta umidade relativa do ar? A trans-
tomática — é um critério para selecionar plantas piração será maior sob condições de baixa ou de
tolerantes à falta de água. Em uma atmosfera com alta umidade relativa do ar?
800 ppm de CO;, qual espécie teria maior eficiên- b) Explique o mecanismo fisiológico que leva ao
cia do uso da água? Justifique sua resposta. processo de gutação.

134 BIOLOGIA «= Capítulo 17 = Fisiologia vegetal|


17. Unifesp 2020 Dois ecólogos viram um toco de árvo- 20. Famerp-SP 2020 Um jovem morador do litoral usou
re que, à primeira vista, parecia estar morto, porém, água do mar para regar cinco vasos de azaleias. Fez
notaram que ele estava vivo. Intrigados, os cientistas ins- isso por duas semanas ininterruptamente. Depois
talaram no toco e em uma árvore ao lado instrumentos desse período, todas as plantas estavam mortas, evi-
para medir o fluxo de água. Os resultados mostraram que denciando um caso de seca fisiológica. Sabe-se que a
o funcionamento das duas plantas estava intimamente azaleia é uma planta eudicotiledônea, que deve rece-
interligado. Nos dias de sol, a árvore absorvia água do ber água todos os dias, sobretudo no verão.
solo, enquanto o toco permanecia dormente. À noite, era a) Na raiz íntegra de azaleia, quais estruturas são
o toco que se hidratava, e a árvore não absorvia mais responsáveis pela absorção de água e de mine-
água. Ao que tudo indica, a fusão de várias raízes criou
rais? De qual tecido essas estruturas se originam?
um verdadeiro sistema de encanamento compartilhado
b) O que é a seca fisiológica? Explique a relação
no solo daquela floresta.
entre a prática realizada pelo jovem e esse fenô-
(A. ). Oliveira. “O toco de árvore que se recusa a morrer”.
https://super.abril.com.br, 29.07.2019. Adaptado.) meno que levou as plantas à morte.

a) Durante a noite, como se apresentavam os ostío- 21. CUSC-SP 2016 A figura apresenta pulgões sobre o
los dos estômatos nas folhas da árvore? Qual a caule de uma determinada planta.
consequência desse comportamento dos ostíolos
em relação ao fluxo de dióxido de carbono da at-
mosfera para o mesófilo?
b) Em qual tecido vegetal os ecólogos mediram o
fluxo de água presente no toco e na árvore? Por
que somente a hidratação não justifica o toco es-
tar vivo?

18. UFJF-MG O esquema abaixo representa caminhos de


absorção de água pelos vegetais:

(http:/flores.culturamix.com)

a) Os pulgões utilizam seu aparelho bucal para atin-


gir um vaso condutor da planta. Qual é o vaso
condutor que os pulgões atingem? Cite o tipo de
seiva transportada por esse vaso.
b) Indique o nome da interação ecológica que ocor-
re entre os pulgões e a planta. Explique essa
interação.

- FCMSCSP 2019 A figura representa um experimento


Sobre o esquema, responda às seguintes questões:
em que o ramo de uma planta com flores e frutos teve
a) Qual órgão vegetal está representado no esquema
suas folhas inseridas em um frasco transparente e se-
acima e qual a região, quanto à morfologia externa,
lado. No interior do frasco, adicionou-se gás carbônico
onde foi realizado o corte esquematizado?
composto por isótopos pesados de oxigênio (180) em
b) Quanto à compartimentalização, diferencie os ca-
concentração equivalente à do ar atmosférico. Todo
minhos (A e B) que a água pode seguir quando
o ramo permaneceu hidratado e sob intensidade lu-
está sendo absorvida pelo vegetal.
minosa acima do ponto de compensação fótico. Ao
c) A camada de células (Y) se encontra entre o cór-
longo do ramo foi colocado um pulgão, que retirou
tex e o cilindro vascular, possui suas paredes
substâncias de um vaso condutor da planta.
celulares impregnadas por suberina, formando
faixas denominadas estrias de Caspary. Nomeie a
Frasco
camada Y e cite a função das estrias de Caspary
no processo de absorção de água pelos vegetais.
sá x Pulgão O

19. PUC-Campinas 2018 (Adapt.) Um dos combustíveis


fósseis mais utilizados é o carvão, em grande parte
E)

originário do Carbonífero, período em que o ambiente


terrestre apresentava as primeiras plantas de gran- Flor Fruto
de porte com alturas atingindo 30 metros. Isso só foi
possível graças a um eficiente sistema de transpor-
te da água absorvida pelas raízes até as extremidades Gás carbônico
da planta. Explique como ocorre esse transporte. composto por *8O

135
a) De qual vaso condutor da planta o pulgão retirou
substâncias? Qual substância retirada pelo pul-
gão apresenta o isótopo pesado de oxigênio?
b) Qual a relação esperada entre a taxa de fotossín-
tese e a taxa de respiração celular neste ramo?
Por que foi constatado que a maior parte dos isó-
topos pesados de oxigênio ficou estocada nas
células das folhas?
01 Em A, quando o conjunto é mergulhado em um
23. Fasm-SP 2020 O experimento a seguir consiste em
recipiente com água pura, a bolsa com solução
um tubo em forma de “U” em cujas extremidades fo-
de glicídios absorve água do recipiente por os-
ram acopladas bolsas formadas por papel celofane.
mose, como visualizado em B.
Os poros do celofane permitem a passagem de água,
02 No modelo, o tubo que liga as bolsas representa
mas impedem a passagem de soluto. A bolsa indicada
os elementos condutores do floema. Os vasos do
pela letra A contém uma solução de glicídios, sendo
floema transportam as moléculas orgânicas pelo
hipertônica em relação ao meio, enquanto a bolsa
tronco até a raiz e órgãos de reserva.
indicada pela letra B contém apenas água pura. O
04 Em B, a pressão da entrada da água na bolsa com
aparato foi mergulhado em água pura e assim manti-
solução de glicídios força o líquido a fluir pelo
do por cerca de trinta minutos.
tubo em direção à próxima bolsa, arrastando junto
moléculas de glicídios.
os No modelo, o fluxo de líquido da bolsa com so-
lução de glicídios para a bolsa com água pura
ocorre até que as concentrações de glicídios
se igualem. Na planta isso nunca ocorre, pois as
células consumidoras utilizam constantemente
os glicídios que chegam até elas, mantendo as
concentrações de substâncias orgânicas nessa
extremidade do floema sempre menor que na ex-
tremidade em contato com as células produtoras.
16 Nesse modelo, a bolsa com solução de glicídios
representa a fonte de substâncias orgânicas, isto
(José Mariano Amabis e Gilberto R. Martho. é, as células produtoras ou armazenadoras. A bol-
Biologia dos organismos. 2004. Adaptado.) sa, inicialmente com água pura, pode representar
a) Que estrutura biológica está sendo represen- as células consumidoras, como as da extremida-
tada pelo papel celofane? Explique o que ocor- de de uma raiz, por exemplo.
re com o aparato ao ser mergulhado no recipiente Soma:
com água pura.
b) Cite o processo fisiológico vegetal representado 25. UFJF-MG 2017 Em 1675, o biólogo italiano Marcello
pelo experimento. Que grupos vegetais apresen- Malpighi (1628-1694) realizou uma experiência básica e
tam o processo em questão? fundamental para que ocorresse uma elucidação poste-
rior sobre o fluxo de seivas bruta e elaborada nas plantas
24. UEPG-PR 2015 A figura abaixo apresenta um modelo vasculares. Nos três casos abaixo desconsidere prolife-
físico da hipótese do fluxo por pressão para explicar ração de doenças e/ou ataque de pragas e responda:
o deslocamento da seiva elaborada nos elementos a) Caso ocorra uma retirada de casca em torno de
condutores do floema. Neste experimento, as bolsas todo o tronco principal de uma arbórea na altura
são constituídas por membranas semipermeáveis. do peito (cerca de 1,5 metro do solo), processo
Com relação à proposta deste modelo, assinale o denominado anelamento, o que acontece em
que for correto. termos de condução de seivas e manutenção da
vida desta planta?
b) Caso, nessa mesma árvore, esse anelamento
ocorra apenas em um ramo lateral, e não no tron-
co principal, responda às mesmas questões.
c) Caso estipulemos um anelamento de 3 cm de
profundidade à altura do peito em um estipe (cau-
le de palmeira) com 20 cm de diâmetro, responda
às mesmas questões.

26. UFTM-MG Foram retirados dois anéis em torno do


“* Bolsa com caule de duas plantas (cana-de-açúcar e laranjeira),
n solução de glicídios água
como ilustra o esquema.

136 BIOLOGIA + Capítulo 17 « Fisiologia vegetal|


e.
a) Qual a função dos tecidos representados pelos
números 1 e 2em A? EmC, o que ocorrerá com a
planta após algum tempo e por quê?
b) O anel de Malpighi interfere no fluxo em massa de
solutos. Como ocorre esse fluxo em massa?

UEPG-PR 2019 Substâncias orgânicas produzidas


nas folhas são transportadas para as raízes pelas ca-
madas mais externas do caule. Se removermos um
anel da casca no caule principal, a planta morrerá,
pois suas raízes deixam de receber o alimento envia-
do pelas folhas.
A cana pertence ao grupo das monocotiledôneas e a
Sobre o assunto, assinale o que for correto.
laranjeira ao grupo das eudicotiledôneas. Em relação
01 Coma remoção do anel externo da casca, o trans-
às intervenções realizadas, responda:
porte da seiva bruta fica interrompido. Os vasos
a) Qual delas provavelmente irá morrer, a cana-de-
xilemáticos deixam de distribuir as substâncias or-
-açúcar, a laranjeira ou ambas? Explique por quê.
gânicas produzidas pelas folhas para as regiões
b) Por que as eudicotiledôneas geralmente apre-
de células consumidoras (raízes).
sentam maior espessura do caule do que as
02 A remoção do anel da casca faz com que a seiva
monocotiledôneas?
elaborada, transportada pelos vasos do xilema
27. UEL-PR 2020 As figuras a seguir ilustram a prática co- e composta por água e sais minerais absorvidos
nhecida como Anel de Malpighi. pelas raízes, não chegue até a região do caule e
se dirija para as folhas, impedindo o crescimento
B C da planta.
04 A remoção de um anel de casca em um ramo in-
terrompe os vasos floemáticos e bloqueia o fluxo
da seiva elaborada. A seiva acumula-se na região
imediatamente acima do anel, o que provoca o
crescimento dos tecidos e inchaço da região.
os As células consumidoras são aquelas presentes
nas folhas e são assim chamadas por “consumirem”
energia solar para a realização da fotossíntese e,
consequente produção de substâncias orgânicas,
as quais são enviadas para as regiões de células
e exportadoras.
16 Segundo a hipótese do fluxo por pressão, o trans-
Essa prática consiste na retirada de um anel contendo
porte da seiva elaborada ocorre devido a um fluxo
alguns tecidos do caule ou dos ramos de uma árvore.
gerado por diferença de potencial osmótico en-
Em A, está representado o movimento da condução
tre células produtoras e células consumidoras de
de seiva, em B, o caule principal da planta após a re-
tirada do anel e, em C, o aspecto apresentado pelo substâncias orgânicas. A diferença osmótica de-
caule principal após algumas semanas. Com base nas
corre do bombeamento ativo, com gasto de ATP.
figuras, responda aos itens a seguir. Soma:

1. Unicamp-SP 2018 Plantas têm papel crucial na


Umidade relativa do ar (%)

ciclagem de carbono e de água no ambiente, cap-


ê
co, (ppm)

tando e liberando o gás carbônico atmosférico


e transferindo água do solo para o ar. Os gráficos
Sd
E

ao lado representam padrões anuais de variação


nas concentrações de vapor d'água do ar e de gás JEMAMI JASONO
300
JFMAMI JASONO
carbônico em regiões ocupadas por duas florestas Meses Meses

tropicais distintas, A e B. -o Floresta A -sFloresta B -o Floresta A + Floresta B

137
As variações mostradas ocorrem como consequên- Para que a água ascenda à caixa d'água e à copa do
cia da presença das florestas. A precipitação nas coqueiro, é necessário que,
duas áreas ocorre no período quente do ano (se- a) ao nível do solo, haja no cano e no floema uma
tembro a abril. Além disso, a concentração de CO, impulsão da coluna de água, elevando-a até a
atmosférico seria de 380 ppm se não houvesse co- extremidade oposta desses sistemas condutores.
bertura vegetal. b) metros acima do nível do solo, haja no cano e no
a) Considerando que a transpiração tem relação xilema uma sucção da coluna de água, elevando-
direta com o consumo hídrico, qual das duas -a desde o nível do solo.
florestas tem maior dependência de disponibi- c) metros acima do nível do solo, haja no cano e no
lidade de água? Considerando que a fotossín- floema uma sucção da coluna de água, elevando-
tese e a respiração determinam o padrão anual -a desde o nível do solo.
de variação de CO», qual das duas florestas tem d) ao nível do solo, haja no cano uma impulsão da
maior produção anual de biomassa? Justifique coluna de água e, metros acima do nível do solo,
suas respostas. haja no xilema uma sucção da coluna de água,
b) Em um cenário de redução no regime de chuvas, elevando-as desde o nível do solo.
o que aconteceria com as concentrações de va- e) ao nível do solo, haja no cano e no xilema uma
por d'água do ar e de CO, nas regiões ocupadas impulsão da coluna de água, elevando-a até a
pelas florestas? Justifique sua resposta. extremidade oposta desses sistemas condutores.

Unesp 2020 Um coqueiro (Cocos nucifera) pode Unesp 2019 A figura reproduz o modelo físico pro-
atingir até 30 metros de altura e produzir até 80 fru- posto por Ernst Múnch para explicar sua hipótese
tos por ano. Cada fruto, ainda verde, tem em média sobre o deslocamento de seiva nas plantas. Duas
289 mL de água, na qual estão dissolvidos açúcares bolsas semipermeáveis, interconectadas por um tubo,
e sais minerais. são imersas em vasos que contêm o mesmo volume
de água destilada. A bolsa 1 contém apenas água
destilada e a 2, uma solução concentrada de água e
açúcar. Os vasos são ligados por outro tubo, com uma
torneira acoplada, que permanece fechada durante
todo o experimento. Na figura, Ah indica o desnive-
lamento de água ocorrido nos vasos após o início do
experimento, no curto intervalo de tempo em que o
açúcar permaneceu restrito à bolsa 2.

Ah

Por analogia, os frutos de um coqueiro assemelham-


-se à caixa d'água de uma residência. Em ambos os Bolsa 1 Bolsa 2

casos, a água obtida ao nível do solo é armazena- Sobre o experimento, foram feitas as afirmações:
da, em grande quantidade, metros acima do nível
Il. Abolsa 1 representa o sistema radicular, enquan-
desse solo.
to a bolsa 2 representa as folhas da planta.
Il. Na bolsa que corresponderia às folhas da planta,
Caixa d'água a pressão osmótica equivale ao produto entre a
densidade da água, a aceleração da gravidade e
o Ah.
HI. Enquanto fechada, a torneira equivale, na planta,
ao método de anelamento do caule.
Rede pública É verdadeiro o que se afirma em
a) lell, apenas. d) Il, apenas.
b) Ile Ill, apenas. e) | llelll.
c) |, apenas.

138 BIOLOGIA « Capítulo


17 = Fisiologia vegetal|
Eye Of Science/ Sciance
Photo Library/ Fotoarena
Fitormônios
A regulação e coordenação do metabolismo, o crescimento e a morfogênese nos vegetais dependem muitas vezes de
sinais químicos, conhecidos como hormônios vegetais ou fitormônios (do grego phytos, planta, e horman, estimular). Em muitos
casos, a concentração e a ação conjunta de diferentes hormônios são responsáveis pelas respostas fisiológicas das plantas.
De acordo com o conceito utilizado na fisiologia animal, um hormônio é uma molécula sinalizadora produzida em
baixas concentrações em uma região e transportada para outras regiões do organismo, nas quais se liga a receptores
específicos nas células-alvo, iniciando respostas fisiológicas. Nas plantas, os fitormônios mais importantes são: auxinas,
giberelinas, citocininas, ácido abscísico e etileno.

Auxina
A auxina, nome dado a um conjunto de moléculas essenciais ao desenvolvimento vegetal, foi o primeiro hormônio
vegetal descoberto. A principal auxina produzida pelas plantas é o ácido indolacético (AIA), molécula derivada do ami-
noácido triptofano e sintetizada principalmente nas gemas apicais caulinares, nas folhas jovens e nas sementes em
desenvolvimento. Atualmente são produzidas diversas moléculas sintéticas que simulam os efeitos da auxina natural, como
o ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), o ácido naftalenoacético (ANA) e o ácido indolbutírico (IBA).
O transporte de auxina ocorre pelo tecido parenquimático na direção descendente no caule a partir das gemas apicais,
fenômeno conhecido como transporte polar. A força da gravidade não influencia a direção do movimento de auxina, de
modo que a polaridade é um fenômeno totalmente biológico. Ela depende da posição das proteínas transportadoras
de auxina, que estão localizadas na base das células parenquimáticas.
A sensibilidade à auxina varia nas diferentes partes da planta. As raízes possuem sensibilidade alta, e concentrações
baixas do hormônio são suficientes para estimular o crescimento celular. Já os caules possuem sensibilidade baixa, ou seja,
suas células são menos sensíveis à auxina e necessitam de concentrações elevadas para serem estimuladas ao crescimento.
Para os dois órgãos, entretanto, existe uma concentração ideal de auxina, na qual a resposta de crescimento é máxima.

Descoberta da auxina Efeito de diferentes concentrações de auxina


A descoberta da auxina ocorreu em 1926, por meio sobre o crescimento da raiz e do caule
de experimentos realizados pelo botânico holandês Frits
Warmolt Went (1903-1990) com plântulas de alpiste. Went Raiz: sensibilidade alta Caule: sensibilidade baixa

removeu o ápice das plântulas e os colocou sobre blocos


de ágar, uma substância gelatinosa. Ao colocar os blocos de 8
ágar sobre as plântulas decapitadas, elas voltavam a crescer. E
Alongamento celular

Quando Went colocou o bloco apenas na metade de 1ú


um dos lados das plântulas lesionadas, o crescimento ocor-
reu apenas desse lado. A conclusão foi a de que os blocos
0

de ágar possuíam uma substância química produzida pelo


Raiz Caule
Inibição

ápice e que promovia o crescimento das células, sendo


batizada por ele pelo nome de auxina.

CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020.
10" 10º 107 105 10% 107
Gráfico representando a relação entre a concentração de auxina (mol/L) e o :
P ç ç ( ) Concentração de auxina (mol/L)
alongamento celular na raiz (linha vermelha) e no caule (linha azul).

ELEMENTOS | i Ápice
FORA DE
PROPORÇÃO Alpiste a ada Bloco de ágar com auxina
(plântula) “E estimula o crescimento
Blocode Bloco
ágar de ágar
com auxina
Crescimento Crescimento Crescimento
Sem Sem vertical para a esquerda para a direita
crescimento crescimento

NABORS, M. W. Introdução à
Botânica. São Paulo: Roca, 2012.

Grupo Bloco de ágar Bloco de ágar Bloco de ágar com Bloco de ágar com Representação esquemática do
controle semauxina 'comauxina auxina posicionado auxina posicionado experimento que resultou na
à direita à esquerda descoberta da auxina.

140 BIOLOGIA * Capítulo


18 = Fisiologia vegetal Il
A seguir, serão abordados os diversos efeitos das auxinas nas plantas.

Alongamento celular
Um dos efeitos da auxina é estimular o alongamento celular em regiões que estejam em crescimento. A auxina es-
timula o bombeamento ativo de íons H* do citosol para a parede celular. A acidificação da parede celular ativa enzimas
que rompem as ligações entre as moléculas de celulose e hemicelulose.
O aumento do potencial de membrana promove absorção de íons pelas células, que se tornam hipertônicas e passam a
absorver água. O aumento da turgescência e da plasticidade da parede celular é que possibilitam o alongamento das células.
Além disso, a auxina também estimula a produção de novas proteínas citoplasmáticas nas células que estão se alongando.

7
| cones | | ELEMENTOS

com
J. MarinifShutterstock.
Ls
FANTASIA | | FORADE £
PROPORÇÃO

Representação esquemática
do efeito da auxina no
Parede celular Citosol Vacúolo Núcleo alongamento celular.

Dominância apical
A auxina produzida pelas gemas apicais é transportada para as gemas axilares mais próximas a ela, que permanecem
em estado de dormência (inibição), fenômeno conhecido como dominância apical. Esse mecanismo prioriza o crescimento
vertical e evita a ramificação desnecessária de seu sistema caulinar.
O fenômeno de dominância apical acaba na medida em que as gemas apicais se tornam mais distantes das gemas axila-
res. Quando isso ocorre, as gemas laterais desinibidas se desenvolvem formando ramos laterais. A entrada de citocininas no
sistema aéreo, produzidas pelas raízes, antagoniza o efeito da auxina, sinalizando a quebra de dormência das gemas axilares.
Nesse sentido, a razão entre auxina e citocinina é CORE NEN
Tesoura de poda
considerada determinante para a manutenção ou EA FORA DE
quebra da dormência das gemas axilares. Gema apical More
A poda das plantas, utilizada em jardinagem,
quebra a dominância apical, estimulando a for-
mação de novos ramos laterais. Após a poda, as Gema
gemas axilares despertam, entram em atividade, apical ativa Gema
formam novos ramos e se tornam gemas ativas
na produção de auxina. Plantas com mais ramos
produzem mais folhas e flores, trazendo beleza
aos jardins e praças das cidades, bem como maior
produtividade nos campos de cultivo. Sema cer Ramos laterais
inibida

Representação esquemática do efeito da poda (retirada da


gema apical) na quebra da dominância apical e no processo de .
ramificação da planta (formação de ramos laterais). Antes da poda Depois da poda

Crescimento de frutos
Outro efeito da auxina é o crescimento dos frutos. Quando os óvulos fecundados começam a se transformar em
sementes, os embriões em desenvolvimento produzem auxina. Em resposta à auxina, a parede do ovário se desenvolve
e origina o fruto. Nesse sentido, quanto maior o número de sementes em desenvolvimento, maior será a produção de
auxina pelos embriões e, consequentemente, maiores serão os frutos que as envolvem.
A aplicação de auxina sintética nas flores do tomateiro, por exemplo, induz o desenvolvimento dos frutos, tornando
o cultivo de tomates em estufas economicamente viável. Se a auxina sintética for aplicada nas flores de plantas antes da
polinização, ocorre a formação de frutos sem sementes, conhecidos como frutos partenocárpicos.
SAIA

Herbicidas
Algumas auxinas sintéticas são utilizadas como herbicidas, uma vez que estimulam as plantas a produzir altas taxas de
etileno, provocando envelhecimento e morte das folhas. Um exemplo é o ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), um herbi-
cida do ou seja, que é letal para as eudicotiledôneas e inofensivo para as monocotiledôneas. Isso ocorre porque as
eudic ôneas, diferentemente das monocotiledôneas, não apresentam enzimas que inativam a auxina sintética. Dessa
forma, o 2,4-D é muito eficiente em manter o cultivo de gramados, canaviais e lavouras de cereais, que são monocotiledôneas.

141
e DS e E Ee TSS ]
Agente laranja e Guerra do Vietnã
O agente laranja é um produto químico formado por uma mistura de auxinas sintéticas, utilizado como desfolhante durante
a Guerra do Vietnã. A Força Aérea dos Estados Unidos jogava, com o auxílio de aviões e helicópteros, o agente laranja nas
plantações, a fim de diminuir a produtividade agrícola, e nas florestas, para revelar os esconderijos dos vietnamitas. Cerca
de 16% do território do Vietnã foi afetado pela liberação do agente laranja. Além da queda das folhas, o agente laranja
também provocou malformações congênitas em humanos, cujos efeitos podem ser notados até hoje em áreas do Vietnã,
Laos e Camboja.

Everett Collection/Shutterstock.com
Helicóptero da Força Aérea dos Estados Unidos jogando agente laranja em uma floresta durante a Guerra do Vietnã.

Formação de raízes

Dr Jeremy Burgess/ Science Photo Library/ Fotoarena


As auxinas sintéticas são utilizadas na propagação vegetativa das plantas,

que estimulam a formação de raízes. Quando estacas (ramos caulinares) ou fo-
lhas recebem aplicação de ácido indolbutírico (IBA), ocorre aumento na formação
de raízes adventícias nas proximidades da superfície cortada. Além disso, a auxina
também proporciona uma maior ramificação das raízes produzidas pelas mudas.

Giberelinas
As giberelinas (GAs) são hormônios vegetais que provocam diversos efeitos
nos vegetais, como alongamento do caule, crescimento de frutos e germinação
das sementes. Atualmente são conhecidos mais de cem tipos diferentes de
giberelinas, mas o ácido giberélico (GA3) é o mais estudado. Esses hormônios
são produzidos principalmente pelos meristemas apicais (caulinares e radicula- . . o
. eu . Formação de raízes adventícias em caule de
res), pelas folhas jovens e pelos embriões das sementes, e possuem diversas | tomateiro (Solanum lycopersicum), estimuladas por
funções nos vegetais. auxina sintética.

ASI ETUEIS
A descoberta das giberelinas ocorreu no início do século XX, quando rizicultores (agricultores que cultivam arroz) observaram
que algumas plantas cresciam de forma acelerada, tornando-se mais longas e finas, e que tombavam antes de amadurecer.
Descobriu-se que um fungo do gênero Gibberella era causador dessa doença. Estudos revelaram que o fungo produzia
uma substância química que estimulava o crescimento de células vegetais, causando alongamento caulinar. Essas molé-
culas foram denominadas giberelinas. Em 1950, os botânicos descobriram que as plantas também produzem essas mesmas
moléculas, que continuam sendo chamadas de giberelinas até hoje.
N A

Germinação das sementes


Um dos efeitos mais importantes das giberelinas é a quebra da dormência das sementes. Nas sementes de cereais,
após a absorção de água do solo, os embriões hidratados produzem e secretam giberelinas. Esses hormônios se difun-
dem pelo endosperma até a camada mais externa, denominada aleurona, logo abaixo da casca. Essa camada responde
ao estímulo das giberelinas, sintetizando e liberando enzimas digestivas, como amilases e proteases, que estimulam a

142 BIOLOGIA « Capítulo


18 = Fisiologia vegetal Il
digestão de material nutritivo no endosperma. Após a digestão, o cotilédone realiza a absorção de açúcares e aminoácidos
produzidos, utilizados no desenvolvimento embrionário.
As giberelinas sintéticas são utilizadas pelas indústrias de bebidas fermentadas, como as cervejas, para aumentar a
taxa de germinação das sementes de cevada, processo conhecido como maltagem. Para que a germinação ocorra de
forma coordenada, as giberelinas são aplicadas nos grãos hidratados de cevada, garantindo que ocorra a quebra da
dormência das sementes ao mesmo tempo.

CORES | ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
o PROPORÇÃO

Casca Gibereliras
Aleurona
Nutrientes
Endosperma

Embrião

HO

Absorção de Produção de Produção e


água pela giberelinas pelo secreção de
semente. embrião, que levam enzimas Às enzimas digerem as
à síntese de enzimas digestivas no proteínas e o amido do
digestivas. endosperma. endosperma, liberando
nutrientes, que são
consumidos pelo embrião.

CAMPBELL, N. A. et al. Biology. a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020.

Representação esquemática do efeito das giberelinas na germinação de sementes.

Alongamento do caule

Science History Images / Alamy /Fotoarena


As giberelinas estimulam o alongamento de caule, ramos e folhas, apresentando
pouco efeito nas raízes. Nos caules, as giberelinas induzem o alongamento celular da
mesma maneira que a auxina. Quando aplicadas em plantas mutantes de tomateiros
anãos (nanismo), as giberelinas promovem o crescimento normal das plantas. Porém,
quando as giberelinas são aplicadas em plantas normais, como no repolho, ocorre
alongamento exagerado do caule, tornando a planta gigante (gigantismo).

Crescimento dos frutos


As giberelinas também estimulam o crescimento dos frutos, de forma análoga
à auxina. No caso das uvas Thompson (variedade sem semente), a aplicação de
giberelina sintética sobre cachos jovens promove o alongamento dos pedicelos das
bagas, possibilitando o crescimento dos frutos. O resultado é um cacho com bagas
maiores e menor incidência de fungos e bactérias, já que existe maior espaço para
circulação de ar entre eles. Quando giberelinas sintéticas são aplicadas nas flores
(antes da polinização), ocorre a formação de frutos partenocárpicos.

Citocininas
As citocininas são produzidas em tecidos de crescimento ativo, como raízes,
embriões e frutos,já que estimulam divisões celulares mitóticas, o que inclui o
processo conhecido como citocinese. Quando um tecido vegetal parenquimático é
cultivado em laboratório, na presença de auxina e ausência de citocininas, as células
crescem, mas não se dividem. Porém, se ocorrer adição de citocininas com a auxina, N
[u
as células crescem e se dividem. As citocininas isoladas não possuem efeito algum [mm
4
sobre o crescimento. uW
[03
As citocininas, com a auxina, também controlam o crescimento das gemas u

axilares, estimulando a quebra de dormência e a formação de ramos caulinares


laterais. Caso o meristema apical seja danificado ou removido, a razão citocinina/ Plantas de repolhos normais (lado
esquerdo) e gigantes (lado direito). As
auxina aumenta nas gemas axilares, possibilitando o seu desenvolvimento. A apli- plantas gigantes receberam aplicações
cação direta de citocininas pode promover o desenvolvimento das gemas laterais, de GAS.

143
mesmo quando as gemas apicais são mantidas. Dessa for- esse hormônio, conhecido como hormônio da senescência,
ma, o equilíbrio entre os níveis de auxina e citocinina tende em resposta a estresse hídrico, inundação, lesões e
a garantir o grau de ramificação das plantas. infecções. O etileno também é produzido durante o ama-
Outra ação das citocininas é retardar o envelheci- durecimento dos frutos, a morte celular programada e em
mento. Isso ocorre porque esses hormônios estimulam a aplicações externas de auxina sintética.
síntese de RNA e de proteínas, evitam degradação dos Durante o século XIX, o gás etileno foi muito utilizado
componentes celulares e estimulam a mobilização de nu- como gás de iluminação pública. Os vazamentos nas tu-
trientes encontrados em tecidos adjacentes. Floricultores bulações, entretanto, promoviam quedas das folhas das
costumam aplicar uma solução de citocininas nas plantas árvores mais próximas. A ideia de que esse gás atuava
para que elas resistam à ação do tempo. como um hormônio vegetal só foi amplamente aceita após
o advento da cromatografia gasosa, processo que facilitou
Ácido abscísico a sua identificação nas plantas.
Por volta da década de 1960, descobriu-se uma molécula
que os pesquisadores acreditavam estar relacionada com a Amadurecimento dos frutos
perda foliar, denominada ácido abscísico. Atualmente, sabe- O etileno atua no amadurecimento dos frutos, como
-se que esse hormônio não interfere de forma considerável maçãs, abacates, melões, mangas e tomates. Os frutos
na abscisão foliar, mas o nome ácido abscísico permaneceu. imaturos são, geralmente, verdes, rígidos e não palatá-
O ácido abscísico (ABA) é um inibidor de crescimen- veis, características que protegem as sementes. Após o
to produzido por quase todos os órgãos vegetais. Esse desenvolvimento das sementes, os frutos se modificam e
hormônio é referido como hormônio do estresse, pois se se tornam atraentes para os animais dispersores.
acumula nas plantas que estão desidratadas e pode exer- Durante o amadurecimento, há degradação enzimá-
cer um papel na manutenção das gemas axilares durante tica dos componentes da parede celular, amolecendo os
o inverno. frutos; conversão de amido em monômeros de açúcares
e diminuição da concentração das substâncias amargas,
Fechamento dos estômatos tornando os frutos doces e saborosos; decomposição da
O ABA atua no mecanismo de fechamento dos es- clorofila e produção de pigmentos amarelos e vermelhos
tômatos para proteção da planta contra desidratação. são atrativos aos animais, indicando que os frutos estão
Quando a planta perde muita água, a concentração de comestíveis.
ácido abscísico aumenta nas folhas, causando rápido
fechamento dos estômatos e consequente diminuição
PES ente E To TS
da transpiração. Às vezes, o ABA produzido pelas raízes é
transportado até as folhas pelo xilema, funcionando como Controle do amadurecimento dos frutos
um sistema preventivo contra a perda de água. Os frutos carnosos podem ser mantidos em locais com
A ação do ABA nas células estomáticas não está com- baixas temperaturas, baixas concentrações de gás oxigê-
pletamente esclarecida, mas sabe-se que ele promove nio e altas concentrações de gás carbônico para retardar
o seu amadurecimento. Nessas condições, a baixa tem-
abertura dos canais de potássio (K”), que acarreta dimi-
peratura e a baixa concentração de gás oxigênio inibem
nuição da pressão osmótica das células, o que promove
a síntese de etileno, enquanto a alta concentração de
fechamento dos estômatos.
gás carbônico inibe a ação do etileno nos frutos. Também
podem ser utilizadas moléculas, como permanganato
Dormência das sementes
de potássio, que inibem a síntese e ação do gás etileno
A concentração de ABA pode aumentar mais de cem nos frutos.
vezes durante o amadurecimento das sementes. Isso ocor- Para acelerar o amadurecimento dos frutos, basta realizar
re porque esse hormônio está relacionado com o fenômeno alguns cortes e embrulhá-los em sacos de papel. Os cor-
conhecido como dormência das sementes. A dormência tes induzem a produção de etileno e os sacos mantêm o
é um bloqueio temporário à germinação, evitando que ela gás ao redor dos frutos, evitando que ele se difunda pela
ocorra em condições desfavoráveis. Pelo efeito que o ABA atmosfera. Frutos amadurecem mais rápido quando estão
próximos de frutos maduros ou podres. Nesse sentido, o
exerce sobre sementes e gemas laterais no inverno, ele
velho ditado “uma maçã podre contamina todas as ou-
também é conhecido como dormina.
tras do cesto” é válido,já que a maçã em decomposição
Muitas sementes dormentes só germinam quando o
produz etileno, que acelera o amadurecimento e apodre-
ABA é removido ou inativado. Em muitas plantas, a luz ou cimento das demais maçãs ao seu redor.
a exposição prolongada ao frio podem inativar a ação do
ABA das sementes, induzindo a germinação. Já no caso
das plantas de deserto, as sementes só germinam após a Queda das folhas
chuva remover o excesso de ácido abscísico delas. Outro efeito do etileno é promover a queda das folhas.
Em florestas temperadas, por exemplo, a queda das folhas
Etileno no outono auxilia na proteção contra a perda de água no
O hormônio etileno (H,C=CH;), ou eteno, é um gás inverno. Durante o outono, ocorre a formação de uma cama-
inodoro e incolor produzido por quase todos os órgãos da de células parenquimáticas de paredes finas, conhecida
vegetais, com exceção das sementes. As plantas produzem como camada de abscisão, na base do pecíolo das folhas.

144 BIOLOGIA « Capítulo18 = Fisiologia vegetal Il


CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Digestão da
camada de
abscisão

Amarelamento

Etileno =» É o de

á
Fase de manutenção da folha Fase de indução da queda Fase de queda
O nível alto de auxina na folha A diminuição da auxina na folha Síntese de enzimas que hidrolisam
reduz a sensibilidade da zona de aumenta a sensibilidade ao etileno os polissacarídeos da parede
abscisão ao etileno e evita a na zona de abscisão, a qual celular, resultando na separação
queda da folha. desencadeia a fase de queda. das células e na abscisão foliar.
TAIZ, L. et al. Fundamentos de fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2018.

Representação esquemática da ação do etileno e da auxina na queda das folhas.

Nas folhas maduras e ativas, a alta concentração de auxina reduz a

Dr Keith Wheeler/ Science Photo Library/ Fotoarana


sensibilidade da zona de abscisão ao etileno, evitando a queda da folha. Já
nas folhas senescentes, ocorre diminuição na produção de auxina, o que
aumenta a sensibilidade ao etileno pelas células da zona de abscisão. Esse
processo desencadeia a fase de queda, caracterizada pela degradação da
parede celular na camada de abscisão. Consequentemente, o próprio peso
das folhas contribui para a ruptura nessa camada, que se torna o ponto mais
frágil do pecíolo. Antes de ocorrer a queda, a planta produz uma camada de
proteção que é formada por células com paredes que apresentam suberina,
que bloqueiam a entrada de patógenos.

Movimentos vegetais
Apesar de serem organismos sésseis (fixos), as plantas são influenciadas
por diversos fatores abióticos, como a luz, a força da gravidade e o toque,
os quais podem desencadear movimentos vegetais. Esses movimentos |
são fundamentais para a busca de luz e de água, para a reprodução e para |
a proteção contra herbívoros. Eles podem ser classificados em três tipos
m
principais: tropismos, nastismos e tactismos.
Fotomicrografia de corte longitudinal do caule de um sicóromo
. (Acer pseudoplatanus) e do pecíolo da folha, com destaque
Trop Ismos para a camada de abscisão. (Aumento desconhecido.)

Os tropismos (do grego tropos, movimento) são movimentos vegetais de crescimento dependentes da posição de
origem do estímulo. Isso significa que, quando o estímulo surge do lado esquerdo, a planta tem um comportamento diferente
do que teria se esse mesmo estímulo surgisse do lado direito. Nos tropismos positivos, os movimentos dos órgãos ou das
estruturas vegetais se aproximam dos estímulos, enquanto, nos tropismos negativos, se afastam. Os principais tropismos
são o fototropismo (luz), gravitropismo (gravidade), quimiotropismo (moléculas), tigmotropismo (toque) e hidrotropismo (água).
Nas angiospermas, o movimento de crescimento do tubo polínico no estilete é orientado por proteínas atrativas,
produzidas pelas sinérgides. Esse movimento é conhecido como quimiotropismo, já que é determinado por moléculas
específicas. O tigmotropismo é o movimento determinado pelo contato da planta com algum objeto. Esse movimento é
observado em lianas, que se enrolam em suportes por meio de caules volúveis ou gavinhas (caules ou folhas modificadas).
Já o hidrotropismo é o movimento realizado pelas raízes na busca de água no solo.
I CORES | ELEMENTOS E E E
| FANTASIA | | FORADE ES
Q
PROPORÇÃO SÊ g
o 555
225
Recipiente 552
com água sus N
2: [u
[mm
Tubo
ess
Go 4
uW
polínico 3 [03
To
z

Alguns tipos de tropismos. Hidrotropismo da raiz na busca de água no solo (A), quimiotropismo no crescimento do tubo polínico (B) e tigmotropismo no
enrolamento das gavinhas de fixação da planta (C).

145
Fototropismo
Um dos movimentos mais importantes da planta é o
Os primeiros experimentos sobre fototropismo ocorreram
fototropismo (do grego fotos, luz, e tropos, movimento),
em 1880 e foram realizados por Charles Darwin (1809-
cujo estímulo é a luz. Esse movimento conduz o crescimento 1882) e seu filho Francis Darwin (1848-1925). Os Darwin
dos caules na direção da luz solar, fundamental no processo estavam interessados em saber qual parte da planta era
de fotossíntese. sensível à luz. Para responder a essa pergunta, eles rea-
lizaram experimentos em plântulas de alpiste (Phalaris
PanoohyShutterstock.com

canariensis) e perceberam que elas só cresciam na dire-


ção da luz se os ápices dos coleóptilos (folhas protetoras)
estivessem presentes (livres ou cobertos com papel trans-
parente). A remoção do ápice ou envolvimento dele em
cobertura opaca impediam a curvatura fototrópica. Des-
sa forma, eles concluíram que o ápice do coleóptilo era
responsável pela percepção da luz, transmitindo um sinal
(mensageiro químico) de alongamento celular. Somente em
1926, o cientista Frits W. Went descobriu que esse sinal se
tratava de um hormônio, batizando-o de auxina.

Fototropismo positivo

Fototropismo Sem Crescimento


rtical Fototropismo
positivo crescimento vertica positivo
fonte np
EAV
co AA
uz

Planta Ápice Ápice Ápice “ Base recoberta


intacta ,emovido recoberto recoberto com cobertura
com com opaca
(grupo
Planta jiboia (Epipremnum aureum) crescendo em direção à luz, movimento controle) cobertura cobertura
conhecido como fototropismo. opaca transparente

NABORS, M. W. Introdução à Botânica. São Paulo: Roca, 2012.


O fototropismo é o resultado da ação da auxina sobre
Representação esquemática do experimento que demonstra o
o alongamento celular. Quando uma planta recebe luz fototropismo em plantas.
unilateral, a auxina migra do lado iluminado para o lado
não iluminado. No caule, a auxina promove alongamento
das células no lado não iluminado, determinando o foto- Gravitropismo
tropismo positivo. Nas raízes, o aumento de concentração O gravitropismo, também conhecido como geotro-
de auxina no lado não iluminado tem o efeito contrário, pismo, é o primeiro movimento realizado pela plântula, e
isto é, inibe o alongamento celular, possibilitando o afas- consiste no crescimento orientado pela força da gravidade.
tamento desse órgão da fonte de luz, determinando o A detecção da gravidade é fundamental para a sobrevi-
fototropismo negativo. vência da plântula, pois possibilita que a raiz cresça em
direção favorável para o acesso à água e aos minerais no
Lado Lado não solo, o que coincide com a direção da força gravitacional.
iluminado — iluminado
- ST; Esse movimento é conhecido como gravitropismo positivo.
Já o caule cresce no sentido oposto ao da força da gravi-
Fototropismo
0 vei Auxina dade, onde a luz é mais abundante, movimento conhecido
iti
positivo
como gravitropismo negativo.
Martin Shields / Science Source/ Fotoarena

pg
Caule
Fototropismo , Sem Com
negativo crescimento crescimento

ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO crescimento crescimento
Representação esquemática de uma planta recebendo luz unilateral em que Planta de girassol (Helianthus annuus) na posição horizontal, na qual se
se observa o fototropismo positivo do caule e negativo da raiz. observa o gravitropismo negativo no caule.

146 BIOLOGIA = Capítulo 18 = Fisiologia vegetal Il


Para se observar o gravitropismo, basta colocar uma

AjayTvrmyShutterstock.com
planta envasada na posição horizontal. Nessa condição,
ocorre crescimento desigual das células no lado inferior
em relação ao superior, causado pela distribuição desi-
gual de auxina. As células do lado inferior, do caule e das
raízes, têm maior concentração de auxina, enquanto as
células do lado superior têm menor concentração desse
hormônio. No caule, o aumento na concentração de auxina
no lado inferior promove maior crescimento celular no lo-
cal, ocasionando uma curvatura para cima (gravitropismo
negativo). Já o aumento na concentração de auxina do
lado inferior, nas raízes, promove inibição do crescimento
celular no local. Assim, as células do lado superior da raiz,
com menor concentração de auxina, se alongam mais que Fechamento das folhas da planta sensitiva (Mimosa pudica, que mede de
as do lado inferior, ocasionando uma curvatura para baixo 15 cm a 50 cm) ao ser tocada.

(gravitropismo positivo).
A planta carnívora papa-mosca (Dionaea muscipula)
ELEMENTOS vive em locais brejosos pobres em nitrogênio. Nesse sen-
FORA DE
PROPORÇÃO tido, a maior parte desse elemento é obtida por meio da
captura de insetos em suas folhas modificadas. Aos serem
Gravitropismo atraídos pelos nectários das folhas, os animais andam por
negativo
ela na busca de mais néctar e acabam tocando nos pelos
sensoriais. O estímulo possibilita que as folhas fechem de
forma rápida e sincrônica, capturando os insetos. Esse mo-
crescimento vimento é conhecido como tigmonastismo, caracterizado
Semt: pelo contato do inseto com o pelo sensorial da folha.
crescimento Lado superior

joe hidalgo photgography/iStockphoto.com


Sem
crescimento

Gravitropismo | ) Com
positivo crescimento
Lado inferior
Áuxina

Representação esquemática de uma planta na posição horizontal, em que se


observa o gravitropismo negativo do caule e positivo da raiz.

Nastismos
Existem diversos movimentos vegetais, conhecidos
como nastismos (do grego nastos, pressionar), que não
dependem da origem do estímulo e, geralmente, são re-
versíveis. Nesses casos, se o estímulo vier tanto do lado Folha da planta carnívora papa-moscas (Dionaea muscipula, que mede entre
direito quanto do esquerdo, o movimento será executado 12 cm e 15 cm de altura), capturando uma mosca.
da mesma maneira. A abertura e o fechamento dos estô-
matos, por exemplo, é um movimento de nastismo. Tactismos
Um movimento bastante interessante é observado na Os tactismos (do latim tactu, tocar, e ismo, condição)
planta sensitiva (Mimosa pudica), também conhecida como são movimentos em que ocorre deslocamento de mo-
dormideira, que fecha rapidamente seus foliólulos após léculas, organelas ou microrganismos, influenciados por
ser tocada. O nome desse movimento é sismonastismo, estímulos ambientais (físicos ou químicos). Se o desloca-
já que os abalos mecânicos, causados por toque ou vento, é mento resultar em um afastamento da fonte do estímulo, é
que atuam como estímulo. Esse movimento expõe o caule um tactismo negativo. Se ocorrer a aproximação da fonte
espinhoso da planta, desencorajando eventuais herbívoros. do estímulo, o tactismo é positivo.
O movimento de fechamento dos foliólulos resulta No movimento denominado fototactismo, que ocorre
da perda de água pelas células do lado superior dos pul- nas folhas, a posição dos cloroplastos muda dentro da cé-
vínulos, órgãos motores localizados nas junções dos lula, dependendo das condições de luminosidade. Quando
foliólulos. A perda do íon potássio (K') nessas células as células do parênquima paliçádico foliar recebem luz bai-
diminui a pressão osmótica, o que causa a perda de água xa, os cloroplastos se distribuem nas duas paredes delas,
por osmose. Essas células, então, ficam flácidas e com processo que maximiza a absorção de luz. No entanto, se as
menor volume, determinando o fechamento dos foliólulos. células recebem luz intensa, os cloroplastos migram para
Após cerca de dez minutos, as folhas se reidratam e os as paredes laterais (paralelas à luz incidente), minimizando
foliólulos se abrem novamente. os danos causados pelo excesso de radiação.

147
Luz baixa Luz alta Escuro CORES
| | | FANTASIA

ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

Parede
celular

Cloroplastos Resposta de Resposta de Resposta


acúmulo evitamento de escuro
TAIZ, L. et al. Fundamentos de fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2018.

Representação esquemática da distribuição dos cloroplastos em células do parênquima paliçádico em resposta a diferentes intensidades luminosas.

Outro exemplo é o movimento, estimulado por determinadas moléculas, conhecido como quimiotactismo, que ocorre
na fecundação de briófitas e pteridófitas. As oosferas (gametas femininos) liberam moléculas que atraem os anterozoides
(gametas masculinos), fazendo com que eles nadem em sua direção. Esse mecanismo aumenta o sucesso reprodutivo
das plantas,
já que, sem essas moléculas, dificilmente os anterozoides encontrariam as oosferas.

Luz e desenvolvimento vegetal


O efeito da luz no desenvolvimento e crescimento das plantas é conhecido como fotomorfogênese (do grego fotos,
luz, morpho, forma, e genesis, origem). Além de servir como fonte de energia para a fotossíntese, a luz também influencia
diversos fenômenos vegetais, como alongamento do caule, abertura dos estômatos, germinação das sementes e floração.
As plantas são capazes de detectar não apenas a presença, mas também a intensidade, a direção da emissão e o
comprimento de onda (cor) da luz que incide sobre elas. A percepção da luz possibilita que elas identifiquem a passagem
das estações do ano, por exemplo. Quando a planta recebe esses estímulos, ocorrem alterações na produção de hormô-
nios envolvidos nas mais diversas respostas fisiológicas.

Fitocromo
A luz vermelha e a luz azul são as mais importantes para a fotomorfogênese das plantas. Essas observações levaram
os cientistas a identificar duas classes principais de fotorreceptores: receptores de luz azul e fitocromos (absorvem luz
vermelha).
O fitocromo, quando está na forma ativa, determina diversas respostas fisiológicas, como germinação de sementes,
floração, crescimento e síntese de clorofila. Esse pigmento é formado por duas subunidades idênticas, cada uma com
uma cadeia polipeptídica denominada apoproteína, sendo ligada a um cromóforo, porção fotorreversível responsável pela
absorção de luz, mudando entre duas formas isoméricas, dependendo do comprimento de onda vermelha.
O fitocromo inativo, ou Fc (fitocromo vermelho curto), absorve a luz na faixa dos 660 nm e transforma-se em
fitocromo ativo. O fitocromo ativo, ou F,, (fitocromo vermelho longo), absorve luz na faixa dos 730 nm e se transforma
em fitocromo inativo. A interconversão de fitocromos é o principal mecanismo de controle dos processos fisiológicos.
Durante o dia, como a luz solar apresenta tanto vermelho curto quanto vermelho longo, são encontradas as duas formas
de fitocromo nas plantas. Porém, durante à noite, ocorre uma conversão espontânea e lenta de fitocromo ativo em inativo.

F. E CORES ELEMENTOS
vc VL FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO

Cromóforo
Vermelho curto (660 nm) Concentração
aumenta durante
+

o dia

Concentração Vermelho longo (730 nm)


aumenta à noite
Polipeptídeo

Fitocromo o Fitocromo
inativo Conversão lenta no escuro ativo
CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020.

Representação esquemática da interconversão do fitocromo inativo em fitocromo ativo e vice-versa.

148 BIOLOGIA = Capítulo 18 = Fisiologia vegetal Il


| ? Atenção
Quando as sementes germinam no escuro, abaixo da su- Fotoperíodo crítico corresponde ao limite de horas de ilu-
perfície do solo, as plântulas desenvolvem caule alongado, minação para a ocorrência ou não da floração. Nas plantas
folhas pequenas, cor amarelada e gancho apical, fenômeno de dia longo, o fotoperíodo crítico representa o número
denominado estiolamento. Essa adaptação possibilita que mínimo de horas de iluminação, enquanto nas plantas de
o caule e as folhas alcancem a superfície do solo e tenham dia longo representa o número máximo que elas devem
acesso à luz, antes que as reservas energéticas da semente receber para florescerem.
sejam consumidas. O gancho apical evita o contato direto
da gema apical e das primeiras folhas com as partículas de
Apesar de os termos “plantas de dia curto” e “planta de
solo, o que poderia acarretar sérios danos para a plântula.
Essas alterações ocorrem devido à ausência de fitocromo
dia longo”já estarem consagrados desde a década de 1920,
ativo na plântula,já que ela se encontra na ausência de luz. eles são inadequados. Pesquisadores da Universidade da
Califórnia descobriram, na década de 1940, que o floresci-
mento é determinado pela duração das noites, e não pela

Nigel Cattlin/ Alamy/ Fotoarena


extensão do dia, como se imaginava. Nesse sentido, seria
mais adequado utilizar o termo plantas de noite longa, para
as plantas de dia curto, e plantas de noite curta, para as
plantas de dia longo.
Uma interrupção da fase clara durante o dia não inter-
fere na floração das plantas de dia curto e nem nas de dia
longo. Contudo, uma interrupção da fase escura por um
flash de luz fraca, durante a noite, interfere na floração das
plantas de dia curto e nas de dia longo.
Dessa forma, pode-se concluir que as plantas de
dia curto florescem apenas quando são expostas a um
Plântulas de agrião que cresceram na presença de luz (à esquerda) e período ininterrupto da fase escura maior ou igual ao
na ausência de luz (à direita).
fotoperíodo crítico, enquanto as plantas de dia longo flo-
rescem apenas quando são expostas a uma fase escura
Fotoperiodismo menor ou igual ao fotoperíodo crítico.
Determinados eventos sazonais podem ser decisivos
para a reprodução e sobrevivência das plantas. A floração,
Claro
a queda das folhas, a formação de tubérculos e raízes tube-
rosas, a reprodução assexuada, a germinação de sementes "=. Fotoperíodo
e a quebra da dormência das gemas axilares são processos crítico
Lampejo de luz
que ocorrem em épocas específicas do ano, fenômeno
Escuro
conhecido como fotoperiodismo.

Floração
“CORES.
l FANTASIA

Em várias angiospermas, a floração é um fenômeno fo- ELEMENTOS

toperiódico, pois ocorre em épocas específicas do ano. De FORA DE


PROPORÇÃO
acordo com a época de floração, as angiospermas podem
ser divididas em três tipos principais: plantas de dia curto, Planta de dia curto
Exemplo: crisântemo
plantas de dia longo e plantas neutras.
E
As plantas de dia curto florescem em um tempo menor
ou igual ao fotoperíodo crítico. Nessas plantas, o fitocro-
O :
%
8%
8
mo ativo atua inibindo a floração. As plantas de dia curto ê
florescem no início da primavera, no outono ou durante o
inverno. O morangueiro, o crisântemo e o ipê-amarelo são noturna E
s
plantas de dia curto. 8

As plantas de dia longo florescem em um tempo maior
ou igual ao fotoperíodo crítico. Essas plantas florescem, ge-
ralmente, no final da primavera e durante o verão, e nelas
o fitocromo ativo atua induzindo a floração. O espinafre, o
E)

trigo, a íris e a alface são exemplos de plantas de dia longo.


No caso das plantas neutras, a floração não depen-
de do fotoperíodo, mas sim do grau de desenvolvimento Planta de dia longo
Exemplo: íris
da planta, da disponibilidade de água ou da temperatura
Representação esquemática da influência de diferentes fotoperíodos e da
ambiental. São exemplos de plantas neutras o tomateiro, interrupção do período de escuro na floração. Planta de dia curto ou de
feijoeiro, milho e a roseira. noite longa (A) e planta de dia longo ou de noite curta (B).

149
Por meio de experimentos realizados ao longo do sé-
culo XX, cientistas descobriram que as folhas são os órgãos
Produtores comerciais manipulam o fotoperíodo de responsáveis pela percepção do fotoperíodo. As folhas
várias plantas para obter floração. Por exemplo, os bicos- atuam na percepção e transmissão dos sinais relativos ao
-de-papagaio são plantas de dia curto que precisam estar fotoperíodo para as demais partes da planta. Ao detectarem
prontas para as vendas em dezembro. Iniciadas a partir de
o fotoperíodo, as folhas produzem moléculas sinalizadoras
estacas no final do verão, as plantas são colocadas sobre
que migram para as gemas, por meio do floema, estimu-
condições de dia curto no início de setembro, por quatro
lando a formação de ramos florais e flores. Os botânicos
a seis semanas, assim as plantas estarão floridas para o
denominaram essas moléculas sinalizadoras de florígenos
natal. As flores do bico-de-papagaio são muito pequenas e
ou hormônios florais. Em diversas espécies, proteínas glo-
se agrupam em várias inflorescências, que têm na sua base
uma folha modificada denominada bráctea, geralmente de
bulares e moléculas de RNA mensageiro é que cumprem
cor vermelha ou branca e que também requer dias curtos a função de florígenos,já que podem ser passadas de uma
para se desenvolver. célula a outra por meio de plasmodesmos.
NABORS, M. W. Introdução à Botânica.
pm ELEMENTOS
São Paulo: Roca, 2012. | CORES FORA DE
| FANTASIA PROPORÇÃO

R RiShutterstock.com

MAUSETH, J. D. Botany: An Introduction to Plant Biology. 7. ed.


Burlington, Massachusetts: Jones & Bartlett Learning, 2019.

Estufa com diversos bicos-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima, que Representação esquemática da influência da folha na detecção do
mede cerca de 60 cm de diâmetro). fotoperíodo e no estímulo à floração. Ainda que apenas uma folha receba luz
adequada (lado esquerdo), ocorrerá produção de flores (lado direito).

O que são fitormônios? Cite exemplos.


=

Quais são os principais efeitos do hormônio auxina nas plantas?


wN

Explique por que a poda realizada na jardinagem estimula a formação de ramos laterais nas plantas.

Cite dois efeitos das giberelinas nas plantas.


PP

5. Discuta a veracidade do seguinte ditado popular: “Uma maçã podre contamina todas as outras do cesto”.

6. Qual é a relação entre o ácido abscísico, os estômatos e a economia de água nas plantas?

7. Compare caules e raízes com relação ao tipo (positivo ou negativo) de fototropismo e gravitropismo apresentado
por eles.

8. O que são nastismos? Cite exemplos.

9. O que são tactismos? Cite exemplos.

10. Qual é a diferença entre planta de dia curto e planta de dia longo?

150 BIOLOGIA * Capítulo18 = Fisiologia vegetal Il


1. Udesc 2018 Complete as lacunas. c) Somente as afirmativas Ill e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas |, Ile IV são corretas.
são hormônios vegetais relacionados à
e) Somente as afirmativas Il, Ill e IV são corretas.
regulação do crescimento das plantas. Quando esti-
mulados iniciam a síntese de enzimas que promovem Enem PPL 2014 O Brasil tem investido em inovações
o amolecimento da parede celular, proporcionando tecnológicas para a produção e comercialização de
movimentos vegetais como . Artificial- maçãs. Um exemplo é a aplicação do composto volátil
mente, é possível produzir por meio 1-metilciclopropeno, que compete pelos sítios de ligação
da aplicação de ácido indolilacético diretamente nos do hormônio vegetal etileno nas células desse fruto.
ovários para se obter uvas, melancias e tomates, sem Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br.
Acesso em: 16 ago. 2012 (adaptado).
sementes.
Com base nos conhecimentos sobre o efeito desse
Assinale a alternativa que completa as lacunas do tex-
hormônio, o 1-metilciclopropeno age retardando o(a)
to, corretamente.
a) formação do fruto.
a) Auxinas, hidrotopismo, frutos simples baga
b) Auxinas, geotropismo, frutos partenocárpicos b) crescimento do fruto.
c) Etilenos, tigmotropismo, frutos simples drupa c) amadurecimento do fruto.
d) Giberelinas, geotropismo, frutos agregados d) germinação das sementes.
e) Etilenos, hidrotropismo, frutos partenocárpicos e) formação de sementes no fruto.

UEL-PR Considere o experimento sobre o efeito ini- UPF-RS 2022 As uvas sem sementes são muito apre-
bidor de hormônio vegetal no desenvolvimento das ciadas na alimentação humana. A ausência de sementes
gemas laterais, apresentado na figura a seguir. nessas frutas pode ocorrer em decorrência de muta-
ções genéticas ou a partir da aplicação de um hormônio
Uma planta é decaptada
e um bloco de ágar sem
Um bloco de ágar vegetal sobre os ramos florais jovens, resultando, inclu-
contendo hormônio é
hormônio é aplicado sobre aplicado no momento da sive, em uvas maiores e mais espaçadas nos cachos.
a superfície cortada. decapitação.
Que tipo de hormônio vegetal produz esses efeitos
sobre essas frutas?
Gema apical 2) —Ramo novo

Gemas
inibidas

Planta-controle Planta experimental: Planta experimental:


sem hormônio contendo hormônio

(Fonte: adaptado de https://grapaes.com/. Acesso em: 20 abr. 2022)

Com base na figura e nos conhecimentos sobre fisio-


a) Auxinas.
logia vegetal, considere as afirmativas a seguir.
b) Citocininas.
Il A ausência de hormônio produzido pelo meriste-
ma apical do caule exerce inibição sobre as gemas c) Etileno.
laterais, mantendo-as em estado de dormência. d) Giberelinas.
IH. As gemas laterais da planta controle estão inibi- e) Ácido abscísico.
das devido ao efeito do hormônio produzido pela
gema apical. Uerj 2013 Em algumas plantas transgênicas, é possível
Ill. O hormônio aplicado na planta decapitada inibe bloquear a produção de um determinado fitormônio
as gemas laterais e, consequentemente, a forma- capaz de acelerar a maturação dos frutos. Com o ob-
ção de ramos laterais. jetivo de transportar frutos transgênicos por longas
distâncias, sem grandes danos, o fito-normônio cuja
ES

IV. A técnica de poda das gemas apicais tem como


objetivo estimular a formação de novos ramos produção deve ser bloqueada é denominado:
laterais. a) etileno.
Assinale a alternativa correta. b) giberelina.
a) Somente as afirmativas le Il são corretas. c) ácido abscísico.
b) Somente as afirmativas | e Ill são corretas. d) ácido indolacético.

151
6. Fatec-SP 2017 Na caatinga brasileira, plantas como os Responsável por retardar o envelhecimento da
mulungus (Enythrina spp.) são classificadas como cadu- planta. É abundante em locais com grande ativi-
cifólias porque apresentam a perda sazonal das folhas. dade de proliferação celular, como sementes em
O hormônio e a adaptação diretamente relacionados a germinação, frutos e folhas em desenvolvimento.
esse mecanismo fisiológico são, respectivamente, Sua principal ação é induzir o amadurecimento
a) ácido abcísico e aumento da transpiração. dos frutos.
b) auxina e diminuição da fotossíntese. Atua no desenvolvimento das gemas apicais, tro-
c) citocinina e aumento da transpiração. pismos e no desenvolvimento de frutos.
d) etileno e diminuição da transpiração. Responsável pelo bloqueio do crescimento das
e) giberelina e aumento da fotossíntese. plantas durante o inverno e pela dormência de
sementes.
- UFPR 2016 Produtores de frutas utilizam permanga-
Atua no alongamento celular, quebra da dormên-
nato de potássio para desencadear a reação repre-
cia das gemas presentes no caule, promoção da
sentada pela seguinte equação:
germinação e desenvolvimento dos primórdios fo-
Permanganato de potássio + Etileno > Óxido de
liares e dos frutos.
manganês + Gás carbônico + Hidróxido de potássio
A sequência correta, de cima para baixo, é:
O objetivo de colocar as frutas em contato com o per-
a) 5-4-1-3-2
manganato de potássio é:
bb 3-4-1-5-2
a) acelerar seu crescimento.
b) retardar seu amadurecimento. c) 3-5-2-1-4
c) alterar seu sabor. d) 4-3-2-1-5
d) modificar sua cor.
10. UFJF/Pism-MG 2018 O crescimento e o desenvolvi-
e) reduzir a quantidade de sementes.
mento de um organismo pluricelular não seriam possíveis
- Unesp 2021 Leia os versos da canção “Tenho sede”, sem que houvesse uma comunicação efetiva entre as suas
composta por Anastácia e Dominguinhos. células, tecidos e órgãos. Tanto nas plantas quanto nos
animais, a regulação e a coordenação do metabolismo,
Traga-me um copo d'água, tenho sede
E essa sede pode me matar do crescimento e da morfogênese dependem de sinais
Minha garganta pede um pouco d'água químicos, denominados hormônios. O termo “hormô-
E os meus olhos pedem o teu olhar nio” provém do grego horman, que significa “estimular”,
Raven, P. H.; Evert, R. F.; Eichhorn, S. E. 2014. Biologia Vegetal.
A planta pede chuva quando quer brotar 8º ed. Ed. Guanabara Koogan S. A., RJ.
O céu logo escurece quando vai chover
São feitas as seguintes afirmativas sobre hormônios
Meu coração só pede o teu amor
Se não me deres, posso até morrer vegetais:
|. | As auxinas são responsáveis pelo crescimento do
A canção menciona a escassez de água, que pode vegetal, pela dominância apical e pelo desenvol-
afetar tanto os animais quanto as plantas. Um hormô- vimento de frutos.
nio humano e um hormônio vegetal que atuam para H. O etileno promove o amadurecimento de frutos.
a economia de água nesses organismos e uma fi- HI. As giberelinas promovem a germinação de se-
gura de linguagem que aparece nesses versos são, mentes e o alongamento do caule.
respectivamente,
As citocininas são inibidoras de crescimento e
a) vasopressina, ácido abscísico e pleonasmo.
promotoras de dormência de gemas e sementes.
b) vasopressina, ácido abscísico e hipérbole.
O ácido abscísico estimula o desenvolvimento de
c) tiroxina, giberelina e hipérbole.
gemas e retarda o envelhecimento de órgãos.
d) tiroxina, giberelina e pleonasmo.
e) vasopressina, giberelina e pleonasmo.
São CORRETAS:
a) | llelll
9. Acafe-SC 2019 Os hormônios vegetais ou fitormônios b) Il lle IV
são substâncias produzidas pelas plantas que atuam c) IliVeV
como “mensageiros químicos” entre células, tecidos e d) |lleV
órgãos. Em relação aos hormônios vegetais, correla- e) IjIVeV
cione as colunas.
- Auxina 11. UFU-MG 2021 O quadro a seguir apresenta alguns
- Giberelina hormônios vegetais e algumas funções desempe-
BWIN

Citocinina nhadas por esses hormônios. Relacione a coluna da


Etileno direita com a da esquerda no que se refere aos hor-
Ácido abscísico mônios vegetais e suas funções.

