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ROCHAS SEDIMENTARES

Rochas sedimentares – Origem

Resultam da deposição de
materiais provenientes de rochas
preexistentes, da precipitação
química de substâncias dissolvidas
nas águas ou da transformação de
restos de seres vivos.
AMBIENTES SEDIMENTARES MAIS COMUNS
As rochas sedimentares constituem apenas 5% a 10% do volume total da crusta terrestre.
À superfície podem encontrar-se quer em ambientes continentais quer em ambientes
marinhos.

Ambientes sedimentares continentais

Ambientes sedimentares de transição

Ambientes sedimentares marinhos


ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Formação
Meteorização
A formação destas rochas implica a ação Erosão
sequencial de um conjunto de processos:

Meteorização
Erosão Transporte
• Sedimentogénese
Transporte
Sedimentação

Compactação

• Diagénese
Estratos
Cimentação
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Rochas
preexistentes

Meteorização
Sedimentogénese

Erosão

Transporte

Sedimentação

Diagénese

Rochas Fonte: http://fossil.uc.pt/pags/sedime.dwt


sedimentares
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização
Alteração química e/ou física das rochas. Ocorre quando estas, à superfície, estão sujeitas à ação dos
fatores climáticos e a condições de pressão e temperatura diferentes das que presidiram à sua
formação.
Meteorização química Meteorização física
Alteração dos minerais da
Fragmentação da rocha sem
rocha, com formação de
que haja alteração da sua
novos minerais (minerais de
composição.
neoformação), mais estáveis
à superfície. Principais agentes de
meteorização física: gelo,
Principais agentes de
seres vivos, diferença de
meteorização química: água,
temperatura e de pressão,
gases atmosféricos (oxigénio
água e vento.
e dióxido de carbono) e
substâncias produzidas pelos
seres vivos.

A meteorização física potencia a meteorização química e vice-versa.


A fragmentação da rocha aumenta a sua superfície de exposição aos agentes de meteorização química.
Por outro lado, uma rocha quimicamente alterada torna-se mais facilmente quebrável.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização física

Meteorização
física

Ação dos seres Ação da


Ação da água ou Ação do gelo ou Ação dos sais ou
vivos ou temperatura ou Ação da pressão
hidroclastia crioclastia haloclastia
bioclastia termoclastia
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Meteorização física
• Ação da água ou hidroclastia

A água constitui o mais importante fator de alteração das rochas. A alternância de períodos secos com períodos de
forte humidade, resultantes da variação cíclica dos teores em água das rochas, originam aumentos de volume e
retrações, gerando tensões que conduzem à fraturação. A própria ação da água da chuva sobre as rochas também
contribui para a sua meteorização.

O rio corta e aprofunda o vale O rio alarga o vale à medida que o O rio continua a alargar o vale
aprofunda
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização física
• Ação do gelo ou crioclastia
Por diminuição da temperatura, a água existente nas fraturas e poros da rocha pode congelar. Ao mudar de estado físico, expande-se e
o seu acréscimo de volume, exerce forças que aumentam as fissuras já existentes, ou originam novas.
Quanto mais fendas e cavidades cheias de água existirem, maior será a fragmentação causada pelo gelo. Rochas porosas e fissuradas
desagregam-se com maior facilidade.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização física
• Ação da temperatura ou termoclastia
Todos os corpos suportam variações no seu volume provocadas por variações de temperatura.
As rochas são constituídas por minerais diferentes, que se comportam de modo diferenciado quando expostos a
variações de temperaturas.
Um aumento de temperatura implica dilatação e um arrefecimento implica contração. Este movimento
sistemático, provocado por grandes amplitudes térmicas, leva a uma grande fraturação das rochas com formação
de materiais soltos.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização física
• Ação dos seres vivos ou bioclastia

