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Impresso no Brasil
Autores
Yociteru Hasui
Eduardo Salamuni
Norberto Morales
Bibliografia.
ISBN 978-85-7270-077-1
19-31118 CDD-551
Índices para catálogo sistemático:
EST RUTUR AL A PL IC A DA
2ª Edição, revisada
Conselho Deliberativo da ABGE: Claudio Luiz Ridente Gomes, Delfino Luiz Gouveia Gambetti,
Fabio Augusto Gomes Vieira Reis, Fernando Facciolla Kertzman, Francisco Nogueira de Jorge,
Iramir Barba Pacheco, Ivan Jose Delatim, Jacinto Costanzo Junior, Joao Paulo Monticelli,
Julio Yasbek Reia, Marcela Penha Pereira Guimaraes, Marcelo Denser Monteiro,
Maria Heloisa B. Oliveira Frasca, Otávio Coaracy Brasil Gandolfo, Paula Sayuri Tanabe Nishijima,
Raquel Alfieri Galera, Renata Augusta Rocha N. de Oliveira, Renivaldo T. Campos,
Ricardo Antonio Abrahão, Ricardo Vedovello e Silvia Maria Kitahara.
Conselho Consultivo: Adalberto Aurélio Azevedo (Presidente), Carlos Manoel Nieble, Fernando
Facciola Kertzan, Fernando Paes de Barros, Jaime de Oliveira Campos, Giácomo Ré,
Guido Guidicini, Kenzo Hori, João Jerônimo Monticeli, Luiz Ferreira Vaz, Luiz Francisco Sara-
giotto, Maria Heloísa Barros de Oliveira Frascá, Tarcísio Barreto Celestino, Murillo Dondici Ruiz,
Nivaldo José Chiossi e Wilson Shoji Yiomasa.
NÚCLEO SUL
Conselho Deliberativo: Andrea Valli Nummer, Cezar Augusto Burkert Bastos, Débora Lamberty,
Erik Wunder, Hermam Vargas Silva, Malva A. Mancuso e Murilo da Silva Espíndola.
NÚCLEO NORTE
Conselho Deliberativo: Claudio Fabian Szlafsztein, Dianne Danielle Farias Fonseca,
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que facilitam e enriquecem o nosso dia adia são conquistas da engenharia.
www.confea.org.br
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...................................................................................................... 13
1 Conceitos básicos.............................................................................................. 17
1.1 Estrutura..................................................................................................... 17
1.2 Força e esforço............................................................................................ 18
1.3 Deformação................................................................................................ 20
1.4 Deformação progressiva e finita.............................................................. 23
1.5 Deformação rúptil e dúctil....................................................................... 24
1.6 Deformação homogênea e heterogênea.................................................. 27
1.7 Deformação coaxial e não-coaxial.......................................................... 27
2 Tipos principais de estruturas......................................................................... 33
2.1 Foliação e lineação..................................................................................... 33
2.2 Dobras......................................................................................................... 40
2.3 Redobramento............................................................................................ 45
2.4 Juntas........................................................................................................... 48
2.5 Falhas........................................................................................................... 50
2.6 Bandas e zonas de cisalhamento dúctil................................................... 55
3 Análise e síntese estrutural............................................................................... 64
3.1 Diagramas de dados estruturais.............................................................. 64
3.2 Orientações preferenciais......................................................................... 66
3.3 Determinação de eixos de deformação e de tensão............................... 69
REGIMES TECTÔNICOS....................................................................................... 72
1 Definição............................................................................................................ 72
2 Regime e sistema distensivos........................................................................... 73
3 Regime e sistema compressivos....................................................................... 77
4 Regime e sistema transcorrentes..................................................................... 82
TECTÔNICA DE PLACAS..................................................................................... 88
Yociteru Hasui
Eduardo Salamuni
1 Introdução.......................................................................................................... 88
2 O interior da Terra............................................................................................ 88
3 Tectônica de Placas........................................................................................... 96
4 As placas e seus movimentos........................................................................... 98
5 As bordas das placas....................................................................................... 100
5.1 Bordas divergentes................................................................................... 102
5.1.1 Margens continentais passivas.................................................... 104
5.2 Bordas convergentes................................................................................ 106
5.2.1 Zona de subducção....................................................................... 108
5.2.2 Fossa submarina........................................................................... 109
5.2.3 Prisma de acreção......................................................................... 109
5.2.4 Bacia antearco............................................................................... 110
5.2.5 Arco magmático........................................................................... 110
5.2.6 Orógeno......................................................................................... 111
5.2.7 Bacia retroarco..............................................................................120
5.2.8 Bacia de antepaís........................................................................... 121
5.3 Bordas transformantes............................................................................ 123
5.4 A intraplaca.............................................................................................. 126
5.4.1 Sismicidade intraplaca..................................................................126
5.4.2 Tensões intraplaca........................................................................ 128
5.4.3 Epeirogênese.................................................................................. 129
5.4.4 Plumas mantélicas........................................................................ 132
5.4.5 Grandes províncias ígneas (LIPs)...............................................136
5.4.6 Superintumescências e superplumas......................................... 138
6 O motor das placas.......................................................................................... 139
7 A Tectônica de Placas através do tempo....................................................... 142
7.1 Abertura de oceanos................................................................................ 143
7.2 Fechamento de oceanos.......................................................................... 145
7.3 Transição para um novo supercontinente............................................ 146
8 Os supercontinentes........................................................................................ 147
8.1 Hadeano.................................................................................................... 148
8.2 Arqueano e o Supercontinente Kenorlândia........................................ 149
8.3 Paleoproterozoico (>1,8 Ga) e o Supercontinente Colúmbia............ 152
8.4 Paleoproterozoico-Mesoproterozoico e o Supercontinente Rodínia... 153
8.5 Neoproterozoico-Cambriano, o Supercontinente Pannotia e o
Megacontinente Gondwana................................................................... 156
8.6 Triássico-Hoje e o Supercontinente Pangea......................................... 158
8.7 As Placas no futuro.................................................................................. 160
1 Apresentação.................................................................................................... 162
2 Compartimentação da Plataforma Sul-Americana.................................... 163
3 Etapas evolutivas da Plataforma Sul-Americana......................................... 166
4 A quarta etapa: Neogeno-Quaternário......................................................... 168
4.1 Depósitos sedimentares.......................................................................... 172
4.1.1 Unidades do Oligoceno Superior-Mioceno Inferior............... 173
4.1.2 Unidades do Neógeno.................................................................. 174
4.1.3 Unidade do Neógeno-Pleistoceno.............................................. 181
4.1.4 Unidades do Plioceno-Pleistoceno............................................ 182
4.1.5 Unidades do Pleistoceno............................................................. 185
4.1.6 Unidades do Pleistoceno-Holoceno........................................... 186
4.1.7 Unidades do Holoceno................................................................ 190
4.2 A Neotectônica no Brasil........................................................................ 191
4.2.1 Ordens das tensões intraplaca.................................................... 191
4.2.2 Idade da Neotectônica no Brasil................................................. 193
4.2.3 Métodos de determinação de regimes de tensão..................... 193
4.2.3.1 Análise de falhas............................................................ 193
4.2.3.2 Análise geomorfológica................................................ 195
4.2.3.3 Análise de mecanismo focal de sismos....................... 196
4.2.3.4 Análise de breakout de poços profundos.................... 196
4.2.3.5 Análise de tensões por fraturamento hidráulico....... 197
4.2.3.6 Análise por sobrefuração.............................................. 197
4.2.3.7 Análise de dados geodésicos......................................... 197
4.2.4 Determinações de tensões no Brasil.......................................... 198
4.2.4.1 Determinação por análise geomorfológica................. 198
4.2.4.1.1 Região da Amazônia brasileira.................. 198
4.2.4.1.2 Estado de São Paulo e adjacências............. 214
4.2.4.2 Determinação por análise de falhas............................ 217
4.2.4.3 Tensões atuais determinadas por análise de falhas...... 242
4.2.4.4 Tensões determinadas por análise de mecanismo
focal de sismos............................................................... 248
4.2.4.5 Tensões determinadas por análise de breakout de
poços profundos............................................................ 254
4.2.4.6 Tensões determinadas por fraturamento hidráulico...... 257
4.2.4.7 Tensões determinadas pelo método de sobrefuração.... 258
4.2.4.8 Tensões determinadas por dados geodésicos............. 259
4.2.4.9 Outros dados.................................................................. 260
4.2.4.10 Comparação dos dados............................................... 261
4.2.5 O quadro regional da Neotectônica no Brasil...........................264
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 446
APRESENTAÇÃO
13
tectônicas. Assim, o entendimento das estruturas deve passar de uma apresenta-
ção delas (Tipologia Estrutural) para os tipos de movimentos (Regimes Tectôni-
cos) e para a dinâmica das placas (Teoria das Placas), isto é, de feições de detalhe
para as regionais. Deve ainda embutir um resumo da evolução geológica mais
recente do Brasil, enfatizando a Neotectônica.
A presente abordagem e as citações bibliográficas tiveram de ser muito res-
tringidas em função dessa amplitude, bem como do objetivo da obra e da limita-
ção de espaço. O detalhamento de cada item é tratado em vasta literatura especia-
lizada e em muitos livros-texto, que poderão ser consultados pelos interessados.
A apresentação desses temas constitui a PRIMEIRA PARTE do livro.
A SEGUNDA PARTE apresenta alguns estudos de casos relacionados a
barragens e reservatórios, túneis, minas e pesquisa mineral. Sendo a Geologia
Estrutural uma disciplina básica das Geociências, tem aplicação na maioria das
atividades geológicas. Os casos abordados representam apenas alguns exemplos
de situações práticas. Em parte, eles foram mostrados na edição de 1992 e são
reapresentados por constituírem bons exemplos de aplicação. Os demais casos
são posteriores.
Os autores, além do apoio de diversas instituições, empresas e colegas para
a realização desta obra, destacam o estímulo e apoio da Diretoria da ABGE, dei-
xando aqui consignados os agradecimentos.
Os Organizadores
1 Conceitos básicos
Aqui são apresentados alguns conceitos fundamentais para o entendimen-
to das estruturas e suas inter-relações. Apenas algumas referências bibliográficas
são feitas neste item por se tratar de tema abordado em muitos artigos disper-
sos em diversas revistas geocientíficas e, sinteticamente, em vários livros-texto
como os de Turner & Weiss (1963), Ramsay (1967), Hobbs et al. (1976), Ramsay
& Huber (1983, 1987), Price & Cosgrove (1990), Park (1997), Van der Pluijm
& Marshak (2004), Pollard & Fletcher (2005),Twiss & Moores (2007), Marshak &
Mitra (2006), Fossen (2012) e Hasui (2012a).
1.1 estrutura
1
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
2
Universidade Federal do Paraná.
3
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro.
17
As estruturas tectônicas são aquelas originadas por deformações promovi-
das por forças induzidas pela dinâmica do interior terrestre. São elas abordadas a
seguir em termo de forças, esforços, deformações e os tipos gerados.
As estruturas atectônicas, relacionadas com os processos de formação
de rochas e atuação da força de gravidade na superfície (sedimentação,
esfriamento de magmas, movimentos de massas em encostas etc.) não são
aqui contempladas.
Sob o ponto de vista mecânico, força (force) é a ação física que causa defor-
mação ou altera o estado de repouso ou movimento de um objeto. Existem vários
tipos de forças, classificadas genericamente como de contato e de corpo. As forças
de contato mais referidas na Geologia são (Fig. 1):
Figura 1. Tipos de forças mais citadas na Geologia. Setas vermelhas: forças aplicadas; setas
azuis: pontos fixos.
A expressão força tectônica refere-se apenas àquela que atua no globo ter-
restre, gerada por movimentos das placas litosféricas e do manto, e pela ação da
gravidade na subsuperfície.
σ = /A (Eq. 1)
1.3 deformação
s1
(a) Z
(b)
s3
s2 Y
s1 // Z > s 2 // Y > s 3 // X
Figura 2. Elipsoides de tensão (a) e de deformação (b). Esses elipsoides são triaxiais no caso geral.
A relação dos dois é de paralelismo de X com s3, Y com s2 e Z com s1.
Tensão s1
Falha C
s1 A
B
a
q Anisotropia s1
a s3
30 s3
20 A´ C´
10
q s1
30 60 90
Foto 3. Gnaisse migmatítico, com grãos defor- Foto 4. Gnaisses migmatíticos milonitizados
mados de feldspato (branco) e finas bandas mais e alterados, com níveis de anfibolito estirados e
e menos finas essencialmente de quarto e biotita budinados. Complexo Varginha-Guaxupé, Ca-
– na parte superior uma camada clara quartzo- conde (SP). Foto: Y. Hasui.
-feldspática mostra estricção e na parte central
uma camada mais escura de anfibolito sofreu
budinagem. Lineamento de Além-Paraíba, Três
Rios (RJ). Foto: E. Salamuni.
Elástico Litosfera
Profundidade
Astenosfera
A B Série
cataclástica
km incoesa °C
0
1 Transição
4 <250°C
Produtos do cisalhamento
5 Série 150
cataclástica
coesa
Cisalhamento
10 300
Transição
250-350°C
15 450
20 600
Série
milonítica
25 750
30 900
Foto 7. Gnaisse bandado com foliação milonítica afetado por uma discreta banda de cisalhamento
dúctil normal com arrasto das porções laterais. Complexo Atuba, Colombo (PR). Foto: Y. Hasui.
Figura 8. Deformação coaxial, não rotacional ou cisalhamento puro (A) e não-coaxial, rotacional
ou cisalhamento simples (B). Na primeira, retas paralelas permanecem paralelas; na segunda há
rotação dos elementos. X e Z são os eixos de estiramento e encurtamento do elipsoide de deforma-
ção, respectivamente, e são perpendiculares a Y.
B C
A
s1 (Z)
s3 (X)
Figura 9. Esquema da deformação coaxial rúptil. A: esfera submetida aos esforços s1 (Z) e s3 (X).
B: descontinuidades que podem ser geradas – um par conjugado de fraturas de cisalhamento, ten-
do ângulo q com s1 (em média de 30°) e contendo s2 (perpendicular ao desenho), e o plano T per-
pendicular a s3, que corresponde à fratura de partição. C: orientações de outras possíveis estruturas
que podem aparecer associadas; elas estão indicadas em relação aos eixos de tensão/deformação.
Figura 10. Formatos de elipsoides, que podem passar de prolatos muito estirados a oblatos muito
achatados.
Deformação
3
crescente
s 1 (Z)
2
1
1 2 3
A C
B
Figura 11. Deformação coaxial dúctil. A: esfera submetida às tensões s1 e s3 (deformações Z e X),
sendo s2 perpendicular à figura. As feições estruturais 1, 2 e 3 situam-se nos campos verde, azul
e amarelo, respectivamente B: elipsoide resultante da deformação, com indicação desses campos.
