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Gessos Odontológicos 1

5. Obtém-se então o hemi-hidrato de sulfato de


cálcio (gesso)

Ou seja, porque ele existe desde a antiguidade, quando


Se os gessos fossem um material um pouquinho mais
ainda não existia tecnologia?
resistente praticamente a gente não teria mais na
natureza, porque na verdade, os gessos que são usados Porque se obtém muito fácil.
desde a antiguidade são materiais muito abundantes e
versáteis para construção. O gesso odontológico e o gesso utilizado na construção
civil, é absolutamente a mesma coisa, o que vai
São usados desde a antiguidade como materiais para diferencia-los são os modificadores adicionados para
escultura, na construção. regular o tempo de presa, o refinamento, etc.
Hoje em dia se usa muito o gesso na construção civil. Quando a gipsita é calcinada em forma aberta, a
maneira mais simples e rudimentar de se obter o gesso,
O que falta ao gesso, para que ele seja mais usado na
se obtém um tipo de gesso, um tipo de partícula de
construção civil de maneira mais firme e abundante?
gesso que a gente denomina de β-hemi-hidrato que dá
Resistencia. origem ao gesso comum (gesso de Paris).
Se fosse um pouco mais resistente, certamente não Esse é o gesso comum odontológico e o gesso usado na
teríamos mais, por ser um material muito fácil de ser construção civil.
obtido.
Quando a gispsita já pulverizada é aquecida sob
O gesso é extraído dessa forma: pressão em autoclave ou é ebolida em uma solução de
cloreto de cálcio ou cloreto de magnésio a 30%, se
obtem outro tipo de partícula de gesso, denominada
de α- hemi- hidrato, que dá origem aos gessos pedras.

Então tem-se 2 tipos de partículas de gesso:

 β-hemi-hidrato

Dá origem os gessos comuns, e mais baratos. Há


diferenças entre o tipo de partículas;

 α-hemi-hidrato
O gesso é obtido através do mineral cristalino,
Dá origem aos gessos pedras, que são mais refinados e
denominado de gipsita.
resistentes, mais caros e de melhor qualidade.
É muito fácil de ser extraído da gipsita.
Exemplo de gesso tipo II:
A gipsita, na verdade, nada mais é do que o sulfato de
cálcio dihidratado, ou, dihidrato de sulfato de cálcio.

O que se faz para obter o gesso a partir da gipsita?

1. Lava-se a gipsita
2. A pedra é moída/ triturada
3. Obtém-se após a trituração um pó fino
4. Pó é calcinado (aquecido a uma temperatura
entre 110-130°C)
 Durante o processo de calcinação, 75%
da sua água de cristalização (água
associada a molécula de sulfato de
cálcio) é perdida.

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As partículas são ainda mais densas e mais prismáticas,


A forma da partícula é irregular e meio porosa. que a do gesso tipo III. Embora também seja α-hemi-
hidrato;
Exemplo de gesso tipo III:
Composição do gesso odontológico:

O principal componente é o sulfato de cálcio hemi-


hidratado, que é o gesso. (hemi-hidrato de sulfato de
cálcio)

Aceleradores e retardadores: são sais que vão ter como


objetivo regular o tempo de presa e trabalho do gesso
odontológico.

Aceleradores:

 Cloreto de sódio até 2%


 Sulfato de sódio
 Sulfato de potássio
 Sulfato de cálcio di-hidratado

Retardadores:
Observa-se a diferença entre as partículas do tipo II e
III; no tipo III tem-se partículas mais densas, regulares  Cloreto de sódio
e prismáticas.  Citrato de potássio
 Bórax
Quimicamente eles são a mesma coisa, sulfato de
cálcio hemi-hidratado; Ex: Cloreto de Sódio
A diferença está na densidade e forma dessas Retardador: acima de 2% de quantidade
partículas;
Acelerador: quando colocado em pequena quantidade
Quando essa gipsita é calcinada, ebulida, ou seja, essa
água de cristalização é perdida em ebulição, em cloreto E são todos sais, que vão acelerar ou retardar o tempo
de cálcio ou magnésio a 30%, tem-se esse tipo de α- de presa, justamente para ajusta-lo ao uso
hemi-hidrato: gesso tipo IV. odontológico.

