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Processos Sedimentares

Nuno Durães

Beatriz Valle Aguado


Fases dos processos sedimentares

1
2
• 1 – Meteorização
• 2 – Transporte e deposição
• 3 – Diagénese

3
Meteorização
Meteorização
Processo responsável pela desagregação e alteração química das rochas e
minerais sob as condições da superfície terrestre. Este processo envolve
vários agentes, desde logo a ação do sol, dos agentes atmosféricos, da
água sobe as suas mais variadas condições e dos agentes biológicos.

DE 20XX Título da apresentação 4


Tipos de processo de meteorização
1. Meteorização física (ou mecânica)
✓ provoca a desagregação das rochas
✓ não modifica a composição das rochas

2. Meteorização química
✓ os minerais originais são transformados, através de reações químicas.
✓ formam-se novos minerais e/ou libertam-se iões.

CaCO3+CO2+H2O ---> Ca2+ + 2HCO3-


Título da apresentação
Meteorização Física
TERMOCLASTIA – MUDANÇAS TÉRMICAS

Um exemplo deste processo são a


“Pedras Parideiras”, onde os
encraves biotíticos soltam-se da
rocha devido à dilatação desta,
como reação a temperaturas
elevadas, e contração por reação
ao arrefecimento.

Este processo decorre através das variações de


temperatura, designadamente entre o dia e a noite (ciclos
mais curtos, embora outros possam também ter efeito).
Estas oscilações provocam repetidos ciclos de dilatação e
contração das rochas o que diminui a sua coesão.
Meteorização Física
CRIOCLASTIA – AÇÃO DO GELO

Este processo decorre do aumento de volume provocado


pela mudança de estado físico da água de liquida para
sólida, o que promove a abertura das diáclases e o
desagregação das rochas.
Meteorização Física
ESFOLIAÇÃO MECÂNICA – DILAÇÃO POR DESCOMPRESSÃO

Yosemite National Park

Este processo ocorre principalmente associado a rochas ígneas


plutónicas que se formam a elevada profundidade e que, por
alivio da pressão litostática, expandem e desenvolvem fraturação
que acompanha o formato do plutão. Por vezes, esta esfoliação até
se designa por “casca de cebola”.
Meteorização Física
ABRASÃO – DESGASTE POR IMPACTO

Este processo do efeito do atrito provocado pelo


choque de partículas rochosas sobre outras rochas ou
superfícies rochosas, o que vai provocar o desgaste Marmitas de gigante
físico de ambas.
Meteorização Física
AÇÃO FÍSICA DOS AGENTES BIOLÓGICOS

Estes processos estão preferencialmente


associados às ações das plantas,
designadamente através do crescimento
e alargamento dos sistemas radiculares
que promovem a desagregação das
rochas.
Meteorização Física
A METEORIZAÇÃO FÍSICA COMO PERCUSSORA DA METEORIZAÇÃO QUÍMICA

✓Reduz o tamanho das partículas


do material rochoso;

✓Aumenta a superfície sobre a qual


vai atuar a meteorização química.
Meteorização Física / Química
A METEORIZAÇÃO FÍSICA COMO PERCUSSORA DA METEORIZAÇÃO QUÍMICA

A água que circula pelas juntas


promove a alteração dos minerais
primários em minerais secundários, o
que, por sua vez, favorece a
desagregação dos blocos mais externos
do maciço.
Meteorização Química

✓ O principal agente da meteorização química é a


água.

✓ De grande importância na meteorização química


é o CO2:

H2O + CO2 <=> H2CO3


H2CO3 <=> H+ + HCO3-

✓ A água torna-se ligeiramente ácida, aumentando


a sua atividade química.
Meteorização Química
DISSOLUÇÃO

A dissolução é fortemente condicionada pelas caraterísticas


intrínsecas de cada mineral, motivo pelo qual os minerais não
têm todos a mesma resistência à dissolução, mas também pelas
condições físico-químicas (e.g., pH, Eh, temperatura, etc.).

Dissolução da calcite (CaCO3)

H2O + CO2 + CaCO3 <--> Ca+2 + 2HCO3-


Meteorização Química
HIDRÓLISE

De forma simples, a hidrólise é um processo que


envolve a participação de hidrogénio e oxigénio na
água que se combinam com os minerais das rochas
para formar minerais secundários.
É o principal processo de alteração dos silicatos.