152 BIOLOGIA * Capítulo 18 « Fisiologia vegetal Il


EI os d) Agiberelina estimula as divisões celulares, o desen-
volvimento das gemas, participa da diferenciação
(A) Estimular o alongamento do caule, o desenvolvi- dos tecidos, retarda o envelhecimento dos órgãos e
mento do pólen, o crescimento do tubo polínico, o
|. Auxina , ,
crescimento do fruto e o desenvolvimento e a germi-
, tem a sua produção concentrada nas folhas.
nação da semente; regular a determinação do sexo. e) A quinase promove a dormência de gemas e de
sementes, induz o envelhecimento de folhas, flo-
(B) Promover o amadurecimento de muitos tipos de
Il. Citocinas frutos; aumentar a taxa de senescência; promover a res e frutos, induz o fechamento dos estômatos e
formação da raiz e de pelos da raiz. é produzida nas gemas apicais da raiz.
(C) Promover a formação de raízes laterais e adven-
13. Uema 2015 Sabendo-se que os movimentos dos ve-
Ill. Giberelinas tícias; regular o desenvolvimento dos frutos; atuar no
fototropismo e no gravitropismo. getais respondem à ação de hormônios, de fatores
ambientais, de substâncias químicas e de choques
IV. Ácido (D) Inibir o crescimento; promover a dormência da
abscísico semente e inibir a germinação precoce; promover a se- mecânicos, observe as informações abaixo sobre es-
(ABA) nescência foliar e promover a tolerância à dessecação. ses movimentos relacionando-os às plantas 1 e 2.
(E) Regular a divisão celular em caules e raízes;
V. Etileno estimular a germinação de sementes; retardar a
senescência foliar. My

Cos
o

-,

=
LoriE
Assinale a alternativa que apresenta a relação correta
entre as colunas.
a) IEIIBIICIVAVOD.
b) IA IDHIIBIIVEVC.
ce) ICIHEMIAIVD;VB.
ad) IBILAIID;IVCVE.
Planta 1 Planta 2
12. VEL-PR 2020 Dentre vários elementos visuais, pode-
Movimentos dos vegetais
-se observar, na figura abaixo, uma árvore adulta com
— Tigmotropismo é o encurvamento do órgão vegetal em
todas as suas partes em evidência. Em geral, o con-
resposta ao estímulo mecânico.
trole do desenvolvimento das plantas ocorre por meio
— Gravitropismo é também chamado de geotropismo por
de substâncias orgânicas, denominadas fitormônios
muitos. O fator que estimula o crescimento do vegetal
ou hormônios vegetais.
é a força da gravidade da terra, podendo ser negativo e
EST
, Ê À
VNNZ
| WU)
BEN
r N
positivo.
— Hidrotropismo é o movimento orientado para a água,
enquanto que o quimiotropismo é o movimento orien-
tado para determinadas substâncias.
— Fototropismo é a resposta do vegetal quando o estímulo
é a luz. Os caules tendem a crescer em direção à luz,
assim apresentando fototropismo positivo.
Fonte: SANTOS, F. S. dos; AGUILAR. ). B. V.; OLIVEIRA, M. M. A. de,
Ser protagonista, Biologia Ensino Médio, 2º ano. São Paulo;
Edições SM, 2010. (adaptado)

Os movimentos que ocorrem nas plantas 1 e 2 são,


respectivamente,
a) hidrotropismo e fototropismo.
BARNEY, M. Lama Lâmina, 2009. Viagemegastronomia.com.br b) fototropismo e hidrotropismo.
c) fototropismo e gravitropismo.
Com base nos conhecimentos sobre as funções e os
d) tigmotropismo e gravitropismo.
locais de produção e de atuação dos hormônios ve- e) gravitropismo e hidrotropismo.
getais, assinale a alternativa correta.
a) O etileno estimula o amadurecimento de frutos, 14. PUC-Campinas 2016 Muitos experimentos demons-
atua na queda natural de folhas e frutos e é pro- tram o efeito que a /uz exerce sobre certos processos
duzido nas mais diversas partes da planta. realizados pelas plantas. Um deles é apresentado a
b) A citocinina estimula o alongamento celular, atua seguir. Três lotes de coleóptilos foram submetidos à ilu-
na dominância apical e no desenvolvimento dos minação unilateral e preparados da seguinte maneira:
frutos e é produzida em sementes em desenvolvi- Il. inteiros, com os ápices descobertos;
ES

mento, no meristema apical do caule e em folhas Il. “inteiros, com os ápices cobertos por papel opaco;
jovens e frutos. Il. sem os ápices.
c) A quitinase, produzida em diferentes partes da Espera-se que ocorra fototropismo
planta, promove a germinação de sementes, o a) positivo em 1. d) negativo em ll.
desenvolvimento de brotos e frutos, estimula a b) negativo em l. e) negativo em IIl.
floração e o alongamento do caule e das folhas. c) positivo em ll.

153
15. UFJF/Pism-MG 2019 Sobre tropismos, marque a al- 18. Enem A produção de hormônios vegetais (como a au-
ternativa CORRETA: xina, ligada ao crescimento vegetal) e sua distribuição
a) Raízes crescem por geotropismo negativo, por pelo organismo são fortemente influenciadas por fato-
ação do etileno. res ambientais. Diversos são os estudos que buscam
b) Caules crescem por geotropismo positivo, por compreender melhor essas influências. O experimen-
ação de auxinas. to seguinte integra um desses estudos.
c) Caules crescem com fototropismo positivo, por
ação de auxinas.
d) Algumas plantas crescem por tigmotropismo, em
contato com o suporte, por ação do ácido abscísico.
e) Em espécies vegetais não há quimiotropismo,
diferentemente do que ocorre entre os protistas.

16. UFG-GO 2014 A planta sensitiva, Mimosa pudica,


responde ao toque, um estímulo mecânico, fechan-
do os foliólulos. Esse fechamento consiste de uma
resposta iônica que promove a queda da pressão
osmótica devido à
sentido
a) entrada de sódio, que induz a saída de água, oca-
do giro
sionando a redução da turgescência celular.
b) saída de potássio, que induz a entrada de água,
ocasionando a redução da turgescência celular.
c) saída de sódio, que induz a saída de água, oca-
sionando o aumento da turgescência celular.
d) entrada de potássio, que induz a entrada da água,
ocasionando o aumento da turgescência celular.
e) saída de potássio, que induz a saída de água,
ocasionando a redução da turgescência celular. suporte
17. Uefs-BA 2017 Na figura ilustrada, observa-se o foto-
tropismo do caule, e o seu desenvolvimento depende
da concentração de AIA em regiões específicas do
O fato de a planta do experimento crescer na direção
vegetal.
horizontal, e não na vertical, pode ser explicado pelo
argumento de que o giro faz com que a auxina se
a) distribua uniformemente nas faces do caule, estimu-
lando o crescimento de todas elas de forma igual.
b) acumule na face inferior do caule e, por isso, de-
termine um crescimento maior dessa parte.
c) concentre na extremidade do caule e, por isso,
fonte de luz
iniba o crescimento nessa parte.
d) distribua uniformemente nas faces do caule e, por
isso, iniba o crescimento de todas elas.
e) concentre na face inferior do caule e, por isso, ini-
ba a atividade das gemas laterais.

19. UFSJ-MG Os fenômenos biológicos são muitas ve-


zes regulados pelo fotoperíodo, que é a variação
periódica entre a duração dos dias e das noites.
Dentre os fenômenos regulados pelo fotoperíodo,
Em relação à concentração de AIA, para o crescimen-
pode-se citar a floração das plantas, que, de acor-
to desse vegetal, é correto afirmar:
do com a resposta, são divididas como plantas de
a) A concentração de AlA é distribuída de maneira
dias longos, que florescem quando o fotoperíodo
uniforme na região apical do caule.
aumenta, e plantas de dias curtos, que florescem
b) A concentração do AIA é maior no lado 1. com a redução do fotoperíodo, além das neutras,
c) A região Il foi a que mais cresceu. que não são reguladas pelo fotoperíodo. Observe
d) Na raiz, a distribuição na concentração de AIA é a o esquema dos experimentos a seguir, em que as
mesma observada no caule. plantas hipotéticas A e B, respectivamente plantas
e) OAIA é sintetizado por todo o vegetal e não apre- de dias longos e dias curtos, foram submetidas a
senta dominância apical. diferentes fotoperíodos.

154 BIOLOGIA * Capítulo 18 = Fisiologia vegetal Il


d) fotoperiodismos diferentes, e isso não tem qual-
Experimento 1 quer relação quanto a serem da mesma espécie
ou de espécies diferentes.
e) fototropismos diferentes, e isso não tem qualquer
relação quanto a serem da mesma espécie ou de
espécies diferentes.

21. Uesc-BA Em 1938, os pesquisadores Hanner e Bonner


realizaram uma série de experimentos, hoje conside-
Tie dia longo rados clássicos, para o estudo do fotoperiodismo das
0 12 24 plantas. O esquema a seguir demonstra os resultados
horas
desse experimento.

Experimento 2
Dia curto com
Dia Dia interrupção
da noite

A
0 16 32
horas Planta de dia longo
A partir da análise conjunta dos três experimentos, é
CORRETO afirmar que Com base nos resultados e nas conclusões obtidas a
a) o fotoperíodo influencia somente a planta A. partir desse experimento, identifique com V as afirma-
b) a duração do dia é um fator mais determinante na tivas verdadeiras e com F, as falsas.
floração que a duração da noite. As plantas de dia curto florescem quando submeti-
c) a duração da noite é um fator mais determinante das a um período de escuro igual ou menor que o
na floração que a duração do dia. período de claro.
d) o fotoperíodo influencia somente a planta B. A interrupção da noite com um flash de luz não
produziu qualquer efeito visível no resultado do
20. Unesp O professor chamou a atenção dos alunos para
experimento.
o fato de que todos os ipês-roxos existentes nas ime-
As plantas de dia longo florescem quando subme-
diações da escola floresceram quase que ao mesmo
tidas a períodos claros superiores aos períodos
tempo, no início do inverno. Por outro lado, os ipês-ama-
relos, existentes na mesma área, também floresceram escuros.
quase que ao mesmo tempo, porém já próximo ao final As plantas possuem um fotoperíodo crítico, relacio-
do inverno. Uma possível explicação para esse fato é nado com a duração do período de escuro, e não
que ipês-roxos e ipês-amarelos apresentam com o período do dia na determinação da floração.
FRENTE 2

a) pontos de compensação fótica diferentes e, pro- A alternativa que contém a sequência correta, de cima
vavelmente, são de espécies diferentes. para baixo, é a
b) pontos de compensação fótica diferentes, e isso a) F>-V-V-F
não tem qualquer relação quanto a serem da b) V-F-F-V
Cr: espécie ou de espécies diferentes. e) F-F-V-V
c) operiodismos diferentes e, provavelmente, são d) V-V-F-F
de espécies diferentes. e) F-V-F-v
155
ED CT TIE)

Estudo desvenda como hormônio aumenta o em exemplares de uma variedade de cana-de-açúcar desenvolvida
pelo IAC antes do início do amadurecimento.
acúmulo de açúcar na cana
Após pulverizar os dois compostos nas plantas, eles quantificaram
Nos canaviais no Brasil é comum a aplicação na cana de reguladores
os teores de sacarose em amostras de tecidos das folhas e do colmo
de crescimento ou maturadores químicos, análogos aos hormônios vege-
da cana cinco dias após a aplicação e 32 dias depois, na colheita.
tais, com o objetivo de acelerar e aumentar o amadurecimento (acúmulo de
Os resultados das análises indicaram que o etefom estimula a
sacarose) e inibir o florescimento da planta para prolongar os períodos de
colheita e moagem e, dessa forma, aumentar a produtividade e os ganhos acumulação de sacarose em entrenós imaturos da cana. As plantas
econômicos dos canavieiros. tratadas com o maturador químico apresentaram maiores níveis de
sacarose nos entrenós superiores e médios na colheita.
Um grupo de pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade
Já as plantas tratadas com AVG tiveram uma redução de 42% no
Estadual de Campinas (Unicamp), em colaboração com colegas do Insti-
teor de sacarose.
tuto Agronômico (IAC) e do Instituto de Química da Universidade de São
Paulo (IQ-USP), desvendou, agora, como um desses hormônios age em “Esses dados confirmaram a importância da presença e da ação
nível molecular na cana, contribuindo para aumentar o armazenamento do etileno para indução de amadurecimento da cana”, disse Menossi.
de sacarose na planta. Genes-alvo
Resultado da pesquisa de doutorado da estudante Camila Pinto da A fim de avaliar a ação do etileno em nível molecular, os pesquisa-
Cunha, realizada com Bolsa da FAPESP, e de um projeto apoiado pela Fun- dores também fizeram uma análise do transcriptoma — perfil completo
dação no âmbito do Programa de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), o estudo de transcritos — para identificar quais genes foram diferencialmente ex-
foi publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature. pressos nas plantas pela ação do etileno durante a maturação da cana.
“Identificamos alguns genes que são ativados por um dos principais Com base na combinação dessa análise de transcriptoma das
maturadores químicos utilizados hoje nos canaviais e que podem ser alvos principais enzimas envolvidas na regulação do metabolismo da saca-
de manipulações futuras por engenharia genética para tentar chegar ao rose e do perfil hormonal das plantas pulverizadas com etefom e AVG,
desenvolvimento de uma variedade de cana que acumule mais açúcar”, eles conseguiram identificar genes-alvo do etileno, além da ação do
disse Marcelo Menossi, professor do Departamento de Genética, Evolu- hormônio em locais de acúmulo de sacarose na planta. Além disso,
ção e Bioagentes do Instituto de Biologia da Unicamp e coordenador do também propuseram um modelo molecular de interação do etileno
projeto, à Agência FAPESP. com outros hormônios.
Os pesquisadores analisaram os efeitos em nível molecular da aplica- O etileno ativou um número significativo de genes de vias hormo-
ção de etefom em variedades de cana cultivadas em casas de vegetação. nais exclusivamente no colmo das plantas. Dentre essas vias hormonais
Primeiro regulador de crescimento utilizado no manejo de culturas agrí- destacaram-se aquelas envolvidas justamente com o etileno e também
colas, hortícolas e florestais no mundo e um dos mais usados para manipular com o ácido abscísico — um outro fator de maturação da cana — e de
e estimular a maturação da cana, o etefom tem contribuído para aumentar vias da giberelina e da auxina — hormônios que atuam no alongamento
a quantidade de sacarose da planta, inibir a floração e, consequentemente, do colmo e que afetam o florescimento e gemas laterais da planta,
prolongar os períodos de colheita e moagem. explicou Menossi.
Esses efeitos do composto químico na cana são atribuídos ao “Sabendo quais genes o maturador modula para que a planta
etileno — um hormônio vegetal conhecido por seu envolvimento na aumente o acúmulo de sacarose será possível fazer melhoramentos
maturação de frutos —, que é liberado pelo etefom ao penetrar genéticos na cana e desenvolver variedades que expressem mais es-
na planta após ser pulverizado. ses genes, sem a necessidade de aplicação do etileno, por exemplo”,
vislumbrou o pesquisador.
Por isso, o etileno é considerado uma pista-chave para compreender
a regulação da transição do crescimento vegetativo para a fase de ama- “Além disso, pode ser possível identificar em um conjunto de
durecimento da cana, explicou Menossi. variedades de cana aquelas que mais expressam esses genes e que
“Apesar de ser sabido que o etileno contribui para aumentar a quan- facilitam a ação do maturador, uma vez que há variedades de cana que
tidade de açúcar na cana, ainda não estava claro como a síntese e ação não respondem bem à aplicação de hormônio”, afirmou.
desse hormônio afeta o amadurecimento da planta”, afirmou. ALISSON, E. Estudo desvenda como hormônio aumenta o
Para estudar a ação do etileno na cana, os pesquisadores pulve- acúmulo de açúcar na cana. Agência Fapesp, 7 abr. 2017.
Disponível em: https://agencia.fapesp.br/estudo-desvenda-
rizaram etefom e um regulador de crescimento de plantas, chamado como-hormonio-aumenta-o-acumulo-de-acucar-na-
aminoetoxivinilglicina (AVG) — conhecido como um inibidor do etileno —, cana/25072/. Acesso em: 27 fev. 2023.

Hormônios Vegetais * Sensibilidade à auxina: alta na raiz e baixa no caule.


Auxina * Principais funções
* Natural: ácido indolacético (AIA). = Alongamento celular.
* Sintéticas: ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), ácido - Dominância apical.
naftalenoacético (ANA) e ácido indolbutírico (IBA).
- Crescimento de frutos.
* Transporte polar: ocorre pelo tecido parenquimático em
— Herbicida seletivo.
direção descendente do caule a partir das gemas apicais.
* Locais de produção: gemas apicais caulinares, folhas jovens — Formação de raízes.
e sementes em desenvolvimento. = Tropismos.

156 BIOLOGIA = Capítulo 18 = Fisiologia vegetal Il


Etileno Nastismos
* Hormônio gasoso relacionado à senescência. * Conceito: movimentos vegetais de abertura ou fechamento
* Locais de produção: todos os órgãos vegetais, exceto pelas que não dependem da origem do estímulo e, geralmente,
sementes; regiões lesionadas; frutos maduros ou podres. são reversíveis.
* Principais funções * Tipos: fototactismo, tigmonastismo e sismonastismo.
- Amadurecimento dos frutos.
Tactismos
- Queda das folhas.
* Conceitos: movimentos em que ocorre deslocamento de
Giberelinas moléculas, organelas ou microrganismos, influenciados por
e Natural: ácido giberélico (GA). estímulos ambientais (físicos ou químicos).
* Locais de produção: diversos órgãos vegetais.
* Tipos: fototactismo e quimiotactismo.
* Principais funções
— Germinação das sementes. Luz e desenvolvimento vegetal
-— Alongamento do caule. * Fotomorfogênese: efeito da luz no desenvolvimento e cres-
- Crescimento de frutos. cimento das plantas.
Ácido abscísico * Exemplos: alongamento do caule, abertura dos estômatos,
* Inibidor do crescimento. queda das folhas, germinação das sementes e floração.
* Locais de produção: diversos órgãos vegetais. * Fotorreceptores: pigmentos que detectam e absorvem os
* Principais funções diferentes comprimentos de onda da luz.
- Fechamento dos estômatos. Fitocromo
— Dormência das gemas axilares no inverno. * Fotorreceptor azul que absorve luz vermelha.
— Dormência das sementes.
* Fitocromo ativo ou Fc: absorve vermelho curto (660 nm) e
Citocininas atua diretamente nas respostas fisiológicas.
* Principais funções * Fitocromo inativo ou Ry: absorve vermelho longo (7/30 nm) e
— Estímulo das divisões celulares. não atua diretamente nas respostas fisiológicas.
- Quebra da dormência das gemas axilares.
Fotoperiodismo
- Retardamento da senescência.
* Conceito: fenômenos vegetais determinados pelo fotope-
Movimentos vegetais ríodo (período de exposição à luz).
Tropismos * Exemplos: floração, queda das folhas, formação de tubérculos
* Conceito: movimentos vegetais de crescimento dependentes e raízes tuberosas, reprodução assexuada, germinação de
da posição de origem do estímulo. sementes e quebra da dormência das gemas axilares.
* Positivos: movimentos dos órgãos ou de estruturas vegetais * Plantas de dia curto (noite longa):
se aproximam dos estímulos. - Florescem em um tempo menor ou igual ao fotoperíodo
* Negativos: movimentos dos órgãos ou de estruturas vegetais crítico.
se afastam dos estímulos.
- Florescem no início da primavera, no outono ou durante
* Tipos: fototropismo, gravitropismo (geotropismo), quimiotro- o inverno.
pismo, hidrotropismo e tigmotropismo.
— Exemplos: morangueiro, crisântemo e ipê-amarelo.
* Fototropismo
* Plantas de dia longo (noite curta):
— Estímulo: luz.
- Planta com luz unilateral: auxina se concentra no lado - Florescem em um tempo maior ou igual ao fotoperíodo
não iluminado. crítico.
— Caule: fototropismo positivo. - Florescem, geralmente, no final da primavera e durante
- Raiz: fototropismo negativo. o verão.
* Gravitropismo — Exemplo: espinafre, trigo, íris e alface.
— Estímulo: gravidade. * Plantas neutras:
— Planta na posição horizontal: auxina se concentra no - Floração não depende do fotoperíodo, mas do grau de
lado inferior. desenvolvimento da planta, da disponibilidade de água
— Caule: gravitropismo negativo. ou da temperatura ambiental.
- Raiz: gravitropismo positivo. - Exemplos: tomateiro, feijoeiro, milho e roseira.
E)

Quer saber mais?

Livro
ca TAIZ, L. et al. Fundamentos da Fisiologia Vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2018.
Para um entendimento mais completo, acesse o livro sobre processos e substâncias envolvidos na fisiologia vegetal.

157
Exercícios complementares
1. UEL-PR 2016 Hormônios são substâncias produzidas Planta |: mantida intacta.
por um determinado grupo de células ou tecidos e Planta Il: remoção do meristema apical.
estimularão, inibirão ou modificarão a resposta fisio- Planta Ill: emoção do meristema apical e, no local da
lógica e o desenvolvimento de outras regiões do remoção, aplicação de pasta de lanolina com um hor-
próprio organismo. Nas plantas, eles também são cha- mônio vegetal.
mados de fitormônios e participam de diferentes fases
Ao final do período experimental, foram obtidos os se-
do desenvolvimento vegetal.
guintes resultados:
Sobre os fitormônios, responda aos itens a seguir.
Planta |: o crescimento vertical foi mantido e as gemas
a) Muitas espécies de plantas ornamentais e frutífe-
laterais permaneceram dormentes.
ras são podadas entre as estações reprodutivas.
Planta Il: o crescimento vertical diminuiu ou cessou e
Que tipo de resposta fitormonal essa poda costu-
ma desencadear e qual a sua consequência? ocorreu crescimento de ramos provenientes do desen-
b) Quais são os efeitos do fitormônio etileno? volvimento de gemas laterais.
Planta Ill: as gemas laterais permaneceram dormentes.
Famerp-SP 2017 A figura ilustra três respostas das
Com base nos resultados desse experimento,
células de uma angiosperma em relação a diferentes
a) cite o hormônio usado na planta Ill e o local em
hormônios vegetais.
que ele é produzido na planta;
b) explique uma aplicação prática para o procedi-
mento utilizado na planta ll.

Unisa-SP 2017 A transpiração vegetal pode ser de-


monstrada por meio da utilização do papel de cobalto.
Quando seco, o papel apresenta coloração azul e
quando em contato com a umidade apresenta co-
loração rósea. Em um experimento, três plantas não
desérticas e da mesma espécie foram colocadas em
recipientes de vidro distintos e vedados. A epiderme
inferior de algumas das folhas das três plantas foi co-
locada em contato com o papel de cobalto. Todas as
plantas estavam envasadas, nas seguintes condições:
(César da Silva Júnior, Sezar Sasson e Nelson Caldini Júnior. Recipiente 1 — suprimento hídrico na terra, ambiente
Biologia, 2015. Adaptado.) escuro e baixa concentração de gás carbônico no ar.
Recipiente 2 — baixo suprimento hídrico na terra,
a) Qual seta indica a ação correta das auxinas? Jus-
ambiente à luz do dia e alta concentração de gás car-
tifique sua escolha.
bônico no ar.
b) Que efeito é esperado em uma planta após a re-
Recipiente 3 — suprimento hídrico na terra, ambiente
tirada dos ramos que contêm as gemas apicais?
à luz do dia e baixa concentração de gás carbônico
Justifique sua resposta.
no ar.
FMJ-SP 2015 Plantas da mesma espécie foram sub- a) Em qual desses recipientes o papel de cobalto
metidas a dois procedimentos, a saber: apresentará coloração rósea mais rapidamente?
1. suas gemas apicais foram retiradas e no lugar de- Justifique sua resposta.
las foram colocados blocos de ágar com auxina. b) Uma das funções do hormônio ácido abscísico é
2. suas gemas apicais foram retiradas e no lugar de- reduzir a desidratação foliar que ocorre na planta.
las foram colocados blocos de ágar puro. Explique como esse hormônio atua para reduzir a
a) Qual dos procedimentos corresponde à poda desidratação nas folhas.
realizada por fruticultores? Explique por que fruti-
Unitau-SP 2019 Apesar de não apresentarem siste-
cultores realizam esse procedimento.
ma nervoso, os vegetais são capazes de controlar
b) Qual dos procedimentos seria semelhante ao
seu desenvolvimento e seu crescimento de acordo
crescimento normal da planta? Explique a respos-
ta fisiológica das gemas laterais nessa condição. com as condições ambientais e de reagir a estímulos
externos (ex.: luz, gravidade e contato). Essas ativida-
UFG-GO Considere o experimento apresentado a seguir. des são comandadas pelos hormônios vegetais, ou
Três plantas jovens, de mesma espécie e idade, man- fitormônios, moléculas orgânicas pequenas e de fácil
tidas em condições ambientais controladas e ideais penetração na célula.
de luz, temperatura, nutrição e umidade, foram sub- Cite cada uma das classes de hormônios e suas res-
metidas a três procedimentos. pectivas ações nos vegetais.

158 BIOLOGIA * Capítulo 18 = Fisiologia vegetal Il


7. Uerj Fito-hormônios são substâncias que desempenham importantes funções na regulação do metabolismo vegetal.
Os frutos sem sementes, denominados partenocárpicos, por exemplo, são produzidos artificialmente por meio da
aplicação dos fito-hormônios denominados auxinas.
a) Descreva a atuação das auxinas na produção artificial de frutos sem sementes.
b) Cite um fito-normônio que influencie o mecanismo iônico de abertura e fechamento dos estômatos foliares e
explique sua atuação nesse mecanismo.

8. Fasm-SP 2018 Leia a tirinha de Bob Thaves.

o [eRUTAS FRESCAS

7 aa] GOOD
qn] rea |
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A qua,
na vs 4 UI)
nt
AL NA SEGUNDA, MADURAS NA
EAD TERÇA, MOLES NA QUARTA,

o rem
DE, PASSADAS NA QUINTA, N

e
TIIT MOFADAS NA SEXTA q
(O Estado de S. Paulo, 1812.2016.)

As alterações citadas na tirinha indicam o processo de amadurecimento que ocorre com os frutos, finalizando em sua
decomposição.
a) A qual Reino pertencem os seres vivos classificados como mofo? Esses seres vivos são autótrofos ou heterótrofos?
b) Qual hormônio vegetal estimula o processo de amadurecimento dos frutos? Cite uma medida para desacelerar o
amadurecimento dos frutos.

9. Unicid-SP 2015 A fotografia mostra coleóptilos de trigo em germinação sob uma fonte unidirecional de luz, em pro-
cesso de fototropismo.

(http:/Awebpages.fc.ul.pt)

a) Que substância regula o fototropismo? Em que região da plântula é produzida tal substância reguladora?
b) Explique, do ponto de vista fisiológico, como ocorre o fototropismo.

10. Unitau-SP 2018 As auxinas são um conjunto de fitormônios muito importantes para o desenvolvimento das plantas.
Dentre eles, o ácido indolilacético (AIA) é o mais comum, ausente apenas em coleóptilos, ou seja, na primeira porção da
planta que aparece na superfície do solo. Uma informação que poucos conhecem é que Charles Darwin foi o precursor
da descoberta das auxinas, quando estudava o fototropismo em alpiste. Sobre as auxinas,
a) onde são produzidas, e qual o sentido do transporte desses hormônios?
b) explique o fototropismo e o gravitropismo nas plantas, regulado por esses hormônios.

11. FMJ-SP 2022 A figura ilustra a ação de um hormônio na gema apical de uma planta quando submetida à luz.

a) Cite o hormônio que atua no fenômeno


É apresentado na figura. Qual é a ação des-
se hormônio nas células?
SI:

b) Suponha que a gema apical seja removida


e que a planta receba luz uniformemen-
te. Qual modificação anatômica a planta
apresentará em relação às gemas late-
rais? Qual mecanismo fisiológico provoca
(http://edu.glogster/glog. Adaptado.) esse fenômeno?

159
12. UFJF/Pism-MG 2022 Em uma aula de Fisiologia Vegetal, o professor propôs aos alunos o seguinte experimento: colocar
uma semente em um vaso e aguardar a germinação. O vaso foi colocado na janela do laboratório. Após a emergência
da plântula, o aluno deveria deitar o vaso, como demonstrado
nas figuras A e B. Após alguns dias, o aluno verificou que houve à
alteração na direção do crescimento da planta, como mostra- A
do na figura C. Para analisar o que aconteceu com a planta, o q: rá
professor sugeriu aos alunos retirarem a planta do vaso e, ao (a) (8) (o) y
fazer isso, o aluno pode visualizar a alteração no crescimento da
raiz e do caule, como representado na figura D. Na sequência, Bs
o professor explicou que as plantas são capazes de controlar O
seu desenvolvimento e crescimento, reagindo a diferentes estí-
mulos, e que essas atividades são comandadas por hormônios
vegetais ou fitormônios.
Considerando o experimento demonstrado e os seus conhecimentos sobre o assunto abordado pelo professor, res-
ponda as questões abaixo:
a) Identifique o fitormônio que está relacionado com o processo de crescimento da raiz e do caule, e descreva
como o acúmulo desse fitormônio nas células desses dois órgãos influenciaram a alteração no crescimento
deles, como ilustrado nos círculos D.
b) A alteração do direcionamento no crescimento do caule e da raiz refletem processos de tropismo nas plantas.
Quais os tropismos visualizados nessa planta e qual é a influência dos fatores externos em cada um deles?
c) Além das atividades destacadas no experimento abordado, esse fitormônio também regula outras atividades nas
plantas. Cite duas dessas outras atividades.

13. UFTM-MG Em 1881, Charles Darwin e seu filho Francis estudaram a influência da luz sobre coleóptilos. Para isso, uti-
lizaram um coleóptilo intacto, outro com o ápice cortado, outro com o ápice encoberto com papel opaco, outro com
o ápice encoberto com papel transparente e outro com a base encoberta com papel opaco, como mostra a figura.

fonte Vy>
de luz

intacto base encoberta


com papel opaco
ápice ápice ápice encoberto
cortado encoberto com com papel
papelopaco transparente

a) Qual substância é responsável pela curvatura dos coleóptilos? Explique como essa substância, na presença de
luz, promove essa curvatura.
b) Explique por que o coleóptilo que teve o ápice encoberto com papel opaco não se curva em direção à fonte de
luz e indique como ficará a direção do seu crescimento.

14. UFU-MG 2016 As folhas da planta Mimosa pudica, popularmente conhecida como sensitiva ou dormideira, dobram-

À md
-se rapidamente quando estimuladas mecanicamente, conforme ilustrado na figura a seguir.

Pulvino .

Células
perdem
ER Sesc
turgor
Células
mantêm
turgor

FOLÍOLO ABERTO FOLÍOLO FECHADO


Disponível em: <http://www.angelobranco.com.br/2015/01>. Acesso em 04 de jan. 2016.

A partir das informações, faça o que se pede.


a) Como é denominado esse tipo de movimento das folhas da referida planta?
b) Explique o mecanismo da resposta iônica que provoca as alterações no turgor das células do pulvino que levam
ao fechamento dos folíolos.

160 BIOLOGIA * Capítulo 18 = Fisiologia vegetal Il


15. Unicamp-SP 2020 Em 20 de julho de 1969, Neil b) Suponha que essas duas espécies de plantas
Armstrong se tornou o primeiro homem a pisar na recebam um breve feixe de luz no meio do perío-
superfície lunar, após viajar a bordo da Apollo 11 com do escuro. Qual das espécies não irá florescer?
Edwin Aldrin e Michael Collins. O espaço é um desa- Justifique sua resposta com base no fator deter-
fio para a Biologia e vários experimentos na área vêm minante da floração.
sendo realizados na Estação Espacial Internacional.
Pesquisadores compararam o perfil de transcritos em
17. Famerp-SP 2015 Fotoperíodo crítico é o tempo de
exposição diária à luz que uma planta necessita para
plantas crescidas no espaço, o que permitiu avaliar
como os organismos detectam a ausência de gravida-
iniciar sua floração. Algumas plantas requerem perío-
dos de iluminação maiores, outras requerem períodos
de (ou a microgravidade) e desvendar os mecanismos
de iluminação menores, existindo ainda plantas indi-
fundamentais envolvidos na resposta das plantas ao
ferentes ao período de iluminação. A figura ilustra o
voo espacial.
florescimento de uma planta que necessita de um fo-
a) No contexto apresentado, o que é um transcrito?
toperíodo crítico de 6 horas, no máximo.
Considerando o processo de síntese proteica para
o entendimento do metabolismo celular, qual é a li-
mitação da análise exclusiva do perfil de transcritos? noite
dia longo curta
b) As imagens (A) e (B) abaixo mostram plantas cul-
tivadas em ambiente terrestre ou no espaço.
Considerando seus conhecimentos sobre tropismo, 0 12 24
horas
identifique o ambiente em que cada planta cresceu
e justifique a sua resposta.
dia
curto noite longa

planta de dia curto


0 12 24 (noite longa)
horas

a) Tendo em vista o processo de floração, explique


o que ocorre quando essa planta é cultivada em
regiões próximas à linha do equador.
(Fontes: R. J. Ferle A. L. Paul, The effect of spaceflight on the gravity- b) Como os floricultores conseguem produzir flores o
sensing auxin gradient of roots: GFP reporter gene microscopy on orbit. ano todo, independentemente da região, da época
npj Microgravity, New York, v. 2, p. 15023, jan. 2016; A. L. Paul e outros,
do ano, ou do fotoperíodo crítico de cada planta?
Spaceflight transcriptomes: unique responses to a novel environment.
Astrobiology, New Rochelle, v. 12, n. 1, p. 40-56, jan. 2012.)
18. UFG-GO 2014 Ao visitar, no mês de julho, uma institui-
16. CUSC-SP 2022 A floração de duas espécies (X e Y) de ção de pesquisa nos EUA, um pesquisador brasileiro
plantas eudicotiledôneas é regulada por diferentes fo- observou uma angiosperma florida e se interessou pelo
toperíodos. A espécie X é uma planta de dia curto e a estudo do ciclo reprodutivo desse vegetal. Ao retornar
espécie Y é uma planta de dia longo e ambas apresentam ao Brasil, iniciou uma pesquisa, a esse respeito, com
fotoperíodo crítico de 14 horas. As figuras ilustram condi- a mesma planta. Contudo, observou que o floresci-
ções de exposições à luz e à escuridão a que essas duas mento dessa angiosperma ocorreu no mês de janeiro.
espécies foram submetidas. Os números 1 e 2 correspon- O estudo foi concluído após a observação de todas as
dem aos diferentes fotoperíodos a que a espécie X foi fases do ciclo reprodutivo da planta. Considerando as
exposta, e os números 3 e 4 correspondem aos diferen- observações feitas pelo pesquisador, no Brasil,
tes fotoperíodos a que a espécie Y foi exposta. a) como se explica a floração das plantas ter ocorri-
do no mês de janeiro?
EspÉcIE X ESPÉCIE Y
14 horas 14 horas b) cite quatro fases consecutivas do ciclo reproduti-
vo dessa planta.
luminado Escuro lluminado* Escuro
19. UFPR 2017 Foi realizado um experimento para verificar
a influência do fotoperíodo na floração de uma espécie
de planta. O grupo 1 foi submetido a um fotoperíodo em
FRENTE 2

que o tempo de escuro era menor que o período crítico


para floração; o grupo 2, a um tempo de escuro maior
que o crítico para floração; o grupo 3 foi submetido ao
(www.macmillanhighered.com. Adaptado.)
mesmo período de escuro que o grupo 2, mas com
a) Em qual fotoperíodo, 1 ou 2, a espécie X irá flo- uma breve exposição à luz no meio do período escuro.
rescer? Em qual fotoperíodo, 3 ou 4, a espécie Y Na figura estão representados os grupos e o resultado
irá florescer? obtido nos grupos 1 e 2.

161
Período crítico de

Tempo (h)
escuro para a floração
[aço

Não floresce Floresce

Com base nessas informações, responda:


a) Na situação 3, a planta floresce ou não?
b) Justifique sua resposta, considerando a ação dos dois principais fitocromos reguladores do fotoperíodo nas plantas.

20. Unesp Foram feitos experimentos em laboratório, variando artificialmente os períodos em horas, de exposição à luz e ao
escuro, com o objetivo de observar em que condições de luminosidade (luz ou escuro) determinadas plantas floresciam ou
não. No experimento |, exemplares de uma planta de dia curto foram submetidos a condições diferentes de exposição à luz
e ao escuro. Já no experimento Il, plantas de duas outras espécies foram também submetidas a períodos de exposição à
luz (ilustrados em branco) e ao escuro (destacados em preto). Em duas situações, houve pequenas interrupções (destacadas
por setas) nestes períodos de exposição. Os sinais positivos indicam que houve floração, e os negativos, que não houve,
para todos os experimentos.
Resultado Planta de Planta de
o luz / escuro da floração = 24h ss dia curto dia longo
2 [| 2 Ea
2 [= 5 [=|
E [— E4
a 8
é do 7 E
a) Interprete os resultados do experimento | considerando as exigências de exposição à luz e ao escuro para que
ocorra a floração desta planta.
b) Considerando o experimento Il, qual das interrupções — a que ocorreu durante o período de exposição à luz ou
ao escuro — interferiu no processo de floração? Qual é o nome da proteína relacionada à capacidade das plantas
responderem ao fotoperíodo?

21. UFJF-MG Em muitas plantas, a floração é controlada pelo fotoperíodo, sendo as espécies classificadas como plantas
de dias curtos (PDC) ou plantas de dias longos (PDL). Observe a figura a seguir, que ilustra um experimento realizado
com PDC e PDL, e responda:
24 horas

período
- de luz
duração
crítica
— da noite
| raio,
luminoso
- período
escuro

'« yr ( , di A Ê dy

E - +, A |
MM
E , PAPO
Plantas da espécie A Plantas da espécie B

a) Qual a classificação fotoperiódica (PDC ou PDL) das plantas das espécies A e B, considerando os resultados
obtidos nos experimentos?
b) O que representa o fotoperíodo crítico para as plantas fotoperiódicas?
c) Explique como é possível a ocorrência de florescimento das plantas A e das plantas B em uma mesma localidade,
na mesma época do ano.

162 BIOLOGIA = Capítulo18 = Fisiologia vegetal Il


1. Unesp 2013 Em uma aula de biologia, a professora pegou três sacos de papel permeável e colocou, em cada um
deles, um par de frutas, segundo a tabela.

Bananas e mamões, verdes e maduros,


como os usados na aula.
Todas as frutas estavam íntegras e com bom aspecto. Cada saco foi fechado e mantido em um diferente canto da sala
de aula, que tinha boa ventilação e temperatura em torno de 30 “C. Na semana seguinte, os sacos foram abertos e os
alunos puderam verificar o grau de maturação das frutas.
Pode-se afirmar que, mais provavelmente,
a) as frutas maduras dos sacos 2 e 3 haviam apodrecido, e as frutas verdes dos sacos 1,2 e 3 iniciavam, ao mesmo
tempo, seus processos de maturação.
b) as frutas verdes dos três sacos haviam amadurecido ao mesmo tempo e já iniciavam o processo de apodrecimen-
to, enquanto as frutas maduras dos sacos 2 e 3 já se mostravam totalmente apodrecidas.
c) as frutas maduras dos sacos 2 e 3 haviam apodrecido, e as frutas verdes dos sacos 1,2 e 3 continuavam verdes.
d) as frutas verdes dos sacos 2 e 3 haviam amadurecido, e as frutas verdes do saco 1 estavam em início de maturação.
e) as frutas dos três sacos se encontravam tal como no início do experimento: as frutas verdes dos sacos 1,2 e 3
ainda estavam verdes e as frutas maduras dos sacos 2 e 3 estavam no mesmo ponto de maturação.

2. UFSC 2016 O experimento representado a seguir foi realizado para observar a germinação e o comportamento geo-
trópico em raízes e caules. Quatro grãos de milho com as pontas voltadas para o centro foram colocados em uma
caixa de acrílico sobre algodão umedecido em quantidade suficiente para garantir a fixação das sementes. A caixa
foi recoberta com papel-alumínio, para evitar a interferência da luz, e mantida na posição vertical por quatro dias. Em
seguida, a caixa passou por um giro de 90º conforme a ilustração a seguir, e foi mantida na posição horizontal por
mais quatro dias. O desenvolvimento, a direção e o sentido das raízes e dos caules foram acompanhados durante a
realização do experimento.

163
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA
DA MONTAGEM DO EXPERIMENTO
Caixa de acrílico

Grãos de milho a Q b)
4

-
"e oú Após quatro dias, foi

Algodão — a Ó
feito um giro de 90º

umedecido

Lado inferior na
posição vertical

. aj REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA
GP +
NO MOMENTO INCIAL APOS O GIRO
cs mé)
e” Te
A+ É «B Lado inferior na
pa a O ga posição horizontal

AMABIS, José M.; MARTHO, Gilberto R. Biologia: Moderna Plus. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2009. CD: Guia para o professor. [Adaptado].

Sobre a fisiologia vegetal e com base na ilustração, é CORRETO afirma que:


01 o órgão indicado pela seta A é a raiz.
02 concentrações ideais do hormônio vegetal auxina, necessárias para o alongamento celular mais eficiente, são
diferentes no caule e na raiz.
04 o comportamento geotrópico da raiz depende da posição original dos grãos, podendo ocorrer geotropismo po-
sitivo ou negativo.
08 nos dias que sucedem ao giro de 90º feito no experimento, é provável que a direção e o sentido das raízes per-
maneçam os que foram estabelecidos na posição vertical.
Soma:

eca-SP 2016 O fotoperiodismo é um fenômeno que exerce influência sobre a floração das plantas e está dire-
tamente relacionado aos fitocromos. Uma molécula de fitocromo pode apresentar duas formas: o Pre o Pp. O Pp
transforma-se em Prp na presença de luz;
já no escuro, o Pra é convertido em Pp. Dois experimentos foram montados
para estabelecer a influência do período de claro e escuro sobre a floração das espécies de plantas A e B.

EXPERIMENTO 1 EXPERIMENTO 2

E—— 24 horas. E—— 24 horas.

claro escuro claro escuro

1,8
a) Considerando as condições ambientais favoráveis, determine a estação do ano em que a probabilidade de a
planta B florescer é maior. A incidência de luz por 30 segundos durante o período de escuro no experimento 1
terá qual efeito sobre as plantas?
b) Como o fotoperíodo crítico determina a floração na planta B? Com relação aos períodos de claro e escuro, qual
é a influência dos fitocromos Pp e Pra na floração da planta de dia curto?

164 BIOLOGIA * Capítulo 18 = Fisiologia vegetal Il


Proxima Studio/Shutterstock.com
o"
a

A dosagem da concentração sanguínea


de glicose é uma prática comum entre
portadores de diabetes melito.
E - E
mm

CAPÍTULO Controle endócrino


Segundo a Federação Internacional de Diabetes, em 2019, 16,8 milhões de brasilei-
ros entre 20 e 79 anos eram portadores de diabetes melito. Esse tipo de diabetes é
caracterizado pela elevação da glicemia (concentração sanguínea de glicose), cujas
complicações inserem a doença na lista das que mais matam no Brasil e no mun-
do. Para evitar consequências graves, as pessoas com diabetes melito devem fazer
o acompanhamento rigoroso da glicemia. Em indivíduos saudáveis, o controle dos
níveis sanguíneos de glicose envolve a participação de hormônios, principalmente
insulina e glucagon, produzidos pelo pâncreas.
Introdução
Em conjunto com o sistema nervoso, o sistema endócrino participa do controle das atividades básicas ligadas ao
funcionamento do organismo. Por isso, ambos são considerados sistemas de controle.
O sistema endócrino é constituído pelo conjunto de glândulas endócrinas do organismo, e sua atuação ocorre por
meio de moléculas sinalizadoras denominadas hormônios, os quais são secretados no sangue pelas glândulas endócrinas
e distribuídos pelo corpo, alcançando todas as células.
Apesar de entrar em contato com todos os tecidos do corpo, um hormônio age apenas sobre as células que possuem
receptores específicos para ele. Essas células são cnamadas de células-alvo, e a recepção do hormônio desencadeia uma
mudança em seu metabolismo. Existem diversos tipos de hormônios. Alguns, por exemplo, aumentam a taxa de síntese
proteica das células-alvo; outros influenciam a taxa de divisões celulares, entre outras respostas.

V ELEMENTOS
Célula secretando Receptor específico |ronave.
certo hormônio na para outro hormônio LUIS
corrente sanguínea CORES
| FANTASIA

Vaso sanguíneo

Receptor específico
do hormônio
nas células-alvo

Representação esquemática da secreção de hormônio no sangue e sua recepção pelas células-alvo.

Nos animais, existem hormônios derivados de aminoácidos, hormônios de natureza peptídica (formados por cadeias
de aminoácidos) e hormônios derivados do colesterol (chamados esteroides, de natureza lipídica).
CORES ELEMENTOS
FANTASIA | | FORADE |
=See=====" | PROPORÇÃO
Hipófise

Paratireoides hay ——— Tireoide

Pâncreas A Ovários
marina ua/Shutterstock.com

/ N

Representação esquemática da localização das principais glândulas endócrinas no corpo humano. Detalhes sobre os testículos (gônadas masculinas) e ovários
(gônadas femininas) serão apresentados no próximo capítulo deste livro.

166 BIOLOGIA * Capítulo 11 » Controle endócrino


Regulação dos níveis hormonais ,
Os hormônios são substâncias que, em geral, atuam Melatonina
em pequenas quantidades, tendo sua secreção regulada A glândula pineal produz a melatonina, hormônio liberado
pelo próprio organismo. O excesso ou a carência de um na ausência de luz e que está relacionado à indução do
hormônio pode resultar em prejuízos à fisiologia celular e sono, atuando no ciclo circadiano. Os ciclos circadianos
ao metabolismo do corpo. correspondem às mudanças dos estados fisiológicos que
ocorrem no organismo humano em um período de 24 ho-
Um exemplo de mecanismo de controle dos níveis
ras. Distúrbios do sono ligados a perturbações do ciclo
hormonais é o feedback (retroalimentação) negativo, no
circadiano podem ser causados por diferentes fatores,
qual a resposta das células-alvo inibe a produção do hor-
como danos cerebrais, turnos irregulares de trabalho, uso
mônio que a desencadeou. Esse mecanismo evita que os de certos medicamentos e viagens em diferentes fusos
hormônios sejam liberados em quantidades excessivas, o horários. Sob orientação médica, a suplementação de
que estimularia demasiadamente as células-alvo. Em de- melatonina pode ser indicada para alguns tratamentos
corrência da retroalimentação negativa, ocorre a redução de distúrbios do sono.
da concentração sanguínea do hormônio. Porém, quando
essa redução se acentua e o estímulo diminui a níveis que
Hormônios da neuroipófise
podem ser prejudiciais, a inibição cessa, e a glândula en-
dócrina passa a liberar novamente o hormônio no sangue. A neuroipófise não produz hormônios. Essa porção
Por meio desse mecanismo, a concentração sanguínea de da hipófise armazena e libera no sangue dois hormônios
um certo hormônio permanece relativamente constante ao sintetizados por células neurossecretoras do hipotálamo,
longo do tempo, mantendo a homeostase. tratando-se, portanto, de uma sinalização neuroendó-
Outro mecanismo envolvido com a regulação da se- crina. Os hormônios produzidos pelo hipotálamo e
creção de hormônios é o feedback (retroalimentação) secretados pela neuroipófise são o hormônio antidiuré-
positivo, por meio do qual o aumento da intensidade da tico e a ocitocina.
resposta das células-alvo resulta no aumento da liberação O hormônio antidiurético (ADH), ou vasopressina,
do hormônio que as estimula. atua sobre os rins, aumentando a reabsorção de água
Ao longo da apresentação das principais glândulas en- nos túbulos distais e nos ductos coletores dos néfrons,
dócrinas e de seus hormônios, serão discutidos exemplos o que reduz o volume urinário. Por isso, esse hormô-
de retroalimentação negativa e positiva. nio é essencial ao equilíbrio hídrico do corpo humano.
A produção de ADH é inibida pela ingestão de grande
Principais glândulas endócrinas quantidade de água ou de bebidas alcoólicas, que reduz
a reabsorção hídrica nos rins e aumenta o volume uriná-
rio. Há casos nos quais fatores internos comprometem a
Hipófise (ou pituitária)
produção, a liberação ou a ação do ADH, como no dia-
A hipófise está localizada na base do encéfalo, intima- betes insípido, em que a pessoa produz grande volume
mente associada ao hipotálamo. Trata-se de uma glândula de urina muito diluída.
relativamente pequena (aproximadamente do tamanho de O ADH também é chamado de vasopressina devido à
um grão de ervilha) dividida em duas partes: adenoipófise ação sobre os vasos sanguíneos, causando vasoconstrição
(porção anterior) e neuroipófise (porção posterior). periférica. Ele atua, por exemplo, em casos de queda da
pressão arterial e redução do volume sanguíneo decorren-
Cérebro
tes de hemorragia.
A ocitocina é um hormônio que estimula a secre-
ção do leite materno pelas glândulas mamárias durante
a amamentação. A produção e a liberação desse hormônio
Tálamo
são desencadeadas pela sucção dos mamilos realizada
Glândula
pineal pela criança. Além disso, a ocitocina estimula a contra-
ção do miométrio (músculo uterino) no momento do parto.
Cerebelo A liberação de ocitocina é regulada por retroalimenta-
ção positiva.
SI

Medula espinal Hormônios da adenoipófise


A adenoipófise sintetiza e secreta hormônios sob o
controle do hipotálamo — alguns hormônios hipotalâmicos
Neuroipófise
estimulam a liberação de hormônios pela adenoipófise,
ELEMENTOS
CORES FORA DE enquanto outros inibem essa liberação.
FANTASIA PROPORÇÃO
Certos hormônios produzidos e secretados pela ade-
Representação esquemática da localização da hipófise, com destaque noipófise podem apresentar efeito trófico, isto é, regular
para suas regiões. A glândula pineal, indicada na imagem, produz a
melatonina, hormônio liberado na ausência de luz e que está relacionado
a atividade de outras glândulas endócrinas. Esses hor-
à indução do sono. mônios tróficos são chamados de trofinas, a exemplo

167
do TSH, do ACTH, do FSH e do LH. O TSH (hormônio Glândula tireoide (ou tireóidea)
tireoestimulante) estimula a produção de hormônios pela A tireoide é uma glândula endócrina encontrada na
glândula tireoide (tireóidea). O ACTH (hormônio adreno- porção anterior do pescoço, localizada ventralmente em
corticotrófico) estimula a produção de hormônios pelo relação à traqueia.
córtex das glândulas suprarrenais (adrenais). O FSH (hor-
mônio foliculoestimulante) e o LH (hormônio luteinizante) ELEMENTOS

correspondem às gonadotrofinas, ou seja, estimulam o


FORA DE
PROPORÇÃO

funcionamento de ovários (gônadas femininas) e testículos / icores |


| FANTASIA |
(gônadas masculinas). Loccessesa =)

Outros hormônios sintetizados e liberados pela ade-


noipófise são a prolactina e o GH. A prolactina (hormônio
lactogênico) estimula a produção de leite pelas glândulas
mamárias. O GH (hormônio do crescimento, ou somato-
trofina) estimula a proliferação celular e a síntese proteica; Glândula tireoide

SvetaZi/Shutterstock.com
promove, por exemplo, a elongação dos ossos e o aumento
ef
da massa muscular.
Na infância, a carência de GH resulta em nanismo hi- Traqueia
pofisário. Pessoas com esse tipo de nanismo geralmente
possuem membros proporcionais e atingem altura média Representação esquemática da localização da tireoide.

de 1,2 m. Já o excesso de GH causa gigantismo, situação


em que o indivíduo pode chegar a 2,7 m de altura (caso Um dos hormônios sintetizados e secretados pela glân-
do homem mais alto da história). dula tireoide é denominado calcitonina. Ele reduz o nível
Nos humanos, espera-se que a produção de GH di- sanguíneo de Ca?* em situações nas quais a concentra-
minua ao longo da vida, mas há casos em que a secreção ção desse íon se eleva. A calcitonina atua aumentando a
de GH pode permanecer elevada em adultos, causando excreção renal de Ca?*, reduzindo sua absorção intestinal
um quadro denominado acromegalia, que é o cresci- e depositando-o no tecido ósseo, o que contribui para a
mento das extremidades do corpo, como mãos, pés e calcificação dos ossos.
ossos da face. Outros hormônios produzidos e liberados pela glân-
dula tireoide são o tri-iodotironina (T3, molécula com três
9 Saiba mais átomos de iodo) e o tetraiodotironina, ou tiroxina (T4,
A

molécula com quatro átomos de iodo). Produzidos a par-


Apesar da tendência de redução da produção de GH ao
tir do aminoácido tirosina, esses hormônios estimulam o
longo da vida, situações de diminuição drástica desse
metabolismo — promovem o aumento do consumo de O,
hormônio podem causar sintomas como fadiga, redução
da massa muscular, envelhecimento precoce e compro- e da produção de calor. Eles contribuem também para a
metimento do bem-estar social e psicológico. manutenção da pressão arterial e dos batimentos cardíacos,
entre outros.
Quando os níveis sanguíneos de T3 e T4 ficam abaixo
Hipotálamo ELEMENTOS
FORA DE dos valores de referência, o hipotálamo é estimulado a
Neurossecreção PROPORÇÃO
liberar o TRH (hormônio liberador de TSH), que estimula a
adenoipófise a secretar TSH na corrente sanguínea. O TSH,
por sua vez, estimula a glândula tireoide a secretar T3 e T4
Adenoipófise ADH —» Rim
no sangue, restabelecendo os níveis desses hormônios.
(anterior)
Neuroipófise Contudo, conforme as concentrações sanguíneas de T3
(posterior) e T4 aumentam, a estimulação da glândula tireoide cessa,
Ocitocina —» Glândulas inibindo essa secreção hormonal e impedindo o aumento
exagerado da taxa metabólica. Esse controle é um exemplo
de feedback negativo.

TRH TSH Ena Excesso


TSH ACTH FsHe LH GH Prolactina eT3e
Hipotálamo —»- Adenoipófise —-— — de
º Po T4 pela T3eT4
tireoide

Inibição Inibição
Glândula Glândulas Gônadas Estruturas do corpo,
tireoide suprarrenais como ossos e músculos
Relação das estruturas de produção e de atuação de alguns hormônios
humanos. A neuroipófise não produz, mas armazena e libera hormônios
sintetizados pelo hipotálamo. O controle da secreção de T3 e T4 ocorre por retroalimentação negativa.

168 BIOLOGIA * Capítulo 11 = Controle endócrino


Alterações da tireoide

ilusmedicay/Shutterstock.com
« Hipertireoidismo: decorrente da produção e da libe- Glândula tireoide
ração excessivas dos hormônios T3 e T4, o que acentua
o metabolismo e pode causar sintomas como aumento
Glândulas
do apetite, da temperatura corporal, da frequência car-
paratireoides
díaca (taquicardia), da sudorese e da pressão arterial,
emagrecimento, irritação, insônia, bócio (crescimento EMENTOS
da tireoide) e exoftalmia (olhos saltados em decorrên- PRSPONCÃO
cia do acúmulo de líquido atrás do globo ocular).
* Hipotireoidismo: caracterizado pela baixa secreção (UH,
de T3e T4,0 que resulta em redução da taxa me- Representação esquemática da localização das glândulas paratireoides na

tabólica e causa sintomas como ganho de peso, parte posterior


da glândula tireoide.
diminuição da frequência cardíaca (bradicardia) e da
pressão arterial, letargia, sonolência, intolerância ao eee [prepereeenesa
frio e bócio. Quando o hipotireoidismo ocorre ainda Secreção | FANTASIA|| FORADE
na infância, suas consequências podem ser graves, o TER.
comprometendo o desenvolvimento físico e mental Glândula tireoide
da criança. Calcitonina
« Bócio endêmico (ou carencial): decorrente da dimi-
nuição da concentração sanguínea de T3 e T4, que
ocorre quando a ingestão de iodo (constituinte es-
sencial desses hormônios) não é suficiente para Vaso Elevação do nível Queda do nível de
manter a produção hormonal. Esse fato promove a Ele de cálcio no sangue cálcio no sangue
liberação de TSH pela hipófise e, consequentemen-
te, a estimulação excessiva da tireoide, determinando
seu aumento — característica do bócio endêmico.
A prevenção dessa condição é feita por meio do con- Paratormônio
sumo de sal de cozinha enriquecido com iodo.
SS Glândulas
paratireoides
Secreção
chatuphoy/Shutterstock.com

Representação esquemática da ação integrada da calcitonina e do


paratormônio no controle do nível sanguíneo de cálcio.

Glândulas suprarrenais (ou adrenais)


São glândulas endócrinas localizadas acima dos rins e
apresentam duas regiões distintas: medula (porção interna)
e córtex (porção externa).

Glândulas suprarrenais | CORES | ELEMENTOS


| FANTASIA | FORA DE
» PROPORÇÃO

Pessoa com bócio endêmico.

Glândulas paratireoides (ou paratireóideas)


Elas correspondem ao conjunto de quatro glândulas
localizadas na parte posterior da glândula tireoide, res-
ilusmedical/Shutterstock.com

ponsável pela produção do paratormônio (PTH). Esse


hormônio é liberado quando a concentração sanguínea de
cálcio fica abaixo dos valores de referência. O PTH eleva
o nível de Ca?* no sangue por três mecanismos: estímulo
à degradação da matriz óssea (rica em cálcio); aumento Rins
da reabsorção renal desse íon; e ativação da vitamina D,
nutriente que estimula à absorção intestinal do Ca? a partir Representação esquemática da localização das glândulas suprarrenais (acima
dos alimentos. dos rins) e detalhe de corte transversal mostrando o córtex e a medula.

169
Hormônios da medula das suprarrenais Pâncreas
A medula das suprarrenais, em resposta a estímulos Glândulas endócrinas são aquelas que liberam os
nervosos, secreta dois hormônios produzidos a partir do hormônios diretamente na corrente sanguínea, enquanto
aminoácido tirosina: adrenalina (epinefrina) e noradrena- glândulas exócrinas, como as mamárias, as lacrimais e as
lina (norepinefrina). Esses hormônios são liberados em sudoríferas, liberam seus produtos na superfície corporal ou
situações de perigo e estresse, atuando principalmente em cavidades. Há, ainda, glândulas mistas ou anfícrinas,
no aumento da quantidade de energia disponibilizada ao como o pâncreas, que possuem uma porção exócrina e
organismo, o que permite que respostas apropriadas sejam uma endócrina.
dadas perante a situação enfrentada. Alguns dos principais A porção exócrina do pâncreas, formada pelos áci-
efeitos da liberação de adrenalina e noradrenalina são: nos pancreáticos, produz o suco pancreático, secreção
* aumento da glicogenólise (degradação do glicogênio) digestiva conduzida pelo ducto pancreático em direção ao
no fígado, resultando em liberação de glicose no san- duodeno. Já a porção endócrina do pâncreas, constituída
gue e, consequentemente, elevação da glicemia; por conjuntos de células secretoras chamados ilhotas pan-
* aumento da pressão arterial; creáticas (ou ilhotas de Langerhans), sintetiza e secreta os
* aumento das frequências respiratória e cardíaca; principais hormônios que atuam no controle da glicemia:
* aumento do fluxo sanguíneo para os músculos esque- insulina (produzida pelas células beta) e glucagon (produ-
léticos, o coração e o cérebro; zido pelas células alfa).
* aumento da atenção;
* redução das atividades digestiva, excretora e re- ORES | ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE Ilhota pancreática
produtora. PROPORÇÃO

E ET)
A adrenalina e a noradrenalina também são produzidas Estômago
pelo sistema nervoso, funcionando como neurotrans-
missores.

Hormônios do córtex das suprarrenais


Estimulado pelo ACTH (produzido e secretado pela
adenoipófise), o córtex das suprarrenais sintetiza e libera
Pâncreas
no sangue hormônios esteroides (derivados do colesterol).
Os principais tipos de esteroides do córtex das suprarrenais
são os mineralocorticoides e os glicocorticoides.

com
EreborMountain/Shutterstock.
Os mineralocorticoides participam da manutenção do
equilíbrio da água e dos sais no organismo. A aldosterona,
por exemplo, é um mineralocorticoide que atua nos rins,
aumentando a reabsorção de sódio (Na”) e a secreção de
potássio (K”. Essa ação aumenta a osmolaridade do sangue Duodeno
e, consequentemente, a reabsorção de água, o que resulta
em elevação da pressão arterial.
Ácino pancreático
Os glicocorticoides participam do metabolismo da
Representação esquemática das estruturas do pâncreas visto em corte, com
glicose. O cortisol é um glicocorticoide que promove a
destaque para suas porções endócrina e exócrina.
gliconeogênese, isto é, a produção de glicose a partir de
substâncias que não são carboidratos, a exemplo de aminoá- A insulina é liberada quando a glicemia aumenta (hi-
cidos e glicerol. Essa ação do cortisol provoca o aumento perglicemia), como ocorre algum tempo após a ingestão de
da glicemia. Doses elevadas de glicocorticoides têm efeito carboidratos. O efeito da insulina sobre suas células-alvo
anti-inflamatório, podendo ser utilizadas no tratamento de as faz absorver mais glicose do sangue, promovendo a
doenças ou condições que causam inflamações severas. redução da glicemia. Principalmente nas células do fígado,
a insulina estimula a glicogênese, isto é, a formação de
glicogênio, um polissacarídeo de reserva formado pela
O córtex das suprarrenais também secreta pequenas união de moléculas de glicose.
doses de hormônios androgênios em homens e mu-
Em situações nas quais a glicemia é reduzida (hipogli-
lheres. Os androgênios estão ligados à determinação de
caracteres sexuais masculinos. Em situações nas quais cemia), como em jejum, ocorre a liberação de glucagon.
esses hormônios são liberados excessivamente pelo cor- Esse hormônio age sobre as células do fígado, estimulan-
po feminino, pode ser observado o desenvolvimento de do a glicogenólise, ou seja, a degradação do glicogênio
algumas características secundárias comuns no sexo bio- hepático. A glicogenólise resulta na liberação de glicose
lógico masculino, como aumento da quantidade de pelos no sangue, promovendo aumento da glicemia. Outro
faciais e hipertrofia muscular em determinadas regiões do processo que pode ocorrer em condições hipoglicêmicas
corpo. O principal androgênio é a testosterona, produzida
para aumentar a glicemia é a gliconeogênese (formação
majoritariamente pelos testículos (gônadas masculinas).
A ”, de glicose a partir, por exemplo, de aminoácidos e glicerol).

170 BIOLOGIA = Capítulo 11 = Controle endócrino


ORES ELEMENTOS

sa.
NTASIA | | FORA DE
—— | PROPORÇÃO

Aumento da
Células beta absorção de glicose
pelas células

E Formação de
glicogênio
no fígado

Aumento da glicemia
Redução da glicemia
(p. ex.: ingestão
de carboidratos)

Na Glicemia normal

" Redução da glicemia


Aumento da glicemia (p. ex.: jejum)

/ :
Degradação do º
glicogênio estocado
no fígado Células alfa

Representação esquemática da atuação da insulina e do glucagon na homeostase da glicose.

A ação antagônica da insulina e do glucagon atua na homeostase da glicose, mantendo os valores da glicemia compa-
tíveis com as exigências energéticas do organismo. Contudo, existem distúrbios que afetam essa regulação, como ocorre
no diabetes melito. Esse quadro é caracterizado por hiperglicemia crônica — a concentração de glicose no sangue tende
a permanecer mais alta que os valores de referência porque as células não são capazes de absorver a glicose sanguínea
de maneira suficiente. Nessa situação, a gordura se torna o principal substrato energético degradado na respiração celular.
Existem dois tipos principais de diabetes melito. Em ambos é observada a manutenção de altos níveis sanguíneos de
glicose, porém por causas distintas.
O diabetes melito tipo 1 é caracterizado pela deficiência na síntese e na secreção de insulina. A causa desse tipo
de diabetes melito é geralmente autoimune: o sistema imunitário, por meio da ação de anticorpos, destrói as células
pancreáticas produtoras de insulina. Assim, a regulação da glicemia acontece mediante a administração de insulina,
por exemplo, por meio de injeções. Por esse motivo, essa condição também é conhecida como diabetes dependente
de insulina. O diabetes melito tipo 1 pode ser designado como diabetes juvenil, uma vez que geralmente se manifesta
na infância.
O diabetes melito tipo 2, também conhecido como diabetes não dependente da insulina, é causado pela redução
da capacidade das células-alvo em responder à presença da insulina, caracterizando um quadro de resistência insulínica.
Nessa situação, apesar de a insulina ser produzida, as células-alvo não são sensibilizadas, e a glicose não é absorvida
eficientemente, permanecendo no sangue. Trata-se de um quadro que, em geral, tem início na idade adulta, sobretudo
ES)

a partir dos 60 anos, e corresponde a cerca de 90% dos casos de diabetes melito. Fatores hereditários, sedentarismo e
obesidade influenciam o desenvolvimento do diabetes melito tipo 2. O controle é feito com a prática regular de atividades
físicas, uma dieta saudável e, a depender da situação, o auxílio de medicamentos.
Ambos os tipos de diabetes melito apresentam sintomas e sinais bastante característicos, como a presença de gli-
cose na urina (glicosúria). Quando a glicemia está elevada, muita glicose passa do sangue para o filtrado glomerular no
interior dos néfrons, excedendo a capacidade de reabsorção da glicose de volta para o sangue. Em decorrência disso,
maior quantidade de água é eliminada, resultando em aumento do volume urinário (poliúria) e, consequentemente, sede
intensa. Também pode ser observado aumento de apetite, mas, mesmo assim, é comum a pessoa exibir perda de peso.
O diabetes melito pode causar uma série de complicações, como problemas circulatórios, renais e visuais (podendo levar
à cegueira), além da dificuldade para cicatrização de lesões.