C: geometria de 1, 2 e 3 com a progressão da deformação, sofrendo encurtamento (dobramento),
encurtamento seguida de estiramento (dobramento seguido de budinagem), e estiramento (budi-
nagem), respectivamente.
d d
A s3 B g C
R´ s3
b T
P d
a Y=D fn
s1 R
b fir s1
X
a=0° d=dobras
b=45-(f/2)° fn=falhas normais
g=45° fri=falhas inversas/
d=45+(f/2)° reversas
Figura 12. Modelo de Riedel. A: faixa afetada por cisalhamento não-coaxial, que induz as tensões s1s3.
O círculo representa uma porção da faixa. B: elipse de deformação com a orientação das falhas que se
desenvolvem. Estão indicados os ângulos das descontinuidades com a borda da faixa, considerando
θ de 30° (ângulo de atrito interno). No caso, R´ tem movimentação sinistral, oposta à movimentação
da faixa, enquanto as demais zonas de cisalhamento têm movimentação destral análoga à geral. Notar a
fratura de partição T. C: estruturas que podem se associar na faixa deformada.
Esse modelo foi elaborado por Cloos em 1928 e Riedel em 1929 com base
em simulação de cisalhamento simples em laboratório utilizando argila. Ele foi
testado depois com novos experimentos e em observações na superfície do ter-
reno em escalas regional, local e de amostras de solos e rochas sedimentares,
incluindo casos de falhas geradas por terremotos.
s 3 (X)
s 1 (Z)
Deformação
crescente
2
1
1 2 3
A B C
Figura 13. Deformação não-coaxial dúctil. A: esfera, com três feições estruturais 1, 2 e 3 submeti-
das a cisalhamento destral. As cores azul, verde e amarelo indicam os campos em que feições neles
situadas deformam-se diferentemente com a progressão da deformação. B: elipsoide resultante da
deformação, indicando os eixos de tensão e de deformação s1 (Z) e s3 (X). C: as feições 1, 2 e 3 que
sofrem encurtamento (budinagem, em amarelo), encurtamento seguida de estiramento (dobra-
mento seguido de budinagem, em verde), e estiramento (dobramento, em azul).
1 2 3 4
Figura 14. Esquema de dobra (1) espessando os ápices e adelgaçando os flancos (2) até o rom-
pimento destes (3), isolando ápices cada vez mais apertados (4). As dobras isoladas são as dobras
intrafoliais. A passagem de 1 para 4 representa o processo chamado transposição, envolvendo ro-
tação gradativa para nova orientação.
Por foliação entende-se feição planar que controla a ruptura da rocha em fa-
tias mais ou menos finas. Ela inclui diversos tipos de feições planares do interior
de rochas ou dos maciços rochosos, podendo ser primárias, formadas durante
a sedimentação ou magmatismo (p. ex., planos de fissilidade de folhelhos, dis-
posição planar de minerais por fluxo magmático) ou secundárias (geradas por
processos tectônicos e atectônicos). Dentre as tectônicas destacam-se as apresen-
tadas a seguir.
• Clivagem ardosiana, xistosidade (xistosidade plano-axial, xistosidade em
leque) e gnaissosidade, decorrentes de orientação planar de minerais pla-
coides, alongados e agregados minerais achatados (Fig. 15). A clivagem
ardosiana é a foliação de ardósias (Foto 11), a xistosidade de xistos e fili-
tos (Foto 12), e a gnaissosidade de gnaisses (Fotos 13 e 14).
Penetratividade de uma estrutura é a sua distribuição na rocha de modo
uniforme em uma determinada escala. As foliações citadas costumam ser
penetrativas.
a
b
1 2 3 4
Figura 15. Xistosidade. Foliação definida por orientação planar de minerais placoides (1), mi-
nerais lineares (2) e agregados minerais achatados (3). 4: refração da xistosidade em camadas
de diferentes naturezas – xistosidade plano-axial (a), xistosidade em leque convergente para o
núcleo da dobra (b), xistosidade em leque divergente do núcleo da dobra (c). Em (d) camada
de composição variando de menos para mais competente do topo para a base, com xistosidade
plano-axial passando para convergente para o núcleo da dobra; as elipses representam deforma-
ção com eixos X e Y no plano da foliação.
Foto 13. Gnaissosidade definida pela orienta- Foto 14. Gnaissosidade definida pela orienta-
ção de minerais máficos e agregados de felds- ção de minerais máficos e agregados de feldspa-
pato róseo e quartzo. Gnaisse do Complexo to róseo e quartzo. Hornblenda gnaisse miloní-
Amparo, Barragem de Caconde, Caconde (SP). tico, Complexo Varginha-Guaxupé, leito do Rio
Foto: Y. Hasui. Pardo, Caconde (SP). Foto: N. Morales.
Figura 16. A rocha (1) tem a xistosidade microdobrada (2) – esse processo é a crenulação. Na con-
tinuidade, as ondulações se tornam mais apertadas e aparecem planos de cisalhamento separando
fatias de rocha dobrada (3), seguindo-se adensamento desses planos e diminuição das dobras (4).
As fatias são os microlitons, e a estrutura é a clivagem de crenulação. Notar a rotação.
Foto 15. Micaxisto fino crenulado. Formação Foto 16. Micaxisto crenulado, mostrando os
Capiru. Almirante Tamandaré (PR). Foto: E. Sa- planos de cisalhamento que separam microli-
lamuni. tons. Formação Betari, Iporanga (SP). Foto: E.
Salamuni.
Foto 18. Bandamento composicional de gnais- Foto 19. Gnaisse com bandamento regular
ses migmatíticos do Complexo Atuba, Serra de produzido por milonitização e transposição ao
Itatins, Pedro de Toledo (SP). Foto: Y. Hasui. longo da Zona de Cisalhamento Transcorrente
do Rio Jaguari, Guarulhos (SP). Foto: Y. Hasui.
É importante destacar que o acamadamento é fruto da tectônica, sendo por
vezes confundida com acamamento-relíquia e não deve ser levado em con-
ta na reconstituição de arranjos e empilhamentos estratigráficos originais.
• A lineação é o alinhamento de objetos alongados, traços de feições plana-
res e suas interseções, e outros elementos lineares de feições estruturais.
Como as foliações, também podem ser primárias ou secundárias.
Das secundárias, destacam-se a desenvolvida por objetos, incluindo a
lineação mineral, definida pela disposição paralela de minerais (quartzo,
feldspatos e outros) e agregados minerais (seixos e outros), budins etc., de
formato alongado, e a lineação de estiramento (stretching lineation), de-
corrente de cisalhamento que produz alongamento desses tipos de objetos
(Fig. 19, Fotos 24 a 26). Outros tipos de lineação são dados por interseção
de estruturas planares, eixos de dobras e outros elementos geométricos.
Figura 19. Lineação dada por agregados minerais, budins ou outros objetos alongados (à esquer-
da) e minerais (à direita).
Foto 23. Gnaisses exibindo foliação milonítica com Foto 25. Quartzito com lineação de esti-
proeminente lineação de estiramento suavemente ramento. Grupo Martinópole, Martinópole
inclinada para o interior da pedreira. Pedreira, Li- (CE). Foto: Y. Hasui.
neamento Além Paraíba, Entre Rios, RJ. (CE). Foto:
Y. Hasui.
A lineação de estiramento forma-se com estiramento gradativo e co-
minuição em subgrãos e tende a se paralelizar com as bordas da faixa
cisalhada. Situa-se no plano da foliação milonítica de zonas de cisa-
lhamento dúctil e indica a direção de X (s3) da deformação finita. Em
falhas (zonas de cisalhamento rúptil) as estrias de atrito são também
lineações desse tipo.
Rochas com feições planares dominantes são os tectonitos S e as com pre-
domínio de lineação são os tectonitos L, existindo termos intermediários,
os tectonitos SL ou LS.
ch
B abertura
1 2 3 linha de
a crista
li t t´
calha
amplitude
A´ A A´ A
sa linha de
comprimento fundo
sa de onda
pe
Figura 20. Elementos da dobra de uma camada. Em 1, círculos tangentes à camada com diâme-
tros máximos e mínimos tangenciam a dobra em A e B. Esses pontos marcam as linhas li e ch,
designadas linha de inflexão e charneira, respectivamente. A charneira é o eixo de dobra. As char-
neiras traçadas nos perfis das camadas sucessivas definem uma superfície sa, a superfície axial; se
ela é plana, fala-se em plano axial. Os trechos entre a charneira e as linhas de inflexão são os flancos
da dobra. A seta indica o sentido da porção ou camada mais nova: é a polaridade estratigráfica
(pe). Em 2, comprimento de onda e amplitude das dobras. As tangentes t e t´ passando por A e A´,
formam o ângulo a, que é o ângulo interflancos ou de abertura da dobra. Em 3, as linhas de crista
e de fundo são as linhas mais altas e mais baixas das dobras.
Dobra
em M
Dobra
Dobra em S
em Z
Figura 21. Anticlinório. As dobras dos flancos têm perfis em S e Z e permitem deduzir os lados
onde se encontram os eixos das dobras maiores – no caso, as setas indicam o ápice do anticlinório.
As dobras apicais têm formato de M. Em azul, envoltória traçada flanqueando as dobras menores,
e em verde, envoltória média passando pelas linhas de inflexão dos flancos.
0 10 30 70 120 180
Dobra Dobra Dobra Dobra Dobra Dobra Dobra
suave aberta fechada cerrada isoclinal simétrica assimétrica
Foto 32. Dobra fechada desenhada pelo ban- Foto 33. Dobra cerrada e recumbente em
damento. Gnaisse estromático do Complexo quartzito bandado. Grupo Canastra, Rodovia
Caraíba, Mina de Caraíba (BA). Foto: Y. Hasui. MG 050, km 321, próximo ao acesso para a Bar-
ragem de Furnas. Foto: N. Morales.
Foto 34. Dobras isoclinais em gnaisses banda- Foto 35. Conjunto de dobras abertas a isocli-
dos da unidade pré-cambriana dos Terrenos Ja- nais desenhadas por leitos de metaturbiditos,
guaribeanos, Zona de Cisalhamento de Itaiçaba, Grupo Mulden Inferior. Vale do Rio Ubab, re-
leito seco do Rio Jaguaribe, na cidade de Itaiça- gião de Cunene (Namíbia). Foto: Marcel Leo-
ba, Ceará. Foto: N. Morales. nard Hessen.
C
Dobra
B supratênue
1,5
A
Classe 1a
Dobra
A 1a isópaca
C
1,0 1b
t0 X
is Classe 1b
a Y
D B Z Dobra anisópaca
1c (isógonas convergentes)
t1 0,5
Dobra anisópaca
(isógonas divergentes)
Plano Classe 1c
axial 3
2
0 Dobra
30 60 90
similar
Classe 3
Classe 2
Figura 23. Classificação de dobras pelo critério das isógonas. A: dobra de camada com espes-
sura apical to (linha AB, ligando as charneiras da dobra em uma camada). As tangentes paralelas,
traçadas em pontos como C e D, são inclinadas de um ângulo a em relação à horizontal e cuja
distância é t1. A linha CD é uma isógona. B: gráfico mostrando as relações de t1/t0 e a, demarcan-
do os campos das dobras das classes 1a, 1b, 1c, 2 e 3. Numa dobra, determinando várias isógonas,
pode-se lançar os valores de t1/t0 e a, obtendo-se pontos como X, Y, Z..., que definem uma curva
contida num dos campos separados pelas linhas vermelhas (no caso, a curva situa-se no campo
de 1c). C: padrão das isógonas das classes de dobras. Notar o aumento das espessuras apicais e
diminuição da espessura dos flancos sucessivamente de 1a para 3, indicativas de condições de
plasticidade crescente.
As classes são:
• Classe 1a: dobra de ápice adelgaçado e isógonas divergentes do ápice para
os flancos. É chamada dobra supratênue e ocorre em baixas profundida-
des, destacadamente em rochas sedimentares.
• Classe 1b: dobra desenhada por camada de espessura constante e isógo-
nas convergentes para o núcleo. É a dobra isópaca (Foto 30). Ela pode se
formar por flexão, daí ser também chamada dobra flexural. Também se
forma por compressão lateral (flambagem).
• Classe 1c: dobra anisópaca de ápice espessado e isógonas convergentes
para o núcleo (Foto 32).
2.3 redobramento
+
2
2
+ 90°
3
+
Cogumelos 1 2
Figura 24. Modelos de redobramento em duas fases superpostas (D1 e D2) de intensidades se-
melhantes. 1 é a dobra original que é redobrada pela dobra 2; 3 é o produto do redobramento. Os
padrões resultantes são designados domos e bacias ou caixa de ovos, cogumelos e em laços ou bu-
merangue. O reapertamento (caso B) não cria figura geométrica diferente. Na porção central estão
indicados os padrões em cortes de afloramentos horizontais (A e C) e verticais perpendiculares
aos eixos das dobras (B e D) – eles representam os casos extremos de ângulos entre eixos de D1 e
D2 (de 0° e 90°, da esquerda para a direita) e de ângulos entre a direção dos planos axiais de D1 e
os eixos de D2 (de 0° e 90°, de cima para baixo); as setas em vermelho indicam que há transições
entre esses extremos.
Foto 38. Dobra redobrada em padrão cogume- Foto 39. Dobra redobrada em padrão caixa-
los. Quartzitos e micaxistos do Grupo Andre- -de-ovos. Migmatito estromático, Complexo
lândia, Arantina (MG). Foto: Y. Hasui. Atuba, Quitandinha (PR). Foto: E. Salamuni.
2.4 juntas
Foto 40. Uma família de juntas verticais/sub- Foto 41. Três famílias de juntas entrecruzadas,
verticais com espaçamento decimétrico em mig- de espaçamentos decimétricos, separando pa-
matitos. Granitoide Ibiúna afetado pela Zona ralelepípedos de quartzito do Grupo Canastra,
Transcorrente de Caucaia na escavação que Serra da Arnica, Ipameri (GO). Foto: Y. Hasui.
foi aberta para construção da estação Pinhei-
ros do Metropolitano de São Paulo, S. Paulo.
Foto: Y. Hasui.
Elipse de
deformação
Figura 25. Falha normal com desenvolvimento de juntas penadas nos dois blocos. A elipse de
deformação mostra as orientações da falha e de XZ – as junta penadas são paralelas a Z.
Foto 42. Zona de falha normal, com faixa de rochas cataclásticas associada, representando brecha
de falha, e juntas penadas na capa. Rodovia MG-050, km 322, próximo à Barragem de Furnas.
Passos (MG). Foto: N. Morales.
2.5 falhas
Foto 43. Estrias de atrito (slickensides) de plano Foto 44. Estrias de atrito sobre espelho de fa-
de falha transcorrente sinistral em metacalcá- lha transcorrente destral marcado por óxido de
rio. Mineração Santa Susana, Tiradentes (MG). manganês em rochas sedimentares da Forma-
Foto: N. Morales. ção Ponta Grossa. Rodovia BR-153, Tibagi (PR).