A implantação de sementes nas fraturas de rochas porosas pode


contribuir para a desagregação das mesmas. As raízes são
responsáveis pelo alargamento das fendas preexistentes, com
consequente separação dos blocos rochosos. Os ventos ao
balançar as árvores, obrigam ao alargamento das fendas das
rochas onde estão implementadas e facilitam a ação de outros
agentes de alteração.
Os bivalves, coelhos, texugos, minhocas e formigas cavam tocas
ou galerias que aumentam o grau de degradação da rocha ou
expõem, ainda mais, as rochas a outros agentes de meteorização.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização física
• Ação da pressão

A redução da pressão sobre uma massa rochosa pode causar a sua expansão e posterior fragmentação. As rochas
formadas em profundidade sob grande pressão, por exemplo as rochas magmáticas plutónicas, quando aliviadas do
peso das rochas suprajacentes, expandem, fraturam e formam diáclases.
Por vezes, este alívio de pressão, associado a outros fatores, pode provocar a formação de lajes de exfoliação,
disjunção esferoidal ou pseudoestratificação (falsa estratificação).

ESFOLIAÇÃO MECÂNICA
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização física
• Ação da precipitação dos sais dissolvidos ou haloclastia

A água que existe nas fraturas e poros das rochas contém sais dissolvidos, que podem precipitar e iniciar o seu
crescimento exercendo, assim, uma força expansiva, que contribui para uma maior desagregação das rochas.
Um exemplo que ocorre nas áreas costeiras é o crescimento de cristais do mineral halite.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização química
A temperatura tem grande influência na alteração química, uma vez que influencia a velocidade das
reações. Este tipo de meteorização é mais frequente, portanto, em regiões quentes e húmidas.

HIDRATAÇÃO DESIDRATAÇÃO
Processo de meteorização que envolve a Processo de meteorização que envolve a
combinação química da água com os remoção da água dos minerais. Diminuição
minerais. Aumento do volume. do volume.
Fe2O3+ 3 H2O → 2 Fe(OH)3 CaSO4.2 H2O → CaSO4 + 2 H2O

Hidratação Desidratação Anidrite


Limonite Gesso
Hematite
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização química
HIDRÓLISE
Hidrólise corresponde à substituição de catiões da estrutura de um mineral pelos iões de
hidrogénio.
Os iões H+ e OH- podem resultar da dissociação da água ou de um ácido (CO2(g) + H2O(l) -> H2CO3 ->
H+ + HCO3-).
Esta reação de substituição iónica pode formar novos minerais ou pode levar à total desintegração
do mineral original.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização química
HIDRÓLISE

Exemplo muito comum de hidrólise – hidrólise do feldspato (ortóclase)

2 KAℓSi3O8 + H2CO3 + H2O → Aℓ2Si2O5(OH)4 + K2CO3 + 4 SiO2 caulinização


Feldspato Ácido Caulinite Sílica
carbónico

Os minerais de feldspatos decompõem-se parcialmente, produzindo sílica dissolvida e minerais de


argila, neste caso, a caulinite. Esta reação denomina-se caulinização.

O potássio fica disponível para as plantas ou forma um sal solúvel (KHCO3) que pode ser incorporado
noutros minerais ou ser arrastado até ao mar.
A sílica irá precipitar e preencher espaços vazios de corpos ou ser arrastada até ao mar.
A caulinite é um mineral de neoformação bastante estável à superfície.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização química

OXIDAÇÃO / REDUÇÃO
As reações de oxidação e de redução estão ligadas entre si, não ocorrendo uma sem que ocorra a
outra.
A oxidação é o processo pelo qual um átomo ou ião perde eletrões.
A redução é o processo que leva ao ganho de eletrões.

Os minerais são oxidados por ação do oxigénio.

4 FeS2 + 3 O2 → 2 Fe2O3+ 8 S
(Pirite) (Hematite)
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Meteorização química

DISSOLUÇÃO
A dissolução corresponde à reação dos minerais com a água ou com um ácido. Ocorre quebra
de ligações químicas entre os diferentes iões; os iões livres ficam dissolvidos na solução.