Hidrólise dos feldspatos


Ortose + iões H+ + água = caulinite + sílica + iões K+

4KAlSi3O8 + 4H+ + 2 H2O => Al4Si4O10(OH)8 + 8SiO2 + 4 K+


Meteorização Química
OXIDAÇÃO

A oxidação é um processo que envolve perda de eletrões de uma espécie química


para outra. No caso das reações de superfície, que ocorrem em ambiente oxidante,
os processos de redução não são tão relevantes.

Oxidação dos sulfuretos


Oxidação da Pirite
Pirite Limonite

15
FeS2(s) + O2(aq) + 7 H2O(aq) 2SO42-(aq) + Fe(OH)3(s) + 4H+(aq)
2 2
Meteorização Química
HIDRATAÇÃO

A hidratação é um processo químico que envolve a adição (adsorção) de água na


estrutura cristalina dos minerais. Apesar deste ser um processo químico, os efeitos
têm um caráter mais mecânico, visto que a consequência é a expansão destes.

Hidratação dos óxidos


Hidratação da hematite
Hematite Limonite
Fe2O3+ 3 H2O → 2 Fe(OH)3
Meteorização Química
AÇÃO QUÍMICA DOS AGENTES BIOLÓGICOS

Apesar da principal ação de meteorização física ser


promovida pelas plantas arbóreas, os líquenes são
muitas vezes os produtores primários de solos,
criando condições para o crescimento de plantas
superiores.
As plantas, através da libertação de exsudatos ou
iões (H+, OH-, O2 CO2) promovem a dissolução de
minerais das rochas.
Meteorização
Aumento da velocidade de meteorização

CARACTERÍSTICAS DA
FATORES QUE INFLUENCIAM A METEORIZAÇÃO DAS ROCHAS
ROCHA MÃE
Estabilidade dos Alta Moderada Baixa
minerais (ex. quartzo) Meteorização
Aumento da velocidade de meteorização
(ex. anfibola) (ex. calcite)

Maciça Algumas zonas de Muitas zonas de


Estrutura
fraqueza fraqueza
CARACTERÍSTICAS DA
ROCHA
CLIMA MÃE
Estabilidade Alta
Baixa Moderada
Moderada Baixa
Elevada
Pluviosidadedos
minerais (ex. quartzo) (ex. anfibola) (ex. calcite)
Temperatura Frio Temperada Quente
Maciça Algumas zonas de Muitas zonas de
Estrutura
fraqueza fraqueza
PRESENÇA OU AUSÊNCIA
C
DELIMA
SOLO E VEGETAÇÃO
Pluviosidade Praticamente
Baixa Pequena a
Moderada Elevada
Espessura do solo Grande
ausente moderada
Temperatura Frio Temperada Quente
Vegetação Escassa Moderada Abundante

PRESENÇA OU AUSÊNCIA
TEMPO DE EXPOSIÇÃO
DE SOLO E VEGETAÇÃO
Curto Moderado Longo
Praticamente Pequena a
Espessura do solo Grande
Meteorização Química
RESISTÊNCIA DOS MINERAIS À METEORIZAÇÃO QUÍMICA

Óxidos e hidróxidos de ferro MAIOR ESTABILIDADE


Quartzo
Minerais do grupo das argilas
Moscovite
Feldspatos alcalinos
Biotite
Plagioclase sódica
Anfíbola
Piroxena
Plagioclase cálcica
Olivina
Calcite
Gesso
Halite MENOR ESTABILIDADE

Em regra, os minerais que se formam em condições mais distintas daquelas que


prevalecem na superfície terrestre são os mais instáveis nas condições de superfície.
Meteorização
INFLUÊNCIA DO CLIMA NA METEORIZAÇÃO
Relação entre o clima e a Relação entre o clima e a
meteorização química meteorização física

A meteorização química domina em climas quentes e húmidos e é menos eficiente em regiões secas,
independentemente da temperatura.
A meteorização física domina em climas frios e secos. A temperatura, mais do que a precipitação exerce um forte
controle na meteorização física: as baixas temperaturas favorecem a ação do gelo e mudanças bruscas de temperaturas
favorecem a expansão e contração térmica
Meteorização Química
INFLUÊNCIA DO CLIMA NA METEORIZAÇÃO

