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Pesquisa sobre os minerais

OS MINERAIS
As rochas são associações compatíveis e estáveis de minerais. Assim, o
conceito de mineral e das suas principais propriedades é indispensável ao
estudo e à identificação das rochas, inclusive das rochas sedimentares.
Por definição, um mineral é uma substância sólida, natural e inorgânica, de
estrutura cristalina e com composição química fixa ou variável dentro de
limites bem definidos. Assim uma substância para ser considerada um
mineral terá de:
o ser um sólido, o que exclui do “reino mineral” os líquidos e os gases
(à exceção do mercúrio);
o ocorrer naturalmente, isto é, forma-se sem a intervenção do
Homem;
o ser inorgânico, o que implica que todas as substâncias produzidas por
seres vivos não sejam consideradas minerais; é o caso das pérolas, que,
apesar de serem idênticas química, física e estruturalmente ao mineral
aragonite, não são minerais;
o ter uma estrutura cristalina, isto é, as suas partículas constituintes
definirem uma distribuição regular no espaço;
o ter uma composição química definida, fixa ou variável dentro de
limites bem definidos, que possa ser representada por uma fórmula
química. O quartzo, por exemplo, tem uma composição química
definida (𝑆𝑖𝑂2 ), já a composição do mineral olivina é variável.

Quartzo Malaquite Crocoite Turquesa


Na Natureza, existem, ainda, substâncias sólidas, naturais e inorgânicas que,
contudo, não possuem estrutura cristalina – estrutura amorfa -, isto é, as
suas partículas constituintes não definem uma distribuição regular no espaço.
Estas substâncias designam-se mineraloides.

Opala Limonite Estrutura cristalina Estrutura amorfa


PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS MINERAIS
Na identificação dos minerais recorre-se a um conjunto de propriedades
químicas e físicas. O conhecimento destas propriedades, bem como da
maneira prática de as investigar, é bastante útil na sua identificação.

Composição química
Os minerais têm uma composição química, fixa ou variável dentro de
limites bem definidos, passível de ser representada por uma fórmula química.
Aa definição desta fórmula tem por base resultados qualitativos e
quantitativos fornecidos por análises químicas. Assim, é possível classificar
quimicamente os minerais. A classificação de Dana e Hurlbut, definida em
1960, divide os minerais de acordo com o anião dominante.
Principais famílias de minerais para o nosso estudo:
1. Haloides (𝐶𝑙− ; 𝐹 − ; 𝐵𝑟 − ; 𝐼 − )
2. Carbonatos (𝐶𝑜32−)
3. Sulfatos (𝑆𝑜42− )
4. Silicatos (𝑆𝑖𝑂44− )

1. Halite, 𝑁𝑎𝐶𝑙⬚ 2. Calcite, 3. Anidrite, 4. Olivina,


𝐶𝑎𝐶𝑜3 𝐶𝑎𝑆𝑂3 (𝑀𝑔, 𝐹𝑒)2 𝑆𝑖𝑂4

O elevado custo de alguns ensaios químicos, entre outras razões, faz com
que as propriedades físicas sejam, contudo, mais divulgadas na identificação
de amostras minerais. Estas propriedades podem ser reconhecidas à “vista
desarmada” ou mediante a aplicação de técnicas simples.

Propriedades Físicas

Properiedades
Propriedades Óticas Densidade
Mecânicas

Clivagem Dureza Cor Traço Brilho


Propriedades mecânicas:
o Clivagem:
A clivagem é a propriedade física que traduz a tendência a alguns minerais
para fragmentarem, por aplicação de uma força mecânica, segundo
superfícies planas e brilhantes, de direções bem definidas e constantes. Os
planos de clivagem correspondem a superfícies de fraqueza da estrutura
cristalina dos minerais.
A clivagem pode ser caracterizada pela facilidade de obtenção dos planos de
clivagem e pela sua perfeição.
perfeita

distinta ou boa

indistinta ou pobre
•Clivagem: perfeita •Clivagem: distinta •Clivagem:
•Caracterização: a ou boa indistinta ou pobre
rotura dá-se •Caracterização: a •Caracterização: a
facilmente rotura ocorre rotura não ocorre
segundo segundo superfícies preferencialmente
superfícies de de clivagem bem segundo
clivagens lisas e definidas, podendo superfícies de
brilhantes; também ocorrer clivagem; estas,
raramente os segundo outro tipo embora estejam
de suprefícies,
minerais clivam de presentes, são de
embora de forma
outro modo. díficil identificação
mais esporádica e
•Exemplo: calcite irregular. •Exemplo:
•Exemplo: barite calcopirite