Exemplos muito comuns:


▪ A halite é um mineral muito solúvel na água. Dissolve-se em contacto com a água originando
água salgada, com iões de cloro e de sódio dissolvidos:

NaCℓ + H2O → Na+ + Cℓ-

▪ A calcite, presente nas rochas calcárias, não é solúvel na água mas reage facilmente com
água acidificada, formando produtos solúveis. Esta reação de alteração e destruição química
dos calcários designa-se carbonatação e traduz-se pela seguinte reação:

CaCO3 + H2CO3 → Ca2+ + 2(HCO3-)


Calcite Ácido Ião cálcio Ião hidrogenocarbonato
(insolúvel) carbónico (solúvel)
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Hidrólise

Meteorização química

Vários processos contribuem para a alteração


química das rochas:

Dissolução Oxidação
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Meteorização química
O contributo do ácido carbónico é importante, por acidificar
a água e tornar mais intensas as reações posteriores.

H2O + CO2 H2CO3 H+ + HCO-3


Água Dióxido Ácido Ião Ião
de carbono carbónico hidrogénio bicarbonat
o
Equação 1 – Reação de formação e de
dissociação do ácido carbónico.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

A dissolução da calcite (carbonato de cálcio) é o principal processo que leva à formação do


modelado cársico, paisagem sedimentar que inclui dos campos de lapiás, dolinas, grutas e
algares.

Campo de lapiás Modelado cársico


ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

A calcite dissolvida é precipitada e formam-se estalactites e estalagmites.

As estalactites e as estalagmites resultam da seguinte reação química, que é, assim, inversa da


dissolução:
Ca(HCO3)2 → CaCO3 + H2O + CO2
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Explique este fenómeno:

Nas regiões calcárias, em que o


calcário contém argila ferruginosa e
sílica, acumulam-se, por vezes,
depósitos de terra rossa.
A terra rossa é constituída por argila
vermelha e sílica.

Proponha uma explicação para a


acumulação de terra rossa.

• O calcário é constituído principalmente por carbonato de cálcio (calcite).


• Parte do calcário sofre dissolução, sendo removido, enquanto a argila e a sílica não sofrem
alteração química e permanecem no local ou são arrastados para os locais de acumulação.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Erosão
A erosão corresponde ao processo de remoção dos materiais resultantes da meteorização.
É feita pela água, vento, gelo ou gravidade.

Principais agentes erosivos

Ação da água Ação do vento


ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Erosão – Ação da água


As águas das chuvas são responsáveis pela formação de sulcos profundos nos solos – ravinas, principalmente
quando os solos são desprovidos de vegetação.

Ravinamentos Chaminés-de-fada, Capadócia,


. Turquia.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Erosão – Ação do vento
O vento detém ação erosiva, através:
• remoção de partículas sedimentares, deixando a descoberto a rocha sã que, desta forma, fica sujeita à ação da
meteorização.
• em conjunto com as partículas que transporta, desgasta as rochas por abrasão, pois age como uma lixa.

Arez – Alpalhão, Nisa

Bloco pedunculado e esquema ilustrativo da sua formação. A ação abrasiva da água ou do vento pode ser mais intensa e violenta na base de um bloco
rochoso, ocorrendo, deste modo, uma erosão diferencial, formando-se assim um bloco pedunculado. Se este processo erosivo se manter, o bloco poderá
cair.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Transporte
Os materiais provenientes da meteorização, depois de erodidos, podem ser deslocados para muito
longe do local de formação.
Alguns são transportados em solução e outros sob a forma de detritos de dimensões variadas.
A água, o vento e a gravidade são os principais agentes de transporte.