Egipto Nova York

O obelisco egípcio que data do ano de 1450 B.C. e que foi transferido para Nova York no ano de 1800 perdeu em poucos
anos as inscrições devido aos processos de hidrólise dos silicatos do granito. Isto deve-se ao facto deste ter sido transferido
de uma clima seco e quente para um clima muito húmido.
Meteorização
PRODUTOS DA METEORIZAÇÃO

Componente Detrítica
▪ Fragmentos de rocha (líticos)
▪ Minerais resíduais (e.g. quartzo, feldspato, muscovite, etc.)
▪ Minerais secundários ou de alteração supergénica (e.g. minerais de argila)

Componente Química ou Bioquímica


• Iões dissolvidos (e.g. Ca2+, K+, Na+, Cl-, SO42-, etc.)
Meteorização Química
PRODUTOS DA METEORIZAÇÃO DE ALGUNS TIPOS DE ROCHAS

Principais Minerais resultantes da Principais iões


Rocha
minerais meteorização em solução
Feldspatos Minerais das argilas Na+, K+
Moscovite Minerais das argilas K+
GRANITO
Biotite Óxidos de ferro e minerais das K+, Mg2+
argilas
Quartzo Quartzo ----------

Feldspatos Minerais das argilas Ca2+, Na+


BASALTO/GABRO
Minerais ferro- Óxidos de ferro e minerais das
Mg2+, Fe2+, Ca2+
magnesianos argilas
CALCÁRIO Calcite Nenhum Ca2+, HCO3-
Transporte
Agentes de Transporte

▪ Gelo

▪ Água

▪ Vento
Agentes de Transporte
SELETIVIDADE DOS AGENTES DE TRANSPORTE

▪ Gelo – transporta sedimentos até grandes distâncias e partículas de qualquer

Aumento da seletividade
dimensão;

▪ Água – transporta partículas de reduzidas a médias. É único agente que


consegue transportar os iões dissolvidos produzidos durante a meteorização
química. As águas subterrâneas transportam quase exclusivamente fração
dissolvida, enquanto os rios transportam fração dissolvida e particulada.

▪ Vento – transporta apenas partículas de dimensões reduzidas;

Todos estes mecanismos transportam os produtos da meteorização física e


os materiais insolúveis resultantes da meteorização química.
Transporte
METEORIZAÇÃO QUÍMICA DURANTE O TRANSPORTE

▪ Durante o transporte, as partículas detríticas continuam a sofrer meteorização química.

▪ Os minerais mais estáveis são transportados mais longe da área fonte e vão constituir,
preferencialmente, a componente mineral detrítica das rochas sedimentares detríticas.

Minerais nos sedimentos detríticos derivados da meteorização de uma


área fonte constituída por granitos

INTENSIDADE DA METEORIZAÇÃO E TEMPO DE TRANSPORTE

Quartzo Quartzo
Feldspato
Minerais das argilas
Micas
Transporte
METEORIZAÇÃO FÍSICA DURANTE O TRANSPORTE

▪ Durante o transporte pelo vento e


pela água, as partículas detríticas
sofrem abrasão.

▪ Perto da área fonte da área fonte as


partículas são angulosas

▪ Longe da área fonte as partículas


são arredondadas

Aumento do arredondamento com a distância


Transporte
ARREDONDAMENTO, CALIBRAGEM E MATURIDADE DO SEDIMENTO

Imaturo: Maturo:
Má calibragem, fragmentos de Calibragem elevada,
minerais instáveis e de rocha constituído por grãos
angulosos. Increasing distance of transport
arredondados de minerais
resistentes (e.g. quartzo).
Sedimentação
Sedimentação

▪ As partículas detríticas, transportadas no


estado sólido, e as substâncias, transportadas
em solução, chegam a um determinado local
onde são depositadas e acumuladas.

▪ As características das rochas sedimentares


refletem o ambiente sedimentar onde se
depositaram.

