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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ


CAMPUS TUCURUÍ

DISCIPLINA: SOLOS

Docente: Joane Priscila Silva de Souza

Tucuruí-PA
2023
EMENTA DA DISCIPLINA
• 1. Introdução ao estudo do solo; Crosta terrestre; Minerais. Rochas (Sedimentares - clástica pelíticas -

clástica granulares - sedimentares químicas – sedimentares orgânicas e ígneas); Intemperismo. Solos:


Erosão.

• 2. Estratigrafia (Princípios estratigráficos - Mergulho e direção de camadas);

• 3. Geologia estrutural (Estruturas sedimentares primárias - Estruturas tectônicas - Elementos e classificação


de descontinuidades ou falhas e juntas);

• 3.3. Elementos e classificação de dobras 3.4. Estruturas planares - descontinuidades 3.5. Estruturas lineares
– lineação. Propriedades geológico-geotécnicas de formações geológicas Rochas metamórficas;

• 4. Métodos de investigação do subsolo (Métodos diretos, Semi-diretos e Indiretos ou geofísicos).


BIBLIOGRAFIA BÁSICA
• 1. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2ed. Brasília.
Embrapa Produção de Informação, Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006.

• 2. LEPSCH, I.F.; BELLINAZZI JUNIOR, R.; BERTOLINI, D. Manual para levantamento utilitário do meio físico e
classificação de terras no sistema de capacidade de uso. 2ed. Campinas: SBCS, 1991.

• 3. PRADO, H. Manejo dos solos: descrição pedológica e suas implicações. São Paulo. Nobel, 1991.

• 4. ABGE - Associação Brasileira de Geologia de Engenharia. 1.ed. São Paulo: ABGE, 1998. 587p.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

• 1 - KIEHL, E. J. Manual de Edafologia. São Paulo: Agronômica Ceres Ltda.


1979.
• 2 - RESENDE, M. et al. Pedologia: base para distinção de ambientes.
Viçosa: NEPUT, 1995.
• 3- ROSSATO, M.S. et. al. Terra: feições ilustradas. Porto Alegre: UFRGS.
2008.
• 4 - TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M. de; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F. (orgs.).
Decifrando a terra. São Paulo: Oficina de textos, 2000.
• 5. VIEIRA, L. S.; VIEIRA, M. N. F. Manual de morfologia e classificação de
solos. São Paulo. Editora Agronômica Ceres, 1983.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO
SOLO
Pedologia a Ciência do Solo

• PEDOLOGIA, do grego pedon (solo, terra) é a


ciência da gênese, morfologia e classificação
dos solos.

• Busca compreender a interação entre os


fatores e processos de formação do solo e
sua influência nos atributos morfológicos,
físicos, químicos e mineralógicos do solo,
além da sua classificação taxonômica.
Conceitos e funções do solo
• Para alguns, solo vem a ser sinônimo de qualquer parte da superfície da Terra e
mesmo de outros planetas:
• Ex: “solo lunar”, “titular do solo”...
• Geólogos: parte da sequência de eventos geológicos no chamado “ciclo geológico” .
• Agrônomos “é a camada de terra arável, geralmente de poucos metros de espessura,
constituída de material desagregado, ar, água, matéria orgânica e que pode suportar
vida.”.
Engenheiro de obras: considera como parte da matéria-prima para construções de
aterros, barragens e açudes.
Químicos: porção de material sólido que pode ser analisado em todos os seus
constituintes elementares
Técnico em agrimensura: é a base de instalação dos equipamentos para a
realização dos levantamentos topográficos e geodésicos
Mas, afinal, o que é o solo?

• O solo é o resultado de um paciente trabalho da


natureza.

• Partículas (minerais e orgânicas) vão sendo


depositadas em camadas (horizontes) devido à
ação da chuva, do vento, do calor, do frio e de
organismos (fungos, bactérias, minhocas, formigas
e cupins) que vão desgastando as rochas de forma
lenta no relevo da terra.
Mas, afinal, o que é o solo?
• Para que você tenha ideia de como esse processo de formação do solo é lento e paciente,
saiba que são necessários cerca de 200 a 400 anos para se formar 1 cm (um centímetro) de
solo.