Os materiais podem ser transportados nos rios pela corrente O vento é um importante agente de transporte de materiais.
(por suspensão, saltação, rolamento ou por arrastamento)
ou ainda por dissolução.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Transporte – gravidade, vento e água
• A gravidade faz com que muitos dos materiais se soltem e deslizem das zonas mais altas para as zonas mais baixas.
• O poder do vento depende da sua intensidade e do tamanho das partículas a transportar. É um agente que atua
preferencialmente em regiões áridas, sem vegetação, nas quais as partículas do solo são facilmente levantadas,
arrastadas e transportadas.
• A água é o principal agente de transporte dos materiais resultantes da meteorização das rochas. Estes materiais são
transportados pela água em solução ou sob a forma de clastos.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Durante o transporte:

Aumento do arredondamento dos grãos

Aumento da calibragem (granosseleção)


A calibragem é o parâmetro relacionado com a variedade de tamanhos dos grãos, a qual é influenciada pelas
variações de energia do agente de transporte.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Sedimentação
Deposição dos sedimentos ocorre
quando o agente de transporte deixa
de ter energia suficiente para continuar
o transporte, ou quando se dá a
precipitação de substâncias Estratificação
dissolvidas, por evaporação da água
ou alteração das condições da solução
(pressão, temperatura, …).

A sedimentação pode ocorrer:


• continentes: rios, lagos, desertos, glaciar,…
• margens do continente/oceano (praias, deltas,…)
• oceanos (plataforma continental, planície abissal, ..)
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Tipos de sedimentos quanto à origem


Sedimentos detríticos Sedimentos de origem química Sedimentos de origem biológica
ou clastos
Fragmentos de dimensões variadas Substâncias transportadas em Formados por restos de seres vivos,
(desde partículas muito finas até solução na água que precipitam nomeadamente conchas e outras
blocos de grandes dimensões) peças esqueléticas
Ex. argila, areia, balastros Ex.: cloreto de sódio, carbonato Ex.: Fragmentos de conchas,
de cálcio materiais derivados de plantas
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Dimensão dos sedimentos detríticos (Escala de Udden Wentworth modificada)

Designaçãodo detrito Dimensões Rocha consolidada Características


Blocos
256 Com sedimentos rolados, resultado
Conglomerado
de transporte de alta energia e
longa duração.
Balastro Seixos 64-256

Cascalho 4-64 Brecha Com sedimentos angulosos,


resultado de transporte com menor
Areão energia e duração.
2-4
Entre 1/16 mm
Areia Arenito
e 2 mm
Entre 1/256 mm
Silte Siltito
e 1/16 mm

Argila Inferior a 1/256 mm Argilito


ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Nas areias, a dimensão, a forma e o brilho dos grãos são características indicadoras do principal
agente de erosão e de transporte.

Areia de ambiente marinho


▪ Dimensão dos grãos – variada, dependendo da energia das ondas
e da distância da fonte dos sedimentos.
▪ Calibragem – normalmente bem a muito bem
▪ Rolamento – grãos sub-rolados a rolados, polimento acentuado
▪ Brilho/estado da superfície dos grãos ‐ brilhantes e limpos
(lavados).
▪ Composição – sobretudo quartzo e outros minerais estáveis.
Contudo, se a fonte for próxima, podemos encontrar outros minerais.
Muitas vezes estão presentes fragmentos de bioclastos de natureza
muito variada (ex.: bivalves, gastrópodes, equinodermes…).
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Areia de ambiente fluvial


▪ Dimensão dos grãos – variada, dependendo fortemente da energia
do fluxo.
▪ Calibragem – normalmente mal calibrada a moderadamente
Rolamento – grãos angulosos a rolados, dependendo da distância
ao local de origem do grão – quanto mais prolongado o transporte,
mais rolados são os clastos.
▪ Brilho/estadoda superfície dos grãos ‐ normalmente pouco
brilhantes, mas com superfícies “sujas” por argilas ou óxidos de ferro.
▪ Composição – próximo da fonte pode-se encontrar grande
diversidade de partículas minerais. Contudo, os materiais de menor
estabilidade alteram-se rapidamente durante o transporte. À medida
que se dá o afastamento da fonte, ocorre o aumento relativo de
minerais mais estáveis, como o quartzo.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Areia de ambiente eólico


▪ Dimensão dos grãos – fina a média, dependendo da intensidade
do vento. Normalmente, nas dunas litorais são mais grosseiras do
que nas dunas do deserto.
▪ Calibragem – muito bem.
▪ Rolamento – grãos rolados.
da superfície dos grãos – grãos normalmente
▪ Brilho/estado
pouco brilhantes a baços mas geralmente com superfícies
limpas.
▪ Composição – podem-se encontrar vários componentes,
dependendo dos materiais presentes na área da fonte.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
As cores das areias dão indicações da sua composição.