Exemplo de gesso tipo IV: Classificação dos gessos:

Os gessos são divididos em 5 tipos

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Gesso tipo I

Era um gesso especial indicado para moldagens de


pacientes desdentados totais;

O gesso é um material rígido, ele não deforma, então


só pode moldar áreas não retentivas;

Ele era usado antigamente para moldagem de paciente


desdentado total, para confecção de próteses totais,
bases de dentadura.

Hoje em dia não existe mais no comércio, não são mais


usados, foram substituídos pelas pasta de óxido de
zinco e Eugenol, mas ele permanece na classificação,
embora não seja mais usado.

Gesso tipo II

É o gesso que trabalhamos no 3º período, na disciplina


de EO, é o gesso comum, mais barato é o gesso que é Isso é um dente decíduo remanescente, o paciente
um β-hemi-hidrato, é o mais grosseiro, poroso, menos obviamente vai perder esse dentinho e vai ser colocado
denso. um implante.

Ele é indicado na prática odontológica para Foi feito um tratamento ortodôntico para abrir espaço
procedimentos comuns: para remoção.

Modelos de estudo – replica sobre a qual se vai fazer Todo esse tratamento foi feito antes com modelo de
um planejamento de tratamento. estudo, através do uso do gesso tipo II.

Não é um modelo de trabalho, é um modelo de 2.Mufla utilizada para confecção de prótese total. No
planejamento, é usado pelos ortodontistas; centro em amarelo é o modelo final feito em gesso
pedra.
O ortodontista usa muito modelo de estudo, que hoje
em dia já esta sendo substituído pelas impressões Onde está o gesso comum? Preenchendo a mufla.
digitais, hoje em dia boa parte dos ortodontistas não
3.Dentes montados em cera, o protético fixa o modelo,
fazem mais modelo, usam a digitalização em
preenche a mufla, coloca os dentes em cera, depois
computador.
coloca uma contra mufla, preenche o resto com gesso
Os protesistas também fazem modelo de diagnóstico comum, isola tudo com vaselina, os dentes ficam
para planejamento de reabilitação oral. E isso é feito montados em cera, depois se elimina a cera e coloca
com o gesso comum tipo II (β-hemi-hidrato), mais resina acrílica no molde.
barato e simples de trabalhar.
4.duas próteses totais articuladas e o que prende os
Então, o gesso tipo II serve para: modelos em gesso pedra, é o gesso comum. (Acessório
de laboratório – barato e baixa resistência)
 modelo de estudo
 preenchimento de mufla
 acessório para o laboratório

exemplo: modelo de estudo para planejamento


protético e ortodôntico.

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Gesso tipo III Permite que se faça uma escultura em cera com menor
desgaste, além de ter alta capacidade de cópia.

O gesso tipo IV também sofre pequena expansão.

Tem-se dois modelos de gesso pedra, articulados em


um articulador semi-ajustavel, preso com gesso
comum; Gesso tipo V

Mas já é um modelo de gesso pedra (modelo de Também é um α-hemi-hidrato, igual ao gesso tipo IV, a
trabalho. única diferença é que ele sofre uma expansão de presa
maior.
O gesso tipo III é indicado para:
A única diferença é que ele vai ser usado justamente
 Confecção de prótese total quando se vai trabalhar com metais que possuem uma
 Confecção de grades de PPR grande contração de solidificação. Ele expande mais,
Gesso tipo IV justamente para compensar a contração de
solidificação da liga metálica.
É o gesso tipo pedra melhorado, também chamado de
gesso pedra de alta resistência ou gesso pedra especial, Tem elevada resistência e expansão;
ele é indicado para confecção de troqueis. O que é preciso para manipulação do gesso? Como
Troquel é um modelo individualizado; técnica que deve ser feita essa manipulação?
corta o modelo para trabalhar a proximal.  Uma balança
Esse gesso é usado sempre em pequenas quantidades,  Cubeta
só em áreas nobres.  Espátula para gesso
 Proveta
Esse gesso alaranjado, é o gesso melhorado, é o gesso
tipo pedra melhorado. Relação água/pó