200 a 400 anos 1 cm de solo


Solo como componente chave do ecossistema

• O solo é um dos recursos naturais mais importantes para o equilíbrio do


ecossistema terrestre, uma vez que interage diretamente com a atmosfera,
biosfera, litosfera e hidrosfera (Coleman, 2001).
Solo como componente chave do ecossistema
• O solo é um componente dos ecossistemas terrestres, tão importante quanto o ar, a
água, a fauna e a flora.

• Porém, o solo é um recurso natural limitado e que pode ser facilmente degradado
através de diversos processos, como:
a) redução da fertilidade química;
b) diminuição da matéria orgânica do solo;
c) compactação;
d) perda de solo e água por erosão hídrica e eólica; e) desertificação e arenização dos solos;
f) contaminação por resíduos rurais, urbanos e industriais;
g) decapeamento para fins de exploração mineral;
h) alteração para obras civis (cortes e aterros).
Solo como componente chave do ecossistema
• Sistema Brasileiro de Classificação do Solo define o solo como:

• Uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e


gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e
orgânicos; contêm matéria viva e podem ser vegetados na natureza e,
eventualmente, terem sido modificados por ações do homem (Santos et al.,
2018).
COMPOSIÇÃO DO SOLO
• O solo é constituído pelas fases líquida, gasosa e sólida. Um solo hipotético é constituído
por 25% de água, 25% de gases, 46% de material mineral e 4% de material orgânico.

As proporções podem variar bastante de um solo para outro, de


acordo com as condições climáticas e o tipo de material que
constitui a fase sólida.

Em um lugar onde o período chuvoso seja mais longo, pode


ocorrer, por um tempo, uma maior quantidade de água no solo
em detrimento da fase gasosa.
Em regiões mais frias, o conteúdo de matéria orgânica pode ser
maior, enquanto em regiões mais quentes e/ou secas será
menor.
Figura: Solo encharcado

Figura: Solo seco


POROS DO SOLO: Fases Líquida e
Gasosa
• A porosidade do solo é a porcentagem do volume do solo não ocupado por partículas
sólidas, incluindo todo espaço poroso ocupado pelo ar e pela água (CURI et al., 1993).

No solo formam-se dois tipos de poros:

MACROPOROS (diâmetro maior que 0,05 mm)

MICROPOROS(diâmetro menor que 0,05 mm)


POROS DO SOLO: Fases Líquida e
Gasosa
• Normalmente a água ocupa os microporos e o ar ocupa os macroporos.

• Entretanto, após uma chuva intensa, tanto os macroporos quanto os microporos


estarão ocupados por água e, depois de algumas horas, a água presente nos
macroporos será drenada até chegar ao lençol freático.

• A drenagem da água dos macroporos ocorre por simples ação da gravidade que
“puxa” a água para baixo.

• A gravidade, não consegue retirar a água presente nos microporos e, desta forma, a
água dos microporos fica disponível para as plantas e os organismos que vivem no solo
POROS DO SOLO: Fases Líquida e
Gasosa
• A fase líquida, ou a água do solo é chamada de solução do solo.

• No solo a água não é pura, ou seja, quando a água infiltra no solo muitos íons se
solubilizam (dissolvem) nela.

• Portanto, a solução do solo é resultante de inúmeras reações que ocorrem com as


outras fases que constituem o solo, principalmente a fase sólida.

• A solução do solo é um sistema dinâmico, e que troca matéria com suas


vizinhanças - as plantas absorvem a água e nutrientes que necessitam da solução
do solo.
POROS DO SOLO: Fases Líquida e
Gasosa
• O ar do solo ocupa principalmente os macroporos. Sua característica
é semelhante ao do ar atmosférico, diferenciando apenas na
concentração dos gases que os constituem.

• A proporção de ar no solo depende do conteúdo de água, pois o ar


ocupa os espaços porosos não ocupados pela água (MACHADO e
FAVARETTO, 2006).
POROS DO SOLO: Fases Líquida e
Gasosa

• A boa aeração do solo é importante para a produção


agrícola e o crescimento das plantas em geral, pois sem ar
as raízes não conseguem respirar e podem morrer,
causando danos e perdas no desenvolvimento vegetal.

