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CIÊNCIAS DOS SOLOS III

CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
Agronomia – campus Cuiabá - MT
Professor: José Fernando Scaramuzza
UFMT – FAAZ – DSER
Aula 1: Introdução à classificação do solo.
• Primeiros conhecimentos sobre solo: era apenas um lugar por onde caminhavam, caçavam
ou recolhiam alimentos, ou para obter barro para cerâmica e pigmentos coloridos para
pinturas.
• Após a última glaciação (10.000 anos atrás) é que os humanos começaram a se agrupar em
determinadas terras...
• Na antiguidade, os filósofos estudavam os mais distintos aspectos da natureza. Aristóteles
(384-322 AC) filósofo grego, estudante de Platão e professor de Alexandre O Grande, e um
dos mais influentes na filosofia grega antiga.
• Talvez você já tenha ouvido falar de Aristóteles, mas jamais imaginado que ele tivesse se
preocupado com solos e nutrição de plantas.

• Liebig (1803-1873 DC) químico alemão fez inúmeras contribuições na química e na


bioquímica agrícola, é reconhecido como o pai da fertilidade do solo pela descoberta do N
como nutriente e pelo estabelecimento da Lei do Mínimo.
• “Meu contato com a Natureza e suas leis induziu-me à convicção de que não deveríamos ter
preocupações sobre a morte e sobre o futuro, pois tudo está ordenado de maneira tão
infinitamente sábia, que o medo sobre o que será de nós após a morte não pode firmar-se
no espírito do homem de ciências. Tudo foi provido, e o que será de nós será certamente o
melhor.” Justus von Liebig (1803 - 1873).
Vasily Vasili'evich Dokuchaev (1846-1903 DC) –
geólogo russo, é considerado o pai da ciência do
solo.
Antes Docuchaev, o solo era considerado somente
um produto da transformação físico-química da
rocha.

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Hans Jenny (1989-1990):

Estabeleceu a relação geral que relaciona


propriedades do solo com os fatores
independentes de formação do solo:

s = f (cl, o, mp, r, t, ...)

s = propriedades solos, cl = clima, o = organismos vivos, mp = material parental, r = relevo, t =


tempo.

CONCEITO DE SOLOS
Solos são corpos naturais, ocupam porções na superfície terrestre, suportam plantas e as
edificações do homem e possuem propriedades resultantes da atuação integrada do clima e
dos organismos, atuando sobre o material de origem, condicionado pelo relevo, durante um
período de tempo (Soil Survey Staff - USA, 1951).

Uso dos solos:

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Idade do solo

Processos pedogenéticos

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Fatores de formação – S = f(m, c, r, o, t, ...)

Fluxo de energia e formação de solos


• O solo é um sistema aberto que troca matéria e energia (oxigênio, gás carbônico, água,
vapor, metano, outros gases) com a atmosfera.
• Materiais solúveis (nitrato, matéria orgânica solúvel) são lixiviados do corpo do solo.
• Processos físicos, químicos e biológicos no solo resultam numa distribuição desuniforme de
materiais nos horizontes e solos.
• Deposição e erosão de materiais causam redistribuição de partículas na paisagem.
• Esses mecanismos operam numa escala de tempo de centenas, milhares ou milhões de anos.
• As variações são condicionadas pelas condições ambientais.
• Em uma paisagem podemos observar uma variabilidade muito grande de solos e que podem
ser identificados, caracterizados e serem alocados em mapas.

Levantamento de solos

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ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS
• Pedon: célula unitária ou a menor porção ou volume reconhecido como solo.
• Polipedon: conjunto de pedons adjacentes com as mesmas características e representa a
distribuição espacial de um determinado tipo ou classe de solo.

• Perfil de solo: superfície vertical do solo expondo os horizontes (camadas mais ou menos
horizontais), desde a superfície da terra até o material subjacente inalterado.

Perfil de solo com sequência de horizontes pedogenéticos

• Topossequência: sequência de solos encontrados em uma sucessão na superfície terrestre,


compreendida entre o interflúvio (divisor de águas) e o sistema de drenagem.

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• Catena: sequência de solos encontrados em uma sucessão na superfície terrestre,
compreendida entre o interflúvio (divisor de águas) e o sistema de drenagem, que tiveram
sua origem de um mesmo tipo de rocha ou material de origem.

Descrevendo um perfil de solo

FUNÇÕES DO SOLO
Geral:
1. Adsorver e liberar nutrientes e outros compostos químicos;
2. Reter e liberar água para as plantas, rios e lençol freático;
3. Propiciar habitat favorável aos organismos;
4. Responder ao manejo e resistir à degradação;
5. Armazenar e deixar fluir calor e gases.
Ambiental:

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1. Filtro de partículas;
2. Reator de transformações;
3. Armazenamento e ciclagem de água;
4. Armazenamento e ciclagem de nutrientes;
5. Fonte de biodiversidade;
6. Uso antrópico;
7. Outras.
Agrícola:
1. Promover e sustentar o crescimento radicular dando suporte para os vegetais,
2. Fornecimento de água para as plantas,
3. Fornecimento de nutrientes para as plantas,
4. Fornecimento de oxigênio para as raízes.

Urbana:
1. Suporte de casas,
2. Edificações.

Civil:
1. Suporte de ruas,
2. Parques, jardins,
3. Aterros sanitários,
4. Aeroportos,
5. Indústrias,
6. Cemitérios,
7. Outros

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Para não degradar: capacidade de uso das terras

SOLOS E QUALIDADE DA ÁGUA


O SOLO PODE PURIFICAR A ÁGUA
1. O solo pode:
• Ser um filtro físico de partículas;
• Adsorver substâncias (moléculas orgânicas e elementos tóxicos)
2. O solo pode:
• Ser um reator, transformando substâncias no seu caminho para os reservatórios
subterrâneos.
O SOLO PODE “POLUIR” A ÁGUA SUBTERRÂNEA
• Através da degradação da estrutura e ou mudança das condições químicas do solo:
• Como fonte de partículas coloidais (vetor de solubilidade para substâncias tóxicas
pouco solúveis).
• O solo pode liberar substâncias tóxicas previamente capturadas.
• Aplicação de dejeto no campo

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Solo e descarte de resíduos: Lixão

99,9% dos lixões no Brasil não possuem Licença ambiental (LP, LI e LO).
O correto seria trabalhar com aterro sanitário!

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SOLO COMO MEIO DE DESCARTE DE RESÍDUOS
1. Inertização de resíduos provenientes de descartes urbanos e industriais
2. Propriedades físicas, químicas e biológicas do solo capacitam, em maior ou menor grau, a
retenção e degradação dos compostos tóxicos.

Lixo  detritos gerados pelas atividades humanas (domiciliares, comerciais, industriais,


agrícolas, limpeza pública, construção civil, portos, aeroportos, terminais rodoviários,
hospitais, postos de saúde, laboratórios, consultórios).

FALTA DE CONHECIMENTO E DE PLANEJAMENTO DO USO DO SOLO PROVOCA MUITOS DANOS


Problemas
 fossas sépticas (problema comum em Cuiabá no período das chuvas!)
 sistemas de esgotos
 erosão do solo
 deslizamentos
 trincas e até desabamentos de muros, casas e prédios.

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