Foto: N. Morales.
Foto 45. Estrias de atrito de falha transcorrente Foto 46. Estrias de atrito de falha normal. Már-
destral. Gnaisse granítico, Batólito Florianópo- more da Formação Votuverava, Pedreira Santo
lis, Imbituba (SC). Foto: N. Morales. Olavo, Rio Branco do Sul (PR). Foto: E. Salamuni.
Tabela 1. As série cataclástica e milonítica e outros materiais gerados nas zonas de cisa-
lhamento rúptil e dúctil.
Produtos % matriz
Brecha de falha
Série cataclástica incoesa
Farinha de rocha
Brecha tectônica 0-10
Rúptil
Protocataclasito 10-50
Série cataclástica coesa
Cataclasito 50-90
Ultracataclasito 90-100
Protomilonito 0-50
Dúctil Série milonítica Milonito 50-90
Ultramilonito 90-100
Fusão e mobilização para fraturas Pseudotaquilito
Recrisalização pronunciada Blastomilonito
1 ou 2 foliado, com quartzo e micas Filonito
Para fins de descrição, as falhas são classificadas segundo vários critérios geo-
métricos, de movimentação e origem. A classificação de Anderson (1951) baseia-se
na orientação dos eixos do regime de tensão gerador. Nessa classificação, conside-
ra-se que o sistema de eixos principais de tensão tem um deles na posição vertical
e dependendo de qual seja ele, as falhas podem ser de três tipos, com orientação e
mergulhos diferentes: normais, de empurrão e transcorrentes (Fig. 26).
Os tipos básicos de falhas são (Fig. 27):
• falhas normais, em que a capa (bloco superior, teto) desce e a lapa (bloco
inferior, muro) sobe (Fotos 47 e 48). O mergulho é da ordem de 60°. São
também chamadas falhas de gravidade, pelo fato de a capa se abater por
efeito da gravidade;
• falhas de empurrão, de cavalgamento ou inversas, em que no movimento
relativo a capa sobe e a lapa desce (Fotos 49 e 50). Seus mergulhos são
baixos. Podem aparecer falhas com mergulho maior, acima de 45°: a são
chamadas falhas reversas;
• falhas transcorrentes, de rejeito direcional ou de rejeito lateral, que têm
movimentos relativos horizontais (Fotos 51 e 52). Como o ângulo de
mergulho é vertical, não se distinguem capa e lapa.
A s3 C s2
s1 B
90°
60°
30°
s3 s1 s3
s2 s2 s1
Figura 26. As falhas e os sistemas de eixos de tensão segundo o modelo de Anderson (1951).
As falhas possíveis contêm s2 e, se o ângulo q é de 30°, os mergulhos são de 60°, 30° e verticais.
Os pares conjugados de falhas são de tipos normal (A), de empurrão (B) e transcorrente (C). Em
A o círculo amplia aspecto do plano de falha, mostrando estrias de atrito e ressaltos transversais.
Observar que os três blocos são iguais e estão apenas rotacionados de 90°, de modo a colocar um
eixo de tensão na vertical. Notar também os movimentos relativos dos blocos, com abatimento,
acavalamento e deslocamento horizontal de blocos.
Foto 47. Falhas normais em arenitos, pelitos Foto 48. Falhas normais, com forte bascula-
e caulim da Formação Itapecuru, Alcântara mento das camadas, definindo um horste. Are-
(MA). Foto: Y. Hasui. nitos da Formação Pindamonhangaba da Bacia
de Taubaté, trevo da Rodovia Carvalho Pinto,
km 125, Taubaté (SP). Foto: N. Morales.
Foto 51. Falhas transcorrentes no Grupo Tau- Foto 52. Zona de falha transcorrente, desta-
baté, Taubaté, SP. Foto: Y. Hasui. cando planos com proeminente lineação de es-
tiramento. Gnaisse do Complexo Atuba, Balsa
Nova (PR). Foto: E. Salamuni.
Distensão Falhas
normais
Falhas
Cisalhamento transcorrentes
Quadro 1. Tipos de falhas principais. Olhando em planta, os movimentos podem ser oblíquos
sinistral ou destral e frontal em condições de distensão e compressão; nas falhas transcorrentes são
sempre oblíquos. Olhando a falha em perfil, os blocos se aproximam ou se afastam do observador,
exceto nos movimentos frontais, indicando o sentido do movimento.
Protomilonito
Rejeito
Espessura
Milonito
Z B
X
Ultramilonito
Y X//L
C
Lineação de
Foliação estiramento (L)
milonítica
Figura 28. Zona de cisalhamento dúctil. A: zona de ci- Figura 29. Porção de uma zona de cisa-
salhamento inversa e lineação de estiramento. B: seção lhamento não-coaxial dúctil mostrando
paralela à lineação de estiramento. Os círculos indicam o incremento da cominuição da borda
as rochas indeformadas e as elipses, na faixa de rochas (topo) ao centro (base), passando de pro-
deformadas com graus de deformação crescentes da tomilonito a milonito e ultramilonito.
borda para o meio. As linhas cruzadas correspondem às
direções de X (s3) e Z (s1). Estão indicados a espessura
da zona de cisalhamento dúctil e o rejeito. C: esquema da
foliação milonítica, formada pelo fluxo plástico no plano
XY, e a lineação de estiramento (L) paralela a X.
Figura 30. Padrão amendoado. A: mapa estrutural da região de Águas de Lindóia (SP). Sigmoides
com dobras da foliação definidas por observações de campo, orientações (190 atitudes em 140 km2)
e lentes quartzíticas (Hasui et al. 1988). B: mapa de parte do Complexo Lewisian da região de Tor-
ridon (Escócia), mostrando o padrão amendoado, destacando áreas de maior e menor deformação
(Wheeler et al. 1987). C: esquema de sigmoide, mostrando a disposição da lineação de estiramento
e dos eixos de deformação.
Foto 55. Estrutura amendoada em micaxisto da Formação Betara, vista em escala microscópica.
Núcleo Betara, Itaperuçu (PR). Foto: E. Salamuni.
C
2 cm
Figura 31. Estrutura S-C em gnaisse milonítico. Acima, S é uma foliação afetada por C. Notar
escala. Abaixo, detalhe de S e C, mostrando porfiroclastos de feldspatos envoltos por massas de
quartzo e mica. Baseado em Ramsay & Hubert (1987).
Figura 32. Deformação de uma feição linear ou tabular dentro da zona de cisalhamento. A dispo-
sição prévia da feição em relação à faixa deformada controla o seu comportamento dobrando (A),
dobrando e em seguida estirando (B) ou estirando (C).
0 1 3 6 10
c´ b´
b c
a
a´
A C
B D
G
F
Figura 35. Dobras geradas na zona de cisalhamento não-coaxial dúctil. Alguns fatores que
perturbam o fluxo plástico, nucleando dobramento: em A, irregularidade em contato; em B,
presença de objeto (p.ex., seixo); em C, zona de estricção; em D, aparecimento de budins.
E: a dobra nucleada tem seu eixo e plano axial alterando em função da deformação crescente.
F: dobra se desenvolvendo com deformação variável e ganhando geometria encurvada e alongada
na direção de X, formando dobras em bainha. G: seção de uma dobra em bainha, sendo a elipse
chamada dobra em olho.
Zênite
Projeção estereográfica
do plano P
N N (círculo máximo)
Projeção Projeção
estereográfica estereográfica
da linha L do plano P
B
7'
5' Projeção estereográfica
7
6' da linha L (polo)
W E W E
4'
3'
2'
1'
A 6
Projeção linha L 2 5
esférica da 3
linha L 4
Projeção
esférica do
Hemisfério plano P
inferior S S
Figura 36. Projeção esférica de uma reta L e um plano P. A reta, passando pelo centro da esfera de
referência, intersecta a esfera no ponto que é sua projeção esférica. Ligando esse ponto ao norte N
da esfera, determina-se o ponto no plano do equador que é a projeção estereográfica de L. O plano
P, passando pelo centro da esfera, determina na sua superfície o arco que é a sua projeção esférica.
Pontos 1, 2, 3, ... desse arco, ligados ao polo norte da esfera, determinam os pontos 1´, 2´, 3´, ... que
desenham um arco no plano do equador – este arco representa a projeção ciclográfica do plano P.
À direita mostra-se a projeção estereográfica ou estereograma de P e L.
A construção do diagrama pode ser feita de tal modo que áreas de 2x2° na su-
perfície da esfera de referência se projetem como áreas iguais no plano do equador,
resultando o Diagrama de Schmidt-Lambert ou Diagrama de Igual Área (Fig. 37B).
A Fig. 37C compara-o com o de Wulff. Ele destina-se, além de projeções de planos
de retas, a tratamentos estatísticos de dados e determinação de médias de atitudes
variadas, sendo correntemente utilizado em Geologia Estrutural. Em tratamentos
estatísticos de polos, a determinação da distribuição deles é facilitada pelo uso de
diagramas de áreas unitárias ou dispositivos demarcadores delas.
A projeção estereográfica pode ser simplificada com o uso do Diagrama
Polar (Fig. 37D), que é um diagrama equatorial dos traços de planos verticais que
contêm o eixo vertical (traços radiais) e dos traços de planos perpendiculares ao
eixo vertical afastados entre si de 2° medidos na superfície do hemisfério inferior
da esfera de referência (círculos concêntricos). Ele permite projetar os polos de
planos e retas de forma mais simples e rápida.
W E
S
C D
Figura 37. Diagrama de Wulff (A) e Diagrama de Schmidt-Lambert ou de igual área (B). Em C,
comparação dos diagramas de Wulff (metade esquerda) e de Schmidt-Lambert (metade da direita).
Em C, Diagrama Polar. Para melhor visualização das figuras, as divisões mostradas são de 2x2°.
A N B N C N
%
0
1
2
3
4
E W E W 5
6
7
8
9
10
11,3
267 polos
S Percevejo S
Base Estereograma (fixado sob Contador (círculos
quadriculada transparente o centro da com raio de
(quadrados com (com projeções base) 1/20 do diâmetro)
com lados de1/20 de polos) e ranhura central
do diâmetro)
Figura 38. Contagem manual. Os polos do estereograma situados no círculo do contador são
contados e anotados em seu centro. Polos situados na borda do estereograma situados em um dos
círculos são contados e somados àqueles localizados no outro círculo; o número total é anotado nos
dois lados. Em C foram traçadas as curvas de isofrequência dos polos.
A B
5
1 4
2
4
5
A B
s2 s2
s3 s3
Figura 41. Em A, maciço homogêneo, isótropo e contínuo que sofre falhamento – os eixos cor-
respondem ao indicados pelo modelo de Anderson. Em B, maciço previamente fraturado e sub-
metido a falhamento – as tensões são aliviadas preferencialmente mediante deslocamentos nos
planos preexistentes, em vez de criar novas falhas. Neste caso, o modelo de Anderson para cada
falha varia muito.
N N N
D E F
c d
d
d
c
c
c
c c
d d d
Figura 42. Técnica dos Diedros Retos. Tendo-se um plano de falha e sua estria de atrito, conside-
ra-se um plano auxiliar perpendicular à estria e, obviamente, ao plano da falha (A). O espaço fica
dividido em quatro quadrantes, alternadamente sob compressão e sob distensão, inferidos pelo
movimento da falha (estria) – em B são mostrados os eixos de tensão, o elipsoide de deformação
e os quadrantes sob compressão (c) e sob distensão (d). Em C estão representados esses planos, a
estria e os quadrantes. Em D e E são mostrados dois planos de falha, seus planos auxiliares e os qua-
drantes c e d. Em F os dados de D e E são somados; os domínios sob compressão e distensão ficam
reduzidos e neles situam-se os eixos s1 e s3 – ser forem consideradas outras falhas, esses domínio
ficarão cada vez mais reduzidos, de modo a se poder determinar com maior precisão as posições
dos eixos de tensão. As projeções são do hemisfério inferior da esfera de referência. Baseado em
Angelier e Mechler (1977) e Angelier (1994).
N
A B
Plano de
movimento X
30°
Plano de
falha Estria 90°
Z
60°
Y
Estria
Plano de
movimento
1 Definição
Os eixos s1>s2>s3 e X, Y e Z, sendo X//s3, Y//s2 e Z//s1, representam res-
pectivamente os sistemas de eixos de tensão e de deformação, que promovem
tanto a movimentação quanto a estruturação das massas rochosas. Quando se
considera sua incidência em contextos regionais, correspondem ao que se chama
regime tectônico.
O regime tectônico pode ser de três tipos: o distensivo, o compressivo e o
transcorrente. Eles atuam em faixas de larguras e extensões variáveis, as de maior
grandeza formando os sistemas divergentes, convergentes e transcorrentes. Em
cada regime existem as estruturas mais marcantes que são as suas assinaturas
e a elas associam-se outros tipos – os conjuntos são as associações estruturais.
As estruturas mais importantes são as rúpteis ou friáveis, representadas por fa-
lhas, juntas, lineamentos, e as dúcteis, que são zonas de cisalhamento dúctil, do-
bras, foliações e lineações.
O termo lineamento é usado para se referir a qualquer feição linear no
terreno. Em Geologia, essa feição linear corresponde a vales e elevações lon-
gilíneas, reconhecíveis em mapas, fotos aéreas e imagens de sensores remotos.
Grandes lineamentos, via de regra, são reflexos de falhas verticais ou subverti-
cais, que são geradas por regime transcorrente. Acontece que essas falhas, com
frequência, após sua formação, acomodaram movimentos em regimes tectônicos
1
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
72
posteriores, isto é, foram reativadas. Essas descontinuidades podem ser indi-
viduais ou aparecerem em feixes de falhas paralelas, compondo o que se cha-
ma sistemas de falhas. Um lineamento pode corresponder a uma zona de falha
(exemplo: Lineamento de Pernambuco) ou a um sistema de falhas paralelas ou
subparalelas (exemplo: Lineamento Transbrasiliano).
Figura 44. O regime distensivo. A: o regime de tensão tem s1 na vertical. B: formam-se falhas
normais sintética e antitética com mergulhos a da ordem de 60°. C: Outras estruturas podem se
associar, umas relacionadas com o estiramento (1, 4) e outras, com encurtamento (2 e 3). 5 repre-
senta fratura de alívio final.
Figura 45. Falhas normais. Falhas conjugadas configurando um gráben (A), um horste (B) e um
gráben assimétrico ou hemigráben (C). O abatimento da capa pode se dar segundo o mergulho da
falha (A, B), por falha encurvada tendo mergulho decrescente em profundidade, referida como
falha lístrica (C), e também por falha com rotação de um ou ambos os blocos, configurando a falha
rotacional (D).