O gesso melhorado é colocado apenas na área de Toda relação água pó é estabelecida a partir da
dentes. quantidade de água necessária para manipular o gesso
de maneira adequada e da como resultado uma massa
Esse gesso tem alta resistência e precisão; plástica, manipulável.
Para prótese fixa, se precisa de dimensões de A relação se estabelece numa fração:
adaptação em torno de 25µm, ou seja, bastante
precisão, o gesso tipo IV permite isso. Quantidade de água/100g do pó

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Independentemente do tipo de gesso, todos eles são


quimicamente a mesma coisa, o que os diferenciam em
seus tipos é a densidade das partículas, não sua
composição química.

Quimicamente todos eles são hemi-hidratos de sulfato


de cálcio, a diferença é que um tem partículas porosas
e outros tem partículas mais densas e isso vai
influenciar no volume de água necessário para
manipula-lo.

O que é que existe de mais importante?

Para cada 100g de gesso apenas 18,6ml de água são


necessários para transformar todo esse hemi-hidrato
em di-hidrato na reação reversa de presa.

18,6ml é a quantidade de água que ele usa para reagir


e voltar para forma de di-hidrato, qualquer tipo de
gesso. Então a quantidade de água necessária para que se
manipule 100g do gesso tipo IV e V é de 19ml
Mas, o gesso tipo II, que tem partículas porosas, vai
dependendo da marca.
requerer uma quantidade de água maior, para você
formar uma massa plástica com ele. Se colocar uma Ou seja, praticamente toda água que você incorpora
quantidade baixa vai ficar uma “farinha” e não para misturar reage.
consegue manipular. Ele requer uma quantidade de
Em síntese:
água maior, aproximadamente 45-50ml de água para
cada 100g para que se tenha uma massa plástica com Gesso tipo II:
a qual você possa trabalhar com características de
escoamento aceitáveis.  São necessários de 45-50ml de água
 Reage 18,6ml (água de cristalização)
Gesso III, é o gesso pedra e requer uma quantidade  O restante é agua de manipulação (água
menor, aproximadamente 28-32ml para cada 100g do necessária para se obter a massa plástica para
pó. que se possa trabalhar)
Para os gessos tipo IV e V, que são indicados para Gesso tipo III:
troqueis, mais resistentes, exigem grande precisão, a
quantidade de água necessária para 100g de gesso é  São necessários 28-32ml de água
ainda menor, 19-24ml de água.  Reage 18,6ml (água de cristalização)
 O restante é agua de manipulação
Em síntese
Gesso tipo IV e V:
Gesso tipo II: 45-50ml de água para cada 100g de gesso
 São necessários 10-24ml de água
Gesso tipo II:28-32ml de água para cada 100g de gesso  Reage 18,6ml (água de cristalização)
 Praticamente não sobra água de manipulação
Gesso tipo IV e V: 19-24ml de água para cada 100g de
gesso A Espatulação, como pode ser feita?

É feita em 1 minuto, esse tempo é calculado levando-


se em conta uma Espatulação firme e vigorosa, de
forma que as melhores propriedades possam ser
conferidas.

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A Espatulação pode ser mecânica com aparelho, onde


o gesso é manipulado a vácuo. (Laboratório de
prótese/pesquisa). Nessas maquinas de manipulação
de gesso, se manipula o gesso durante 20-30 segundos.
É uma manipulação muito precisa.

