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TORREFAÇÃO DE BIOMASSA PARA USO NA

SIDERURGIA*
Matheus Avila1
Alex M. A. Campos2
Mariana L. S. Silva1
Letícia D. Batista1
Vitor Fraga1
Lucas V. Cruz1
Ana L. B. Nascimento1
Paulo S. Assis3

Resumo
A biomassa foi o primeiro material utilizado como combustível pela humanidade,
sendo substituída por combustíveis fósseis para todos após a revolução industrial.
Com o crescente discurso sobre o meio ambiente global e os efeitos das emissões de
CO2, a biomassa vem ganhando força como uma alternativa potencial aos
combustíveis fósseis, especialmente para a siderurgia, que são responsáveis por
cerca de 5 a 10% de todo o CO2 emitido. Sabe-se que a biomassa, comparada aos
combustíveis fósseis, possui maior teor de voláteis, alta umidade e menor poder
calorífico. Por outro lado, possui maior teor de hidrogênio e menor teor de enxofre
(importante para a siderurgia), além de ser considerado neutro nas emissões de CO2.
Torrefação, aquecimento de biomassa em temperaturas entre 200-280 ° C sem
oxigênio, é um tratamento que pode ser interessante para adaptar a biomassa para
uso nos processos siderúrgicos, seja na coqueria, no alto-forno ou em outro processo
que utilize combustíveis fósseis. Portanto, neste artigo serão apresentados a
torrefação e seu efeito nas propriedades da biomassa como moagem, carbono fixo,
poder calorífico e outras propriedades relevantes aos processos siderúrgicos, como a
viabilidade do uso de biomassa torrificada na siderurgia.
Palavras-chave: Torrefação; Siderurgia; Biomassa; Alto-forno; PCI; Coque

BIOMASS TORREFACTION FOR USE AS FUEL IN IRONMAKING PROCESSES

Abstract
Biomass was the first material used as a fuel by humanity, being replaced by fossil
fuels for all after the industrial revolution. The growing discourse on global environment
and the effects of CO2 emissions, biomass is gaining strength as a potential alternative
to fossil fuels, especially for steelmaking that are responsible for about 5-10% of all
CO2 emitted. It is known that biomass, compared to fossil fuels, have a higher volatile
content, high moisture and lower calorific value. On the other hand, it has higher
hydrogen content and less sulfur content (important for steelmaking), in addition to
being considered neutral in CO2 emissions. Torrefaction, heating biomass at
temperatures between 200-280 °C without oxygen, is a treatment that can be
interesting to adapt the biomass for use in the steelmaking processes, whether in the
coke oven, in the blast furnace or another process that uses fossil fuels. Therefore, in
this article torrefaction and its effect on the biomass properties such as grindability,
fixed carbon, calorific value and other properties relevant to steel processes will be
presented, such as the feasibility of using torrefied biomass in steelmaking.
Keywords: Torrefaction; Ironmaking; Steelmaking; Blast furnace; Biomass.

* Contribuição técnica ao 50º Seminário de Redução de Minério de Ferro e Matérias-Primas e


8º Simpósio Brasileiro de Aglomeração de Minério de Ferro, parte integrante da ABM Week 6ª edição,
realizada de 08 a 10 de junho de 2021, São Paulo, SP, Brasil.
1 Undergraduate Sutudant in Metallurgical Engineer at Federal University of Ouro Preto;
2 Metallurgical Engineer, Msc., PhD student at REDEMAT (Federal University of Ouro Preto);
3 Full Professor at Metallurrgical and Materials Engineerinhg at Federal University of Ouro Preto

* Contribuição técnica ao 50º Seminário de Redução de Minério de Ferro e Matérias-Primas e


8º Simpósio Brasileiro de Aglomeração de Minério de Ferro, parte integrante da ABM Week 6ª edição,
realizada de 08 a 10 de junho de 2021, São Paulo, SP, Brasil.
1 INTRODUÇÃO

Desde a primeira Revolução Industrial, no século XVIII, observa-se uma constante


modernização tanto no âmbito social quanto no âmbito industrial. Assim, tal evolução
só tornou-se possível ao custo do uso demasiado de combustíveis fosseis, no intuito
de suprir a demanda energética não só dos processos industriais, mas como também
da área social. Na figura 1 é possível ver a quantidade crescente de emissões de CO 2
ao longo dos anos, fator muito atrelado ao consumo de combustíveis fosseis.