▪ Os ambientes sedimentares antigos podem


ser interpretados através da comparação com
os ambientes atuais.
Sedimentação
AMBIENTES SEDIMENTARES
Ambientes continentais

▪ Continentais: glaciares, leques Ambientes de


transição
aluviais, fluvial, lagos, desertos;

▪ Transicionais: deltas, praias;

▪ Marinhos: pouco profundos


(plataforma continental), profundos Ambientes
(planície abissal) marinhos
Sedimentação
AMBIENTES SEDIMENTARES CONTINENTAIS

Leques Aluviais: Os sedimentos que constituem estes depósitos são


constituídos por sedimentos grosseiros, arenitos arcósicos e
conglomerados, marcados por estratificação cruzada e depósitos de
canais em forma de leque. Um rio emerge no fundo de um vale a partir
de uma cadeia de montanhas.
Sedimentação
AMBIENTES SEDIMENTARES CONTINENTAIS

Ambiente Fluvial: São ambientes marcados pela travessia de uma


linha de água. A sedimentação pode ocorrer ao longo da linha de água
e será favorecida quanto mais maduro for um rio e, de modo geral,
quanto mais afastados estivermos da nascente do mesmo.
Ambiente Fluvial
FATORES QUE AFETAM A EROSÃO E SEDIMENTAÇÃO FLUVIAL

▪ Velocidade da corrente: depende da inclinação do vale, da largura do vale, do


caudal
▪ Caudal: Volume de água que passa num determinado ponto numa unidade de
tempo
Caudal (m3/s):
Largura da corrente (m) x profundidade (m) x velocidade média (m/s)

Q=Lxpxv
Ambiente Fluvial
VELOCIDADE DA CORRENTE E LARGURA DO CANAL
Sedimentação favorecida
pelo aumento da largura
do caudal, o que diminui
a resistência.

O estreitamento da linha de água


aumenta a velocidade de circulação.
Ambiente Fluvial
MUDANÇAS AO LONGO DO PERCURSO
Nas encostas íngremes das montanhas, a descarga
(caudal) é baixa, de modo que a coluna de água é rasa.
Neste caso o leito do curso de água causa muito mais
resistência ao fluxo das águas. Isto explica a razão de,
apesar da inclinação ser alta, a velocidade é mais
baixa que em zonas a jusante.

O caudal aumenta a jusante pelos contributos


adicionais dos afluentes e dos próprios aquíferos.
Para acomodar o maior volume de água, a velocidade
aumenta, isto induz mais erosão e, consequente, um Largura vs. Profundidade
aumento da seção transversal e da profundidade, o Descarga vs. Descarga
Velocidade vs.
Inclinação vs.
Descarga
que acaba por resultar num aumento de velocidade Descarga
mais moderado.

Q=Lxpxv
V = Q/ (L x p)
Ambiente Fluvial
VELOCIDADE VS. TAMANHO DAS PARTÍCULAS

✓ A erosão domina em situações de velocidades de


corrente mais altas;
✓ O transporte de sedimentos pelíticos ocorre
numa gama alargada de velocidade de corrente;
✓ O transporte de sedimentos grosseiros é apenas
favorecido em condições de velocidade de
corrente elevada;
✓ A deposição é favorecida em condições de
velocidade de corrente mais baixas, exceto no
caso de sedimentos grosseiros em que é
admitida sedimentação em condições de
velocidade de correte mais elevadas;
✓ No ambiente fluvial a sedimentação de material
pelítico é praticamente inexistente.
Ambiente Fluvial
SEDIMENTAÇÃO FLUVIAL

Condição diminuição da velocidade da corrente


➢ Diminuição do declive
➢ Diminuição do caudal
➢ Mudança na largura do canal

Sedimentação detrítica
nos canais
Ambiente Fluvial
EROSÃO E SEDIMENTAÇÃO FLUVIAIS: MEANDROS

Rios muito meandrizados são indicativos de elevada maturidade e, em regra, estes circulam em regimes
bastante aplanados. Nas zonas côncavas domina a sedimentação e na convexa a erosão.
Ambiente Fluvial
EROSÃO E SEDIMENTAÇÃO FLUVIAIS: MEANDROS

Rios muito meandrizados com circulação em regime Sedimentação na zona côncava e erosão na zona
bastante aplanado. Formação de uma lago em convexa.
ferradura por separação de um dos meandros.
Ambiente Fluvial
EROSÃO E SEDIMENTAÇÃO FLUVIAIS: PLANÍCIES DE INUNDAÇÃO

Seguindo a gradação do rio, as


paredes do vale tornam-se mais
suaves na encosta e a rocha é
coberta por sedimentos.
Ambiente Fluvial
EROSÃO E SEDIMENTAÇÃO FLUVIAIS: PLANÍCIES DE INUNDAÇÃO

