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O solo corresponde à decomposição de rochas que ocorre por meio de ações ligadas à
temperatura, como o calor, além de processos erosivos provenientes da ação dos ventos,
chuva e seres vivos, tais como bactérias e fungos. Contudo, pode ser visto sobre diferentes
óticas. Para um engenheiro agrônomo o solo é a camada na qual pode-se desenvolver vida
(vegetal e animal). Para um engenheiro civil, sob o ponto de vista da mecânica dos solos, solo
é um corpo possível de ser escavado, sendo utilizado dessa forma como suporte
para construções ou material de construção. Para um biólogo, através da ecologia e
da pedologia, o solo infere sobre a ciclagem biogeoquímica dos nutrientes minerais e
determina os diferentes ecossistemas e habitats dos seres vivos.
Pedogênese
Solos estão constantemente em desenvolvimento, nunca estando estáticos, por mais curto que
seja o tempo considerado. Ou seja, desde a escala microscópica, diariamente, há alteração por
organismos vivos no solo, da mesma forma que o clima, ao longo de milhares de anos,
modifica o solo. Dessa forma, temos solos na maioria recentes, quase nunca ultrapassando
idades Terciárias.
Os processos de formação do solo também podem ser classificados em: processos gerais e
específicos.
São processos que modificam o solo em razão dos fatores de formação do solo. Estes
processos são:
São aqueles em que ocorre atuação de um ou mais dos processos gerais de adição, remoção,
translocação ou transformação, de formação do solo. São processos específicos:
Funções do solo
A composição do solo
Existem muitas variações de terreno a terreno dos elementos de um solo, mas basicamente
figuram-se quatro camadas principais:
Solos arenosos
São aqueles que têm grande parte de suas partículas classificadas na fração areia,formado
principalmente por cristais de quartzo e minerais primários. Ele também possui consistência
granulosa como a areia. Muito presente na região nordeste do Brasil, sendo permeável à água.
Solos siltosos
São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração silte, de tamanho
entre 0,05 e 0,002mm, geralmente são muito erosíveis. O silte não se agrega como as argilas
e ao mesmo tempo suas partículas são muito pequenas e leves. São geralmente finos.
Solos argilosos
São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração argila, de
tamanho menor que 0,002 mm (tamanho máximo de um colóide). Não são tão arejados, mas
armazenam mais água quando bem estruturados. São geralmente menos permeáveis, embora
alguns solos brasileiros muito argilosos apresentam grande permeabilidade - graças aos poros
de origem biológica. Sua composição é de boa quantidade de óxidos de alumínio (gibbsita) e
de ferro (goethita e hematita). Formam pequenos grãos que lembram a sensação táctil de pó-
de-café e isso lhes dá certas caraterísticas similares ao arenoso.
Latossolo
Possui a capacidade de troca de cations baixa, menor que 17 cmolc, presença de argilas de
baixa atividade (Tb), geralmente são solos muito profundos (maior que 2 m), bem
desenvolvidos, localizados em terrenos planos ou pouco ondulados, tem textura granular e
coloração amarela a vermelha escura.
São solos zonais típicos de regiões de clima tropical úmido e semi-úmido, como Brasil e a
África central. Sua coloração pode ser avermelhada, alaranjada ou amarelada. Isso evidencia
concentração de óxidos de Fe e Al em tais solos. São profundos, bastante porosos e bem
intemperizados.
Solo lixiviado
São aqueles que a grande quantidade de chuva carrega seus nutrientes, tornando o solo pobre
( pobre em potássio e em nitrogênio).
Solo árido
São aqueles que pela ausência de chuva não desenvolvem seu solo.
Solos de montanhas
Solo orgânico
A taxonomia dos solos é baseada nas características de cada país ou região, sendo, portanto,
geralmente nacionais ou regionais.
Ordem
Subordem
Grande Grupo
Subgrupo
Família
Série
Primeira classificação
zonal
azonal
intrazonal
Esta organização baseava-se principalmente nos fatores de clima, tempo e relevo que se
encontrava os solos:
solos zonais são aqueles em relevos estáveis, em climas estáveis culminando em um
formação antiga;
solos azonais são aqueles que existem em ambientes instáveis, por exemplo,
em aluviões e colúvios. São, portanto, sempre jovens;
solos intrazonais são solos em que o relevo local ou material de origem prevalecem sobre
o clima; são solos intermediários entre azonais e zonais (quando vistos sob o fator
tempo).
Horizonte diagnóstico
Perfil de um solo
Os horizontes de solo, que compõem o perfil de um solo, são apenas horizontes delimitados
de acordo com sentidos básicos do pesquisador (como visão e tato) e simples técnicas de
campo. Já os horizontes diagnósticos exigem exames em laboratório.
Classificação brasileira
Existiam, no SiBCS[5] 1999, 14 ordens de solo, mas em 2005, uma ordem foi extinta.
Argissolo
Cambissolo
Chernossolo
Espodossolo
Gleissolo
Latossolo
Luvissolo
Neossolo
Nitossolo
Organossolo
Planossolo
Plintossolo
Vertissolo
A ordem dos Alissolos foi retirada em 2005. Este solo era diagnosticado como possuidor de
um horizonte B textutal rico em alumínios e argilas 2:1.[6]
Esta ordem foi excluída, pois classificar de acordo com a quantidade de alumínio foi
considerado algo secundário, sendo possível, inclusive, tais teores de alumínio dos Argissolos
ocorrerem em outros solos também.
Morfologia
Quanto maior a atuação da pedogênese no solo, mais este se tornará um corpo individual,
com características próprias. Para se determinar o tipo de solo, busca-se pesquisas teóricas e
dois momentos empíricos:
Análise de campo
Análise de laboratório.