A Espatulação é feita da seguinte forma:

 Coloca-se a água na cubeta


 Depois se leva o gesso água
 Essa ordem facilita a hidratação do gesso
 Quando se está colocando o gesso na água, já
está se contando o tempo de manipulação
 15’’ são necessário para adicionar todo o gesso
na água
 É importante a forma de segurar a espátula
 45’’ de Espatulação restante bem vigorosa,
levando a massa de gesso para as paredes da A estrutura final é de núcleos de cristalização com
cubeta cristais em forma de agulha.
 A espatulação correta tem importância no Quando se coloca água, parte do hemi-hidrato é
resultado final. dissolvido na água formando uma solução saturada
 Depois da manipulação, vaza-se o modelo de que super satura, devido a quantidade, forma-se os
gesso. cristais que decantam.
Como ocorre a reação de presa? O gesso vai perdendo brilho na superfície e ficando
É simplesmente a reação reversa. fosco, porque todo excedente de água vai sendo
puxado para o interior da massa do gesso a medida que
Como o gesso é obtido na natureza? os cristais começam a se formar.
A gipsita é o di-hidrato de sulfato cálcio. A perda do brilho é a primeira coisa que se observa.
Quando se acrescenta água ao hemi-hidrato tem-se a Onde fica a água excedente de manipulação? No meio.
reação reversa com liberação calor, é por isso que o
gesso aquece, esquenta quando toma presa. É o O que seria o tempo de presa do gesso?
reverso da reação. É o tempo que transcorre desde o início da
Como se coloca calor na gipsita para eliminar a água, manipulação até o enrijecimento do material.
esse calor é devolvido no momento em que ele volta a Tempo de Espatulação manual:1’
forma de di-hidrato.
Tempo de trabalho: 3’ (na prática é 2’, porque 1’ é da
O que se tem é o reverso da reação de remoção de Espatulação manual)
água, que é feita por calcinação.
O tempo de trabalho é o tempo que o gesso tem
O sulfato de cálcio hemi-hidratado (gesso) ele é escoamento adequado para ser trabalhado, a partir daí
hidratado quando se mistura à água, formando o di- ele já começa a enrijecer e tem-se uma dificuldade
hidrato de sulfato de cálcio e liberação de calor. maior de escoamento.
Como isso ocorre estruturalmente? Como o gesso Depois desse tempo, não tem como, por exemplo,
toma presa de fato? copiar partes finas.

O tempo de Espatulação manual e trabalho estão


incluídos no tempo de presa;

Medição do tempo de presa

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Ninguém mede em consultório, o tempo de presa é Gráfico mostrando os tempos de presa


medido em laboratório.

Na verdade o tempo de presa representa um teste de


qualidade do gesso.

É um teste em que se calibra se o gesso está adequado


para uso odontológicos.

Ele pode ser medido de duas formas:

Resistência X tempo

O gráfico mostra como a resistência evolui em função


do tempo.

TM – tempo de manipulação – 1’

TT – tempo de trabalho – 3’

PB – perda do brilho – 10’


São testes de penetração, ou seja, você coloca essa
agulha sobre o gesso manipulado e o tempo é dado Presa inicial, vem logo depois da perda do brilho.
quando essa agulha não penetra/marca mais a
superfície do gesso. Tempo de presa inicial de Gilmore – 12’

Tempo de presa inicial: 10-12 minutos Tempo de presa de Vicat – 15’

Tempo de presa final: 20 minutos Tempo de presa final de Gilmore – 20’

O gesso só vai poder ser separado a partir de 30 Depois disso a resistência aumenta fortemente, até se
minutos. alcançar 80% da resistência máxima do gesso a 30’
após a manipualação.
O tempo de presa de VIcat é intermediário.
Não se deve remover, separar o modelo do molde com
A agulha é colocada passivamente: se coloca a agulha 30’ apenas, por segurança deve deixar algo em torno
e deixa-se que ela exerça seu peso. de 1 hora, pra ter mais segurança, de que o gesso esteja
com sua maior resistência.
O que dá a presa, o que faz com que o gesso se torne
sólido é exatamente a sua estrutura, o crescimento dos Expansão de presa
núcleos de cristalização e seu entrelaçamento fazendo
com que o gesso se torne uma massa rígida e É outra propriedade bastante importante;
compacta. O gesso expande porque tem-se uma massa que vai se
tornar sólida através do entrelaçamento de cristais. Os
cristais se chocam provocando expansão na massa do
gesso.

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Essa expansão, que chama-se de expansão normal do Depois do gesso pronto, já manipulado, se adiciona
gesso, ela é inerente a técnica, ou seja, o material de mais água para tentar fazer com que ele se torne mais
moldagem geralmente sofre uma pequena contração, fluido ou deixando que ele tome presa numa bancada
que compensa a expansão do gesso. molhada.