171
1. Explique como o sistema endócrino atua no controle das atividades básicas ligadas ao funcionamento do organismo.

Explique o mecanismo de feedback negativo, diferenciando-o do feedback positivo.


N

Cite os hormônios secretados pela neuroipófise e os que são sintetizados e liberados pela adenoipófise.
w

Aponte três consequências do hipertireoidismo e três consequências do hipotireoidismo para o organismo.


»

Explique por que a carência de iodo é prejudicial ao funcionamento da glândula tireoide.


uau

Explique como os hormônios PTH e calcitonina atuam na regulação do nível sanguíneo de cálcio.

Indique os hormônios secretados pelo córtex e pela medula das glândulas suprarrenais.

O pâncreas é classificado como uma glândula mista. Por quê?


vo

Explique como os hormônios insulina e glucagon atuam no controle da glicemia.


e

. Diferencie diabetes melito tipo 1 e diabetes melito tipo 2.

Exercícios propostos

1. Uece 2018 Atente ao que se diz a seguir sobre hor- 3. UFRGS 2022 Em relação aos diferentes hormônios
mônios animais e assinale com V o que for verdadeiro produzidos pelos seres humanos, é correto afirmar que
e com Fo que for falso. a) a melatonina é produzida predominantemente
São mensageiros químicos produzidos em pe- na adeno-hipófise e atua na regulação do ciclo
quenas quantidades e distribuídos pelo sistema cicardiano.
circulatório. b) os hormônios T3 e T4 produzidos pela tireoide
Controlam respostas fisiológicas a curto prazo, estimulam os osteoclastos a produzirem tecido
tais como secreção de enzimas digestivas e ciclo Ósseo.
reprodutivo. c) a liberação de insulina pelas células alfa do pân-
São sinais químicos produzidos por células de um creas resulta em aumento agudo da glicemia.
organismo unicelular conhecidas como células d) o hormônio do crescimento produzido pelas célu-
endócrinas. las da neuro-hipófise é um exemplo de hormônio
São usados para controlar ações a longo prazo, esteroide.
porque a secreção, a difusão e a circulação são e) a ocitocina é produzida pelo hipotálamo e está
mais lentas do que a transmissão. envolvida na secreção do leite materno.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
FCMSCSP 2023 “A ocitocina é responsável por pro-
a VEEV. co) EVVF
mover contrações uterinas, atuando no trabalho de
b) VV FEV. d) FEV F.
parto e no pós-parto, diminuindo o sangramento após o
Unisinos-RS 2022 Hormônios são substâncias qui- nascimento do bebê e estimulando a liberação de leite
micas produzidas por glândulas endócrinas e libera- materno”, afirma a médica Karla Giusti. Além disso, esse
dos na corrente sanguínea. Considere as seguintes hormônio também auxilia no metabolismo ósseo, partici-
afirmações: pa do mecanismo do orgasmo, atua nas relações sociais e
Il. A insulina e o glucagon são hormônios produzi- diminui o medo. Por essas ações, a ocitocina é chamado
dos no pâncreas. de “hormônio do amor”, juntamente com outros com-
H. O hormônio ocitocina, produzido nos ovários, es- postos, como a serotonina e a dopamina.
timula a contração das musculaturas do útero e Maria Tereza Santos. Spray de ocitocina é usado para promover
bem-estar e prazer sexual. Folha de S.Paulo, 8 jun. 2022. Adaptado.
das glândulas mamárias.
HH. A glândula pineal produz a melatonina, hormônio De acordo com o excerto e conhecimento sobre as
envolvido no ritmo circadiano. substâncias citadas, afirma-se que:
Sobre as proposições acima, pode-se afirmar que a) a ocitocina é liberada nas sinapses e faz conexão
a) apenas | está correta. química com os músculos do útero.
b) apenas Il está correta. b) a dopamina e a ocitocina são produzidas pelas
c) apenas Ill está correta. glândulas suprarrenais e atuam no útero.
d) apenasle ll estão corretas. c) a serotonina é um hormônio que estimula a pro-
e) apenasle Ill estão corretas. dução de leite materno.

172 BIOLOGIA * Capítulo 11 » Controle endócrino


d) a ocitocina é produzida no hipotálamo e secreta- a) diabetes insipidus.
da pela neuro-hipófise. b) esclerose múltipla.
e) o mecanismo do orgasmo e a perda do medo têm c) artrite reumatoide.
ação do sistema nervoso somático. d) diabetes mellitus tipo |.
e) diabetes mellitus tipo II.
- FCMMG 2022 Antigamente era comum visualizar-
mos, em regiões distantes da área litorânea, pessoas PUC-SP 2017 Um experimento foi conduzido para ve-
com bócio, denominadas popularmente de papudas. rificar a influência de um hormônio da tireoide sobre o
Devido a esse fato, o sal passou obrigatoriamente a metabolismo celular. Para isso, foram obtidas células
ser iodado. hepáticas (hepatócitos) de ratos cujos níveis sanguí-
É CORRETO afirmar que o indivíduo com deficiência ou neos do hormônio foram previamente classificados
aumento do hormônio que possui o iodo em sua com- como baixos, normais ou elevados. Sob condições
posição deve apresentar disfunções principalmente: controladas, foi medida a taxa de consumo de oxi-
a) no metabolismo geral do corpo. gênio de cada um dos três grupos de células, e o
b) na captação de glicose no sangue. resultado está representado no gráfico a seguir.
c) nas funções involuntárias do corpo.

o

Consumo celular de O, (nmol/min/mg)
d) no controle das excretas nitrogenadas.

- Enem Libras 2017 A radioterapia é uma especialidade


médica utilizada para o tratamento de diversos tipos de
câncer. Uma das radioterapias utilizadas atualmente é
a terapia à base de iodo radioativo. Nessa, o paciente
ingere uma pílula contendo o iodo radioativo (*') que
migra para a corrente sanguínea e circula pelo organis-
mo até ser absorvido pelo órgão-alvo, onde age nas
células tumorais, destruindo-as e impedindo a prolifera-
ção do câncer para outras regiões do corpo.
Baixo Normal Elevado
Usa-se o iodo porque o órgão-alvo dessa terapia é o(a)
Níveis do hormônio da tireoide
a) fígado.
b) tireoide. Os resultados desse experimento permitem concluir
c) hipófise. que, nos hepatócitos dos ratos estudados,
d) gônada a) o hipertireoidismo eleva o consumo de oxigênio
e) pâncreas. na etapa citoplasmática da respiração celular.
b) o hipotireoidismo acelera a produção de ATP.
- Enem 2021 Um estudo demonstrou que o bisfenol A,
c) o hipertireoidismo estimula a fosforilação oxidativa.
composto usado na fabricação de materiais plásticos, as- d) o hipotireoidismo torna a cadeia respiratória um
sociado a uma longa lista de doenças, impediu a ação processo anaeróbio.
das desiodases, enzimas que atuam na transformação do
hormônio T4 em T3. 10. Unesp 2016 Um hormônio foi injetado na circulação
TOLEDO, K. Disponível em: http://agencia.fapesp.br. sanguínea de uma pessoa. O gráfico mostra como a
Acesso em: 13 jun. 2019 (adaptado).
concentração de cálcio no sangue variou ao longo do
Esses hormônios são produzidos na(s) glândula(s) tempo após a injeção.
a) paratireoides.
b) pancreática. injeção do
hormônio
c) tireoide.
2,40 +
Cálcio (nmol/L)

d) hipófise. 2.35 LT
e) adrenal. 2,304

- UFMS 2022 Um hormônio-chave no circuito regu-


lador do rim é o hormônio antidiurético (HAD; ADH,
antidiuretic hormone), também denominado vasopressi- T T T T T
A

na. Células osmorreceptoras no hipotálamo monitoram a Tempo (horas)


osmolaridade do sangue e regulam a liberação de HAD
(John Hall. Guyton & Hall Textbook of Medical Physiology, 2011. Adaptado.)
a partir da hipófise posterior. Mutações que impedem a
produção do HAD ou que inativam o gene receptor do É correto afirmar que o hormônio injetado na circula-
HAD desorganizam a homeostase pelo bloqueio da in- ção sanguínea dessa pessoa foi
serção de canais de aquaporina adicionais à membrana a) o glucagon.
do ducto coletor. O distúrbio resultante pode causar b) atiroxina.
desidratação grave e desequilíbrio de solutos, devido à c) o paratormônio.
produção de urina copiosa e diluída. A descrição ante- d) a calcitonina.
rior caracteriza a seguinte doença: e) a aldosterona.

173
11. Udesc Os hormônios agem como mensageiros quími- que os eventos podem ter nas pessoas. Os voluntários
cos e atuam em receptores específicos nas membranas tiveram sua saliva testada antes e depois da apresentação
celulares. Associe as colunas a seguir: do compositor Eric Whitacre, em que puderam cantar,
1. Paratormônio dançar e pular. Houve, no geral, uma diminuição nos
2. Somatrotófico hormônios cortisol e seus precursores nos participantes.
3. Cortisol — glicocorticoide Os pesquisadores apontaram que não houve diferença
4. Calcitonina nos resultados de quem tinha costume em ir a shows e de
5. Ocitocina quem não tinha: todos aproveitaram o show da mesma
Promove a conversão de aminoácidos e lipídeos forma e apresentaram uma diminuição na produção dos
em glicose pelo fígado. hormônios mencionados acima.
Modificado de: http:/'revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/04/
Estimula a liberação de leite e a contração do útero. assistir-shows-ao-vivo-pode-reduzir-niveis-de-estresse-sugere-estudo.html.
Controla a concentração de cálcio no sangue. Acesso em 03/05/2016.
Diminui a liberação de cálcio no sangue.
Estimula o crescimento corporal, a síntese proteica MPDF denuncia médica que receitou
e é hiperglicemiante. 'superdose” de medicamento a menina
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
de cima para baixo. ofereceu denúncia contra a médica pediatra suspeita de
a) 4-1-2-5-3 d) 3-5-1-4-2 prescrever uma dosagem excessiva de adrenalina para a
b) 3-2-4-1-5 e) 1-4-5-3-2 menina Rafaela, de 1 ano e 7 meses, que morreu dias de-
c) 1-5-4-2-3 pois de receber a substância, em janeiro deste ano. O G1
procurou a médica Fernanda, mas não conseguiu contato
12. Uece 2018 Hormônios são substâncias produzidas até a publicação desta reportagem.
e liberadas por determinadas células para atuarem Modificado de: http://g1 .globo.com/distrito-federal/noticia/2013/05/
sobre células-alvo modificando seu funcionamento. mpdf-denuncia-medica-que-receitou-superdose-de-adrenalina-
menina.html. Acesso em: 03/05/2016.
Relacione corretamente os hormônios às descrições
apresentadas a seguir, numerando a coluna Il de acor- Sobre os hormônios presentes nos dois textos acima,
do com a coluna |. é possível afirmar que:
Coluna | a) ambos são produzidos pela região cortical da
1. Insulina mesma glândula.
2. Adrenalina b) ambos são produzidos pela mesma glândula, o pri-
3. Prolactina meiro no córtex e o segundo na região medular.
4. Glicocorticoide c) ambos são produzidos pela região medular da
Coluna Il mesma glândula.
Aumenta a taxa cardíaca, a pressão sanguínea e d) ambos são produzidos pela região cortical de
desvia o fluxo sanguíneo do intestino para os mús- glândulas diferentes.
culos esqueléticos.
e) ambos são produzidos por regiões medulares de
Estimula a síntese de proteínas e o armazenamen-
glândulas diferentes.
to de glicose pelas células, reduzindo a concen-
tração de glicose no sangue. 14. UEMG 2014 Esta passagem foi retirada de A mão e a
Influencia a concentração de glicose no sangue e luva, de Machado de Assis:
outros aspectos do metabolismo de gorduras, pro- ... Guiomar curvou a cabeça e esteve alguns instantes
teínas e carboidratos. a perpassar os dedos pelas teclas, enquanto Luís Alves,
Estimula o desenvolvimento das mamas e a produ- tirando de cima do piano outra música, dizia-lhe:
ção e secreção de leite nas fêmeas de mamíferos. — Podia dar-nos este pedaço de Bellini, se quisesse.
A sequência correta, de cima para baixo, é: Guiomar pegou maquinalmente na música e abriu-a
a) 2,1,4,3. c) 1,4,2,3. na estante.
b) 4,3,2,1. d) 3,2,1,4. — Era então vontade sua? perguntou ela continuando
o assunto interrompido do diálogo.
13. FPP-PR 2016 Leia ambos os textos para responder à — Vontade certamente, porque era necessidade.
questão. — Necessidade — tornou ela começando a tocar,
menos por tocar que por encobrir a voz; mas necessidade
Assistir a shows ao vivo pode reduzir níveis por quê?
de estresse, sugere estudo — Por uma razão muito simples, porque a amo. [...]
Um estudo realizado por pesquisadores britânicos Guiomar sentou-se outra vez muda, despeitada, a
com 117 voluntários sugere que assistir a shows de músi- bater-lhe o coração como nunca lhe batera em nenhuma
ca ao vivo reduz os níveis de estresse das pessoas. Estudos outra ocasião da vida, nem de susto, nem de cólera, nem...
prévios já mostraram que ouvir música pode ajudar tan- de amor, ia eu a dizer, sem que ela o houvesse sentido
to para o relaxamento quanto para a concentração. Mas jamais. Não se demorou muito tempo ali; com a mão
essa nova pesquisa publicada no periódico Public Health trêmula folheou a música que estava aberta na estante,
foca especialmente nas apresentações ao vivo e os efeitos deixou-a logo e levantou-se.

174 BIOLOGIA * Capítulo 11 » Controle endócrino


A reação de Guiomar à segunda resposta de Luís a) exócrina — suco pancreático — endócrina — hor-
Alves está diretamente ligada aos efeitos da mônios — insulina e glucagon
a) epinefrina. c) somatotrofina. b) endócrina — suco pancreático — exócrina — peptí-
b) insulina. d) acetilcolina. deos — insulina e hormônio do crescimento
c) exócrina — suco gástrico — anfícrina — hormô-
Enem 2022 Em 2002, foi publicado um artigo cien- nios — adrenalina e noradrenalina
tífico que relacionava alterações na produção de d) endócrina — bile — exócrina — aminoácidos — pep-
hormônios sexuais de sapos machos expostos à atra-
sina e glucagon
zina, um herbicida, com o desenvolvimento anômalo
e) anfícrina — bile — apócrina — hormônios — gluca-
de seus caracteres sexuais primários e secundários.
gon e insulina
Entre os animais sujeitos à contaminação, observaram-
-se casos de hermafroditismo e desmasculinização da Udesc 2016 Os seres humanos possuem diversas
laringe. O estudo em questão comparou a concentra- glândulas endócrinas, algumas delas podem inclusive
ção de um hormônio específico no sangue de machos produzir mais de um tipo de hormônio.
expostos ao agrotóxico com a de outros machos e Associe o hormônio à glândula.
fêmeas que não o foram (controles).
Coluna A Coluna B
Os resultados podem ser vistos na figura.
Il. Prolactina Suprarrenal
6
ll. Adrenalina Pâncreas
Il. Progesterona Tireoide
do 59 IV. Tiroxina Ovários
E
o V. Insulina Hipófise
E
o 44 Assinale a alternativa que indica a associação correta,
Cc
«O
E de cima para baixo.
ciO 3d a) M=-IV=-=1-V
O
lo b) H-V-IV=>I—l
o
'S e) I=-M=-IV=-I-V
£S
Cc
24 d) V=-=-1=W—IV
VU
QU e) H-IV-V-ll—l
õ
o 14
S. Fatec-SP 2017 Em populações humanas com me-
nos acesso a nutrientes e isoladas geneticamente,
Machos Machos Fêmeas a fome atua na seleção evolutiva dos genes poupa-
controle expostos controle dores, que estimulam vias metabólicas e fisiológicas
à atrazina responsáveis pela formação de reservas energéticas
HAYES, T. B. et al. Hermaphroditic, Demasculinized Frogs After Exposure no corpo.
to the Herbicide Atrazine at Low Ecologically Relevant Doses. Proceedings Indivíduos dessas populações, quando emigram, fre-
ofthe National Academy of Sciences, n. 8, 2002 (adaptado).
quentemente têm acesso a dietas mais calóricas e
Com base nas informações do texto, qual é o hormônio tendem a apresentar doenças como a
cujas concentrações estão representadas na figura? a) diabetes melito tipo Il, que é caracterizada pelo
a) Estrogênio. desenvolvimento de resistência à insulina.
b) Feromônio. b) diabetes melito tipo |, que é caracterizada pela
c) Testosterona. deficiência no metabolismo de álcoois.
d) Somatotrofina. c) artrite reumatoide, que é oriunda da falta de vita-
e) Hormônio folículo estimulante. mina A na gravidez.
d) artrite séptica, doença alergênica agravada com o
UCS-RS 2017 O pâncreas é um importante órgão do consumo insuficiente de água mineral.
corpo humano, sendo responsável pela produção de e) artrite gotosa, doença cujos sintomas advêm do
diferentes substâncias com funções envolvidas no consumo excessivo de gorduras insaturadas.
processo digestório, bem como no controle do me-
tabolismo corporal. O pâncreas é considerado uma UFU-MG O hormônio chamado con
glândula mista. A parte do pâncreas trola o teor de açúcar no corpo dos mamíferos. Ele é
é responsável pela produção de SS produzido pelo e sua deficiência pode
cuja composição é, basicamente, de enzimas e bi- provocar uma doença chamada O
carbonato; já a parte é responsável hormônio responsável por estimular e manter os pro-
pela produção de , principalmente cessos metabólicos recebe onome de... o
é produzido pela glândula , e o aumen-
Assinale a alternativa que preenche, correta e respec- to do volume dessa glândula por carência de iodo na
tivamente, as lacunas acima. dieta é chamado de

175
A alternativa que completa corretamente as lacunas é:
a) Insulina; pâncreas; diabetes; tiroxina; tireoide; bócio c) Insulina; fígado; diabetes; tiroxina; hipófise; bócio
b) Tiroxina; fígado; bócio; insulina; tireoide; diabetes d) Tiroxina; pâncreas; bócio; insulina; hipófise; diabetes

20. Mackenzie-SP 2015 Observe a tabela abaixo:

ORR RR
Tireoide T3eT4 A

Medula da Adrenal B Aumento da frequência cardíaca

Ks Hormônio de crescimento (GH) Estimula proliferação celular

Pâncreas D Aumento da glicemia sanguínea

Os espaços A, B, Ce D serão preenchidos correta e respectivamente por


a) aumento do metabolismo basal; adrenalina; adenoipófise; glucagon.
b) diminuição da glicemia sanguínea; noradrenalina; hipotálamo; insulina.
c) aumento da produção de calor; cortisol; neuroipófise; glucagon.
d) controle do metabolismo de cálcio; aldosterona; adenoipófise; insulina.
e) diminuição da atividade metabólica; adrenalina; hipotálamo; glucagon.

21. Uepa Ele surge do nada. Tem os músculos enrijecidos e uma arma na mão. Está tão assustado quanto você, mas a voz sai
forte: “É um assalto!”. Diante dessa situação de perigo ou assim considerada pelo organismo, a medula é estimulada pelo
sistema nervoso simpático e libera substâncias que aumentam a capacidade do organismo de enfrentar a situação de alarme.
(Adaptado de Linhares e Gewandsznajder: Biologia - volume único, 2008).

Sobre a situação descrita, analise o quadro abaixo e assinale a alternativa correta.

I
ETGlucagon Aumenta a disponibilidade de glicose lançando-a no sangue.

" Adrenalina Aumento dos movimentos respiratórios e dos batimentos cardíacos.

ma Adrenalina Contração dos vasos periféricos ocasionando a palidez da pele.

Iv Glucagon Reduz a quantidade de glicose no sangue.

V Adrenalina Aumento da taxa metabólica e diminuição das atividades digestivas.

Vi Acetilcolina Diminuição da disponibilidade de oxigênio e dilatação da pupila.

As corretas são:
a) UllleV co) ILMVedVl e AI IVevl
b) LIILIVeV d) IILIVVeMVl
2 Leia a tirinha a seguir e responda à questão 22.

VOCÊ ESTA

(Disponível em: https://dicasdeciencias.com/2011/03/28/garfield-saca-tudo-de-fisica/. Acesso em: 27 abr. 2016.)

22. UEL-PR 2017 Garfield, um dos personagens da charge, construiu sua fama devido ao fato de apresentar algumas
características, como, por exemplo, a deposição excessiva de gordura corporal. Essa condição, na qual se incluem os
humanos, pode ser explicada pela ingestão de alimentos em quantidades maiores do que aquelas que podem ser
utilizadas pelo organismo para a obtenção de energia.
Com base nos conhecimentos sobre metabolismo, assinale a alternativa correta.
a) Afunção do metabolismo é transformar moléculas grandes e complexas em pequenas, simples e solúveis, assim,
o é convertido em ácidos graxos, as proteínas, em aminoácidos, e os lipídios, em moléculas de glicose.
b) As tâncias reguladoras, por possuírem a função de suprir as necessidades energéticas, garantem um meta-
bolismo normal e devem ser ingeridas em todas as refeições.

176 BIOLOGIA = Capítulo 11 « Controle endócrino


c) O catabolismo é a etapa na qual os nutrientes são assimilados e utilizados para formar novas substâncias indis-
pensáveis ao crescimento, à manutenção e à regeneração do organismo.
d) O anabolismo é a etapa na qual ocorre a quebra de moléculas complexas em outras mais simples, com liberação
de energia e eliminação de substâncias de excreção.
e) O pâncreas produz o glucagon, que age no fígado e estimula a glicogenólise, reação que transforma o glicogênio
em glicose, e a insulina, que tem por função reduzir a concentração de glicose no sangue.

2 Leia o texto para responder à questão 23.

Um dispositivo portátil mostrou-se eficaz em controlar o diabetes tipo 1 em adultos e jovens com a doença. Segundo
os pesquisadores que desenvolveram a tecnologia, a técnica é mais prática e segura do que as disponíveis atualmente para
tratar o problema. O equipamento é formado por um pequeno sensor inserido sob a pele de um lado do abdome do paciente.
Esse sensor mede os níveis de glicose no sangue e envia essa informação a um smartphone adaptado. O smartphone, a partir
desses dados, calcula a quantidade de insulina e glucagon que deve ser secretada. Os hormônios são administrados por duas
pequenas bombas ligadas a tubos finos que são inseridos sob a pele do outro lado do abdome do paciente.
(http:/tinyurl.com/veja-cientistas. Acesso em: 28.08.14. Adaptado)

23. Fatec-SP 2015 O conjunto de equipamentos descrito no texto reproduz o mecanismo fisiológico do organismo para
controlar a glicemia (concentração de glicose no sangue). Em um indivíduo saudável, esse controle ocorre pela via
ilustrada na figura apresentada.

Alimentos cf Absorção
( Secreção ) de glicose
G deinsulina +
r .

Pâncreas Redução da taxa de


Aumento da taxa de glicose no sangue
glicose no sangue
Liberação
de glicose ( Secreção (Es
de glucagon «
Ss; “e Atividade física
Jejum prolongado
Fígado Pâncreas

Com base nas informações contidas no texto e na figura, é possível dizer que o novo equipamento auxilia o tratamen-
to do diabetes tipo 1, ao cumprir as funções do
a) fígado e do pâncreas, liberando insulina para diminuir a glicemia e glucagon para aumentá-la.
b) fígado, liberando insulina para diminuir a glicemia e glucagon para aumentá-la.
c) fígado, liberando insulina para aumentar a glicemia e glucagon para diminuí-la.
d) pâncreas, liberando insulina para diminuir a glicemia e glucagon para aumentá-la.
e) pâncreas, liberando insulina para aumentar a glicemia e glucagon para diminuí-la.

24. VEL-PR 2014 Nas grandes cidades, encontramos indivíduos submetidos a jornadas de trabalho com longos períodos
em jejum, como também indivíduos que se alimentam excessivamente de carboidratos em refeições rápidas.
Com base nessas considerações e nos conhecimentos sobre as ações dos hormônios insulina e glucagon, assinale
a alternativa correta.
a) Com a redução da taxa de glicose no sangue, as células do fígado liberam insulina que age no pâncreas, que-
brando o glicogênio em glicose.
b) Coma redução da taxa de glicose no sangue, as células do pâncreas liberam glicogênio na forma de insulina que
estimula o fígado a armazenar glucagon na forma de glicogênio.
c) Coma redução da taxa de glicose no sangue, as células do pâncreas liberam glucagon que age no fígado, que-
brando o glicogênio em glicose.
d) Com o aumento da taxa de glicose no sangue, as células do fígado liberam glucagon que estimula o pâncreas a
armazenar glicose na forma de insulina.
e) Como aumento da taxa de glicose no sangue, as células do pâncreas liberam glucagon que estimula o fígado a
armazenar insulina na forma de glicogênio.

25. PUC-PR 2021 Pesquisas científicas indicam que é possível tumores produzirem hormônios. O sistema endócrino
apresenta hormônios que são substâncias químicas de caráter regulador. Juntamente com o sistema nervoso, o
sistema endócrino controla, de forma direta e indireta, todas as funções do organismo humano.
Imagine que um desses tumores passe a produzir e liberar, na corrente sanguínea, uma grande quantidade de insu-
lina. Espera-se que ocorra, nesse organismo,
a) hipoglicemia. c) hiperglicemia. e) aumento da glicogenólise.
b) quebra de gorduras. d) redução da glicogênese.

177
26. PUC-SP 2017 A pancreatite crônica é uma doença glucagon atuam regulando a glicemia (taxa de glicose
que leva à destruição gradativa do pâncreas, o que no sangue). Os hormônios agem através de recepto-
pode fazer com que ele perca suas funções exócri- res específicos de alta afinidade. Um dos distúrbios
na e endócrina. No caso de insuficiência exócrina, a típicos de glicemia é a diabetes mellitus, tipo | (diabe-
pessoa recebe por via oral as enzimas que ela não tes mellitus insulinodependente) e tipo Il (as células
produz, como À e B. Havendo comprometimento da são resistentes à ação da insulina). O controle da gli-
função endócrina, é necessário receber injeção de € cemia ocorre da seguinte maneira:
após as refeições. Célula!
beta
O texto acima fica correto se as letras A, Be C forem
Pâncreas
substituídas, respectivamente, por Alimento
a) pepsina, tripsina e insulina.
b) maltase, quimotripsina e glucagon.
c) insulina, glucagon e lipase. Fígado quebra o Fígado absorve a
glicogênio e libera glicose e armazena na
d) amilase, lipase e insulina. glicose forma de glicogênio

27. FMABC-SP 2016 O gráfico mostra diferentes níveis


de glicose no sangue de uma pessoa sadia: ALEXA
A Pancreas
ta TT
Célula!
alfa

Disponível em: http://iebvm.g12.br/images/2014/componentes.


curricularesMA EM/biologia/bioquimica.
%20a quimica da vida.pdf.

À c nível baixo Suponha que uma pessoa seja diabética tipo | e não
esteja fazendo o controle da doença. Ela ingeriu car-
Após sua análise, é possível afirmar que, nos momen- boidratos como amido, sacarose e lactose. Após a
tos indicados por digestão e absorção dos carboidratos, espera-se que:
a) AecC, há aumento da secreção de insulina. a) ocorra o bloqueio das células alfa e a estimulação
b) Be D, há aumento da secreção de insulina. das células beta, provocando a glicogenólise e a
c) Aec, há diminuição da secreção de glucagon. hipoglicemia.
d) Be D, há diminuição da secreção de insulina e de b) seja liberado glucagon na corrente sanguínea,
glucagon. ocorrendo a glicogenólise e a hipoglicemia.
c) aconteça a ligação entre insulina e os receptores
28. PUC-PR 2016 O pâncreas é uma glândula mista que específicos de membrana que facilitam a entrada
apresenta regiões de função endócrina denomina- de glicogênio nos hepatócitos do fígado.
das de ilhotas de Langerhans; nessas ilhotas existem d) não ocorra a liberação de insulina (pelas células
células alfa produtoras de glucagon, células beta beta do pâncreas), promovendo hiperglicemia e
produtoras de insulina, células delta que produzem gliconeogênese.
somatostatina e células PP, que produzem um poli- e) aconteça uma redução da sensibilidade dos teci-
peptídeo pancreático. É conhecido que a insulina e o dos à insulina, promovendo a hipoglicemia.

Texto complementar
a

Sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) Aumento da


pressão PN
Existem situações, como uma diarreia intensa, nas quais há perda excessiva de sais Vasoconstrição arterial
Aumento da
e fluidos corporais, resultando em redução do volume de sangue e queda da pressão reabsorção
Suprarrenal sódio e águade
arterial. Em um caso como esse, o SRAA é ativado, promovendo aumento da reabsorção
de água e sódio nos rins.
Quando ocorre redução do volume sanguíneo ou queda da pressão arterial na arteríola Angiotensina Il Aldosterona

aferente (vaso sanguíneo que conduz sangue ao glomérulo renal do néfron), acontece a libe- Enzima
-— conversora da
ração de uma enzima denominada renina. Essa enzima atua sobre uma proteína plasmática angiotensina
produzida pelo fígado, o angiotensinogênio, resultando na formação da angiotensina |, que,
Angiotensina |
em seguida, é convertida em angiotensina II. Atuando como um hormônio, a angiotensina |
promove vasoconstrição de arteríolas, contribuindo para o aumento da pressão arterial, e es- -— Renina
timula as suprarrenais a liberar aldosterona — hormônio que aumenta a reabsorção de Na” e, [Angiotensinogênio
consequentemente, a reabsorção de água, elevando o volume sanguíneo e a pressão arterial.
Sendo a angiotensina Il uma substância que atua no aumento da pressão arterial, medica- Queda da
pressão
mentos que inibem sua produção são amplamente usados no tratamento da hipertensão arterial arterial
crônica. São exemplos desse tipo de substância os inibidores da enzima conversora de angio-
Representação esquemática do controle do volume
tensina (ECA), responsável por catalisar a formação de angiotensina Il a partir da angiotensina |. sanguíneo e da pressão arterial pelo sistema renina-
Texto elaborado para fins didáticos. -angiotensina-aldosterona (SRAA).

178 BIOLOGIA « Capítulo 11 « Controle endócrino


LUAS

Introdução
* Osistema endócrino é constituído pelo conjunto de glândulas endócrinas do organismo.
* O controle endócrino é feito por meio da ação dos hormônios sobre suas células-alvo.

Regulação dos níveis hormonais


Feedback (retroalimentação) negativo
* A resposta das células-alvo inibe a produção do hormônio que a desencadeou, evitando que os hormônios sejam liberados
em quantidades excessivas.
Feedback (retroalimentação) positivo
* O aumento da intensidade da resposta das células-alvo resulta em aumento da liberação do hormônio que as estimula.
Principais glândulas endócrinas
Hipófise (ou pituitária)
* Localizada na base do encéfalo, intimamente associada ao hipotálamo.
* Dividida em duas regiões:
- neuroipófise (porção posterior): não produz hormônios; armazena e libera no sangue hormônios sintetizados pelo hipotálamo;
- adenoipófise (porção anterior): sintetiza e secreta hormônios sob o controle do hipotálamo.

* Aumenta a reabsorção de água nos néfrons.


ADH (hormônio antidiurético), ou vasopressina + Sua carência causa diabetes insípido: produção de grande volume
Neuroipófise de urina diluída.

« Estimula a secreção do leite materno e a contração do útero.


Celiwelia « É caso de feedback positivo.

TSH (hormônio tireoestimulante) . « Estimula a produção de hormônios pela glândula tireoide.


, ACTH (hormônio « Estimula a produção de hormônios pelo córtex das glândulas
Hormônios adrenocorticotrófico) suprarrenais.
Ro Gonadotrofinas: FSH
ma , * Estimulam o funcionamento dos ovários (gônadas femininas) e dos
(hormônio folículo estimulante) e a ;
LH (hormônio Iuteinizante) testículos (gônadas masculinas).
Adenoipófise
Prolactina (hormônio lactogênico) * Estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias.
« Estimula a proliferação celular e a síntese proteica, por exemplo,
em ossos e músculos, promovendo a elongação óssea e o
GH (hormônio do crescimento),
aumento da massa muscular.
ou somatotrofina
« Na infância, o excesso causa o gigantismo, e a carência causa o
nanismo hipofisário. Na fase adulta, o excesso causa a acromegalia.

Glândula tireoide (ou tireóidea)


* Localizada na porção anterior do pescoço.

Hormônios da glândula tireoide Ações e características


Calcitonina * Reduz o nível sanguíneo de cálcio.
Tri-iodotironina (T3 — com três átomos de iodo) « Estimulam o metabolismo.
Tetraiodotironina ou tiroxina (T4 — com quatro átomos de iodo) * Níveis sanguíneos controlados por feedback negativo.

* Alterações da glândula tireoide:


- hipertireoidismo: produção e liberação excessiva dos hormônios T3 e T4, causando aumento acentuado do metabolismo;
- hipotireoidismo: baixa secreção de T3 e T4, resultando em redução da taxa metabólica;
- bócio endêmico ou carencial: causado pela carência de iodo. A prevenção é feita por meio do consumo de sal de cozinha
ES)

enriquecido com iodo.


Glândulas paratireoides
* Conjunto de quatro glândulas localizadas na parte posterior da glândula tireóidea.
* Secretam o paratormônio (PTH), que eleva o nível de cálcio no sangue.
Glândulas suprarrenais (ou adrenais)
* Localizadas acima dos rins.
* Divididas em duas regiões: medula (porção interna) e córtex (porção externa).

179
Regiões das

« Liberadas em situações de perigo e estresse.


* Aumentam a degradação do glicogênio no fígado, resultando em elevação
Adrenalina (epinefrina) e
Medula , a da glicemia.
noradrenalina (norepinefrina)
* Aumentam a pressão arterial.
* Aumentam as frequências respiratória e cardíaca.

* Aumentam a reabsorção renal de sódio e, consequentemente, a reabsorção


Mineralocorticoides
de água.
(ex.: aldosterona)
Córtex « Elevam a pressão arterial.

«* Elevam a glicemia.
Glicocorticoides (ex.: cortisol)
* Em doses altas, têm efeito anti-inflamatório.

Pâncreas ELEMENTOS
FORA DE
* Glândula mista (ou anfícrina): possui uma por- PROPORÇÃO
ção exócrina e uma endócrina. CORES beta SD E da
a absorção de glicose
- Porção exócrina: produz o suco pancreático.
ES pelas células
- Porção endócrina: constituída pelas ilhotas Formação de
pancreáticas, sintetiza e secreta os principais Í glicogênio
hormônios que atuam no controle da glicemia — no fígado
insulina (produzida pelas células beta) e glu- Aumento da glicemia Redução da glicemia
cagon (produzido pelas células alfa). (p. ex.: ingestão
de carboidratos) A
* Diabetes melito: caracterizada por hipergli-
cemia crônica.
Glicemia normal

” "
— Tipo 1: deficiência na síntese e na secreção
de insulina. A regulação da glicemia aconte-
ce mediante a administração de insulina, por
exemplo, por meio de injeções. Aumento da glicemia Redução aa glicemia
(p. ex.: jejum)
— Tipo 2: redução da capacidade das células-
-alvo em responder à presença da insulina.

Degradação do =
Representação esquemática da atuação da glicogênio estocado Células alfa
no fígado
insulina e do glucagon na homeostase da glicose.

PTE A ur

Texto
= FIORAVANTI, Carlos. A descoberta da insulina. Pesquisa Fapesp, abr. 2021. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/
a-descoberta-da-insulina/. Acesso em: 5 mar. 2023.
Reportagem da Revista Pesquisa Fapesp sobre a revolucionária descoberta da insulina.

Exercícios complementares
1. FICSAE-SP 2017 (Adapt.)
Doping Esportivo
Os jogos olímpicos Rio 2016 foram marcados pelo impedimento da par-
ticipação de boa parte da delegação russa em virtude de um escândalo
de doping. A pedido da Agência Mundial Antidoping, foi divulgado um
relatório que denunciava um “sistema de doping de estado” envolvendo
30 esportes na Rússia e que contava com o auxílio dos serviços secre-
tos russos.
A lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping inclui
compostos cuja presença nas amostras de urina em qualquer concentra-
ção é passível de punição e compostos que apenas são considerados
proibidos a partir de determinada concentração na urina, como apresen-
tado na tabela a seguir.

180 BIOLOGIA « Capítulo 11 « Controle endócrino


Temperatura corporal
Substância Classificação Leio normal
«limite na urina A" entre 36 e 38ºC a
Efedrina Estimulante 10 pg - mL!
A temperatura
Pseudoefedrina Estimulante 150 Lg - mL” corporal aumenta
Norpseudoefedrina , 4
(catina) Estimulante 5 ug: mL
s

ase
Metilefedrina Estimulante 10 pg * mL”!
Sidi O termostato no
Salbutamol Agonista beta-2 1pg emb! hipotálamo ativa
os mecanismos de
aquecimento
Epitestosterona a 200 ng mL”!
anabolizante Vasos sanguíneos
(Jane B. Reece et al. Biologia de Campbell, 2015. Adaptado.)

a) Após a queda da temperatura ambiental, quais as


na respostas geradas pelos músculos e vasos san-
Ss
— guíneos periféricos para evitar a diminuição da
o)
Õ temperatura corporal?
[oE
b) A queda da temperatura corporal reduz a libera-
o
[o ção do hormônio vasopressina (ADH), sintetizado
Q
Ke)
D
no hipotálamo. Qual glândula armazena e libera a
Ss vasopressina? Qual a consequência da redução
dos níveis de vasopressina sobre o volume de
https

urina produzido?

Muitas das substâncias proibidas são produzidas na- 3. CUSC-SP 2019 A figura ilustra três tipos de controle
turalmente no organismo. Como exemplos, podem ser que ocorrem no corpo humano: o controle endócrino,
citados hormônios como a epitestosterona (isômero o controle nervoso e o controle neuroendócrino.
da testosterona), a eritropoietina (EPO) e o hormônio 3 — Controle
1 — Controle endócrino 2 — Controle nerv E
de crescimento (GH). A testosterona também é usada onto nadoso neuroendócrino

no doping esportivo. Nesse caso, é aceitável que a


É Glândula
razão entre as concentrações de testosterona e epi-
testosterona esteja entre 1 e 4. Razão acima de 4 é
Corrente
considerada doping. sanguínea
a) A eritropoietina é produzida pelos rins e atua na
medula óssea vermelha, estimulando a produção Corrente
sanguínea
de hemácias. De que modo o uso desse hormônio “
ends! “eso
por atletas pode aumentar o desempenho físico?
b) Em que glândula é produzido naturalmente o I | ess fo |
hormônio de crescimento humano? Que conse-
quências podem resultar da falta e do
desse hormônio no organismo?
excesso
co À 6 a», 1
Pes,

(Helena Curtis et a!. Biologia, 2009. Adaptado.)


Texto para a questão 2.
Grande parte dos pacientes com hiperparatiroi- a) Considere as substâncias ADH, insulina e ace-
dismo brando exibe poucos sinais de doença óssea tilcolina. Associe cada uma delas aos tipos de
e raras anormalidades inespecíficas, em consequên- controle ilustrados.
cia da elevação do nível do cálcio, mas apresenta b) Dos três tipos de controle, qual deles é conside-
tendência extrema à formação de cálculos renais. rado de alta velocidade? Explique como esse tipo
Isso se deve ao fato de que o excesso de cálcio e de controle consegue estimular as células de um
fosfato absorvidos pelos intestinos ou mobilizados determinado órgão.
dos ossos no hiperparatiroidismo será finalmente
excretado pelos rins, ocasionando aumento pro- 4. PUC-SP 2016 Uma pessoa apresenta um quadro cli-
porcional nas concentrações dessas substâncias na nicamente conhecido por diabetes insípido: ela sente
urina. Em decorrência disso, os cristais de oxalato muita sede e elimina grande volume de urina. Seus
tendem a se precipitar nos rins, dando origem a cál- exames revelaram uma taxa alterada de hormônio an-
culos com essa composição. tidiurético. Trata-se de um distúrbio envolvendo uma
a) hipofunção da hipófise.
UAM-SP 2018 A regulação da temperatura corporal b) hiperfunção da hipófise.
em humanos é realizada por mecanismos complexos c) hipofunção do pâncreas.
que envolvem diferentes sistemas do organismo. d) hiperfunção do pâncreas.

181
5. PUC-PR 2018 (Adapt.) Considere o texto a seguir. 7. FMP-RJ 2016 Grande parte dos pacientes com hiper-
paratiroidismo brando exibe poucos sinais de doença
Você deveria saber o que são os óssea e raras anormalidades inespecíficas, em conse-
desreguladores endócrinos quência da elevação do nível do cálcio, mas apresenta
Compostos químicos sintéticos, os desreguladores tendência extrema à formação de cálculos renais. Isso
se espalham pelo meio ambiente e são causadores se deve ao fato de que o excesso de cálcio e fosfato
de doenças. absorvidos pelos intestinos ou mobilizados dos ossos
Apesar de serem ilustres desconhecidos da maior no hiperparatiroidismo será finalmente excretado pelos
parte da população, eles estão por todos os lados: no ar, rins, ocasionando aumento proporcional nas concen-
na água, nos cosméticos, nas garrafas de plástico... Com- trações dessas substâncias na urina. Em decorrência
postos químicos sintéticos, os desreguladores endócrinos disso, os cristais de oxalato tendem a se precipitar nos
se espalham pelo meio ambiente e afetam o funcionamen- rins, dando origem a cálculos com essa composição.
to dos hormônios de humanos e animais, alterando ou
O aumento na concentração plasmática de íons Cálcio
anulando diferentes reações químicas responsáveis pelo estimula a produção de um hormônio peptídico que
funcionamento do organismo. O contato com os desre-
tem efeitos opostos aos do Paratormônio (PTH).
guladores endócrinos acontece de várias maneiras: alguns
a) Nomeie o hormônio que diminui a concentração
deles são inalados, como os presentes em pesticidas ou
de Cálcio no sangue e indique a glândula endó-
emitidos na combustão do diesel; outros são absorvidos
crina responsável pela sua produção.
pela pele, caso daqueles que fazem parte da composi-
b) O PTH é inicialmente sintetizado nos ribossomos,
ção de cosméticos; e há ainda aqueles que são ingeridos
junto com água ou com alimentos contaminados. A con- sob a forma de pré-pró-hormônio, uma cadeia po-
sequência são problemas de saúde que vão desde o mal lipeptídica com 110 aminoácidos. Essa cadeia é
desenvolvimento dos órgãos sexuais até a incidência de clivada a um pró-hormônio com 90 aminoácidos e,
doenças como câncer e diabetes. a seguir, ao próprio hormônio com 84 aminoácidos.
BEER.R. Disponível em:http:/revistagalileu.globo.com/Revista/ Qual é o número de nucleotídeos presentes no
noticia/2017/06/voce-deveria-saber-o-que-sao-os-desreguladores- RNA mensageiro que irá codificar o pré-pró-hor-
endocrinos.html. Acesso: 19 de jun. 2017.
mônio com 110 aminoácidos? Justifique a resposta,
Uma pesquisa revela que determinado desregulador explicando como esse número foi obtido.
endócrino afetou o hipotálamo impedindo a produção
PUC-Rio 2020 A Tireoidite de Hashimoto é uma
dos hormônios ADH e oxitocina, uma pessoa que foi
doença autoimune caracterizada por uma inflamação
afetada por esse desregulador
da tireoide causada por um erro do sistema imunológi-
a) passará a ter pressão arterial elevada e muita có-
co. Indivíduos portadores de Tireoidite de Hashimoto
lica menstrual.
apresentam níveis elevados de anticorpos contra a
b) aumentará a reabsorção de água nos túbulos
enzima tireoperoxidase (TPO), responsável pela pro-
contorcidos distais e nos ductos coletores, pro-
duzindo menor volume de urina e apresentará
dução dos hormônios T3 e T4.
dificuldades na ejeção de leite.
c) passará a ter pressão arterial baixa e terá dificul- Sistema nervoso central
dades na produção de leite.
Produz Inibe
d) produzirá um menor volume de urina e passará a pro- Hipotálamo
duzir uma maior quantidade de leite.
e) produzirá um volume maior de urina e terá dificul- Estimu
dades na ejeção de leite.
Hipófise
6. Famerp-SP 2017 O esquema representa um me- Inibe
canismo fisiológico de ajuste do corpo humano ao
Estimula
ambiente frio.
Tireoide

exposição & S O
do corpo bp hipotálamo |! hipófise || tireóidea
ao frio

Sistema endócrino :

Células-alvo

a) Cite o hormônio hipofisário que estimula a tireóidea. Disponível em: https://corticoides97unb.wordpress.com/2013/06/29/


Qual é o elemento mineral do sal de cozinha que é sintese-de-hormonios-da-tireoide. Acesso em: 10 ago. 2019. Adaptado.
fundamental para a síntese dos hormônios T3 e T4?
b) Em dias frios, como reage o organismo no que se Considerando a figura acima, como estão os níveis
refere aos hormônios T3 e T4? Qual a importância dos hormônios T3, T4 e TSH, em portadores de Ti-
dessa reação para um organismo endotérmico? reoidite de Hashimoto não medicados? Explique.

182 BIOLOGIA * Capítulo 11 » Controle endócrino


9. FCMSCSP 2020 No corpo humano, os mecanismos 02 O hormônio antidiurético (ou vasopressina), pro-
de feedback ou de retroalimentação são aqueles duzido nas glândulas suprarrenais, atua sobre os
em que a produção de alguns hormônios por uma rins promovendo a formação de grande quantida-
glândula interfere na produção hormonal de outra. O de de urina.
esquema ilustra um caso de feedback envolvendo a 04 Atireoide, localizada na região anterior do pescoço,
hipófise e a tireoidea. produz hormônios com iodo em sua composição,
que atuam sobre a taxa metabólica basal.
y | os A oxitocina é produzida na neuro-hipófise, sen-
Hipófise ———» TSH ——» Tireoidea ———» Tiroxina
do responsável pela contração da musculatura
Em uma pessoa que não apresenta nenhuma alte- uterina, e estimula a liberação do leite durante a
ração no mecanismo hormonal esquematizado, a amamentação.
da taxa de resulta na 16 A deficiência na produção de tiroxina causa hi-
da síntese de . potireoidismo, o que leva a pessoa a ser pouco
Assinale a alternativa que completa, respectivamente, ativa, a ganhar peso e a apresentar pele fria.
as lacunas do texto.
Soma:
a) elevação — tiroxina — elevação — TSH
b) redução — tiroxina — redução — TSH 12. UCS-RS 2018 As glândulas paratireoides sintetizam o
c) elevação — tiroxina — redução — TSH paratormônio, cuja função é aumentar a concentração
d) elevação — TSH — redução — tiroxina de íons-cálcio no sangue. Sobre as glândulas parati-
e) redução — TSH — elevação — tiroxina reoides, assinale a alternativa correta.
a) O paratormônio também participa da ativação da
Leia o texto a seguir para responder à questão 10.
Du

vitamina D produzida na pele pela exposição aos


Em uma pesquisa, com 2.270 mulheres com idade raios UM.
entre 49 e 69 anos, realizada pela Federação Brasileira das b) O excesso de paratormônio gera um aumento na
Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, foi observado quantidade de cálcio no sangue deixando os os-
que 19% delas sofriam de osteoporose. Essa doença pode sos mais fortes.
ser prevenida e tratada. Uma das medidas de profilaxia e c) Os cálculos de cálcio nos rins são características
tratamento é o uso de vitamina D. de casos de hipoparatireoidismo, isso é, falta de
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/licao-
chacoalhar-esqueleto-estudantes-431291 .shtml. Acesso em: 8 out. 2012.
cálcio no sangue.
(Adaptado). d) O hiperparatireoidismo provoca a proliferação
das células C da glândula paratireoide, acarretan-
10. UFG-GO 2013 Essa doença está diretamente asso- do a formação do bócio.
ciada ao metabolismo ósseo, ilustrado no esquema e) A paratireoide também produz hormônios corti-
a seguir. costeroides que podem gerar acúmulo de gordura
no rosto e no corpo.
Glândula
13. Uerj 2016 O ciclo de atividade que ocorre no organis-
mo dos seres vivos ao longo de um dia é denominado
ritmo circadiano. Nos vertebrados, o ritmo circadiano
é controlado, principalmente, por dois hormônios, que
determinam os períodos de sono e de fome.
No gráfico, estão indicados os níveis de um des-
ses hormônios, produzido por uma pessoa durante
24 horas.

Tendo em vista o exposto, responda:


concentração do hormônio (u.g/100 mL)
MN
O

a) Como são denominados a glândula X e o hormô-


nio Y, respectivamente?

o

b) Explique duas funções da calcitonina no organis-


mo humano.

MN

ES

11. UEM-PR 2015 Os hormônios são compostos orgânicos


o

produzidos por células isoladas ou por glândulas endó-


crinas e, quando liberados no sangue, são capazes de
Bs

estimular ou inibir o funcionamento de um órgão. Sobre


este assunto, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
4 8 12 16 20 24
o

01 As paratireoides localizam-se na base do encé-


| Período de sono | período acordado
E. armazenam e liberam hormônios produzidos [e Pre »|»!
hipotálamo e produzem os hormônios gona- tempo decorrido (horas)

dotrópicos. Adaptado de precisonnutrition.com.

183
Nomeie o hormônio cuja concentração está represen- H. Em indivíduos sadios, o controle da glicemia (con-
tada no gráfico e, também, a glândula responsável por centração de glicose no sangue) é realizado por
sua secreção. dois hormônios antagônicos. Cite o local da pro-
Sabe-se que a manutenção prolongada de níveis al- dução desses hormônios e explique como eles
tos desse hormônio no sangue leva à perda de massa atuam sobre o metabolismo da glicose.
muscular. Nomeie e descreva o processo pelo qual se
17. Famerp-SP 2017 O fluxograma ilustra a participação
estabelece essa relação.
de alguns órgãos e substâncias (angiotensinogênio,
14. UFRGS 2020 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) angiotensina, renina e aldosterona) no controle da
as afirmações a seguir, sobre a função renal e a manu- pressão arterial humana.
tenção do equilíbrio hídrico nos seres humanos. redução de sódio e água
O sangue chega no glomérulo para ser filtrado no sangue ou diminuição
através da arteríola aferente. fígado da pressão sanguínea
A taxa de filtração glomerular é mantida por um
mecanismo autorregulatório que contrai as arterío-
las aferentes quando a pressão sanguínea diminui.
angiotensinogênio
I jo
A reabsorção de sódio nos rins é controlada pelos
hormônios aldosterona e angiotensina.
O hormônio antidiurético (ADH) é liberado pelas
glândulas suprarrenais e aumenta a permeabilidade
à água da membrana das células dos glomérulos.
A sequência correta, de cima para baixo, é : : . (3) aumento da
a) V-V-F-MV. | angiotensina || suprarrenais | aldosterona | reabsorção

b) V O de sódio nos
túbulos renais
c) F-
' e aumento
d) F capilares
e) F renais arterial
(Sídio Machado. Biologia para o Ensino Médio, 2003. Adaptado.)
15. UPF-RS 2017 Em relação ao sistema endócrino, são
N

feitas as afirmações abaixo. Assinale a alternativa


Considere que os números 1, 2 e 3 indicados no fluxo-
correta. grama representem uma ação do tipo estimulante (+)
a) As suprarrenais são constituídas por duas ca-
ou uma ação do tipo inibidora (—) e que o aumento da
madas: a medula e o córtex. A medula secreta a reabsorção de sódio nos túbulos renais promova um
adrenalina e a noradrenalina, principalmente em deslocamento hídrico nos túbulos renais.
situações de estresse. De acordo com essas informações, assinale a alterna-
b) A hipófise é uma região do sistema nervoso tiva que indica, correta e respectivamente, o tipo da
localizada na base do encéfalo, que secreta ação representada pelos números 1,2 e 3 e o resultado
hormônios que controlam o funcionamento do do deslocamento hídrico.
hipotálamo. a) (+); (—); (+); aumento da reabsorção de água.
c) O hipotálamo se divide em dois lobos (anterior e b) (—); (—); (—); aumento da reabsorção de água.
posterior) e é responsável pela secreção de hor- c) (+): (+); (+); aumento da reabsorção de água.
mônios que controlam a atividade da tireoide. d) (—): (+); (—); redução da reabsorção de água.
d) Atireoide localiza-se no pescoço e é responsável
pela secreção do hormônio tiroxina, que inibe a 18. Unesp 2017 O teste de tolerância à glicose (GTT)
remoção de cálcio dos ossos e a saída deste para consiste em jejum de 12 horas, ao final do qual o
o plasma. paciente ingere uma carga excessiva de glicose em
e) As paratireoides localizam-se na região posterior dose proporcional ao peso corpóreo. Ao mesmo
da tireoide e secretam o hormônio do crescimen- tempo, obtém-se uma amostra de sangue para a de-
to (GH) ou somatotropina. terminação da glicemia inicial. A seguir, são coletadas
amostras sucessivas, a cada 30 minutos, para a de-
16. Famema-SP 2022 Na membrana das células do túbulo terminação da glicemia. Dessa forma, obtém-se, ao
renal, existem proteínas — chamadas SGCLT2 — cuja fun- longo do tempo, uma curva da variação da glicemia.
ção é transportar a glicose do interior do túbulo para o O gráfico mostra as curvas do GTT de três indivíduos:
interior das células durante a etapa de reabsorção. um normal, outro com rápida absorção intestinal de
|. Um fármaco que bloqueia a ação das proteí- carboidratos e outro portador de doença hepática. Esta
nas SGLT2 vem sendo usado para o tratamento doença não afeta a produção normal dos hormônios
de diabetes mellitus tipo 2. De que forma esse que controlam a glicemia, mas provoca lentidão no fun-
bloqueio contribui para que o indivíduo atinja os cionamento dos mecanismos de controle da glicemia
níveis normais de glicose no sangue? pelo fígado.

184 BIOLOGIA * Capítulo 11 » Controle endócrino


e——s normal
o rápida absorção intestinal
Ê 150 de carboidratos
s ea ee doença hepática
E 100
5
2 75
o 50
82 25
O
>» o 1 2 3 4
Tempo (h)

(Rui Curi e Joaquim P. de Araújo Filho. Fisiologia básica, 2009. Adaptado.)

Qual é o hormônio responsável pela redução da glicemia durante o GTT e qual dos três indivíduos apresentou maior
liberação desse hormônio durante o teste? Como as células do corpo reagem sob a ação desse hormônio? Que me-
canismo de controle da glicemia foi afetado no fígado do doente e que causa lenta redução da glicose sanguínea ao
longo do tempo?

19. Uerj 2019 O diabetes mellitus é uma síndrome metabólica que interfere na produção do hormônio insulina, alterando
os níveis de glicose no sangue. Admita que os gráficos a seguir apresentam as taxas de glicose e de insulina presen-
tes no sangue de três indivíduos.

5 = 400 = 400
o D D
Ê É 300 É 300
o o o
“mo “o “o
o o 200 o 200
E E E
8
e $e 100 8e 100
S S S insulina

0 1 2 3 4 0 0 1 2 3 4
Tempo (horas) Tempo (horas) Tempo (horas)

Identifique o gráfico que corresponde ao indivíduo com diabetes mellitus, justificando sua resposta com base nas
taxas de glicose e insulina.
Em seguida, nomeie o órgão responsável pela produção da insulina e aponte a função exercida por sua porção
exócrina.

20. Uerj 2015 Para a realização de um exame, os indivíduos A e B ingeriram uma solução contendo glicose.
Após a ingestão, foram registradas as alterações da concentração plasmática da glicose e dos hormônios X e Y em
ambos os indivíduos. Observe os resultados das medições nos gráficos:

Glicose o Hormônio X o Hormônio Y


o o
concentração plasmática

0 Ea e9] AS
A 2 2
º 8 | BS
B o mm o
E|B E
o LA [ ê Co
-60 O 60 120 180 240 : 300 6Õ -60 O 60 120 180 240 300
,
6Õ -60 O 60 120 180 240 300
.
Hm[mm
. o tempo (minutos) Ao tempo (minutos) + tempo (minutos) bs
ingestão ingestão ingestão u
de glicose de glicose de glicose uu

Com base na análise dos gráficos, é possível identificar que um dos indivíduos apresenta diabetes tipo Il e que um
dos hormônios testados é o glucagon.
O indivíduo diabético e o hormônio glucagon estão representados, respectivamente, pelas seguintes letras:
a) A-X
b)
vm >
< x <

e)
d)
185
21. UEL-PR 2014 Leia a tirinha a seguir.
O QUE É ISSO? É COMIDA VEGETARIANA. | VEGETARIANA?? YECCHH! Eu sou
PARECE É BOM PRA VOCÊS [EU NÃO SOU VEGETARIANO! E À SOBREMESARIANO
HORRÍVEL, “A

(Disponível em: http://depositodocalvin.blogspot com.br/2009/01/calvin-haroldo-tirinha-537.html. Acesso em: 7 out. 2013.)

Com base na tirinha e considerando que a maioria das sobremesas conhecidas leva em sua composição principal-
mente carboidratos, responda aos itens a seguir.
a) Em quais órgãos do sistema digestório ocorre a digestão dos carboidratos?
b) Caso o personagem da tirinha mantivesse sua dieta “sobremesariana”, esse hábito aumentaria a chance de
desenvolver diabetes melito. Nessa situação, qual dos dois tipos de diabetes melito o personagem poderia de-
senvolver? Explique a diferença entre os dois tipos de diabetes melito.

22. UEM-PR 2016 A insulina, produzida e secretada pelo pâncreas, estimula a absorção de glicose pelas células muscu-
lares esqueléticas, pelos hepatócitos e pelas células do tecido adiposo.
Considerando o exposto e assuntos correlatos, assinale o que for correto.
01 O glucagon tem efeito contrário à insulina, estimulando a liberação de glicose nas células musculares esqueléti-
cas, nos hepatócitos e nas células do tecido adiposo.
02 A glicose absorvida após o estímulo gerado pela insulina será igualmente utilizada pelas células musculares es-
queléticas, pelos hepatócitos e pelas células do tecido adiposo.
04 O pâncreas é uma glândula endócrina e exócrina.
08 As células citadas no comando da questão são estimuladas pela insulina por possuírem receptores de membrana
para insulina, proteínas integrais de membrana sintetizadas pelo retículo endoplasmático rugoso.
16 A insulina é sintetizada pelo retículo endoplasmático rugoso, transportada em vesículas ao complexo golgiense
e à membrana plasmática, sendo secretada por exocitose.
Soma:

23. PUC-PR 2023 Observe abaixo e responda.


Regulação da pressão arterial: o sistema renina-angiotensina-aldosterona

Aumento da
pressão
arterial

Retenção de sal

Angiotensina Il

(3) Enzima f
é conversora da f
angiotensina f

Angiotensina |

«=— Renina
O sistema renina-angiotensina-aldosterona trata-se de
Angiotensinogênio uma série de reações concebidas para ajudar a regular a
pressão arterial.

Queda da Fonte: disponível em: https://www.msdmanuals.com/


pressão pt-br/casa/SearchResults?query=regula%C3%AT%-
arterial C3%A30tda+press%CI%A30+arterial+renina.
Acesso em: 16 fev. 2023.

Considerando o sistema renina-angiotensina-aldosterona em uma pessoa normal quando ocorre uma queda de pres-
são arterial, por exemplo, pressão sistólica 100 mmHg ou inferior, isso provoca
a) inibição da liberação de renina, seguida da redução de angiotensina Il, além do aumento da reabsorção de sódio
e a retenção de água provocando aumento da pressão arterial.
b) aumento da reabsorção de potássio e da eliminação de sódio, desencadeando retenção de água, vaso dilatação
e aumento da pressão arterial.

186 BIOLOGIA * Capítulo11 » Controle endócrino


c) diminuição da reabsorção de sódio e de água pro- quimioterápicos e, posteriormente, aumentar o poten-
vocado pela conversão da angiotensina | em Il e cial imune por meio do transplante de células-tronco
consequentemente aumento da pressão arterial. da própria pessoa.
d) liberação de renina proporcionando conversão a) Explique o que são células-tronco.
da angiotensina | em Il, seguido da liberação de b) Indique a glândula atacada pelas defesas do or-
aldosterona, aumento da reabsorção de sódio e ganismo no diabetes tipo 1. Essa glândula produz
retenção de água, aumentando a pressão arterial. dois hormônios que participam do controle da
e) liberação de renina que possibilita a conversão glicemia. Indique qual desses hormônios tem sua
de angiotensina | em Il. A angiotensina Il faz com secreção afetada no diabetes tipo 1.
que as paredes musculares das arteríolas se dis-
27. CUSC-SP 2017 Três pessoas adultas, A, Be C, rece-
tendam, aumentando a pressão arterial.
beram uma injeção de glicose intravenosa e a taxa
24. UEPG-PR 2014 O sistema endócrino humano é com- dessa substância no sangue (glicemia) foi analisada
plexo e com uma grande quantidade de glândulas. por quatro horas, como indica o gráfico.
Elas produzem hormônios que influenciam em prati- 160
camente todas as funções do organismo, interagindo
com o sistema nervoso. Com relação ao sistema en-
dócrino, assinale o que for correto. o
o 140 c
01 O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino
8a
informações sobre o meio externo. Entretanto, o o”
=0U
sistema endócrino não pode regular a resposta a Do
SE 120
essas informações.
02 A glândula pineal (ou epífise) produz o hormônio

vo
º
Ê=T
melatonina a partir da serotonina. A melatoni-
=
Ê 100 A
na inibe o desenvolvimento das gônadas e está
envolvida em modificações comportamentais li-
gadas aos ciclos de claro e escuro.
04 O pâncreas é uma glândula mista composta de 80
1 2 3 4
uma região exócrina, cujas secreções formam o
Tempo (horas)
suco pancreático; e de uma região endócrina re-
presentada pelas ilhas pancreáticas ou ilhotas de a) Qual das três pessoas recebeu o diagnóstico de
Langerhans, que produzem os hormônios relacio- diabetes mellitus? Justifique sua resposta com
nados com o metabolismo da glicose (insulina e base no gráfico.
glucagon). b) Qual órgão deixa de produzir insulina numa pes-
08 Os hormônios trópicos estimulam a secreção soa diabética? A insulina é uma proteína que
de outras glândulas endócrinas. Um exemplo muitas pessoas diabéticas aplicam sob a pele,
desse caso é o hormônio tireoideotrópico (TSH) pois sua ingestão in natura não é eficaz quando
da adeno-hipófise, que atua sobre a glândula comparada à versão aplicada. Por que a insulina
tireóidea. ingerida in natura não traz o mesmo benefício
Soma: que a administrada por via subcutânea?

25. Mackenzie-SP A respeito dos hormônios sintetizados 28. FCMSCSP 2018 Pesquisadores italianos desenvolve-
na tireoide, considere |, Il, Ill e IV abaixo. ram um mecanismo capaz de bloquear a destruição de
Il. São produzidos a partir de um aminoácido. células beta do pâncreas pelo sistema imunológico. O
tratamento consiste no uso da terapia gênica em que há
IH. Têm como função acelerar o metabolismo basal.
injeção de vírus modificados geneticamente em células
HI. Apresentam iodo na sua molécula.
do fígado. Estas células passam a produzir uma molécu-
IV. Sua produção é controlada por nervos cranianos.
la que impede que as células beta sejam destruídas por
Assinale
linfócitos T do sistema imune. Com isso, a tolerância do
a) se todas as afirmativas forem corretas.
sistema imunológico é restaurada. Esse mecanismo inter-
b) se somente as afirmativas Il e Ill forem corretas.
ES)

rompe a progressão da doença e restabelece a glicose do


c) se somente as afirmativas | e IV forem corretas.
sangue a níveis normais.
d) sesomente as afirmativas Il, Ille IV forem corretas. (www.cienciahoje.org.br, 01.06.2015. Adaptado.)
e) se somente as afirmativas |, Il e Ill forem corretas.
a) Cite o nome da doença que uma pessoa de-
26. Uma possibilidade inovadora de tratamento para o senvolve ao ter as células beta destruídas pelo
diabetes tipo 1 é a realização de um transplante de sistema imunológico. Que molécula não é mais
células-tronco hematopoiéticas. Como essa doen- produzida quando as células beta são destruídas?
ça geralmente tem origem autoimune, a estratégia b) Que molécula as células do fígado deixarão de
proposta é reduzir temporariamente a atividade do produzir na ausência das células beta? Qual a fun-
sistema imunitário com o uso de medicamentos ção dos vírus na técnica de terapia gênica?