• Um solo que permaneça muito tempo com excesso de água


pode causar problemas de aeração para as raízes. Se a
aeração for deficiente no solo, os organismos vão competir
com as raízes, o que também pode causar danos à produção
agrícola.
FASE SÓLIDA DO SOLO: Matéria
Orgânica e Mineral
MATÉRIA ORGÂNICA

Constituída por restos vegetais (folhas, galhos, frutos e raízes) e


animais (esqueletos e fezes) em diferentes graus de
decomposição.

Fonte de nutrientes tanto para plantas quanto para organismos.


Parte desse material orgânico vai ser humificado pelos
organismos do solo, formando uma fração conhecida como
húmus, ou fração húmica.

A fração húmica é muito importante no solo, pois além de ajudar


na agregação das partículas sólidas, ela também é responsável
pela maioria das cargas, que podem reter nutrientes.
MATÉRIA ORGÂNICA

Representa cerca de 5% do volume de solo ou menos.

Concentra-se nas primeiras camadas, porque é depositada pelos animais


e vegetais que estão principalmente sobre ou na superfície do solo.

O teor de matéria orgânica no solo diminui conforme aumenta a


profundidade do solo.
MATÉRIA ORGÂNICA

A matéria orgânica humificada pode, inclusive, dar


cor ao solo. As camadas de solo que apresentam
maior teor de matéria orgânica apresentam
coloração que varia de castanho a preto.

Além de melhorar a agregação do solo, a matéria


orgânica também aumenta a porosidade do solo e
consequentemente melhora a infiltração de água.
Microbiota do Solo

O solo é um ambiente muito dinâmico e complexo,


e é onde podemos encontrar, além da parte
química e física, uma grande diversidade de
microrganismos, que ocupam apenas 1% do
volume total do solo.

Estes, são representados por bactérias, fungos,


algas e protozoários. Também fazem parte do
sistema vírus e parasitas que desempenham
importantes funções no controle das populações
do solo.

A microbiota é bastante dependente de matéria


orgânica, constituída pelos produtos da
decomposição de resíduos de origem animal e
vegetal e pelos próprios microrganismos.
FASE SÓLIDA DO SOLO: Matéria
Orgânica e Mineral
MATÉRIA MINERAL

Constituída por fragmentos de rochas e minerais, com formas e tamanho variados.


MATÉRIA MINERAL

Os minerais do solo sofrem uma divisão por tamanho de partícula.


Partículas maiores que 2 mm são chamadas de esqueleto do solo e são constituídas por
cascalhos (2 mm a 2 cm), calhaus (2 a 20 cm) e matacão (> 20 cm).
O esqueleto do solo vai constituir a pedregosidade ou rochosidade do solo e, ao contrário do
que se imagina, é pouco comum encontrar partículas maiores que 2 mm nos solos brasileiros.

Escala de tamanho da fração mineral do solo


Já a fração mais importante do solo é chamada de terra fina, que é composta por partículas
menores de 2 mm. É dividida da seguinte maneira: areia (2 a 0,05 mm), silte (0,05 a 0,002 mm) e
argila (< 0,002 mm). Esta divisão está relacionada exclusivamente ao tamanho da partícula
(conforme a imagem a seguir) e não com o tipo de mineral que a compõe.
Referências
• SANTOS, H. G. dos; JACOMINE, P. K. T.; ANJOS, L. H. C. dos; OLIVEIRA,
V. A. de; LUMBRERAS, J. F.; COELHO, M. R.; ALMEIDA, J. A. de; ARAUJO
FILHO, J. C. de; OLIVEIRA, J. B. de; CUNHA, T. J. F. Sistema brasileiro de
classificação de solos. 5.ed., rev. e ampl. Brasília, DF: Embrapa, 2018.
356 p.

• http://www.mrlima.agrarias.ufpr.br/SEB/arquivos/
composicao_solo.pdf

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