Todo processo de fabricação de uma prótese, uma É a expansão causada por uma água adicional (não é a
prótese fixa, por exemplo, de estrutura metálica, ou água de manipulação)
mesmo uma cerâmica, é baseada em compensações
Essa expansão leva a um crescimento dos núcleos de
entre pequenas contrações e pequenas extensões.
cristalização, aumentando o espaço entre eles e o
A pequena contração do material de moldagem é tamanho deles também.
compensada pela expansão do gesso, pelo menos
Consequentemente tem-se uma expansão bem maior.
parcialmente.
Qual o resultado disso na prática?
O revestimento expande para compensar a contração
de solidificação da liga. Modelo distorcido e de baixa resistência. Não reproduz
fielmente as estruturas.
Tudo isso é calculado e no final tem-se um resultado
preciso. O que se espera de expansão para cada tipo de gesso:
Expansão normal e expansão higroscópica

Tipo II: expansão alta

Expansão de presa normal  Empregado em planejameto

Tem-se no primeiro esquema a partícula de gesso Tipo III: expansão menor


envolta em água, o início da formação e crescimento  Prótese
dos núcleos de cristalização até a formação da  Base de dentadura para prótese total
estrutura final.  Grade de PPR
Observa-se que a área final é maior e mais rígida, Tipo IV: expansão muito baixa
representando a expansão da massa.
 Prótese fixa
Expansão higroscópica  Mais preciso (em termo de dimensão)
A expansão ocorre quando se acrescenta água após a Tipo V: expansão muito alta
manipulação.
 Alta expansão

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 Alta resistência Ou seja, como se vai trabalhar sobre o modelo, é


 Alta precisão preciso que ele resista a escultura, a abrasão, ao
desgaste.
Resistencia do gesso
Porque se você desgasta a margem de um modelo, um
O gesso apresenta alta resistência a compressão e
troquel, você perde a fidelidade.
baixa resistência a tração e cisalhamento.
A restauração torna-se inadaptada.
Isso significa que ele friável.
Fatores que influenciam nas propriedades?
A resistência do gesso é verificada em 2 momentos:
Quais seriam as propriedades que devemos considerar
 Resistência úmida - verificada uma hora após a
para um gesso?
manipulação onde o gesso já atingiu a sua
resistência máxima referencial como  Tempo de trabalho e presa (quanto maior o
resistência úmida. tempo de trabalho, a princípio melhor)
 Resistência seca – é 2X maior que a RU  Resistência (quanto maior melhor)
 Expansão (relação com a fidelidade de cópia)

Obs:

Hoje em dia com os materiais mais modernos para


prótese fixa, o CD não precisa mais vazar em
consultório.

Porque um silicone por adição ou um poliéter, por


exemplo, mantém a fidelidade de cópia por um
período de até 7 dias.

O CD tira o molde, desinfecta e manda para o


laboratório.

Fatores que influenciam nas propriedades:

A resistência do gesso aumenta em função dos tipos.  Relação água/pó

Os gessos mais refinados são mais resistentes. Em relação ao tempo de presa e trabalho:

A resistência a dureza e a abrasão, estão relacionados Se você aumenta a relação água pó (diminui o pó),
com a resistência a compressão, de modo que se tem a aumenta o tempo de presa.
mesma sequencia.
A presa é dada pelo entrelaçamento dos cristais, com o
Qual a importância da resistência a dureza e a abrasão? aumento da relação, tem-se uma massa mais fluida, os
núcleos de cristalização estarão mais afastados.
Seria justamente a capacidade que o modelo tem de
resistir a escultura. Em relação a resistência:

Por exemplo: Se você aumenta a relação água/pó a resistência


diminui. Porque a resistência se dá por menor
Obtenção de restauração metálica fundida quantidade de porosidade interna e maior
 Primeiro se obtém o troquel entrelaçamento entre os cristais. Se a quantidade de
 O troquel é confeccionado com gesso tipo IV água aumenta, tem-se um maior afastamento com
ou V maior porosidade interna depois que a água evapora,
 A restauração é esculpida é cera odontológica ou seja, perde-se resistência.
 Em seguida se remove a cera Em relação a expansão:
 Se inclui a liga liquefeita