187
1. UFMG 2013 A importância do iodo na síntese de hor- 2. FGV-SP 2016 O gráfico a seguir ilustra o tempo de
mônios tireoidianos é representada na experiência ação para seis tipos de insulinas clinicamente dis-
abaixo (figura |), em que dois grupos de animais foram poníveis (| a Vl), em um período de 24 horas após a
submetidos a dietas diferentes: um grupo alimentado aplicação no organismo humano.
com uma dieta sem iodo (DSI), e o outro com a mesma
dieta suplementada com iodeto de potássio (DSI + KI).
A figura Il ilustra a regulação da produção dos hormô-
nios Ts e T, pela tireoide.

Insulina Plasmática
20 +

40 |
ng/100 mL T, Plasmático
60 +

80 +
T T T T T T T ]
0 L J 8 10 12 14 1.6 18 20 22 24

Hã DSI
+ Ki Horas
4 1 + (www.scielo.br/abem/v52n2/14. pdf. Adaptado)
1.9/100 mL - bj T, Plasmático
2+ “E. DSI A análise do gráfico permite concluir que os níveis
ok : , ; y 5 mais reduzidos de glicemia no organismo humano se-
rão obtidos após a aplicação dos tipos
2000 | Dad a) lell, no período entre 15 minutos e 1 hora.
ng/mL - Wo
V% TSH
e
Plasmático b) lell,no período entre 5 e 7 horas.
1000 + , c) Ile IV, no período entre 3 e 5 horas.
o Ap , 1 DSI +KI d) Ve/Vl,no período entre 2 e 19 horas.
0 1 1 1 1 1 1
e) Vel, no período entre 22 e 24 horas.
0 10 20 30
Tempo de dieta (dias)
Figura | 3. Unifesp 2019 (Adapt.)
Fonte: Endocrinology, 1972. (modificado)
Amamentação de bebê por mulher
Inibe
transgênero é registrada pela primeira
vez em jornal científico
Técnica foi a mesma utilizada em mães que tiveram filho
gestado por barriga de aluguel
Cientistas dos Estados Unidos conseguiram fazer com
que uma mulher transgênero produzisse leite e amamen-

JJ
tasse o filho, que foi gestado no útero de outra mulher.
A mulher transgênero, que nasceu com corpo de homem,
mas se identifica como mulher, não fez qualquer cirurgia
“>
para remoção de órgãos ou troca de sexo, mas passou
Estimula
Tireoide
por um tratamento hormonal que lhe permitiu a lactação.
A equipe médica disse que a mulher amamentou in-
Figura Il cessantemente durante seis semanas e que o bebê estava
Com base nos dados das figuras e em outros conhe-
com níveis normais de desenvolvimento.
O caso é o primeiro a ser registrado em um jornal
cimentos sobre o assunto,
científico.
a) Cite o hormônio que depende da presença de
(https://emais.estadao.com.br, 15.02.2018. Adaptado.)
iodo na dieta para sua produção. Justifique.
b) Explique por que a concentração plasmática de Cite o hormônio que estimula a produção e a secre-
TSH é aumentada na ausência de iodo na dieta. ção de leite e responda, com justificativa, se a mulher
c) Cite duas consequências da carência de iodo na transgênero teria a glândula que, no corpo feminino,
dieta para o organismo. normalmente o produz.

188 BIOLOGIA * Capítulo 11 « Controle endócrino


[Oo od lo IEA ALE asie 5]
Sistema genital masculino
O sistema genital masculino é dividido em órgãos externos e internos. Os órgãos externos são o pênis e a bolsa
escrotal, enquanto os internos são os testículos, as glândulas acessórias e os ductos.

O .
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO
; Bexiga S/c -
Bexiga CORES
Reto FANTASIA

Ducto
E
deferente

Glândula ê
seminal ê
2qa
i
E a
$ Pênis Próstata ã
25 3
o
£L
q Canal
ê deferente
o
E sa:
5 Epidídimo
o

Epidídimo
Testículo Testículo
Bolsa escrotal Uretra Pênis
Representação esquemática da anatomia do sistema genital masculino em vista lateral (A) e em vista frontal, parcialmente em corte (B). Embora estejam
presentes na representação, a bexiga urinária, o reto e o ânus não fazem parte do sistema genital.

Os testículos correspondem às gônadas masculinas e são as estruturas em que ocorre a espermatogênese (produção
de espermatozoides) e a síntese de testosterona, o hormônio sexual masculino. Os testículos ficam abrigados na bolsa
escrotal, que confere proteção e garante a manutenção da temperatura testicular em torno de 2 ºC abaixo da temperatura
corporal, condição importante para a ocorrência da espermatogênese. Durante o desenvolvimento fetal, a testosterona
é importante na formação das estruturas genitais masculinas. Na puberdade, esse hormônio é o principal responsável
pelo desenvolvimento das características sexuais masculinas secundárias, como o engrossamento da voz e o aumento
da quantidade de pelos e da massa muscular.

? Atenção
Puberdade é uma fase da adolescência, que ocorre em ambos os sexos, marcada pelo aumento da produção de hormô-
nios sexuais, resultando em uma série de modificações no corpo do indivíduo. Em indivíduos do sexo biológico feminino, a
puberdade ocorre entre 8 e 13 anos e o primeiro sinal é o surgimento das mamas (broto mamário). Em indivíduos do sexo
biológico masculino, ocorre entre 9 e 14 anos e o primeiro sinal é o aumento do tamanho dos testículos. Nessa fase também
é comum o surgimento dos pelos pubianos e dos pelos axilares, assim como o aumento da oleosidade da pele, que pode
levar à ocorrência da acne.

A espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos, Epidídimo Túbulo seminífero


rede de canais enrolados encontrados no interior dos tes-
tículos. Entre os túbulos seminíferos são encontradas as
células intersticiais (ou células de Leydig), responsáveis
pela produção de testosterona, e as células de Sertoli, que
fornecem apoio, proteção e nutrição às espermatogônias,
células que originarão os espermatozoides. Os hormônios
gonadotróficos (gonadotrofinas) — hormônio luteinizante (LH)
e hormônio foliculoestimulante (FSH) — secretados pela ade-
noipófise estimulam a atividade dos testículos: o LH estimula
a secreção de testosterona, e o FSH, com a testosterona,
estimula a produção de espermatozoides.
Os espermatozoides formados nos túbulos seminífe-
ros passam para o epidídimo, ducto enovelado no qual os ELEMENTOS
FORA DE
gametas masculinos ficam armazenados e completam sua PROPORÇÃO
maturação, adquirindo mobilidade. Os epidídimos estão li- [comes :
FANTASIA | Espermatozoides
gados aos ductos (canais ou vasos) deferentes, por meio
dos quais os espermatozoides são conduzidos em direção Representação esquemática da estrutura interna de um testículo e dos túbulos
à uretra durante a ejaculação. seminíferos, local de formação dos espermatozoides.

190 BIOLOGIA * Capítulo


12 = Reprodução humana
A uretra é um canal que percorre longitudinalmen- tas Estabelecendo relações
te todo o pênis, comum aos sistemas urinário e genital,
pois conduz a urina durante a micção e o sêmen durante Disfunção erétil
Há uma série de fatores que podem causar disfunção eré-
a ejaculação. O sêmen é constituído de espermatozoides
til, isto é, a diminuição ou a perda da capacidade de ter e
e secreções produzidas pelas vesículas seminais e pela
manter a ereção peniana. Entre eles, destacam-se o en-
próstata, glândulas acessórias do sistema genital masculino. velhecimento, o consumo de álcool, fatores emocionais e
As glândulas seminais (ou vesículas seminais), loca- problemas no funcionamento dos sistemas cardiovascular,
lizadas atrás da bexiga urinária, secretam um fluido que nervoso e endócrino. Existem medicamentos que podem,
corresponde à maior parte do volume ejaculado, importan- sob orientação médica, ser usados por indivíduos com
te principalmente para a nutrição dos espermatozoides. A disfunção erétil. Um exemplo disso é o citrato de sildenafi-
próstata (glândula prostática), localizada sob a bexiga uriná- la, substância que melhora o fluxo de sangue nos tecidos
ria, libera uma secreção que, com a secreção das vesículas eréteis do pênis, promovendo a ereção.
seminais, contribui para a neutralização da acidez vaginal, Atualmente, a busca por um bom desempenho sexual,
permitindo a sobrevivência dos espermatozoides no siste- associado ao medo de falhas na ereção durante o ato
sexual, tem provocado o aumento no consumo, entre os
ma genital feminino. Outras glândulas acessórias do sistema
jovens, de fármacos indicados para disfunção erétil. Esses
genital masculino são as glândulas bulbouretrais, que estão
medicamentos podem causar diversos efeitos colaterais
situadas abaixo da próstata e desembocam na porção pos-
quando consumidos sem orientação médica; entre os mais
terior da uretra. Elas liberam o líquido pré-ejaculatório, que comuns estão: dores de cabeça, enjoos e alterações vi-
lubrifica e neutraliza resíduos ácidos presentes na uretra, suais. Além disso, seu uso por indivíduos jovens pode
preservando os espermatozoides que por ali passarão. estar relacionado a problemas emocionais, muitas vezes
sendo indicada a psicoterapia.

Saúde da próstata
O aumento de tamanho da próstata (hiperplasia prostá- Sistema genital feminino
tica) é muito comum nos indivíduos do sexo biológico
Assim como o sistema genital masculino, o sistema
masculino com mais de 40 anos de idade e ocorre em
praticamente todos aqueles com mais de 70 anos. Essa
genital feminino também apresenta órgãos externos e in-
condição é benigna, porém está relacionada com a dificul- ternos. As estruturas externas constituem a vulva, formada
dade para urinar, podendo levar à formação de cálculos pelo clitóris, pelos lábios maiores e menores e a abertura
na bexiga e problemas nos rins. Em algumas situações, o da vagina; as estruturas internas são as gônadas (ovários),
aumento do tamanho da glândula pode estar relacionado as tubas uterinas, o útero e a vagina.
ao câncer de próstata, o segundo tipo de câncer mais
comum na população masculina brasileira. Idade, excesso

BlueRingMedia/Shutterstock.com
CORES ELEMENTOS
de peso e predisposição genética são fatores de risco N FANTASIA || FORA DE
NM y, PROPORÇÃO
para o desenvolvimento desse tipo de câncer.
Clitóris

Os espermatozoides chegam ao sistema genital femini-


no por meio do pênis, órgão copulador masculino. No pênis, Uretra
é encontrado o tecido erétil, distribuído em dois corpos Lábios
cavernosos e um corpo esponjoso. Durante a excitação maiores
sexual, o tecido erétil enche-se com sangue proveniente
das artérias que irrigam o órgão, resultando na ereção, que Abertura
permite a introdução do pênis no canal vaginal. A extremi- vaginal
dade anterior do pênis, denominada glande, é altamente
sensível a estímulos e é recoberta por uma dobra de pele
denominada prepúcio.
Lábios
medicalstocks/Shutterstock.com

menores
FRENTE 3

Corpos Representação esquemática dos componentes do sistema genital externo


cavernosos feminino. A porção externa do clitóris é uma região de aproximadamente
1 cm de comprimento; essa estrutura é dotada de tecido erétil e apresenta
grande sensibilidade ao toque. A uretra é um orifício pertencente ao sistema
Corpo /
urinário, pelo qual é eliminada a urina.

Corpo
esponjoso A vagina é um canal muscular e elástico, com cerca
de 10 cm de comprimento. No início do canal vaginal, são
4 - Uretra encontradas as glândulas de Bartholin. Essas glândulas li-
Glande
CORES
FANTASIA
ELEMENTOS
FORA DE o
beram uma secreção lubrificante, facilitando a entrada do
PROPORÇÃO
pênis na vagina durante a relação sexual. O canal vaginal
Representação esquemática da distribuição do tecido erétil presente no pênis. estende-se até o colo do útero.

191
O Ovários
Tuba uterina
Tuba uterina
Ovário

Útero

Bexiga
urinária

Blue RingMedia/Shutterstock.com
E Útero Miométrio
Reto

ê Uretra Colo do útero


Endométrio
g Clitóris Ma
Ê2 .
Lábios
E wa
Vagina
g menores
o

CORES | ELEMENTOS
Lábios Abertura | FANTASIA | FORADE —
fe PROPORÇÃO
maiores vaginal
Representação esquemática da anatomia do sistema genital feminino em vista lateral (A) e em vista frontal (B). Embora estejam presentes na representação, a
bexiga urinária, o reto e o ânus não fazem parte do sistema genital.

O útero é um órgão muscular com até 9 cm de com- término do fluxo menstrual, o ciclo continua e, no 14º dia,
primento e apresenta cavidade interna revestida pelo geralmente ocorre a ovulação, evento que consiste na libera-
endométrio, tecido rico em vasos sanguíneos. A parede ção de um ovócito Il (secundário) em uma das tubas uterinas.
uterina é constituída pelo miométrio, músculo de contração O óvulo é formado apenas caso ocorra a fecundação.
involuntária que atua na eliminação do endométrio descamado Diversos fatores podem influenciar na ovulação. Dessa
na menstruação e na expulsão do feto durante o parto natural. forma, a liberação do ovócito Il pode não ocorrer precisa-
As tubas uterinas estendem-se do útero até uma aber- mente no 14º dia do ciclo, podendo ocorrer alguns dias antes
tura próxima aos ovários. Na extremidade dessa abertura, ou alguns dias depois. Por isso, em cada ciclo menstrual, é
existem prolongamentos, denominados fímbrias, que en- determinado um período, chamado período fértil, no qual há
volvem os ovários. A parede das tubas uterinas é revestida maiores chances de haver fecundação. Para se determinar o
internamente por um epitélio dotado de células ciliadas; período fértil, é colocada uma margem de três dias antes e
o batimento dos cílios contribui com o deslocamento do três dias depois a partir do dia esperado da ovulação. Assim,
ovócito Il, liberado pelo ovário na ovulação, em direção o período fértil vai do 11º dia até o 17º dia do ciclo menstrual.
ao útero. Geralmente, a fecundação ocorre no interior de Caso não ocorra fecundação, o ciclo prossegue até a mens-
uma das tubas uterinas; nesse caso, o batimento dos cílios truação, evento que marca o início do próximo ciclo.
promove o deslocamento do embrião em direção ao útero,
órgão no qual deve ocorrer a implantação do embrião. Controle hormonal do ciclo menstrual
Os dois ovários correspondem às gônadas femininas. No início do ciclo menstrual, o FSH (hormônio foliculoes-
Neles, ocorre a maior parte da ovogênese (formação do timulante) é liberado no sangue pela adenoipófise; esse
óvulo), além da produção e da liberação dos principais hor- hormônio age sobre os ovários, estimulando o crescimento e
mônios sexuais femininos, o estradiol (um tipo de estrógeno) o amadurecimento dos folículos ováricos (folículos ovarianos
e a progesterona. Os estrógenos estão ligados ao desenvol- ou de Graaf). Geralmente, apenas um folículo completa o de-
vimento das características sexuais secundárias femininas, a senvolvimento e libera o ovócito Il. Certas células do folículo
exemplo do desenvolvimento das mamas. em crescimento começam a secretar estradiol (estrógeno),
hormônio que atua sobre o útero, estimulando a prolifera-
Ciclo menstrual ção das células do endométrio. O aumento da concentração
O ciclo menstrual, cuja duração média é de 28 dias, de estrógeno resulta na inibição da secreção de FSH por
prepara o sistema genital feminino para uma possível gra- feedback negativo. Em seguida, a adenoipófise retoma a
videz. Durante sua ocorrência, eventos marcantes são secreção de gonadotrofinas (FSH e LH) e, entre um e dois
observados nos ovários (ciclo ovariano) e no útero (ciclo dias antes da ovulação, é observado um pico de secreção
uterino). O ciclo menstrual ocorre periodicamente desde a de LH (hormônio luteinizante). Esse aumento abrupto da
puberdade, a partir da menarca (primeira menstruação), até concentração de LH causa o rompimento do folículo ovárico
a menopausa (última menstruação), por volta dos 50 anos cujo desenvolvimento avançou, resultando na liberação do
de idade. Entre a primeira menstruação e a menopausa ovócito Il em uma das tubas uterinas. O ovócito Il liberado
estima-se que ocorram cerca de 500 ciclos. permanece viável por cerca de 24 horas.
O primeiro dia do ciclo menstrual corresponde ao início Após a liberação do ovócito Il (ovulação), as células do
da menstruação, que consiste na descamação e na elimi- folículo remanescentes no ovário formam o corpo lúteo
nação do endométrio e de sangue pela abertura vaginal. A (corpo amarelo). O LH estimula o corpo lúteo a secretar
duração média da menstruação varia de 3 a 7 dias. Após o estrógeno e progesterona — a progesterona age sobre o

192 BIOLOGIA = Capítulo12 « Reprodução humana


endométrio, promovendo sua vascularização e manutenção. A liberação de hormônios ovarianos pelo corpo lúteo inibe,
por feedback negativo, a liberação de LH e FSH pela adenoipófise, resultando na redução da concentração sanguínea
desses hormônios.
Por volta do 21º dia do ciclo, o endométrio encontra-se espesso e ricamente vascularizado, pronto para receber um
embrião. Caso não ocorra a implantação embrionária no útero, as baixas concentrações de LH e FSH levam à regressão
do corpo lúteo, originando o corpo albicante (corpo albicans ou branco) e resultando na diminuição da concentração de
estrógeno e progesterona. Nessa condição, o endométrio descama, resultando na menstruação e no início de um novo ciclo.

2 L CORES ELEMENTOS
2 FANTASIA FORA DE .
5 o (6) 7) PROPORÇÃO


oê I
; 0 ] :
I
Crescimento do folículo Ovulação Corpo lúteo Corpo albicante
| Hormônio luteinizante (LH) |
RN)
oo I I
= | a I|
e = | Hormônio
58 | foliculoestimulante (FSH) |
LE |

Progesterona
Hormônios
ovarianos

» Representação esquemática dos eventos fisiológicos que


A acontecem ao longo de um ciclo menstrual de 28 dias sem
> 5 a ocorrência de gravidez. A fase menstrual, que dura, em
Ciclo uterino

e média, até o 5º dia do ciclo, corresponde ao período em


É

. que está ocorrendo o fluxo menstrual; a fase proliferativa


) | ê ou folicular avança até o 14º dia e corresponde ao período
I | I no qual há intensa secreção de estradiol (estrógeno) que
estimula a proliferação do endométrio; a fase lútea ou
secretora é observada a partir da ovulação e é o período no
Fase I I I
| «4 Fase folicular » | «4 Fase lútea >»; mese al qual o corpo lúteo secreta grandes quantidades de estradiol
menstrual r
i A u e progesterona.
O dias 14 dias 28 dias

Fecundação, nidação e gestação


A fecundação ou fertilização consiste no encontro dos
Estágio de
gametas masculino e feminino e na fusão de seus núcleos,
Estágio de 2 células
resultando na formação do zigoto. Esse fenômeno ocorre na 4 células
tuba uterina e, 24 horas após a fecundação, o zigoto inicia a Útero Estágio de Tuba
clivagem. Em cerca de quatro dias, é formado o blastocisto, 8 células uterina
estágio de blástula dos mamíferos, e, em torno de uma se-
mana após a fecundação, acontece a nidação, processo Embrião
que consiste na implantação do embrião no endoméftrio.
A gestação humana dura, em média, 38 semanas, isto é, Trofoblasto
aproximadamente nove meses. Fertilização

O embrião implantado produz e libera no sangue mater-


no a gonadotrofina coriônica humana (hCG). O hCG é um
Endométrio
hormônio embrionário que estimula o corpo lúteo a manter Nidação
a secreção de progesterona e estrógeno. Com isso, não há : | CORES | ELEMENTOS
Cavidade do Embrioblasto |FANTASIA | FORA DE
FRENTE 3

queda da concentração desses hormônios e o endométrio LIDO 3 .


blastocisto PROPORÇÃO,
é mantido. Por esse motivo, não ocorre menstruação, sina-
lizando que uma gestação está em curso. O hCG pode ser | Representação esquemática da fecundação na espécie humana e da
detectado por meio de exames de sangue e urina, a fim de | implantação do blastocisto no endométrio.
se confirmar a gravidez.
A secreção de progesterona e estrógeno pelo corpo lúteo é mantida até aproximadamente o terceiro mês de gesta-
ção, momento em que o corpo lúteo degenera. Desse ponto até o fim da gravidez, a placenta assume a produção desses
hormônios, assim como a síntese e a liberação de hCG.
Ao término da gestação, deve ocorrer o parto. Nesse momento, outros hormônios, como a ocitocina (descrita no
capítulo anterior), são liberados, induzindo e regulando as contrações uterinas que expulsam o feto e a placenta para fora
do corpo por meio da abertura vaginal, no caso de parto natural.

193
Métodos contraceptivos Diafragma
Os seres humanos desenvolveram métodos de contra- O diafragma é uma peça, geralmente feita de látex, que
cepção, isto é, que previnem a gravidez indesejada. Esses deve ser inserida pelo canal vaginal até o colo do útero,
métodos variam com relação à eficiência e podem ser com- antes do ato sexual.
portamentais, de barreira, fisiológicos ou cirúrgicos. Também
podem variar com relação à reversibilidade, isto é, se são

Andrey. Popov/Shutterstock.com
métodos que podem ser desfeitos ou se são irreversíveis.

Abstinência sexual
Esse método corresponde à não realização da prática
sexual; dessa forma, impede-se o encontro dos gametas
e não há fecundação.

Coito interrompido
O coito interrompido consiste na retirada do pênis
de dentro da vagina antes da ejaculação. Trata-se de um
método pouco confiável e com altas taxas de falha, pois
espermatozoides podem ser transferidos por meio do lí-
quido pré-ejaculatório.

Tabelinha
A tabelinha baseia-se na abstinência sexual apenas

TefyShutterstock.com
durante o período fértil do ciclo menstrual. É um método
que requer atenção a alterações fisiológicas relacionadas
à ovulação, como aumento da temperatura corporal e al-
terações no muco cervical, que se torna mais espesso.
A tabelinha corresponde a um método contraceptivo com
grandes taxas de falha (cerca de 20%), pois diversos fato-
res podem atrasar ou adiantar a ocorrência da ovulação. “Colo do -
útero
Além disso, deve-se considerar que a viabilidade do gameta
feminino na tuba uterina é de cerca de 24 horas, e a dos
espermatozoides, de cerca de 72 horas.
Vagina

Preservativos masculino e feminino


Popularmente conhecidos como camisinha, esses mé-
Representação esquemática da posição do diafragma ao ser inserido
todos impedem o encontro entre os gametas masculino e
corretamente.
feminino e a fecundação. O preservativo masculino envol-
ve o pênis e o sêmen eliminado na ejaculação fica retido Esse método de barreira impede que os espermatozoi-
em um reservatório em sua extremidade. O preservativo des cheguem ao útero. É recomendado que o diafragma
feminino é introduzido no canal vaginal e impede que os es- seja usado em associação com géis espermicidas. Se utili-
permatozoides cheguem ao útero. Usados adequadamente, zado corretamente, a eficácia contraceptiva do diafragma
os preservativos apresentam mais de 95% de eficácia na é alta, chegando a cerca de 95%. O diafragma não previne
contracepção. Além disso, são o único método eficiente a transmissão de ISTs.
na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis
(ISTs), devendo ser utilizados em todas as relações sexuais. DIU (dispositivo intrauterino)
O DIU é uma estrutura em forma de T que é instalada no
Image Point Fr/Shutterstock.com

útero por um médico especialista. Esse método tem como


finalidade impedir a fecundação ou a implantação do embrião
no endoméftrio (nidação). Trata-se de um método reversível,
com altas taxas de eficácia (cerca de 99% de eficácia) se utili-
zado corretamente. Todavia, seu uso pode resultar em efeitos
indesejáveis, como aumento das cólicas e do fluxo menstrual;
além disso, não é um método que previne contra ISTs.
O DIU tradicional é feito de cobre, e a liberação desse
material afeta a mobilidade e a viabilidade dos esperma-
tozoides. Esse tipo de DIU também altera o endométrio,
evitando a nidação. Deve ser trocado a cada 10 anos.
Atualmente, existe também o DIU hormonal. Esse dispo-
À esquerda, preservativo masculino. À direita, preservativo feminino. Eles não sitivo libera hormônios sintéticos similares à progesterona
devem ser utilizados ao mesmo tempo, pois podem romper por causa do atrito. na cavidade uterina, afetando a formação do endométrio.

194 BIOLOGIA * Capítulo 12 » Reprodução humana


Por esse motivo, além de ser altamente eficiente na con- Métodos cirúrgicos
tracepção, o uso do DIU hormonal geralmente reduz as A vasectomia é um método que consiste na interrupção
cólicas e o fluxo menstrual. Deve ser trocado a cada 5 anos. dos ductos deferentes, impedindo que os espermatozoides
cheguem à uretra. Dessa forma, o sêmen não contém ga-
Tuba uterina
Fancy Tapis/Shutterstock com

metas masculinos. A realização da vasectomia não causa


disfunção erétil e não prejudica a produção de testosterona.
—""[""""1
CORES |

medicalstocks/Shutterstock.com
FANTASIA

ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

Ovário

interrupção do
Colo do útero:
ducto deferente
Epidídimo
CORES ELEMENTOS Vagina
FANTASIA FORA DE Testículo
PROPORÇÃO

Representação esquemática da posição do DIU na cavidade uterina.

Contracepção hormonal Representação esquemática da vasectomia.

As pílulas anticoncepcionais contêm hormônios sin-


A laqueadura tubária é um método contraceptivo cirúr-
téticos similares aos estrógenos e/ou à progesterona. A
gico que consiste em cortar e amarrar ou cauterizar as tubas
utilização das pílulas mantém elevada a concentração desses
uterinas, a fim de impedir que o ovócito Il e os espermatozoi-
hormônios, que simulam o efeito dos hormônios ovarianos no
des se encontrem. A realização da laqueadura não acarreta
sangue, inibindo, por feedback negativo, a secreção dos hor-
irregularidades na dinâmica hormonal do ciclo menstrual.
mônios hipofisários FSH e LH. Por conta disso, não ocorrem
| CORES | Cortado e Cauterizado é
maturação dos folículos ováricos e ovulação. O uso correto FANTASIA
amarrado 5
da pílula anticoncepcional apresenta eficácia de 99%. Esses ELEMENTOS 5
hormônios também podem ser administrados por meio de FORADE ou
PROPORÇÃO ê
| | 2
adesivos, injeções e implantes subcutâneos. A fim de evitar 2
efeitos adversos, o uso de qualquer método hormonal deve 8
ser feito mediante orientação médica.

Épa
A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo Tuba
hormonal que deve ser utilizado apenas em situações de uterina | Cavidade
emergência, por exemplo, quando o preservativo se rompe. uterina
Essa pílula apresenta altas concentrações de progesterona
sintética, que atuam no deslocamento dos gametas e inibem
a fecundação ou a nidação; também pode inibir ou atrasar
a ovulação. A pílula do dia seguinte deve ser ingerida até
72 horas após a relação sexual desprotegida. O uso desse
)
método hormonal pode resultar em reações adversas, como E rio N
alterações no padrão do ciclo menstrual, sangramentos, dor Representação esquemática da laqueadura tubária (à direita). Na tuba uterina
abdominal, tontura, cefaleia etc. à esquerda, foi representada a estrutura íntegra para fins de comparação.

Revisando

1. A partir dos testículos, descreva o caminho realizado pelos espermatozoides até que sejam eliminados na ejaculação.
SAI:

2. Indique a importância da ação dos hormônios LH e FSH no funcionamento do sistema genital masculino.

3. Próstata, glândulas seminais e glândulas bulbouretrais são glândulas acessórias do sistema genital masculino. Expli-
que a função de cada uma delas.

4. Indique o local de ocorrência da espermatogênese nos testículos e descreva as funções desempenhadas pelas
células intersticiais (células de Leydig) e pelas células de Sertoli.

5. Indique os principais componentes do sistema genital feminino.

6. Explique a atuação dos hormônios ovarianos e dos hormônios gonadotróficos hipofisários no ciclo menstrual.

195
Considerando um ciclo menstrual regular de 28 dias, indique o evento que marca o seu início e qual é o provável dia
da ovulação. Explique em que consiste o período fértil.

Explique em que consiste a nidação e o porquê de o exame de hCG (gonadotrofina coriônica humana) ser capaz de indicar
que uma gestação encontra-se em curso.

Explique o que são métodos contraceptivos e indique aqueles que previnem infecções sexualmente transmissíveis (IS Ts).

Explique como funcionam os métodos contraceptivos a seguir.


l DIU. Hi. Vasectomia.
H. Pílula anticoncepcional. IV. Laqueadura tubária.

Exercícios propostos
1. PUC-GO 2022 A puberdade é caracterizada como “Não me surpreende que muitos homens não saibam o
sendo uma fase de transformações advindas do pe- que sua próstata faz — é uma glândula fácil de ignorar. Até
ríodo de maturação biológica, marcada pela transição o câncer de próstata afetar minha família, meu conheci-
da infância para a fase adulta. Várias mudanças morfo- mento era bem pequeno.” A sociedade Americana Contra
lógicas e fisiológicas podem ser observadas durante o Câncer estima que, nos Estados Unidos, em 2016, foram
esse período, incluindo alterações hormonais. diagnosticados cerca de 181 mil casos novos de câncer
de próstata e foram registrados mais de 26 mil mortos por
Na puberdade masculina, o hormônio luteinizante (LH) essa causa. No Brasil, os dados mais recentes do Inca
influencia diretamente na (marque a única alternativa (Instituto Nacional do Câncer) apontam que são registrados
correta) mais de 61 mil novos casos da doença por ano, com mais
a) inibição da produção de espermatozoides. 13,7 mil mortes.
b) síntese e crescimento de cabelos e barba. Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/
2016/05/01/0-que-e-e-para-que-serve-a-prostata-principalfoco-
c) produção do hormônio testosterona.
de-cancer-masculino.htm. Acesso: em 04 maio 2016.
d) aceleração do crescimento.

UAM-SP 2017 1
Anticoncepcional masculino pode chegar ao
mercado em 2017
O tratamento consiste em um gel injetado nos ductos
deferentes. O gel forma uma camada semipermeável, que
funciona como uma barreira para os espermatozoides
que são reabsorvidos pelo organismo masculino.
(https://saude.terra.com.br. Adaptado.)

Com base na localização dos ductos deferentes no


organismo masculino, é correto afirmar que a injeção
do gel contraceptivo ocorre entre
a) os testículos e os epidídimos, na bolsa escrotal. 4
b) as vesículas seminais e a glândula prostática, na
porção inferior da cavidade abdominal. Imagem modificada de http:www.saudeintegradavida.com/

c) os epidídimos e as vesículas seminais, na bolsa Sobre o texto e analisando a imagem, está CORRETO
escrotal. afirmar que
d) as vesículas seminais e a uretra, na bolsa escrotal. Il. a glândula descrita no texto está representada
e) a glândula prostática e a uretra, na porção inferior pelo número 3.
da cavidade abdominal. H. o sêmen é formado também pelo que é produzido
nas estruturas 4 e 2.
PUC-PR 2017 Leia o texto a seguir.
Il. a hiperplasia da estrutura 1 é descrita no texto.
A próstata, principal foco de câncer masculino IV. a maior causa de morte entre homens é o câncer
na estrutura 1.
Segundo uma pesquisa da Prostate Cancer UK, ins-
tituição de caridade dedicada à pesquisa do câncer de V. oavô de Les Ferdinand teve câncer na estrutura 4.
próstata, um em cada cinco britânicos não sabem nem que Das afirmativas anteriores, estão CORRETAS
têm esta glândula. É algo alarmante, levando em conta a) apenas ll e IIl.
que o câncer de próstata é a causa mais comum de mor- b) apenaslelV.
te por câncer em homens. O ex-jogador de futebol da c) apenaslile IV.
Inglaterra e do Newcastle United, Les Ferdinand, que d) apenaslleV.
viu seu avô sofrer da doença no final da vida, disse: e) apenaslell.

196 BIOLOGIA * Capítulo 12 = Reprodução humana


4. UFJF/Pism-MG 2019 O atendimento ambulatorial para 65. UEMG 2017 Analise a representação gráfica do ciclo
transgêneros no Ministério da Saúde, regulamentado pela ovariano regular de 28 dias, mostrado a seguir.
Portaria nº 2803, de 19 de novembro de 2013, teve um
aumento de 32% entre 2015 e 2016. Em 2016 foram fei-
oOOAVOS-

ovariano
ciclo
tas 4467 consultas, em comparação a 3388 em 2015. A
terapia hormonal no processo transexualizador cresceu crescimento do folículo ovulação corpo lúteo corpo albicans

187% no período. Em 2015, foram 52 procedimentos.

hipofisários
hormônios
Em 2016, 149. A expansão, de acordo com o Ministério
da Saúde, é resultado do maior número de centros habi-
litados para fazer esse atendimento.
(Texto adaptado. O Estado de São Paulo. Terapia hormonal
para mudança de sexo quase triplica no país, 25 jan. 2017.)

hormônios
ovarianos
Caso uma pessoa do sexo masculino se reconheça
como do gênero feminino e deseje fazer terapia hor-
monal assistida para o processo transexualizador, qual
é o principal hormônio que deverá ser utilizado para
o desenvolvimento das características sexuais secun-

uterino
ciclo
dárias femininas? Marque a alternativa CORRETA:
a) Testosterona.
b) Estrógeno. menstruação: menstruação

c) Ocitocina. - fase folicular - - fase luteínica -

d) Somatotropina. Disponível em: https://drasilviasouza-files wordpress.com/


e) TSH. 2011/08/menstrual. cycle.jpg. Acesso em: 15 fev. 2023.

5. Mackenzie-SP 2019 O hormônio 4 tem como função


a) liberar o ovócito Il.
INIBE INIBE b) estimular a libido feminina.
—— > a —————
Hipófise c) desenvolver o folículo ovariano.
PRODUZ | | PRODUZ d) aumentar a espessura do endométrio.

Uece 2017 Em setembro de 2016, a revista New


hormônio X hormônio Y
Scientist divulgou o nascimento do primeiro bebê ge-
ESTIMULA ESTIMULA rado a partir do DNA de três pessoas. Os óvulos, com
DNA nuclear da mãe e DNA mitocondrial da doadora,
folículos ováricos corpo lúteo
foram fertilizados com espermatozoides do pai e um
dos cinco embriões resultantes foi injetado dentro do
PRODUZEM PRODUZ útero da mãe.
Fonte: https://www.newscientist.com/article/
2107219-exclusive-worlds-first-baby-born-with-new-3-parenttechnique/
hormônio Z hormônio W
Em relação à reprodução humana, é correto afirmar que
a) os testículos ficam localizados dentro de uma bol-
A ilustração acima representa o processo de retroa- sa, O escroto, para que sua temperatura seja mais
limentação hormonal, relacionado ao ciclo menstrual elevada do que a do restante do corpo, condição
da mulher. ideal para produção dos espermatozoides.
Sobre o processo ilustrado, três afirmações foram rea- b) no ciclo uterino, que ocorre paralelamente ao
lizadas. ciclo ovariano, acontece o espessamento do en-
Il. Os hormônios X, Y, Z e W são, respectivamente, dométrio e, caso não ocorra a fertilização, sua
LH, FSH, progesterona e prolactina. descamação ocasiona a menstruação.
IH. A elevação do hormônio Y, por volta da metade c) a ovulogênese corresponde à formação dos ga-
metas femininos enquanto a espermatogênese
do ciclo menstrual, provoca a ovulação, com a li-
AS

beração do ovócito na tuba uterina. representa a formação dos espermatozoides, pro-


cessos que ocorrem a partir da puberdade.
Ill. A elevação do hormônio X, no final do ciclo mens-
d) dos métodos que previnem a gravidez, deno-
trual, causa a descamação do endométrio.
minados contraceptivos, os mais efetivos são a
Sobre as afirmações, podemos dizer que apenas
tabelinha, a lavagem vaginal e o coito interrompido
a) l|está correta.
(retirada do pênis antes da ejaculação).
b) Ilestá correta.
c) Illestá correta. Uepa 2015 O ovário apresenta uma sequência cíclica
d) llelllestão corretas. de eventos chamada de ciclo menstrual que é mensal e,
e) lelll estão corretas. durante esse ciclo há uma interação hormonal entre ele

197
(ovário), a hipófise e o útero, sendo que este último prepa-
ra-se para a possível implantação de um embrião. Sobre
o ciclo hormonal referido, analise as afirmativas abaixo.
l. A menstruação ocorre quando a taxa de todos

concentração hormonal
os hormônios sexuais se torna baixa no sangue
da mulher.
H. Durante o período da menstruação, a hipófise rei-
nicia a produção de FSH.
Wl. A presença do FSH no sangue induz o desen-
volvimento dos folículos ovarianos que passam a
produzir progesterona.
o ovulação 28 dias
IV. O LH induz as células do folículo ovariano rompi-
do a se transformarem no corpo lúteo, que produz
estrógeno e progesterona.
V. A produção de hormônios sexuais femininos di-
minui progressivamente a partir dos 50 anos até
o
cessarem a produção. o
o
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: Eo
a) Ile o
!
|
b) Il lleV 0SA |1
ce) LlLIVev E
E5 |)
d) ILIILVEV QU
E
'
|
9 |
e) LIILIVeV U Je
I Í T
0 ovulação 28 dias
Enem 2014 Em média, a cada 28 dias ocorrem
mudanças no corpo da mulher devido ao seu ciclo re-
produtivo. Em cada ciclo, observam-se modificações ”
morfológicas nas glândulas mamárias, ovários e útero, Z|
AJ
em função da liberação de inúmeros hormônios. No
o
início do ciclo, observa-se que o hormônio liberador
ê |
= '

de gonadotrofinas (GnRH) estimula também a libe-


5 A
ração de um outro hormônio (X), que proporciona o
2 No,
ds | | !
o / |
crescimento e diferenciação de um ovócito primário,
a proliferação das células foliculares, a formação da g
E
Po!
Pod
N
E J o
BE A A
zona pelúcida e o desenvolvimento de uma cápsula
de tecido conjuntivo (denominada teca folicular).
I i T
O hormônio X ao qual o texto se refere é o(a)
0 ovulação 28 dias
a) estrogênio.
b) progesterona.
c) luteinizante (LH). O gráfico que representa o hormônio progesterona,
d) folículo estimulante (FSH). em um ciclo menstrual normal, está indicado pela se-
e) gonadotrófico coriônico humano (HCG). guinte letra:
a) W
10. Uerj Durante o ciclo menstrual, as concentrações san-
b) X
guíneas de hormônios hipofisários e ovarianos sofrem
co) Y
notáveis variações. Os gráficos a seguir ilustram essas
d) Z
variações, ocorridas durante um ciclo de 28 dias.
11. UPE A mulher entra na fase reprodutiva, na puberdade,
Ww quando ocorre a primeira menstruação ou menarca. Em
geral, o ciclo dura 28 dias. O primeiro dia da menstruação
o marca o início do ciclo. A respeito dos hormônios que
Es
o atuam nesse ciclo, analise as proposições e conclua.
E=
o Na primeira metade do ciclo, o hormônio foliculoes-
do .
o
“o
N timulante (FSH) e o estrógeno são responsáveis,
Sa
o
s respectivamente, pelo crescimento e amadureci-
&
VU mento folicular e pelo espessamento (proliferação)
ÕE ,
8 Í
+T - Tr» do endométrio.
Por volta do 14º dia, ocorre um aumento do hor-
ovulação 28 dias mônio luteinizante (LH), responsável pela ovulação.

198 BIOLOGIA * Capítulo 12 « Reprodução humana


O LH atua na formação do folículo ovariano que se com a queda na concentração de gonadotrofina
rompe e passa a ser o corpo lácteo ou corpo-ama- coriônica, o corpo lúteo regride e a produção de
relo que ocasiona a descamação do endoméftrio. progesterona e estrógeno é mantida pela placenta.
Os ovários produzem o estrógeno, responsável pouco antes da vigésima quarta semana os três
pelas características sexuais secundárias, como o hormônios encontram-se na mesma concentra-
desenvolvimento das mamas e o arredondamento ção, momento em que se inicia a produção do
das formas da mulher. leite materno.
A progesterona, produzida na hipófise, é o princi- a partir da vigésima quarta semana, a concentra-
pal hormônio da gravidez, mantendo o endométrio ção de gonadotrofina coriônica é mantida estável
preparado para a recepção do embrião. devido à sua produção pelos ovários e pelo en-
dométrio.
12. UFRGS 2019 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso)
as afirmações abaixo, sobre características dos ciclos d) o crescente aumento na concentração de proges-
ovariano e uterino nos seres humanos. terona e estrógeno durante 36 semanas é devido
ao estímulo da gonadotrofina coriônica sobre o
O primeiro dia da menstruação corresponde ao iní-
endoméftrio.
cio de um novo ciclo reprodutivo e está associado
à queda nos níveis de estrógeno e progesterona e) após cerca de nove semanas de gravidez, a con-

no sangue. centração de gonadotrofina coriônica diminui devido


à crescente produção de estrógeno e progesterona.
A cada novo ciclo, nas mulheres em idade reprodu-
tiva, várias ovogônias são hormonalmente induzidas 14. Unesp 2018 Marina não menstruou na data previs-
a iniciarem seu ciclo meiótico. ta e então comprou um teste para gravidez. A figura
O corpo lúteo ou corpo amarelo que se forma no ilustra a realização do teste, que indicou que Marina
ovário, após a ovulação, secreta progesterona que estaria grávida.
estimula o endométrio a entrar em sua fase secretória.
A queda definitiva dos hormônios no sangue, na espere1 minuto espere 1 minuto
menopausa, induz ao término do ciclo menstrual, e negativo positivo
os ovócitos residuais permanecem em metáfase Il.

A sequência correta de preenchimento dos parênte-


ses, de cima para baixo, é
a) V=>-V-F-F.
b) F-F-F-V
c) V-F-V-F.
d) V=V-F-V.
e) F-V-V-F
13. UAM-SP 2016 O gráfico mostra a concentração rela-
tiva de hormônios no sangue de uma mulher grávida
ao longo das semanas de gestação.

gonadotrofina coriônica (www.mdsaude.com)


concentração hormonal relativa

No mesmo dia, Marina procurou um laboratório espe-


cializado para realizar o exame sanguíneo de gravidez,
que confirmou o resultado do teste anterior.
Considere o hormônio que evidenciou a gravidez nos
dois testes realizados. O resultado positivo indica que
a concentração de
a) gonadotrofina coriônica humana (HCG) era baixa
FRENTE 3

na urina e alta no sangue circulante.


estrógeno
b) progesterona era baixa na urina e baixa no san-
I I I I I I I T I gue circulante.
o 4 8 14 16 20 24 26 32 36 40
semanas de gravidez
c) hormônio folículo estimulante (FSH) era alta na uri-
na e alta no sangue circulante.
(www.cnx.org. Adaptado.)
d) progesterona era alta na urina e baixa no sangue
circulante.
Sobre a variação na concentração dos hormônios de- gonadotrofina coriônica humana (HCG) era alta na
monstrada pelo gráfico, é correto afirmar que: urina e alta no sangue circulante.

199
15. UPF-RS 2016 Os processos reprodutivos na espécie humana, desde a formação da genitália até o desenvolvimento
das características sexuais secundárias e a produção dos gametas, estão sob controle de vários hormônios. Em rela-
ção a esse tema, analise as afirmativas abaixo.
|. O hormônio FSH estimula os folículos ovarianos na mulher e a espermatogênese nos homens.
IH. A progesterona estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias e atua na preparação do endométrio para
receber o embrião.
HI. O alto nível do LH e da somatotrofina são os fatores determinantes da maturação do óvulo.
IV. O hormônio dosado pelos testes de gravidez mais comuns é o HCG, o qual mantém o corpo lúteo no ovário du-
rante o primeiro trimestre da gestação.
V. Atestosterona, produzida nostestículos e na adenoipófise, estimula a maturação dos espermatozoides, garantindo-
“lhes a mobilidade necessária à fecundação.
Está correto o que se afirma em:
a) | llelllapenas.
b) Il, III, IV e V apenas.
c) leVapenas.
d) LILIILIVev.
e) | le IV apenas.

16. PUC-PR 2017 A duração de um ciclo menstrual é, em média, de 28 dias. Convencionou-se designar o primeiro dia da
menstruação como o primeiro dia do ciclo. A regulação do ciclo depende de hormônios gonadotróficos (FSH e LH) e
de hormônios esteroides (estrógeno e progesterona). É possível identificar nos gráficos a seguir dois ciclos femininos
integrados: o ovariano e o uterino.

00 00TDO O
So
o o

o =
sl í
£ 6 Folículo maturação Ovulação Corpo C. lúteo
do folículo lúteo degenerado

37ºC
Temperatura corporal

36ºC
Estradiol Hormônio luteinizante (LH)

»| | Hormônio
2 | foliculoestimulante
E (FSH)
o
I

Fase folicular 2 Fase lútea |


Menstruação | o
-

o yo
ô
oU

25
“o

1357911 13/15/1719 21 23 25 27
24 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Dia do ciclo menstrual
(Valores médios. As durações e valores podem variar entre
mulheres e ciclos diferentes.)

Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/hormonio6.php. Acesso: 2 maio 2016.

Considerando que os gráficos representados referem-se a uma mulher adulta com ciclo menstrual regular de 28 dias,
infere-se que
a) ela não está grávida, pois houve uma queda de progesterona e estrógeno no final do ciclo.
b) ela está grávida, pois, na fase lútea, há um aumento dos hormônios gonadotróficos.
c) ela está utilizando regularmente pílula contraceptiva composta por derivados de estrógeno e progesterona.
d) não está grávida, pois, na fase folicular, há diminuição de hormônios gonadotróficos.
e) na fase folicular, por ação da progesterona, houve uma retração do endométrio sugerindo gravidez.

200 BIOLOGIA * Capítulo 12 » Reprodução humana


17. FGV-SP 20210 gráfico mostra a variação da concen- Il. A vasectomia é caracterizada pela retirada do ór-
tração dos hormônios HCG (gonadotrofina coriônica gão representado por 1.
humana), estrógeno e progesterona no sangue de H. O diafragma é um dispositivo de borracha que
mulheres gestantes. deve ser introduzido na região indicada por 2.
O dispositivo intrauterino (DIU) atua no órgão in-
HC6 dicado em 3.
Concentração do hormônio

Estrógeno IV. A laqueadura tubária consiste no seccionamento


das estruturas representadas por 4.
no sangue materno

Assinale a alternativa CORRETA.


a) Somente as afirmativas | e IV estão corretas.
Ovulação

b) Somente as afirmativas | e Ill estão corretas.


Progesterona c) Somente as afirmativas Il e Ill estão corretas.
d) Somente as afirmativas Il e IV estão corretas.

Í T T T T T T T T 1
20. Uefs-BA 2018 Os métodos contraceptivos são clas-
o 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 sificados em naturais ou tecnológicos. Uma mulher
Duração da gravidez (semanas após a ovulação) consultou seu médico e optou por usar um contra-
ceptivo tecnológico não hormonal que dificulta a
(John E. Hall. Guyton and Hall textbook of medical physiology, 2006. Adaptado.)
fecundação do óvulo e a implantação do embrião no
Uma mulher grávida teve que retirar os dois ovários endométrio. O método escolhido pela mulher foi o
na vigésima oitava semana após a ovulação. A ges- a) preservativo feminino.
tação da criança foi mantida naturalmente após o b) DIU de cobre.
procedimento porque c) diafragma.
a) a concentração de HCG no sangue materno já es- d) anel vaginal.
tava constante. e) espermicida.
b) o estrógeno e a progesterona continuaram sendo
produzidos pela placenta. 21. Cefet-MG 2018 O Vasalgel é um gel polimérico utiliza-
c) a ausência do corpo lúteo ovariano foi compensa- do como contraceptivo em fase de testes clínicos. Sua
da pela ação do HCG. vantagem em relação ao outro método contraceptivo
d) a hipófise manteve a produção dos dois hormô- disponível de mesmo princípio é sua reversibilidade
nios que mantêm o endométrio. que já foi comprovada em animais nos quais a fertilida-
e) as tubas uterinas mantiveram a produção de pro- de dos machos foi readquirida. O modo de utilização
gesterona e HCG. desse novo contraceptivo está demonstrado no dese-
nho abaixo.
15. Col. Naval-RJ 2020 Contracepção é a prevenção
deliberada da gravidez por meio de procedimentos
denominados métodos contraceptivos ou “métodos
anticoncepcionais”. Sobre esses métodos, é correto
afirmar que:
a) a tabelinha consiste na suspensão das relações
sexuais durante o período menstrual.
b) o coito interrompido consiste na retirada do pênis
da vagina antes que a ejaculação ocorra.
c) a pílula anticoncepcional consiste em uma mistura
de hormônios que impede a menstruação.
d) a vasectomia impede o homem de produzir es-
permatozoides e ejacular.
e) a camisinha retém o esperma ejaculado e libera
enzimas que matam os óvulos. (Disponível em: https:/Awww.parsemus.org/projects/vasalgel/vasalgel-fags/.
4)
Acesso em: 30 jun. 2017) (Adapt,).
oo
12. Ufla/PAS-MG 2017 Observe as figuras e analise as -
4
afirmativas referentes a métodos anticoncepcionais: Em,
O local de aplicação e o mecanismo de ação do Va- [eq
o
salgel são semelhantes à(ao)
a) utilização da camisinha.
b) realização da vasectomia.
c) colocação do implante hormonal.
d) introdução do dispositivo intrauterino.

22. Col. Naval-RJ 2017 Assinale a opção que apresenta


métodos contraceptivos de barreira, hormonal e in-
trauterino, respectivamente,

201
a) camisinha masculina / DIU / pílula do dia seguinte. 26. Uece 2014 Dentre os métodos contraceptivos, a va-
b) camisinha masculina / pílula anticoncepcional / DIU. sectomia é um processo que consiste em
c) camisinha feminina / DIU / adesivo anticoncepcional. a) eliminar os tubos seminíferos para que os esper-
d) adesivo anticoncepcional / pílula do dia seguinte / matozoides não possam se locomover até o óvulo.
implante. b) cortar os canais deferentes para que não seja
e) diafragma / implante / DIU. mais possível a eliminação dos espermatozoides
no sêmen.
23. Uece 2023 Sobre os métodos contraceptivos, mar- c) retiraravesícula
seminal para diminuir a quantidade
que a alternativa correta. de sêmen produzido.
a) O dispositivo intrauterino (DIU), a pílula do dia seguin- d) isolar a próstata, cessando a produção de esper-
te e a tabelinha atuam como inibidores da nidação. matozoides.
b) Camisinha e coito interrompido são reversíveis,
pois surtem efeito somente quando estão em uso. 27. UEMG 2014 Os métodos contraceptivos atuam de
c) A pílula anticoncepcional é um método hormonal modo a evitar uma gravidez em período não adequa-
irreversível, pois evita a fecundação de forma de- do à vida de um casal. O esquema a seguir apresenta
finitiva, e não somente quando em uso. um desses métodos.
d) Os métodos químicos denominados espermicidas
são irreversíveis e eliminam os espermatozoides
e os óvulos de forma definitiva, e não somente
quando em uso.

24. IFCE 2014 Um problema que tem aumentado con-


sideravelmente, nos últimos anos, é a gravidez na
adolescência. O uso e o conhecimento adequado de
métodos contraceptivos pelos jovens podem rever-
ter este quadro. Sobre os métodos contraceptivos, é
incorreto afirmar-se que
a) para maior segurança nas relações sexuais, de-
ve-se utilizar a camisinha masculina ou feminina,
pois elas previnem a transmissão do vírus da AIDS
e uma possível gravidez. (www.alessandrafaria.com. Acesso em: 20 jul. 2013.)
b) o DIU (dispositivo intrauterino) é um método con-
traceptivo que previne uma gravidez indesejada, Considerado como o mais eficaz dos métodos contra-
mas não previne a transmissão de doenças sexual- ceptivos, o procedimento ilustrado atua
mente transmissíveis. a) evitando o contato do esperma com o canal vaginal.
c) o diafragma é o método contraceptivo que deve b) impedindo a entrada dos espermatozoides no útero.
ser utilizado com uma pomada ou gel espermicida. c) impedindo a união entre os gametas masculino e
d) o método da tabelinha é eficaz, se forem evitadas feminino.
relações sexuais somente no dia da ovulação. d) evitando que o embrião formado se implante no
e) a pílula, método hormonal feminino, impede a útero.
ovulação.
28. Uerj 2013 A pílula anticoncepcional contém os hor-
25. UFG-GO 2014 Leia o texto a seguir. mônios estrogênio e progesterona, que agem sobre a
A anticoncepção de emergência, ou “pílula do dia hipófise alterando os níveis de liberação dos seguintes
seguinte”, é um método que pode evitar a gravidez. O hormônios: folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH).
Sistema Único de Saúde disponibiliza dois métodos ao No gráfico abaixo, são mostradas as variações das
usuário, sendo um deles o medicamento que possui le- concentrações de FSH e de LH durante um ciclo
vonorgestrel, uma progesterona sintética, que é usado até menstrual de 28 dias de uma mulher que não usa an-
72 horas após a relação sexual sem proteção. ticoncepcionais.
BRASIL. Ministério da Saúde. Anticoncepção de emergência:
perguntas e respostas para profissionais de saúde. 2005. Ovulação
Uma mulher no início da fase lútea e, após 30 horas da —— FSH
concentração hormonal

relação sexual desprotegida, para evitar gravidez indese-


jável, fez uso do medicamento referido no texto. Nessa
situação, o medicamento é eficaz, pois bloqueia a
a) maturação do folículo.
b) liberação do óvulo.
c) fecundação do oócito.
d) formação do corpo amarelo.
e) diferenciação do disco embrionário. 1 14 dias do ciclo

202 BIOLOGIA * Capítulo 12 » Reprodução humana


Considere agora uma mulher que utilize esse método b) A

anticoncepcional na prescrição usual: uma pílula por 9


dia ao longo de 28 dias. 3
Os valores sanguíneos dos hormônios FSH e LH, durante G Pp
o ciclo menstrual dessa mulher, estão apresentados em: 8
Sa
g
o
E
a) Ovulação E
5 É —— FSH o
E Iv
B5 LH 8 >,
o Tempo
“mo
Sa
= o
A
5QU ) q
5 Ê
o 1 14 dias do ciclo 3

b) 5 Ovulação º
2 — FSH S

L
o
5 ” — Ê VU
QU
E
20 5 P

E
º 2 Tempo
»
v
Ú
c
81 14 dias do ciclo E
d) A p
c) T Ovulação 8
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5 — LH n
5
o o
“mo “mo

E E
8
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==>».
— ê5
81 14 dias do ciclo O >
Tempo
d) Ovulação
— FSH
concentração hormonal

Y — LH e)
Y
>
Concentraç ão sanguínea

um
——e

1 14 dias do ciclo

29. Enem 2013 A pílula anticoncepcional é um dos mé-


Tempo
todos contraceptivos de maior segurança, sendo
constituída basicamente de dois hormônios sinté-
ticos semelhantes aos hormônios produzidos pelo 30. UFJF/Pism-MG 2021 (Adapt.) Mais de 20 mil meninas
organismo feminino, o estrogênio (E) ea progeste- com menos de 15 anos engravidam todos os anos. Quan-
rona (P). Em um experimento médico, foi analisado do uma gravidez acontece na fase inicial da adolescência,
o sangue de uma mulher que ingeriu ininterrupta- pode trazer futuras consequências emocionais, sociais e
mente um comprimido desse medicamento por dia economicas para a saúde da mãe, do pai e do recem nascto
durante seis meses. do. Esta é uma realidade muito próxima tendo em vista que,
24 x , praticamente três em cada dez meninos e meninas iniciam
FRENTE 3

Qual gráfico representa


o a concentração
- sanguínea
. > a vida sexual entre 13 e 15 anos. O resultado pode ser desde
desses hormônios durante o período do experimento? o risco de contrair uma infecção sexualmente transmissível
a) até uma gravidez precoce. No Brasil, em 2018, 21154 be-
Concentração sanguínea

bês nasceram de mães com menos de 15 anos de idade.


Apesar de o número estar caindo, essa redução só começou
a ocorrer a partir de 2015, quando foram registrados 26701
nascimentos. De lá para cá, a queda é de 27%, enquanto
que na faixa etária de mães entre 15 e 19 anos a queda
E ocorre desde o ano 2000, chegando a uma redução de 40%
P (passando de 721,6 mil para 434,6 mil).
> Fonte: Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/
Tempo mais-de-20-mil-meninas-com-menos-de-1 5-anos-engravidamtodos-os-anos

203
O trecho citado alerta para o grande número de gestações não desejadas em adolescentes até 15 anos de idade.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta de maneira gratuita nove métodos contraceptivos que ajudam no
planejamento familiar, sendo todos disponíveis a adolescentes.
Com base nessas informações, assinale a alternativa CORRETA que se refere exclusivamente aos métodos anticon-
cepcionais hormonais:
a) Anticoncepcional injetável, diafragma e pílula combinada.
b) Anticoncepcional injetável, Dispositivo Intrauterino (DIU) e minipílula.
c) Dispositivo Intrauterino (DIU), pílula combinada e preservativo feminino.
d) Diafragma, minipílula e preservativo masculino.

DD CT TIE)

Endometriose pode afetar 10% das mulheres brasileiras


Após sofrer por cerca de 34 anos com cólicas e outras dores que se intensificaram ao longo do tempo, a jornalista Andrea Mello Diniz, 46 anos,
está prestes a passar por uma cirurgia para retirada do útero, colo do útero, ovários e tubas uterinas comprometidos pela endometriose. Somente em
2019, 11.790 brasileiras precisaram de internação por causa da doença.
A endometriose afeta cerca de 10% da população feminina brasileira, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo mais
frequente entre mulheres de 25 a 35 anos de idade. A doença é causada por uma infecção ou lesão decorrente do acúmulo, em outras partes do corpo,
das células que recobrem a parte interna do útero (o endométrio) e que são eliminadas com a menstruação.
Como as chamadas células endometriais são regularmente expelidas junto com o fluxo menstrual, seguem se acumulando fora da cavidade uterina,
principalmente nas regiões da bexiga, ovários, tubas uterinas e intestino. Nos casos mais graves, como o de Andrea, podem formar nódulos que, se
não forem tratados a tempo, tendem a afetar o funcionamento de outros órgãos.
“A endometriose bloqueou minha tuba uterina direita e meu ovário direito, o que me causava dores horríveis. A doença também atingiu outros pontos
e, de acordo com os médicos, poderia ter bloqueado meu intestino”, contou a jornalista que deve se submeter, em breve, a uma histerectomia total.
“Éa cirurgia para retirada de todo o aparelho reprodutivo feminino. Um procedimento extremo que, segundo outra médica especialista em endo-
metriose com quem conversei, é a melhor coisa a fazer neste ponto a que cheguei. Segundo a médica, se a doença tivesse sido diagnosticada antes, isto
talvez não tivesse sido necessário”, acrescentou Andrea, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo a vice-presidente da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), Helizabet Salomão Ayrosa Ribeiro,
a demora do diagnóstico da doença é comum, mas costuma estar associada ao fato de muitas mulheres, mesmo sofrendo, protelarem a ida ao médico,
por acreditarem que as cólicas menstruais são naturais.
“Infelizmente, casos assim são frequentes. No mundo todo, a endometriose demora, em média, de sete a dez anos para ser diagnosticada.
Principalmente devido à tendência das pessoas naturalizarem a cólica menstrual, o principal sintoma e a principal queixa das pacientes”, afirmou a médica.
Ainda segundo ela, há alguns ginecologistas que também subestimam as queixas das pacientes e, assim, deixam de encaminhá-las para realizar
exames mais detalhados, como indica o caso de Andrea, que desde os 12 anos vêm passando por diferentes especialistas. A ressonância magnética
pélvica e o ultrassom transvaginal com preparo intestinal são os dois principais meios de identificar a endometriose.
Além da cólica intensa que, em muitos casos, se torna debilitante, a doença costuma estar associada a outros sintomas, como uma dor
profunda na vagina ou na pelve, durante a relação sexual, ou a uma dor pélvica contínua, mesmo que não relacionada à menstruação. Outros
sintomas comuns são a prisão de ventre ou a diarreia durante o período menstrual e a dor ao evacuar ou urinar.
Contudo, a maioria dos casos é diagnosticada quando a paciente procura um especialista devido à dificuldade de engravidar — o que pode ser
uma das consequências da endometriose.
“A infertilidade, assim como a doença, pode ser revertida, mas isso vai depender da situação. Qualquer que seja o caso, é preciso analisá-lo
individualmente, pois a eficácia do tratamento depende do local afetado, do grau de comprometimento e do histórico da paciente”, explicou Helizabet.

Cólicas podem ser sinal de alerta


Avice-presidente da SBE alerta que muitas mulheres que têm endometriose não apresentam qualquer outro sintoma que não uma cólica menstrual
moderada. O que reforça a importância de que todas consultem um ginecologista ao menos uma vez por ano e que jamais naturalizem a dor.
“A mulher ouve que é normal ter cólica, que basta tomar um remédio, e deixa o tempo passar. De fato, é normal a mulher ter cólicas nos primeiros
dias da menstruação, mas não que estas dores, quando fortes, não passem nem tomando medicamentos. Não é natural que as dores atrapalhem
atividades, o trabalho. Que impeçam a mulher de praticar atividades físicas. Aí, é o caso de procurar um especialista”, frisou Helizabet.
[...] Desde julho de 2016, as secretarias de Saúde dos estados, municípios e do Distrito Federal devem oferecer os tratamentos médicos estabe-
lecidos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas — Endometriose, publicado pelo ministério, com os critérios de diagnóstico e de tratamento, bem
como os mecanismos de regulação, controle e avaliação da doença em todo o país.
A pasta também acrescentou que há, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), dois tipos de tratamento. O tratamento clínico visa neutralizar o
estímulo hormonal estrogênico nos focos de endometriose, proporcionando melhora nos sintomas da doença, associado a medicamentos para o controle
da dor. Em pacientes que não desejam engravidar, contraceptivos hormonais são utilizados.
Já o tratamento cirúrgico é indicado quando os sintomas são graves, incapacitantes, quando não houver melhora com tratamento empírico com
contraceptivos orais ou progestágenos, em alguns casos de endometriomas, de distorção da anatomia das estruturas pélvicas, de aderências, de
obstrução do trato intestinal ou urinário, e para pacientes com infertilidade associada à endometriose.
“Nestes casos, a escolha do tratamento deve ser feita pelo médico e compartilhada com a usuária, avaliando sempre a gravidade dos sintomas,
a extensão e a localização da doença, a idade da mulher e, principalmente, o desejo de engravidar”, esclarece o ministério.
RODRIGUES, A. Endometriose pode afetar 10% das mulheres brasileiras. Agência Brasil, 6 mar. 2021. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/
saude/noticia/2021-03/endometriose-pode-afetar-10-das-mulheres. Acesso em: 6 mar. 2023.
J

204 BIOLOGIA * Capítulo 12 » Reprodução humana


Sistema genital masculino * Glande: extremidade anterior do pênis recoberta pelo
prepúcio.
Testículos
e Correspondem às gônadas masculinas. Sistema genital feminino
e São protegidos pela bolsa escrotal.
Vulva
e Estruturas internas:
e Clitóris, lábios maiores e menores e abertura da vagina.
= túbulos seminíferos: local de produção dos esperma-
e Corresponde à estrutura externa.
tozoides (espermatogênese);
- células intersticiais (células de Leydig): responsáveis Vagina
pela síntese de testosterona, hormônio sexual importante e Canal que recebe o pênis durante a relação sexual.
à formação das estruturas genitais masculinas e, na pu-
berdade, ao desenvolvimento das características sexuais Útero
secundárias masculinas;
* Órgão muscular.
- células de Sertoli: fornecem apoio, proteção e nutrição
* Apresenta cavidade interna revestida pelo endométrio.
às espermatogônias, células que originarão os esper-
matozoides. * Parede constituída pelo miométrio, músculo de contração
involuntária que atua na eliminação do endométrio durante
« Efeito dos hormônios gonadotróficos hipofisários:
a menstruação e na expulsão do feto no parto natural.
— LH: estimula a síntese e a secreção de testosterona;
— FSH: estimula a produção de espermatozoides. Tubas uterinas
* Estendem-se do útero até uma abertura próxima aos
Epidídimos ovários.
e Ductos enovelados ligados aos testículos. * São internamente revestidas por epitélio ciliado.
* Local onde os espermatozoides completam sua maturação * Geralmente, a fecundação ocorre no interior de uma das
e ficam temporariamente armazenados. tubas uterinas.