o Dureza:
A dureza (H) de um mineral é a resistência que ele oferece ao ser riscado
por outro mineral. Em 1822, Friedrich Mohs, mineralogista alemão,
imaginou uma escala de dureza baseada na capacidade de um mineral riscar
outro. A escala de Mohs, composta por 10 minerais de dureza conhecida,
permite determinar a dureza relativa de um mineral, mediante a facilidade
ou a dificuldade com que é riscada por outro.
Usando a escala de Mohs, a dureza de um mineral é expressa pelo lugar da
ordem que ocuparia na escala, se dela fizesse parte. Diz-se que um mineral
é mais duro do que outro se, e só se, o riscar, sem se deixar riscar por ele;
dois minerais têm a mesma dureza se se riscarem ou não se riscarem
mutuamente.
Quando não se dispõe de uma escala de Mohs, a determinação da dureza
relativa de um mineral pode conseguir-se atendendo a que a dureza:
 Da unha do dedo é 2,5;
 De uma moeda de cobre é 3;
 Da lâmina de canivete é 5;
 Do aço de uma lima é 6,5 – 7.

Propriedades óticas:
o Cor:
A cor é a propriedade que resulta da absorção de radiações da luz branca que
incide sobre o mineral. A cor de um mineral deve ser observada numa
superfície de fratura recente, à luz natural.
Alguns minerais apresentam uma cor constante, qualquer que seja a amostra
observada; neste caso, os minerais dizem-se idiocromáticos. De um modo
geral, são idiocromáticos os minerais de brilho metálico.
Outros apresentam uma gama variada de cores, designando-se minerais
alocromáticos. Os minerais de brilho não metálico são, com frequência,
alocromáticos.

Galena (mineral Fluorite amarela


idiocromático) (mineral alocromático)
o Traço:
O traço ou a risca é a cor de um mineral quando reduzido a pó. Para se
determinar essa cor, risca-se à superfície despolida de uma porcelana com o
mineral. Este método é apenas aplicável nos minerais com dureza inferior à
da porcelana (≈ 7). No caso dos minerais com dureza superior, para
determinar a risca, reduz-se a pó uma pequena amostra do mineral em estudo,
num almofariz.
Frequentemente, a cor do traço de um mineral não coincide com a sua cor.
No entanto, diferentes variedades da mesma espécie mineral exibem sempre
traço com a mesma cor. Isto é, o traço é uma propriedade constante, enquanto
que a cor pode ser uma propriedade variável.
o Brilho:
O brilho é a propriedade que se refere à intensidade de luz refletida por uma
superfície de fratura recente do mineral em estudo. Quanto a esta
propriedade, os minerais podem ser subdivididos em minerais de brilho
metálico, sobremetálico e não metálico.
metálico

sobremetálico

não metálico
•Brilho: metálico •Brilho: •Brilho: não metálico
•Caracterização: sobremetálico •Caracterização: é
brilho intenso, •Caracterização: característico dos
semelhante ao brilho semelhante minerais
ao metálico sendo, transparentes ou
observado nos
contudo, menos translúcidos. neste
metais. é caso, existem
característico dos intenso. é
característico dos designações
minerais opacos particulares (por
(mesmo quando minerais quase
vezes, subjetivas)
opacos (isto é, que
observados em para descrever as
são translúcidos características do
aresta fina).
quando observados brilho - vítreo,
•Exemplo: em aresta fina). adamantino,
arsenopirite •Exemplo: nacarado, sedoso,
volframite gorduroso, entre
outros.
•Exemplo: berilo

Densidade:
A densidade (d) de um mineral depende da sua estrutura cristalina,
nomeadamente da natureza dos seus constituintes e do seu arranjo, mais ou
menos compacto. A densidade pode ser avaliada se desenvolvermos um
sentido de peso relativo. Assim, com algum treino e por simples sopeso,
pode-se ficar com uma ideia da densidade de uma amostra mineral.
Uma densidade “média” é a densidade do quartzo ou da calcite
(𝑑 = 2,7 𝑔/𝑐𝑚3 ); os minerais de brilho não metálico têm, geralmente,
densidades desta ordem de grandeza.
Os minerais de brilho metálico são geralmente mais densos e a sua densidade
relativa pode ser considerada, aproximadamente, a densidade da pirite
(𝑑 = 5,0 𝑔/𝑐𝑚3 ).
Minerais muitos densos têm densidades superiores a 7, como, por exemplo,
o ouro (𝑑 = 15 𝑔/𝑐𝑚3 𝑎 𝑑 = 19,3 𝑔/𝑐𝑚3 ).

Trabalho realizado por:


Ana Martins, nº4, 11ºA

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