C Wernicke (1985)
Falhas sintéticas Falhas antitéticas
Crosta
superior Zona de
descolamento
Manto
inferior
Figura 49. Feições relacionadas com soerguimentos e regime distensivo regional. São destacadas
as intrusões alcalinas principais com suas idades K-Ar e algumas Ar-Ar, as grandes serras, as bacias
do Eoceno-Oligoceno e as mais destacadas antigas zonas transcorrentes (em preto), que podem ter
sido reativadas.
Foto 59. Vista da região de Taubaté, olhando para norte. Em primeiro plano aparece a planície do
Rio Paraíba do Sul. Atrás dela destaca-se a superfície sustentada pelas rochas sedimentares da Bacia
de Taubaté. Ao fundo salienta-se a Serra da Mantiqueira. Foto: Y. Hasui.
Figura 50. O regime compressivo. A: o regime de tensão tem s3 na vertical. B: formam-se falhas
de empurrão sintética e antitética com mergulhos da ordem de 30°. Para mergulhos maiores que
45° as falhas são referidas como reversas. C: outras estruturas podem se associar, perpendiculares
a Z (2, 3 e 5) e perpendiculares a X (1 e 4).
A Falhas de B
empurrão
Falhas cegas Superfície
pretérita Retroempurrão
Pop-up
Superfície
atual
Leque
imbricado
compressivo Bloco triangular
Lascas de Zona de Leque
empurrão descolamento imbricado Dobra de teto
compressivo
C Dobra D
Dobra Dobra
Rampa Patamar
ou lanço ou degrau
Dúplex
compressivo
Rampa oblíqua
Rampa frontal Falha de
rasgamento
Rampa lateral
E F
Movimento
do leque
Leque
Zona de compressivo
descolamento
Figura 53. Seções de cinturões de cavalgamento. A: pelicular, a exemplo das Montanhas Rocho-
sas. B: espesso, a exemplo do Himalaia. As escalas verticais dão ideia das profundidades.
Decalado
com sem
Escalonado Revezado Em degrau recobrimento
Arqueado
convergente divergente
Dúplex distensivo
Dúplex compressivo
Leques distensivos
Leques compressivos
Foto 61. Falha em flor em arenitos do Gru- Foto 62. Falha em flor em mármore da Formação
po Paraná, entre Tibagi e Ponta Grossa, PR. Capiru, Rio Branco do Sul (PR). Foto: E. Salamuni.
Foto: N. Morales.
1 Introdução
A tectônica de placas, como tema fundamental das Ciências da Terra, tem
sido tratado em vasta literatura, dispensando aqui a infinidade de citações que po-
deriam ser apresentadas, assim como dos livros que a tem sintetizado, como os de
Park (1988), Lamb & Sington (1998), Moores & Twiss (1995), Condie (1997), Ores-
kers (2003), Van der Pluijm & Marshak (2004), Moores & Twiss (2006), Kearey
et al. (2009), Molnar (2015), Frisch et al. (2011) e Hasui (2012b), dentre outros.
2 O interior da Terra
As placas e seus movimentos têm relação com a dinâmica do interior da
Terra, cabendo aqui resumir o conhecimento que se tem sobre o tema.
Esse conhecimento começou com observações diretas das rochas e minerais
expostos, em parte originados na superfície do terreno e em parte provenien-
tes de níveis mais profundos da crosta, como as rochas metamórficas, e até do
manto. São materiais expelidos por vulcões ou incorporados em rochas e mine-
rais de origem profunda, como os xenólitos de rochas magmáticas e o diamante.
Tais materiais também têm sido obtidos em minas subterrâneas (por exemplo, na
1
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
Universidade Federal do Paraná.
2
88
mina de ouro de Tau Tona, na África do Sul, com cerca de 3.600 m de profundi-
dade), e em perfurações para pesquisa e extração de petróleo (as mais profundas
alcançando 12.261 m na Península de Kola e cerca de 12.350 m na Ilha Sacalina,
ambas na Rússia).
Considerando que a crosta terrestre alcança profundidades bem abaixo des-
sas nos continentes, a observação direta é muito limitada, e se torna necessário
abordar a constituição e estruturação das partes não visíveis por métodos geo-
físicos, focando principalmente aspectos sísmicos, de magnetismo, gravidade e
fluxo térmico. Acrescem ainda as sínteses laboratoriais de minerais e rochas sob
altas temperaturas e pressões, e modelagens numéricas considerando parâmetros
físicos obtidos de diversas fontes. O estudo de meteoritos tem também sido im-
portante, por fornecer informações sobre a origem, idade e composição interna
dos tipos de corpos celestes de que derivaram (planetas, satélites, asteroides e
cometas do sistema solar), semelhantes à Terra.
A Sismologia tem fornecido as informações mais importantes. A movimen-
tação de placas gera tensões que se acumulam em seu interior ou borda e são
liberadas quando alcançam valores capazes de induzir a formação de novas fa-
lhas ou promover deslocamentos ao longo de descontinuidades existentes. Esses
deslocamentos, devido ao atrito de duas massas rochosas ao longo de falha, por
ocorrer em espasmos instantâneos e sucessivos, liberam energia quantificável.
A energia mecânica gera ondas que se propagam pelo interior do planeta (ondas
de corpo, tipos P e S) ou limitam-se a baixas profundidades (ondas de superfície,
tipos Rayleigh e Love), segundo padrões bem conhecidos: são as ondas sísmicas,
detectadas por uma rede mundial de sismógrafos, que registram o tipo, a intensi-
dade e o tempo de percurso delas.
As ondas sísmicas de tipos P e S são as duas mais importantes para os es-
tudos do interior da Terra. As ondas P, primárias, longitudinais ou compressivas
propagam-se mediante oscilação das partículas em movimentos de vai-e-vém
longitudinalmente a seu trajeto; elas são mais rápidas e atravessam os materiais
sólidos, líquidos ou gasosos com velocidades que crescem com o aumento da
densidade e diminuição da temperatura do meio em que se propagam. As ondas
S, secundárias, de cisalhamento ou transversais propagam-se com oscilações das
partículas em vai-e-vém perpendiculares ao trajeto, são mais lentas do que as
ondas P e atravessam somente materiais sólidos, com velocidades que crescem
com o aumento da densidade.
Na sua trajetória de propagação, essas ondas sofrem reflexão ou refração em
interfaces de materiais diferentes e podem mudar a velocidade de modo abrupto
ou gradual. Essas alterações na propagação das ondas demarcam superfícies que
A casca rígida periférica da Terra é a litosfera (em grego: lithos = rocha), que
está segmentada em porções maiores e menores, as placas litosféricas ou tectôni-
cas. Ela tem espessura que depende do comportamento das isotermas: onde estas
se elevam (por exemplo, por ação de correntes de convecção ascendentes) ocorre
adelgaçamento; onde estas sofrem subsidência e esfriamento, dá-se espessamen-
to. Como pode haver movimentos horizontais das células de convecção e tam-
bém mutações delas no tempo, ocorrem deslocamentos horizontais, elevações e
B COMPARTIMENTAÇÃO
SÍSMICA
COMPARTIMENTAÇÃO
COMPOSICIONAL Litosfera (sólido)
Astenosfera - LVZ (dúctil)
Crosta
Descontinuidade de Moho
Manto
superior Sólido 50-100 km
150-200 km
410 km
Zona de transição 660 km
(Rígidez aumenta
Manto para baixo)
inferior
(Mesosfera) Sólido
Camada D´´
ULVZ
2.650 km
2.900 km A
Núcleo Seção esquemática
C (Endosfera) Descontinuidade da Terra
de Gutenberg
Seção esquemática Líquido
da crosta Núcleo
externo
Oceano Descontinuidade
Crosta Sedimento de Lehmann
continental Crosta
oceânica
Sólido 5.150 km 6.378 km
30-40 km 2.890 km
(75 km) 6-8 km Núcleo
Moho Núcleo
interno
Manto superior Manto
6.380 km
Crosta
Figura 60. Estrutura geral da Terra. Em A, dimensões do manto e núcleo. Em B, camadas confor-
me a composição (esquerda) e conforme as propriedades mecânicas (à direita). Estão indicados as
camadas e o estado físico geral, bem como as descontinuidades. Os números indicados em A e B
são profundidades que podem variar, existindo citações de valores diferentes na literatura. Em C,
detalhe da porção mais próxima da superfície para ilustrar a distribuição da litosfera e astenosfera
nos continentes e oceanos. Sem escala.
Figura 61. Configuração típica da estratigrafia da crosta oceânica à esquerda e da crosta conti-
nental à direita.
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
5.000
0
0
100
PROFUNDIDADE (km)
200
300
400
500
600
700
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
TEMPERATURA (°C)
Figura 62. Variação de pressão e temperatura na crosta e manto superior em função da profundi-
dade. A pressão varia linearmente. A temperatura tem um trecho inicial de aumento linear e depois
aumenta mais lentamente.
3 Tectônica de Placas
Muitas evidências já haviam sido levantadas em vários campos de conheci-
mento de movimentos horizontais dos continentes quando Alfred L. Wegener as
sistematizou e passou a buscar outras em diversas partes do globo. Ele procurou
comprovar que uma massa continental única há cerca de 200 Ma, o Pangea (em
grego: pan = toda, geos = terra), rodeado por um imenso oceano, o Pantalas-
sa (em grego: thalassos = oceano), desmembrou-se nos diversos continentes, os
quais deslocaram na superfície da Terra como se fossem jangadas até suas posi-
ções atuais, empurrando, deformando, levantando sedimentos do fundo oceâni-
co, e formando cadeias de montanhas. Em 1912 publicou o livro Die Entstehung
der Kontinente und Ozeane (“A origem dos continentes e oceanos”), lançando
essa concepção.
Alexander Du Toit considerou o Pangea separando inicialmente em duas
massas: o Laurásia, reunindo a América da Norte, Groenlândia e Eurásia nas vi-
zinhanças do Equador, e o Gondwana, reunindo os demais continentes em torno
do polo Sul, separados pelo mar de Tetis e envolvidos pelo oceano Pantalassa.
Em seguida, esses dois grandes continentes teriam se fragmentado originando os
continentes e oceanos atuais. Em 1937 publicou o livro Our wandering continents:
a hypothesis of continental drift (“Nossos continentes errantes: uma hipótese de
deriva continental”), dedicado a Wegener e introduzindo a designação Hipótese
de Deriva dos Continentes.
Essa hipótese foi muito combatida e até rejeitada por contrariar o paradig-
ma então vigente da Teoria Geossinclinal. Foi em meados da década de 1950 até
meados da década de 1960 que sobreveio profunda revisão, quando se passou a
colher rapidamente dados sobre os fundos oceânicos, principalmente de relevo,
sismicidade, magnetismo, vulcanologia e datação.
Harry H. Hess e Robert S. Dietz reconheceram a Dorsal Meso-Atlântica
como local onde a ação de correntes de convecção no manto possibilitaria a su-
bida de magmas, sua injeção ao longo de falhas normais e seu extravasamento
na superfície formando a dorsal. Com isso, haveria expansão do fundo oceânico
PLACA NORTE-AMERICANA
PLACA EURO-ASIÁTICA
Placa de
Gorda
Placa do
Placa das Caribe
Filipinas Placa
Árabe
Placa de Placa de
Carolina Cocos
PLACA AFRICANA
PLACA SUL- PLACA INDO-
Placa de AMERICANA AUSTRALIANA
PLACA INDO- PLACA DO Nazca
AUSTRALIANA PACÍFICO
Placa de
Scotia
Placa de
Sandwich
PLACA DA ANTÁRTICA
Figura 63. As placas litosféricas e os três tipos de bordas. A Placa da Somália está se separando da
Placa Africana e a Placa Indo-Australiana tende a se desmembrar nas placas da Índia e Australiana.
Figura 66. Os tipos de bordas de placas. Em A e B estão indicados deslocamentos frontais, isto é,
perpendiculares à borda, mas podem ser oblíquos.
Placa A
Placa B
Figura 67. As placas se movem girando em torno de um eixo virtual (eixo euleriano) que passa
por um polo (polo euleriano). Estão indicados os paralelos e meridianos em relação ao eixo eule-
riano. As bordas divergentes formam-se paralelamente a meridianos e as bordas transformantes, a
paralelos traçados; as bordas convergentes formam-se com qualquer ângulo.
Rifte
central Dorsal
oceânica Crosta
oceânic
a
to
Manrior
Magma
e
sup
to
Correntes Man r
convecçãde infer
io
o
Figura 68. Esquema do rifte central da dorsal oceânica. Material magmático do manto ascende
nessa zona abatida por falhas normais e é acrescentado à crosta – esta se expande ampliando a
dorsal e a crosta. O regime tectônico é distensivo.
A Cone do
Amazonas Elevação B
do Ceará DMA
Margem continental
Talude continental
Zona deFratura Plataforma
Romanche continental km
0
Fernando
de Noronha Sopé 2
continental
Planície 4
abissal
6
Lineamento 200 km
Cânion do de Maceió
S. Francisco
Lineamento
C
de Salvador Plataforma
continental
Cânion Talude Sopé
submarino continental continental
e planície
abissal
Cadeia
Vitória-Trindade
Canal
Colúmbia
Platô de Lineamento do
São Paulo Rio de Janeiro
Canal de Plataforma continental Elevações, lineamentos
Vema Lineamento de
Florianópolis Talude continental Canais, cânions
Elevação do Rio Grande Sopé continental Cones
Cone do Fundo abissal
Rio Grande
DMA Dorsal Mesoatlântica
500 km
Zonas de fratura
Figura 70. Fisiografia da margem continental brasileira. A: principais feições. Baseado em Tessler
& Mahiques (2009). B: feições principais do relevo em perfil transversal (as escalas apenas indicam
ordens de grandeza). C: feições principais em bloco-diagrama (sem escala).
Figura 71. Esquemas de bordas convergentes. À esquerda, feições em perfil, e à direita, blocos-
-diagramas, simplificados e sem escalas horizontal e vertical. Em A, interação de duas placas
oceânicas, indicando o zoneamento da fossa, prisma de acreção, bacia antearco, arco insular
(o vulcão é a manifestação na superfície) e bacia retroarco. Em B, interação de uma placa oceânica
com outra, esta portando um continente na borda. Em C, colisão de um continente trazido por
uma placa subductante (portando ou não arco insular agregado) com outro situado na borda da
placa superior. Esses modelos podem evoluir de A para B e para C. Estão indicadas as feições prin-
cipais formadas nesses processos. As bacias de antepaís aparecem tardiamente em B (não represen-
tadas) e em C, ainda sob regime compressivo, tanto à frente como atrás do orógeno, evoluindo para
faixas de dobras-e-falhas.
A zona de subducção é o limite das duas placas, uma mergulhando sob a ou-
tra. Ela se desenvolve em locais propícios no oceano, em geral onde há variações
de espessura da litosfera, mais comumente em borda de continente.