Ductos deferentes Ovários


* Vasos ligados aos epidídimos.
e Correspondem às gônadas femininas.
* Por meio dos ductos deferentes, durante a ejaculação, os
e Local de ocorrência da maior parte da formação do óvulo
espermatozoides são conduzidos em direção à uretra.
(ovogênese).
Uretra e Local de produção e liberação dos principais hormônios
* Canal que percorre longitudinalmente o pênis. sexuais femininos, o estradiol (um tipo de estrógeno) e a
progesterona.
* Estrutura comum aos sistemas urinário e genital, pois rea-
liza a condução de urina durante a micção e de sêmen * Na puberdade, os estrógenos estão ligados ao de-
durante a ejaculação. senvolvimento das características sexuais secundárias
femininas.
* O sêmen é constituído de espermatozoides e secreções
produzidas pelas vesículas seminais e próstata. Ciclo menstrual
Glândulas seminais * Prepara o sistema genital feminino para uma possível
gravidez.
* Secretam um fluido importante, principalmente, para a
nutrição dos espermatozoides. * Dura, em média, 28 dias.
— 1º dia: início do fluxo menstrual, que consiste na desca-
Próstata mação e na eliminação de endométrio e sangue.
* Libera uma secreção que contribui com a neutralização da — 14º dia: ovulação (liberação de um ovócito Il em uma das
acidez vaginal, permitindo a sobrevivência dos esperma- tubas uterinas).
tozoides.
e Caso não ocorra fecundação, o ciclo prossegue até a pró-
FRENTE 3

xima menstruação.
Glândulas bulbouretrais
e Período fértil: período do ciclo menstrual no qual há
* Liberam o líquido pré-ejaculatório, que lubrifica a uretra e
maiores chances de ocorrer fecundação. Determina-se o
neutraliza resíduos ácidos presentes nesse canal.
provável dia da ovulação e, em relação a ele, é adicionada
Pênis uma margem de três dias para mais e três dias para menos.
Dessa forma, o período fértil vai do 11º dia até o 17º dia, em
* Órgão copulador masculino.
um ciclo de 28 dias.
* Apresenta tecido erétil: dois corpos cavernosos e um corpo
esponjoso. Controle hormonal do ciclo menstrual
e Durante a excitação sexual, o tecido erétil enche-se com * No início do ciclo menstrual, há liberação de FSH (hor-
sangue, resultando na ereção. mônio foliculoestimulante) pela hipófise; esse hormônio

205
age sobre os ovários, estimulando o crescimento e o amadurecimento dos folículos ováricos. Certas células do folículo em
crescimento começam a secretar estradiol (estrógeno).
O estrógeno atua sobre o útero, estimulando a proliferação das células do endométrio.
O aumento da concentração de estrógeno resulta na inibição da secreção de FSH por feedback negativo.
Um ou dois dias antes da ovulação, é observado um pico de secreção de LH (hormônio luteinizante); esse hormônio promove a
ovulação e a formação do corpo-lúteo no ovário. O LH estimula o corpo-lúteo a secretar estrógeno e progesterona.
A progesterona age sobre o endométrio, promovendo sua vascularização e sua manutenção.
A liberação de hormônios ovarianos pelo corpo lúteo inibe, por feedback negativo, a liberação de LH e FSH pela adenoipófise.
Caso não ocorra fecundação e nidação, as baixas concentrações de LH e FSH levam à regressão do corpo-lúteo, originando
o corpo albicante (corpo albicans ou corpo branco) e resultando na diminuição da concentração de estrógeno e progesterona.
Nessa condição, o endométrio descama, resultando na menstruação.

Fecundação, nidação e gestação


Fecundação: encontro dos gametas masculino e feminino e fusão de seus núcleos, resultando na formação do zigoto. Ocorre
na tuba uterina.
Nidação: implantação do embrião na fase de blastocisto (blástula dos mamíferos) no endométrio.
O embrião implantado libera no sangue materno a gonadotrofina coriônica humana (hCG).
O hCG estimula o corpo-lúteo a manter a secreção, principalmente, de progesterona, hormônio fundamental à manutenção
da gravidez.
O hCG pode ser detectado por meio de exames de sangue e urina, a fim de se confirmar a gravidez.
A secreção de progesterona e estrógeno pelo corpo-lúteo é mantida até, aproximadamente, o terceiro mês de gestação; deste
ponto até o fim da gravidez, a placenta assume a função de secreção desses hormônios. A placenta também libera hCG.

E
Métodos contraceptivos

Abstinência sexual Corresponde à não realização da prática sexual; dessa forma, não há fecundação.

Coito interrompido Consiste na retirada do pênis de dentro da vagina antes da ejaculação.

Tabelinha Baseia-se na abstinência sexual durante o período fértil.

Preservativos Popularmente conhecidos como camisinhas, esses métodos impedem o encontro dos gametas e a fecundação.
masculino e feminino Os preservativos são eficientes na prevenção contra as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Peça, geralmente feita de látex, inserida pelo canal vaginal até o colo do útero, antes do ato sexual.
Diafragma Impede que espermatozoides cheguem ao útero e às tubas uterinas. A utilização do diafragma não
previne contra a transmissão de ISTs.

DIU — dispositivo Peça em formato de T instalada no útero que tem como finalidade interferir na fecundação e na nidação.
intrauterino Não previne contra ISTs.

As pílulas anticoncepcionais contêm hormônios sintéticos similares aos estrógenos e/ou progesterona.
A utilização correta das pílulas inibe, por feedback negativo, a secreção dos hormônios gonadotróficos
Contracepção (FSH e LH). Por conta disso, não ocorre maturação dos folículos ovarianos nem ovulação.
hormonal A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo hormonal que deve ser utilizado apenas em situações
de emergência; seu uso afeta o deslocamento dos gametas no sistema genital feminino e impede
a ovulação ou a nidação.

A vasectomia consiste na interrupção dos canais deferentes, com o objetivo de impedir que os
espermatozoides cheguem à uretra; dessa forma, o sêmen não contém gametas masculinos.
Métodos cirúrgicos
A laqueadura tubária consiste em cortar e amarrar ou cauterizar as tubas uterinas, a fim de impedir
que o ovócito Il e os espermatozoides se encontrem.

206 BIOLOGIA * Capítulo


12 » Reprodução humana
Site
Associação Brasileira de Reprodução Assistida. Disponível em: https://sbra.com.br/noticias/brasil-e-protagonista-em-
tratamentos-de-reproducao-assistida-aponta-relatorio-da-anvisa/. Acesso em: 6 mar. 2023.
Relatório da Anvisa aponta que o Brasil é protagonista em tratamentos de reprodução assistida.

Vídeos
Q DW Brasil. Um jeito divertido de entender a fecundação. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mhmcTP. rz2M.
Acesso em: 6 mar. 2023.
Animação que ilustra como ocorre a liberação dos espermatozoides e seu encontro com o ovócito Il no sistema genital feminino.

BabyCenter Brasil. A gravidez por dentro — o parto normal. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0j
d6wLpeRw.
Acesso em: 6 mar. 2023.
Animação que mostra as diferentes fases do parto natural.

1. Famerp-SP 2020 A imagem ilustra um corte transversal da membrana plasmática de uma célula da traqueia humana,
na qual se observam cílios com estruturas circulares agrupadas duas a duas em seu interior.

(Luís Carlos Junqueira e José Carneiro. Biologia celular e molecular, 2013.)

a) Quais organelas celulares são importantes para que as estruturas observadas realizem os movimentos ciliares?
Justifique sua resposta.
b) Justifique por que um homem que não forme as proteínas que integram essas estruturas pode apresentar proble-
mas respiratórios e também infertilidade.

2. Famema-SP 2020 Em 1990, pesquisadores ingleses identificaram um gene no cromossomo Y necessário para o desen-
volvimento dos testículos. Eles denominaram o gene de SRY (do inglês, sex-determining region of Y), região determinadora
de sexo do Y. As características bioquímicas, fisiológicas e anatômicas que distinguem machos e fêmeas são complexas, e
vários genes estão envolvidos no seu desenvolvimento. Na verdade, o SRY codifica uma proteína que regula outros genes
de diversos cromossomos.
(Neil Campbell et al. Biologia, 2010. Adaptado.)

a) Quais gônadas formará uma criança portadora da deleção do gene SRY? Qual será o fenótipo dessa criança em
relação aos órgãos genitais?
b) Uma criança XY é portadora da deleção do SRY apenas em parte de suas células somáticas. Para que isso seja
possível, a mutação deve ter ocorrido no espermatozoide produzido pelo pai, no núcleo do zigoto ou durante o
FRENTE 3

desenvolvimento embrionário? Justifique sua resposta.

3. Uerj 2018 Ao contrário da espermatogênese, a ovogênese humana é interrompida após a primeira divisão da meio-
se, resultando em um ovócito secundário.
Nomeie o hormônio que promove a liberação do ovócito secundário do ovário para a tuba uterina e aponte o evento
biológico que permite a continuidade da divisão meiótica para formação do óvulo.
Em seguida, indique a característica do gameta feminino que contribui para o desenvolvimento inicial do zigoto.

4. Fuvest-SP 2016 Considere as informações abaixo, relativas a mulheres e homens saudáveis.


* Tempo de viabilidade do óvulo, após sua liberação pelo ovário: 24 horas.
* Tempo de viabilidade do espermatozoide no corpo de uma mulher, após a ejaculação: 72 horas.
* Período fértil: período do ciclo sexual mensal feminino em que a mulher apresenta maiores chances de engravidar.

207
Com base nessas informações,
a) no calendário, assinale com X os dias que correspondem ao período fértil de uma mulher que tenha ovulado no
dia 15 do mês;

Dias do mês
1[2/3/[4[5[6|7]8/]9/10/[1/12/13/14/15[16/17/18/19/20]21]22]23/24]25]26)27/28|29]30

Ovulação

b) considerando as taxas dos hormônios luteinizante (LH), foliculoestimulante (FSH) e progesterona no sangue, indi-
que aquele(s) hormônio(s) que atinge(m) seu nível mais alto no período fértil da mulher.

- FICSAE-SP 2021 Considere a notícia sobre os testes para um anticoncepcional masculino.


Pesquisadores testam promissora pílula anticoncepcional masculina
A pílula age imitando a testosterona. Quando usada por homens saudáveis, uma vez ao dia por um mês, a pílula anti-
concepcional passou em testes de segurança de tolerabilidade.
(https://pfarma.com.br, 29.12.2019. Adaptado.)

a) Na gametogênese masculina, das células localizadas na periferia dos túbulos seminíferos à produção de esper-
matozoides, a divisão celular envolvida no processo é a mitose, a meiose ou ambas? Justifique sua resposta.
b) A administração dessa pílula anticoncepcional provoca a elevação anormal do nível de testosterona no sangue, o
que, por sua vez, inibe a produção dos hormônios hipofisários pelo organismo do homem. Cite o principal hormônio
hipofisário que deve ser inibido e explique como essa pílula masculina tem ação anticoncepcional.

Unesp 2014 Leia a letra da canção O xote das meninas, composta por Luiz Gonzaga e Zé Dantas.
Mandacaru, quando fulora na seca, A filha adoentada,
É o sinal que a chuva chega no sertão, Não come nem estuda
Toda menina que enjoa da boneca Não dorme, não quer nada
É sinal que o amor Ela só quer, só pensa em namorar
Já chegou no coração Ela só quer, só pensa em namorar
Meia comprida, não quer mais sapato baixo, Mas o doutô nem examina
Vestido bem cintado Chamando o pai do lado
Não quer mais vestir timão Lhe diz logo em surdina
Ela só quer, só pensa em namorar Que o mal é da idade
Ela só quer, só pensa em namorar Que pra tal menina
De manhã cedo, já tá pintada, Não tem um só remédio
Só vive suspirando Em toda medicina
Sonhando acordada, Ela só quer, só pensa em namorar
O pai leva ao doutô Ela só quer, só pensa em namorar
Um dos versos da canção diz que não há remédio para o mal da menina, pois é um mal da idade. A que mal o verso
se refere, ou seja, considerando a fisiologia da reprodução, como é conhecida a fase na qual a menina se encontra?
Que alterações hormonais dão início a essa fase, promovendo a transformação anatomofisiológica implícita na letra
da canção?

Unicamp-SP A maior parte dos copinhos de café, copos de água e mamadeiras é feita de policarbonato com bisfenol
A, substância que é liberada quando algum líquido quente é colocado nesses recipientes. O bisfenol A é um com-
posto químico cuja estrutura molecular é muito semelhante à do hormônio estrógeno. A ingestão do bisfenol A pode
resultar em alterações do ciclo menstrual e também causar alterações no amadurecimento sexual principalmente em
adolescentes do sexo feminino.
a) Considerando a semelhança do bisfenol A com o estrógeno e a sua presença em adolescentes, explique como o
bisfenol A poderia influenciar no amadurecimento sexual desses adolescentes e no espessamento do endométrio
no início do ciclo menstrual.
b) Embora o amadurecimento sexual ocorra para meninos e meninas em torno dos 12 anos, no sexo feminino a
divisão celular meiótica começa muito antes e pode durar décadas. Quando esse processo de divisão começa
no sexo feminino e por que essa divisão pode ser tão longa?

UEPG-PR 2015 Com relação aos sistemas genitais dos humanos, sua gametogênese e fecundação, assinale o que
for correto.
01 No sistema genital masculino, os dois testículos produzem os espermatozoides e também o hormônio sexual
masculino testosterona. Os testículos ficam alojados na bolsa escrotal.

208 BIOLOGIA * Capítulo 12 » Reprodução humana


02 O gameta feminino é liberado do ovário antes do término da meiose Il, penetra na tuba uterina e é deslocado em
direção ao útero por ação dos cílios da parede interna desse órgão.
04 Após a fecundação, no interior do óvulo, o espermatozoide tem redução do seu número de cromossomos para
n = 23, fenômeno denominado anfimixia.
08 Os ovários femininos são responsáveis pela formação dos ovócitos, mas não produzem hormônios sexuais femi-
ninos. Os hormônios femininos estrógeno e progesterona são sintetizados no útero.
Soma:

FCMSCSP 2023 Os órgãos sexuais externos do homem são o escroto, que contém os testículos, e o pênis. Já os
órgãos internos são os ductos (epidídimo, deferentes e ejaculatórios) e as glândulas acessórias, importantes para
produzir o sêmen.
a) Em um homem saudável, quais glândulas contribuem em maior parte para a produção do sêmen? Qual a importân-
cia de o sêmen ter pH acima de 7?
b) Por que os testículos devem ficar alojados no interior do escroto e fora da cavidade abdominal? Quais células dos
testículos produzem a testosterona?

10. UFJF/Pism-MG 2016 Existem dois ciclos reprodutivos nas mulheres: o ciclo menstrual e o ciclo ovariano. É essencial
que ambos funcionem de maneira sincronizada e coordenada para que ocorra a reprodução. Tal sincronismo fica a
cargo do sistema endócrino que liga os dois ciclos através de hormônios.
a) Cite os dois hormônios produzidos pela adeno-hipófise que atuam no ciclo ovariano e descreva suas respectivas
funções nesse ciclo.
b) Onde são produzidos os hormônios estrógeno e progesterona? O que ocorre quando o nível desses hormônios diminui?
c) Quando os exames de gravidez detectam no sangue e/ou urina uma elevação do hormônio gonadotrófico coriôni-
co humano (hCG), sabe-se que a mulher está grávida. Qual é a ação desse hormônio para manutenção da gravidez?

11. Famema-SP 2019 O gráfico ilustra a variação dos níveis de três hormônios durante uma gravidez. As setas verticais
mais largas representam maior quantidade relativa do hormônio liberado.

Placenta
Embrião

Útero Corpo-lúteo

30 dias
120 dias
a
o
5 Final da gestação
Eo
Lc
s o
> Estrogênio
Z

Progesterona

I 1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Concepção Meses de gravidez > Parto

(Demétrio D. Gowdak et al. Biologia, 2013.)

a) Qual desses hormônios é detectado no exame de gravidez? Qual líquido biológico normalmente é utilizado para
se detectar esse hormônio?
FRENTE 3

b) Por que os hormônios esteroides não se mantêm elevados após o parto? Por que a redução brusca e precoce
desses hormônios pode causar um aborto espontâneo?

12. Unifesp 2021 A síndrome de Kartagener é um distúrbio genético que impede a síntese da proteína dineína, neces-
sária à função dos microtúbulos. Sem a dineína, algumas estruturas celulares não se movimentam, como aquelas
presentes nas vias respiratórias, nas paredes da tuba uterina e nos espermatozoides, causando prejuízos à elimina-
ção de muco pelos brônquios e à fertilidade masculina e feminina.
a) Cite as duas estruturas celulares, uma presente nas vias respiratórias e outra nos espermatozoides, que têm o
movimento prejudicado pela falta da dineína.
b) Por que uma mulher portadora da síndrome de Kartagener tem maior chance de desenvolver uma gravidez na
tuba uterina? Explique como a medicina reprodutiva pode fazer com que um homem com essa síndrome seja pai.

209
13. FMP-RJ 2023 Os agrotóxicos são compostos quí- b) O câncer de próstata pode levar a uma dificuldade
micos utilizados extensivamente na agricultura. O de urinar ou uma micção dolorida. Justifique
Malathion é um inseticida organofosforado, com ação esse fato.
de contato e ingestão, apresentado sob a forma de
14. Fuvest-SP
concentrado emulsionável e que requer assesso-
ria profissional para uso em explorações agrícolas.
À. Ciclo ovariano
O Malathion é indicado para o controle de diversos
Maturação Desenvolvimento Corpo lúteo Desenvolvimento
tipos de pulgões na cultura de algodão, maçã, pês- do ovócito do folículo do ovócito
sego, repolho e tomate. Também é eficaz contra
mosca-das-frutas e cigarrinhas em citrus, bem como .00 006% ETR
a lagarta-da-soja, entre outros. A Agência de Proteção
Ambiental dos Estados Unidos classificou o Malathion
como responsável pelo câncer de próstata (USEPA, B. Ciclo uterino: desenvolvimento do endométrio
2019). A produção e a aplicação do inseticida Mala-

ul
thion está presente entre as atividades de trabalho
listadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) que
mais registram casos de homens afetados por esse
tipo de câncer. O controle biológico é uma alternativa FÊ Lui
à aplicação de agrotóxicos que representam riscos
potenciais para a saúde humana bem como para o C. Hormônios hipofisários
ambiente. Pulgões e cigarrinhas são insetos que per-
Hormônio
furam os vasos condutores para se alimentarem de luteinizante (LH)

seiva das plantas. O uso de joaninhas, predadores


Hormônio folículo
naturais dos pulgões, ou o emprego de fungos espe- estimulante (FSH)
cíficos que matam as cigarrinhas são práticas comuns
no controle biológico.
A figura abaixo representa o aparelho reprodutor mas-
culino com a presença de câncer na próstata.
As figuras acima mostram os ciclos ovariano e
uterino e as variações dos hormônios hipofisários
relacionadas com esses ciclos, na mulher. Em cada
figura, a representação dos eventos se inicia em
tempos diferentes.
a) Nas linhas horizontais abaixo das figuras A e B,
Órgão X indique, com a letra M, o início da menstruação.
b) Na linha horizontal abaixo da figura C, indique,
com a letra O, o momento da ovulação.
Órgão Y c) Na gravidez, o que ocorre com a produção dos
hormônios representados na figura C?
Câncer na
próstata 15. Unifesp 2023 Um estudo liderado por pesquisadores dos
Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos aponta
para a criação de um gel anticoncepcional masculino. O
produto é chamado de NES/T e, caso chegue ao mercado,
deve ser aplicado na pele das costas e dos ombros do ho-
mem. Esse gel contém o composto progestina, derivado
do hormônio progesterona, e testosterona. O papel da pro-
gestina é suprimir a produção de espermatozoides e o da
testosterona é repor o hormônio produzido pelo corpo do
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/sistema-reprodutor-masculino/. homem, evitando a baixa de libido e a perda muscular
Acesso em: 18 fev. 2023. Adaptado.
causada pelo composto feminino.
a) O órgão X é um tubo que se estende a partir do (Natalia Cuminale. “Agora é a vez dele”.
Veja, 19.12.2018. Adaptado.)
epidídimo até a parte posterior da próstata. O
órgão Y produz uma secreção que, junto com o a) Após a aplicação do gel anticoncepcional na
líquido prostático e os espermatozoides, formará pele do homem, qual sistema do corpo humano
o esperma. Nomeie os órgãos X e Y. transportará a progestina e a testosterona até o
a. 1) órgão X. órgão-alvo desses hormônios? Que lipídio este-
a. 2) órgão Y. roide é o precursor da testosterona?

210 BIOLOGIA « Capítulo 12 = Reprodução humana


b) Em um experimento médico, 10 homens saudáveis utilizaram corretamente o gel anticoncepcional por 6 semanas.
Após esse período, seus hormônios FSH (folículo estimulante) e LH (luteinizante) foram analisados para verificar a
eficácia do produto, e os resultados desse experimento geraram um gráfico quantitativo, no qual X representa um
valor de referência antes da aplicação do gel. Dos gráficos a seguir, qual representa o efeito anticoncepcional es-
perado? Justifique sua resposta com base na ação dos hormônios indicados nos gráficos.

GRÁFICO 1 GRÁFICO 2 GRÁFICO 3


Concentração dos hormônios

Concentração dos hormônios

Concentração dos hormônios


(valores arbitrários)

(valores arbitrários)

(valores arbitrários)
x
FSH
LH
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
Tempo (semanas) Tempo (semanas) Tempo (semanas)

16. UFSC 2019 Ao longo da história, até em livros de medicina, o clitóris — do grego kleitoris, “pequeno monte” — é pouco men-
cionado. Porém, na França, onde a educação sexual é obrigatória nas escolas desde a primeira infância, estudantes de todas
as faixas etárias têm a oportunidade de conhecer de perto o órgão erétil, o principal órgão do prazer feminino e de anatomia
similar à do pênis, através de um modelo tridimensional. O mapeamento recente de suas estruturas através de ressonância
magnética foi o que permitiu descobrir que o órgão mede de 9 a 11cm e que é constituído pela glande, bulbos, cruras e corpo,
sendo a primeira estrutura a única parte externa do clitóris.
Disponível em: https://wwwi .folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2016/10/1821721-clitoris-3d-ensina-anatomia-em-escolas-
e-desmistificapra zer-feminino.shtml. [Adaptado]. Acesso em: 17 mar. 2019.

“** Colo do útero


Cruras
Glande

Bulbos
Ostio da uretra "4 . Representação do sistema
Abertura da vagina Ê º, genital feminino. Em destaque,
Pequenos lábios as estruturas do clitóris.

Imagem disponível em: http://svt-egalite.fr/index.php/ressources-pedagogiques/


education-a-la-sexualiteschemas-organes-genitaux. [Adaptada].
Acesso em: 17 mar. 2019.

Com base no texto, na imagem e nos conhecimentos sobre sistema genital feminino, é correto afirmar que:
01 o clitóris é um órgão erétil feminino, com anatomia similar à do pênis, e assim como este é responsável pela eli-
minação da urina.
02 a ocorrência da cistite (infecção da bexiga) é mais comum em mulheres do que em homens devido à localização
FRENTE 3

do clitóris, que possui a maior extensão situada internamente ao sistema urogenital, diferentemente do pênis.
04 o clitóris é densamente vascularizado e possui muitos receptores sensoriais.
08 o hormônio gonadotrofina coriônica é responsável por estimular a ereção do clitóris.
16 assim como o clitóris, a abertura externa da uretra se localiza no interior da vagina.
Soma:

17. FMJ-SP 2019 O ciclo menstrual é regulado pelos hormônios LH, estrógeno, FSH e progesterona, não necessaria-
mente nessa ordem.
a) Qual hormônio tem sua taxa aumentada durante o início do ciclo menstrual? Por que esse hormônio é importante?
b) No início da gravidez, a placenta produz um hormônio que atua sobre uma estrutura ovariana. Que estrutura é
essa e qual a sua importância para garantir uma gravidez?

211
18. Uninove-SP 2016 O sistema genital masculino é 21. USCS-SP 2016
formado por glândulas (próstata, vesiculares e bulbou-
retrais), testículos no interior do escroto, epidídimos,
Em um ano, foram realizadas mais de 60 mil
ductos deferentes, pênis e uretra. laqueaduras pelo SUS
a) Qual destes órgãos produz a testosterona? Qual Segundo o Ministério da Saúde, o procedimento é in-
é o papel da testosterona na puberdade? dicado para mulheres acima de 25 anos ou para mulheres
b) A vasectomia é um método contraceptivo cirúrgi- que tenham mais de dois filhos.
co, não reversível naturalmente. Como fica o nível (www.blog.saude.gov.br, 09.12.2014. Adaptado.)
de testosterona em um homem submetido à va-
a) Em que consiste a laqueadura? Por que tal proce-
sectomia? Justifique sua resposta.
dimento promove a contracepção?
19. Unifesp 2013 Leia os trechos extraídos do romance b) Além de ser um método contraceptivo, a laqueadu-
O cortiço, de Aluísio Azevedo (1857-1913). ra também protege a mulher contra a transmissão
de doenças sexualmente transmissíveis? Justifique
Trecho 1
sua resposta.
A filha era a flor do cortiço. Chamavam-lhe Pom-
binha. [...] Tinha o seu noivo, o João da Costa, [...] mas 22. Fasm-SP 2016 Marta, de 20 anos e com vida sexual
Dona Isabel não queria que o casamento se fizesse já. ativa, aconselhou-se com seu médico sobre o uso de
É que Pombinha, orçando aliás pelos dezoito anos, não contraceptivos. O dispositivo do qual fazia uso até então
tinha ainda pago à natureza o cruento tributo da puber-
não interferia em seu ciclo menstrual mas também não a
dade [...], por coisa nenhuma desta vida consentiria que
protegia de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
a sua pequena casasse antes de “ser mulher”, como dizia
a) Que método contraceptivo previne, ao mesmo
ela. [...] entendia que não era decente, nem tinha jeito,
tempo, a gravidez e a transmissão de DSTs? Ex-
dar homem a uma moça que ainda não fora visitada
plique como esse método previne a gravidez e a
pelas regras!
transmissão de DSTs.
Trecho 2 b) Cite um método contraceptivo que Marta poderia
— Veio?! perguntou a velha com um grito arrancado estar fazendo uso até então. Explique como esse
do fundo da alma. método previne a gravidez, mas não DSTs.
A rapariga meneou a cabeça afirmativamente, sorrin-
do feliz e enrubescida. 23. UFJF/Pism-MG 2015 O governo sancionou, no dia
[...] 2/8/13, a lei que determina o atendimento obrigatório e
— Milha filha é mulher! Minha filha é mulher! imediato no Sistema Único de Saúde (SUS) a vítimas de
O fato abalou o coração do cortiço, as duas recebe- violência sexual. Segundo a lei, todos os hospitais da
ram parabéns e felicitações. rede pública serão obrigados a oferecer, de forma
a) Considerando a fisiologia da reprodução humana, imediata, entre outros serviços, a “profilaxia da gravi-
o que vem a ser “as regras”, as quais o autor se re- dez”, termo que, de acordo com o Ministério da Saúde,
fere? Qual alteração hormonal finaliza o processo refere-se ao uso da chamada “pílula do dia seguinte”,
que resulta na “vinda das regras”, como explicita- também conhecida como método de anticoncepção
do no trecho 2? oral de emergência. Essa pílula é composta dos mes-
b) Suponha que Pombinha, já casada, e com “re- mos hormônios da pílula anticoncepcional comum, só
gras” regulares, quisesse evitar filhos, e para isso que em doses mais altas.
adotasse o método contraceptivo conhecido por a) Por que a pílula do dia seguinte evita a gravidez?
“tabelinha”. Como Pombinha poderia determinar b) Quando essa pílula não é eficaz?
o período no qual deveria se abster de relações c) Por que não se deve fazer uso indiscriminado em
sexuais? Explique por que essa abstenção sexual ocasiões recorrentes dessa pílula?
deve se dar ao longo de um período de dias, e
24. UFU-MG O conhecimento científico acerca da sexua-
não apenas em um dia.
lidade humana tem possibilitado às pessoas controlar
20. Uerj 2017 Novos métodos contraceptivos vêm sendo conscientemente a reprodução, seja por meio de
testados a fim de reduzir os problemas associados ao métodos contraceptivos permanentes (esterilização),
uso contínuo de hormônios pelas mulheres. Um deles seja por meio de métodos temporários.
consiste na aplicação de um gel nos vasos deferentes, a) Apresente e explique o funcionamento de um
provocando uma obstrução reversível, sem necessidade método contraceptivo permanente e de um mé-
de uso diário. Entretanto, a utilização inadequada des- todo contraceptivo temporário.
ses contraceptivos pode resultar em gravidez. Indique b) Comente sobre os métodos contraceptivos que,
de que maneira a pílula anticoncepcional feminina e além de evitarem a gravidez, também são eficientes
o gel citado impedem a gravidez. Em seguida, indique o na prevenção a doenças sexualmente transmissíveis.
local ideal no qual os embriões se implantam no caso c) Explique por que o coito interrompido e o método
de gravidez, apresentando uma característica desse do ritmo ovulatório (tabelinha) são considerados
órgão que justifique sua resposta. de baixa eficácia.

212 BIOLOGIA * Capítulo12 » Reprodução humana


25. FCMMG 2022 Para responder à questão dissertativa, leia os textos 01e 02.

TEXTO 01 - Reportagem da Revista Carta Capital, 15 de setembro de 2021.

Infância/Ilnocência roubada
O Brasil é o 5º país no mundo em casamentos de crianças e adolescentes

Décima terceira maior economia do mundo, com PIB nominal de 1,5 trilhões de dólares, segundo a agência classificadora
de risco Austin Rating, o Brasil atualmente figura no quinto lugar no ranking internacional de casamentos infantis, revelam
dados do Fundo Nacional para a Infância. Nesse quesito, o País só perde para a Índia, Bangladesh, Nigéria e Etiópia.

TEXTO 02 — Extraído do artigo Gravidez na adolescência — determinante para prematuridade e baixo peso. (COSTA.
Evandro Lima. et al. Revista Com. Ciência e Saúde. N. 22, supl. 01/2011).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a gravidez na adolescência como uma gestação de alto risco devido
a repercussões sobre a mãe e ao RN, além de acarretar problemas sociais e biológicos. A gravidez na adolescência pode
levar a consequências emocionais, sociais e econômicas para a saúde da mãe e seu filho e ocorre no extremo inferior da
vida reprodutiva que é dos 10 aos 19 anos de idade.
(www.saude.gov.br gravidez adolescencia.pdf. Acesso em: 30/11/2021.)

Com base nas informações acima e em seus conhecimentos, CITE um problema acarretado pela gravidez na adoles-
cência nas esferas:
a) Social: b) Biológica: c) Psicológica:

26. Unesp

Vigilância sanitária de SP interdita lotes de anticoncepcional injetável.


O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde de São Paulo decidiu proibir a comercialização e o uso de três
lotes de determinado anticoncepcional injetável, à base de medroxiprogesterona, um hormônio sintético que, se administrado
na dose recomendada, inibe a secreção dos hormônios FSH e LH pelo organismo feminino.
Análises feitas pelo Instituto Adolfo Lutz apontaram que ampolas do produto contêm menor quantidade hormonal do
que o previsto. Na prática, isso coloca em risco a eficácia do medicamento na prevenção da gravidez.
(Folha de S.Paulo, 08.11.2007.)
Do ponto de vista fisiológico, explique por que o medicamento com quantidades menores de medroxiprogesterona,
interditado pela Vigilância Sanitária, coloca em risco a eficácia na prevenção da gravidez.

27. UEPG/PSS-PR 2019 A contracepção é a prevenção da gravidez, sendo que os métodos contraceptivos podem atuar
em diferentes etapas do processo reprodutivo. Assinale o que for correto sobre alguns dos métodos contraceptivos.
01 A pílula anticoncepcional consiste geralmente de uma mistura de progesterona e estrógeno sintéticos, os quais
são responsáveis por inibir o aumento da secreção de LH e FSH pela hipófise, inibindo a ovulação.
02 A esterilização feminina é denominada de laquea-dura tubária e consiste no seccionamento das tubas uterinas.
Desta forma, os óvulos não podem atingir o útero e entrar em contato com os espermatozoides.
04 O preservativo, ou camisinha, é considerado um método contraceptivo ineficiente. Considerado apenas como
uma barreira física, retendo o esperma ejaculado pelo homem, não é considerado efetivo na prevenção de gra-
videz e doenças sexualmente transmissíveis.
08 No homem, o processo utilizado na esterilização é a vasectomia, a qual consiste no seccionamento dos ductos
deferentes de modo que os espermatozoides não possam chegar à uretra.

Soma:

28. UEM-PR 2015 Sobre reprodução humana e doenças sexualmente transmissíveis, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01 O hormônio folículo estimulante (FSH) é produzido no ovário e induz a atividade das gônadas e o desenvolvimento
do endométrio.
AS

02 O impulso sexual e o desenvolvimento das características sexuais secundárias são promovidos, na mulher, pelo
estrógeno e, no homem, pela testosterona.
04 A pílula anticoncepcional contém certos hormônios hipofisários que inibem a produção normal de hormônios
ovarianos.
08 A utilização da camisa de vênus não pode ser considerada como método anticoncepcional, e sim como preven-
tivo contra doenças sexualmente transmissíveis.
16 Tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível que não é causada por vírus e nem por bactérias.
Soma:

213
1. Unesp 2015 Márcia, Juliana e Ana Cristina são três enzima nas gônadas são dependentes da temperatu-
amigas. Uma delas está amamentando, outra está en- ra, conforme indicado na figura.

err
trando em seu período fértil e a terceira está no final
de seu ciclo menstrual.

Atividade da aromatase (%)


Os gráficos 1 e 2 apresentam os níveis dos hormônios

ta
luteinizante (LH) e ocitocina no sangue dessas mulheres.
80 Aromatase
A GRÁFICO1 60
so 40
Cc ESa 28ºC
o
s
20
o
[e
24 26 28 30
o
Cc temperatura (ºC)
o
Eo
L
Fonte: doi: 10.3389/fphys.2020.00035
o
z
c Sobre a determinação do sexo em tartarugas-de-
Márcia Juliana Ana Cristina -couro, é correto afirmar:
a) A atividade máxima da aromatase determina dife-
A GRÁFICO 2 renciação sexual masculina
2
» b) O maior nível de transcrição do gene da aroma-
Cc
o
“ tase coincide com a menor atividade da enzima.
o c) Em temperaturas entre 28 e 30 ºC, a maioria dos
Cc

o
Cc embriões diferenciam-se em fêmeas.
o
Eo d) Há equilíbrio no nascimento de machos e fêmeas
L a26ºC.
$ Cc
e) A atividade da aromatase depende da quantidade
de estradiol disponível.
Márcia Juliana Ana Cristina
[EM13CNT303,
Se o gráfico 1 referir-se aos níveis de 3. Leia o texto a seguir.
a) ocitocina e o gráfico 2 aos níveis de LH, Márcia
está entrando em período fértil, Juliana está no Vacina contra HIV será testada no Brasil
final de seu ciclo menstrual e Ana Cristina está Estudo vai recrutar cerca de 3,8 mil voluntários em
amamentando. diversos países
b) ocitocina e o gráfico 2 aos níveis de LH, Ana Cris- Em conjunto com centros de pesquisa de diversos
tina está entrando em período fértil, Márcia está países, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
no final de seu ciclo menstrual e Juliana está ama- aderiu ao estudo para testar a eficácia de vacina contra o
mentando. vírus HIV, que interfere na capacidade do organismo de
combater infecções. Trata-se do estudo Mosaico, que vai
c) LHeo gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Ana Cris-
avaliar dois imunizantes projetados para fornecer proteção
tina está entrando em período fértil, Márcia está
contra diferentes variedades do vírus em todo o mundo.
no final de seu ciclo menstrual e Juliana está ama-
SOUZA, L. Vacina contra HIV será testada no Brasil. Agência Brasil,
mentando. 5 fev. 2021. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/
d) LHeo gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Márcia noticia/2021-02/vacina-contra-hiv-sera-testada-no-brasil.
Acesso em: 15 fev. 2023.
está entrando em período fértil, Juliana está no
final de seu ciclo menstrual e Ana Cristina está Os estudos indicam que, desde o início da epidemia de
amamentando. aids no começo da década de 1980 até o ano de 2019,
e) LHeo gráfico 2 aos níveis de ocitocina, Juliana o vírus HIV já infectou em torno de 75,7 milhões de
está entrando em período fértil, Ana Cristina está pessoas e perto de 32,7 milhões morreram de doen-
no final de seu ciclo menstrual e Márcia está ama- ças relacionadas à aids.
mentando. a) Baseando-se nas possíveis formas de transmissão
do HIV, explique como a aids afetou o compor-
2. Fuvest-SP 2021 determinação do sexo em embriões tamento sexual das pessoas desde a década de
de tartaruga-de-couro depende da temperatura a 1980 até os dias de hoje.
que o ovo foi exposto. Isso está relacionado à ação b) Em relação ao número mencionado de infectados
da enzima aromatase, que converte a testosterona pelo HIV, determine o percentual de pessoas que
em estradiol. A expressão gênica e a atividade dessa morreram de doenças relacionadas à aids.

214 BIOLOGIA * Capítulo 12 « Reprodução humana


Pessoas praticando musculação em uma academia.
A prática de exercícios físicos regulares contribui para
a manutenção da saúde.

CAPÍTULO Histologia animal


Z
A prática da musculação é realizada para diferentes fins, como tonificação da
musculatura, recuperação após acidentes e aumento da massa muscular. Nessa
prática, um dos tipos de tecido muscular do corpo humano é diretamente acionado.
Porém, para que uma pessoa realize essa e qualquer outra atividade cotidiana,
diversos outros tipos de tecidos devem desempenhar suas respectivas funções. Os
tecidos são agrupamentos de células que desempenham funções específicas. Neste
capítulo, conheceremos os tecidos animais.
Introdução Os epitélios de revestimento que atuam na absorção de
substâncias apresentam microvilosidades, isto é, projeções
A Histologia (do grego histos, tecido, e logos, estudo)
da membrana plasmática que aumentam a área de contato
é a área da Biologia responsável pelo estudo dos tecidos
com o meio, resultando em maior superfície de absorção.
(conjuntos de células que desempenham funções espe-
Entre as especializações da membrana plasmática, existem
cíficas). Nos animais, os quatro principais tipos de tecido
as zônulas de oclusão e de adesão. A zônula de oclusão
são: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Detalhes
corresponde a uma faixa que circunda completamente a
da constituição e do funcionamento do tecido nervoso
célula em sua região apical, resultando em vedação do
foram apresentados no livro 3 desta coleção; por isso,
espaço intercelular. A zônula de adesão, localizada abaixo
a seguir, detalharemos os tecidos epiteliais, conjuntivos
da zônula de oclusão, circunda toda a célula, contribuindo
e musculares.
para a aderência entre células vizinhas.

Tecido epitelial
Os tecidos epiteliais, ou epitélios, têm células jus-

Dennis Kunkel Microscopy/ Science Photo Library/ Fotoarena


tapostas, isto é, bastante próximas umas das outras.
Dessa forma, é observada pouca substância (matriz) ex-
Microvilosidades
tracelular. Os epitélios são tecidos avasculares, ou seja,
não apresentam vasos sanguíneos. As células epiteliais
recebem nutrientes e oxigênio dos vasos sanguíneos pre-
sentes na camada de tecido conjuntivo subjacente, sobre
a qual os tecidos epiteliais encontram-se apoiados. Entre
as células epiteliais e o tecido conjuntivo, encontra-se a E E
á
membrana basal, estrutura proteica que permite a fixação
Zônula de
das células epiteliais. A membrana basal é permeável à
oclusão
passagem de gases e nutrientes, possibilitando a manu-
tenção do epitélio.

ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

Epitélio

Membrana basal

Tecido conjuntivo

Eletromicrografia de duas células epiteliais, evidenciando a presença de


microvilosidades, do desmossomo, de interdigitações e das zônulas de
Capilares sanguíneos oclusão e de adesão. (Aumento de 18150 vezes; colorido artificialmente).

Representação esquemática das características gerais dos epitélios.


De acordo com o número de camadas celulares, os
tecidos epiteliais de revestimento podem ser classificados
Os tecidos epiteliais podem ser classificados em dois em diferentes tipos. O epitélio simples é aquele formado
tipos básicos: epitélios de revestimento e epitélios secre- por apenas uma camada de células, enquanto o epitélio
tores (glandulares). estratificado apresenta duas ou mais camadas. Há ainda
o epitélio pseudoestratificado, tecido com apenas uma
Epitélios de revestimento camada de células, mas que, devido à variação do tamanho
Os epitélios de revestimento, como o nome suge- e da posição dos núcleos, aparenta ser formado por mais
re, revestem órgãos, superfícies e cavidades, atuando de uma camada celular.
na proteção e, em algumas situações, na absorção de Também é possível diferenciar os epitélios em função
substâncias. As células epiteliais de revestimen- do formato de suas células. O epitélio cúbico é dotado de
to podem apresentar certas especializações em sua células em forma de cubo, o epitélio colunar (prismático)
membrana plasmática, como os desmossomos e as in- possui células alongadas, e o epitélio pavimentoso (es-
terdigitações, estruturas que aumentam a adesão entre camoso) é constituído de células achatadas. Por fim, há o
as células. Existem situações nas quais são observados epitélio de transição, cuja forma e o tamanho das células
os hemidesmossomos (“meio desmossomo”), que pren- variam de acordo com o grau de distensão do órgão em
dem as células epiteliais à lâmina proteica existente que ele está presente.
entre o epitélio e o tecido conjuntivo que o apoia. As É comum os epitélios serem definidos com base em
interdigitações também aumentam a área de contato ambos os critérios apresentados. Por exemplo, quando há
entre células vizinhas, potencializando as trocas de nu- apenas uma camada celular e essas células são cúbicas,
trientes, moléculas sinalizadoras e vesículas entre elas. o epitélio em questão é denominado simples cúbico.

216 BIOLOGIA * Capítulo 13 = Histologia animal


CORES ELEMENTOS
FANTASIA FORADE |
PROPORÇÃO

Epitélios de secreção
Simples cúbico Os epitélios de secreção, ou epitélios glandulares,
são derivados de diferenciações que ocorrem em epitélios
Epitélio dos
de revestimento, originando as glândulas. As glândulas
túbulos renais e de possuem células especializadas em produzir e liberar
certas glândulas, substâncias importantes ao funcionamento do organismo,
como as glândulas a exemplo dos hormônios.
salivares.
Quanto ao número de células, as glândulas podem ser
unicelulares, isto é, formadas por apenas uma célula, como
as células caliciformes produtoras de muco, presentes na
traqueia e no intestino; ou multicelulares, ou seja, com-
Revestimento postas de agrupamentos de células, como as glândulas
dos alvéolos salivares, sudoríferas e suprarrenais.
pulmonares e dos Também é possível classificar as glândulas de acor-
vasos sanguíneos.
do com o local onde é lançada a secreção. As glândulas
exócrinas, como as sudoríferas, as mamárias, as sebáceas
e as lacrimais, são aquelas que mantêm ligação com o
epitélio do qual foram originadas. Essa conexão corres-
ponde a ductos por meio dos quais as secreções seguem
Revestimento da até a superfície do corpo ou uma cavidade. As glândulas
parede interna dos endócrinas, a exemplo da hipófise, da tireoide e das pa-
intestinos.
ratireoides, são desprovidas de ductos e suas secreções
são lançadas no sangue. Há, ainda, as glândulas anfícrinas
ou mistas, a exemplo do pâncreas, nas quais são observa-
das uma porção endócrina e uma porção exócrina. A parte
endócrina do pâncreas secreta no sangue os hormônios
insulina e glucagon, enquanto a porção exócrina secreta
Presente em suco pancreático no ducto pancreático.
regiões do trato
CORES ELEMENTOS
respiratório, como FANTASIA FORA DE
brônquios e PROPORÇÃO

traqueia. Proliferação das células


e sua penetração
Epitélio
no tecido conjuntivo

Encontrado na
epiderme (epitélio
queratinizado
Tecido
que previne a
conjuntivo
perda de água
pela superfície
corporal), na
boca, no esôfago,
na vagina e no
canal anal.

Formação de uma Formação de uma


BE A
(ANXSNXS)
Revestimento do glândula exócrina glândula endócrina

ajole/ololol
atol ducto secretor
das glândulas
sudoríferas.

Porção Tsf=E/=EEE
Aa

secretora =.=

Ducto
Revestimento da
bexiga urinária,
Capilares
dos ureteres e dos
cálices renais.

Bexiga relaxada Bexiga distendida Porção


secretora
Tipos de epitélio e alguns exemplos de onde são encontrados no corpo Representação esquemática da formação das glândulas exócrinas e
humano. endócrinas com base em um epitélio de revestimento visto em corte.

217
9 Saiba mais
Estrutura da pele humana
A pele, o maior órgão do corpo humano, é constituída pela epiderme (tecido epitelial de origem ectodérmica) e pela derme
(tecido conjuntivo de origem mesodérmica). Sob a pele, é encontrado o tecido subcutâneo (hipoderme), rico em adipócitos,
células especializadas no armazenamento de gordura. A epiderme possui cinco camadas celulares, sendo a mais externa
denominada camada córnea. Essa camada apresenta células mortas com citoplasma repleto de queratina, resultando em uma
estrutura resistente ao atrito e impermeável à água. ,
Na epiderme são encontrados, ainda, os melanócitos, aiinsia | CORA
DE O
células que produzem o pigmento melanina. Esse proporção
pigmento confere cor à pele e a protege de danos :
que podem ser causados pela radiação ultravioleta. Epiderme | Camada córnea :
A pele possui anexos epidérmicos, como pelos e as &
glândulas sebáceas e sudoríferas. Os pelos são es- ã
truturas queratinizadas originadas a partir do folículo dinovíneos 5
piloso e contribuem para a proteção e o isolamento Derme $
térmico. As glândulas sebáceas estão situadas na Glândula 3
, . sebácea
derme e seus ductos se abrem no folículo piloso
ou, menos frequentemente, diretamente na superfí- Tecido Folículo piloso
cie da pele. Essas glândulas liberam uma secreção subcutâneo
de natureza lipídica que atua na proteção, imper- Adipócitos
meabilização e lubrificação da pele e dos pelos.
As glândulas sudoríferas são encontradas em pra-
ticamente toda a pele e seus ductos se abrem em Q
poros na superfície corporal. Essas glândulas são as Glândula sudorífera
responsáveis pela produção do suor, secreção que Representação esquemática de um corte de pele humana indicando seus principais
atua principalmente na termorregulação. componentes.
A A

Tecido conjuntivo
O tecido conjuntivo é constituído por um conjunto de células dispersas em grande quantidade de matriz extracelular.
A matriz extracelular é formada por fibras proteicas mergulhadas na substância fundamental constituída, basica-
mente, de água e compostos orgânicos, como glicoproteínas. As fibras proteicas encontradas no tecido conjuntivo são
de três tipos básicos: as fibras colágenas, resistentes, porém flexíveis; as fibras reticulares, que formam redes de apoio
para outras estruturas e unem o tecido conjuntivo a tecidos adjacentes; e as fibras elásticas, constituídas pela proteína
elastina, conferem elasticidade aos tecidos. As fibras colágenas e as reticulares são formadas por colágeno, que é o tipo
mais abundante de proteína do organismo.
Diversos tipos celulares podem ser encontrados nos diferentes tecidos conjuntivos do corpo:
e Fibroblastos: células relativamente grandes e dotadas de prolongamentos que lhes conferem aspecto estrelado.
Apresentam núcleo grande e seu citoplasma é rico em retículo endoplasmático granuloso e complexo golgiense. Cor-
respondem às células mais comuns do tecido conjuntivo, sendo responsáveis pela produção das fibras proteicas e da
substância fundamental. Quando os fibroblastos diminuem sua atividade de síntese, passam a ser chamados de fibrócitos.
e Plasmócitos: células de defesa responsáveis pela produção de anticorpos. Os plasmócitos são formados pela dife-
renciação de linfócitos B.
* Macrófagos: provenientes de células sanguíneas denominadas monócitos. Atuam na defesa do organismo por meio
da fagocitose de substâncias estranhas e microrganismos invasores, a exemplo de bactérias.
« Mastócitos: células ligadas a processos alérgicos e respostas inflamatórias. Apresentam grânulos citoplasmáticos
contendo heparina e histamina.
« Células mesenquimais: formadas a partir da mesoderme embrionária, correspondem a células-tronco multipotentes;
dessa forma, podem se diferenciar em outras células do tecido conjuntivo.
Fibra reticular a [cores | ELEMENTOS
E “AE à | FANTASIA || | FORA DE
.

Fibra colágena Célula adiposa


E d
És o

E
Representação esquemática da matriz
O, Célula mesenquimal extracelular e da distribuição das células no
) tecido conjuntivo. As células adiposas são
. especializadas no armazenamento de gorduras,
q A. sendo encontradas em grande quantidade no
es tecido conjuntivo adiposo, que será analisado
em detalhes mais adiante neste capítulo.

218 BIOLOGIA * Capítulo 13 = Histologia animal


A constituição da matriz extracelular e os tipos de célu- atividade secretora, por exemplo, por meio da produção
las encontrados nos tecidos conjuntivos determinam suas e liberação de leptina, hormônio que atua como supressor
funções e sua classificação. Os tecidos conjuntivos são do apetite.
Í CORES ELEMENTOS
classificados em tecidos conjuntivos propriamente ditos e | FANTASIA || FORA DE
LI PROPORÇÃO
tecidos conjuntivos de propriedades especiais. A seguir, tra-
Retículo Mitocôndria
taremos de detalhes estruturais e funcionais desses tecidos. endoplasmático
Gotícula de
Tecido conjuntivo propriamente dito Núcleo
io gordura

Os tecidos conjuntivos propriamente ditos são divididos


em duas modalidades: o frouxo e o denso.
O tecido conjuntivo propriamente dito frouxo é ri- o

Achiichiii/Shutterstock.com
camente vascularizado e tem ampla distribuição no corpo
Sistema A
dos vertebrados, conferindo suporte a estruturas como os
golgiense
tecidos epiteliais e preenchendo os espaços entre células
e tecidos. Esse tecido apresenta todos os elementos típicos
do tecido conjuntivo propriamente dito, sendo os fibroblas-
tos e os macrófagos as células mais numerosas. As fibras
proteicas (colágenas e elásticas) estão dispostas em todas
as direções e estão presentes em quantidade relativamente Representação esquemática de um adipócito.

menor; por isso, esse tecido apresenta uma consistência


delicada, é flexível e tem resistência limitada a trações. t&s Estabelecendo relações
O tecido conjuntivo propriamente dito denso contém O tecido adiposo corresponde à reserva energética sob a
os mesmos componentes do tecido conjuntivo frouxo, mas forma de lipídios. Nas células do fígado e em células mus-
há menos células e uma nítida predominância de fibras culares também há reserva energética, mas sob a forma
colágenas; por isso, trata-se de um tecido mais resistente de glicogênio, um carboidrato do grupo dos polissacarí-
à tração e que oferece proteção aos demais tecidos. As deos. Além de os depósitos de gordura serem maiores do
que os de glicogênio, os triglicerídeos (grupo de lipídios
fibras colágenas do tecido conjuntivo denso podem estar
ao qual as gorduras pertencem) são mais eficientes que
organizadas em feixes sem uma orientação definida, origi-
o glicogênio em reservar energia, uma vez que fornecem
nando o tecido conjuntivo denso não modelado. Nesse 9,3 kcal/g, enquanto o glicogênio fornece 4,1 kcal/g.
caso, ocorre a formação de uma rede que confere resis-
tência à tração em qualquer direção, a exemplo do que é
observado na região mais profunda da derme. Há, ainda, o
tecido conjuntivo denso modelado, no qual os feixes de
Tipos de tecido adiposo
fibras colágenas são paralelos, resultando em alta resis- Há dois tipos de tecido adiposo. De coloração branca ou
tência à tração em um determinado sentido; esse tipo de amarelada, o tecido adiposo unilocular (branco) possui
tecido conjuntivo é encontrado, por exemplo, nos tendões, células dotadas de apenas uma gota de gordura, que
estruturas alongadas e cilíndricas que ligam os músculos ocupa praticamente todo o citoplasma. Trata-se do tecido
estriados esqueléticos aos ossos. adiposo encontrado majoritariamente no corpo huma-
no adulto, atuando nas funções de reserva energética,
Tecidos conjuntivos de propriedades especiais proteção mecânica e isolamento térmico. Por meio da
respiração celular aeróbica, o tecido adiposo unilocular
Entre os tipos de tecidos conjuntivos de propriedades
produz moléculas de ATP e perde parte dessa energia
especiais estão os tecidos sanguíneo e hematopoiético,
sob a forma de calor.
que já foram analisados anteriormente nesta coleção. Ago- Já as células do tecido adiposo multilocular contêm nu-
ra, serão apresentados os tecidos adiposo, cartilaginoso merosas gotas lipídicas, muitas mitocôndrias e intensa
e ósseo. vascularização. Sua coloração é mais escura, sendo
chamado de tecido adiposo marrom. É encontrado em
Tecido adiposo maior quantidade em animais mais vulneráveis ao frio, a
Esse tecido conjuntivo é constituído principalmente por exemplo dos hibernantes, e em fetos e recém-nascidos
ES)

células especializadas no armazenamento de gordura, os humanos. Apesar da grande quantidade de mitocôndrias,


essas células não produzem ATP em decorrência de um
adipócitos (células adiposas), entre os quais há peque-
desvio no fluxo de prótons na cadeia respiratória, mas li-
na quantidade de matriz extracelular. O tecido adiposo é
beram grande quantidade de energia sob a forma de calor,
encontrado principalmente sob a pele, formando o tecido contribuindo para manutenção da temperatura corporal.
subcutâneo, e ao redor de órgãos. A

O tecido adiposo geralmente corresponde à maior


reserva energética dos animais. Além disso, atua na pro- Tecido cartilaginoso
teção mecânica e na proteção contra o frio por meio do O tecido cartilaginoso, constituinte das cartilagens, é
isolamento térmico, uma vez que as gorduras não são rígido e avascular. Além de não possuir vasos sanguíneos,
boas condutoras de calor. O tecido adiposo também exibe as cartilagens são desprovidas de nervos e vasos linfáticos.

219
Os nervos, os vasos linfáticos e os vasos sanguíneos que Tecido ósseo
nutrem e oxigenam as células da maioria dos tecidos car- O tecido conjuntivo ósseo é o principal componente
tilaginosos estão em uma camada de tecido conjuntivo dos ossos do esqueleto da maioria dos vertebrados, inclu-
denominada pericôndrio, que envolve as cartilagens. sive a espécie humana. A matriz desse tecido, denominada
As cartilagens exercem a função de sustentação de matriz óssea, tem uma parte orgânica, constituída principal-
outros tecidos, atuam no revestimento das articulações e mente por colágeno, e uma porção mineral, rica em fosfato
participam do crescimento dos ossos longos. e cálcio. A presença de colágeno confere certa flexibilidade
A matriz extracelular do tecido cartilaginoso contém aos ossos, enquanto o fosfato e o cálcio fornecem grande
colágeno, proteína flexível e resistente, e também pode resistência. Esse tecido atua na sustentação do corpo, na
apresentar elastina, proteína que confere elasticidade. No proteção de estruturas internas, no apoio aos músculos
tecido cartilaginoso há três tipos celulares: condroblastos, esqueléticos e na reserva de cálcio e fosfato.
condrócitos e condroclastos. Os condroblastos são célu- No tecido ósseo são observados três tipos de células:
las jovens, com intensa atividade secretora, que atuam na osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. Os osteoblastos
produção da substância fundamental e das fibras protei- são células jovens que produzem a parte orgânica da ma-
cas encontradas na matriz extracelular. Condroblastos que triz óssea; além disso, são capazes de concentrar fosfato
diminuem sua atividade formam os condrócitos, células de cálcio, contribuindo para a mineralização da matriz. Os
maduras encontradas em regiões do tecido cartilaginoso osteoblastos são aprisionados pela matriz recém-sinteti-
com maior rigidez. Os condroclastos são células que de- zada e diminuem sua atividade de síntese, passando a ser
gradam os componentes do tecido cartilaginoso, sendo chamados de osteócitos. Apesar da baixa da atividade, os
importantes à modelação das cartilagens. osteócitos são fundamentais à manutenção da matriz óssea.
Os osteoclastos são células grandes, móveis, multinuclea-
JOSE CALVO SCIENCE PHOTO LIBRARY/Fotoarena

das e ramificadas que reabsorvem a matriz óssea, atuando


nos processos de remodelação dos ossos em casos de
fratura, por exemplo.
Os ossos podem apresentar diferentes formas. O fêmur,
por exemplo, é um osso longo, enquanto os ossos das
mãos e dos pés são curtos e os ossos das vértebras são
irregulares. Há ainda os ossos achatados, como aqueles
observados no crânio. Usando um osso longo como mo-
delo, duas regiões são facilmente identificáveis: as epífises
e a diáfise. As epífises são as extremidades do osso, e a
diáfise corresponde à sua porção alongada e cilíndrica. Em
um osso longo em crescimento, entre as epífises e a diáfise
Fotomicrografia de cartilagem, mostrando o pericôndrio (camada de tecido
localiza-se o disco epifisário, estrutura constituída de um
conjuntivo) e diversos condrócitos mergulhados na matriz extracelular
(Aumento de 1200 vezes; colorido artificialmente). tipo de cartilagem, cujas células estão em constante divisão,
por isso o disco epifisário é o responsável pelo crescimento

] do osso em comprimento. O avanço da ossificação deter-


mina o desaparecimento do disco epifisário, resultando na
Tipos de cartilagem parada do crescimento longitudinal do osso.
De acordo com a quantidade, a organização e os tipos
de fibras, as cartilagens podem ser classificadas em três Osso
tipos: hialina, elástica e fibrosa. esponjoso
Alexander, P/Shutterstock.com; Puwadol Jaturawutthichai/Shutterstock.com

Epífise
A cartilagem hialina é a mais abundante no organismo
humano. Essa cartilagem constitui o primeiro esqueleto
do embrião, e é progressivamente substituída por tecido Disco
epifisário
ósseo. Na estrutura dos ossos longos em crescimento, ob-
serva-se o disco epifisário, constituído de cartilagem hialina,
que é o responsável pelo crescimento do osso em compri- Osso
mento. Nos indivíduos adultos, é encontrada, por exemplo,
Diáfise GRINPAçIO
na parede das fossas nasais, da traqueia e dos brônquios
A cartilagem elástica é semelhante à hialina, mas, além de
colágeno, apresenta uma vasta rede de fibras elásticas. É Medula
encontrada na orelha externa (pavilhão auditivo e conduto óssea
auditivo externo), na tuba auditiva, na epiglote e na laringe.
A cartilagem fibrosa possui pouca substância fundamen- CORES ELEMENTOS
tal e numerosas fibras colágenas, que conferem grande FANTASIA FORA DE
PROPORÇÃO
resistência ao tecido. É encontrada principalmente nos Epífise
discos intervertebrais, estruturas localizadas entre as vér-
tebras que previnem o desgaste dos ossos durante os Representação esquemática da estrutura de um osso, em corte parcial. No
movimentos da coluna vertebral. detalhe, radiografia da perna de uma criança. Note que é possível observar
linhas antes das epífises dos ossos, onde estão localizados os discos epifisários.

220 BIOLOGIA * Capítulo 13 = Histologia animal


A observação a olho nu da estrutura interna de um osso em corte permite a identificação de duas regiões: o osso
compacto e o osso esponjoso. A região que corresponde ao osso compacto é desprovida de cavidades, enquanto a
porção correspondente ao osso esponjoso apresenta cavidades intercomunicantes ocupadas pela medula óssea. Nos
recém-nascidos, toda a medula óssea é vermelha, rica em tecido conjuntivo hematopoiético, sendo a responsável pela
produção de elementos sanguíneos. Com o avanço da idade, a medula óssea vai sendo preenchida por tecido adiposo;
dessa forma, adquire aspecto amarelado e deixa de produzir elementos do sangue. No adulto, a medula óssea vermelha
está restrita ao interior de certos ossos, como vértebras, esterno, costelas e ossos do crânio.
No osso compacto, há lacunas microscópicas nas quais osteócitos ficam alojados de maneira concêntrica em relação
a um canal de Havers; ao redor desse canal, organizam-se lamelas concêntricas formadas por matriz óssea. Cada con-
junto de lamelas constitui um sistema de Havers. Há ainda os canais de Volkmann, que são transversais ou oblíquos em
relação aos canais de Havers. Por esse conjunto de canais passam vasos sanguíneos e os nervos.

O Lamela
Sistema de e az
Havers a Canais de Havers ELEMENTOS
Alexander. P/Shutterstock.com; Amadeu Blasco/Shuttrestock.com

FORA DE
PROPORÇÃO

CORES
FANTASIA
Vasos
sanguíneos: Osteócitos

Canal de Volkmann
Osso esponjoso

Representações esquemáticas de um osso longo parcialmente em corte (A) e da estrutura interna do osso (B), indicando o sistema de Havers e a organização
dos canais de Havers e de Volkmann na região de osso compacto.

Tecidos musculares
Os tecidos musculares, principais componentes dos músculos, são constituídos de células especializadas em contrair
e distender. Esses tecidos estão ligados a uma série de funções, como a execução de movimentos e a sustentação do
corpo. São encontrados em estruturas como o coração e os vasos sanguíneos, contribuindo para o impulsionamento
do sangue pelo corpo, e no tubo digestório, possibilitando os movimentos peristálticos. Os tecidos musculares também
armazenam substâncias, como proteínas, cálcio e glicogênio, e a atividade muscular libera energia sob a forma de calor;
com isso, contribuem para o controle da temperatura corporal.
As células dos tecidos musculares, denominadas fibras musculares, ou miócitos, são alongadas e ricas em filamentos
proteicos, que participam da contração muscular. Há filamentos finos, constituídos de actina, e filamentos grossos, forma-
dos por miosina, sendo a contração muscular resultado do deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina.
A organização desses filamentos na fibra e o tipo de contração realizado determinam os diferentes tipos de tecido muscular.

Tecido muscular estriado esquelético


Esse tipo de tecido está presente nos músculos ligados aos ossos. Suas fibras musculares são dotadas de muitos
núcleos (multinucleadas) periféricos, ou seja, próximos da membrana plasmática. A membrana de uma célula muscular é
denominada sarcolema. Devido à organização dos filamentos proteicos nas fibras musculares, essa musculatura apresenta
estrias transversais.
ES)

Z | CORES ELEMENTOS
Núcleos FANTASIA || FORADE —
PROPORÇÃO
BlueRingMedia/Shutterstock.com

Fibra muscular

Estrias
Representação esquemática de fibras musculares esqueléticas mostrando seus núcleos e as estrias transversais.

221
Na maioria das situações, a musculatura esquelética apresenta contração voluntária, isto é, o estímulo à sua ocorrência é
desencadeado de forma consciente pelo indivíduo, e seus grupos musculares têm ação antagônica, ou seja, executam simul-
taneamente ações contrárias. A flexão e a distensão do braço configuram-se como um exemplo desse antagonismo: quando o
braço dobra (flexão), o bíceps contrai e o tríceps relaxa; quando o braço estica (extensão), o bíceps relaxa e o tríceps contrai.

Flexão Extensão
ELEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

Bíceps contraído
P Bíceps relaxado
Tríceps
contraído

Aldona Griskeviciene/Shutterstock.com
Tríceps
relaxado

Representação esquemática do antagonismo entre diferentes grupos musculares na flexão e na extensão do braço.

