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PROCESSOS E MATERIAIS GEOLÓGICOS

IMPORTANTES EM AMBIENTES TERRESTRES

• O ciclo das rochas


• Propriedades dos minerais
O Ciclo das Rochas

Os geólogos estudam as rochas e os minerais que as


compõem para tentar compreender os processos que
ocorrem no planeta e obter informações sobre o passado
da Terra, procurando prever e gerir o seu futuro.

Os materiais geológicos são essenciais ao Homem, sendo


usados na construção, como fonte de energia, na
indústria,…
A geosfera sustenta toda a biosfera!
À superfície terrestre é possível encontrar rochas, que
correspondem a associações naturais de um ou mais
minerais.

Os processos contínuos de formação, modificação,


destruição e “reciclagem” das rochas constituem o ciclo
das rochas.

Processos dinâmicos que ao longo do tempo dão


origem aos 3 tipos de rochas (sedimentares,
metamórficas e magmáticas).
Tipos de Rochas:
Magmáticas ou ígneas
Sedimentares
Metamórficas

Processos envolvidos na génese das rochas:


Arrefecimento e consolidação dos magmas
Sedimentogénese
Diagénese
Metamorfismo
Fusão
 Geodinâmica externa  Geodinâmica interna

Processos que ocorrem à Processos que ocorrem em


superfície da Terra e têm com profundidade e dependem da
fonte de energia a radiação solar energia interna do planeta.
e a gravidade.
Metamorfismo e
Sedimentogénese Magmatismo
Meteorização, erosão e transporte
Minerais – conceito e propriedades
Mineral - corpo sólido, natural, com composição química
definida ou variável dentro de certos limites, inorgânico e
com textura cristalina característica.

Os minerais mais comuns são os silicatos, como o quartzo,


os feldspatos, as micas, as olivinas, as piroxenas e as
anfibolas (constituem 75% da crusta terrestre).

Diversos compostos naturais assemelham-se a minerais


mas não possuem estrutura interna cristalina, sendo
designados por Mineralóides.
Ex: opala, ágata, etc.
A composição química e a organização estrutural da
matéria cristalina conferem aos minerais determinadas
propriedades físicas e químicas que auxiliam na sua
identificação.

 A composição química e o arranjo estrutural das partículas


constituintes dos minerais são próprias de cada mineral.

A determinação destas características requer o uso de


equipamento de laboratório, por vezes sofisticado, nem sempre
acessível à maioria das pessoas.
Pode fazer-se a identificação de minerais recorrendo a
determinadas propriedades físicas ou químicas que, de
algum modo, refletem a sua composição e estrutura,
fazendo ensaios simples que não implicam equipamento
complexo
a observação de algumas dessas propriedades pode ser
feita no campo, enquanto que outras devem ser
realizadas em laboratório.
Para identificar um mineral podem utilizar-se quatro tipos
de técnicas:
➢ Análise macroscópica de determinadas propriedades
físicas;
➢ Estudo das propriedades óticas com o microscópio
petrográfico;
➢ Estudos por raios X;
➢ Ensaios químicos para determinar a sua composição.
Propriedades físicas
Entre as propriedades físicas mais utilizadas na identificação
de minerais, podem destacar-se:

➢ Propriedades ópticas – cor, risca e brilho;


➢ Propriedades mecânicas – dureza, clivagem, fratura;
➢ Densidade;

➢ Magnetismo.
Cor dos minerais
Propriedade que varia de acordo com a composição do
mineral.
Deverá ser avaliada em superfícies frescas, pois nas
superfícies mais antigas, alteradas, a cor pode não
corresponder à original.
Os minerais podem ser :
Idiocromáticos – mineral que apresenta uma cor
característica.
Ex: malaquite (verde), galenite (cinzento), pirite (amarelo dourado)

Alocromáticos – mineral que apresenta cor variável, que


pode dever-se às impurezas.
Ex: Quartzo (incolor, branco, róseo, violeta, amarelo ou negro).
Risca ou traço

Cor do mineral reduzido a pó; este nem sempre coincide


com a cor do mineral.
No entanto:
 Diferentes variedades da mesma espécie mineral
exibem sempre o traço com a mesma cor;
 O traço é uma propriedade constante, enquanto que a
cor pode ser uma propriedade variável.
Exemplo: a pirite tem cor amarelo – latão e a risca é
negra.
Para se determinar a cor do traço, risca-se com o mineral a
superfície não polida de uma porcelana.
Método aplicável nos minerais com dureza inferior à da
porcelana (dureza inferior a 7); quando a dureza é superior
a 7, reduz-se a pó num almofariz.
Brilho ou lustre
O brilho consiste no efeito produzido pela qualidade e
intensidade da luz refletida numa superfície de fratura
recente do mineral e é descrito comparativamente a
amostras que se encontram categorizadas.

O brilho que um mineral apresenta é controlado pela forma


como os átomos se encontram organizados, pois influenciam
a absorção ou reflexão da luz.

Minerais formados por compostos iónicos tendem a


apresentar brilho vítreo;
Minerais com ligações covalentes podem apresentar brilhos
variáveis.
De acordo com o brilho os minerais podem ser
agrupados em diferentes categorias:

Minerais com brilho metálico - brilho intenso


semelhante ao observado nos metais;
Minerais com brilho não metálico ou vulgar -
característico dos minerais transparentes ou translúcidos.