Figura 1. Emissões de CO2 no mundo [1]

Este avanço tecnológico, indubitavelmente, facilitou a vida do ser humano, entretanto,


o uso exacerbado desses recursos desencadeou, e ainda proporciona, danos severos
ao meio ambiente devido a emissão de gases poluentes e a forma de extração da
matéria prima.
Nessa perspectiva, consoante a teoria do “Princípio de Responsabilidade”, proposto
por Hans Jonas, é necessário a reflexão previa de nossas ações além da proximidade
temporal almejando, dessa forma, alcançar meios de evitar ou de reverter os danos
causados na natureza pelo nosso progresso [2]. Partido dessa análise, é de suma
importância a realização de pesquisas para fontes alternativas de combustíveis.
Dessa maneira, uma alternativa que ganhou grande visibilidade nesses últimos anos
é a utilização de biomassa como insumo industrial, uma vez que apresenta, quando
tratada, características satisfatórias e propensas para utilização. Além disso, como
pode ser visto na tabela 1, a produção de biomassa é grande no mundo sendo
responsável por um terço da economia mundial.

Tabela 1. Produção mundial de biomassa em 2019 [3]


Produção Resíduos Gerados
Biomassas
(103 t) (103 t)
Cana de Açúcar 1.949.310,10 584.793,03
Soja 333.671,69 467.140,36

Milho 1.148.487,29 1.493.033,47


Café 10.035,57 3.010,67

Arroz 755.473,80 528.831,66

Contudo, a biomassa, mesmo sendo uma fonte renovável e sustentável, apresenta


limitações quanto a sua viabilidade, devido a certas características. Diante disso,

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processos, como a torrefação, podem ser necessários para a adequação do material
a comercialização.
A siderurgia é um grande consumidor de combustíveis fosseis e responsável por 6-
10% de todo CO2 emitido na atmosfera [1]. Conforme pode ser visto na figura 2, o
processo que mais emite na siderurgia é o alto-forno.

Figura 2. Emissões de CO2 na siderurgia [4]

Sendo assim, a siderurgia deve concentrar seus esforços para rever estes processos
que são os grandes emissores, principalmente pelo alto consumo de combustíveis
fosseis. Para tanto, a biomassa se apresenta como uma alternativa viável para suprir
a demanda de combustíveis fosseis, principalmente no alto-forno, promovendo assim
um ganho ambiental. Neste ponto de vista a torrefação pode desempenhar um papel
importante na preparação da biomassa para uso nos processos siderúrgicos,
melhorando suas propriedades e deixando-a bem próxima às características do
carvão mineral comumente usados.
Com isto, este trabalho vem com intuito de apresentar o tratamento de torrefação de
biomassas, com o objetivo de melhorar as propriedades destes materiais para serem
usadas nos processos siderúrgicos. Será possível notar que há uma melhora
significativa em propriedades como moabilidade, carbono fixo, materiais voláteis e
outros, o que torna a biomassa torrificada um material potencial para substituição
parcial do carvão mineral na siderurgia.

2 DESENVOLVIMENTO

Neste trabalho será apresentado o tratamento térmico da torrefação para biomassas,


suas técnicas e principais vantagens. Será abordado, através da análise de diversos
trabalhos publicados, as possibilidades de se empregar a biomassa na siderurgia e os
principais ganhos em propriedade que as biomassas adquirem com este tratamento,
que são importantes para o uso na siderurgia para substituir o carvão mineral.

2.1 Biomassa

A biomassa pode ser definida como a massa total de substâncias orgânicas que
ocorrem em um habitat. As formas de biomassa em nosso planeta são muitas e
variadas. De acordo com sua origem, as biomassas são divididas em quatro
categorias: culturas para produção de energia, resíduos pós-colheita, subprodutos
orgânicos e resíduos orgânicos. Para utilização da biomassa nos processos
siderúrgicos, as categorias mais interessantes são as colheitas para energia e os
resíduos pós-colheita, que são os tipos de biomassa considerados neste trabalho.