As planícies de inundação ou várzeas são zonas


bastante aplanadas localizadas nas margens das
linha de água. Ocorrem, preferencialmente, em regiões
mais a jusante, onde os declives dos terrenos são
menos pronunciados, o que favorece a sedimentação,
embora possam estender-se para montante,
dependendo da maturidade do rio. Os solos destas
locais correspondem a materiais aluvionares, muito
férteis, pelo que aqui se desenvolvem muitas
atividades agrícolas.
Como os cursos de água circulam quase ao nível destas
planícies, estes locais são sujeitos a inundações.
Ambiente Fluvial
PLANÍCIES DE INUNDAÇÃO: EVENTOS DE INUNDAÇÃO

• Ocorrem periodicamente, quando o caudal da corrente aumenta e a capacidade do canal é


excedida (e.g. épocas de pluviosidade intensa, por vezes, associados a períodos de maré cheia);
• Com o aumento do caudal, aumenta a velocidade da corrente e a sua capacidade de transporte;
• A água extravasa o canal => diminuição da velocidade => sedimentação detrítica na planície
de inundação
Ambiente Fluvial
PLANÍCIES DE INUNDAÇÃO: EVENTOS DE INUNDAÇÃO

O período de tempo
entre a ocorrência do
pico de chuva e o início
das inundações

Após o pico da
inundação, a descarga
diminui e a corrente
regressa ao canal
Ambiente Fluvial
PLANÍCIES DE INUNDAÇÃO: EVENTOS DE INUNDAÇÃO

A urbanização em zonas de planícies de inundação de


rios reduz o tempo de entre o máximo de pluviosidade e
pico de inundação e aumenta a intensidade de
inundação devido às processos de impermeabilização do
solo que promovem, assim, a escorrência superficial.
Ambiente Oceânico
SEDIMENTAÇÃO NOS OCEANOS

As partículas sedimentares dos sedimentos marinhos provêm, essencialmente:


✓ da meteorização e erosão das rochas das áreas emersas (sedimentos terrígenos): areia,
silte, argila;
✓ de organismos marinhos (sedimentos biogénicos): partes duras de organismos que
segregam CaCO3 e SiO2;
✓ da precipitação química e bioquímica de iões dissolvidos na água
ÁREA FONTE TRANSPORTE SEDIMENTAÇÃO

Poeiras transportadas pelo vento


Sedimentos
terrígenos
Transporte dos sedim Plataforma
entos continental Precipitação química de
substâncias dissolvidas NÍVEL DO MAR
Areia e cascalho Restos de Partículas
micro-organismos de argila
Areia
Silte Talude
Argila continental
Partículas angulosas Partículas sub-angulosas Partículas arredondadas
Calibragem baixa a sub -arredondadas Calibragem elevada Fundos oceânicos
Calibragem média
Ambiente Oceânico
SEDIMENTAÇÃO NOS OCEANOS

Os ambientes oceânicos podem ser subdivididos em:

➢ Plataformas continentais
(pouco profundas e próximas de áreas emersas)

➢ Fundos oceânicos
(grandes profundidades e afastadas das áreas
emersas)
Ambiente Oceânico
SEDIMENTAÇÃO NAS PLATAFORMAS CONTINENTAIS

➢ Sedimentação detrítica
O tamanho das partículas detríticas diminui com a distância à linha de costa

A sedimentação da plataforma é fortemente controlada pelas marés, ondas e correntes. A turbulência costeira impede
que pequenas partículas se depositem, as quais são transportadas para zonas mais profundas do mar, onde a energia
da coluna de água é mais baixa (a energia é inversamente proporcional à profundidade da água).
Ambiente Oceânico
SEDIMENTAÇÃO NAS PLATAFORMAS CONTINENTAIS

➢ Sedimentação carbonatada
Se o aporte de sedimentos terrígenos é baixo, predominam os sedimentos carbonatados
constituídos por restos de organismos (corais e outros).

As atuais plataformas carbonatadas estão confinadas a regiões tropicais e subtropicais. Os recifes carbonatados estão
associados a regimes de águas rasas e quentes, com entradas desprezíveis de material terrígeno do continente.
Ambiente Oceânico
SEDIMENTAÇÃO NOS FUNDOS OCEÂNICOS

➢ Origem dos sedimentos


▪ Externo (sedimentos terrígenos)
▪ Interno (sedimentos biogénicos e os que resultam da precipitação de iões dissolvidos na
água do mar)
Ambiente Oceânico
SEDIMENTAÇÃO NOS FUNDOS OCEÂNICOS

➢ Sedimentos terrígenos: argilas


▪ As argilas abissais frequentemente são ricas em ferro. São frequentemente designadas
como argilas vermelhas (“red clays”), isto deve-se ao facto de poderem permanecer muitos
anos na coluna de água antes de se depositarem o que facilita a sua oxidação.