Organização da musculatura estriada esquelética


A musculatura estriada esquelética é constituída por feixes de fibras musculares (células) dispostos paralelamente
ao longo do músculo. O interior da cada fibra muscular apresenta as miofibrilas, que são sequências de sarcômeros
(miômeros), as unidades contráteis básicas da musculatura. Um sarcômero é delimitado por estruturas proteicas denomi-
nadas linhas Z e possui filamentos proteicos de actina e miosina. Na contração muscular, o deslizamento dos filamentos
de actina sobre os de miosina resulta no encurtamento do sarcômero; no relaxamento da musculatura, o deslizamento
ocorre no sentido oposto, distendendo o sarcômero.
Um sarcômero pode ser dividido em diferentes regiões. Na região chamada banda H são observados somente
filamentos de miosina; na banda A está toda a miosina do sarcômero, havendo sobreposição entre filamentos grossos
e finos nas extremidades; e a porção denominada banda |, que é compartilhada por sarcômeros vizinhos, compreende
apenas filamentos de actina.
, [cores |[ ELEMENTOS
Músculo | FANTASIA | FORADE —
to | prOPORÇÃO

Feixe de
fibras musculares
Fibra muscular

Membrana
plasmática

Miofibrila

Linha Z Sarcômero Linha Z

Representação esquemática da hierarquia das unidades que compõem a musculatura estriada esquelética.

CORES | ELEMENTOS
| A FORADE
Banda ” Banda i Banda | IA À | PROPORÇÃO
Banda H
Emre TerimyShutterstock.com

Filamentos
de actina “p= <<s
Filamentos
de miosina

Sarcômero relaxado Linha Z Sarcômero contraído


Representação esquemática da contração e do relaxamento do sarcômero, movimentos realizados pelo deslizamento das fibras de actina sobre as fibras
de miosina. Os sarcômeros de miofibrilas adjacentes encontram-se alinhados, formando um padrão de bandas claras (filamentos finos de actina) e escuras
(filamentos finos de actina sobrepostos aos filamentos grossos de miosina), visível no microscópio, que caracteriza essa musculatura estriada.

222 BIOLOGIA * Capítulo 13 » Histologia animal


Tipos de fibras musculares esqueléticas
As fibras tipo | são designadas também como fibras vermelhas devido à grande quantidade de mioglobina que
possuem. A mioglobina é um pigmento proteico avermelhado, com alta afinidade pelo O, e que atua no armazenamento
desse gás no músculo, garantindo seu suprimento às células. Além de grande quantidade de mioglobina, essas fibras
também possuem muitas mitocôndrias e intensa vascularização sanguínea. Essas características denotam que o metabo-
lismo aeróbico, por meio da realização da respiração celular aeróbica, é predominante nas fibras tipo |, tornando-as menos
suscetíveis à fadiga muscular. A fadiga muscular ocorre quando há redução da capacidade de o músculo responder a
estímulos e gerar e manter força. Em comparação com as fibras tipo Il, que serão descritas a seguir, as fibras tipo | têm
contração lenta, porém mais duradoura.
As características das fibras vermelhas mostram que elas são especializadas na realização de exercícios mais dura-
douros, de intensidade moderada, e que exigem maior resistência da pessoa que os executa. Dessa forma, espera-se que
a musculatura de um atleta que compete em maratonas, por exemplo, tenha elevada proporção de fibras tipo |.
Já as fibras tipo Il são designadas também como fibras brancas porque apresentam pouca mioglobina. Além disso,
possuem poucas mitocôndrias. Essas características mostram que o metabolismo anaeróbico, com a ocorrência da
fermentação lática, predomina nessas fibras, tornando-as mais suscetíveis à fadiga muscular. Em comparação com as
fibras vermelhas, as fibras brancas têm contração rápida, mas de menor duração.
Esses aspectos indicam que as fibras brancas são mais eficientes na realização de exercícios intensos, porém curtos.
Assim, a expectativa é que a musculatura de um atleta que compete em provas de 100 metros rasos, por exemplo, tenha
grande proporção de fibras do tipo Il.

9 Saiba mais
Tipos de fibras e desempenho físico
A maior parte da musculatura humana contém fibras tipo | e tipo Il. As proporções relativas dessas fibras nos músculos
esqueléticos são geneticamente determinadas; dessa forma, há indivíduos que são naturalmente mais eficientes na prática
de determinadas modalidades esportivas. Entretanto, o treinamento direcionado à realização de certa atividade estimula
modificações nas proporções entre os tipos de fibra, fazendo com que o indivíduo aumente seu rendimento na execução
do exercício. Por exemplo, certas atividades físicas podem levar ao aumento da quantidade de mitocôndrias nas fibras mus-
culares, tornando a musculatura menos suscetível à fadiga.

Junção neuromuscular e o estímulo à contração


A junção neuromuscular corresponde à sinapse existente entre as terminações axônicas de um neurônio motor e o
sarcolema. O impulso nervoso conduzido pelo neurônio motor promove a liberação de um neurotransmissor, neste caso
a acetilcolina, na fenda sináptica. O estímulo desencadeado na fibra muscular pela recepção da acetilcolina faz com que
o retículo endoplasmático não granuloso (que, nas células musculares, é chamado de retículo sarcoplasmático) libere
íons cálcio (Ca??) no citosol. Esses íons permitem a ligação dos filamentos de miosina aos filamentos de actina e o desli-
zamento desses filamentos uns sobre os outros, promovendo a contração muscular mediante consumo de ATP. Os íons
cálcio são continuamente bombeados de volta para o interior do retículo sarcoplasmático, onde ficam armazenados até
que um novo estímulo à contração ocorra. A redução da concentração de íons cálcio no citosol da fibra muscular faz com
que a contração cesse, causando relaxamento do músculo.

Axônio do
CORES ELEMENTOS “ Ani
FORA DE ) neurônio motor
Ca
PROPORÇÃO
Aldona Griskeviciane/Shutterstock.com

Fenda sináptica

Sarcolema
ES)

Receptor de acetilcolina

Liberação de acetilcolina
Fibra muscular
Representação esquemática da interação entre neurônios motores e fibras musculares, detalhando a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular que
desencadeia a contração.

As células musculares não são capazes de controlar a intensidade da contração. Por isso, estão sujeitas à lei do tudo
ou nada, isto é, ou a contração ocorre em intensidade máxima ou ela não ocorre. Assim, o controle da força de contração
depende de certos fatores, como a quantidade de fibras musculares que é estimulada. Em linhas gerais, quanto maior o
número de fibras que se contraem em um músculo, maior é a força gerada pelo movimento.

223
Tecido muscular estriado cardíaco
Também designado como miocárdio, esse tipo de te-
Toxina botulínica
Existem substâncias que afetam a comunicação entre cido muscular é encontrado apenas no coração. Suas fibras
neurônios motores e células musculares. Um exemplo apresentam estrias transversais, à semelhança da muscula-
é a toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium tura esquelética, mas não são multinucleadas, tendo apenas
botulinum; essa toxina inibe a liberação de acetilcolina um ou dois núcleos. Sua contração é involuntária e o ritmo
na junção neuromuscular, causando paralisia do músculo. dessas contrações, como foi analisado no Livro 3 desta co-
O envenenamento por essa toxina, quadro denominado leção, é determinado pelo próprio coração, sob a influência
botulismo, pode ser fatal, principalmente por causa da do sistema nervoso autônomo.
paralisia dos músculos que atuam na execução dos mo- As células musculares cardíacas adjacentes estão li-
vimentos respiratórios, a exemplo do diafragma, levando gadas por meio de especializações denominadas discos
à morte por asfixia.
intercalares. Essas estruturas apresentam desmossomos,
A toxina botulínica (conhecida comercialmente como
especializações da membrana plasmática que aumentam a
botox) pode ser empregada em procedimentos médicos,
como tratamento de rugas faciais, controle de espasmos
adesão entre as células musculares cardíacas; e junções co-
musculares, amenização da enxaqueca etc. municantes, que permitem a rápida propagação dos impulsos
para a contração, fazendo com que todo o coração contraia.

Núcleo
Fontes de energia para a contração
CORES | ELEMENTOS
FANTASIA FORA DE

BlueRingMedia/Shutterstock.com
PROPORÇÃO
A contração muscular é uma atividade de alto custo Discos
energético, isto é, o consumo de moléculas de ATP durante intercalares
a contração é bastante elevado. Entre as fontes de energia
disponíveis para as células musculares, a primeira a ser
usada é uma pequena reserva de ATP, capaz de fornecer
energia à manutenção de atividades musculares mais in- Estrias
Representação esquemática da musculatura cardíaca, mostrando suas fibras
tensas por, no máximo, dois segundos. A continuação da
estriadas, ramificadas e unidas pelos discos intercalares.
atividade muscular mobiliza a reserva de fosfocreatina,
substância altamente energética que fornece fosfato à
síntese do ATP que será aplicado na contração muscular. Tecido muscular liso
A fosfocreatina é sintetizada quando o músculo se encontra Possui células com um núcleo central e extremida-
em repouso, e sua concentração pode ser até dez vezes des afiladas (células fusiformes), sem estrias transversais;
maior que a concentração de ATP. Somadas, as reservas por isso, esse tecido muscular é denominado liso, ou não
de ATP e de fosfocreatina podem manter uma atividade estriado. A ausência de estrias decorre do fato de os fila-
muscular intensa por cerca de oito segundos. mentos de actina e miosina não terem organização regular
Para a manutenção do trabalho muscular em ativi- ao longo da célula.
dades mais prolongadas, é necessária a utilização da
ELEMENTOS
reserva de glicogênio, armazenado no sarcoplasma (ci- FORA DE
BlueRingMedia/Shutterstock.com

PROPORÇÃO
toplasma da célula muscular). O glicogênio é degradado
em moléculas de glicose, que podem ser usadas em dois
processos: respiração celular aeróbica (ocorre quando há
suprimento suficiente de O») e fermentação lática (proces-
so anaeróbico que ocorre quando o suprimento de O, é
baixo). Por meio da respiração celular aeróbica, a glicose
é degradada, resultando em saldo energético positivo Representação esquemática das células que compõem a musculatura lisa.
de 30 ATPs ou 32 ATPs por molécula de glicose, e per-
mitindo a manutenção da atividade muscular por horas.
A degradação da glicose por meio da fermentação lática
resulta em um saldo energético de 2 ATPs por molécula de Todos os tecidos musculares compartilham o mesmo
glicose, capaz de manter a atividade muscular por cerca mecanismo básico de contração — o deslizamento dos
filamentos de actina sobre os filamentos de miosina.
de 1 a 2 minutos. A fermentação lática também gera ácido
lático, substância que passa para o sangue e é levada
para o fígado, onde é convertida em glicose. A glicose Trata-se de um tecido muscular com contração invo-
usada como fonte de energia para a contração muscular luntária, controlada pelo sistema nervoso, que participa de
também pode ser fornecida, ao longo das atividades, pela movimentos realizados por órgãos internos. Esse tipo de mus-
circulação sanguínea. culatura é encontrado, por exemplo, em paredes de veias e
Em atividades prolongadas, as células musculares po- artérias; órgãos do sistema digestório, como esôfago, estôma-
dem liberar energia para a síntese de ATP por meio da go e intestinos, nos quais ocorrem movimentos peristálticos;
degradação aeróbica dos ácidos graxos, que são prove- brônquios; útero; ureteres; músculos intrínsecos dos olhos,
nientes das gorduras armazenadas no tecido adiposo. entre outros.

224 BIOLOGIA * Capítulo 13 = Histologia animal


AMET

1. Caracterize o tecido epitelial e mencione as funções que ele pode desempenhar.

2. Diferencie os três tipos de glândulas com relação ao local de liberação da secreção.

Caracterize o tecido conjuntivo e mencione as funções desempenhadas pelas seguintes células: fibroblastos, macró-
fagos e mesenquimais.
Apresente as funções desempenhadas pelos tecidos adiposo e cartilaginoso.

Mencione as funções realizadas pelo tecido ósseo e descreva os papéis das seguintes células: osteoblastos, osteó-
citos e osteoclastos.

Quais são os papéis desempenhados pelos tecidos musculares?

Compare os tipos de tecidos musculares quanto à presença ou à ausência de estrias transversais e ao tipo de con-
tração (voluntária ou involuntária).

Por meio da elaboração de um esquema, descreva a estrutura de um sarcômero e explique em que consiste a con-
tração muscular na musculatura estriada esquelética.

Diferencie as fibras musculares esqueléticas de tipo | (vermelhas) das de tipo Il (brancas).

- Explique como ocorre o estímulo à contração muscular esquelética por meio da junção neuromuscular.

Exercícios propostos
1. Udesc 2015 Tecidos epiteliais, também denominados Uern 2015 Analise as afirmativas.
de epitélios, desempenham diversas funções no nos- Il. O tecido de revestimento dos rins é constituído
so organismo. por células cúbicas simples.
Em relação a estes tecidos, analise as proposições. IH. Os alvéolos pulmonares apresentam um epitélio
Il. Tecidos epiteliais são pluriestratificados em fun- pseudoestratificado pavimentoso.
ção de seu papel de proteção. IH. O epitélio estratificado pavimentoso ocorre reves-
IH. Alguns epitélios possuem especializações que tindo a cavidade nasal, a traqueia e os brônquios.
aumentam a sua capacidade de absorção. IV. O tipo de epitélio da epiderme é o estratificado
Il. Especializações epiteliais do tipo desmossomos pavimentoso.
e junções adesivas aumentam sua capacidade de V. O epitélio estratificado de transição ocorre reves-
absorção. tindo a bexiga urinária.
IV. A pele é um exemplo de tecido epitelial de reves- Estão corretas apenas as afirmativas
timento. a) |llelll. co) LIVev.
V. As glândulas mamárias, assim como as sudorípa- b) | lle IV. d) ILlllev.
ras, são exemplos de tecido epitelial de secreção.
CPS-SP 2017 Durante o verão, devido às férias, fica-
Assinale a alternativa correta. mos mais tempo ao ar livre e expostos à radiação solar,
a) Somente as afirmativas Ile V são verdadeiras. aumentando o risco de queimaduras. Nesta época, os
b) Somente as afirmativas |, Ill e IV são verdadeiras. raios ultravioletas apresentam maior intensidade e,
c) Somente as afirmativas Il, Ille V são verdadeiras. por isso, todos os cuidados com a pele devem ser to-
dj) Somente as afirmativas Ill, IV e V são verdadeiras. mados para evitar os efeitos prejudiciais.
e) Somente as afirmativas |, Ile V são verdadeiras. A pele é o maior órgão do corpo humano. Reveste,
atua na defesa e colabora com outros órgãos para o
IFSul-RS 2015 O tecido epitelial está dividido em
bom funcionamento do organismo como, por exem-
ES)

tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial


plo, agindo no controle da temperatura corporal e na
glandular. O tecido epitelial de revestimento, além de elaboração de metabólitos. Possui algumas estrutu-
revestir o corpo, forra as cavidades internas como a ras especializadas, chamadas anexos da pele: pelos,
traqueia e os brônquios. Observando sua aparência, unhas e glândulas sebáceas e sudoríparas. É cons-
nessas cavidades internas, tem-se a impressão de tituída de epiderme e derme, tecidos intimamente
que existe mais de uma camada de células, pois, os unidos, que atuam de forma harmônica e cooperativa.
núcleos, dispôem-se em diferentes alturas. Sob a derme, a gordura se concentra no tecido adi-
Essa disposição celular caracteriza o epitélio poso, que funciona como isolante térmico e contribui
a) uniestratificado. c) pseudoestratificado. para a manutenção de uma temperatura constante.
b) pluriestratificado. d) de transição. Com relação a esse órgão, assinale a alternativa correta.

225
a) A derme atua na absorção total da luz, garantindo 7. PUC-PR 2019 Uma nova pele não consegue se regenerar
que o organismo adquira resistência a esse tipo se uma lesão destruiu uma grande área da camada basal
de radiação. e suas células-tronco. Feridas dessa magnitude requerem
b) As glândulas sebáceas produzem lipídios (o cha- enxertos de pele para cicatrizar. Um enxerto de pele é a
mado sebo), que aumenta o ressecamento da transferência de um pedaço de pele saudável retirada de
um local doador para a cobertura de uma ferida. Um en-
pele e dos pelos.
xerto de pele é realizado para proteger contra perda de
c) A presença de uma camada de gordura sob a
líquido e infecção, para promover a cura tecidual, para re-
derme é importante na produção de sangue e na duzir a formação de cicatriz, para evitar a perda de função
pigmentação da pele. e por motivos estéticos. Para evitar a rejeição tecidual, a
d) A epiderme constitui a camada mais externa de pele transportada em geral é retirada do mesmo indivíduo
defesa do corpo, protegendo o organismo contra (autoenxerto) ou de um gêmeo idêntico (isoenxerto).
a penetração de agentes externos. Gerard ). Tortora; Bryan Derrickson. Princípios de Anatomia e Fisiologia,
e) As glândulas sudoríparas são responsáveis por 14º edição, p.149, 2016.
eliminar o suor, solução salina diluída que, ao eva- Baseando-se no texto acima, na possibilidade de
porar, aumenta a temperatura do corpo. ocorrência de lesões profundas na pele humana, e
nos conhecimentos sobre histologia, assinale a alter-
UPF-RS 2015 A pele é um órgão bastante complexo de nativa CORRETA.
nosso organismo e é responsável por diversas funções a) As células-tronco localizadas na base são deriva-
essenciais à vida. Assinale a alternativa que apresenta das da endoderme do embrião.
somente informações corretas sobre a pele. b) O tecido cicatricial é um tipo de tecido epitelial,
a) Na epiderme, camada externa da pele, encon- cuja substância extracelular é abundante, rica em
tram-se numerosas fibras colágenas e elásticas fibras colágenas e com muito líquido intersticial.
que conferem tonicidade e elasticidade à pele. A resposta inflamatória na área lesionada envolve
b) Na derme, camada localizada imediatamente sob vasoconstrição e diminuição da permeabilidade
a epiderme, estão os melanócitos, células que dos vasos sanguíneos.
produzem melanina, pigmento que determina a
c) Alesão na pele que necessita do enxerto destruiu
exclusivamente o tecido epitelial de revestimento,
coloração da pele.
o qual é conhecido como epiderme.
c) A epiderme e a derme são formadas por células
d) A pele apresenta pelos, glândulas sebáceas e su-
que estão em constante processo de renovação e
doríparas, unhas e receptores sensitivos.
que podem apresentar formas achatadas, cúbicas
ou cilíndricas, organizando-se de maneira justa- Unicamp-SP 2023 Estudos revelaram como a dis-
posta em uma ou mais camadas. biose — desequilíbrio da microbiota intestinal — pode
d) Na camada externa da pele, denominada epider- influenciar no desenvolvimento de distúrbios neurode-
me, encontram-se células que fabricam queratina generativos como a doença de Parkinson. As pessoas
e a acumulam internamente. Quando repletas de acometidas por essa doença apresentam alterações
queratina, essas células morrem e passam a significativas nos centros motores do cérebro.
constituir um revestimento resistente ao atrito e Assinale a alternativa que preenche corretamente as
altamente impermeável à água. lacunas no excerto a seguir.
e) Tanto na epiderme quanto na derme são encon- A agregação da proteína a-sinucleína nos (i)
trados numerosos fibroblastos, responsáveis pela está relacionada com a doença de Parkinson. Foi demons-
produção de fibras colágenas que conferem elas- trado que células específicas do tecido (ii) da
ticidade e tonicidade à pele. mucosa intestinal podem expressar essa proteína. A dis-
biose pode levar ao aumento de espécies de (iii)
UCS-RS 2018 “A pele é considerada o maior órgão do que, eventualmente, contribuem para agregação da a-si-
corpo humano”, sobre o qual é correto afirmar que nucleína no intestino, e essa proteína pode migrar para o
a) tem origem ectodérmica, formando a epiderme e (iv) , configurando um possível mecanismo de
a derme. surgimento da doença de Parkinson esporádica.
(Adaptado de: https://agencia.fapesp.br/estudo-revela-como-o-
b) tem origem ectodérmica, mesodérmica e endo- desequilibrio-da-microbiota-intestinal-pode-levar-a-doenca-de-
dérmica, formando, respectivamente, a epiderme, parkinson/38159. Acesso em: 20 fev. 2023.)
a derme e a hipoderme. a) (i) neurônios; (ii) epitelial; (iii) bactérias; (iv) sistema
c) tem origem ectodérmica e mesodérmica, geran- nervoso central.
do a epiderme e a derme, respectivamente. b) (i) linfonodos; (ii) conjuntivo; (iii) bactérias; (iv) siste-
d) é considerada um órgão, pois tem como principais ma nervoso autônomo.
funções a proteção, o controle de temperatura, a c) (i) linfonodos; (ii) epitelial; (iii) vírus; (iv) sistema ner-
locomoção e a sustentação. voso central.
e) é um conjunto de células idênticas que ocupa uma d) (i) neurônios; (ii) conjuntivo; (iii) vírus; (iv) sistema
certa região e realiza uma determinada função. nervoso autônomo.

226 BIOLOGIA * Capítulo 13 « Histologia animal


9. PUC-PR 2023 Observe a imagem. E escolha:
a) selelllsão corretas.
SZ=7 b) sell é correta.
LE SÃO Ae Epitélio c) se apenas IV é correta.
SS NL Membrana basal
d) se todas são corretas.
c» Gr y
e) se todas são incorretas.
Lâmina própria
12. UFRGS 2019 No bloco superior a seguir, estão carac-
terizadas células do tecido ósseo; no inferior, tipos de
Capilares sanguíneos
células desse tecido.
Fonte: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/tecido-epitelial-
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
de-revestimento-2/. Acesso em: 20 fev. 2023.
1. Macrófagos multinucleados da matriz óssea, res-
No corte esquematizado, existem dois tecidos repre- ponsáveis pela disponibilização dos minerais arma-
sentados, o epitelial e o conjuntivo. O tecido conjuntivo zenados no osso.
representado se diferencia do epitelial por 2. Células de reserva lipídica da medula óssea.
a) ser vascularizado. 3. Células jovens com muitos prolongamentos e in-
b) possuir células fortemente unidas. tensa atividade metabólica na síntese da parte
c) conter muito pouca substância intercelular. orgânica da matriz óssea.
d) apresentar poucas fibras colágenas e muitas fi- 4. Células aprisionadas nas lacunas da matriz óssea e
bras de queratina. com metabolismo mais reduzido.
e) não apresentar nervos e terminações nervosas. Osteoblasto
Osteoclasto
10. Enem 2019 A poluição radioativa compreende mais de
Osteócito
200 nuclídeos, sendo que, do ponto de vista de impacto
ambiental, destacam-se o césio-137 e o estrôncio-90. A sequência correta de preenchimento dos parênte-
A maior contribuição de radionuclídeos antropogêni- ses, de cima para baixo, é
cos no meio marinho ocorreu durante as décadas de a) 1-2-4.
1950 e 1960, como resultado dos testes nucleares rea- b) 2-1-83.
lizados na atmosfera. O estrôncio-90 pode se acumular c) 4-3-2.
nos organismos vivos e em cadeias alimentares e, em d) 3-1-4.
razão de sua semelhança química, pode participar no e) 4-2-1.
equilíbrio com carbonato e substituir cálcio em diver-
sos processos biológicos. 13. IFPE 2018 A hérnia de disco é uma lesão que ocor-
FIGUEIRA, R. C. L.; CUNHA, 1. 1. L. A contaminação dos oceanos re com mais frequência na região lombar, sendo mais
por radionuclídeos antropogênicos. Química Nova, atingidos os discos que ficam entre a quarta e a quinta
n. 21, 1998 (adaptado).
vértebra lombar (L4/L5) e entre a quinta vértebra e o
Ao entrar numa cadeia alimentar da qual o homem sacro (L5/51). Dentre os sintomas dessa doença estão
faz parte, em qual tecido do organismo humano o dores nas costas e alterações de sensibilidade para
estrôncio-90 será acumulado predominantemente? coxa, perna e pé. O disco intervertebral é formado por
a) Cartilaginoso. dois componentes: o anel fibroso e, no seu interior,
b) Sanguíneo. o núcleo pulposo. Este último é constituído por fibras
c) Muscular. soltas que ficam suspensas num líquido viçoso rico
d) Nervoso. em ácido hialurônico e com um pouco de colágeno.
e) Ósseo. Já o anel fibroso é constituído por
a) tecido cartilaginoso fibroso (fibrocartilagem) e te-
11. Unioeste-PR 2019 Analise as afirmações abaixo: cido ósseo.
Il. os epitélios têm como função revestir cavidades e b) tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo.
a superfície corporal e são constituídos por célu- c) tecido adiposo e tecido reticular (hematopoiético).
las denominadas fibroblastos.
FRENTE 3

d) tecido conjuntivo denso modelado e tecido carti-


Il. otecido conjuntivo denso é um dos tipos de tecido laginoso fibroso (fibrocartilagem).
conjuntivo especial, caracterizado pela escassez e) tecido ósseo e tecido conjuntivo frouxo.
de matriz extracelular e abundante quantidade de
células. 14. Uece 2016 Relacione os tipos de células do tecido
o tecido ósseo é caracterizado por possuir uma Ósseo com suas respectivas funções, numerando a
matriz extracelular altamente hidratada, o que fa- Coluna Il de acordo com a Coluna l.
cilita a difusão de nutrientes. Coluna
IV. A substância cinzenta do tecido nervoso é ca- 1. Osteócitos.
racterizada por corpos celulares de neurônios e 2. Osteoblastos.
células da glia. 3. Osteoclastos.

227
Coluna Il Assinale a alternativa que completa corretamente o
Produção da região orgânica da matriz óssea. quadro.
Reabsorção óssea. a) 1 — Macrófagos; 2 — Produzem imunoglobulinas
Manutenção da matriz óssea. que combatem agentes invasores; 3 — Diferencia-
A sequência correta, de cima para baixo, é: ção de células-tronco; 4 — Osteoblastos.
a) 3,1,2. c) 1,2,3. b) 1 — Plasmócitos; 2 — Produzem as fibras e a
b) 2,3,1. d) 1,3,2. substância amorfa da matriz do tecido adiposo;
3 — Diferenciação de linfócitos; 4 — Osteócitos.
15. Unisc-RS 2015 Os aparelhos ortodônticos exercem c) 1 — Osteoblastos; 2 — Armazenam substâncias
forças diferentes daquelas a que os dentes estão energéticas; 3 — Diferenciação de células mesen-
naturalmente submetidos. Nos pontos em que há quimatosas; 4 — Condroblastos.
pressão ocorre reabsorção óssea, enquanto no d) 1 — Mastócitos; 2 — Armazenam substâncias
lado oposto há deposição. Desse modo, o dente é energéticas; 3 — Diferenciação de células mesen-
deslocado na arcada dentária, à medida que o osso quimatosas; 4 — Osteoclastos.
alveolar é remodelado. Este é um exemplo da plasti-
cidade do tecido ósseo, apesar das características de 18. PUC-RS 2020 Complete as afirmativas abaixo com as
rigidez deste tecido. células do tecido conjuntivo.
O processo de reabsorção acima descrito ocorre Il Os possuem forma estrelada e pro-
através da atividade dos duzem fibras e substância extracelular amorfa.
a) fibroblastos. d) osteócitos. H. são células ovoides com grânulos
b) condroblastos. e) osteoclastos. citoplasmáticos de heparina e histamina que par-
c) osteoblastos. ticipam de reações alérgicas.
Hi. Presentes nas cartilagens, os são
16. UFJF/Pism-MG 2015 Mamíferos aquáticos, como os responsáveis pela produção de fibras e da subs-
cetáceos, possuem um revestimento de tecido adiposo tância da matriz amorfa cartilaginosa.
que serve, principalmente, para evitar a perda de calor. IV. Os promovem a reciclagem da ma-
Em humanos, o corpo é mais ou menos envolvido por triz Óssea.
uma camada de gordura que se localiza abaixo da pele.
Completam corretamente as lacunas das afirmativas
Marque a afirmativa CORRETA, a qual mostra o nome
as palavras contidas em
das células desse tecido em |, a(s) substância(s) que ar-
mazena(m) em Il e um exemplo de suas funções em III.
a) |-—adiposas; Il - hemoglobina; Ill — isolante térmico.
b) |—- condroblastos; |l — triglicerídeos; Ill — evita cho- a) fibroblastos mastócitos ' condrócitos | osteoclastos
ques mecânicos. b) fibroblastos linfócitos | condroblastos osteoblastos
c) |— fibroblastos; Il — colágeno; Ill — preenchimento
c) linfócitos | mastócitos condroblastos osteoblastos
de espaços.
d) |— adiposas; Il - gorduras ou lipídeos; Ill — reserva d) mastócitos | linfócitos fibroblastos | osteoclastos
de energia.
e) | — osteoblastos; Il — minerais; Ill — formação dos 19. Udesc 2017 Após assistir a diferentes modalidades
OSSOS. desportivas na Olimpíada do Rio 2016, um jovem
resolve abandonar sua vida sedentária e se pro-
17. UFU-MG 2020 O quadro abaixo apresenta os prin-
põe iniciar a prática de exercícios físicos intensos e
cipais tipos de células dos tecidos conjuntivos, bem
regulares.
como suas características e origem celular.
Analise as proposições em relação às células muscu-
lares esqueléticas deste jovem.
LIDER Características
Il. O número de mitocôndrias nestas células deve
aumentar com o passar do tempo.
Presentes nos tecidos
frouxos; ricos em
Diferenciação de H. O número de mitocôndrias aumentará indefinida-
células-tronco
1 heparina e histamina. mente à medida que os exercícios físicos forem
multipotentes da
Participam das aumentando gradativamente.
medula óssea vermelha.
reações alérgicas.
HI. O nível do consumo de oxigênio nestas células
Diferenciação de células deve aumentar com o passar do tempo.
Adipócitos 2
mesenquimatosas. IV. O número de mitocôndrias não se alterará nestas
Produzem as fibras e a células.
Condroblastos substância amorfa da 3 V. O único aumento notável nestas células será a
matriz cartilaginosa.
produção de ATP.
Degradam a matriz
óssea, promovendo a Fusão e diferenciação Assinale a alternativa correta:
reciclagem do de monócitos. a) Somente as afirmativas Il e Ill são verdadeiras.
tecido ósseo. b) Somente as afirmativas Ill e IV são verdadeiras.

228 BIOLOGIA * Capítulo 13 = Histologia animal


c) Somente as afirmativas | e Ill são verdadeiras. O alívio dos sintomas do blefaroespasmo é conse-
d) Somente as afirmativas Ill, IV e V são verdadeiras. quência da ação da toxina modificada sobre o tecido
e) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras. a) glandular, uma vez que ela impede a produção de
secreção de substâncias na pele.
20. Unioeste-PR 2017 Durante uma prova de Biologia, b) muscular, uma vez que ela provoca a paralisia das
Joana recebeu uma lâmina histológica para analisar
fibras que formam esse tecido.
em microscópio. As seguintes características foram c) epitelial, uma vez que ela leva ao aumento da ca-
observadas e anotadas por Joana: presença de célu- mada de queratina que protege a pele.
las cilíndricas, ramificadas, com 1 ou 2 núcleos centrais, d) conjuntivo, uma vez que ela aumenta a quantidade
com estriações transversais e presença de discos in-
de substância intercelular no tecido.
tercalares. A partir destas observações, pode-se dizer
e) adiposo, uma vez que ela reduz a espessura da
que o tecido presente na lâmina está camada de células de gordura do tecido.
a) no fígado.
b) no bíceps. 24. Uerj 2022 O tecido adiposo marrom, abundante em
c) no coração. recém-nascidos e em mamíferos que hibernam, é rico
d) no intestino. em mitocôndrias, que possuem em sua membrana
e) no estômago. interna uma proteína desacopladora da fosforilação
oxidativa. Essa proteína, ao desfazer o gradiente
21. UFRGS 2017 O maratonista brasileiro Vanderlei Cordei-
de prótons, permite o fluxo desses íons do espaço
ro de Lima foi o responsável por acender a pira olímpica intermembranas para a matriz mitocondrial, o que as-
na cerimônia de abertura dos Jogos do Rio-2016. segura a sobrevivência dos organismos.
Sobre o tecido muscular dos atletas maratonistas, é
Desse modo, os adipócitos da gordura marrom apre-
correto afirmar que
sentam redução do seguinte processo:
a) é constituído por igual quantidade de fibras de
a) liberação de calor. c) consumo de oxigênio.
contração rápida e de contração lenta.
b) produção de ATP. d) transporte de elétrons.
b) apresenta baixa quantidade de mioglobina.
c) contém predominância de fibras de contração 25. UCS-RS 2022 Sabe-se que o exercício físico é benéfico
lenta com alta irrigação sanguínea. para a saúde cardiovascular e respiratória e, além disso,
d) contém predominância de fibras de contração rá- tem um valor importante no bem-estar dos indivíduos.
pida com grande quantidade de mitocôndrias. Outro fator benéfico do exercício físico se refere à densi-
e) é constituído por células uninucleadas. dade mineral óssea (DMO), que representa a quantidade
de minerais que são depositados no osso, e quão resis-
22. Unicamp-SP 2017 O corpo humano é composto por
tente será esse tecido. As diversas modalidades esportivas
pelo menos dois tipos de gordura. A mais comum é
conferem diferentes densidades minerais ósseas aos seus
o tecido adiposo branco, um tipo perigoso que se
praticantes, sendo que atletas de esportes não aquáticos,
acumula ao redor das vísceras e debaixo da pele,
como atletismo, futebol e vôlei, normalmente, apresen-
podendo causar obesidade e desencadear complica-
tam DMO maior do que aqueles de esportes aquáticos,
ções metabólicas, como o diabetes tipo 2. A outra é
como natação e polo aquático.
o tecido adiposo marrom, que regula a produção de Montse Bellver, et al. Bone mineral density and bone mineral content
calor e, consequentemente, a temperatura corporal. among female elite athletes. Bone. 127: 393-400, 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/.bone.2019.06.030; https:/Avww.sciencedirect.
Assinale a alternativa correta. com/science/article/pii/58756328219302625. Acesso em: 20 fev. 2023.
a) O tecido adiposo branco produz mais energia (Parcial e adaptado.)

que o tecido adiposo marrom. Em relação ao tecido ósseo, é correto afirmar que
b) O tecido adiposo marrom não produz ATP, mas a) a rigidez observada deve-se à presença de uma
produz calor. matriz mineral intracelular.
c) O tecido adiposo branco não produz ATP, mas b) os osteoblastos são células importantes no processo
produz calor. de produção da matriz óssea, enquanto os osteo-
d) O tecido adiposo branco produz ATP e calor. clastos são responsáveis pela degradação da matriz.
c) os ossos são o principal reservatório de íon Na+
23. Enem PPL 2015 A toxina botulínica (produzida pelo
EU)

do corpo humano, podendo disponibilizá-lo sem-


bacilo Clostridium botulinum) pode ser encontrada em
pre que necessário.
alimentos malconservados, causando até a morte de
d) a osteoporose é uma doença caracterizada pelo
consumidores. No entanto, essa toxina modificada em
excesso de deposição mineral nos ossos, fa-
laboratório está sendo usada cada vez mais para me-
zendo com que eles percam a maleabilidade e
lhorar a qualidade de vida das pessoas com problemas
tornem-se quebradiços.
físicos e/ou estéticos, atenuando problemas como o
e) alguns ossos longos, como o fêmur e o úmero,
blefaroespasmo, que provoca contrações involuntárias
apresentam dois tipos de medula: a amarela, res-
das pálpebras.
BACHUR, T. P. R. et al. Toxina botulínica: de veneno a tratamento.
ponsável pela produção de células sanguíneas; e
Revista Eletrônica Pesquisa Médica, n. 1, jan.-mar. 2009 (adaptado). a vermelha, ou tutano, rica em células adiposas.

229
26. UFPR 2023 Sobre a contração muscular esquelética, Essa via de sinalização comanda a
é correto afirmar: a) manutenção do metabolismo celular.
a) O sistema contrátil depende da concentração de b) liberação do óvulo pelo ovário.
íons Ca'* no mioplasma, que altera as células acti- c) concentração de açúcar no sangue.
na e miosina, promovendo a contração. d) contração da musculatura esquelética.
b) Estímulos nervosos promovem a liberação de e) reabsorção de água nos rins.
acetilcolina na fenda sináptica, o que leva à des-
polarização da membrana da célula muscular. 28. FMJ-SP 2017 A figura é uma representação esque-
c) Actina e miosina são liberadas na fenda sináptica, mática do corte de uma fibra muscular esquelética.
o que gera um potencial de ação e promove a
sarcolema
contração muscular esquelética.
d) O deslizamento das células de actina sobre as de
miosina é iniciado pela liberação de ATP no sar-
cômero.
e) A despolarização da miosina promove a liberação
passiva de íons Ca” até a membrana da actina,
promovendo a contração muscular.

27. FCMSCSP 2018 A figura mostra uma via de sinalização


miofibrila túbulo T
química pela qual o organismo humano envia informa-
ções às células e comanda uma resposta específica.
(www.memrise.com. Adaptado.)

A estrutura celular indicada pela seta e que envolve


as miofibrilas é
a) o complexo golgiense.
b) uma rede de microtúbulos.
c) uma rede de filamentos de actina e miosina.
d) o retículo endoplasmático agranular.
(https://betournay.wikispaces.com. Adaptado.) e) o retículo endoplasmático granular.

Texto complementar

Ocitocina pode prevenir surgimento de fase, pois o período após a menopausa representa cerca de um terço
da vida e deve ser vivido com qualidade” diz.
osteoporose No estudo, os pesquisadores aplicaram apenas duas doses do
A ocitocina, produzida pelo hipotálamo — também conhecida como hormônio ocitocina — com 12 horas de diferença entre uma injeção e
“hormônio do amor” porque liberada em presença de parceiros —, outra — em um grupo de 10 ratas Wistar. Os animais tinham 18 meses
pode ser também uma forte aliada no controle e na prevenção da de vida, algo incomum para estudos de laboratório, pois as pesquisas
osteoporose. Estudo realizado em ratas no fim do período fértil, na Uni- geralmente são realizadas com animais jovens submetidas a ovariec-
versidade Estadual Paulista (Unesp), mostrou que o hormônio reverteu tomia. Em média, ratos de laboratório vivem cerca de três anos. As
fatores que antecedem a osteoporose, como a diminuição da densidade fêmeas do estudo estavam no período da periestropausa, equivalente
e da resistência óssea e também de substâncias que favorecem a for- à perimenopausa humana, e em processo natural do envelhecimento.
mação do osso. Após 35 dias de tratamento com ocitocina, foram analisadas
“Nosso estudo tem como enfoque a prevenção da osteoporose amostras de sangue e do colo do fêmur dos animais. Houve também
primária; por isso investigamos mecanismos fisiológicos que ocorrem comparação desses dados com os de outras 10 ratas, também com 18
no período pré-menopausa. Nessa etapa da vida da mulher, medidas de meses de vida, que não receberam o hormônio.
prevenção podem evitar que os ossos se tornem frágeis e que ocorram Na comparação, os animais que receberam as doses de ocitocina
fraturas, o que poderia reduzir a qualidade e a expectativa de vida”, apresentaram estrutura óssea sem sinais de osteopenia (perda de den-
diz Rita Menegati Dornelles, coordenadora do Laboratório de Fisiologia sidade óssea). O quadro foi diferente no grupo controle. “A ocitocina
Endócrina e Envelhecimento do Departamento de Ciências Básicas da ajuda a modular o ciclo de remodelação óssea das ratas senescentes.
Unesp em Araçatuba. Os animais que receberam o hormônio tiveram aumento dos marcado-
[..] res bioquímicos associados à renovação do osso, como a expressão
Dornelles ressalta que existem dois marcos hormonais importantes de proteínas que favorecem a formação e a mineralização óssea”, diz
na vida da mulher: a puberdade e a perimenopausa (transição para a Dornelles.
menopausa, que pode durar vários anos). Esses eventos marcam, respec- Na análise das amostras de sangue, foi possível observar maior
tivamente, o início e o término do período de fertilidade. “Estuda-se muito presença de biomarcadores ósseos sistêmicos importantes, como a
a pós-menopausa, quando a mulher deixa de menstruar. No entanto, as atividade da fosfatase alcalina. “Produzida por células osteogênicas,
oscilações hormonais que ocorrem antes, na perimenopausa, já são bas- a substância está associada ao processo de mineralização. Observa-
tante fortes e estão relacionadas com a diminuição gradual da densidade mos também redução de outra enzima (TRAP) associada à reabsorção
óssea. É preciso haver estudos visando a prevenção da osteoporose nessa óssea”, diz.

230 BIOLOGIA * Capítulo 13 = Histologia animal


As ratas que receberam ocitocina apresentaram ossos mais densos. população, que tem taxas crescentes em função da qualidade de vida,
“Verificamos que a região do colo do fêmur estava mais resistente, com nutrição e realização de atividade física, por exemplo, meios importantes
menor porosidade, melhor resposta biomecânica de compressão, além de prevenção de doenças”, diz o pesquisador.
de apresentar propriedades físico-químicas que garantiam maior densi- No estudo, os pesquisadores analisaram especificamente a região
dade”, diz. do colo do fêmur, pois as fraturas de quadril têm ocorrência três vezes
maior no organismo feminino. “As consequências dessas fraturas são
Secretada no osso
muito drásticas, como dificuldade ou impossibilidade de locomoção e
A ocitocina é um hormônio produzido no hipotálamo cerebral e foi comorbidades”, diz.
caracterizada no início do século passado tendo sua liberação associada,
Dornelles ressalta que fraturas de quadril estão associadas a al-
sobretudo, ao parto e à amamentação.
tas taxas de mortalidade relatadas. Até 24% das pacientes morrem no
Estudos mais recentes mostraram que um número grande de células primeiro ano após a fratura de quadril e o risco aumentado de morte
(além das hipotalâmicas) também secretam o hormônio. “A ocitocina é pode persistir por pelo menos cinco anos. “A perda de função e de in-
secretada por células ósseas e nossos estudos estão evidenciando sua dependência entre os sobreviventes é profunda. Em torno de 40% ficam
associação com o metabolismo ósseo de fêmeas durante o processo de incapazes de andar de forma independente, deste total, 60% necessitam
envelhecimento. Geralmente, mulheres no período pós-menopausa, com de assistência um ano depois. Menos da metade daqueles que sobre-
maior índice de osteoporose, apresentam concentrações mais baixas de vivem à fratura de quadril recupera seu nível anterior de função”, diz.
ocitocina no plasma sanguíneo”, diz Dornelles.
Os pesquisadores pretendem realizar, no futuro, estudos clínicos
O grupo de pesquisadores da Unesp trabalha há 10 anos em estudos sobre o efeito da ocitocina na prevenção de osteoporose em humanos.
sobre o envolvimento da ocitocina no metabolismo ósseo. “Nesse tempo “O hormônio é produzido naturalmente no nosso organismo e já foi sin-
conseguimos caracterizar modelos animais que simulam o período da tetizado em laboratório. Mesmo assim será necessário um longo estudo
perimenopausa na mulher”, diz. para avaliar a eficácia, a segurança e também para saber a dosagem
mais indicada do hormônio”, diz Dornelles.
Aumento de fraturas
[.]
De acordo com projeções realizadas pela Organização Mundial de
ZIEGLER, M. F. Ocitocina pode prevenir surgimento de osteoporose.
Saúde, haverá um aumento de 630% das fraturas de quadril (associadas Agência Fapesp, 11 jun. 2020. Disponível em: https://agenciafapesp.br/
à osteoporose) no Brasil, enquanto nos países desenvolvidos o aumento ocitocina-pode-prevenir-surgimento-de-osteoporose/33371/.
esperado será de 50%. “O aumento está relacionado ao envelhecimento da Acesso em: 15 fev. 2023.
A

Tecidos são conjuntos de células que desempenham deter- Epitélios de secreção (ou glandulares)
minadas funções. * São derivados de diferenciações que ocorrem em epité-
lios de revestimento, originando as glândulas. (estruturas
Tecidos epiteliais especializadas em produzir e liberar substâncias, como
e Células justapostas. hormônios.)

* Pouca matriz extracelular. e Classificação quanto ao número de células:

e Avasculares. - unicelulares: formadas por apenas uma célula;


—- multicelulares: compostas de agrupamentos de células.
* Apoiados sobre uma camada de tecido conjuntivo subjacente.
e Classificação quanto ao local onde é lançada a secreção:
Epitélios de revestimento — glândulas exócrinas: liberam suas secreções na super-
e Funções: revestem órgãos, superfícies e cavidades; e atuam fície do corpo ou em uma cavidade;
na proteção e, em algumas situações, na absorção de —- glândulas endócrinas: lançam suas secreções no sangue;
substâncias.
- glândulas mistas: possuem uma porção endócrina e
* Apresentam especializações de membrana, como desmos- uma porção exócrina.
somos, interdigitações e microvilosidades.
e Classificação quanto ao número de camadas: Estrutura da pele humana
- simples: uma camada de células; e Constituída pela epiderme (tecido epitelial) e pela der-
me (tecido conjuntivo). Sob a pele é encontrado o tecido
— estratificado: apresenta duas ou mais camadas;
subcutâneo (hipoderme) rico em adipócitos, células espe-
-— pseudoestratificado: apresenta uma camada de células cializadas no armazenamento de gordura.
cujos núcleos variam em tamanho e posição.
* Acamada córnea (camada mais externa da epiderme) apre-
* Classificação quanto ao formato das células: senta células mortas com queratina.
— cúbico: células em forma de cubo;
e Apresenta anexos epidérmicos, como pelos, glândulas se-
- colunar (prismático): células alongadas; báceas e glândulas sudoríferas.
- pavimentoso (escamoso): células achatadas;
— transição: forma e tamanho das células variam de acor- Tecidos conjuntivos
do com o grau de distensão do órgão em que ele está e Células dispersas em grande quantidade de matriz ex-
presente. tracelular.

231
A matriz extracelular é formada por: constituída principalmente por colágeno, que confere
- substância fundamental; certa flexibilidade aos ossos; e com porção mineral rica
em fosfato e cálcio, resultando em alta resistência.
— fibras proteicas: colágenas, resistentes, porém flexíveis;
reticulares, que formam redes de apoio para outras estru- — Funções: sustentação; proteção de estruturas internas;
turas; e elásticas, que conferem elasticidade aos tecidos. apoio aos músculos esqueléticos; reserva de cálcio e
fosfato.
Células do tecido conjuntivo:
— Osteoblastos: atuam na produção da parte orgânica da
— fibroblastos: responsáveis pela produção das fibras
matriz óssea e na mineralização da matriz óssea.
proteicas e da substância fundamental. Quando os fi-
broblastos diminuem sua atividade de síntese, passam — Osteócitos: correspondem aos osteoblastos que di-
a ser chamados de fibrócitos; minuíram sua atividade. São células fundamentais à
manutenção da matriz óssea.
- plasmócitos: células de defesa responsáveis pela pro-
dução de anticorpos; — Osteoclastos: células que realizam a reabsorção da
matriz óssea. São importantes nos processos de remo-
- macrófagos: atuam na defesa do organismo por meio da
delação dos ossos, por exemplo, em casos de fratura.
fagocitose de substâncias estranhas e microrganismos
invasores; - Os ossos longos são compostos de epífises (extremi-
dades do osso) e diáfise (porção alongada e cilíndrica).
- mastócitos: ligadas a processos alérgicos e respostas
inflamatórias; — A estrutura interna de um osso é formada de osso com-
pacto (desprovido de cavidades), osso esponjoso (com
- mesenquimais: correspondem a células-tronco multi-
cavidades intercomunicantes ocupadas pela medula
potentes; dessa forma, podem se diferenciar em outras
óssea) e medula óssea. Há dois tipos de medula óssea:
células do tecido conjuntivo.
vermelha, rica em tecido hematopoiético, responsável pela
Tecido conjuntivo propriamente dito produção de elementos sanguíneos (nos recém-nascidos,
toda a medula óssea é vermelha; nos adultos, está restrita
Frouxo:
ao interior de certos ossos, como vértebras, esterno, cos-
- Atua no suporte e no preenchimento de espaços entre telas e ossos do crânio); e amarela, com tecido adiposo,
células e tecidos. que não produz elementos do sangue (está presente no
Denso: interior da maioria dos ossos esponjosos de adultos).
= Tecido com predominância de fibras colágenas.
Tecidos musculares
- Confere maior resistência à tração e oferece proteção
Funções:
aos demais tecidos.
- execução de movimentos;
Tecidos conjuntivos de propriedades especiais = sustentação do corpo;
Tecido adiposo: — impulsionamento do sangue pelo sistema cardiovascular;
- Predominância de adipócitos, células especializadas no = condução do alimento pelo tubo digestório;
armazenamento de gordura. — armazenamento de substâncias, como proteínas, cálcio
e glicogênio;
- Pequena quantidade de matriz extracelular.
- controle da temperatura corporal.
- Encontrado principalmente sob a pele, formando o tecido
subcutâneo, e ao redor de órgãos. Células (miócitos, ou fibras musculares) alongadas, ricas
em filamentos de actina e miosina.
— Principais funções: reserva energética nos animais; iso-
lamento térmico; proteção mecânica. Contração muscular: resultado do deslizamento dos fila-
mentos de actina sobre os de miosina.
Tecido cartilaginoso:
Tecido muscular estriado esquelético
- Rígido e avascular.
Musculatura ligada aos ossos.
- Funções: sustentação; revestimento das articulações;
Fibras alongadas, multinucleadas e com estrias transversais.
crescimento dos ossos longos.
Contração, em geral, voluntária.
— Matriz extracelular com colágeno; também pode apre-
sentar elastina, proteína que confere elasticidade. Grupos musculares com ação antagônica.
— Condroblastos: células jovens, com intensa atividade Organizado em feixes de fibras musculares paralelas.
secretora, que atuam na produção da substância fun- Cada fibra muscular apresenta as miofibrilas, que são
damental e das fibras proteicas. sequências de sarcômeros (miômeros). Os sarcômeros cor-
- Condrócitos: correspondem a condroblastos que dimi- respondem às unidades contráteis básicas da musculatura.
nuíram sua atividade. São encontrados em regiões de Na contração muscular, o deslizamento dos filamentos de
maior rigidez das cartilagens. actina sobre os filamentos de miosina causam o encurta-
— Condroclastos: células que degradam os componen- mento do sarcômero.
tes do tecido cartilaginoso. Atuam na remodelação das Tipos de fibras musculares esqueléticas
cartilagens.
Fibras tipo | (fibras vermelhas):
Tecido ósseo
— Possuem grande quantidade de mioglobina.
= Principal componente dos ossos. - Apresentam metabolismo aeróbico predominante, sendo
— Matriz óssea (matriz extracelular) com parte orgânica suscetíveis à fadiga muscular.

232 BIOLOGIA * Capítulo 13 « Histologia animal


- Contração lenta, porém duradoura. - Reserva de glicogênio (degradado em glicose, que pode
— Ligadas à realização de exercícios mais duradouros, de ser usada na respiração celular aeróbica e na fermen-
intensidade moderada e que exigem maior resistência, tação lática).
a exemplo de uma maratona. — Aglicose também pode ser fornecida às células muscu-
* Fibras tipo Il (fibras brancas): lares pela circulação sanguínea.
— Possuem pouca mioglobina e poucas mitocôndrias.
= Apresentam metabolismo anaeróbico predominante, Tecido muscular estriado cardíaco (miocárdio)
sendo mais suscetíveis à fadiga muscular.
Encontrado apenas no coração.
— Têm contração rápida e passageira.
Fibras com estrias transversais dotadas de um ou dois
- Eficientes na realização de exercícios intensos, porém
curtos, a exemplo de uma corrida de 100 metros rasos. núcleos.
Contração involuntária. O ritmo das contrações é deter-
Junção neuromuscular e o estímulo à contração
minado pelo próprio coração sob a influência do sistema
* Junção neuromuscular: sinapse entre as terminações axô-
nervoso autônomo.
nicas de um neurônio motor e a membrana plasmática da
fibra muscular. Discos intercalares: aumentam a adesão entre as células
e Na fenda sináptica, há liberação do neurotransmissor ace- vizinhas e permitem a rápida propagação dos impulsos
tilcolina. entre elas.

* O estímulo desencadeado pela acetilcolina leva à liberação


de íons cálcio (Ca?) pelo retículo sarcoplasmático (retículo Tecido muscular liso
endoplasmático não granuloso) no citosol. Células fusiformes (extremidades afiladas), dotadas de um
* Osfons Ca?' permitem a ligação dos filamentos de miosina núcleo central e desprovidas de estrias transversais.
aos filamentos de actina e o deslizamento desses filamentos
Contração involuntária, controlada pelo sistema nervoso.
uns sobre os outros, promovendo a contração muscular
mediante gasto de ATP. Participa de movimentos realizados por órgãos internos.
* Fontes de energia para a contração Encontrado em paredes de veias e artérias, órgãos do
- Reserva de ATP. sistema digestório, brônquios, útero, ureteres, músculos
= Reserva de fosfocreatina (fornece fosfato à síntese de ATP). intrínsecos dos olhos etc.

TT ETA ES

7 Textos BARBOSA, Flávia Amanda Costa. Quais as consequências do


O REVOLUCIONÁRIO método criado no Brasil para tratar uso de anabolizantes na adolescência? Portal da urologia,
queimaduras graves com pele de tilápia. BBC News 11 set. 2018. Disponível em: https://portaldaurologia.
Brasil, 8 jun. 2017. Disponível em: https://www.bbc.com/ org.br/publico/sbu-jovem/sbu-jovem-artigos/quais-as-
portuguese/geral-40199099. Acesso em: 23 fev. 2023. consequencias-do-uso-de-anabolizantes-na-adolescencia/.
A matéria apresenta o revolucionário método criado no Acesso em: 23 fev. 2023.
Brasil para tratar queimaduras graves utilizando pele A matéria apresenta algumas das consequências fisiológicas
de tilápia. do uso de anabolizantes na adolescência.

Exercícios complementares
1. Unicamp-SP 2021 Muitas células do corpo humano interagem entre si e com os componentes da matriz extracelular
para estabelecerem uma organização tridimensional (3D). O processo de agregação celular permite a realização de
experimentos em um modelo 3D de esferoides. A figura | representa, em plano 2D, a agregação celular 3D no esferoi-
de. Conforme crescem, os esferoides exibem geometria esférica com organização concêntrica de células nas zonas
de proliferação, de transição, e de células mortas. As concentrações de gases e outras moléculas diferem entre essas
zonas, como representado na figura Il em plano 2D.

() Pelo Eles pe RETO (1) CO,, resíduos Legenda:


O,, nutrientes, fatores
quantidade

de crescimento

Zona de proliferação - 4
Zona de transição --Ac Ac concentração

Células em Esferoide Zona de células mortas -----MNc---


suspensão

(Adaptado de R-Z. Lin e HY. Chang. Biotechnology Journal, Weinheim, v. 3, p. 1172-84, out. 2008.)
a) Explique a razão da organização dos esferoides com células proliferativas na região externa e células mortas na
região interna, como mostra a figura Il. Como o corpo humano, em situações fisiológicas, evita o surgimento de
zona de células mortas representadas na figura II?
b) Os enteroides são esferoides originados das células de revestimento do intestino humano e apresentam si-
milaridade com as células epiteliais que os originaram. Cite duas características morfológicas das células de
revestimento interno do intestino humano e suas respectivas funções.

2. UFPR 2017 O tecido epitelial do esôfago de animais é, geralmente, estratificado (possui várias camadas de células).
Em alguns casos, ele pode ser queratinizado. Que diferença existe entre os hábitos alimentares de animais com e
sem epitélio do esôfago queratinizado?

3. UEPG/PSS-PR 2019 Os tecidos epiteliais desempenham diversas funções no organismo, dependendo do órgão
onde se localizam. Assinale o que for correto sobre os epitélios e suas características.
01 As microvilosidades são projeções móveis da membrana celular do epitélio do sistema respiratório. Possuem
função de lubrificar os tecidos e aumentar a capacidade de absorção de nutrientes do epitélio.
02 As glândulas sebáceas são pequenas bolsas constituídas por células epiteliais glandulares. Sua função é lubrifi-
car a pele e os pelos, evitando seu ressecamento.
04 Visto a ausência de glândulas, terminações nervosas, vasos sanguíneos e receptores, o tecido epitelial possui
como característica exclusiva a proteção, funcionando como uma barreira protetora contra agentes externos.
08 Nos tecidos epiteliais, não há vasos sanguíneos. Os epitélios estão sempre associados a tecidos conjuntivos, nos
quais há vasos sanguíneos que nutrem e oxigenam as células epiteliais próximas.

Soma:

4. UEPG-PR 2014 Na figura abaixo são mostrados quatro tipos diferentes de epitélios. Associe o tipo de epitélio à sua
estrutura e localização em humanos. Assinale o que for correto.

Adaptado de: Lopes, S; Rosso, S. Bio. Volume 2. 2º ed. Editora Saraiva: São Paulo, 2010.

01 Em Item-se o epitélio simples cúbico. Esse epitélio é formado por uma só camada de células cúbicas. Entre ou-
tros locais, ocorre nos túbulos renais, tendo a função básica de absorção de substâncias úteis presentes na urina,
devolvendo-as para o sangue.
02 Na imagem Il tem-se o epitélio simples pavimentoso. Formado por células achatadas e dispostas em uma única
camada. É um epitélio que permite passagem de substâncias, sendo encontrado nos alvéolos pulmonares, reves-
tindo vasos sanguíneos e linfáticos.
04 Em Ill é mostrado o epitélio pseudoestratificado. Esse epitélio é formado por mais de uma camada de células,
com núcleos de tamanhos diferentes. Ocorre na cavidade nasal, na traqueia e nos brônquios, onde possui cílios
e glândulas mucosas. Auxilia na remoção de partículas estranhas das vias aéreas.
08 Na imagem IV é mostrado o epitélio simples prismático. É formado por uma camada de células altas, prismáticas.
Ocorre revestindo o estômago e os intestinos.
Soma:

5. UEPG-PR 2014 Os tecidos epiteliais, especialmente os de revestimento, são altamente resistentes à tração e suas
células dificilmente se separam umas das outras. Nesses, existem estruturas especializadas que participam do pro-
cesso de adesão. Com relação a essas estruturas e suas funções, assinale o que for correto.
01 A zônula de oclusão é a região onde há junção da membrana plasmática de células adjacentes nas áreas mais pró-
ximas do polo apical, estabelecendo uma barreira à entrada de macromoléculas no espaço entre células vizinhas.
02 As células epiteliais, além de unidas entre si, aderem à lâmina basal por meio de hemidesmossomos, cuja morfo-
logia é semelhante à de meio desmossomo.
04 Nas junções comunicantes tipo gap, as membranas plasmáticas de células adjacentes apresentam grupos
de proteínas específicas, que se dispõem formando canais que atravessam a bicamada de fosfolipídios das
membranas.

234 BIOLOGIA * Capítulo 13 = Histologia animal


08 A zônula de adesão corresponde a discos de ade- b) Descreva dois mecanismos que permitem a regu-
são entre as células com fusão das membranas lação térmica através da pele.
plasmáticas das células vizinhas. São formadas por c) Por que a pele é considerada um órgão?
duas partes que se unem, sendo uma delas locali-
zada em uma célula, e a outra, na célula vizinha. . UEG-GO A pele é um órgão importante na manuten-
16 Nos desmossomos, as células vizinhas estão fir- ção do metabolismo basal nos mamíferos e apresenta
memente unidas por uma substância intercelular uma complexidade em células especializadas e de
adesiva, mas suas membranas plasmáticas não diferentes tipos de tecidos. A respeito do assunto,
chegam a se tocar. responda ao que se pede:
a) Quais os tecidos constituintes desse órgão?
Soma:
b) Relacione a função das glândulas presentes na
- UFSC 2013 Os tecidos epiteliais são encontrados em pele enquanto característica adaptativa dos ma-
uma variedade de organismos animais ou vegetais de- míferos ao ambiente terrestre.
sempenhando diferentes funções. Com relação a este
10. USF-SP 2018 A pele é o maior órgão do nosso corpo e
tecido, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). serve de barreira contra a invasão de micro-organismos
01 Alguns epitélios são responsáveis pela produ- do exterior. Pacientes com queimaduras moderadas ou
ção de secreções como a adrenalina, a tiroxina e graves devem receber tratamento imediato, pois há risco
o leite. de complicações e até mesmo desenvolvimento de sepse.
02 Os tecidos epiteliais têm como principal caracte- As queimaduras são classificadas de acordo com a sua
rística o fato de serem uniestratificados. profundidade e tamanho, sendo geralmente mensuradas
04 As microvilosidades são especializações presen- pelo percentual da superfície corporal acometida. Classi-
tes no epitélio dos alvéolos e têm como principal camente, as queimaduras são denominadas de 1º, 2º e 3º
função aumentar a capacidade de trocas gasosas graus, de acordo com a camada acometida, sendo a de
(hematose). 3º grau a que atinge tecidos subcutâneos da pele.
Disponível em: https://www.mdsaude.com/2010/11/
os A pele é o melhor exemplo de tecido epitelial de queimaduras-grau.html. Acesso em: 11 out. 2017 (Adapt.).
revestimento.
16 O epitélio de revestimento das folhas é o principal Com base no texto e nos seus conhecimentos de bio-
responsável pela fotossíntese. logia, resolva o que se pede.
32 Os epitélios dos animais caracterizam-se por pos- a) Considerando que um indivíduo teve seus mem-
suírem muita substância intercelular e ausência bros superiores com queimadura de 1º grau e
de junções celulares. seus membros inferiores com queimadura de
64 Todos os tecidos epiteliais são originados a partir 2º grau, mencione quais os tecidos da pele que
da mesoderme na embriogênese. foram atingidos em cada caso, a origem embrio-
nária desses tecidos e a classificação geral deles.
Soma:
b) A pele exerce a ação de primeira linha de defesa
. UEM-PR Sobre os tecidos epiteliais, é correto afirmar no organismo, como menciona o texto. Descreva
que outras duas funções desse órgão.
01 o tecido epitelial glandular é formado por agrupa-
11. Udesc 2019 A pele é o maior órgão do corpo hu-
mento de células especializadas na produção de
mano, sendo responsável por diferentes funções de
secreção.
grande importância para a manutenção da vida.
02 o tecido epitelial de revestimento é classificado
Analise as proposições em relação à pele, e assinale
de acordo com o número de camadas e com a
(V) para verdadeira e (F) para falsa.
morfologia de suas células.
04 os tecidos epiteliais são vascularizados na epider- A camada mais externa da pele é chamada de
me e no intestino. epiderme. Esse tecido é constituído por células
08 o tecido epitelial se origina, embriologicamente, mortas e queratinizadas nos diferentes níveis da
da ectoderme. sua estratificação.
16 no intestino é encontrado o tecido epitelial do Os melanócitos são responsáveis pela formação
FRENTE 3

tipo pseudoestratificado ciliado. da melanina, a qual é capaz de absorver a radia-


ção ultravioleta, também neutraliza radicais livres
Soma:
formados pela ação da radiação.
- UFJF/Pism-MG 2017 A pele é o maior órgão do corpo Em dias quentes, os vasos sanguíneos da pele se
humano e desempenha diversas funções, tais como dilatam, facilitando a irradiação de calor do corpo
proteção contra agressões externas, perda de água para o meio.
do corpo, regulação térmica, além de ser responsável O produto das glândulas sebáceas é lançado nos fo-
pelo sentido do tato. lículos pilosos ou diretamente na superfície da pele.
a) Cite os dois principais tipos de tecidos presentes O produto das glândulas sudoríparas é constituído
na pele humana e diferencie-os considerando a de água, sódio, potássio, cloretos, ureia, amônia e
quantidade de matriz extracelular. ácido úrico.