A zona de Wadati-Benioff, a faixa de hipocentros inclinada da fossa
para as profundezas da descontinuidade de 660 km, marca a zona de subduc-
ção e sua movimentação. Essa faixa tem larguras de 50-100 km quando separa
oceano-oceano (caso do Pacífico), ou são mais largas e difusas quando no limi-
te oceano-continente (ex.: Andes) ou continente-continente (exs.: Alpes, Hima-
laia), o que indica não se tratar de uma superfície simples de movimentação, mas
de uma zona que acomoda os deslocamentos.
Em geral a zona de subducção pode ter inclinação pequena na parte mais
superficial (10-20°), arqueia e adquire mergulho maior abaixo da placa superior
e afunda com ângulos variados, geralmente de 30 a 70°.
A tomografia sísmica mostra, pela distribuição de hipocentros, que a placa
subductante de mergulho baixo desce até o nível aproximado de 660 km, onde se
inflete e horizontaliza. No entanto, se tem mergulho alto, afunda para a camada
D” na base do manto, com encurvamentos e ondulações, mantendo a continui-
dade (Fig. 72) ou separando-se em segmentos. Como essas placas descendentes
se esfriam gradualmente à medida que se aproximam da zona de subducção e
voltam a se aquecer no afundamento, em profundidade perdem componentes
para formar os magmas que alimentam os arcos magmáticos, sujeitam-se a pres-
sões crescentes em profundidade e têm a densidade aumentada, o que gera ins-
tabilidade e as faz afundar no manto. No trajeto de afundamento, rochas máficas
(basaltos, gabros) transformam-se em eclogitos, que, por serem mais densos que
os materiais do manto, afundam e tendem a se acumular na camada D”, que já
foi até referida como cemitério das placas subductantes. Ali, em função do calor
transferido pelo núcleo, fundem-se e dão origem a plumas mantélicas.
Figura 72. Esquemas de zonas de subducção indicadas por tomografia sísmica. Acima, a placa
subductante se acomoda acima da descontinuidade de 660 km (ex.: Aleutas). Abaixo, as placas
afundam no manto e alcançam a camada D” com geometrias variadas (exs.: América Central, Japão
central, Indonésia).
5.2.6 Orógeno
ANDES
B CARIBENHOS
A Caracas
SETENTRIONAIS
Placa do Placa
Caribe Bogotá
Africana Zona
Vulcânica
Quito Setentrional
Placa
de
Nazca
Segmento
Placa Peruano
Sul-Americana
Lima
ANDES CENTRAIS
Placa F La Paz
Antártica ss Arco
Placa de
o
a
Placa de Sandwich Vulcânico
Scotia Central
do
Peru-Chile
PLACA DE
NAZCA
Segmento
Cadeia Andina e Pampeano
domínio subandino
Plataforma Patagônica Santiago
Núcleos de rochas
pré-cambrianas Zona
Dorsal oceânica e Vulcânica
Vulcões zonas transformantes Meridional
e de fratura
Limites de placas:
fossa, dorsal Hiato
oceânica e zona Vulcânico
transformante
MERIDIONAIS
Zona
1.000 km Vulcânica
ANDES
Austral
Figura 73. A Cadeia Andina. A: Placa Sul-Americana entre a Dorsal Meso-Atlântica e a Fossa do
Peru-Chile, e as placas adjacentes. A Placa de Nazca mergulha sob a América do Sul na fossa do
Peru-Chile e sua extremidade no manto alcança o território brasileiro sob o Acre a cerca de 650 km
de profundidade, indicada pelos hipocentros de sismos. B: na margem ativa do continente deu-se
o levantamento dos Andes, que tem compartimentação em segmentos alternadamente com mer-
gulhos médios da placa subductante, onde ocorre magmatismo formando corpos até batolíticos e
vulcões, e com mergulhos baixos, em que a sismicidade é mais ativa e não incidem essas manifes-
tações magmáticas e vulcânicas. Baseado em Ramos (1999).
Figura 74. A cadeia do Himalaia. A: o deslocamento da Placa da Índia para o norte em 70, 50 e
0 Ma, que culminou com a colisão da Índia com a Ásia formando a cadeia do Himalaia. B: bloco-
-diagrama esquemático do Himalaia, mostrando a sutura (também referida como MMT – Main
Mantle Thrust) que separa o Alto Himalaia do Baixo Himalaia. O prisma de acreção é formado por
sedimentos incluindo ofiólitos e rochas que faziam parte da Índia (xistos, gnaisses e granitos), e si-
tua-se entre a sutura e o empurrão designado MCT (Main Central Thrust). A MBT (Main Boundary
Thrust), limita a base do conjunto das rochas fatiadas e empilhadas sobre a sutura. Existe incerteza
sobre a articulação da litosfera-manto superior das duas placas em profundidade. C: o sistema coli-
sional envolve, de sul para norte, a planície Indo-Gangética, o Himalaia, o Platô do Tibete e bacias,
como a de Tarim. A oeste e leste, as extremidades do Himalaia são marcadas por arcos estruturais
fechados chamados sintaxes, passando para a cadeia de Zagros do Oriente Médio e para as cadeias
montanhosas do Sudeste Asiático. D: endentação da Índia na Ásia, falhas transcorrentes que aju-
dam a acomodar os deslocamentos (escape lateral), e sistemas de riftes transversais ao Himalaia no
alto da cadeia. A nordeste, no sudeste da China, e norte, na região do Lago Baikal (sul da Sibéria),
atua distensão considerada como gerada por reflexos dos movimentos do Himalaia.
Figura 75. Bordas das placas e bacias retroarco do oeste do Oceano Pacífico (A). Em B, imagem
correspondente a essa área. C: seção esquemática cruzando o Japão e mostrando as várias feições
(a escala dá apenas uma idéia da ordem de grandeza). Na bacia retroarco atua regime distensivo,
rifteamento e formação de crosta oceânica.
Figura 78. Bordas transformantes. A: fundo do Atlântico entre o Brasil e a África, observando-se
a Dorsal Meso-Atlântica, seus segmentos deslocados por zonas transformantes e as extensões la-
terais destas, as zonas de fratura, que se dirigem rumo às bordas dos continentes e se ocultam sob
sedimentos. Imagem do Google Earth. B: esquema da zona transformante e das zonas de fratura.
Os deslocamentos na dorsal e na zona transformante, esta conectando os trechos das dorsais, são
normais e transcorrentes, respectivamente, atestados por análise dos sismos. Notar as setas de des-
locamento na zona transformante entre as duas dorsais.
CALIFÓRNIA
Figura 79. A Falha San Andreas. A: a falha conecta as dorsais Juan de Fuca e do Golfo da Cali-
fórnia e separa as placas Norte-Americana e do Pacífico. Seu deslocamento é destral e já acarretou
muitos terremotos arrasadores. Os números indicam velocidades em mm/ano e as setas azuis, os
sentidos de deslocamento das placas. A pequena Placa de Gorda está subductando sob a América
do Norte. B: a falha tem associado um sistema de centenas de falhas menores, que ajudam na
acomodação dos deslocamentos. Caso prossiga o deslocamento, pode-se prever que a porção con-
tinental onde se situa Los Angeles tende a se separar do continente norte-americano. Simplificado
de USGS (1999).
5.4 a intraplaca
Tabela 2. Os maiores terremotos ocorridos no Brasil. Os três mais antigos foram identi-
ficados por notícias publicadas; os demais têm registros por sismógrafos.
Magnitude Local Data
6.3 Serra do Tombador (MT) 31/1/1955
6.1 Vitória (ES)* 28/2/1955
Tubarão (SC) 26/6/1939
5.5
Codajás (AM) 5/8/1983
5.4 Noroeste de Mato Grosso do Sul 13/2/1964
Pacajus (CE) 20/11/1980
Acre (fronteira Peru-Brasil) 24/10/1987
Rio Grande do Sul* 12/2/1990
5.2 Porto dos Gaúchos (MT) 13/3/1998
São Vicente (SP)* 23/4/2008
Mogi Guaçu (SP) 27/1/1922
Manaus (AM) 13/12/1963
Acre (fronteira Peru-Brasil) 9/8/1967
João Câmara (RN) 30/11/1986
5.1
Porto dos Gaúchos (MT) 25/3/2005
Oiapoque (AP) 17/9/1949
Porto dos Gaúchos (MT) 10/3/1989
5.0
Tapiraíba (CE) 23/3/2005
Itacarambi (MG) 19/4/1991
4.9
9/12/2007
* Na plataforma continental, ao largo dos locais indicados
Figura 80. Parte do Mapa Global de Tensão Mapa referente à Placa Sul-Americana. A legenda
indica que estão representadas as direções de tensão compressiva máxima horizontal (SHmax) obti-
dos por análise de mecanismo focal de sismos, breakout, sobrefuração, fraturamento induzido por
sondagens, fraturamento hidráulico e falhas, mas no território do Brasil só constam as do primeiro
tipo. Os dados de regimes normal aparecem em vermelho, compressivo em verde, transcorrente em
azul e indeterminado em preto. A qualidade dos dados são indicadas por comprimentos das linhas
de direção. Heidbach et al (2018).
5.4.3 Epeirogênese
INTRAPLACA
Sismicidade intraplaca
A E
D Elevação e F
Soerguimento B depressão Peso da placa
Estiramento C Anticlinal
Orógeno oceânica e de
rifteamento Rifte Sinclinal sedimentos Dorsal
magmatismo oceânica
Crosta
oceânica
Crosta continental
Manto superior
Sutura
Pluma Subsidência Reação
Manto inferior termal elástica
Figura 81. Esquema dos principais tipos de movimentos na intraplaca entre um orógeno e uma
dorsal oceânica (v.g., América do Sul). Estão indicados os sentidos dos movimentos verticais e as
situações relacionadas com grandes ondulações, efeitos de erosão e de carga, e interveniência de
plumas do manto. Sem escala e com realce vertical. 1 a 6 são referidos no texto.
Ilha 1 Ilha 2
Suiko
59,6 Ma
Nintoku
56,2 Ma CADEIA Ilha 3
Ilha 1 Ilha 2
40°N
ASSÍSMICA
Ojin EMPEROR
55,2 Ma
Koko
48,1 Ma
Midway
Daikakuji 27,2 Ma
42,4 Ma
Laysan
19,9 Ma Necker
10,3 Ma
Nihoa
Kawai
ARQUIPÉLAGO Oahu
DO HAVAÍ Mauí
20°N
Nihau
Molokai Havaí
180°W 160°W
Figura 82. O arquipélago do Havaí é um conjunto das ilhas alinhadas desde a do Havaí até a de
Daikakuji. Desta última para norte aparece a Cadeia Emperor, um cordão de ilhas mais antigas.
Em laranja: áreas emersas. Os números correspondem às idades e são crescentes do Havaí para as
proximidades da fossa das Aleutas. O esquema ao lado ilustra a formação sucessiva das ilhas 1, 2
e 3 sobre um centro vulcânico com migração da placa acima dele, resultando o cordão de ilhas de
idades decrescentes.
Sendo a pluma fixa e a placa se movimentando sobre ela, uma ilha formada
se afasta e deixa de ser palco de vulcanismo; o processo se repete na nova área que
se sobrepõe à pluma e assim, em sucessivos pulsos, se forma o cordão de eleva-
ções do fundo do mar e o arquipélago. A Cadeia Emperor e o arquipélago do Ha-
vaí representam produtos de uma mesma pluma, sendo a disposição indicativa
de que o rumo de deslocamento da Placa do Pacífico mudou há cerca de 42 Ma.
Conhecendo as idades e as distâncias das ilhas pode-se determinar as velocidades
da placa, admitindo que a pluma é estacionária.
PLACA
Rio EURO-
Nilo ASIÁTICA
PLACA
AFRICANA
Golfo Aden
Equador
Figura 83. A pluma no leste africano gerou soerguimento, riftes e magmatismo, marcados por for-
mação de rios, lagos e vulcões. O Mar Vermelho ocupa um rifte jovem e o Golfo Aden, outro algo
mais antigo; o rifte que adentra o continente é o terceiro ramo de uma junção tríplice, que tende a
separar a futura Placa da Somália. Círculos vermelhos: vulcões.
Existem hoje duas grandes regiões com uma série de características que as
destacam do resto do globo, como topografia mais elevada do que seus entornos,
velocidade sísmica menor que a normal, presença de vários tipos de feições geo-
lógicas e anomalias termais.
Essas regiões foram chamadas superintumescências (superswell), por terem
sido primeiramente reconhecidas pela elevação topográfica regional. Elas foram
relacionadas a enormes plumas mantélicas, que possuem raízes na camada D” e
foram designadas superplumas (superplumes), como esquematizado na Fig. 85.
Essas superplumas são anomalias termais que fornecem calor para a astenosfera,
lubrificando o movimento das placas, e na superfície, por 60% do calor irradiado
pelo globo. A temperatura no topo da superpluma é suficiente para gerar mag-
mas máficos, que se agregam à base da crosta (underplating). Também irradia
plumas menores do seu topo, que podem formar pontos quentes com intrusões e
vulcões, e até gerar crosta oceânica.
B LUMA AFRI
CA
RP ÁFRICA NA
PE
U
A S
Crosta
Manto superior
Leste Africano
Oceano Zona de colisão
Co
Manto
AlpesZagrosHimalaia Atlântico inferior Índia-Ásia
r
di
lle
Dorsal Núcleo
ra
Fossa do
And
Peru-Chile China
Fossa de
Marianas
Havaí
Oceano Pacífico
Litosfera
continental Dorsal oceânica e
Continente zona transformante
Fossa Oceano
Sucção na fossa
(trench suction)
Litosfera Afastamento
Empuxo oceânica na dorsal
negativo (ridge rush)
(slab pull) Astenosfera
Gravidade
Figura 86. As forças relacionadas com a gravidade e atuantes nas placas exercem afastamento na dorsal
oceânica, sucção na fossa e afundamento da placa subductante. Baseado em Forsyth & Uyeda (2007).
Figura 87. Esquema das etapas do Ciclo de Wilson, evoluindo do supercontinente 1 para o super-
continente 2, passando por processos de divergência, de convergência e de transição. Simplificado
de Fichter (2000).
A
Crosta
Distensão Litosfera
Manto superior
Astenosfera
B Gráben
Estiramento litosférico
C Gráben
Pluma do manto
A B C
Aulacógeno
Rifte Rifte
8 Os supercontinentes
A concepção da existência de supercontinentes anteriores ao Pangea suce-
dendo-se ao longo da história da Terra remonta aos trabalhos de Valentine &
Moores (1970) e Piper (1976), e tornaram-se importantes pelos impactos no co-
nhecimento da evolução da crosta, atmosfera, hidrosfera e biosfera. Existe hoje
8.1 Hadeano
O Hadeano (4,56-4,0 Ga) é uma unidade de tempo informal ainda não refe-
rendada pela International Commission on Stratigraphy da International Union
of Geological Sciences (ICS/IUGS). Corresponde ao intervalo de tempo desde a
formação da Terra até o início do Arqueano e é ainda muito mal conhecido.