➢ Sedimentos biogénicos
▪ Os sedimentos biogénicos dos fundos oceânicos são essencialmente constituídos por
partes duras de organismos unicelulares;
▪ A composição química dos esqueletos é CaCO3 (Ex. foraminíferos) ou SiO2 (e.g.
diatomáceas e radiolários) Foraminífero Diatomáceas

tamanho ~1 mm tamanho ~1 mm
Ambiente Oceânico
SEDIMENTAÇÃO NOS FUNDOS OCEÂNICOS

➢ Sedimentos carbonatados
▪ A calcite pode formar-se por processo bióticos ou abióticos:
Ca2+ + CO32- ↔ CaCO3
▪ A acumulação de sedimentos carbonatados ocorre acima do nível de compensação do
CaCO3 (“carbonate compensation depth” - CCD), que situa-se a ~4000 m de profundidade.

Assim, abaixo desta profundidade a dissolução


da calcite é favorecida pelo aumento de P, pela
diminuição da T e pelo abaixamento do pH.
Inversamente, acima desta profundidade a
precipitação da calcite é mais favorecida.
Sedimentação
AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO DETRÍTICA
AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO DETRÍTICA
Ambiente Agente de transporte e de Sedimentos
deposição
CONTINENTAL
Aluvial Rios Areia, cascalho, silte, argila
Desertos Vento Areia, silte, argila
Glaciares Gelo Areia, cascalho, silte, argila
TRANSIÇÃO
Deltas Rios, ondas e marés Areia, silte, argila
Praia Ondas e marés Areia, cascalho
MARINHO
Plataforma continental Ondas e marés Areia, silte, argila

Talude continental Correntes oceânicas, Areia, silte, argila


correntes de turbidez
Fundos oceânicos Correntes oceânicas, Silte, argila
gravidade
Sedimentação
AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO QUÍMICA E BIOOQUÍMICA

AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO QUÍMICA E BIOQUÍMICA


Ambiente Agente de transporte e de Sedimentos
deposição
MARINHO E DE TRANSIÇÃO
Acumulação de partes duras
Plataforma continental e de organismos, precipitação Carbonatos
fundos oceânicos inorgânica a partir da água do
mar
Marinhos com circulação Evaporitos
Evaporação da água do mar
limitada
Fundos oceânicos Acumulação de partes duras Siliciosos
de organismos
CONTINENTAL
Lagos Evaporação da água Evaporitos

Pântanos Acumulação de restos Carvões


vegetais
Diagénese
Abundância das rochas sedimentares
66% da superfície da Terra está coberta por sedimentos ou rochas sedimentares

Abundância relativa das rochas Abundância relativa das rochas


na crusta na superfície da Terra
Diagénese ou Litificação
Conjunto de modificações que afetam os
sedimentos após a sua deposição em
condições de pressão e temperatura baixas
(próximas das condições ambientais).
Diagénese ou Litificação
Compreende:
➢ compactação e desidratação;
➢ solubilização;
➢ autigénese (recristalização, substituição e
crescimento de minerais in situ);
➢ cimentação (precipitação de minerais que vão
agregar os clastos).
Tipos de rochas sedimentares
Classificação genética

Rochas detríticas
Rochas formadas a partir da agregação de fragmentos
de outras rochas e transportados no estado sólido
(sedimentos)
Rochas carbonatadas

Rochas siliciosas
Rochas Rochas quimiogénicas
Sedimentares Rochas formadas a partir da precipitação química de Rochas evaporiticas
substâncias em solução na água.