235
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, 02 As células mesenquimatosas surgem diretamente
de cima para baixo. de células mesenquimatosas embrionárias. Es-
a) V>V>V-V-F tão presentes nos tecidos frouxos e nas cápsulas
b) V-F-V-V-v envoltórias de cartilagens, ossos e órgãos hemo-
c) V-F-V-V-F citopoéticos. São capazes de originar diversas
d) F>-V-V-V-v células do tecido conjuntivo.
e) V-V-V-F-F 04 Os condroblastos estão presentes nos tecidos
Z frouxos, têm forma estrelada e núcleo periféri-
12. Udesc A gordura em excesso é um fator de alerta
co. Produzem as fibras e a substância amorfa da
em relação às condições de saúde dos indivíduos.
matriz extracelular. Surgem de células mesenqui-
Profissionais que atuam na área de Fisioterapia
matosas embrionárias.
Dermato-funcional têm demonstrado a eficácia no
08 Os adipócitos presentes no tecido adiposo têm,
tratamento de gordura localizada pela aplicação de
quando adultos, forma arredondada e armazenam
ultrassom em células adiposas do tecido subcutâneo.
substâncias energéticas para momentos de neces-
Essa técnica permite o rompimento das membranas
sidade. Estas células surgem pela diferenciação de
das células de gordura.
células mesenquimatosas indiferenciadas.
Em relação ao contexto acima, cite:
16 Os osteoclastos presentes nas cartilagens e os-
a) duas funções do tecido adiposo em nosso corpo;
sos têm núcleo central e longos prolongamentos
b) dois tipos de lipídios contidos no organismo
citoplasmáticos. Produzem as fibras e a substân-
humano.
cia amorfa da matriz óssea.
13. UEPG-PR 2018 Os tecidos conjuntivos unem e susten- Soma:
tam outros tecidos. Suas células podem ser de vários
tipos e estão geralmente separadas umas das outras 15. UEPG-PR 2014 Os tecidos conjuntivos formam-se
pela matriz intercelular. Quanto às características deste do mesênquima, um tecido embrionário originado da
tecido e suas células, assinale o que for correto. mesoderme. Com relação às características desse te-
01 O tecido conjuntivo denso modelado (ou tecido cido, assinale o que for correto.
conjuntivo denso tendinoso) possui fibras grossas 01 Esses tipos de tecidos apresentam grande quanti-
orientadas paralelamente, tornando-o bastante dade de substância intercelular (matriz extracelular)
resistente e pouco elástico. Esse tecido constitui formada por proteínas fibrosas (fibras), que ficam
os tendões e ligamentos. imersas na substância fundamental, também cha-
02 Os fibroblastos são as células mais abundan- mada de substância fundamental amorfa.
tes nos tecidos conjuntivos. Possuem forma 02 Os tecidos conjuntivos são divididos em: propria-
estrelada e núcleo grande, além de retículo en- mente dito frouxo e denso; adiposo; cartilaginoso;
doplasmático granuloso e complexo golgiense ósseo e hematopoiético.
bem desenvolvidos, indicando intensa atividade 04 O tecido conjuntivo propriamente dito frouxo
na produção de proteínas. possui poucas fibras; é delicado e flexível e está
04 Os plasmócitos são células globosas do tecido espalhado por todo o corpo, preenchendo espa-
conjuntivo denso, responsáveis pela atividade fa- ços e servindo de apoio aos epitélios, sustentando
gocitária. São particularmente bem desenvolvidos os órgãos.
em alguns tecidos, como o endoméftrio. 08 O tecido conjuntivo cartilaginoso possui glicídios
08 O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo e glicoproteínas, além de fibras colágenas e elás-
denso, o qual possui células alongadas com gran- ticas, que lhe dão consistência firme e flexível,
de núcleo central e que armazenam gotículas de tornando-o capaz de sustentar diversas partes do
gordura, localizadas na periferia da membrana. corpo e permitindo flexibilidade de movimento.
Tem como função principal a proteção mecânica 16 O excesso de tecido adiposo, principalmente no
de órgãos vitais, tais como coração, pulmões e abdome, com a obesidade, predispõe a um ris-
intestino. co maior de doenças cardiovasculares e diabete
16 O tecido cartilaginoso apresenta matriz extrace- tipo 2.
lular rígida. A alta vascularização desse tecido Soma:
permite que o mesmo promova a nutrição dos te-
cidos adjacentes. 16. UEM-PR Sobre os tecidos conjuntivos que atuam
unindo outros tecidos e conferindo-lhes sustentação
Soma:
e nutrição, é correto afirmar que
14. UEPG-PR 2016 Com relação aos tipos de células dos 01 a histamina, liberada pelos mastócitos, é o prin-
tecidos conjuntivos, suas características principais e cipal agente nos processos alérgicos e inflamató-
origem celular, assinale o que for correto. rios dos tecidos.
01 Os osteoblastos presentes nos ossos são gran- 02 as fibras elásticas e colágenas, presentes no te-
des e multinucleados. Degradam a matriz óssea, cido conjuntivo dérmico, são responsáveis pela
promovendo a reciclagem do tecido. elasticidade e pela resistência da pele humana.

236 BIOLOGIA «= Capítulo 13 * Histologia animal


04 os condroblastos são células do tecido ósseo Hl. Permite a movimentação dos órgãos internos,
responsáveis pela regeneração das superfícies como batimentos cardíacos, pulsação das arté-
ósseas lesadas ou envelhecidas. rias, eliminação das secreções e excreções pelas
08 os macrófagos originam-se dos monócitos e glândulas, entre outros.
apresentam intensa atividade fagocitária, atuando 01 |— Tecido epitelial.
no mecanismo de defesa dos tecidos. 02 Ile Ill — Tecido conjuntivo.
16 o tecido cartilaginoso não apresenta vasos san- 04 IV — Tecido muscular.
guíneos, sua nutrição é realizada através do 08 le Il — Tecido nervoso.
pericôndrio. 16 Ile IV — Tecido hematopoiético.
Soma: Soma:

17. Unesp 2021 Para mimetizar um tecido e obter uma 20. Unesp 2016 As Olimpíadas de 2016 no Brasil contarão
estrutura para enxertos em humanos, um grupo de pes- com 42 esportes diferentes. Dentre as modalidades
quisadores utilizou a espongina, composta por colágeno, de atletismo, teremos a corrida dos 100 metros rasos
e a biossílica das espículas provenientes de um inver- e a maratona, com percurso de pouco mais de 42 km.
tebrado. A associação da parte orgânica com a parte A musculatura esquelética dos atletas que competirão
inorgânica resultou em um compósito com propriedades nessas duas modalidades apresenta uma composição
muito similares às do tecido humano. distinta de fibras. As fibras musculares do tipo | são
(Karina Ninni. https://agencia.fapesp.br, 10.09.2020. de contração lenta, possuem muita irrigação sanguí-
Adaptado.)
nea e muitas mitocôndrias. Ao contrário, as fibras do
O filo a que pertence o invertebrado mencionado e tipo Il são de contração rápida, pouco irrigadas e com
um órgão humano que poderá receber o enxerto são poucas mitocôndrias. As fibras do tipo I têm muita mio-
a) porífera e fêmur. globina, uma proteína transportadora de moléculas de
b) cnidária e dente. gás oxigênio que confere a estas fibras coloração ver-
c) porífera e disco intervertebral. melha escura, ao passo que as do tipo Il têm pouca
d) cnidária e pele. mioglobina, sendo mais claras. A imagem ilustra a dis-
e) cnidária e bíceps. posição das fibras musculares de cortes histológicos
transversais, vistas ao microscópio, da musculatura
18. UFJF/Pism-MG 2017 Em relação ao tecido conjuntivo,
dos atletas Carlos e João. Cada atleta compete em
leia as afirmativas a seguir:
uma dessas duas modalidades.
l É o mais diversificado de todos, com ampla distri-
buição pelo corpo dos animais; apresenta-se com
Carlos
diversos aspectos e funções.
Il. Sendo uma estrutura complexa, pode ser forma-
do por vários tipos de fibras como colágenas,
elásticas e reticulares.
A doença escorbuto ocasiona uma degeneração
dos tecidos conjuntivos.
IV. O sangue é considerado um tecido conjuntivo
cujas células estão imersas no plasma sanguíneo.
V. Otecido conjuntivo que resiste a forças da tração
é o tipo de tecido denso não modelado.
Assinale a alternativa com as afirmativas CORRETAS:
a) LILILIV ev.
b) somente | lle IV.
c) somente |, llle IV.
d) somente |, Il, Ille IV.
e) somente |, Ill, IV e V.
ES)

19. UEPG-PR 2016 Analise os itens a seguir e correlacio-


ne as funções/tipos celulares aos respectivos tecidos
(listados nas alternativas) e assinale o que for correto. (wwwictorisugentbe)

Il. Apresenta como funções a proteção, absorção e Por que é possível afirmar que Carlos é o atleta que
secreção de substâncias e a percepção de sen- compete na maratona? Que metabolismo energético
sações. Os fibroblastos e os condroblastos são predomina em suas fibras musculares?
exemplos de células presentes neste tecido. Determine o metabolismo energético que predomina
l. Contém células especializadas no armazena- nas fibras musculares de João e explique por que ele
mento de gordura (os adipócitos), as quais reser- é mais suscetível à fadiga muscular quando submeti-
vam energia. do ao exercício físico intenso e prolongado.

237
21. UEPG-PR 2016 Existem três tipos de tecido muscular, os quais diferem entre si pelas características de suas células
e pela localização no organismo. Considerando o tecido muscular, assinale o que for correto.
01 O tecido muscular estriado cardíaco é encontrado apenas no coração. Suas células são longas, ramificadas, com
estrias transversais e contraem-se de forma involuntária e ritmada.
02 Entre as funções do tecido muscular liso estão: empurrar o alimento ao longo do tubo digestório e regular o fluxo
de sangue por meio do controle do diâmetro dos vasos, contraindo-se involuntariamente.
04 As miofibrilas dos músculos estriados são constituídas pelas proteínas miosina e actina, as quais organizam-se
em filamentos. A contração ocorre quando os filamentos de actina deslizam sobre os filamentos de miosina, di-
minuindo, assim, o comprimento do miômero (ou sarcômero).
08 O processo de contração de um tecido muscular estriado esquelético é voluntário (por exemplo, movimento das
pernas ao caminhar), processo, então, que não depende do sistema nervoso.
Soma:

22. UEPG-PR 2016 A contração muscular é um processo fisiológico de alto custo energético. Com relação aos processos
que fornecem energia para a contração muscular, assinale o que for correto.
01 As fibras musculares possuem moléculas de fosfato de creatina, ou fosfocreatina, uma substância altamente
energética presente nas fibras musculares em uma concentração cerca de 10 vezes maior que o ATP.
02 Durante um exercício, à medida que o estoque de ATP vai sendo utilizado, a célula muscular transfere fosfatos ener-
géticos das moléculas de fosfocreatina para moléculas ADP, gerando mais ATP.
04 As células musculares armazenam grande quantidade de glicogênio, um polissacarídeo formado por centenas de
moléculas de glicose unidas entre si.
08 O ácido lático produzido nos músculos é transportado pelo sangue até os rins, onde é totalmente excretado com
a urina.
16 A fermentação lática ocorre nas fibras musculares durante um exercício muscular muito intenso. Nesse caso,
após esgotarem-se as reservas de gás oxigênio ligado à mioglobina, as fibras musculares passam a produzir
ATP por meio da fermentação lática.
Soma:

23. UEPG-PR 2021 O tecido conjuntivo tem como uma de suas funções a sustentação, sendo o osso e a cartilagem
exemplos de tipos de tecido conjuntivo. Sobre os tecidos ósseo e cartilaginoso, assinale o que for correto.
01 Há uma grande quantidade de matriz extracelular formada por proteínas fibrosas e substância amorfa.
02 O tecido cartilaginoso pode ser encontrado nas articulações, cobrindo a superfície dos ossos.
04 O tecido ósseo apresenta rigidez, característica conferida pela associação das fibras colágenas com cristais de
fosfato de cálcio.
08 Muitos ossos apresentam uma organização em sistemas haversianos, sendo que no canal central desse siste-
ma passam vasos sanguíneos e nervos.
16 O tecido cartilaginoso, assim como o tecido ósseo, possui vasos sanguíneos.
Soma:

24. Uerj 2023 A prática contínua de exercícios físicos aeróbicos de longa duração resulta no aumento de determinados
parâmetros dos músculos estriados esqueléticos, envolvidos nessa atividade.
Um desses parâmetros é:
a) o número de fibroblastos. c) proporção de fibras vermelhas.
b) densidade de colágeno. d) concentração de hemoglobina.

25. UEPG-PR Por ocasião das Olimpíadas sempre vem à tona a importância da prática de exercícios físicos. Assim, assinale o
que for correto com relação aos tecidos musculares e processos de contração muscular.
01 As células musculares são chamadas de fibras musculares (ou miócitos) e seus constituintes recebem denomi-
nações especiais. O seu citoplasma recebe o nome de sarcoplasma, o retículo endoplasmático é cnamado de
retículo sarcoplasmático e a membrana plasmática é o sarcolema.
02 Quando se move contrai-se um tipo de músculo que se prende aos nossos ossos: músculo estriado esquelético
— formado por longas células cilíndricas e plurinucleadas.
04 O processo de contração muscular deve-se ao encurtamento de miofibrilas compostas de dois tipos de açúcares:
miosina e actina. O deslizamento dessas estruturas, umas sobre as outras, libera energia suficiente para o processo
de contração.
08 O tecido muscular estriado cardíaco possui células longas e mononucleadas, que se contraem voluntariamente e
de maneira lenta, fazendo com que o coração bata de uma maneira constante e ritmada.
Soma:

238 BIOLOGIA * Capítulo 13 » Histologia animal


26. USF-SP 2018 O estudo do transporte e regulação do íon cálcio no coração tem-se estendido e o projeto “Transporte de
cálcio em miócitos ventriculares de ratos durante o desenvolvimento pós-natal” é um exemplo disso.
Sendo um íon responsável pela contração do músculo cardíaco, há fortes indicações de que muitas doenças que levam
a insuficiências nas funções do coração, como hipertensão arterial, isquemia miocárdica, hipertrofia e distúrbio de ritmo,
estão ligadas a alterações no transporte de cálcio.
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/1999/03/01/dentro-do-coracao/. 11 out. 2017 (Adapt.).

Com base nos conhecimentos sobre o íon cálcio no organismo, é correto afirmar que
a) ele é responsável pela contração do músculo cardíaco porque promove os deslizamentos dos miofilamentos
delgados de miosina sobre os miofilamentos espessos de actina.
b) a ocorrência do relaxamento da célula muscular cardíaca depende do gasto energético para a remoção do cálcio
e devolução ao interior do retículo endoplasmático rugoso.
c) ele atua na contração dos miócitos, na coagulação sanguínea e na transmissão do impulso nervoso.
d) se houver uma redução da concentração de paratormônio, também ocorrerá um aumento na concentração do
cálcio na circulação sanguínea, e doenças que levam à insuficiência cardíaca tornam-se menos prováveis.
e) otransporte dele em miócitos ventriculares de ratos, durante o desenvolvimento pós-natal, envolve a sua passa-
gem pelo tonoplasto.

27. FMJ-SP 2021 Os músculos estriados esqueléticos estão relacionados ao andar dos seres humanos e de outros
animais terrestres, bem como ao nadar dos peixes e ao voar das aves e morcegos. Por causa dos movimentos do
coração, o músculo estriado cardíaco bombeia o sangue, que atinge várias regiões do corpo. Outro grupo principal
de músculos é o dos lisos, presentes nos intestinos, no útero, nos vasos sanguíneos e nos olhos, onde desempe-
nham diferentes funções.
a) Cite duas funções dos músculos intrínsecos (internos), presentes nos olhos, que possibilitam a visão.
b) Os músculos estriados possuem fibras musculares com muitas moléculas de mioglobina e com retículo sarco-
plasmático desenvolvido (ou retículo endoplasmático agranular). Explique a importância dessas características
encontradas no sarcoplasma das fibras musculares.

28. CUSC-SP 2017 Existe um tipo de músculo que atua principalmente no movimento e na sustentação do corpo humano,
outro tipo que auxilia no transporte de sangue e um terceiro tipo de músculo, de controle involuntário, que participa, por
exemplo, do peristaltismo.
a) Cite o tipo de músculo que participa do peristaltismo. Cite uma característica morfológica da célula que forma
esse músculo.
b) O coração é formado por um tipo de músculo que, ao contrair-se, permite impulsionar o sangue para o corpo.
Quando corremos ou andamos, outros músculos também auxiliam no deslocamento sanguíneo. Explique como o
movimento dos músculos da perna sobre as veias auxilia no retorno do sangue ao coração.

1. Enem 2016 A perda de massa muscular é comum com a idade, porém, é na faixa dos 60 anos que ela se torna clinicamente
perceptível e suas consequências começam a incomodar no dia a dia, quando simples atos de subir escadas ou ir à padaria
se tomam sacrifícios. Esse processo tem nome: sarcopenia. Essa condição ocasiona a perda da força e qualidade dos mús-
culos e tem um impacto significante na saúde.
Disponível em: www.infoescola.com. Acesso em: 15 fev. 2023 (adaptado).

A sarcopenia é inerente ao envelhecimento, mas seu quadro e consequentes danos podem ser retardados com a
prática de exercícios físicos, cujos resultados mais rápidos são alcançados com o(a)
a) hidroginástica.
b) alongamento.
c) musculação.
d) corrida.
e) dança.

239
2. CPS-SP 2019 A pele é o maior órgão do corpo humano, revestindo toda a superfície corporal. Funciona como uma
barreira protetora contra as radiações solares, particularmente os raios ultravioletas, lembrando que a exposição ex-
cessiva ao sol aumenta drasticamente o risco de câncer de pele.
A pele atua também na proteção contra agentes mecânicos (atrito e pressões), químicos (substâncias prejudiciais)
e biológicos (microrganismos patogênicos). Além disso, evita a excessiva perda de água, desempenha importante
papel na manutenção de nossa temperatura corporal e na elaboração de metabólitos.

Considerando as principais funções desse órgão, é correto afirmar que


a) a presença de uma epiderme queratinizada, do ponto de vista adaptativo, está diretamente relacionada à reserva
nutritiva.
b) as glândulas sudoríparas são responsáveis pela produção do suor, ajudando a elevar a temperatura do corpo,
ao ser eliminado.
c) a transpiração diminui em dias frios e os vasos sanguíneos da pele se dilatam, o que aumenta a perda de calor
e mantém o corpo aquecido.
d) a transpiração aumenta em dias quentes e os vasos sanguíneos da pele se contraem, o que diminui a irradiação de
calor para o meio, esfriando o corpo.
e) a exposição da pele aos raios ultravioleta pode causar vermelhidão, queimaduras e também estimula a produção
de melanina, que a protege dos efeitos negativos da radiação.

3. IFSC 2014 Leia o texto abaixo para responder à questão.

Pesquisa: uma em cada cinco crianças consome vegetais diariamente


Um novo estudo, conduzido pela Vouchercloud.com, concluiu que apenas uma em cada cinco crianças consome
vegetais todos os dias, e a maioria estaria substituindo alimentos saudáveis por comidas processadas. A pesquisa contou
com 1912 pais de crianças com 10 anos ou menos e também descobriu que uma criança come, em média, apenas cinco
diferentes tipos de refeições por semana no Reino Unido. [...] Ainda, mais de 61% dos pais consideraram a dieta das
crianças limitada, enquanto apenas 23% disseram ter tentado ampliar as preferências dos filhos em relação à alimen-
tação. “É surpreendente a pequena quantidade de refeições que a criança média consome no Reino Unido. Mas com
tão poucos pais tentando aumentar as opções nas dietas dos filhos, entendemos o porquê”, disse Matthew Wood, da
Vochercloud.com. Estas descobertas alarmantes acontecem após a revelação de que um terço das crianças do ensino
fundamental está com sobrepeso ou até mesmo obesas. No ano passado, foi descoberto também que adolescentes de
apenas 14 anos estão se submetendo a cirurgias para perda de peso, sendo que 45 já fizeram a operação na Inglaterra,
desde 2007.
Fonte: http:/www.jb.com.br/ciencia-etecnologia/noticias/2014/03/05/pesquisa-uma-em-cada-cinco-criancas-consome-vegetaisdiariamente/.
Acesso: 7 mar. 2014.

Considerando o texto e o tema tecido adiposo, assinale a alternativa CORRETA.


a) O tecido adiposo não possui função benéfica ao nosso organismo. Sendo assim, os alimentos com lipídeos de-
vem ser eliminados completamente da nossa dieta alimentar.
b) As pessoas não precisam consultar médicos para adquirir medicamentos para a obesidade e devem comprá-los
pela internet.
c) As principais células que compõem o tecido adiposo são chamadas fibrócitos e fibroblastos.
d) As causas da obesidade infantil são muitas, mas pesam os hábitos alimentares baseados no fast-food, salga-
dinhos e guloseimas e as horas passadas em frente da televisão ou jogando video game. Porém, como as
crianças e jovens estão em período de crescimento, não se faz necessário uma dieta balanceada e a prática
de atividade física.
e) Embora o tecido adiposo em excesso no organismo seja indesejado, ele pode desempenhar funções importan-
tes como: isolante térmico, reserva de energia (os triglicerídeos); e proteção contra choques mecânicos.

240 BIOLOGIA * Capítulo 13 = Histologia animal


Gabarito

de 50% cada. Já no arranjo trans, em 6. a) A interação gênica é a epistasia


Frente 1 que cada cromossomo do par contém recessiva, na qual o alelo e, em
um alelo dominante e um recessivo, são homozigose, inibe a expressão do
Capítulo 13 — Interações e formados dois tipos de gametas: Ab e outro par de genes.
ligações gênicas aB, na proporção de 50% cada. b) A probabilidade de o casal ter um
9. A taxa de recombinação (TR) representa descendente marrom (bbE_) é de 1/8,
Revisando ou 12,5%.
a porcentagem de gametas recombinan-
1. A interação gênica pode ser definida tes formados por meio de crossing over c) O genótipo do macho dourado é
pelas relações estabelecidas entre dois entre dois genes. Quanto mais distantes BBee, o da fêmea marrom é bbEe, o
ou mais genes, que se localizam em cro- os genes estiverem no cromossomo, dos filhotes pretos é BbEe e o dos
mossomos homólogos diferentes, e que maior será a probabilidade de haver filhotes dourados é Bbee.
influenciam na determinação de uma crossing over e mais alta será a TR. Por 7. O tipo de herança encontrada no padrão
característica. isso, esse parâmetro indica a distância de pelagem desses cães é a epistasia
2. A diferença se dá porque, na interação entre dois genes e pode ser usada na recessiva, na qual na qual o alelo e, em
gênica, são dois genes interagindo e construção de mapas genéticos. homozigose, inibe a expressão do outro
influenciando a expressão de apenas 10. Como os alelos estão em arranjo trans, par de alelos, B e b, impedindo a depo-
uma característica. Já na segunda lei de sição de pigmentos na pelagem. O casal
os gametas parentais são Ab (40%) e aB
Mendel, dois genes são responsáveis de pelagem chocolate tem genótipo
(40%), enquanto os recombinantes são
por determinar duas características. bbEe, e a probabilidade de esse casal
AB (10%) e ab (10%).
gerar um filhote de pelagem chocolate
3. A epistasia consiste em um tipo de relação
Exercícios propostos é de 3/4, ou 75%.
na qual um par de alelos de determinado
gene (epistático) inibe a expressão de ou- 8. a) O genótipo do filhote marrom é
1. C 4. A 7. B aabb e o do parental preto homozi-
tro gene (hipostático).
2. A 5. A goto é aaBb.
4. Em casos de epistasia, o alelo dominan-
te de um gene é responsável por inibir a 3. E 6. B b) Espera-se encontrar 3 filhotes pretos
expressão de outro gene. Em oposição, 8. Soma: 01 + 04 = 05 nessa ninhada.
a epistasia recessiva se dá quando o 9. C 12. C 15. A 18. A 21. A 9. Apenas os indivíduos com genótipos
alelo recessivo de um gene inibe a ex- AAbb ou Aabb expressam asas colori-
pressão de outro gene. 10. D 13. E 16. C 19. C das. Os demais genótipos expressam
5. A proporção fenotípica esperada em F2 11. B 14. E 17. E 20. C asas brancas. Se o cruzamento com o
de um casal de heterozigotos (AaIi) em macho I gerou apenas descendentes
casos de epistasia dominante é de 12:3:1,
Exercícios complementares com asas coloridas (A_bb), podemos
pois, são somados os 3 indivíduos com 1. Soma: 02 + 08 + 16 = 26 afirmar que o genótipo desse macho é
genótipo A_ii aos 9 indivíduos A_B_. Já AAbb, e que a fêmea é homozigota para
2. Soma: 01 + 02 + 08 = 11 o alelo b. Se o cruzamento com o macho II
a proporção fenotípica esperada em F2
de um casal de heterozigotos (AaIi) em 3. a) Os possíveis fenótipos do cruzamento gerou 50% de descendentes com asas
casos de epistasia recessiva é de 9:3:4, são pelagem preta e pelagem branca. coloridas (A_bb) e 50% de descenden-
pois são somados os 3 indivíduos com b) Por se tratar de cruzamento-teste, tes com asas brancas (_ _bb), podemos
genótipo aaI_ ao indivíduo aaii. afirmar que o genótipo desse macho é
um dos indivíduos (no caso, a fêmea),
Aabb, e que o da fêmea é aabb.
6. A herança quantitativa ou poligênica se é duplo-homozigoto recessivo (neste
O cruzamento entre duas borboletas du-
dá quando ao menos dois genes não caso, mmbb). Já o macho tem genóti-
plo-heterozigotas gera descendentes na
alelos participam de modo aditivo na ex- po MmBb. A probabilidade de nascer
proporção fenotípica de 13/16 borboletas
pressão de uma característica. Os alelos um filhote marrom é de 1/4.
com asas brancas e 3/16 borboletas com
aditivos contribuem de modo cumulativo
4. a) Para um casal de albinos ter filhos asas coloridas. Portanto, das 112 borbole-
para a expressão de uma característica,
com capacidade de produzir mela- tas, 21 terão asas brancas.
ou seja, quanto mais alelos aditivos um
nina, os dois devem ter genótipos 10. a) São esperados 3/16 indivíduos com
indivíduo apresentar, mais expressiva
aaBB e AAbb. flores amarelas.
será a característica determinada por
aqueles alelos. b) A probabilidade de o casal gerar uma b) Para as plantas, o principal benefí-
criança com genótipo dd é de 1/9, ou cio da polinização é a fecundação
7. A ligação gênica ocorre quando ao
11,11%. cruzada. Para os insetos, o principal
menos dois genes diferentes estão lo-
calizados em um mesmo cromossomo, c) benefício é a alimentação, pelo con-
não havendo segregação independente sumo do néctar das plantas.
de um em relação ao outro. Dd Dd Dd Dd 11. a) No caso descrito, cada alelo aditivo
8. Em casos de segregação independente, reduz a concentração necessária de
são formados quatro tipos de gametas nitrogênio em 2%. Assim, indivíduos
(AB, Ab, aB e ab), na proporção de 25% dd D_ D_ dd AaBbDd, com três alelos aditivos,
para cada tipo. Já em casos de ligação precisam de 8% de nitrogênio nos
gênica, os alelos que estão no mesmo 5. a) Os genótipos que condicionam a pela- fertilizantes do solo.
cromossomo tendem a ser herdados gem dourada são eeBB, eeBb e eebb.
b) As plantas com menor necessidade
juntos na formação dos gametas. Assim, b) O genótipo do macho é EeBb e o de concentração de nitrogênio e resis-
no arranjo cis, em que os alelos domi- da fêmea é Eebb. Portanto, a proba- tência ao oídio têm genótipo AABBdd,
nantes estão em um cromossomo e os bilidade de esse casal ter um filhote cuja proporção na F2 é de 1/64. Do
recessivos, em outro, são formados dois com pelagem dourada (ee_ _) é de total de 192 plantas, essa proporção
tipos de gametas: AB e ab, na proporção 1/4, ou 25%. corresponde a 3 plantas.

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12. a) O resultado exemplifica herança quan- (7,5% + 7,5%). Por fim, a distân- indivíduos do sexo feminino apresen-
titativa, caracterizada pelo efeito aditivo cia entre F e H é a soma das duas tam o par de cromossomos XX.
dos alelos envolvidos na herança de distâncias encontradas, ou seja, 20 d) O sexo heterogamético é o mascu-
uma característica. UR. Pela segunda lei de Mendel, se- lino (espermatozoides X ou Y) e o
b) O genótipo da planta que produz riam esperadas frequências fenotípicas
sexo homogamético é o feminino
frutos de 180 g é AaBbCc. Do cru- iguais para cada fenótipo, já que os
(óvulos somente X).
zamento entre plantas com frutos de pares de genes se encontram em
cromossomos homólogos distintos e 2. As regiões heterólogas dos cromosso-
140 g (Aabbcc) e de 220 g (AaBBCC),
segregam-se independentemente. mos X e Y têm diferentes genes. Nas
metade das plantas geradas terão
regiões homólogas, os genes presen-
frutos com 180 g. 19. a) Os gametas recombinantes são Ab
e aB. tes no cromossomo X estão presentes
13. Soma: 01 + 08 = 09 também no cromossomo Y.
b) A frequência de descendentes com
14. a) Três genes (seis alelos) estão atuan- 3. Não, no sistema ZW, o sexo feminino é
frutos vermelhos e flores brancas
do na herança da altura do milho. heterogamético (ZW) e o sexo masculi-
(Ab/ab) é de 7,5%, ou seja, 75 se-
b) Cada alelo aditivo adiciona 25 cm à mentes originarão plantas com esse no é homogamético (ZZ).
altura da planta. As plantas da geração fenótipo. 4. A determinação do sexo em abelhas
F1 (genótipo AaBbCc) têm três alelos depende da fecundação. Caso haja
20. a) Os genes analisados nas situações A
aditivos, portanto medem 225 cm fecundação do ovo (n) pelo espermato-
e B estão em linkage, isto é, estão no
de altura. mesmo par de cromossomos homó- zoide (n), o zigoto originará uma fêmea
c) Pelo triângulo de Pascal, a propor- logos e podem sofrer crossing over. diploide (2n). Caso o ovo (n) se de-
ção de plantas com 250 cm de b) Na situação B, a taxa de recombina- senvolva sem fecundação, um macho
altura (quatro alelos aditivos) é ção (ou taxa de permutação) é de haploide (n) será originado. Além disso,
de 15/64. Portanto, na geração F2, 36,5%, e os genes estão ligados no a diferenciação entre fêmeas rainhas e
90 plantas terão essa altura. arranjo trans (Am/aM). operárias se dá pelo consumo ou não
15. a) Na fecundação, ocorre a fusão do de geleia real, o que influenciará as ca-
c) Na situação A, uma planta duplamen-
material genético do espermatozoide racterísticas fenotípicas de ambas.
te heterozigota (PpLl) pode produzir
e do óvulo. Caso não houvesse a re- os gametas parentais PL e pl e os 5. Soma: 02 + 08 + 16 = 26
dução da ploidia na gametogênese, o gametas recombinantes Pl e pL. 6. Espera-se que o sexo masculino tenha
lote cromossômico de uma espécie
21. a) Sem permutação, serão formados maior percentual de indivíduos afetados,
dobraria a cada geração. A redução
os gametas Ab e aB. já que basta a presença de um alelo re-
da ploidia ocorre durante a anáfase I.
b) Se 36% das células germinativas so- cessivo no genótipo (XaY) para que um
b) Com os genes em ligação gênica homem seja afetado. Já no caso de mu-
frem permutação, a taxa de recombi-
do tipo cis (AB/ab), serão formados lheres, apenas mulheres homozigotas
nação é de 18%. Como a proporção de
gametas AB e ab. Com os genes gametas recombinantes é a mesma recessivas (XaXa) serão afetadas.
localizados em diferentes pares de entre eles, a frequência de gametas 7. Na herança influenciada pelo sexo, os
cromossomos homólogos, podem recombinantes ab é de 9%. genes autossômicos apresentam compor-
ser formados os gametas AB, Ab,
tamento diferente em relação à dominância
aB e ab. BNCC em foco e recessividade, de acordo com o sexo
16. a) O genótipo da planta que produziu do indivíduo.
1. a) A herança que explica os resulta-
frutos redondos e brancos é Aabb. As
dos obtidos é epistasia recessiva. 8. No processo de fecundação, apenas a
proporções fenotípicas estão relacio-
nadas com a segunda lei de Mendel. b) Os genitores têm genótipo AaBb. cabeça do espermatozoide alcança o
Na descendência, as flores são pro- citoplasma do óvulo. Como as mitocôn-
b) Caso os dois genes estivessem lo-
duzidas na proporção de 9/16 A_B_ drias do espermatozoide se localizam na
calizados no mesmo cromossomo e
(cor variegada), 3/16 aaB_ (cor roxa), peça intermediária (estrutura que não pe-
não ocorresse permutação, seriam
3/16 A_bb (cor branca) e 1/16 aabb netra o óvulo), as mitocôndrias do zigoto
esperados 50% de frutos redondos
(cor branca). são exclusivamente de origem materna.
e vermelhos e 50% de frutos alon-
gados e brancos. Caso ocorresse c) Será necessário realizar pelo me- 9. A cromatina sexual, também chamada de
permutação, seriam esperados tam- nos 9 cruzamentos, que produzirão corpúsculo de Barr, é o nome dado ao cro-
bém frutos redondos e brancos e 54 flores roxas e 72 flores brancas. mossomo X que sofre inativação em cada
frutos alongados e vermelhos, mas 2. Soma: 02 + 08 = 10 célula do indivíduo do sexo feminino.
em menores proporções. 3. D 10. Cada célula de indivíduos do sexo mascu-
17. Soma: 01 + 02 = 03 lino contém somente uma cópia do
cromossomo X. Assim, devido ao meca-
18. a) A pesquisadora obteve sucesso
nismo de compensação de dose, que
porque o crossing over ocorre du-
rante a prófase I. Na metáfase I (fase Capítulo 14 — Herança possibilita que a quantidade de produtos
proteicos derivados do cromossomo X
analisada por Lowell Fitz Randolph), relacionada ao sexo seja o mesmo entre homens e mulhe-
o fenômeno já havia ocorrido. Por
res, a inativação desse cromossomo não
ser um processo de recombinação Revisando
gênica, o crossing over possibilita a ocorre em indivíduos do sexo masculino.
produção de gametas com genóti- 1. a) O sistema de determinação cro-
mossômica do sexo no ser humano Exercícios propostos
pos distintos dos parentais, o que
aumenta a variabilidade genética é o sistema XY.
1. Soma: 04
da população. b) Em uma célula diploide são en-
2. A 4. C 6. E
b) É possível inferir que a distância contrados 23 pares, ou seja, 46
cromossomos. 3. D 5. B 7. B
entre os genes F e G é de 5 UR
(2,5% + 2,5%), e que a distância c) Indivíduos do sexo masculino apre- 8. Soma: 08 + 16 = 24
entre os genes G e H é de 15 UR sentam o par de cromossomos XY e 9. A 10. B 11. A 12. A

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13. E 7. a) Podem ser citados os cones e os b) Não. Como a doença não é autos-
14. Soma: 01 + 04 = 05 bastonetes. Os vasos sanguíneos for- sômica, mas ligada ao cromossomo
necem oxigênio e nutrientes às células X, não há possibilidade de o primo
15. C
da retina, e retiram delas produtos do de Raquel ser portador do alelo re-
16. Soma: 16 metabolismo, muitas vezes danosos cessivo sem manifestar a doença.
17. B 19. D 21. D às células. Assim, caso um dos gêmeos tenha
18. B 20. C b) No caso em que a RP é de herança a doença, o alelo recessivo virá, ne-
autossômica dominante, o alelo estaria cessariamente, de Raquel.
Exercícios complementares no locus I do cromossomo 3. Entre as 14. No primeiro cruzamento, o genótipo da
famílias, a família Andrade apresenta fêmea é XBXb , e os descendentes
1. a) O alelo dominante foi herdado da
RP determinada por alelo ligado ao X, de olhos brancos são todos machos
mãe, uma vez que a criança é do
pois os pais não são afetados e dois (XbY). Do segundo cruzamento, espera-
sexo masculino e herdou o cromos-
filhos homens são, o que indica que a -se que 25% da prole seja de machos
somo Y de seu pai. O fenômeno foi
mãe é portadora do alelo recessivo. A de olhos brancos e 25%, de fêmeas de
o crossing over, que ocorreu entre
probabilidade de o próximo filho do olhos brancos.
os cromossomos da mãe.
casal ter RP é de 1/4, ou 25%. 15. B
b) Os gametas com alelos recessivos
(am) são parentais. Como a taxa de 8. Soma: 01 + 02 = 03 16. a) O loco gênico está no cromossomo X,
recombinação é de 26%, conclui-se 9. a) O gene mutante para o daltonismo se pois, se estivesse no Y, somente
que 74% dos gametas formados se- manifesta nos cones, células fotorre- homens seriam afetados. O alelo A1
rão parentais. Desses, metade (37%) ceptoras que compõem a retina do é dominante, uma vez que todas as
terá alelos recessivos e metade terá olho. filhas de homens afetados também
alelos dominantes. Os genes da mu- manifestam a doença, já que rece-
b) A probabilidade de a criança ser me-
lher estão no mesmo cromossomo, beram de seus pais o cromossomo X
nina e daltônica é de 1/8, ou 12,5%.
em linkage. Por isso, não seguem com esse alelo.
a segunda lei de Mendel, que diz 10. a) O genótipo de I-1 é XgdY, e o de I-2
b) As células-tronco podem originar
respeito a genes que se segregam é XGDXGD.
GD gd
neurônios porque têm alto potencial
independentemente. b) O genótipo de II-1 é X X , e o de de diferenciação celular e podem dar
2. Os possíveis genótipos dos machos azuis II-2 é XGDY. origem a vários tipos celulares. Não
são ZaZm ou ZaZa. Caso as fêmeas verme- c) Como os quatro filhos diferem entre seria adequado estudar os efeitos
lhas cruzem com machos azuis ZaZm, 25% si quanto aos fenótipos, cada um neuronais do alelo A1 nos fibroblas-
da prole terá coloração azul. Caso elas apresenta uma combinação entre os tos porque, nessas células, os genes
cruzem com machos azuis ZaZa, essa por- alelos de ambas as características: expressos provavelmente são dife-
centagem será de 50%. sem deficiência de G6PD e sem dal- rentes daqueles dos neurônios.
3. a) Zangões são haploides. Os esper- tonismo (XGDY); sem deficiência de 17. Soma: 02
matozoides são gerados por mitose. G6PD e daltônico (XGdY); com defi-
18. Soma: 01 + 64 = 65
ciência de G6PD e sem daltonismo
b) Essa rainha pode gerar zangões com 19. a) O cromossomo X corresponde à cro-
(XgDY); e com deficiência de G6PD e
8 genótipos diferentes (ABC, ABc, matina sexual, que pode ser mais
daltônico (XgdY).
AbC, Abc, aBC, aBc, abC ou abc). facilmente visualizada na fase G1 da
A probabilidade de o cruzamento d) Como os dois genes em questão
interfase.
gerar uma fêmea triplo-heterozigota estão em linkage no cromossomo X,
(AaBbCc) é de 1/8, ou 12,5%. podemos inferir que houve crossing b) A quantidade de proteínas é seme-
over entre esses cromossomos na lhante nas células dos homens e
4. a) Sim, pois o transplante de células- mulheres porque homens têm ape-
-tronco não altera a composição formação dos gametas femininos, o
que possibilitou a formação de qua- nas um cromossomo X, enquanto
genotípica das células germinativas mulheres têm dois. Assim, a inati-
que originarão os espermatozoides tro tipos diferentes de gametas.
vação de um dos cromossomos na
desse homem. 11. a) A probabilidade de Marcos ter uma
mulher (formando a cromatina se-
b) As células-tronco com o alelo saudá- filha afetada pela DH e, em seguida,
xual) iguala a quantidade de genes
vel se multiplicaram e substituíram as uma não afetada é de 1/16, ou 6,25%.
ativos entre homens e mulheres.
células afetadas do tecido hemato- b) Como a hemofilia tem herança re-
20. C 21. D
poiético, responsável pela produção cessiva ligada ao cromossomo X, o
das células sanguíneas, inclusive dos alelo recessivo deve aparecer em BNCC em foco
leucócitos (células responsáveis pela homozigose na mulher para que ela
imunidade do organismo). manifeste a doença. Já no caso dos 1. A 2. A 3. B
c) Sim, pois um irmão pode ter os mes- homens, basta uma cópia do alelo
mos haplótipos do candidato, o que para que ele seja hemofílico.
não ocorre com os pais, já que cada
filho herda metade da carga genéti-
12. As mulheres têm dois cromossomos X, Capítulo 15 — Mutações e
e podem ter, além do alelo mutante, um
ca de um dos genitores. alelo dominante que produz a proteína genética de populações
5. A distrofina e impede a manifestação da
doença. Caso os gêmeos sejam mo- Revisando
6. O heredograma indica um padrão de
herança recessiva e ligada ao sexo, nozigóticos, a probabilidade de eles 1. Mutações são alterações na sequência
uma vez que há mais homens afetados desenvolverem a doença é de 25%. de bases nitrogenadas do DNA. Quan-
(neles, a presença de um alelo recessi- Caso sejam dizigóticos, a probabilidade do ocorrem em células germinativas,
vo é suficiente para que a síndrome se de ambos terem a doença é de 6,25%. as mutações podem ser transmitidas a
manifeste), mas há homens que não são 13. a) O menino tem 1/4, ou 25% de chance descendentes e, assim, alterar a varia-
afetados (o que exclui a possibilidade de ter distrofia de Duchenne. Para a bilidade genética da população e ter
de a herança ser restrita ao sexo). menina, essa probabilidade é 0 (zero). consequências evolutivas.

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2. As mutações por substituição ocorrem 12. D 13. A 14. B 15. D 13. a) A chance de o casal ter uma crian-
quando uma base nitrogenada do DNA 16. a) A força evolutiva é a deriva gené- ça com a doença é de 1/4, ou 25%.
é substituída por outra diferente; as mu- tica, que, nesse caso, modificou a XD Xd
tações por deleção ocorrem quando
frequência de alelos por um desas-
uma base nitrogenada é deletada da XD XDXD XDXd
tre ambiental.
sequência; e as mutações por inserção
b) Não, pois ainda há indivíduos he-
Y D
X Y XdY
ocorrem quando uma base nitrogenada
é inserida na sequência. terozigotos na população, os quais b) Pessoas afetadas pela síndrome de
3. Os tipos de mutações cromossômicas têm uma cópia do alelo recessivo. Klinefelter têm cariótipo 44 + XXY. O
estruturais são: deleção, inversão, du- 17. D 18. B segundo cromossomo X resulta da
plicação e translocação. não disjunção das cromátides-irmãs
19. Nessa população, a frequência de in-
4. As euplodias são mutações cromossô- do cromossomo X da mãe durante a
divíduos heterozigotos (2pq) é de 0,48.
micas nas quais ocorrem modificações anáfase II. Com relação à deuterano-
Portanto, há 96 indivíduos heterozigo-
em toda a ploidia da célula, alterando o malia, a criança tem genótipo XdXdY.
tos. Para que uma população esteja em
valor de n. Já as aneuploidias são muta- equilíbrio de Hardy-Weinberg, devem 14. a) Durante a formação dos gametas por
ções cromossômicas nas quais ocorre estar ausentes mecanismos evolutivos, meiose, pode ocorrer a não disjunção
acréscimo ou redução de cromosso- das cromátides-irmãs do cromossomo
como seleção natural, migração ou mu-
mos específicos. 21, o que resulta em um gameta com
tação. Além disso, a população deve
5. Durante a anáfase I da meiose, um par ser muito grande e os acasalamentos um cromossomo a mais.
de cromossomos homólogos pode não devem ocorrer aleatoriamente. b) O zigoto que dará origem a uma crian-
se separar. E, durante a anáfase II, pode ça com síndrome de Down pode sofrer
não ocorrer a separação de cromáti- 20. D 21. D
não disjunção das cromátides-irmãs
des-irmãs. Esses erros podem levar à
Exercícios complementares do cromossomo 21 ainda nas primei-
formação de gametas aneuploides.
ras divisões mitóticas. Dessa forma, o
6. As monossomias são geradas da não 1. C 2. C 3. C
indivíduo apresentará um mosaico de
disjunção dos cromossomos homólo- 4. a) Não, pois as células da mucosa bucal células com 46 cromossomos e de cé-
gos, durante a meiose I, o que ocasiona têm o gene codificante da hemo- lulas com trissomia do 21.
dois gametas monoploides (n − 1) e dois globina inativo. Essa proteína não é
gametas triploides (n + 1). Também po- produzida nessas células e, portanto, 15. a) A pessoa com Síndrome de Down
dem ocorrer da não disjunção de duas a sequência de bases que produz a apresenta nas células anormais o cro-
cromátides-irmãs, durante a meiose hemoglobina não estará no RNAm mossomo extra 21. Esse cromossomo
II, o que resulta em um gameta mono- nem na fita de DNA complementar é classificado como autossômico.
ploide (n − 1) e um gameta aneuploide produzida a partir dele. b) Caso o hipotético mecanismo para
(n + 1). As trissomias são geradas da não b) Sim, já que todas as células somáti- o tratamento da síndrome tenha
disjunção dos cromossomos homólo- cas de um organismo têm o mesmo sucesso, o aspecto morfológico do
gos, durante a meiose I, o que resulta cromossomo extra, quando inati-
genoma.
em dois gametas triploides (n + 1) e dois vado, seria o de um corpúsculo de
gametas aneuploides (n − 1). Também 5. Soma: 04 + 08 = 12
Barr, estruturalmente condensado.
podem ocorrer da não disjunção de 6. Soma: 01
Com o cromossomo extra inativado,
duas cromátides-irmãs, durante a meio- 7. E as células poderiam apresentar um
se II, o que gera um gameta triploide
8. Soma: 16 + 32 = 48 fenótipo normal, minimizando os sin-
(n + 1) e um gameta monoploide (n − 1).
9. a) A espermatogênese humana ocor- tomas da síndrome.
7. Síndrome de Down: 47, XX, +21 ou 47,
re nos testículos. A diferenciação 16. E
XY, +21;
entre gametas que terão cromosso-
Síndrome de Turner: 44A + X0; 17. C
mo X ou cromossomo Y ocorre na
Síndrome de Klinefelter: 44A + XXY. 18. De acordo com o quadro, a população A
anáfase I, quando os cromossomos
8. Uma população em equilíbrio de Hardy- homólogos se separam. em 1850 apresenta f(A) = 0,1 e f(a) = 0,9.
-Weinberg é aquela na qual as frequências Assim, a frequência de heterozigotos
b) Os espermatócitos secundários têm
gênicas e genotípicas permanecem cons- (2pq) é 0,18 ou 18%. Portanto, dos 500
23 cromossomos duplicados. Uma
tantes ao longo das gerações. indivíduos, 90 são heterozigotos.
fertilização in vitro geraria um embrião
9. A seleção natural favorece a sobrevi- inviável com mutação numérica do 19. a) Mutações contribuem para o surgi-
vência de indivíduos com alelos que tipo euploidia (trissomia), uma vez que mento de novas variações genéticas
determinam características mais vanta- os 23 cromossomos duplicados do em uma população. Migrações possi-
josas em determinado ambiente. Assim, espermatócito II se somariam aos 23 bilitam o fluxo gênico entre a mesma
a frequência desses alelos tende a au- cromossomos simples do ovócito II, população de diferentes áreas geo-
mentar ao longo das gerações. totalizando 69 cromossomos. gráficas.
10. Se a frequência do alelo dominante A (p) 10. Soma: 02 + 04 = 06
é 0,5, aplicando a fórmula p + q = 1, temos b) Considerando que a migração foi
11. Soma: 01 + 02 + 08 = 11 um evento isolado, tem-se:
que a frequência do alelo recessivo a (q)
também é 0,5. Assim, a frequência de in- 12. a) Paula tem 45 cromossomos (44A + Total de alelos A = 3 280 + 2 400 =
divíduos heterozigotos (2pq) é de 0,5. + X0). Marisa tem 47 cromossomos = 5 680
(44A + XXX). Total de alelos a = 2 400 + 960 +
Exercícios propostos b) Durante a primeira mitose do zigo- + 960 = 4 320
1. E 2. C to, as cromátides-irmãs de um dos Sendo que o total de alelos na
cromossomos X não se separaram. população de 5 000 indivíduos é
3. Soma: 01 + 02 + 04 = 07
Dessa forma, formou-se um blastô- 10 000 alelos, tem-se:
4. B 6. B 8. B 10. D mero com um cromossomo X e o f(A) = 5 680/10 000 = 0,568 ou 56,8%
5. E 7. B 9. B 11. E outro com três cromossomos X. f(a) = 43 20/10 000 = 0,432 ou 43,2%.

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20. a) Os fatores evolutivos que alteram 7. Plantas transgênicas podem ser mais na fase em que ele apresenta até
a frequência gênica são: mutação, resistentes a pragas agrícolas (vírus, fun- 16 células e as pluripotentes podem ser
migração, seleção natural e deriva gos ou lagartas), herbicidas (glifosato) ou extraídas da fase de blástula.
genética. períodos de seca. Além disso, podem re- c) A reprodução assexuada de plantas
b) Nessa população, p + q + r = f(I A) + presentar um aumento de produtividade por meio da estaquia é um exemplo de
+ f(I B) + f(i) = 1. Logo, f(I B) = 0,3. Assim, agrícola ou do valor nutricional, depen- clonagem realizada pelo ser humano,
a frequência de indivíduos do tipo dendo dos genes que recebem. Por uma vez que, a partir de fragmentos de
B heterozigotos (2pr) é 0,24. Já a outro lado, trazem riscos ao ambiente, caule, é possível formar novas plantas,
frequência de indivíduos do tipo AB como danos para as espécies nativas e que são geneticamente idênticas.
(2pq) é 0,18. plantações orgânicas (contaminação por
4. Ambas as técnicas consistem na intro-
meio de pólen transgênico), aumento do
21. D dução de um núcleo contendo todo o
uso de herbicidas e surgimento de su-
DNA de um indivíduo em um ovócito
perpragas. Além disso, esses alimentos
BNCC em foco anucleado. No entanto, na clonagem
podem oferecer riscos à saúde, como reprodutiva, a célula formada (zigoto)
1. B 2. A aumento dos casos de alergia e resistên- se transforma em um embrião que é
3. Antes do terremoto, a frequência do ale- cia aos antibióticos. introduzido no útero de uma fêmea,
lo recessivo era de 0,6. O nascimento 8. A terapia gênica é uma técnica que pois a intenção é a formação de novos
de animais com pelagem clara na ilha consiste no tratamento de doenças ge- indivíduos completos, que são clones
menor ocorreu como resultado do aca- néticas por meio da introdução de uma do indivíduo doador do material ge-
salamento entre heterozigotos (Aa). Por ou mais cópias de genes saudáveis nas nético. Já na clonagem terapêutica, a
meio da seleção natural, foi favorecida células de pacientes com genes que célula formada (zigoto) se transforma
a sobrevivência de indivíduos com ca- causam essas doenças. em um embrião, do qual são extraídas
racterísticas cada vez mais diferentes 9. O RNA guia contém uma sequência células-tronco que poderão ser introdu-
daquelas da população original. Ocor- de nucleotídeos complementar ao gene zidas novamente nesse indivíduo para
reu, então, o isolamento reprodutivo disfuncional e pareia com ele no núcleo. tratamento de doenças, reduzindo as
entre as populações, que passaram a A enzima Cas9 corta, nos sítios de cliva- chances de uma rejeição.
constituir espécies diferentes. gem, as duas fitas de DNA que se serão, 5. 01 + 02 + 08 + 16 = 27
posteriormente, reparadas pela célula. 6. D
10. VTNRs são sequências específicas de 7. Soma: 01 + 04 + 16 = 21
Capítulo 16 — Biotecnologia DNA não codificante, exclusivas de cada
8. B
indivíduo. Assim, elas são aplicadas em
9. a) A puromicina, ao se ligar aos ribos-
Revisando testes de paternidade e na identificação
de criminosos por meio da comparação somos, impede a síntese proteica,
1. Células-tronco são células indiferencia- entre amostras de DNA dos indivíduos prejudicando a formação de proteínas
das capazes de originar diversos tipos envolvidos: cada indivíduo tem o seu pa- fundamentais para a sobrevivência
celulares no organismo adulto. São en- drão específico de bandas de DNA após das bactérias. Na presença da puro-
contradas no embrião (mórula e blástula o procedimento de eletroforese em gel. micina, os aminoácidos não podem
e no organismo adulto (medula óssea, ser adicionados à cadeia proteica
fígado e pele). Exercícios propostos que está sendo formada, portanto sua
massa molecular média será menor
2. Células somáticas são submetidas a 1. D 8. C 15. D que a da proteína na ausência desse
uma inversão no relógio biológico ce- antibiótico.
2. D 9. E 16. B
lular, utilizando retrovírus modificados
b) As células que receberam o gene
para a inserção de cópias extras de qua- 3. D 10. A 17. C
passam a ser capazes de produzir a
tro genes reguladores de crescimento. 4. C 11. A 18. C proteína que destrói a puromicina e
3. Uma das ovelhas contribuiu com o DNA têm, portanto, maior taxa de sobre-
5. A 12. D 19. C
nuclear, já que foi a doadora das células vivência em relação às células não
mamárias, e a outra ovelha contribuiu 6. A 13. C 20. D modificadas, suscetíveis à ação do
com o DNA mitocondrial, já que as mito- 7. A 14. D 21. E antibiótico.
côndrias estão presentes no citoplasma 10. a) Os processos são a transcrição e a tra-
do ovócito. Exercícios complementares dução. Na transcrição, a partir do gene
4. Vetores genéticos são importantes para é formado um RNA mensageiro, que
1. A estrutura é denominada embrioblasto,
carregar e inserir o segmento desejado sai do núcleo e vai para os ribossomos,
ou massa celular interna. As células-tron-
de DNA na célula-alvo. Os mais utiliza- onde ocorre a tradução, ou seja, a adi-
co adultas podem se diferenciar em novas
dos são os plasmídeos bacterianos e os ção de aminoácidos de acordo com a
células e regenerar áreas que foram lesio-
sequência presente no RNA mensa-
vírus, como o HIV e o adenovírus. nadas.
geiro, formando a proteína.
5. As enzimas de estrição são produzidas por 2. Soma: 04 + 16 = 20
a) Sim. Como o gene foi introduzido
organismos procariontes, como as bactérias, 3. a) As células-tronco embrionárias po- nos óvulos, com a ocorrência da fe-
e protegem esses organismos dos bacterió- dem dar origem a todos os tipos cundação, todas as células dos des-
fagos (vírus que parasitam bactérias). Essas celulares, incluindo os anexos em- cendentes, inclusive as células ger-
enzimas reconhecem e fragmentam o DNA brionários, como é o caso das células minativas, apresentarão esse gene.
viral, impedindo a infecção. totipotentes. Já as células-tronco adul-
11. Soma: 01 + 02 + 04 = 07
6. Após o isolamento e a clonagem do gene tas já têm uma maior restrição e são
multipotentes, isto é, podem se di- 12. Soma: 04 + 08 = 12
responsável pela produção de insulina,
são produzidos plasmídeos recombinan- ferenciar apenas em determinados 13. A
tes contendo esse gene. Os plasmídeos tipos de células específicas. 14. a) A relação entre os códons (trincas
são inseridos em bactérias, que passam b) As células-tronco embrionárias totipo- de bases do RNA mensageiro) e os
a produzir a insulina humana. tentes podem ser extraídas do embrião aminoácidos, chamada de código

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genético, é universal, ou seja, os mes- coincide com o da vítima nem com o que indica que esse composto deve
mos códons codificam os mesmos do suspeito. conter alguma enzima presente na la-
aminoácidos em qualquer organis- 19. a) A prova pertence ao suspeito 3 (S3), garta, responsável pela degradação
mo. Sendo assim, os ribossomos pois o padrão de VNTRs desse in- desse material, além do processo de
bacterianos fazem a leitura do RNA divíduo é idêntico ao da prova (P). mastigação. Com base na massa
mensageiro e adicionam os mesmos de sacolas plásticas na amostra sem
b) O material que pode ser coletado
aminoácidos que seriam adiciona- extrato (1 mg/cm² de PE), em 10 horas,
é o DNA, e pode ser obtido a par-
dos na tradução na célula humana, houve uma redução de 0,1 mg/cm²
tir de uma amostra de sangue, de
formando uma proteína idêntica. na amostra com extrato. Levando em
células da mucosa bucal ou outros
b) Não, pois as bactérias não são ca- conta que a taxa se manteve cons-
tipos celulares.
pazes de realizar o processamento tante, reduzindo 0,1 mg/cm² a cada 10
c) Cada pessoa possui um padrão de horas, seriam necessárias 100 horas
do RNAm (ou splicing) para remoção
dos íntrons e junção dos éxons, por- bandas específico, já que as se- para o extrato degradar todo o peda-
tanto a sequência de nucleotídeos quências de VNTRs no DNA são ço de PE (1,0 mg/cm²).
inserida na bactéria deve conter so- exclusivos de cada um. Por esse
b) A transgenia é a inserção de um
mente os éxons. motivo, esse tipo de análise permite
gene de uma espécie no genoma
a identificação de um indivíduo com
15. Como os vírus são parasitas intracelu- de um indivíduo de outra espécie.
alto grau de confiabilidade.
lares obrigatórios, eles são utilizados Para criar a bactéria transgênica
como vetores para o transporte do 20. a) As amostras 1 e 2 pertencem a ti- para ser utilizada em processos in-
gene de interesse até o DNA da célula. gres de bengala, devido à grande dustriais de reciclagem, deveria
As enzimas responsáveis pelo corte do semelhança com a sequência dessa ser utilizado o gene que codifica
material genético são chamadas de en- espécie. Apesar de a amostra 2 ter a enzima PETase, responsável por
zimas de restrição, e as que inserem os dois pares de base diferentes, ela fragmentar o PET.
genes de interesse são as DNA ligases. ainda é mais semelhante à sequên- 3. a) A enzima que deve ser adicionada
cia do tigre de bengala do que à do é a DNA polimerase, responsável
16. a) A vantagem para as bactérias é que leopardo (da qual difere em seis pa-
pode ocorrer a inativação de genes pela replicação do DNA, para a for-
res de base). mação de novas fitas. Essa enzima
virais, evitando a reprodução des- Analisando as amostras, é possível
se vírus. A sequência de bases do corta a sequência de DNA do gene
concluir que pertencem a dois ani- recessivo em pontos específicos,
RNA-guia deve ser complementar à mais diferentes, devido à diferença
do DNA: GGGAUAUCCC. gerando os fragmentos.
na sequência de bases.
b) A inativação causada pelo CRISPR- b) Nas bactérias, essas enzimas têm
b) O pesquisador tem razão, pois ao função de defesa contra os vírus
-Cas9 ocorre porque há alteração na utilizar as fezes dos animais, pode
sequência de nucleotídeos do gene bacteriófagos, pois clivam o material
conseguir células do sistema di- genético viral, impedindo sua repli-
viral durante o reparo. Essa alteração gestório, que saíram devido ao
pode promover mudanças nos có- cação na célula.
atrito das fezes com as paredes
dons e nos aminoácidos da proteína O genótipo do irmão 1 é bb, do ir-
intestinais, e obter seu DNA. Já as
formada, que não realiza sua função. mão 2 é Bb e do irmão 3 é BB.
hemácias são células anucleadas,
Nesse caso, o gene é silenciado.
portanto não é possível extrair DNA
17. a) A técnica utilizada é a transgenia, que nuclear dessas células.
consiste na inserção de um gene de Frente 2
21. B
interesse de uma espécie em outra,
que passa a produzir uma proteína
Capítulo 16 — Morfologia
BNCC em foco
exógena. No caso dos mosquitos vegetal
modificados, foi introduzido um gene 1. a) Os organismos que recebem o
que codificou uma proteína capaz de gene de outra espécie são chama- Revisando
matar seus descendentes. dos de transgênicos. Os segmentos
específicos de DNA foram cortados 1. Órgãos vegetativos: raízes, caules e fo-
b) Para identificar se o gene de in- lhas. Órgãos reprodutivos: flores, frutos
com enzimas de restrição, também
teresse se ligou ao genoma do e sementes.
chamadas de endonucleases.
mosquito, é colocado no vetor um
gene que sintetiza uma proteína b) Genótipo da ovelha: XAATXAAT 2. a) Fotossíntese, transpiração e trocas
responsável pela fluorescência, Genótipo do carneiro: XY gasosas.
que atua como um marcador, assim, b) A: cutícula; B: estômato; C: xilema; D:
XAAT XAAT parênquima paliçádico; E: parênqui-
os ovos que emitem a luz fluores-
cente indicam descendentes que X XAATX XAATX ma lacunoso.
possuem o gene que produz a AAT c) Espinhos, folhas insetívoras e brác-
Y X Y XAATY
proteína letal. Para saber se eles teas.
emitem luz fluorescente, é necessá- De acordo com o cruzamento, a 3. a) Eudicotiledônea, já que os feixes vas-
rio iluminá-los com luz ultravioleta. chance de o filhote ser o portador do culares estão dispostos em anel.
18. a) Sim, pois as bandas de DNA do gene para ATT é 100%, pois a mãe
b) A: feixe vascular; B: epiderme; C:
filho coincidem com as bandas de transfere para ele seu cromossomo X
floema; D: xilema.
DNA da mãe e do pai, indicando o contendo esse gene. Esse filhote
parentesco. (XAATY) poderá contribuir para a pro- 4. Caules aéreos: tronco, haste e estipe.
dução de leite com a proteína ATT Caules subterrâneos: rizoma e tubérculo.
b) O padrão de bandas de DNA é ex-
clusivo de cada pessoa, portanto, porque passará para as filhas fêmeas 5. a) Fixação da planta, armazenamento
na situação 2, a amostra de sangue o cromossomo X contendo o gene de substâncias e absorção de água
recolhida deve pertencer a uma ter- para sua produção (XAAT). e minerais.
ceira pessoa não identificada, já que 2. a) Na presença do extrato, a massa b) A: xilema; B: pelo absorvente; C: en-
o padrão de bandas de DNA não das sacolas plásticas foi menor, o doderme; D: periciclo.

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6. a) Armazenamento de nutrientes. Ex.: células ocorre por osmose, para que suas fezes, geralmente em locais dis-
cenoura e batata-doce. a planta Avicennia sp. possa absorver tantes da planta-mãe.
b) Retirada de nutrientes das plantas água do ambiente, a concentração de b) As bananeiras comercializadas são
hospedeiras. Ex.: plantas parasitas. sais nos vacúolos deve ser maior que a produzidas de maneira assexuada,
concentração no meio externo. por propagação vegetativa, pois o
c) Trocas gasosas com a atmosfera. Ex.:
mangue-preto. 5. Soma: 01 + 02 = 03 rizoma é usado para produzir novas
6. Soma: 01 + 16 = 17 mudas de plantas. Assim, a variabi-
7. A: estigma (local onde o pólen germina);
lidade genética entre essas plantas
B: ovário (envolve os óvulos e forma o 7. D é extremamente baixa, o que as
fruto); C: pétala (atrai polinizadores e 8. Soma: 02 + 04 + 08 = 14 torna mais suscetíveis a alterações
protege os órgãos florais internos); D:
9. Nas plantas epífitas, as raízes não estão ambientais do que plantas que pro-
antera (produz pólen); E: sépala (protege
em contato com o solo e apresentam duzem sementes.
os órgãos florais internos).
uma estrutura especializada, chamada 20. Soma: 01 + 04 + 16 = 21
8. Frutos são órgãos provenientes do de- velame, que possibilita a absorção do va-
senvolvimento do ovário que protegem as 21. Soma: 01 + 08 = 09
por de água da atmosfera. Nas plantas de
sementes e auxiliam a dispersão delas. manguezais, a maior proporção do sistema 22. O pseudofruto é originado no receptá-
9. Pseudofrutos são estruturas carnosas que radicular fica imersa no solo alagado, po- culo floral. O pseudofruto que concentra
não resultam do desenvolvimento do ovário, bre em gás oxigênio, e as raízes aéreas nutrientes pode ser ingerido por um
mas de outras parte da flor, como pedicelo, (pneumatóforos) são dotadas de poros animal dispersor, que elimina as semen-
receptáculo e/ou tubo floral (ex.: maçã e (pneumatódios), por onde entra o gás tes com as fezes longe da planta-mãe
morango). Frutos partenocárpicos se origi- oxigênio, e de parênquima do tipo aerên- e contribui para a dispersão da planta.
nam do ovário, porém sem a ocorrência de quima, onde esse gás é armazenado. 23. Soma: 04
fecundação e, portanto, não possuem se- 10. a) O fator que mais influencia a ger- 24. Soma: 01 + 02 + 04 + 08 = 15
mentes (ex.: banana e uva Thompson). minação é a presença de água. As 25. a) A estrutura 1 é o fruto e a 2, o estilete.
10. A dispersão permite a ocupação de no- estruturas apontadas pela seta são
b) A estrutura 3 é um pseudofruto, que
vos ambientes e evita a competição dos pelos absorventes.
serve de alimento para animais. Ao
descendentes entre si e com a planta- b) O tecido de reserva das sementes comerem o morango, os animais
-mãe. O vento e a água são fatores de angiospermas é o endosperma. A ingerem as sementes e, depois, as
abióticos que atuam nesse processo. síntese de ATP ocorre por meio da eliminam com as fezes, contribuindo
respiração celular, que tem como ma- para a dispersão e para o sucesso
Exercícios propostos téria-prima componentes resultantes evolutivo do morangueiro.
1. D 2. C 3. C 4. A da quebra de carboidratos e lipídios
26. a) A semente é composta de casca (te-
armazenados no endosperma.
5. Soma: 01 + 02 + 04 = 07 gumento), embrião e endosperma
11. a) A coifa (1) protege as células meris- (tecido nutritivo).
6. D 12. B 18. D 24. E temáticas da raiz do contato direto
b) A casca protege a semente contra
7. A 13. A 19. E 25. E com o solo. A região de absorção (2),
perda de água e invasão de pató-
8. C 14. C 20. D 26. E formada por pelos absorventes, au-
genos; o embrião se desenvolve e
menta a área de absorção de água e
9. E 15. D 21. A 27. C forma uma nova planta; e o endosper-
minerais pelas plantas.
10. B 16. B 22. A 28. E ma fornece nutrientes para o embrião
b) As estrias de Caspary impedem a durante seu desenvolvimento inicial.
11. E 17. A 23. C passagem de água e minerais pe-
c) No feijão, as sementes não têm en-
las paredes celulares laterais da
Exercícios complementares endoderme. Assim, ao passar pelas
dosperma, e os cotilédones armaze-
nam os nutrientes que serão usados
1. Soma: 01 + 02 + 04 + 16 = 23 membranas da endoderme, os sais
no desenvolvimento do embrião.
minerais são selecionados e apenas
2. Soma: 01 + 32 = 33 27. a) Os frutos são importantes para a
os que serão utilizados pela planta são
3. a) Em folhas da vitória-régia, os estô- transportados até o xilema e conduzi- proteção das sementes, bem como
matos se localizam na face superior, dos para toda a parte aérea da planta. para a dispersão delas no ambiente
que está em contato com a atmos- terrestre. O embrião é a estrutura
12. Soma: 02
fera. A face inferior fica em contato que origina uma nova planta.
direto com a água, ambiente em 13. Soma: 01 + 02 + 04 = 07
b) O carbono radioativo seria encon-
que a planta vive. 14. Soma: 04 + 08 + 16 = 28 trado apenas no cipó-chumbo, pois
b) Em folhas do ipê-amarelo, os estô- 15. F; V essa planta é parasita; logo, não
matos se concentram na face inferior, 16. B realiza fotossíntese e retira matéria
o que protege a planta da perda ex- orgânica da planta hospedeira.
cessiva de água. O ipê-amarelo ocorre 17. Soma: 01 + 02 + 08 = 11
28. a) Na história evolutiva das plantas, as
originalmente no Cerrado brasileiro, 18. Os frutos são órgãos que têm origem no gimnospermas (plantas que produzem
bioma com estação seca prolongada. desenvolvimento do ovário da flor. Algu- sementes sem frutos) surgiram antes
4. a) Raízes do tipo pneumatóforos são mas frutas, como a maçã e o caju, não são das angiospermas (plantas que produ-
características de plantas que cres- frutos verdadeiros, já que suas estruturas zem frutos). Pensando no processo de
cem em solos pobres em oxigênio carnosas surgem, respectivamente, do re- coevolução entre animais e plantas, é
e encharcados, típicos de mangue- ceptáculo e do pedicelo floral. Os frutos plausível supor que a granivoria tenha
zais. Essas raízes têm geotropismo protegem as sementes e auxiliam na dis- surgido antes da frugivoria.
negativo, o que possibilita a obten- persão delas, processo fundamental para
a diversificação das angiospermas. b) Animais granívoros comem a semen-
ção de oxigênio atmosférico. te e matam o embrião da planta. Já
b) As raízes do tipo pneumatóforo não fi- 19. a) A estrutura floral que origina o fruto animais frugívoros, em geral, comem
xam o gás nitrogênio por não estarem é o ovário. As aves auxiliam na dis- o fruto e eliminam a semente com
associadas a bactérias fixadoras de ni- persão de espécies ao comerem os suas fezes, o que favorece a disper-
trogênio. Como a entrada de água nas frutos e eliminarem as sementes com são da planta.