A idade da Terra foi interpretada em tempos antigos como de milhares a
centenas de milhões de anos, principalmente por interpretação de escritos sagra-
dos. Apenas no início do século passado, começou-se a realizar datações de ro-
chas baseadas em radioatividade e foram apresentadas idades crescentes. A idade
atualmente aceita é de 4,56 Ga, baseada na datação de meteoritos (4,556 Ga),
admitida como idade do sistema solar, e de rochas da lua (4,562 Ga), assumida
como indicativas da idade do nosso satélite.
FANEROZOICO
PROTEROZOICO
ARQUEANO
Figura 90. Distribuição geral de rochas arqueanas, proterozoicas e fanerozoicas nos continentes.
Projeção no Pangea. Baseado em Windley (1995).
Figura 91. Principais núcleos arqueanos do mundo. Pontilhado: núcleo arqueanos. Crátons: Sl –
Slave, S – Superior, W – Wyoming, K – Karelia, K+M – bacias Kimberley e McArthur, Y+P – Yul-
garn e Pilbara, G – Gawler. Baseado em Pesonen et al. (2012).
~2,0 Ga
~2,5 Ga Eurásia
~3,0 Ga
ÁRTICA
Groenlândia
América do Norte
ATLÂNTICA
África
Arábia
Madagascar
América do Sul
Índia
UR
Antártica
Austrália
Figura 93. O Supercontinente Kenorlândia em 2,45 Ga. A: modelo de Lubnina & Slabunov (2011)
considerando Laurentia, Báltica e África. As bacias referidas (em amarelo) são as de Witwatersrand,
Pongola e Fortescue. B: modelo de Pesonen et al. (2012), que considera também a Índia.
Figura 94. O Supercontinente Colúmbia. A: modelo de Zhao et al. (2004) para 1,8 Ga. B: modelo
de Pesonen et al. (2012) para 1,53 Ga. Os cinturões orogênicos formados no Mesoproterozoico es-
tão representados em cinza escuro e verde. As áreas em cinza correspondem a núcleos arqueanos.
C: modelo de Meert & Santosh (2017) para 1,45 Ga. A área destaca no Laurentia corresponde à
Groenlândia.
8.4 Paleoproterozoico-Mesoproterozoico e
o Supercontinente Rodínia
Au I
AF Au S
S EG CN
AE
I CS
M CN L
K
K L
NN
G
CSF
S Am Sv
B B
H CSF Am
AW
Ki
S
Figura 95. O Supercontinente Rodínia em 900 Ma. Notar a distribuição dos continentes em volta
do Laurentia. A: adaptado de Li et al. (2008). B: adaptado de Pesonen et al.(2012).
Existem ainda muitas questões em discussão. Uma delas diz respeito à po-
sição dos continentes São Francisco-Congo, Rio de La Plata e Kalahari: eles não
teriam feito parte do Rodínia, mas sim de outro megacontinente que já se propôs
chamar Gondwana Central, separado do Laurentia por um extenso oceano que
foi chamado Brasiliano (Cordani et al. 2003).
Sobre a posição do continente Amazônia: ele tem sido sempre posiciona-
do ao lado da costa leste da América do Norte, com as faixas orogênicas para-
lelas de Rondônia e Bolívia adjacentes ao Cinturão Grenville do fim do Meso-
proterozoico, mas existe dúvida sobre o ajuste preciso dos dois continentes, que
pode ser feito ao longo de uma faixa de alguns milhares de quilômetros na costa
norte-americana e diferentes posições já foram indicadas.
O Cinturão Orogênico Cariris Velhos (1,0-0,9 Ga) do Nordeste pode ser
considerado como cinturão cratônico dentro do Rodínia.
Índia Austrália
Austrália Madagascar
Índia Mawson
Kalahari Antártica
Kalahari
Borborema- Congo
Rio de Trans-Saara
Azânia La Plata Laurentia Rio de
Congo Pampia La Plata
Sibéria
Amazônia Groenlândia
Africano Amazônia Laurentia
Avalônia
Báltica
Báltica
Figura 96. O Supercontinente Pannotia. A: modelo de Pisarevsky et al. (2008). B: modelo de Cor-
dani et al. (2009).
GONDWANA ORIENTAL
GONDWANA OCIDENTAL
Figura 97. O megacontinente Gondwana em cerca de 500 Ma. Os orógenos no Brasil desenvolve-
ram-se no decorrer do Neoproterozoico, na maior parte no Ciclo Brasiliano. A linha em vermelho
separa o Gondwana Ocidental do Oriental. Outros continentes estavam dispersos e só viriam a se
juntar com o Gondwana para formar o Pangea. Adaptado de de Witt et al. (1999).
Inuitia Urais
Ásia Central
Caledoniano
Herciniano
Apalaches PANTALASSA
Mauritânia
Ouachita
América do Norte
Equador
Superoceano
Pantalassa África
América do Sul Índia
Austrália
Antártica
Figura 99. O Supercontinente Pangea em 230 Ma (Triássico Médio). Simplificado de UTIG (2007).
Esse modelo é o correntemente utilizado, mas vê-se que existem áreas de so-
breposição e outras de hiatos de continuidade. O entendimento atual é de que essas
imperfeições seriam devidas ao afastamento dos continentes não como unidades
enormes, mas sim em blocos menores. Dados geológicos e geofísicos vêm sendo
considerados para refinar os ajustes, não se dispondo ainda de um modelo geral.
Cabe lembrar que o Atlântico Norte começou a se abrir em torno de
200 Ma, o Atlântico Equatorial em 140 Ma e o Atlântico Sul em 130 Ma. A sepa-
ração da América do Sul e África deu-se a partir do Cretáceo no sul e se comple-
tou há cerca de 90 Ma. Tem sido considerado que blocos menores dos dois con-
tinentes se deslocaram diferencialmente, dando origem à geometria observada.
+50 Ma
Equador
+150 Ma
Equador
+250 Ma
Figura 101. Configuração das placas no futuro em 50, 100 e 250 Ma conforme o modelo de Sco-
tese (2003). Baseado em UTIG (2007).
1 Apresentação
O território brasileiro situa-se praticamente todo na Plataforma Sul-Ameri-
cana, que é a entidade geotectônica mesozoico-cenozoica coexistente com a Ca-
deia Andina. No sul do continente aparece a Plataforma Patagônica desenvolvida
no Paleozoico (Fig. 102).
A Plataforma Sul-Americana é constituída por rochas metamórficas e íg-
neas, que representam o embasamento da plataforma. Este tem extensas porções
expostas na superfície, designadas escudos, e outras cobertas por discretos paco-
tes sedimentares, que representam a cobertura da plataforma. As características
gerais da plataforma são: comportamento estável por longo tempo, marcado por
movimentos verticais, lentos, de baixa amplitude e grandes extensões, reversíveis
no tempo e no espaço; tem relevo baixo e suave, deformações ou transformações
das rochas muito pouco significativas, maior espessura da litosfera, sismicidade
de baixas intensidade e frequência, fluxo térmico e grau geotérmico mais baixos.
1
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
162
Figura 102. A Plataforma Sul-Americana. Estão indicados seus escudos e coberturas. A linha
vermelha contínua é o limite da Plataforma Sul-Americana segundo Almeida (2004); a linha pon-
tilhada é o seu prolongamento inferido.
2 COMPARTIMENTAÇÃO da Plataforma
Sul-Americana
Cobertura fanerozoica,
inclusive da região subandina
Cobertura fanerozoica,
5 Cráton e unidades pré-panafricanas
Oeste Andes e Plataforma Patagônica
Africano
6 CICLOS BRASILIANO E PANAFRICANO
Sistemas orogênicos
1 1 Borborema (Oceano Borborema)
4 2 Tocantins (Oceanos Goiás e Climene)
3 6
3 Mantiqueira (Oceano Adamastor)
1 Cráton 4 Gurupi (Oceano «Gurupi»)
1 Saariano 5 Rokelides 10 Damara
2 6 Daomé-Trans-Saara 11 Gariep
7 7 Centro-Africano 12 Saldânia
2
8 Congo Ocidental 13 Liufiliano
9 Kaoko 14 Katanga
8 15 Leste Africano
3
4 Crátons
Cráton 1 Amazônico (porções norte e sul)
9 Congolês 2 São Francisco
3
3 São Luís
4 13 4 Paraná, Paranapanema ou Rio de La
10 Plata
14 15
11
Limites dos crátons
Cráton Kalahari definido e inferido
Borda da Plataforma
Sul-Americana definida
12
e inferida
1.000 km
Entre os crátons existiram oceanos, que são designados (1) Borborema en-
tre os crátons São Luís (e Oeste-Africano), São Francisco e do Congo, (2) Goiás
na parte leste do domínio entre os crátons São Francisco, Paraná e Amazônico,
Figura 106. Distribuição do conjunto das formações Pirabas e Barreiras na Região Norte. Não
estão discriminados os Sedimentos Pós-Barreiras e a Formação Tucunaré, esta da Bacia do Marajó.
Geologia cf. Vasquez et al. (2008), Sousa et al. (2012) e Ferreira et al. (2006), simplificada.
Figura 108. Bacia neogeno-quaternária da Bacia do Tacuru no nordeste de Roraima. Geologia cf.
Reis et al. (2004) e Faria et al. (2004a), simplificada.
Figura 109. Mapa de distribuição das Formações Solimões e Içá. Geologia cf. Bahia (2004a,b), Bahia
& Oliveira (2004), Faria et al. (2004b,c), Reis et al. (2004), Ferreira et al. (2006a), simplificada.
Figura 112. O Cenozoico do leste paranaense. Estão representadas a Bacia de Curitiba e de Ti-
jucas do Sul (Paleogeno), e as unidades da Baía de Paranaguá. Geologia cf. MINEROPAR (2006),
simplificada.
Figura 115. Bacia do Bananal, preenchida pelos depósitos fluviais da Formação Araguaia, gerados
pela evolução da bacia hidrográfica do Rio Araguaia. Geologia cf. Moreton et al. (2008), Faraco
et al. (2004a,b), Lacerda Filho (2004a,c), simplificada.
Figura 116. A Formação Guaporé e depósitos mais novos no lado brasileiro do vale do Rio Gua-
poré em Rondônia e Mato Grosso. Geologia cf. Quadros & Rizzotto (2007) e Lacerda Filho et al.
(2004a), simplificada.
Figura 118. Área do Gráben da Guanabara. Está destacada a distribuição da Formação Macacu na
região de Itaboraí, sobre a qual repousa o Conglomerado Itambi (não discriminado). Geologia cf.
Cunha et al. (2001), simplificada.
Figura 119. Sistema de grábens da região de São João del Rei: de nordeste para sudoeste, grábens
de Prados, do Baixo Carandaí e do Rio das Mortes, e cobertura da zona transpressiva (domo) de
S. Sebastião da Vitória. Estão indicadas as falhas principais e a orientação de s1. Cf. Saadi (1990).
Figura 123. O Pantanal Matogrossense no Brasil, um rifte preenchido essencialmente pela For-
mação Pantanal. Isópacas de 100 metros. Geologia cf. Lacerda Filho et al. (2004a) e Lacerda Filho
& Oliveira (2006), simplificada
Também, tensões de terceira ordem podem ser geradas por contrastes locais
de densidade e de resistência, descolamento basal, geometria de bacias, topografia
e falhas ativas (Heidbach et al. 2007).
Embora essas tensões intraplaca possam ser definidas, são difíceis de serem
qualificadas e quantificadas.
Por análise de elementos finitos, considerando parâmetros e magnitudes dis-
tintos, foram elaborados modelos da tensão de primeira ordem na Placa Sul-Ame-
ricana. Dentre eles, os usualmente considerados são os de Coblentz & Richardson
(1996) e Meijer (1995, ou Meijer & Wortel 1992), mostrados na Fig. 126.
Figura 126. Tensões regionais para o Brasil. Esquerda: modelo 3 de Coblentz & Richardson (1996).
Direita: modelo de referência de Meijer (1995). Os dados estão centrados em pontos nodais de uma
rede regular. Azul: tensões horizontais máximas. Vermelho: tensões horizontais mínimas.
Figura 127. Falhas dos diversos regimes tectônicos e exemplo de bolas-de-praia. P e T são as tensões
compressiva e distensiva, a 90° entre si e situadas nos campos delimitados pelos planos nodais. Em
cada caso, um dos planos é a falha e os blocos-diagramas mostram as alternativas posssíveis.
60°
61°
GUIANA
5°
VENEZUELA
59°
4°
Normandia
RORAIMA
Lethem
3°
Boa Vista
2°
Caracaraí
Figura 129. Estruturação neotectônica do nordeste de Roraima. A bacia que acolheu a Formação
Boa Vista desenvolveu-se na zona de transtensão entre os feixes transcorrentes destrais, sobreposta
à Bacia de Tacutu. Cf. Costa et al. (1996).
Negro
Barcelos
Japurá
Manaus
es
li mõ Codajás
Benjamim So Ilha de
Tupinambarana
Constant
ri
va
Ja
Manicoré
a
eir
d
Ma
á
Juru
Anamã
ões
Solim
Codajás
Coari
Figura 131. Falhas normais e transcorrenteda Bacia do Purus, entre os vales do Solimões e Purus
na região de Codajás. A mancha amarela corresponde a sedimentos quaternários.Cf. Ribeiro et al.
(2009), simplificado.
Figura 132. Falhas de empurrão da região do extremo oeste do Brasil. Geologia cf. Bahia (2004a,b),
simplificada.
Figura 133. Região do Rio Amazonas e baixos vales dos afluentes maiores e as estruturas dos dois
eventos neotectônicos reconhecidos. A mancha amarela representa o Gráben de Tupinambarana.
Cf. Costa et al. (1996).
Figura 134. Região do Amapá ao noroeste do Maranhão e o Bico do Papagaio. Quadros estruturais do
Mioceno-Plioceno (à esquerda) e do Pleistoceno-Holoceno (à direita). Cf. Costa et al. (1996).
Figura 135. Bacia de Pinheiro. Essa bacia de afastamento quaternária instalou-se sobre a Bacia de
São Luís por transtensão induzida por dois feixes transcorrentes destrais EW paralelos, os feixes de
falhas normais NW mergulham para sentidos opostos. Cf. Ferreira Júnior et al. (1996).
Figura 136. Área da Bacia de Barreirinhas, destacando os dois lineamentos maiores. Geologia cf.
Sousa et al. (2012) e Ferreira et al. (2006b), lineamentos cf. Rodrigues et al. (1986), Almeida Filho
et al. (2009) e Gastão Maia (2010)..
Figura 137. Região do sul do Pará à divisa norte do estado de Tocantins/sul do Maranhão. Cf.
Costa et al. (1996).