Em certos casos, o brilho é o do tipo metálico, mas


sensivelmente mais fraco, designando-se por brilho
submetálico.
Brilho metálico – pirite e hematite

Brilho submetálico
- volframite
Brilho vítreo –
quartzo e halite

Brilho resinoso – blenda e granada


Brilho gorduroso –
feldspato

Brilho nacarado –
micas

Brilho sedoso –
talco
Brilho ceroso – jadeíte

Brilho adamantino –
diamante
Clivagem e Fratura

Clivagem - tendência de alguns minerais para se quebrar


ou dividir, devido à aplicação de uma força mecânica,
segundo superfícies planas e paralelas com direções bem
definidas e constantes (planos de clivagem).

A calcite divide-se facilmente segundo


superfícies planas e brilhantes que, pelo
choque continuado, se repetem
paralelamente a si mesmas; cliva ao longo
de 3 planos.
A lepidolite (mica) divide-se facilmente segundo
superfícies planas e brilhantes que, pelo choque
continuado, se repetem paralelamente a si mesmas;
cliva apenas ao longo de um plano.
Fratura – tendência de um mineral quebrar ao longo de
planos irregulares que não correspondem a planos de
clivagem.
Revela que todas as ligações são igualmente fortes, qualquer
que seja a direção considerada. as superfícies de fratura não
se repetem paralelamente a si mesmas e podem apresentar
diferentes aspetos.

O quartzo não apresenta clivagem


visível e, quando percutido, desagrega-se
em fragmentos com superfícies mais ou
menos irregulares, sem direção
privilegiada.
Dureza

Refere-se à resistência do mineral ao risco (riscar e


ser riscado por outros minerais ou objetos).

É condicionada pela estrutura e pelo tipo de ligações


entre as partículas e, por isso, pode variar com a direção
considerada.

 A determinação da dureza dos minerais é feita em


relação aos termos de uma escala de dureza.
 Uma das escalas de dureza relativa mais conhecidas é a
Escala de Mohs, em homenagem ao mineralogista
Friedrich von Mohs;
Esta escala é constituída por 10 termos, colocados por
ordem crescente de dureza, desde o menos duro, o talco, até
ao diamante, que é o corpo natural mais duro que se
conhece.

 Qualquer mineral da escala risca todos os que estão


abaixo dele, não sendo riscado por eles;
 Um mineral é mais duro que outro se, e só se, o riscar,
sem se deixar riscar por ele;
 Dois minerais têm a mesma dureza se se riscam ou não se
riscam mutuamente;
Utilização da Escala de Mohs:
 Seleciona-se uma aresta viva, com a qual se experimenta
riscar os sucessivos termos da escala de Mohs;
 Os termos da escala devem ser percorridos no sentido
decrescente de dureza, para se evitar o constante
desgaste dos minerais menos duros.

A utilização da escala de Mohs apenas proporciona valores


relativos e não valores absolutos.
A determinação de valores absolutos de dureza é complexa
e implica a utilização de aparelhos muito especializados.
Escala de Mohs comparada com uma escala de
dureza absoluta:
Quando não se dispõe de uma escala de Mohs, podem
utilizar-se diferentes materiais, como:
Densidade

Corresponde à medição direta da relação entre a massa e


o volume do mineral, sendo usualmente expressa em
gramas por centímetro cúbico (densidade absoluta).

A densidade depende da massa atómica dos minerais e da


forma como os átomos se encontram organizados;
minerais mais “compactados” possuem maior densidade.

 Para a identificação dos minerais, recorre-se à


densidade relativa, podendo utilizar-se qualquer dos
métodos usados em física.
Um dos métodos possíveis para avaliar a densidade
consiste em determinar:
• O peso do mineral no ar – P;
• O peso do mineral mergulhado na água – P’.
 A diferença P - P’ dá o valor da impulsão (I), ou seja, o
valor do peso de um volume de água igual ao volume do
mineral mergulhado.
 A densidade relativa é calculada através da seguinte
fórmula:
No laboratório de Mineralogia recorre-se muitas
vezes a um instrumento, a balança de Jolly.

• Funciona como um dinamómetro,


permitindo determinar o peso de
uma amostra de mineral pela
deformação de uma mola.

• A densidade do mineral, consiste na


relação entre o peso de um
determinado volume do mineral e o
peso de igual volume de água a 4ºC.
Magnetismo

Apenas se conhecem dois minerais com propriedades


magnéticas: a magnetite e a pirrotite.

Magnetite

Os dois minerais têm ferro na sua estrutura


cristalina.

O magnetismo pode ser constatado nos minerais que são


atraídos por um íman.
Propriedades químicas
Alguns testes podem ser utilizados para fazer o
diagnóstico de minerais.

 É o caso do teste do sabor salgado para a halite (NaCl).


Halite

 Ou da efervescência produzida por ação do ácido


clorídrico sobre a calcite.
A calcite e outros carbonatos reagem com o ácido clorídrico,
fazendo efervescência devido à libertação de CO2 durante a
reação.

• A calcite e a aragonite,
reagem a frio de forma
evidente, com
efervescência abundante.
• Na dolomite, a
efervescência só se
verifica a quente ou
quando o mineral é
reduzido a pó.

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