Geralmente os processos de descrição são bastante simples e não exigem equipamentos mais
complexos do que pás, martelos de pedólogos, lupas, água para molhar a amostra e tabela de
cor. Os sentidos usados pelo pedólogo geralmente são o tato (para se testar textura) e visão;
há, contudo, alguns métodos descritivos, menos usuais e não aconselhados, que se utilizam
do paladar (para determinar se a amostra é siltosa ou argilosa) e até olfato, para se determinar
decomposição e presença de rochas argilosas.
Perfil e horizontes
Um solo possuí camadas horizontais de morfologia diferente entre si. Essas camadas são
chamadas de horizontes. Essas camadas, apesar de todos as normas e técnicas, dependem
para sua delimitação em campo estritamente dos sentidos do pedólogo.
A soma destas camadas define o perfil do solo. Como a ação pedogenética, tal como
perturbação de seres vivos, infiltração de água, entre outros, é variável ao perfil, é constante o
desenvolvimento de alguns horizontes. Diz-se que quanto mais distante da rocha mãe, mais
intensa e/ou antiga foi a ação pedogenética.
No Brasil existe uma camada superficial que é arenosa e uma subsuperficial argilosa o que
resulta em uma diferença quanto à porosidade. A água acaba penetrando mais facilmente na
parte de cima e lentamente na camada inferior. Isso facilita a erosão em função do relevo e
cobertura vegetal ou prejudica o desenvolvimento das raízes das plantas.
Cor
Como a cor é algo bastante subjetivo, geralmente em todo o mundo se utiliza uma tabela de
cor padrão, chamada de Münsell. Esta tabela consiste em aproximadamente 170 cores
arranjadas de formas diversas.
Achando a cor do solo nesta tabela, anota-se os três elementos básicos que regem o sistema
de cores Münsellː
Matriz (Hue) - A cor pura, descrita entre vermelho (R), amarelo (Y), etc.;
Valor (Value) - É o tom de cinza presente na cor ("claridade" da cor), variando entre
branco ( valor 10) ou preto (valor 0);
Croma (Chroma) - proporção da mistura da cor fundamental com a tonalidade de cinza.
Variando também de 0 a 10.
A cor implica diversas considerações imediatas sobre o solo. Geralmente, quanto mais
escura, maior será o conteúdo de matéria orgânica. Já a presença de óxidos de ferro dão tons
avermelhados para os solos. Cromas menos que 2 ou 3 podem indicar processo de gleização
no solo. A cor Preto-azulado pode determinar magnésios.
Estrutura
As partículas da textura podem se encontrar agregadas (porém não como rochas). A estrutura
é então referente ao tamanho, forma e aspecto destes agregados.
Consistência
Os agregados, por sua vez, têm diversos graus de adesão, podendo ser mais friáveis (macios)
ou mais brandos (duros). A resistência desses agregados é conhecida como consistência, e,
como depende da textura, porosidade e outros fatores, é também testada em amostrasː
Poros são os "vãos" dentro do solo. O maior fator de criação de tais poros é o bioma
compostos de insetos, minhocas, etc... Os poros ajudam a penetração de água e sua
permeabilidade, que, por sua vez, transporta material para dentro do solo, dos horizontes mais
superficiais para os mais profundos.
São dois grupos de poros, com um intermediário:de acordo com o diâmetro dos poros.
macroporos - geralmente maiores de 0,075mm. Esses poros perdem sua água após 48h de
secagem natural e são os que mais determinam a permeabilidade e aeração do solo.
mesoporos - intermediário entre macroporos e microporos (entre 0,030mm e 0,075mm).
microporos - menores que 0,030mm, responsáveis pela retenção de água.
O solo funciona como alicerce da vida terrestre. "O homem somente terá saúde se os
alimentos possuírem energia vital. Os alimentos somente possuem energia vital se as plantas
forem saudáveis. As plantas somente serão saudáveis se o solo for saudável."[7] Os micro e
macro nutrientes, assim como boa porção da água que plantas necessitam, estão nos solos.
Além dos elementos inorgânicos, a fertilidade de um solo também é garantida pela vida
existente no mesmo.
Para essa vida existir, o equilíbrio do solo - corpo mediador entre litosfera, hidrosfera,
biosfera e atmosfera - deve estar preservado e adequado. Quando isto ocorre, diz se que o
solos está fértil. Se um dos elementos necessários à vida não estiver presente, ou estiver em
número insuficiente para aquele bioma, o solo está infértil e deve ser artificialmente
corrigido. Muitas vezes, é o próprio homem que torna seu solo infértil, através da erosão ou
exploração acelerada.
Ver também
Referências
1. ↑ Schaetzel & Anderson "Soils: Genesis and Geomorphology. Cambridge: Ed.
Cambridge, 2005
2. ↑ Goldberg and Machail "Practical and Theoretical Geoarchaeology. Inglaterra: Ed.
Blackwell, 2006
3. ↑ Ir para:a b c «Pedologia Fácil - Glossário pedológico». www.pedologiafacil.com.br.
Consultado em 19 de julho de 2018
4. ↑ «Latossolização». Scribd (em inglês). Consultado em 20 de julho de 2018
5. ↑ «SiBCS :: Sistema Brasileiro de Classificação de Solos». Consultado em 4 de
novembro de 2009. Arquivado do original em 30 de janeiro de 2009
6. ↑ JACOMINE, Paulo K. T. A Nova versão do sistema brasileiro de classificação de
solos (SiBCS)
7. ↑ PRIMAVESI, Ana. Cartilha do solo. São Paulo, Brasil: Fundação Mokiti Okada,
2006. ISBN 85-88173-07-7
Bibliografia