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A biomassas têm uma composição química parecida, variando pouco em relação a
conteúdo de carbono, materiais voláteis, cinzas e até mesmo enxofre. A tabela 2
mostra a composição química de algumas biomassas, inclusive do carvão vegetal que
é uma biomassa que passou por um tratamento de carbonização.
Tabela 2. Caracteriazação de algumas biomassas. [5]

Material Cinzas w/% Voláteis w/% C w/% H w/% Umidade w/%

Carvão Vegetal 2 1,90 - 84,70 3,35 4,5

Carvão Vegeta1 7,73 25,80 69,7 3,20 4,73

Pinus Torrificado 3,20 - 58,00 5,30 7,7

Casca de Eucalipto 2,43 68,73 50,10 5,42 5,77

Bambu 1,08 78,76 48,64 5,64 5,76

Casca de Café 7,57 74,79 44,10 5,38 6,94

Bagaço de Cana 4,33 75,03 46,40 4,68 7,03

Capim Elefante 13,50 69,95 40,00 5,36 7,81

Casca de Arroz 9,55 73,18 43,4 4,33 8,00

É possível notar que a biomassa, quando comparada com o carvão mineral, tem
menor teor de carbono e maior teor de voláteis, porém o maior teor de hidrogênio,
menor teor de cinzas e enxofre permite que possam ser consideradas par uso
siderúrgico.
No processo de injeção de materiais pulverizados em altos-fornos características
como alto poder calorifico, alto teor de carbono e baixo voláteis e umidade são mais
interessantes para um maior desempenho destes materiais na raceway. As
biomassas, comparadas com os carvões minerais, não são tão adequadas, mas seu
uso parcial pode ser interessante tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.
Já nas coquerias outras características como a alta reatividade das biomassas podem
ser um problema, enquanto que o baixo teor de enxofre só tende a beneficiar o
processo produtivo.
As propriedades das biomassas podem ser melhoradas com o tratamento de
torrefação e atender os processos citados de maneira mais satisfatória, podendo
assim aumentar a proporção de biomassas tanto na mistura de carvões para injeção,
quanto para coqueria obtendo assim um ganho econômico e ambiental.

2.2 Utilização de Biomassa nos Processos Siderúrgicos

Nos últimos anos, inúmeras pesquisas e trabalhos têm sido realizados na área de
caracterização e utilização de biomassa na indústria siderúrgica. Muitos deles
apontam que a biomassa pode ser utilizada em diversos processos de obtenção de
aços, como alto-forno e injeção, coqueria, sinterização e outros processos.
Na coqueria a adição de biomassa em misturas de carvão, principalmente moinha de
carvão vegetal e serragem, mostram que é possível adicionar até 10% de biomassa

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8º Simpósio Brasileiro de Aglomeração de Minério de Ferro, parte integrante da ABM Week 6ª edição,
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nas misturas de carvão para fabricação de coque, obtendo bons resultados. Na Figura
3 são mostrados trabalhos realizados onde foram produzidos coques com a adição de
biomassa.

Figura 3. Efeito da adição de biomassa no CRI e no CRS. [6]

Na sinterização, as biomassas podem ser adicionadas substituindo parte do coque


breeze usado, onde teria a mesma função deste combustível fóssil. A Figura 4 mostra
um gráfico onde realizaram testes em escala piloto comparando a velocidade de
sinterização e a produtividade, substituindo parte do coque breeze pela moinha de
carvão vegetal.

Figura 4. Efeito da substituição do coque breeze por biomassa na sinterização. [6]

A grande oportunidade de utilizar a biomassa no alto-forno pode ser pelas ventaneiras,


através da injeção de materiais pulverizados. Nesta técnica é possível adequar a
quantidade injetada de acordo com a disponibilidade de biomassa para este fim. Para
ser injetada, a biomassa deve apresentar algumas características como: baixo teor de
cinzas, alto teor de carbono, granulometria adequada e bom poder calorífico. Algumas
biomassas apresentam condições favoráveis para injeção, mas tratamentos como
torrefação e carbonização podem ser realizados previamente para melhorar as
propriedades destes materiais. [6]
Diversos estudos foram feitos na Universidade Federal de Ouro Preto para injeção de
biomassas no alto-forno. Um teste importante é a eficiência de combustão que mostra
o quanto esta biomassa é capaz de queimar e gerar os gases necessários parara o
processo, além de energia. A figura 5 mostra alguns resultados obtidos em
experimentos na UFOP.