Rochas carbonosas
Rochas biogénicas
Rochas formadas pela consolidação de restos de Rochas siliciosas
organismos, por vezes, biomineralizados.
Rochas carbonatadas
Rochas sedimentares detríticas
Parâmetros de classificação

A classificação das rochas detríticas baseia-se


em dois parâmetros

Tamanho dos clastos

Forma e distribuição dos clastos


Rochas sedimentares detríticas
Rochas sedimentares detríticas
Maturidade
Tipos de Arenitos
Quartzo-arenito Arcose Grauvaque Arenito lítico
Rochas sedimentares detríticas
Principais constituintes
De acordo com a sua natureza, as partículas detríticas O cimento das rochas detríticas pode
podem corresponder a: ser de 3 tipos
✓ Fragmentos de minerais – clastos e matriz
✓ Fragmentos de rochas (fragmentos líticos) – clastos
Ferruginoso
Minerais dos clastos: Fragmentos líticos dos clastos: Tem cor vermelho/laranja
Quartzo Quartzito (rocha metamórfica)
Minerais de argila Granito (rocha ígnea)
Feldspato Rochas vulcânicas (rocha ígnea) Silicioso
Micas Gnaisse (rocha metamórfica) Tem cor clara e não
Outros silicatos Calcário (rocha sedimentar) reage ao ácido

Minerais da matriz: Cherte (rocha sedimentar)


Minerais de argila Arenito (rocha sedimentar)
Quartzo Xisto (rocha metamórfica) Carbonatado
Tem cor clara e faz
Outros (Feldspato, Micas, etc.) efervescência com o ácido
Rochas sedimentares quimiogénicas
As rochas quimiogénicas são formadas por mais de 50% de minerais neoformados, a partir
de compostos saturados na água. Estas rochas são classificadas com base na sua composição
mineralógica, nos seguintes grupos principais:

Rochas Carbonatadas Rochas Siliciosas Rochas Evaporiticas


Rochas sedimentares quimiogénicas
Parâmetros de classificação

A classificação das rochas quimiogénicas baseia-se nos seguintes parâmetros:


1. TEXTURA: cristalina (não clástica)

2. COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA: obtida através da cor, dureza, reação


ao ácido, entre outros.

3. COMPONENTES: Aloquímicos (minerais precipitados quimicamente na


área de deposição, mas evidenciando algum transporte) e ortoquímicos
(minerais de precipitação química sem nenhum transporte).
Rochas sedimentares biogénicas
▪ As rochas biogénicas resultam da acumulação de restos de organismos vivos

Rochas carbonosas – Carvões (resultantes da acumulação de restos de plantas;

também se incluí neste grupo o Petróleo e Gás natural, apesar de não serem sólidos);
Carvões

Aumento da temperatura, pressão e teor de carbono


Rochas sedimentares biogénicas
▪ Rochas carbonatadas – Lumachelas (calcários essencialmente formados por conchas

ou carapaças de organismos marinhos) e calcários recifais;

Calcários fossilíferos

Calcário recifal Lumachela


Rochas sedimentares biogénicas
▪ Rochas siliciosas – Chertes (constituído por esqueletos siliciosos de organismos

marinhos microscópicos).

Chertes

Diatomito Radiolarito Espongólito


Rochas sedimentares
quimiobiogénicas
Estruturas Sedimentares
Estratificação
A estratificação corresponde ao empilhamento de camadas sedimentares rochosas,
com formato tabular ou lenticular, que diferem no tipo de rocha, granulometria do
sedimento ou outras caraterísticas que permitem a sua individualização. Aquando da
sua deposição estes estrato formavam sequências horizontais.
Grano-seleção
A grano-seleção ocorre no interior dos estratos e
é comum nos sedimentos que se depositam na
base do talude continental, onde os sedimentos
mais grosseiros se depositam na base da coluna
enquanto os mais leves posicionam-se mais a
topo. Isto resulta da massa mais elevada das
partículas mais grosseiras.
Laminação cruzada
A laminação cruzada ocorre no interior dos estratos e forma-se quando o sedimento é
depositado no seio de uma corrente de água ou de ar.
Ripple marks
Os ripple marks correspondem a marcas de corrente ou de ondulação e ocorrem na
superfície dos estratos.
Rochas Sedimentares – Síntese
➢ Composição dos clastos: informação sobre as rochas da área fonte e
sobre a intensidade da meteorização na fonte e durante o transporte

➢ Textura/maturidade dos sedimentos detríticos: informação sobre a


distância a área fonte, intensidade da meteorização na fonte e durante o
transporte

➢ Estruturas sedimentares: informação sobre o ambiente de sedimentação

➢ Fósseis: informação sobre o ambiente de sedimentação e sobre a idade da


sedimentação.

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