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Se você aumenta a relação água/pó a expansão de Os aceleradores e retardadores agem na formação e


presa vai ser menor, porque a expansão é dada pelo disseminação de núcleos de cristalização.
choque entre os cristais, e isso vai ocorrer menos,
Todos esses sais que são usados como aceleradores,
porque você terá menos cristais, menos núcleos de
são sais que disseminam núcleos de cristalização a
cristalização por unidade de volume, por consequência
partir de si.
eles se expandem menos, se chocam menos.
E os retardadores são sais que vão formar uma película
 Espatulação
em torno da película retardando a formação dos
Se tem-se um tempo de Espatulação mais prolongado, cristais deixando a presa mais lenta.
dentro do limite prático de 1’, e manipulado
vigorosamente e um tempo de Espatulação menos
prolongado e uma manipulação frágil, qual a
diferença?

Em relação ao tempo de trabalho e presa:

O tempo de trabalho e presa vai ser menor, quando a


manipulação é mais vigorosa, porque você vai
quebrando os núcleos de cristalização, à medida que
vão sendo formados. Assim tem-se uma maior
quantidade de núcleos disseminado na massa e isso
diminui o tempo de trabalho.
Relação água/pó de 0,45:
Em relação a resistência:
Quantidade X de núcleos de cristalização/unidade de
Se você vai ter uma maior quantidade de núcleos volume e um entrelaçamento final com cristais
disseminados na massa, com uma manipulação mais menores e bem entrelaçados.
vigorosa, então você aumenta a resistência.
Relação água/pó de 0,6 (aumentou):
Em relação a expansão:
A princípio tem-se menos núcleos de cristalização por
Quanto mais núcleos de cristalização na massa maior unidade de volume, a presa vai se dar mais tempo
expansão. depois, porque os cristais precisam crescer mais para
 Temperatura se entrelaçar, ou seja também serão cristais maiores.

Tem pouquíssima importância, obviamente ninguém Controle de infecção


vai resfriar ou aquecer a água para manipular gesso. A desinfecção deve ser feita no molde:
Da temperatura de água liquida até 50°C não se tem Moldou o paciente, remove-se da boca o molde, lava-
influência. se para remover muco, sangue e etc e vai desinfetar,
A partir de 50°C a presa do gesso passa a ser retardada, antes de vazar gesso.
devido a calcinação. Soluções desinfetantes usadas para desinfetar
Quanto mais se aproxima dos 100° mais lentamente é modelos de gesso que não tenham sido desinfetados
a presa; previamente no molde, são:

Aos 100°C ela simplesmente não ocorre, o gesso não  Gliteraldeido


reage a 100°C com água em ebulição, porque é  Solução de hipoclorito de sódio (água
justamente a temperatura de calcinação, temperatura sanitária), em concentrações mais baixas.
de retirada da água da estrutura. A desinfecção pode ser feita por imersão, aspersão
 Aditivos químicos (retardadores e (borrifar);
aceleradores)

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Armazenagem

Os produtos de gesso devem ser armazenado em


ambientes seco, em recipientes fechados a prova de
umidade.

Se o gesso não for adequadamente armazenado, ele


vai hidratar formando núcleos de cristalização no seu
interior.

Com o tempo a reação de preso vai sendo acelerada,


porque ele irá conter núcleos de cristalização, que
funcionam como aceleradores.

O tempo vai passando e o gesso vai ficando fora das


especificações até não reagir mais. Ele vai estar tão
hidratado que simplesmente não funcionará mais.

Ideal:

 Comprar em quantidade relativamente


pequena;
 Ambiente seco
 Embalagens fechadas

Os gessos de melhor qualidade (IV, V) são oferecidos


em lata, que é melhor.

Os modelos são guardados entre 22-24°C com umidade


relativa de 50%, um ambiente úmido mofaria o molde.

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