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8º Simpósio Brasileiro de Aglomeração de Minério de Ferro, parte integrante da ABM Week 6ª edição,
realizada de 08 a 10 de junho de 2021, São Paulo, SP, Brasil.
Figura 5. Resultados de algumas simulações de injeção feitas na UFOP. [6]

As biomassas, quando comparadas aos combustíveis fósseis utilizados na indústria


siderúrgica (coque e carvão), possuem menores teores de carbono, enxofre, cinzas,
poder calorífico e um maior conteúdo de voláteis, hidrogênio, oxigênio. Se analisarmos
somente estas características, a biomassa pode não ser totalmente viável para ser
usada em processos metalúrgicos, mas é possível realizar tratamentos, como a
torrefação, onde as propriedades da biomassa podem ser melhoradas.

2.3 Torrefação de Biomassa

O desenvolvimento do processo de torrefação teve como intuito melhorar as


propriedades da biomassa de modo que se tornassem mais atrativas. Estas
propriedades variam em função do tempo e da temperatura de processamento e o
padrão comum destas propriedades é caracterizado por [31]:
- alta densidade energética- Os voláteis de de alto teor energético são conservados
no solido;
- hidrofobia – Devido a transformações de caráter físico-químico, a reabsorção de
umidade é praticamente nula durante a armazenagem. A umidade de equilíbrio
estabiliza-se em torno de 3%.
-ótimo balanço de durabilidade e friabilidade – A biomassa torrefeita torna-se friável,
o que facilita o manejo do material.
Para alcançar tal objetivo criou-se três métodos de torrefação, sendo eles a torrefação
a seco, que pode ser dividida na utilização de atmosferas não oxidante ou oxidante
para o processamento da biomassa, a torrefação húmida, que se divide também no
uso da água ou ácido diluído como agente para tal processo e a torrefação a vapor,
como sendo um adicional para aprimorar ainda mais as propriedades [8].

2.3.1 Torrefação a seco


A torrefação a base de atmosferas não oxidante, utiliza gases como nitrogênio ou
dióxido de carbono em uma temperatura entre 200 a 300°C para o pré-tratamento da
biomassa. Já naqueles processos que usam atmosferas oxidantes, utiliza-se ar ou
outros gases em uma temperatura entre 180 a 260°C com diferentes concentrações
de oxigênio para o pré-tratamento. Devido as reações exotérmicas em conjunto a
presença de oxigênio, processos que utilizam atmosferas oxidantes apresentam uma
duração menor, do que aqueles que não a utilizam, já que aumenta significativamente

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a degradação térmica. Em contraposição na torrefação a base de atmosferas não
oxidantes há um rendimento solido maior. [9-14]
A comparação entre esses dois métodos é apresentada na tabela 3 abaixo:
Tabela 3. Comparações dentro da torrefação a seco [8]
Torrefação não-oxidante Torrefação oxidante

Vantagens: -Custos baixos de operação


-Maior rendimento de sólidos e (não necessita da separação do
de energia 𝑁2 )
-Facilidade no controle da -Necessita de um fornecimento
temperatura menor de calor
-Reações mais rápidas
Desvantagens:
-Depende de uma temperatura -Apresenta menor concentração
mais alta de solido e de energia
-Reações demoradas -Mais difícil de controlar a
-𝑁2 precisa ser separado do ar temperatura