• Conclusão
A primeira síntese da neotectônica na região amazônica do Brasil, regio-
nalizando resultados de estudos em dez áreas selecionadas dos estados do
Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Maranhão e Tocantins e ao longo do
vale do Rio Amazonas entre Manaus e a Ilha do Marajó, foi elaborada por
Costa et al. (1996, 2001). O modelo reconhece regime transcorrente des-
tral de direção geral EW, com s1 em torno de NW e s3 em torno de NE,
atuando em dois pulsos: no Mioceno-Plioceno e Pleistoceno Superior-
-Holoceno, este último com continuidade até hoje.
O primeiro pulso sucedeu ao período de estabilidade do Oligoceno, que
se marca pelo perfil laterítico maturo associado à Superfície Sul-Ameri-
cana, e os dois são separados por um novo período de estabilidade, mar-
cado pelo perfil laterítico imaturo, relacionado com a Superfície Velhas
no topo da Formação Barreiras (Costa 1991, Rossetti 2004).
Essa tectônica manifestou-se com partições em domínios transcorrentes,
transtensivos e transpressivos, gerando associações estruturais diversas
e controlando bacias sedimentares, sistemas de relevo e rede de drena-
gem. De modo geral, as estruturas resultantes são lineamentos corres-
pondentes a feixes de falhas transcorrentes destrais EW, ENE e NE, falhas
normais NW e NNW, e falhas de empurrão ou inversas NE e ENE, com
eventuais dobras associadas; também feixes de falhas normais NS são re-
conhecidas em algumas áreas.
• São Paulo
Na área das bacias de São Paulo Taubaté Resende e Volta Redonda, Ric-
comini (1989) distinguiu falhas que atribuiu a três eventos: (1) transcor-
rência sinistral EW com s1 NE, do Neógeno (Mioceno?), (2) transcor-
rência destral EW e s1 NW, do Pleistoceno, (3) distensão com s3 NW a
WNW, do Holoceno. Depois, no Alto Estrutural de Queluz, que separa
as bacias paleogênicas de Taubaté e Resende, Salvador (1994) reconheceu
falhas e juntas cortando rochas do embasamento proterozoico e depósi-
tos cenozóicos, que foram atribuídas a três eventos de neotectônicos: (1)
transcorrente destral EW com s1 NW, do Pleistoceno, que gerou falhas
transcorrentes destrais NW a WNW e ENE e sinistrais NNW e NNE a
NE, afetando depósitos aluviais, coluviais e linhas de seixos, por vezes
cavalgados por blocos do embasamento carreados por falhas inversas NE
a ENE, (2) evento distensivo com s3 EW a WNW, do Holoceno, que ge-
rou grábens NS com preenchimentos de até mais de 30 m de espessura,
(3) evento compressivo, com s1 EW, do Holoceno que formou juntas de
direções ENE a NE e WNW a NW em depósitos coluviais colúvio-alu-
viais e aluviais. Levando em conta os três eventos de Riccomini(1989) e o
compressivo com s1 EW de Salvador (1994), passou-se a considerar um
modelo evolutivo regional, abordado por vários autores para outras áreas
• Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, a Formação Barreiras acha-se segmentada por falhas
NW e WNW devidas a um evento de transcorrência destral EW com
s1 NW considerado do Pleistoceno-Holoceno e falhas NE impostas por
evento distensivo holocênico com s3 NW (Breda & Mello 2013).
Na região da planície costeira do Rio Paraíba do Sul, na porção continen-
tal adjacente à Bacia de Campos, foi interpretada estruturação em rom-
boedros delimitados por falhas normais NW associadas a evento de trans-
corrência destral EW com s1 NW, do Pleistoceno-Holoceno, e falhas NE
e ENE geradas por evento de distensão com s3 NW, do Holoceno, que
reativou falhas do Eoceno-Oligoceno (Tomaz et al. 2004). Estas últimas
formam um sistema de grábens e horstes nos depósitos cenozoicos e no
embasamento, sendo relacionadas com um lineamento NE que avança da
• Espírito Santo
Lineamentos foram traçados para todo o Estado do Espírito Santo, re-
conhecendo que nos tabuleiros costeiros e na planície costeira os sedi-
mentos cenozoicos (Formação Barreiras e depósitos quaternários) apre-
sentam direções EW, NE e NW, e que no embasamento pré-cambriano
• Minas Gerais
Em diversas áreas do estado, foram observadas falhas que foram clas-
sificadas como neotectônicas, de tipos transcorrente, inversa/ reversa e
normal, atribuídas ao Mioceno-Plioceno (Saadi 1991). Essas áreas são as
de Datas, Serro, Arcos, Rio das Mortes, Prados, São Sebastião da Vitória,
Maciço de Itatiaia e São Sebastião do Sapucaí. Os sistemas de eixos de-
duzidos para essas áreas mostram eixos s1 de direções entre N30-80W e
mergulhos que variam de cerca de 10-25NE a 10-50SE, e apontam um
evento transcorrente destral EW com s1 em torno de NW (Saadi et al.
1991, 1998), o qual passou a ser considerado como de atuação regional.
Na região dos lagos do médio vale do Rio Doce a sul de Ipatinga, foram
reconhecidas falhas e juntas atribuídas a quatro eventos de deformação
do mais antigo para o mais jovem (Mello 1997, Mello et al. 2003): (1)
transcorrente sinistral EW com s1 NE, possivelmente neogênico, que pa-
rece ter promovido a fragmentação de uma superfície de aplainamento
niveladora dos depósitos fluviais mais antigos da região em blocos esca-
lonados de orientação NE e originando a depressão topográfica do médio
vale do Rio Doce; (2) transcorrente destral EW com s1 NW do Pleistoce-
no-Holoceno, que formou falhas destrais NE, ENE e WNW com compo-
nente de rejeito normal, e falhas normais NW e NE com componente de
• Região Nordeste
Na região de Icapuí do extremo nordeste do Ceará, foram reconhecidas
na Formação Barreiras: (1) falhas normais NS de mergulhos altos a bai-
xos, planares com arranjo em dominó, falhas lístricas com desenvolvi-
mento de estruturas do tipo rollover, e falhas de descolamento, relaciona-
das com distensão EW a WNW sin-sedimentar, e (2) dobras suaves com
eixo mergulhando para SSW e falhas transcorrentes NE. Essa região su-
jeitou-se a transtensão e transpressão por se situar entre dois lineamentos
NE conectados a falhas maiores transcorrentes EW destrais da margem
atlântica equatorial (Souza 2003; Souza et al. 2008, 2009).
Ainda nessa região do baixo Rio Jaguaribe (CE), foram observadas falhas
normais de direções em torno de NW e NS, inversas em torno de NS,
transcorrentes sinistrais NNW a NW e uma destral NNE. Elas podem ser
reunidas em dois conjuntos: (1) falhas normais, inversas e transcorrentes
sinistrais sin- a tardideposicionais da Formação Barreiras, geradas por
transtensão com eixo s1 em torno de NNE, e (2) falhas normais, inver-
sas e transcorrente destral pós-deposicionais, formadas por transpressão
com s1 em torno de WNW (Bezerra & Vita-Finzi 2000, Sousa & Bezerra
2005, Gomes Neto 2007, Bezerra 2011, Gomes Neto et al. 2012). Esses
• Centro-Oeste
Em Goiás, apenas a área da Barragem de Serra da Mesa no vale do Rio
Tocantins foi estudada, tendo sido reconhecidas falhas predominan-
temente transcorrentes em torno de WNW destrais e NNW sinistrais,
bem como algumas normais e inversas/reversas (Hasui et al. 1992c, Ma-
galhães, 1999). Tais falhas transcorrentes indicam regime destral com s1
NW. As falhas normais e inversas/reversas podem ser relacionadas com
transtensão e transpressão (Magalhães, 1999). Nessa mesma área foram
obtidos dados de SHmax por fraturamento hidráulico e sobrefuração, que
são apresentados adiante e que guardam coerência entre si, como resume
a Fig. 141 (Fernandes et al., 1994).
Figura 141. Dados de eixos de tensão obtidos por análise de falhas, fraturamento hidráulico e
sobrefuração na área da Barragem de Serra da Mesa (GO). Cf. Fernandes et al. (1994).
PARANÁ
Sul de S. Paulo-Arco de
D s3 NE Morales et al. 2011
Ponta Grossa
Salamuni 1998, Salamuni et al. 1999, 2003,
Região de Curitiba TD s1 NW a Chavez-Kus 2003, Chavez-Kus & Salamuni
WNW 2008
Serra do Mar C s1 EW a ESE Salamuni et al. 2010
Serra do Mar TD s1 N60W Nascimento et al. 2013
Represa de Salto Santiago D s3 NE Magalhães 1999
SÃO PAULO
Borges et al. 1998; Hasui et al. 1998, 1999a,
Área do Estado e adjacências TD s1 NW 2000; Morales et al. 2001
Avaré (SP)-Piraí do Sul (PR) TD s1 NW Hasui et al. 1999a
Bacias de S. Paulo a Volta
Redonda D s3 NW a WNW Riccomini 1989
Queluz C s1 EW Salvador 1994, Salvador & Riccomini 1995
Volta Redonda-Bananal D s3 NW Barros et al. 2011, Peixoto et al. 2012
Serra da Bocaina TD s1 NW Gontijo 1999
Hiruma 1999, Hiruma et al. 2001, Modenesi-
Campos do Jordão C s1 EW a NW Gauttieri et al. 2002
Itquaquecetuba, Bacia de São
D s3 ENE Morales et al. 2013
Paulo
São José dos Campos-
D s3 EW Morales et al. 2013
Taubaté na Bacia de Taubaté
Campinas D s3 NE Fernandes & Mello 2004
Alta Mogiana TD s1 NW Janoni & Morales 2012
Mogi-Guaçu TD s1 NW Morales et al. 2008
Bacia do Rio Mogi-Guaçu TD s1 NW Silva 1997, Pires Neto et al. 2006
Águas da Prata TD s1 NW Riccomini & Assumpção 1999
▶
parte 1 – neogeno-quaternário do brasil 243
SÃO PAULO
Zona de Cisalhamento de
D s3 vert Silva 2011
Jundiuvira
Pilar do Sul-Votorantim C s1 EW a WNW Silva 1998
Araçoiaba da Serra TD s1 NW Borges et al. 2003
Jundiaí TD s1 NW Neves 1999, Neves et al. 2003
TD s1 EW a Riccomini 1995, 1997 ; Riccomini &
Formação Itaqueri
WNW Assumpção 1999
Rio Claro-São Carlos-
TD s1 NW Facincani 2000, Facincani et al. 2003
Piracicaba
Riccomini 1992a, 1995; Riccomini &
C s1 NW Assumpção 1999
Alto de Pitanga entre Rio
Claro-Rio Tietê TD s1 NW Sousa 1997, Sousa & Morales 1999
D s3 ENE Etchebehere et al. 2015
São Pedro TD s1 NW Facincani 2000
Echaporã-Cornélio Procópio TD s1 NS Magalhães 1999
Jacupiranga TD s1 N8W Hasui et al. 1992a
Lineamento de Guapiara TD s1 NW Morales et al. 2014
D s3 WNW Melo 1990, Melo et al. 1990
Cananeia
D s3 WNW Riccomini 1992b
RIO DE JANEIRO
Formação Barreiras D s3 NW Breda & Mello 2013
Planície do Rio Paraíba do Sul D s3 NW Tomaz et al. 2004
Macaé-Ponta do Retiro C s1 EW Silva & Ferrari 1997
Lagoa de Araruama D s3 EW Souza 2011
Bacia de Macacu D s3 EW a WNW Ferrari 2001
Petrópolis-Teresópolis C s1 EW Hartwig & Riccomini 2009, 2010
Bacia de Volta Redonda D s3 NW Sanson 2006, Negrão et al. 2008
Bacia de Resende D s3 NW Albuquerque 2004
ESPÍRITO SANTO
Bricalli 2011, Bricalli & Mello 2013, Marin &
Área do estado D s3 NE a NNW
Bricalli 2015, Nascimento et al. 2015
Faixa Colatina Linhares e Novais et al. 2004; Mello et al. 2005 a,b;
D s3 NW
Nova Venécia Hatushika et al. 2007
Linhares a Nova Venécia D s3 NW Miranda et al. 2008
Nova Venécia C s1 ENE Gallardo et al. 1987
Campos dos Goytacazes (RJ)
D s3 NW Ribeiro & Mello 2011
a Vitória (ES)
Bacias de Campos e Espírito
D s3 NW Mello et al. 2012
Santo onshore
NORDESTE
Bezerra & Vita-Finzi 2000; Souza 2003;
Sousa & Bezerra 2005; Gomes Neto 2007;
Baixo vale do Rio Jaguaribe TD s1 WNW Souza et al. 2008, 2009; Bezerra 2011;
Gomes Neto et al. 2012
Bezerra 1998, 2000; Sá et al. 1999; Dantas
et al. 1999; Coriolano et al. 1999; Bezerra &
TD s1 NW no Vita-Finzi 2000; Souza et al. 2005; Nogueira
Área da Bacia Potiguar oeste e s1 EW no et al. 2006; Nogueira 2008; Bezerra et al.
centro e leste 2011; Lima 2011; Maia & Bezerra 2012; Reis
et al. 2013; Sousa et al. 2014
Região de Natal TD s1 EW Nogueira et al. 2010
Litoral leste do Rio Grande do
TD s1 EW Coriolano et al. 1999
Norte
Bezerra et al. 2001, 2008, 2014; Souza et al.
2005; Nogueira et al. 2006, 2010; Ferreira
Bacia da Paraíba (RN-PE) TD s1 EW et al. 2008; Bezerra 2011; Moura-Lima et al.
2011b; Rossetti et al. 2011a, 2011b, 2012a;
Balsamo et al. 2013; Gandini et al. 2014
Neves et al. 2004, Bezerra et al. 2008,
Itabaiana (PB) D s3 NNW e NE Tavares 2010
Salvador D s3 WNW a NNW
Porto Seguro-Nova Viçosa,
TD s1 NW Saadi 1999
Litoral sul da Bahia
Centro-norte da Paraíba TD s1 NW e ENE Morais Neto & Alkmim 2001
Bacia do Araripe D s3 NNE Morales et al. 2006
Mina de Caraíba TS s1 NS Hasui et al. 1992a, Magalhães 1999
Figura 144. Epicentros da região de João Câmara demarcando a Falha Samambaia. Os círcu-
los amarelos, vermelhos e azuis indicam as profundidades dos hipocentros. Baseado em Bezerra
et al. (2007).
Figura 146. Solução de mecanismo focal do sismos da Fazenda Santo Antônio, indicando os eixos
P e T. Cf. Facincani et al. (2011).