Cores Composição
Geralmente quatzo
Cores transparentes: incolor a cinzento

Cores esbranquiçadas, amareladas, rosada, castanho Geralmente feldspato, ou fragmentos de conchas de


avermelhado animais
Preto, castanho‐escuro Basalto, magnetite (e outros óxidos de ferro),
piroxenas
Cor branca ou castanha-clara em grãos com forma de Moscovite, biotite (micas)
escama e geralmente muito pequenos
Olivinas, anfíbolas, epídoto, espinhos de ouriço (grãos
Verde
alongados e estriados)

Cor‐de‐rosa pálido a vermelho-escuro Granada

Cores leitosas esbranquiçadas, rosadas ou alaranjadas Fragmentos de conchas


ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Diagrama de Hjulström Ex
Pag 27

Relaciona a velocidade da corrente e do


tamanho dos grãos, com a erosão,
transporte ou deposição.

No caso de uma bacia hidrográfica, os


sedimentos que atingem os oceanos são
predominantemente os de granulometria
média e fina. As argilas, por exemplo, podem
ser carregadas em suspensão a grandes
distâncias oceano adentro, depositando-se a
grandes profundidades.
ETAPAS DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Diagénese ou litificação
Conjunto de transformações físicas e químicas que ocorre nos sedimentos depositados e que leva
à formação de rochas sedimentares coesas.
Compactação
Diagénese Cimentação
Recristalização
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Rochas sedimentares detríticas
Constituídas por mais de 50% de sedimentos detríticos.

Argilito Arenito

Brecha Conglomerado
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES Ex
Rochas sedimentares detríticas Pag
Constituídas por mais de 50% de sedimentos detríticos. 32 e 34

Argilito Arenito

Brecha Conglomerado
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Rochas sedimentares quimiogénicas
Constituídas por mais de 50% de materiais neoformados. Estas rochas são formadas por
precipitação química direta de compostos existentes em solução aquosa (por exemplo, na
água do mar ou de lagos).

Rochas sedimentares quimiogénicas carbonatadas


Formam-se sobretudo em ambientes marinhos tropicais e ambientes continentais
áridos, a partir da precipitação de CaCO3.

Rochas sedimentares quimiogénicas evaporíticas


Formam-se em bacias confinadas (por exemplo, mares pouco profundos), em climas
áridos (em que a evaporação é maior do que a precipitação), devido à evaporação de
água sobressaturada de sais.

Rochas sedimentares quimiogénicas silciosas


Formam-se sobretudo em ambientes marinhos. Constituída em grande parte por quartzo
microcristalino (de grão muito fino), muito dura e com densidade, de cor cinzenta, negra e
vermelha. Silex
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Rochas sedimentares quimiogénicas
– Rochas carbonatadas

As rochas carbonatadas resultam da


precipitação de vários iões com o ião
bicarbonato (HCO3–), em meio aquoso, como
resultado de variações no pH e da
temperatura da água.
Piscinas naturais de Pamukkale, Turquia

Ca2+ + 2 HCO-3 CaCO3 + (H+ + HCO-3)


Ião Ião Carbonato de Ião H+ Ião
cálcio bicarbonato cálcio (calcite) bicarbonato
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Rochas sedimentares quimiogénicas carbonatadas
Marga
Calcário

Forma-se pela precipitação Rocha carbonatada, com


de carbonato de cálcio, 35% a 65% de argila.
normalmente em ambientes
marinhos.