2.3.2 Torrefação húmida


O pré-tratamento da biomassa pelo processo de torrefação pode ser feito também a
partir da utilização tanto de água quanto de ácido diluído. Para esse meio é necessário
a adequação não só da temperatura, entre 180 a 260°C, quanto também do tempo,
de 5 a 240 minutos.[15]
Como o processo é feito a partir de soluções liquidas, há uma dissolução e uma
lavagem dos componentes inorgânicos retirados do material, deixando-o ainda mais
adequado para o processo de combustão e gaseificação. Uma vez que tais
componente que foram diluídos, como ácido acético, ácido lático e açucares, cria-se
uma solução orgânica liquida capaz de agregar ainda mais valor ao procedimento [15-
18].
2.3.3 Torrefação a vapor
O modelo utiliza-se uma câmara fechada com temperaturas entre 200 a 260°C, onde
explosões de vapores com alta pressão e temperatura são inseridas provocando um
inchaço de matrizes lignocelulósicas. [19,20]
Nesse modelo, a biomassa torrificada apresenta um melhor resultado quando
comparada a outros métodos, já que há incrementos no poder calorifico do material,
na concentração de carbono e na hidrofobia do insumo. Um outro fator de interesse é
que pellets derivados do processo de torrefação a vapor demonstram ser mais
elásticos e possuírem uma resistência física maior.[21]
A comparação entre esses métodos é apresentada na tabela 4 abaixo:

Tabela 4. Comparação entre os diversos métodos [8]

Torrefação a seco Torrefação húmida Torrefação a vapor

200 a 300°C 180 a 260°C 200 a 400°C


Condições de
10 a 240 min 5 a 240 min 5 a 120 min
operação
1 atm 1 a 200 atm 1 a 40 atm
- Fácil de operar - Baixa temperatura - Adequado para
- Não necessita de de reação biomassas húmidas
secagem depois do - Adequado a - Não necessita uma
procedimento biomassas húmidas pre-secagem
Vantagens - Processo Continuo - Não precisa de - Alta permeabilidade
pre-secagem nos sólidos

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- Subproduto em
liquido
- Menor
concentração de
cinzas

-Precisa de uma
secagem pos
operação
-Trabalha com altas - Alta demanda
- Necessita de um pre-
pressões energética
secamento
-Apresenta corrosão - Trabalha com altas
-Apresenta alta
do reator pela pressões devido a
concentração de cinzas
substancias explosões de vapor
Desvantagens
inorgânicas
-Desafio para
processo continuo

2.3.4 Equipamentos para torrefação


Para essa mesma variedade de métodos foram desenvolvidos diversos reatores com
o intuito de adaptar e de melhorar o processo de torrefação. Para tal objetivo
procuraram meio de alternar o transporte de calor e o movimento do insumo dentro
do maquinário. Os equipamentos mais utilizados são:
- Tambor Rotativo - O tambor rotativo é um mecanismo de aquecimento e secagem
que utiliza uma esteira como fonte de alimentação e um tambor aquecido
externamente. [22]
- Tipo Parafuso - É um tipo de reator composto por uma ou mais “parafusos” que
servem para transportar o material pelo reator enquanto a mesma é aquecida de modo
indireto. Para esse tipo de procedimento é necessário o controle de parâmetros, como
o grau de enchimento, frequência do parafuso e tempo de residência. [23,24]
- Forno de Múltiplo Aquecimento - Nesse procedimento a biomassa é aquecida ao
passar, de forma espiral, em múltiplas lareiras circulares uma em cima da outra e no
final por uma concha refratora. [25, 27]
- Leito Móvel - Nesse reator, a biomassa é carregada por esteiras até ser despejada
em um funil no topo da planta, ao entrar se depara com correntes de gás quente vindos
da parte inferior do reator. Desta forma a matéria-prima é tratada, secada e torrificada
pelo gradiente de temperatura provindo da coluna vertical que a mesma passa. [28]
Segue abaixo na Tabela 5 o comparativo entre os reatores:
Tabela 5. Modelos de reatores para torrefação em escala de bancada [29]
Tipo de Reator Vantagens Limitações
-Baixa transferência de calor
(especificamente em
-Equipamento relativamente sistemas de aquecimento
simples indireto)
-Perda de pressão -Dificuldade na medição e
-Possibilidade de controle da temperatura
Tambor Rotativo aquecimento direto e indireto -Maior tamanho do sistema
-Necessária vedação
adequada do cilindro