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BNCC em foco 5. A seiva mineral é composta de água e 3. No tratamento II, as plantas ficaram com
sais minerais e transportada pelo xilema. as folhas amareladas porque a solução
1. a) A planta 2, pois a cutícula é es-
6. O fenômeno é a gutação, que consiste nutritiva que elas receberam não tinha
pessa e diminui a perda de água
na eliminação de água pelas folhas. Ele nitrogênio, macronutriente essencial para
por transpiração cuticular; o pa-
ocorre quando a planta tem hidatódios, a síntese de clorofila.
rênquima aquífero é um tecido de
armazenamento de água; os estô- está em solo bem hidratado e com at- 4. Soma: 01 + 02 + 32 = 35
matos numerosos na face abaxial mosfera úmida.
5. a) Como as vitórias-régias vivem em
protegem a planta contra perda de 7. Pressão de raiz: a seiva é empurrada ambiente aquático, seus estôma-
água por transpiração estomática. para cima pelas raízes. Teoria da trans- tos passam a maior parte do tempo
b) Nessas raízes, a cutícula é fina, o que piração-tensão-coesão-adesão: a seiva abertos, já que há grande disponi-
permite a absorção de nutrientes; é puxada para cima pelas folhas. bilidade hídrica, que compensa a
o parênquima amilífero faz o arma- 8. A seiva orgânica é composta de água, perda da água pela transpiração
zenamento de amido; e estômatos sais minerais e compostos orgânicos estomática.
estão ausentes, pois a cutícula fina produzidos por meio da fotossíntese. b) Ocorre saída de gás oxigênio e
permite que as trocas gasosas sejam O seu fluxo é bidirecional porque pode água no estado gasoso, e entrada
realizadas pelas células epidérmicas. ser ascendente ou descendente, de- de gás carbônico.
2. a) A dispersão das sementes de pai- pendendo da localização das fontes e
dos drenos de açúcares. 6. Soma: 02 + 04 + 08 = 14
neira ocorre por meio do vento. O
inverno na região Sudeste é seco 9. O transporte de seiva orgânica ocorre 7. a) Alta luminosidade, baixa concentração
(há baixa incidência de chuvas), o devido ao desequilíbrio osmótico entre de CO2 e alta disponibilidade hídri-
que favorece a dispersão de se- as fontes e os drenos de açúcar. ca. Nessas condições, os estômatos
mentes por meio do vento. abrem, devido ao fluxo de K+ para as
10. O anelamento consiste na retirada do
células-guarda, tornando-as hipertôni-
b) Frutos carnosos e vistosos servem anel da casca da planta que contém
de alimento para animais disperso- cas. Com isso, a água sai das células
os vasos de floema, interrompendo o
res. Esses animais ingerem o fruto fluxo de seiva elaborada para as raí- estomáticas e entra nas células-guar-
e, por meio das fezes, dispersam as zes da planta, que morrem pela falta da por osmose, abrindo o ostíolo.
sementes que não foram digeridas. de nutrientes. A morte das raízes in- b) O processo é a respiração celular,
3. E terrompe o fluxo de seiva inorgânica que consiste na quebra da molécula
para as folhas, que também morrem de glicose para liberação de energia,
desidratadas. formando gás carbônico, água e ATP.
8. a) A transpiração está representada
Capítulo 17 — Fisiologia Exercícios propostos
pela curva II, pois os estômatos
vegetal I 1. C 8. C 15. D 22. C estão abertos durante o dia, cap-
2. A 9. C 16. E 23. C turando CO2 com o qual realiza
Revisando fotossíntese; porém, com os estô-
3. C 10. A 17. D 24. B
1. O nitrogênio é componente estrutural de matos abertos, há também maior
4. D 11. A 18. A 25. B perda de água. A absorção de água
ácidos nucleicos, proteínas, hormônios,
ATP, clorofila e coenzimas; o potássio 5. C 12. D 19. A 26. A está representada pela curva I, pois
atua na abertura dos estômatos, no 6. C 13. C 20. A 27. D ocorre principalmente após a perda
balanço osmótico e é cofator de diver- de água por transpiração.
7. C 14. C 21. C 28. A
sas enzimas; e o fósforo é componente b) De acordo com a teoria de Dixon
estrutural de ácidos nucleicos, fosfolipí- Exercícios complementares (adesão-coesão-tensão), a perda de
dios, ATP e várias coenzimas. água pela transpiração foliar provoca
1. a) A solução nutritiva fornece à planta
2. A hidroponia é uma técnica de cultivo de o deslocamento da seiva inorgânica
nutrientes minerais, como nitrogênio,
plantas em soluções nutritivas sem solo. (coesão-tensão) nos vasos xilemáticos
fósforo e potássio, que regulam o
Suas principais vantagens são a redução (adesão), fazendo com que a água pre-
metabolismo e compõem estruturas
no uso de pesticidas e melhora da qua- sente no solo seja absorvida pelas
celulares e moléculas importantes.
lidade da planta (já que as plantas são raízes por osmose.
cultivadas em ambiente controlado; e b) O elemento é o nitrogênio, compo-
c) Quando o estômato está aberto, as
economia de água, uma vez que as taxas nente estrutural de proteínas e ácidos
células-guarda estão túrgidas, ou
de evaporação, escoamento e percolação nucleicos. As proteínas participam de
reações químicas e compõem várias seja, a água deve estar entrando
são extremamente reduzidas, e o exce-
estruturas celulares. Já os ácidos nelas por osmose.
dente de água pode ser reaproveitado.
nucleicos (DNA e RNA) controlam o 9. a) Intensidade luminosa alta: aberto; in-
3.
funcionamento das células e a sínte- tensidade luminosa baixa: fechado.
Comportamento se de proteínas. Suprimento de água alto: aberto; su-
Condições ambientais
dos estômatos 2. a) A hidroponia é uma técnica que primento de água baixo: fechado.
Intensidade Alta Aberto cultiva as plantas em soluções nutri- Concentração de CO2 alta: fechado;
luminosa Baixa Fechado tivas, fora do solo. O conteúdo que fica concentração de CO2 baixa: aberto.
Concentração Alta Fechado em contato com as raízes deve estar b) Quando há grande disponibilidade
de CO2 frequentemente circulando para man- hídrica no ambiente os estômatos
Baixa Aberto
ter a oxigenação do sistema radicular, tendem a estar abertos, pois a água
Suprimento Alto Aberto
garantindo a absorção de nutrientes perdida na transpiração estomática é
de água Baixo Fechado por transporte ativo. reposta pela absorção. Quando essa
4. A: cutícula; B: câmara subestomática; b) As plantas citadas são angiospermas. disponibilidade é baixa, o fechamen-
C: xilema; D: célula estomática; I: água; As flores e os frutos são característi- to dos estômatos ajuda a evitar a
II: gás carbônico. cas encontradas apenas nesse grupo. perda de água pela transpiração.

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10. a) A figura 1 mostra um estômato aber- transpiração será maior sob condi- o ramo permaneceu sob intensidade
to, que corresponde à área B do ções de baixa umidade relativa do ar. luminosa acima do ponto de compen-
gráfico, pois é nesse período que a b) A diminuição da temperatura e o au- sação fótico. Os isótopos pesados
taxa de transpiração é maior, ou seja, mento da umidade do ar promovem de oxigênio foram incorporados às
está ocorrendo a transpiração esto- a redução na taxa de transpira- moléculas orgânicas, produzidas nas
mática além da cuticular. A figura 2 ção. Plantas com pressão osmótica folhas. O oxigênio liberado na atmos-
mostra um estômato fechado, que positiva nas raízes continuam absor- fera pela fotossíntese é proveniente
corresponde às áreas A do gráfico, vendo água por osmose, o que força das moléculas de água, não das de
nas quais a transpiração é menor. a condução da seiva inorgânica pelo gás carbônico.
b) As condições listadas induzem os es- xilema até as folhas. O excesso de 23. a) O papel celofane representa a mem-
tômatos a se abrirem, como na figura 1. água que chega até as folhas pelo brana plasmática. Ao ser mergulhada
Nessas condições, ocorre entrada de xilema é liberado no estado líquido em água pura (uma solução hipotô-
íons potássio nas células-guarda, que pelos hidatódios, e esse processo é nica), a bolsa A (hipertônica) recebe
se tornam hipertônicas e absorvem denominado gutação. água por osmose, e os glicídios são
água por osmose, ficando túrgidas. A transportados pelo tubo em “U”, com
17. a) Durante a noite, os ostíolos dos estô-
turgescência faz com que as células a água, até a bolsa B.
matos estavam fechados. Com isso,
se afastem, abrindo o ostíolo.
houve redução no fluxo de entrada b) O experimento representa a condu-
11. Soma: 01 + 02 = 03 do dióxido de carbono no mesofilo. ção de seiva orgânica pelo floema,
12. a) Por volta de 14 horas. A absorção b) O fluxo de água foi medido pelo xile- processo que ocorre nas plantas
de água pelas raízes é diretamente ma, vaso que conduz a seiva inorgâ- vasculares, como as pteridófitas, as
proporcional à quantidade de estô- nica. Além da hidratação, o tronco gimnospermas e as angiospermas.
matos abertos em uma planta. precisa de matéria orgânica, produ- 24. Soma: 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31
b) Em condições de estresse hídrico, zida na fotossíntese. 25. a) O anelamento no tronco principal in-
a planta tende a permanecer com 18. a) Está representada a raiz, na zona terrompe o fluxo de seiva orgânica
os estômatos fechados (gráfico III), pilífera. pelo floema, o que promove a mor-
o que reduz a perda de água por te das raízes por falta de nutrientes
b) O caminho A, representa a condução
transpiração. A taxa de fotossínte- e, posteriormente, a interrupção do
via simplasto (por dentro das células)
se é maior em condições de maior transporte de seiva inorgânica pelo
disponibilidade de CO2, o que pode e o caminho B, via apoplasto (pelos
espaços intercelulares). xilema para a parte aérea, causando a
ocorrer com a abertura dos estômatos queda das folhas e a morte da árvore.
nos períodos de maior luminosidade c) A camada Y é a endoderme. As es-
(gráfico II). trias de Caspary fazem com que a b) O anelamento de um ramo lateral
água que estava sendo absorvida via interrompe o fluxo de seiva orgânica
c) Plantas de sombra têm menor ponto
espaços intercelulares passe a ser pelo floema, mas não interrompe o
de compensação fótico (planta A). A
conduzida por dentro das células, transporte de seiva inorgânica pelo
planta B consome mais gás carbô-
forçando a passagem dela pela se- xilema. Ocorrerá acúmulo de matéria
nico do que produz quando recebe
letividade da membrana plasmática. orgânica na região acima do anel,
intensidade luminosa acima do pon-
mas a planta não morrerá.
to de compensação fótico, que fica 19. De acordo com a teoria da transpiração-
em torno de 3 horas de luz. -tensão-adesão-coesão, a transpiração c) O anelamento do caule de uma pal-
foliar causa uma tensão no xilema que meira não interrompe o fluxo de seiva,
13. a) A espécie 1 tem maior eficiência fo-
puxa a coluna de água nesse tecido e a planta continua viva após esse pro-
tossintética, já que, pelos gráficos,
para cima. As forças de coesão e ade- cesso. Isso porque a palmeira é uma
observa-se que, em diferentes con-
são das moléculas de água ajudam a monocotiledônea, com feixes vascula-
centrações de CO2, essa espécie
manter a coluna de água ininterrupta, o res dispersos de forma difusa por todo
apresenta maior taxa fotossintética.
que é imprescindível para que ocorra o caule.
b) Os estômatos permitem as trocas
o transporte da seiva até as folhas. 26. a) Apenas a laranjeira vai morrer. Essa
gasosas entre a planta e o meio. Em
20. a) A absorção de água e minerais ocor- planta é uma eudicotiledônea, e tem
uma atmosfera a 800 ppm de CO2,
re nos pelos absorventes, originados feixes vasculares dispostos em anel
a espécie 2 tem maior eficiência no
da epiderme. no caule. Com o anelamento, o floe-
uso de água, já que apresenta menor
abertura estomática relativa, o que ma é retirado, e a interrupção do fluxo
b) A seca fisiológica ocorre quando o
de seiva orgânica para as raízes pro-
diminui o processo de transpiração solo tem água, mas a planta não con-
move a morte desses órgãos por falta
estomática da planta. segue absorver. Nesse caso, devido
de nutrientes e, consequentemente, a
14. a) Os estômatos se localizam nas folhas. ao sal da água mar, o meio externo
morte da laranjeira.
A abertura dos estômatos possibilita ficou hipertônico em relação às cé-
lulas da raiz, que perderam água por b) Eudicotiledôneas geralmente têm me-
as trocas gasosas, inclusive a absor-
osmose para o solo. ristemas secundários, câmbio vascular
ção do gás carbônico para realizar
e felogênio, responsáveis pelo cresci-
fotossíntese. 21. a) Os pulgões atingem o floema, que
mento secundário (em espessura) do
b) Com pouca disponibilidade de água transporta seiva orgânica. caule. Essas estruturas estão ausentes
no solo, os estômatos ficam fechados b) A relação é de parasitismo, na qual o nas monocotiledôneas, que, portanto,
nas horas mais quentes e ensolara- pulgão (parasita) é beneficiado pela não têm crescimento secundário.
das, o que reduz a perda de água via retirada de alimento (seiva orgânica) 27. a) Em A, o tecido 1 (floema) transporta a
transpiração. Em condições ideais de da planta (hospedeira). seiva orgânica e o tecido 2 (xilema)
água e luminosidade, a concentração 22. a) O pulgão retirou substâncias do floema. transporta a seiva inorgânica. Com a
de gás carbônico também influencia O isótopo de oxigênio será encontrado retirada do floema, a seiva orgânica
a atividade dos estômatos. na sacarose, açúcar mais abundante na não chega até as raízes e isso cau-
15. Soma: 01 + 02 + 08 = 11 seiva orgânica. sará a morte da planta.
16. a) A gutação ocorre sob condições b) A taxa de fotossíntese é maior b) A seiva orgânica é transportada
de alta umidade relativa do ar, e a que a taxa de respiração, pois todo pelo floema dos lugares onde ela é

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produzida para onde será consumi- que ativa o funcionamento dos canais fruticultores, já que mais flores – e,
da ou armazenada. Nesse vaso, há de potássio nos estômatos. Com isso, consequentemente, mais frutos –
um gradiente de concentração de os estômatos se fecham e a planta dei- serão produzidos.
solutos, e eles são deslocados em xa de perder água por transpiração. 5. a) No recipiente 3, pois essas condições
massa pela diferença de pressão 7. Caule: fototropismo positivo e gravi- estimulam a abertura dos estômatos,
nos extremos dos vasos do floema. tropismo negativo; raiz: fototropismo estruturas relacionadas com a transpi-
28. Soma: 04 + 16 = 20 negativo e gravitropismo positivo. ração vegetal. A transpiração aumenta
8. Os nastismos são movimentos vegetais a umidade no recipiente e torna o pa-
BNCC em foco pel de cobalto mais rosado.
que não dependem da origem do es-
1. a) Os gráficos indicam que a floresta tímulo e, geralmente, são reversíveis. b) O ácido abscísico promove diminui-
A transpira mais que a floresta B; São exemplos a abertura e o fecha- ção na concentração de potássio
portanto, tem maior dependência mento dos estômatos, e das folhas da nas células estomáticas, causando
da disponibilidade de água, já que papa-moscas e da planta sensitiva. o fechamento dos estômatos. Con-
precisa repor a água perdida. Além 9. Os tactismos são movimentos de des- sequentemente, reduz a perda de
disso, na floresta A, durante a maior locamento de moléculas, organelas água pela transpiração.
parte do ano, o nível de CO2 é menor ou microrganismos, influenciados por 6. Auxina: atua na dominância apical, no
que na floresta B, o que indica que a estímulos ambientais (físicos ou quími- alongamento celular, nos tropismos e
remoção desse gás pela fotossíntese cos). São exemplos o fototactismo e o no desenvolvimento de frutos. Gibere-
é maior que a liberação pela respira- quimiotactismo. lina: atua no alongamento caulinar, na
ção. Assim, a floresta A produz mais
10. As plantas de dia curto florescem em quebra da dormência das sementes e
biomassa, pois sua taxa de fotossín-
tese é maior que a de respiração. um tempo menor ou igual ao fotope- no crescimento dos frutos. Citocinina:
ríodo crítico. As plantas de dia longo retarda o envelhecimento da planta e
b) Com menos chuvas, ocorreria o florescem em um tempo maior ou igual estimula divisões celulares em tecidos
fechamento dos estômatos e, com ao fotoperíodo crítico. em crescimento. Etileno: induz o ama-
isso, a redução da transpiração e da
durecimento dos frutos e a queda das
fotossíntese, pela menor captação Exercícios propostos folhas. Ácido abscísico: bloqueia o cres-
de CO2. Isso ocasionaria uma redu-
1. B 7. B 13. C 19. C cimento das plantas durante o inverno,
ção na umidade relativa do ar e no
atua na dormência de sementes e no
aumento da concentração de CO2. 2. E 8. B 14. A 20. C fechamento dos estômatos.
2. D 3. C 9. B 15. C 21. C 7. a) Auxinas artificiais são aplicadas em
3. A 4. D 10. A 16. E flores não polinizadas, para estimu-
5. A 11. C 17. B lar o desenvolvimento dos ovários,
sem que ocorra a fecundação. Es-
6. D 12. A 18. A
Capítulo 18 — Fisiologia tes se desenvolvem em frutos sem
Exercícios complementares sementes (partenocárpicos).
vegetal II b) O ácido abscísico, produzido em
1. a) A poda quebra a dominância apical,
condições de estresse hídrico, atua
Revisando diminuindo a concentração de auxina
nas células estomáticas promoven-
nas gemas axilares, que se desenvol-
1. Fitormônios são hormônios vegetais, ou do a diminuição da concentração de
vem e originam ramos laterais.
seja, moléculas sinalizadoras produzi- potássio. Como consequência, os
das em uma região e transportadas para b) O etileno promove amadurecimento estômatos se fecham.
outras regiões, nas quais se ligam a re- dos frutos e queda das folhas.
8. a) Reino Fungi. Os fungos são orga-
ceptores específicos nas células-alvo e 2. a) A seta 2, pois a auxina promove nismos heterótrofos.
geram respostas fisiológicas. Exemplos: alongamento celular, sem divisão.
auxinas, giberelinas, citocininas, ácido b) O hormônio é o etileno. Uma medida
b) A poda da gema apical provoca o seria colocar os frutos em locais are-
abscísico e etileno.
fim da dominância apical. As gemas jados, para dispersar o gás etileno,
2. Alongamento celular, dominância apical, axilares passam a produzir auxina e ou em ambientes com temperaturas
queda das folhas, tropismos, herbicida e formam novos ramos na planta. baixas, para inibir a produção dele.
formação de raízes.
3. a) O procedimento 2. Os floricultores rea- 9. a) O fototropismo é regulado pelo hor-
3. A poda das plantas na jardinagem que- lizam a poda constante para estimular mônio auxina, produzido pela gema
bra a dominância apical, isto é, remove a ramificação das plantas, que ficarão apical da plântula.
as gemas apicais caulinares que inibem com mais galhos e, consequentemen-
o desenvolvimento das gemais axilares. b) Sob uma fonte unidirecional de luz, a
te, mais flores. Isso ocorre porque a
Após a poda, as gemas axilares entram auxina migra do lado iluminado para
poda retira a gema apical e, com isso,
em atividade e formam novos ramos. o não iluminado nas plântulas de tri-
ocorre a quebra da dominância apical,
go. No caule, o acúmulo de auxina
4. Alongamento caulinar, quebra da dormên- fenômeno que inibe o desenvolvimen-
to das gemas axilares. estimula maior crescimento das célu-
cia das sementes e crescimento de frutos.
las no lado não iluminado, causando
5. O ditado popular é verdadeiro. A maçã b) O procedimento 1. Nessa condição, curvatura dos caules em direção à
em decomposição produz etileno, hormô- as gemas laterais (axilares) permane- luz, movimento conhecido como fo-
nio gasoso que se difunde na atmosfera cerão em dormência, causada pela totropismo positivo.
próxima ao local de origem, o que acele- auxina que migra do bloco de ágar
(análogo à gema apical) até elas. 10. a) Auxinas são produzidas por gemas
ra o amadurecimento e o apodrecimento apicais caulinares, folhas jovens e
dos demais frutos ao seu redor. 4. a) O hormônio é a auxina, que é produ-
sementes em desenvolvimento.
zida nas gemas apicais caulinares,
6. O ácido abscísico (ABA) atua no meca- O transporte de auxina ocorre em
nas folhas jovens e nas sementes.
nismo de fechamento dos estômatos. direção descendente no caule, a
Quando a planta perde água, a concen- b) O estímulo ao desenvolvimento de partir das gemas apicais, fenômeno
tração de ABA nas folhas aumenta, o ramos laterais pode ser útil para conhecido como transporte polar.

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b) O fototropismo é o movimento de e se tornam flácidas. Essa redução b) A planta em questão é de dia curto,
crescimento estimulado pela luz. de volume leva ao fechamento dos de acordo com o resultado obser-
Quando uma planta recebe luz uni- folíolos. vado na situação 2. Nessas plantas,
lateral, a auxina migra para o lado 15. a) O transcrito é uma molécula de o fitocromo ativo (vermelho longo)
não iluminado. No caule, a auxina RNA mensageiro, sintetizada a par- atua inibindo a floração. Dessa for-
promove alongamento das células tir de um segmento do DNA (gene). ma, a interrupção do escuro com um
no lado não iluminado (fototropismo A análise exclusiva dos transcritos lampejo de luz faz com que ela não
positivo). Nas raízes, a auxina inibe não revela qual será a proteína pro- floresça, pois a luz faz o fitocromo
o alongamento celular no lado não inativo (vermelho curto) se converter
duzida, pois pode ocorrer retirada
iluminado, e a raiz cresce na direção em fitocromo ativo (vermelho longo),
de íntrons no processamento dos
oposta à fonte de luz (fototropis- inibindo a floração.
RNAs, o que altera os códons e a
mo negativo). O gravitropismo é o 20. a) A planta do experimento I é de dia
sequência de aminoácidos da pro-
movimento de crescimento estimu- curto, e apresenta fotoperíodo crí-
teína traduzida a partir deles.
lado pela gravidade. Colocando uma tico de 14 horas, ou seja, floresce
planta envasada na posição horizon- b) A planta A foi cultivada no espaço,
quando recebe luz abaixo de 14 ho-
tal, o aumento na concentração de pois, na ausência de gravidade, as
ras por dia.
auxina no lado inferior do caule pro- raízes cresceram em diversas dire-
move alongamento celular, e o caule ções (ausência de gravitropismo). Já b) A interrupção do escuro interferiu
se curva para cima (gravitropismo a planta B foi cultivada na Terra, pois na floração. A proteína se chama
negativo). As células do lado supe- todas as raízes estão crescendo no fitocromo.
rior da raiz, com menor concentração sentido da força da gravidade (gravi- 21. a) Plantas A: plantas de dia curto (PDC).
de auxina, se alongam mais que as tropismo positivo). Plantas B: plantas de dia longo (PDL).
do lado inferior, e a raiz se curva para 16. a) A planta X florescerá nos fotope- b) Para as PDC é o número mínimo de
baixo (gravitropismo positivo). ríodos indicados pelo número 1, já horas de escuro necessário para
11. a) O hormônio é a auxina, que promo- que são menores que o fotoperío- floração, e para as PDL é o número
ve o alongamento das células. do crítico de 14 horas de luz. Já a máximo de horas de escuro.
b) Com a remoção da gema apical, as planta Y florescerá nos fotoperíodos
c) Em fotoperíodo de 12 horas de luz
células das gemas laterais saem do indicados pelo número 4, já que são
e de escuro, condição em que o
estágio de dormência e entram em maiores do que o fotoperíodo crítico
fotoperíodo crítico é atingido para
intensa atividade mitótica. Ocorre, por- de 14 horas de luz.
ambas.
tanto, a quebra da dominância apical. b) A planta da espécie X, de dia curto,
12. a) O fitormônio é a auxina, cujo acúmulo já que ela precisa de uma noite lon- BNCC em foco
nas células na parte inferior do caule ga e ininterrupta para que ocorra a
1. D
promove crescimento maior que na floração.
parte superior, causando a curvatura 2. Soma: 01 + 02 + 08 = 11
17. a) Em regiões próximas à linha do
do caule para cima. Já na raiz, a con- Equador, o fotoperíodo é de apro- 3. a) A planta B tem maior probabilidade
centração de auxina na parte inferior ximadamente 12 horas de luz e 12 de florescer no verão, quando o pe-
inibe o crescimento dessas células, de escuro. Então, não ocorrerá flo- ríodo de luz é maior que o período
mas as células da parte inferior, com ração, já que se trata de uma planta de escuro. No experimento 1, o flash de
menor concentração de auxina, conti- de dia curto com fotoperíodo crítico de luz fará a planta A não florescer e a
nuam crescendo, causando curvatura 6 horas de luz, ou seja, exposição à planta B florescer.
da raiz para baixo. luz por 6h ou menos. b) A planta B, que é de dia longo, flores-
b) Os dois tropismos são o fototropismo, b) Os floricultores conseguem produzir ce quando recebe fotoperíodo igual
determinado pela luz, e o gravitropis- flores o ano todo quando as plantas ou maior que o fotoperíodo crítico. As
mo, determinado pela gravidade. são cultivadas dentro de estufas, nas plantas de dia curto precisam ter noi-
c) A auxina está relacionada com a for- tes longas ininterruptas para florescer.
quais eles podem controlar o fotope-
mação de frutos, a queda das folhas, No período de escuro, o fitocromo ati-
ríodo recebido por elas. Plantas de
a dominância apical e o alongamento vo (FVL), que inibe a floração dessas
dia longo, por exemplo, podem flo-
plantas, é transformado em fitocromo
da parede celular. rescer mesmo no período de inverno
inativo (FVC). A diminuição na con-
13. a) A substância é a auxina. Na presen- (dias curtos), desde que a noite des-
centração de fitocromo ativo é que
ça de luz, a auxina migra para o lado tas plantas seja interrompida com
permite a floração dessas plantas.
não iluminado da planta, promoven- alguns minutos de exposição à luz
do o crescimento das células nesse artificial.
lado do caule e, consequentemen- 18. a) A floração dessa espécie é um fe- Frente 3
te, a sua curvatura em direção à luz. nômeno fotoperiódico, determinado
pelo período de exposição à luz.
Capítulo 11 — Controle
b) O papel opaco impede a passagem
de luz e, portanto, a migração da au- Ocorreu em janeiro no Brasil, pois as endócrino
xina não ocorre. Assim, a planta terá plantas receberam o mesmo fotope-
crescimento vertical, pois a distribui- ríodo que as outras plantas da mesma Revisando
ção homogênea de auxina promove espécie receberam em julho nos EUA.
1. O sistema endócrino controla o metabolis-
crescimento igual das células, inde- Esta planta é de dia longo (noite cur-
mo por meio de mensageiros químicos, os
pendentemente da fonte de luz. ta), pois floresceu no período de verão
hormônios, que chegam aos órgãos-alvo
14. a) O movimento é chamado de sismo- dos dois países. pela corrente sanguínea, desencadean-
nastismo. b) Fases: floração (polinização e fecun- do respostas, como sua estimulação ou
b) Com o estímulo mecânico, ocorre dimi- dação), frutificação (formação das inibição.
nuição na concentração de potássio (K+) sementes), dispersão das sementes 2. Quando há liberação de um hormônio
nas células do lado superior do pulví- e germinação das sementes. que estimula a produção de uma substân-
nulo, que perdem água por osmose 19. a) A planta não floresce na situação 3. cia, por feedback negativo, o aumento da

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concentração dessa substância passa a da insulina e ocorre quando as células 5. E
inibir a secreção do hormônio. Já no fee- não reconhecem esse hormônio, o que 6. a) O hormônio é o TSH (hormônio ti-
dback positivo, o estímulo é reforçado e impede a absorção da glicose. reotrófico). O elemento mineral é
gera uma resposta maior, como ocorre o iodo, que compõe as moléculas
quando um hormônio estimula a secre- Exercícios propostos
dos hormônios T3 e T4.
ção de uma substância e essa substância
1. A 8. A 15. C 22. E b) Em dias frios, ocorre o aumento dos
estimula a secreção do hormônio.
2. E 9. C 16. A 23. D hormônios T3 e T4, para aumentar
3. A neuroipófise secreta a vasopressina a taxa metabólica e produzir mais
ou ADH (hormônio antidiurético) e a oci- 3. E 10. C 17. B 24. C
calor, ajudando na manutenção da
tocina. A adenoipófise sintetiza e secreta 4. D 11. D 18. A 25. A temperatura.
o FSH (hormônio foliculoestimulante), o 5. A 12. A 19. A 26. D
LH (hormônio luteinizante), o TSH (hor- 7. a) O hormônio calcitonina, produzido
6. B 13. B 20. A 27. B pela glândula tireóidea, é respon-
mônio tireotrófico), o ACTH (hormônio
adrenocorticotrófico), a prolactina e o 7. C 14. A 21. A 28. D sável por diminuir a concentração
GH (hormônio do crescimento). de cálcio no sangue.
Exercícios complementares b) O pré-pró-hormônio tem 110 aminoá-
4. O hipertireoidismo aumenta o metabolis-
mo, causando elevação da temperatura 1. a) Com o aumento na produção de cidos, e cada aminoácido é codificado
corporal e da pressão arterial, perda de hemácias, há mais células disponí- por um códon, composto de 3 nucleo-
peso, exoftalmia (olhos saltados), entre veis para transportar oxigênio para tídeos. No RNAm, são 110 códons e
outros. O hipotireoidismo reduz o me- os músculos. Com isso, a produção um códon de parada, totalizando 111
tabolismo, causando ganho de peso, de ATP pela respiração celular é códons, que correspondem a 333 nu-
redução da pressão arterial, letargia, in- maior, aumentando sua eficiência cleotídeos.
tolerância ao frio, entre outros. e o desempenho físico dos atletas. 8. Na tireoidite de Hashimoto, os anticorpos
5. O iodo compõe os hormônios tri-iodo- b) O hormônio do crescimento (GH) é destroem a enzima TPO, responsável
tironina (T3) e tiroxina (T4), produzidos produzido pela adenoipófise. A fal- pela produção dos hormônios T3 e T4;
pela glândula tireoide. A falta desse mi- ta desse hormônio na infância pode dessa forma, seus níveis estarão baixos
neral impossibilita a produção suficiente causar nanismo. Já o excesso de em portadores não medicados. Nesses
de T3 e T4, levando ao hipotireoidismo. GH durante a fase de crescimento indivíduos, a hipófise não será inibida
causa gigantismo, e em adultos cau- pelo T4, então se mantém produzindo o
6. O paratormônio (PTH) é liberado quando
sa a acromegalia (crescimento das TSH, cujos níveis estarão elevados.
a concentração de Ca2+ no sangue está
baixa. Esse hormônio degrada a matriz extremidades). 9. C
óssea e libera cálcio no sangue. Quando 2. a) A queda de temperatura é percebi- 10. a) X corresponde à glândula tireóidea e
os níveis de Ca2+ no sangue estão altos, da pelo hipotálamo, que é ativado e Y corresponde ao paratormônio (PTH).
a calcitonina é estimulada; ela inibe a li- estimula a ocorrência de contrações
b) A calcitonina atua reduzindo a con-
beração de cálcio dos ossos e aumenta musculares, que causam tremores
centração de cálcio no sangue, pro-
a excreção desse mineral pelos rins. para aumentar a produção de calor,
movendo a deposição de cálcio nos
7. O córtex das glândulas suprarrenais se- e a vasoconstrição, para reduzir a
ossos, reduzindo a absorção de
creta os mineralocorticoides, como a al- circulação de sangue na superfície e
cálcio no intestino e diminuindo a
dosterona, e os glicocorticoides, como manter o calor nos órgãos internos.
reabsorção de cálcio nos rins.
o cortisol. Já a medula dessas glândulas b) A neuroipófise armazena e libera
11. Soma: 04 + 16 = 20
secreta a adrenalina e a noradrenalina a vasopressina (ADH). Como esse
(ou epinefrina e norepinefrina). hormônio aumenta a reabsorção de 12. A
8. O pâncreas é uma glândula mista por- água nos rins, a inibição de sua pro- 13. O hormônio é o cortisol, secretado pelas
que desempenha função endócrina e dução diminui a quantidade de água glândulas suprarrenais. Esse hormônio
exócrina. Ele tem células especiais que reabsorvida e aumenta o volume de estimula a gliconeogênese, processo
secretam os hormônios insulina e gluca- urina produzido. no qual há produção de glicose a partir
gon na corrente sanguínea, atuando como 3. a) O ADH está associado ao contro- de proteínas e lipídeos, o que justifica a
glândula endócrina, mas também possui le neuroendócrino (3): é produzido perda de massa muscular.
células que produzem e secretam o suco pelo hipotálamo e secretado pela 14. B
pancreático no intestino delgado, atuando neuroipófise na corrente sanguínea. 15. A
como glândula exócrina. A insulina está associada ao contro-
le endócrino (1): é produzido pelo 16. I. Com o bloqueio da ação das proteí-
9. O aumento de glicose no sangue esti- nas SGLT2, não há reabsorção de
mula a liberação da insulina, que facilita pâncreas e liberado diretamente na
corrente sanguínea. A acetilcolina glicose para a corrente sanguínea, o
a entrada desse carboidrato nas células, que estabiliza os níveis de glicemia.
reduzindo a glicemia. Quando a concen- está associada ao controle nervoso (2):
tração de glicose sanguínea fica abaixo trata-se de um neurotransmissor libe- II. A insulina e o glucagon são produ-
dos valores de referência, ocorre a secre- rado por neurônios, que atua gerando zidos por células do pâncreas. A
ção do glucagon, que estimula a quebra uma resposta nas células-alvo. insulina facilita a absorção de glico-
do glicogênio, liberando mais glicose b) O controle nervoso é o de alta veloci- se pelas células e o glucagon tem
para o sangue e aumentando a glicemia. dade. As células estimuladas geram efeito inverso, estimulando libera-
impulsos nervosos que são condu- ção de glicose no sangue.
10. O diabetes melito tipo 1 ocorre quando
o próprio sistema imune destrói as cé- zidos até um órgão efetuador de 17. C
lulas beta do pâncreas, responsáveis resposta. Ao atingir as terminações 18. A redução da glicemia ocorre devido
pela produção de insulina, deixando a axônicas, há liberação de neuro- à insulina. Sob sua ação, as células
concentração de glicose sanguínea ele- transmissores que se ligam aos do corpo são capazes de absorver a
vada – nesse caso, há necessidade de receptores de membrana da célula glicose que está no sangue. O indiví-
aplicação de insulina sintética. Já o dia- receptora do órgão-alvo. duo que apresenta rápida absorção
betes melito tipo 2 não é dependente 4. A intestinal de carboidratos apresentou

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maior liberação desse hormônio, pois BNCC em foco a formação do corpo lúteo, que passa a
sua concentração de glicose sanguínea produzir progesterona.
diminuiu de forma mais rápida. O indiví- 1. a) Os hormônios T3 e T4 têm iodo em
sua composição e dependem da pre- 7. O primeiro dia do ciclo menstrual é aquele
duo portador da doença hepática terá no qual ocorre a menstruação. A ovulação
sença desse elemento na dieta. De
sua glicogênese afetada, pois a produ- ocorre em torno do 14o dia do ciclo. O pe-
acordo com os gráficos do experi-
ção e o armazenamento de glicogênio ríodo fértil corresponde a cerca de três
mento, houve queda da concentração
a partir da glicose sanguínea serão pre- dias antes e três dias depois da ovulação.
plasmática dos dois hormônios nos
judicados.
indivíduos com dieta sem iodo (DSI); 8. A nidação é a fixação do embrião no
19. O gráfico III corresponde ao indivíduo no entanto, o hormônio T4 teve uma endométrio. O hormônio hCG é produzi-
com diabetes mellitus, pois apresen- queda mais acentuada. do pelo embrião e, posteriormente pela
ta baixa produção de insulina, o que placenta, por isso é um indicador da ocor-
b) Na ausência de iodo, a produção do
mantém os níveis de glicose elevados. rência de gestação. Se uma mulher não
hormônio T4 diminui; em consequên-
A insulina é produzida pelo pâncreas, está grávida, não há produção de hCG em
cia, a adenoipófise aumenta a secreção
cuja porção exócrina é responsável
de TSH para continuar estimulando a seu organismo.
pela secreção do suco pancreático,
tireoide a produzir esse hormônio. 9. Os métodos contraceptivos evitam uma
que contém enzimas digestivas, no in-
testino delgado. c) A carência de iodo pode diminuir a gravidez indesejada, pois impedem a li-
produção dos hormônios da tireoide beração dos gametas, a fecundação ou a
20. B
e, com isso, reduzir a taxa metabóli- nidação do embrião no útero. Os únicos
21. a) A digestão dos carboidratos se inicia ca e causar bócio. métodos contraceptivos que também são
na boca e termina no intestino delgado. eficientes na prevenção de infecções
2. A
b) Ele poderia desenvolver diabetes me- sexualmente transmissíveis são os preser-
3. A produção do leite é estimulada pela
lito tipo 2. Nesse tipo de diabetes, a vativos masculino e feminino.
prolactina, hormônio produzido pela ade-
insulina continua sendo produzida, no 10. I. DIU: o dispositivo intrauterino é intro-
noipófise. A ejeção do leite é estimulada
entanto, as células passam a ter dificul- duzido no útero e atua dificultando a
pela ocitocina, produzida pelo hipotála-
dades para absorver a glicose devido chegada dos espermatozoides até
mo. Ambas as glândulas estão presentes
a alterações na sinalização entre os as tubas uterinas, impedindo a fecun-
nas mulheres transgêneros, pois são co-
receptores de insulina e o interior das dação ou a nidação.
muns aos dois sexos biológicos.
células-alvo. Na diabetes tipo 1, ocor- II. Pílula anticoncepcional: é composta por
re a destruição das células beta do hormônios que inibem a secreção de
pâncreas, reduzindo a produção de FSH e LH e, portanto, inibe a ovulação.
insulina. Capítulo 12 — Reprodução III. Vasectomia: consiste na secção dos
22. Soma: 04 + 08 + 16 = 28 ductos deferentes, impedindo que os
humana espermatozoides cheguem à uretra.
23. D
IV. Laqueadura tubária: consiste na sec-
24. Soma: 04 + 08 = 12 Revisando
ção e cauterização das tubas uterinas,
25. E 1. Dos testículos, os espermatozoides vão impedindo o encontro dos gametas
26. a) indiferenciadas com grande capacida- para os epidídimos, onde ocorre sua ma- masculino e feminino.
de de multiplicação. Elas têm, ainda, turação e seu armazenamento. Por meio
a capacidade de se diferenciar em di- dos ductos deferentes, os espermato- Exercícios propostos
versos tipos celulares. zoides são transportados até o ducto 1. C 5. B 9. D
ejaculatório, que desemboca na uretra, e
b) A glândula atacada pelas defesas do 2. C 6. D 10. A
são eliminados pelo pênis na ejaculação.
organismo no diabetes tipo 1 é o pân-
3. E 7. B
creas. O hormônio cuja produção é 2. O LH estimula a produção da testoste-
afetada é a insulina. rona, e o FSH estimula a formação dos 4. B 8. C
espermatozoides. 11. V; V; F; V; F
27. a) A pessoa C recebeu o diagnóstico
de diabetes mellitus, pois sua taxa de 3. A próstata produz uma secreção que age 12. C 17. B 22. B 27. C
glicose sanguínea permaneceu mais na neutralização do pH vaginal. As vesícu- 13. A 18. B 23. B 28. C
elevada que as demais. las seminais produzem uma secreção que
compõe a maior parte do sêmen e 14. E 19. D 24. D 29. A
b) Em uma pessoa diabética, é o pân-
que contém compostos usados na nutri- 15. E 20. B 25. C 30. B
creas que deixa de produzir insulina.
ção dos espermatozoides. As glândulas 16. A 21. B 26. B
A insulina, por ser uma proteína,
bulbouretrais liberam uma secreção que
quando ingerida in natura, é degra-
dada no estômago pela ação da
neutraliza a acidez da uretra e auxilia na Exercícios complementares
lubrificação desse canal.
pepsina presente no suco gástrico. 1. a) As organelas são as mitocôndrias,
4. A espermatogênese ocorre nos túbulos pois a execução dos movimentos
28. a) A doença é a diabetes. Com a destrui-
seminíferos presentes nos testículos. As ciliares necessita de ATP, produzido
ção das células beta, a insulina deixa
células intersticiais (de Leydig) são res- na respiração celular aeróbia.
de ser produzida.
ponsáveis pela produção de testosterona,
b) A insulina, produzida pelas células be- b) Os cílios (na traqueia) e os flagelos
enquanto as células de Sertoli apoiam,
ta do pâncreas, é responsável pela (nos espermatozoides) são formados
nutrem e protegem as espermatogônias.
produção de glicogênio no fíga- pela proteína tubulina, constituinte
do, que deixará de ser produzido 5. O sistema genital feminino é formado dos microtúbulos. Em um indivíduo
na ausência dessas células. Os ví- pela vagina, pelo útero, pelas tubas que não produz essa proteína, as
rus atuam como um vetor, pois são uterinas e pelos ovários, onde são pro- vias aéreas não serão devidamente
responsáveis por introduzir nessas duzidos os gametas. limpas e os espermatozoides não
células o gene que produz a molé- 6. O FSH estimula o desenvolvimento do conseguirão se deslocar.
cula que impede a destruição das folículo ovariano, que passa a produzir 2. a) Com a deleção do gene SRY, a crian-
células beta. estrógeno. O LH estimula a ovulação e ça formará as gônadas femininas,

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portanto seu fenótipo em relação 8. Soma: 01 + 02 = 03 menstrual. Portanto, M deve estar indi-
aos órgãos genitais é feminino. 9. a) As principais glândulas envolvidas cado na figura A após a degeneração
b) A criança portadora da deleção do são próstata e glândulas seminais; do corpo lúteo, processo que reduz as
SRY sofreu uma mutação durante seu glândulas bulbouretrais produzem concentrações de progesterona, cau-
desenvolvimento embrionário, já que muco lubrificante. O pH do sêmen sando a descamação do endométrio.
apenas parte de suas células foi afe- permite elevar o pH ácido da vagina, Na figura B, a própria descamação do
tada. Caso a mutação tivesse ocorrido que é inadequado para a sobrevi- endométrio marca a posição em que
no espermatozoide ou no núcleo do vência dos espermatozoides. a letra M deve ser indicada.
zigoto, todas as células formadas te- b) Fora da cavidade abdominal a tem- b) A ovulação ocorre devido a um
riam a deleção do gene SRY. peratura é mais baixa e adequada à aumento na concentração do hor-
3. O hormônio que promove a liberação manutenção dos espermatozoides. mônio luteinizante, então a letra O
do ovócito secundário é o LH (hormô- A produção de testosterona ocorre deve ser indicada ligeiramente à di-
nio luteinizante). Para que a divisão nas células intersticiais. reita do pico de LH.
meiótica termine e o óvulo se forme, c) Durante a gravidez, a alta concen-
10. a) O hormônio foliculoestimulante (FSH)
é necessário que ocorra a fecunda- tração de estrógeno e progesterona
regula o amadurecimento dos fo-
ção. O gameta feminino é uma célula mantém os hormônios hipofisários
lículos ovarianos e a produção de
com grande quantidade de nutrientes (FSH e LH) inibidos, por meio de
estrógeno. O hormônio luteinizante
disponíveis, o que garante o desenvol- feedback negativo.
(LH) estimula a liberação do ovócito
vimento do zigoto.
secundário (ovulação) e a formação 15. a) Os hormônios presentes no gel se-
4. a) O período fértil corresponde aos do corpo lúteo, responsável pela rão lançados na corrente sanguínea
dias 12, 13, 14, 15 e 16. produção da progesterona. pelo sistema endócrino e transpor-
b) Os hormônios que atingem seus ní- tados pelo sistema cardiovascular
b) O estrógeno e a progesterona são
veis mais altos no período fértil são até o órgão-alvo. O lipídio precursor
produzidos pelos ovários, sendo que
o FSH e o LH, sendo que o último da testosterona é o colesterol.
o primeiro é secretado pelos folí-
está em maior concentração, pois culos ovarianos e o segundo, pelo b) O gráfico 2 representa o efeito espe-
é o responsável pela ovulação. A corpo lúteo. Como esses hormônios rado do anticoncepcional masculino,
progesterona atingirá seu nível mais são responsáveis pela manutenção pois a progestina deve bloquear a pro-
alto depois da ovulação. do endométrio espesso e vascula- dução dos hormônios luteinizante (LH)
5. a) Ambas as divisões estão envolvidas. rizado, uma queda em seus níveis e foliculoestimulante (FSH).
As espermatogônias se dividem por causa a menstruação, que é a des- 16. Soma: 04
mitose, crescem e originam os es- camação do endométrio. 17. a) No início do ciclo menstrual, há au-
permatócitos primários, células que
c) O hCG estimula o corpo lúteo a pro- mento da concentração de FSH, hor-
passam pela meiose.
duzir progesterona, o que mantém a mônio responsável por estimular o
b) O hormônio hipofisário inibido pela espessura do endométrio e, conse- amadurecimento do folículo ovariano.
elevação dos níveis de testosterona quentemente, a gestação. b) A placenta produz o hCG, hormô-
é o FSH (hormônio foliculoestimulan-
11. a) O hCG (gonadotrofina coriônica hu- nio que atua sobre o corpo lúteo.
te), que estimula a espermatogênese.
mana), que pode ser detectado no O corpo lúteo é responsável pela
Assim, a inibição da secreção de
sangue ou na urina. produção da progesterona e do es-
FSH resulta na interrupção da produ-
b) Após o parto, há redução nos hormô- trógeno, que mantêm o endométrio
ção de espermatozoides.
nios esteroides, porque a placenta, espesso e vascularizado, caracterís-
6. A menina se encontra na puberdade, ticas fundamentais para garantir a
responsável por produzir esses hor-
fase na qual começam a ser produzidos gestação.
mônios, é expulsa. Uma redução
o FSH e o LH. Esses hormônios atuam
brusca e precoce nos níveis desses 18. a) A testosterona é produzida pelos
nos ovários, estimulando a produção
hormônios pode causar a descama- testículos. Na puberdade, esse hor-
de estrógeno e progesterona, respon-
ção do endométrio, resultando em mônio estimula a produção dos es-
sáveis pelas mudanças fisiológicas que
um aborto espontâneo. permatozoides e o surgimento das
ocorrem na puberdade, como a modela-
12. a) Cílios (nas vias respiratórias) e flage- características sexuais secundárias
ção do corpo, o aumento das mamas, o
los (nos espermatozoides). masculinas, como o aumento do
surgimento de pelos nas axilas e na re-
pênis, o surgimento de pelos, o en-
gião genital e o início do ciclo menstrual. b) Em uma mulher com a síndrome, grossamento da voz e o aumento
7. a) O estrógeno estimula a prolifera- os cílios da tuba uterina não des- da massa muscular.
ção das células do endométrio, locarão o embrião em direção ao
espessando-o. A utilização do bisfe- útero. Um homem com essa síndro- b) Os níveis de testosterona não são al-
nol A poderia causar amadurecimento me deverá recorrer a métodos de terados pela vasectomia, pois esse
sexual precoce e aumento do espes- reprodução assistida, como fertili- procedimento consiste na secção
samento do endométrio no início do zação in vitro. nos ductos deferentes, impedindo
ciclo menstrual. a chegada dos espermatozoides no
13. a) a. 1) Ductos deferentes. ducto ejaculatório, o que não afeta
b) Nas mulheres, a ovogênese (por meio a. 2) Glândula seminal. a produção desse hormônio pelos
de divisão celular meiótica) se inicia testículos.
durante o desenvolvimento embrio- b) O câncer de próstata pode causar
nário, isto é, antes do nascimento. compressão na uretra, canal que 19. a) “As regras” referem-se à menstrua-
A divisão é longa porque a meiose transporta a urina da bexiga uriná- ção. A queda da progesterona causa a
é interrompida e a célula permane- ria ao meio externo; por isso, pode descamação do endométrio, o que faz
ce como ovócito II até que a pessoa causar dificuldade ao urinar ou mic- com que a mulher menstrue.
chegue à puberdade, quando os ção dolorida. b) A ovulação ocorre em torno do
hormônios estimulam a ovulação. 14. a) A menstruação ocorre após a 14o dia após o início da menstruação.
A divisão só será concluída caso ovulação, caso o ovócito não seja fe- Para estimar o período fértil, durante
ocorra a fecundação. cundado, e dá início a um novo ciclo o qual deveria se abster de relações

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sexuais, Pombinha deveria conside- 24. a) Os métodos contraceptivos perma-
rar cerca de três dias antes e três nentes que podem ser citados são: Capítulo 13 — Histologia
dias depois do dia da ovulação. Isso laqueadura tubária (consiste em
animal
porque o ovócito pode permanecer cortar ou amarrar as tubas uterinas,
viável até o dia seguinte à ovulação impedindo o encontro dos gametas) Revisando
e o espermatozoide pode permane- e vasectomia. Os métodos contra-
cer viável no corpo da mulher por ceptivos temporários que podem ser 1. O tecido epitelial é formado por células
até 3 dias. Além disso, alterações citados são: preservativo (camisinha) justapostas, com pouca matriz extrace-
hormonais podem mudar o dia da feminino ou masculino, diafragma, lular entre elas. Esse tecido reveste o
ovulação, antecipando-a ou atra- DIU, tabelinha, pílula anticoncepcio- corpo externa e internamente, recobrin-
sando-a, o que torna este método nal, coito interrompido. do superfícies e cavidades dos órgãos e
pouco confiável. conferindo proteção a essas estruturas.
b) O único método contraceptivo que
Também secreta substâncias, formando
20. A pílula anticoncepcional feminina é evita a gravidez e a transmissão de
o tecido epitelial glandular.
constituída de hormônios, como estró- ISTs é o preservativo (tanto masculi-
geno e progesterona. A manutenção do no quanto feminino), pois envolve os 2. As glândulas exócrinas liberam suas
nível desses hormônios inibe a secre- órgãos genitais e armazena os es- secreções por meio de ductos para a
ção de FSH e LH e, consequentemente, permatozoides, impedindo que eles superfície do corpo ou para dentro de ca-
a ovulação. O gel, ao ser aplicado nos cheguem ao útero e que os fluidos vidades, enquanto as endócrinas liberam
canais deferentes nos homens, impede corporais entrem em contato. seus hormônios diretamente na corrente
a chegada dos espermatozoides até o sanguínea. Já as glândulas mistas têm
c) No caso do coito interrompido, pode uma porção exócrina e uma endócrina.
ducto ejaculatório, então não há game- haver espermatozoides no líquido pré-
tas liberados na ejaculação. Em caso de 3. O tecido conjuntivo é formado por células
-ejaculatório, e o homem pode não
gravidez, os embriões se implantam no dispersas na matriz extracelular, bastante
conseguir retirar o pênis no momento
endométrio, que é o revestimento inter- abundante. Os fibroblastos secretam as
certo. No caso da tabelinha, podem
no do útero e que deve estar espesso e fibras proteicas que compõem a matriz ex-
ocorrer alterações no ciclo menstrual e
vascularizado para viabilizar a gestação. tracelular. Os macrófagos são células de
nas datas de ovulação, levando a erro
defesa, responsáveis pela fagocitose de
21. a) A laqueadura é um procedimento ci- no cálculo do período fértil.
partículas estranhas ao organismo. As
rúrgico, que consiste em cortar e 25. a) Na esfera social, a gravidez na adoles- células mesenquimais são células-tronco,
cauterizar ou amarrar as tubas uteri- cência pode impossibilitar a finalização responsáveis pela reparação dos tecidos
nas. Esse procedimento evita que o dos estudos ou forçar o ingresso pre- e pela diferenciação das células que com-
espermatozoide chegue até o ovócito, coce no mercado de trabalho para põem o tecido conjuntivo.
impedindo a fecundação. sustento do bebê. 4. O tecido adiposo é responsável pela
b) Não, pois a laqueadura não impede o b) Na esfera biológica, a gravidez na reserva energética, pela proteção mecâ-
contato entre os órgãos sexuais e suas adolescência pode aumentar o risco nica e pelo isolamento térmico. O tecido
secreções durante as relações, então de aborto espontâneo, hemorragias, cartilaginoso tem como funções o supor-
existe o risco de transmissão de infec- infecções, eclampsia e diabetes ges- te às estruturas do corpo, a resistência
ções sexualmente transmissíveis. tacional. à tensão, a redução de atrito entre os
22. a) Os preservativos. Eles armazenam os c) Na esfera psicológica, a gravidez na ossos e o amortecimento de impactos.
espermatozoides liberados na ejacula- adolescência pode aumentar o risco 5. O tecido ósseo atua na sustentação do
ção, impedindo que eles atravessem o de depressão durante a gestação e corpo, na proteção dos órgãos vitais e
útero e cheguem ao gameta feminino. o pós-parto, reduzir da autoestima na reserva de cálcio. Os osteoblastos
Além disso, impedem o contato dire- e gerar conflitos com a família. secretam a matriz óssea; os osteócitos
to dos órgãos sexuais e dos fluidos realizam a manutenção da matriz óssea;
26. As quantidades menores de medroxipro-
corporais durante a relação sexual, e os osteoclastos fazem a reabsorção
gesterona podem deixar a concentração
prevenindo a transmissão de ISTs. da matriz óssea, atuando na remodela-
desse hormônio baixa no sangue, impe-
b) Marta poderia estar usando o DIU ção dos ossos.
dindo que o FSH e o LH se mantenham
de cobre. O DIU impede o encon- inibidos, o que pode causar a maturação do 6. Os tecidos musculares são responsáveis
tro dos gametas, a fecundação e a folículo ovariano e a ovulação, trazendo o pela locomoção, pelos movimentos invo-
implantação do embrião no útero. risco de ocorrer uma gravidez. luntários e voluntários, pelos batimentos
No entanto, ele não protege contra cardíacos e também atuam no controle
27. Soma: 01 + 02 + 08 = 11
o contato com as secreções corpo- térmico.
rais do parceiro, então não previne a 28. Soma: 02 + 16 = 18
7. O tecido muscular estriado esquelético
transmissão de ISTs. possui estrias transversais e sua contra-
BNCC em foco
23. a) A pílula do dia seguinte pode inibir ção é voluntária. Já o tecido muscular
ou atrasar a ovulação, dificultar o 1. D 2. C cardíaco também possui estrias e sua
transporte do ovócito pela tuba ute- 3. a) A partir da década de 1980, campa- contração é involuntária. O tecido mus-
rina ou impedir a nidação. nhas de conscientização passaram cular liso é de contração involuntária e
b) Se não for tomada em até 72 horas a enfatizar a importância do uso de não possui estrias transversais.
após a relação sexual, a pílula perde preservativo nas relações sexuais 8. No sarcômero, os filamentos finos são for-
sua eficácia, pois não tem como evitar como principal forma de evitar a mados pela proteína actina, enquanto os
a fecundação ou a nidação do embrião. transmissão do vírus HIV. filamentos espessos são formados pela
c) A dose hormonal da pílula do dia se- b) Sendo 75,5 milhões o total de pes- miosina. As linhas Z limitam um sarcôme-
guinte é muito elevada, o que pode soas infectadas pelo vírus do HIV, a ro. A contração muscular na musculatura
causar descontrole hormonal, devido porcentagem de pessoas que morre- estriada esquelética consiste no desliza-
ao excesso de progesterona, e ou- ram é de 43,2%. mento dos filamentos de actina sobre os
tros efeitos colaterais. Além disso, o 75,7 100% de miosina, encurtando o sarcômero.
uso recorrente faz com que a pílula 32,7 x 9. As fibras esqueléticas de tipo I são de
do dia seguinte perca a eficácia. x = 43,19% contração lenta e são pouco suscetíveis

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à fadiga, pois obtêm energia por meio da 4. Soma: 01 + 02 + 08 = 11 fosfolipídios e os hormônios esteroi-
respiração celular. São ricas em mitocôn- 5. Soma: 01 + 02 + 04 = 07 des derivados do colesterol.
drias e em mioglobina. Já as fibras do tipo 13. Soma: 01 + 02 = 03
6. Soma: 01
II são de contração rápida e fadigam mais
facilmente, pois utilizam a glicólise como 7. Soma: 01 + 02 = 03 14. Soma: 02 + 08 = 10
fonte de ATP. Têm menos mitocôndrias e 8. a) A pele humana é composta de te- 15. Soma: 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31
menor quantidade de mioglobina. cido epitelial, que tem pouca matriz 16. Soma: 01 + 02 + 08 + 16 = 27
10. Quando um neurônio motor é estimu- extracelular entre as células, e de 17. A
lado, ele gera um potencial de ação tecido conjuntivo, com maior quan-
18. D
que desencadeia a liberação do neu- tidade de matriz extracelular.
rotransmissor acetilcolina na fenda 19. Soma: 01 + 02 + 04 = 07
b) A regulação térmica pela pele pode
sináptica entre ele e a célula muscular, ocorrer por meio da dilatação dos 20. Carlos tem mais fibras vermelhas, de
chamada de junção neuromuscular. Os vasos sanguíneos periféricos, ou tipo I, e é capaz de fazer atividades
neurotransmissores liberados se ligam pela eliminação do suor, processo intensas de longa duração, como uma
aos receptores na membrana da fibra que ajuda na perda de calor pela maratona, já que predomina o meta-
muscular, estimulando a contração do evaporação da água. bolismo aeróbio. João tem mais fibras
músculo esquelético. do tipo II, de metabolismo predominan-
c) A pele é formada por diferentes tipos
Exercícios propostos de tecidos, como o epitelial de reves- temente anaeróbio e menor produção
timento, o epitelial de secreção e o de ATP, o que o torna mais suscetível à
1. A 8. A 15. E 22. D fadiga muscular.
tecido conjuntivo. Além disso, possui
2. C 9. A 16. D 23. B terminações nervosas e vasos san- 21. Soma: 01 + 02 + 04 = 07
3. C 10. E 17. D 24. B guíneos em sua estrutura. 22. Soma: 01 + 02 + 04 + 16 = 23
4. D 11. C 18. A 25. B 9. a) A pele é constituída pelo tecido epi- 23. Soma: 01 + 02 + 08 = 11
5. D 12. D 19. C 26. B telial, formando a epiderme, e tecido
24. C
conjuntivo, que forma a derme.
6. C 13. D 20. C 27. D 25. Soma: 01 + 02 = 03
b) As glândulas sudoríparas eliminam
7. E 14. B 21. C 28. D 26. C
o suor através da pele. Quando o
Exercícios complementares suor é evaporado, ele absorve calor 27. a) As funções dos músculos intrínse-
da superfície do corpo, e isso aju- cos oculares são a acomodação do
1. a) Conforme as células se proliferam, da na manutenção da temperatura cristalino e o fechamento e a aber-
aumenta a distância entre as células corporal. Há também as glândulas tura da pupila.
das camadas internas e externas. sebáceas, que produzem o sebo, b) A mioglobina armazena oxigênio
Isso dificulta a chegada de O2, nu- que lubrifica a pele e os pelos, evi- nas fibras musculares, garantindo
trientes e fatores de crescimento tando o ressecamento. aporte desse gás para a produção
para as células das camadas inter-
10. a) A queimadura de 1o grau atinge a de ATP pelas mitocôndrias. Já a pre-
nas e a saída de CO2 e resíduos,
epiderme, classificada como um sença do retículo sarcoplasmático
causando a morte delas. No corpo,
tecido epitelial estratificado pavi- desenvolvido é fundamental para o
os vasos sanguíneos transportam
mentoso. A epiderme é formada a armazenamento e o transporte de
O2 e nutrientes e removem CO2 e
partir da ectoderme. A de 2o grau íons cálcio, imprescindíveis para a
resíduos de todos os tecidos.
atinge a derme, um tecido conjun- ocorrência da contração muscular.
b) As células de revestimento interno tivo propriamente dito. A derme é
do intestino são justapostas, formando 28. a) O músculo que participa do peristal-
originada da mesoderme.
uma barreira física que impede a tismo é o liso, formado por células
b) A pele protege o organismo contra fusiformes, que possuem apenas
passagem de substâncias e partí-
desidratação e ataques de agentes um núcleo, apresentam discos in-
culas através delas, e apresentam
microvilosidades, que são especia- infecciosos. Atua na regulação tér- tercalares e não apresentam estrias.
lizações que aumentam a superfície mica do organismo e contribui para
b) Os músculos da perna comprimem
de absorção de nutrientes. a excreção por meio da sudorese.
as veias, empurrando o sangue, que
2. A queratinização do tecido epitelial torna 11. D passa através de valvas, indo em
as células mais resistentes ao atrito, o que 12. a) As funções do tecido adiposo que direção ao coração. O fechamento
permite a ingestão de alimentos mais ás- podem ser citadas são: reserva ener- das valvas impede o refluxo do san-
peros e duros. Já os animais cujo epitélio gética, isolamento térmico e proteção gue e faz com que ele circule em
esofágico não apresenta queratina têm contra choques mecânicos. apenas um sentido.
alimentação baseada em alimentos ma- b) Alguns tipos de lipídios encontrados
cios, como a carne. BNCC em foco
no organismo humano que podem
3. Soma: 02 + 08 = 10 ser citados são: os triglicerídeos, os 1. C 2. E 3. E

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