Travertino Dolomite

Forma-se pela precipitação Rocha carbonatada,


rápida de carbonato de resultante da
cálcio, normalmente em substituição diagenética
grutas e cavernas. da calcite por dolomite
(carbonato de cálcio e
magnésio)

Existe relação entre a fotossíntese em seres aquáticas e a precipitação do carbonato de cálcio.


Pela fotossíntese, os sere removem dióxido de carbono da água, o que eleva o pH destas, podendo então ser atingido o
ponto solubilidade do carbonato de cálcio e provocar a sua precipitação.
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Rochas sedimentares quimiogénicas


– Evaporitos
Os evaporitos resultam da precipitação de sais Laguna

minerais em:
• ambientes aquáticos de água salgada ou salobra;

• áreas quentes e áridas de intensa evaporação.


CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Rochas sedimentares quimiogénicas evaporíticas

Sal-gema Gesso
Precipitação de halite (HCℓ), por evaporação de águas Precipitação de minerais de gesso (CaSO4.2H2O), por
marinhas retidas em lagunas ou de águas salgadas de evaporação de águas marinhas retidas em lagunas ou de
lagos de zonas áridas, que contêm iões de cloro e águas salgadas de lagos de zonas áridas, que contêm
sódio. iões de sulfato e de cálcio.
As diferentes tonalidades que pode apresentar devem-se Pode apresentar diversas tonalidades conferidas pela
à presença de outros minerais, além da halite. presença de outros minerais.
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
Rochas sedimentares biogénicas
Resultam da acumulação de restos de seres vivos (por exemplo, conchas e carapaças).

Calcário conquífero Diatomito Calcário recifal Carvão

Resulta da deposição de Resulta da acumulação de Formado a partir da edificação Forma-se por


conchas. frústulas (“carapaças”) de que resulta da fixação do decomposição anaeróbia
diatomáceas, seres carbonato de cálcio por seres de detritos de plantas
unicelulares com parede vivos, nomeadamente corais superiores, constituindo um
siliciosa. importante combustível
fóssil.
FORMAÇÃO DE CARVÕES
Os carvões são rochas sedimentares biogénicas que resultam de matéria vegetal, na qual ocorre
o enriquecimento progressivo em carbono relativamente aos outros elementos químicos da matéria
orgânica – incarbonização.

Deposição de matéria vegetal em INCARBONIZAÇÃO


bacias (ambiente lagunares e
lacustres - anaeróbios).

Bactérias anaeróbias conduzem à


Aumento progressivo em carbono;
decomposição parcial. Ocorrem reações
Diminui a concentração de voláteis
químicas levando ao enriquecimento da
e de água.
matéria orgânica em carbono. Os materiais sofrem subsidência,
A densidade dos materiais aumenta.
ficando em condições de maior
pressão e temperatura. Nas novas
condições, os materiais diminuem de
volume e sofrem reações químicas.
FORMAÇÃO DE CARVÕES
Quanto maior o teor de carbono, mais puro se considera e mais potencial energético tem.
< Valor energético > Valor energético
< % de C > % de C
90% a 93% de C

58% a 78% de C
Turfa 80% a 90% de C
Antracite

Lignite Hulha
FORMAÇÃO DE CARVÕES
Turfa – É o primeiro estádio da formação do carvão
(superficial), rico em materiais voláteis, É possível
identificar raízes, caules e sementes. Carvão menos
rico em carbono e, por esta razão, com menor valor
energético.

Lignite – Encontra-se relativamente próximo da


superfície. Em termos geológicos, é um carvão recente,
Aumento da temperatura e da pressão

sendo possível observar alguns restos de plantas. A


sua extração é relativamente fácil e pouco dispendiosa,
mas o seu valor energético é ainda reduzido.

Hulha (ou carvão betuminoso) – É o tipo de carvão


mais abundante e mais utilizado. É rico em carbono (80
a 90%), pelo que tem maior poder calorífico.

Antracite – É o estádio mais avançado na formação dos


carvões e, por isso, é a forma que apresenta maior teor
de carbono (> 90%). É o mais compacto e mais duro,
possuindo também o maior poder calorífico.

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