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-Sistema de difícil ampliação
-Sistema de fácil operação e -Queda de pressão
construção simples significativa
Leito Móvel -Boa transferência de calor -Difícil controle de
-Leito de alta densidade temperatura
-Apenas aquecimento
indireto
-Maior possibilidade de “hot
-Fluxo empistonado spots”
-Tecnologia madura para -Baixa taxa de transferência
torrefação de calor
Tipo Parafuso -Dificuldade de scale-up
-Requer adequada vedação
do eixo
-Menor taxa de transferência
-Design de equipamento de calor em comparação
comprovado para secagem com outros reatores diretos
-Grande possibilidade de -Capacidade volumétrica
scale-up limitada
Forno de Múltiplo -Fácil controle de -Reatores relativamente
Aquecimento temperatura e tempo de maiores
residência -Requer adequada vedação
de eixo
-Exige menor tamanho de
partícula
-Necessidade de gás de
-Excelente taxa de
arraste
transferência de calor
-Necessidade de sistema
Leito Fluidizado -Fácil transposição de escala
adicional para fluidização
-Dificuldade de fluxo
empistonado

Os equipamentos podem ser escolhidos de acordo com o investimento que se quer


fazer, a biomassa a ser tratada e a aplicação dessa biomassa tratada.

2.4 Propriedades das Biomassas Torrificadas

A biomassa mesmo sendo uma fonte renovável e sustentável apresenta limitações


quanto a sua viabilidade devido a algumas características como o alto teor de umidade
e de cinzas, diante disso, utiliza-se a torrefação como uma ferramenta necessária para
preparação e adequação do material para a comercialização.
A decomposição térmica ocasionada pelo processo de torrefação visa não só alterar
a estrutura do material, como também a intensificação de algumas propriedades afim
de o deixar mais atrativo economicamente.

Tabela 6. Variação da biomassa no processo de torrefação [8]


Transformações físico- Propriedade da biomassa
Biomassa Crua
químicas torrefeita
-Alto teor de umidade -Desidratação
-Material apresenta -Desidroxilação -Baixo teor de umidade
higroscopia -Decomposição de células -Material apresenta Hidrofobia
-Alta relação O/C e H/C amorfas -Baixa relação O/C e H/C
-Baixo poder calorifico -Desidrogenação -Alto poder calorifico
-Pouca moabilidade -Desoxigenação -Melhor moabilidade
-Alta degradação -Desacetilação -Baixa degradação
-Baixa capacidade de -Desmetoxilação -Alta capacidade de estocagem
estocagem -Devolatilização

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-Carbonização
-Desoxigenação
-Decomposição da
hemicelulose
-Decomposiçaõ da lignina

Como observamos na tabela 6, o processo de torrefação tem como ênfase em


aprimorar aspectos, como teor de umidade, densidade energética e a moabilidade,
afim de produzir ao final um material que seja tanto viável quanto sustentável. A tabela
7 mostra algumas propriedades de briquetes de madeiras torrificados em diferentes
temperaturas e tempos.

Tabela 7. Caracterização de briquetes de resíduos de madeira torrificados [31].


Temperatura Carbono Fixo
Tempo (h) Voláteis (%) Cinzas (%) PCS (kJ/kg)
(oC) (%)
0,5 75,2 18,2 6,6 20.426
200 1 74,6 19,0 6,4 20.989
1,5 73,6 19,8 6,6 21.065
0,5 65,2 27,0 7,8 21.209
250 1 65,0 27,2 7,8 22.061
1,5 60,0 32,1 7,9 22.674
0,5 55,7 34,6 9,7 22.772
270 1 52,1 38,2 9,7 22.981
1,5 41,0 49,2 9,8 23.066

Um fato importante a ser notado na tabela mostrada é que a temperatura tem uma
influência predominante no processo, pois quando a temperatura aumenta de 220 oC
para 270 oC (22,7%) o poder calorifico aumenta em média 10%. Enquanto isso, ao
dobrarmos o tempo de ensaio, de 0,5 para 1 h (200%), o poder calorifico tem um
aumento de apenas 4%.
Outra propriedade importante para a siderurgia é a moabilidade. Esta é importante
pois os materiais precisam passar por uma adequação de granulometria para ser
usada nos processos e quanto mais difícil cominuir o material maior será o gasto com
energia. A figura 6 mostra a evolução do Hardgrove Grindability Index (HGI) com o
aumento da temperatura de torrefação para algumas biomassas.

Figura 6. Evolução do HGI com o aumento da temperatura de torrefação de algumas biomassas [32].

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8º Simpósio Brasileiro de Aglomeração de Minério de Ferro, parte integrante da ABM Week 6ª edição,
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É possível observar que quando a temperatura da torrefação aumenta o HGI aumenta.
Alguns carvões australianos, comumente usados no processo de PCI, apresentam
valores de HGI entre 47 e 89, que pode ser comparado com biomassas tratadas a
temperatura de até 220 oC. O bagaço da cana-de-açúcar in natura tem um HGI muito
baixo (17) em relação ao carvão, o que significa que o bagaço requer mais energia
para moagem. Para temperaturas superiores a 220 ºC o valor de HGI do bagaço de
cana cresce rapidamente atingindo o valor de 73 para a temperatura de 273ºC, valor
que se adequa aos processos de moagem das siderúrgica, podendo ser comparadas
com os carvões comumente usados.
Ainda que existam várias possibilidades de preparo, o produto final apresenta
aspectos satisfatórios comuns, tais como:
 Análise Elementar: diminuição relativa da massa elementar, acarretando em
um decréscimo na formação de vapor d’água e de fumaça, que por fim deixa a
combustão mais eficiente. [30]
 Índice Energético: A partir da concentração de matérias voláteis com maior
poder calorífico, a densidade energética do produto sofre uma pequena
alteração, apresentando resultados positivos nesse quesito. [30]
 Propriedades Mecânicas: durante o processo de torrefação alguns
componentes do material são degradados, ocorrendo, dessa forma, uma
diminuição no poder de coesão entre as moléculas, no entanto, mesmo com
essa alteração não proporciona aumento significativo no surgimento de finos.
Fica inevitável também relatar que a maioria das propriedades físicas são
conservadas. [30]
 Viabilidade Econômica: Analisando todo os aspectos de implantação,
produção e aprendizado, o processo de torrefação é viável, uma vez que a
biomassa torrificada apresenta vários benefícios, como aproveitamento
energético e cooperação para preservação ambiental. [30]

3 CONCLUSÃO

Fica claro, portanto, que mediante a atual situação do planeta e de suas mudanças
climáticas torna-se necessário a implementação de um novo sistema energético de
produção. Assim, o uso de insumos alternativos, como a biomassa associada ao
sistema de torrefação, na qual origina-se um produto promissor no que tange as
melhorias das propriedades físico-químicas e do potencial energético da matéria, são
de extrema importância.
É possível perceber que as torrefações realizadas nas biomassas melhoram as
propriedades como a moabilidade, carbono fixo e poder calorifico. Notou-se, com os
trabalhos apresentados, que a torrefação é viável até cerca de 280 oC, onde com o
aumento da temperatura há uma diminuição dos materiais voláteis e consequente
aumento do carbono fixo. Além disso a medida que se aumenta a temperatura de
torrefação, até os 280 oC a moabilidade melhora, ou seja, o HGI aumenta de maneira
linear.
Outro ponto importante é que o fator temperatura é predominante sobre o fator tempo,
ou seja, a ganho em propriedades é maior quando se aumenta a temperatura e não
quando se tem um tempo de tratamento maior.
Por último, conclui-se que a biomassa torrificada pode substituir parte do carvão
mineral utilizado na siderurgia obtendo assim ganhos ambientais e econômicos.

* Contribuição técnica ao 50º Seminário de Redução de Minério de Ferro e Matérias-Primas e


8º Simpósio Brasileiro de Aglomeração de Minério de Ferro, parte integrante da ABM Week 6ª edição,
realizada de 08 a 10 de junho de 2021, São Paulo, SP, Brasil.
Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer a Universidade Federal de Ouro Preto,


REDEMAT, CAPES, EcoEnvirox e todos aqueles que contribuirão para este trabalho.

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