Figura 147. Mapa das tensões horizontais máximas (SHmax) obtidas por solução de mecanismo
focal. Os dados representados têm qualidade B (cerca de 15% com precisão de orientação de ± 20°),
C (cerca de 30% com precisão de orientação de ± 30°) e D (cerca de 50% com precisão de orien-
tação de ± 40°), conforme critérios de avaliação do World Stress Map (Heidebach et al. 2018). Em
amarelo: coberturas sedimentares fanerozoicas.
Figura 148. Direções de SHmax obtidas por análise de breakout de poços profundos e orientações
médias. Em amarelo: coberturas sedimentares fanerozoicas. Fonte: Lima et al. (1997).
Figura 150. SHmax obtidos por fraturamento hidráulico e sobrefuração. Os dados obtidos por
sobrefuração são comentados no texto. Em amarelo: coberturas sedimentares fanerozoicas.
Figura 152. Mapa de SHmax do Brasil. Em azul, SHmax obtido por análise de mecanismo focal, brea-
kout de poços profundos e geológica de diversas fontes, acrescidos de alguns dados geodésicos, con-
forme Rezende et al. (2015). Em vermelho, vetores da direção do campo de esforços e deformações
após integração dos dados de SHmax (a malha foi reduzida), conforme Marotta et al. (2015).
Alguns dados de SHmax têm sido obtidos pelo método de Recuperação da De-
formação Anelástica (ASR – anaelastic strain recovery). As rochas estão submetidas
a tensão e quando um testemunho orientado é removido de um furo de sondagem,
essa tensão sofre relaxamento e ele se deforma. Essa deformação elástica é depen-
dente de tempo (anelástica), acarreta abertura e propagação de microfraturas, que
se dá desigualmente conforme o campo de tensão, com maior e menor expansão
nas direções dos eixos menor e maior da tensão. Estes eixos podem ser determi-
nados com instrumentação adequada e correspondem à tensão atuante no maciço.
Dados de ASR foram obtidos para a Bacia Potiguar, indicando SHmax de direção
N77W (Siqueira et al. 1996), N75W (Soares et al. 1997) e E-W a NW (Araújo et al.
2009), coerente com os dados obtidos por análise de sismos e de breakout.
Acrescem ainda outros tipos de informação que importam para se conhecer
os deslocamentos horizontais e também verticais, pertinentes à epirogênese e in-
formação sobre a evolução da superfície:
1) A Superfície Sul-Americana encontra-se elevada em platôs a 1.100-
1.200 m de altitude na regiões central, sudeste e sul do país. Sua origem
tem aspectos controversos, mas seu alçamento é consensual. Dados de
análises U/Th-He e de traços de fissão do Vale do Paraíba e das serras
da Mantiqueira e do Mar sugerem que as bordas da Bacia de Taubaté
estiveram soterradas e que vêm sofrendo soerguimento nos últimos 15
Ma e esfriamento da ordem de 2,5°C/Ma até hoje (Cogné et al. 2011).
2) Muitos traços principais da rede de drenagem foram moldados no Cre-
táceo-Paleógeno (Potter 1997), mas seu desenvolvimento, juntamente
com o do relevo, deu-se no Neógeno-Quaternário com influência da
neotectônica. Além disso, superfícies de aplainamento foram esculpi-
das, como a Velhas, atribuída ao Pleistoceno, e outras, indicando que o
soerguimento não foi contínuo, mas teve fases de equilíbrio isostático.
3) A taxa de erosão tem recebido apenas muito discreta atenção. Dados
foram obtidos por meio do método do Be10 e revelaram para o Quadri-
látero Ferrífero um valor médio da ordem de 7 m/Ma, esse resultado,
comparado com o de outras partes, revela dissonância com os resulta-
dos de Cuiabá (baixo) e similaridade com os do Estado da Bahia e do
Distrito Federal (Varajão et al. 2009).
Figura 155. Mapa de zonas de falhas e descontinuidades crustais quaternários. Foram indicadas
48 feições. Cf. Saadi et al. (2002), simplificado.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
A UHE Serra da Mesa localiza-se no rio Tocantins, na borda sul do corpo
granito-gnáissico do domo de Serra da Mesa (Fig. 1).
No maciço rochoso ali exposto foi realizada em 1988 a análise das suas di-
versas feições estruturais, indicativas da evolução tectônica da área, procurando
definir o regime de tensão atual por análise de falhas.
Pelo menos duas avaliações sismotectônicas foram realizadas na região nes-
ta segunda metade dos anos 80 e seus dados foram explorados no sentido de ob-
ter a indicação do regime de tensão. Também, medidas de tensão in situ, através
do método do fraturamento hidráulico, foram realizadas em 1988 pelo Prof. Dr.
B.C. Haimson, da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA).
Este trabalho consubstancia a abordagem geológica e compara os resulta-
dos com aqueles indicados pela Sismologia e determinações de tensões in situ.
Como resultado destes estudos foram reconhecidos os regimes anteriores e atual
1
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
2
WALM Engenharia e Tecnologia Ambiental Ltda. Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecno-
lógicas do Estado de São Paulo.
3
Itapura Engenharia Geologia e Meio Ambiente Ltda. Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tec-
nológicas do Estado de São Paulo.
4
Eletrobras Furnas.
271
de esforços na área, e, pela quantificação das tensões, foram adequadamente pro-
jetadas as escavações do circuito hidráulico de geração em rocha.
49°W
Porangatu
Rio Toc
Mina de
Cana Brava
antins
Minaçu
Formoso
Santa Tereza
de Goiás
Campinaçu
UHE
Serra da Mesa
14°S
Mara Rosa
Reservatório
Campinorte
Niquelândia
Uruaçu
N
lia
-Br 3
así
lém 15
Be BR-
s
ma
l
aA
30 km
d
Rio
Figura 1. Localização da Usina Hidrelétrica Serra da Mesa e área aproximada do seu reservatório.
2 GEOLOGIA DA ÁREA
2.1 Estruturas mais antigas
2.4 Falhas
3 INFORMAÇÃO SISMOTECTÔNICA
A tectônica moderna está ainda mal caracterizada na região, mas considera-se
que ela tem relação com o movimento da Placa Sul-Americana que se desloca
para W. As tensões intraplaca induzidas pelas bordas leste (de acreção em zona de
dorsal mesoceânica) e oeste (de consumo em zona de fossa) envolvem compres-
são principal horizontal geral segundo NW. Sendo o deslocamento rotacional, o
outro eixo horizontal é o da tensão principal menor, e o vertical é o intermediá-
rio, indicando regime transcorrente. É provável que as manifestações ou alívios
destas tensões sejam díspares em função das anisotropias presentes.
As ocorrências de sismos da região central da Goiás e sul de Tocantins fo-
ram sintetizadas e interpretadas por Hasul & Mioto (1988). A listagem inclui
mais de 30 eventos, com seus epicentros dispostos ao longo de uma faixa orien-
tada segundo NE-SW, estendendo-se por quase 700 km, entre Juçara (GO) e Na-
tividade (TO), conforme indicado na Fig. 8.
sH =T + 3sh – Pc – Po,
sH = 3sh – Pr.
sv = D x H,
onde D é a densidade da rocha (densidade seca no caso de Serra da Mesa, expressa em kg/cm3/m)
e H é a profundidade do trecho de ensaio, em metros.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
A UHE Xingo localiza-se no rio São Francisco, na divisa entre Sergipe e Ala-
goas (Fig. 1), junto à localidade de Canindé do São Francisco.
1
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
2
WALM Engenharia e Tecnologia Ambiental Ltda. Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecno-
lógicas do Estado de São Paulo.
3
LA Minicucci Geotecnia e Métodos Executivos Ltda.
286
Em face das instabilizações incidindo nos taludes escavados na área de de-
semboque dos túneis de desvio no início de 1988, foi realizada em março/abril
uma investigação dos padrões de descontinuidades presentes, visando contribuir
para subsidiar os trabalhos de escavação e fixação de blocos. Este trabalho apre-
senta os resultados alcançados.
2 METODOLOGIA
Para a realização do estudo, foram executados:
• uma inspeção das exposições para delineação dos procedimentos de le-
vantamento de campo;
• o levantamento de campo por setores, abordando os tipos de estruturas
de interesse;
• o tratamento dos dados coletados por setor;
• a análise dos modelos geométrico e cinemático; e
• previsão das instabilizações do maciço.
3 CONSTITUIÇÃO LITOLÓGICA
O maciço rochoso da UHE Xingo é constituído de metabasitos e gnaisses
dioríticos, que se mostram mais ou menos migmatizados. Eles derivaram de ga-
bros e dioritos, estes intrusivos naqueles, como atestam os agmatitos, schöllen,
xenólitos e schlieren. A deformação e o metamorfismo síncrono deram-se em
condições de fácies anfibolito. A migmatização é assinalada essencialmente por
faixas quartzo-feldspáticas, pegmatíticas e graníticas, e afetadas por parte da de-
formação das referida rochas.
No entorno do maciço, afora pequena porção da Bacia do Tucano, com-
parecem outros corpos granitoides, gnáissicos, máficos e ultramáficos, além de
4 TIPOLOGIA ESTRUTURAL
Os tipos de estruturas essenciais do maciço são a foliação, as lineações e as
falhas.
A foliação é representada por gnaissosidade, xistosidade e foliação miloníti-
ca, todas em geral paralelizadas. Mostra ondulações relacionadas com as lentes e
budins que compõem o maciço.
O maciço apresenta feições de amendoamento, lentes e budins mais ou me-
nos alongados, mais ou menos deformados e arranjados paralelamente. Estas
lentes e amêndoas preservam as porções menos deformadas das rochas e aí a
foliação chega a ser até difícil de vislumbrar. Elas são separadas ou envolvidas por
faixas de espessuras até métricas, onde a deformação foi maior; nelas, a foliação
é proeminente.
5 MODELO GEOMÉTRICO
A foliação e lineação de estiramento não foram enfatizadas na investigação
por não representarem feições importantes para a instabilização do maciço. Ape-
nas algumas medidas foram coletadas e se acham representadas no estereograma
da Fig. 4.
A foliação tem atitudes variando significativamente, de preferência em tor-
no de N-30-55/20-25 (direção N35-60W e baixo mergulho para NE). A dispersão
dos polos de foliação tende a delinear uma guirlanda, refletindo as ondulações
introduzidas pelo padrão amendoado. O eixo desta guirlanda praticamente coin-
cide com uma medida da lineação de estiramento, mostrando que as ondulações
refletem principalmente o maior alongamento das lentes.
Nos estereogramas das Figs. 5a-d estão representadas as falhas dos setores 1
a 4. Estes estereogramas são muito parecidos entre si no tocante às famílias pre-
dominantes e, por isto, os dados foram tratados em conjunto na Fig. 5e, de modo
a representar as falhas dos taludes da área de emboque dos túneis.
A qualificação destes eixos é normalmente feita pelo exame dos tipos de fa-
lha. No caso presente, pela presença dominante de falhas transcorrentes pode-se
inferir que o regime tectônico foi transcorrente, de modo que o eixo intermediá-
rios (Y//s2) é aquele próximo da vertical. Não havendo um padrão de predomi-
nância dos tipos destrais e sinistrais, a correspondência dos outros dois eixos fica
indeterminada. Esse binário representa a passagem da tectônica de cavalgamento
algo oblíquo para transcorrência.
As famílias de falhas da Fig. 8 têm interseções que se situam nas vizinhanças
dos eixos e1//s1, e2//s2 e e3//s3 (Fig. 13).
Estas relações:
1) revelam que o processo de falhamento efetivamente se deu por pulsos,
de tal modo que permitiram aos eixos cinemáticos cambiarem de po-
sição, sem mudanças de atitudes, em momentos diversos da evolução;
2) permitem entender que, como fruto de tectônica tão intrincada, te-
nham se desenvolvido falhas dos mais variados tipos;
3) levam a reconhecer os eixos e1, e2 e e3 como os três eixos de anisotropia
principais do maciço. Esses eixos correspondem a direções das arestas
de cunhas e prismas principais isolados pelas falhas (Fig. 13). Estas
cunhas e prismas tendem a ser decompostas em blocos menores, de
formas geométricas mais complicadas, em função do entrecruzamento
das famílias.
Figura 13. Plano de falhas correspondentes às concentrações máximas de polos da Fig. 8; planos
em azul claro 1 a 8; eixos de tensão em verde e arestas de interseção desses planos em vermelho. Os
diagramas de fundo são diagramas polares, com círculos concêntricos de mergulhos de 30, 60 e 90°
e linhas radiais de direções de 0=360, 135 e 225°.
Figura 14. Previsão de instabilizações: em (a) arestas de prismas em relação à parede P N05W/76NE
e frente F N80E/55NW do emboque; em (b) arestas de prismas em relação à parede P N30E/76NE
e frente F N70W/80SW do desemboque; em (c) arestas de prismas nos cortes dos acessos abertos
acima da área de desemboque na frente F N12W/55NW e parede P N84E/76NE. (d): arestas dos
prismas em relação às orientações dos túneis 1 NS, 2 N45W (traços em azul).
A Fig. 14d mostra as arestas dos cortes localizados acima da área de de-
semboque dos túneis, mostrando arestas subparalelas ou oblíqua à frente, mas
mergulhando com ângulos baixos a altos de sudoeste para nordeste nas paredes.
A Fig. 14e considera as paredes verticais NS e NW e teto horizontal dos
túneis a serem escavados. Vê-se que:
• em parte as arestas são paralelas ou subparalelas aos traçados das pare-
des, mas em parte inclinam-se para dentro de ambos túneis de um lado
e outro das paredes. Estas últimas mergulhos variam de baixos a altos,
mas são destacadamente de médios de sudoeste para nordeste e princi-
palmente alto de nordeste para sudoeste.
• os tetos têm blocos de formas diversas com arestas inclinadas de baixo a
alto mergulhos, com possibilidade de instabilizações na medida em que
tem falhas entre cruzadas de diversos mergulhos.
8 CONCLUSÕES
1) O maciço foi afetado por um evento tectônico que o deformou pri-
meiramente em condições de ductilidade e depois em regime rúptil.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
As barragem e eclusa de Porto Primavera, da Companhia Energética de São
Paulo (CESP), estão localizadas na divisa São Paulo-Mato Grosso do Sul, no rio
Paraná, a cerca de 30 km a montante da foz do rio Paranapanema (Fig. 1). A bar-
ragem é mista, de terra (aterro compactado com extensão de 10,4 km) e concreto
(tipo gravidade, com extensão de 1,1 km).
Sob as fundações de concreto foram identificados (Fig. 2):
• quatro espessos derrames de basalto (a, b, g, e d), da Formação Serra Geral;
• dezenas de microderrames de basaltos amigdaloidais/vesiculares e com-
pactos, com espessuras e continuidade lateral limitadas;
• os chamados basaltos leves, consistindo de basaltos fortemente alterados
para argilo-minerais; e
• arenitos da Formação Caiuá (Grupo Bauru).
1
WALM Engenharia e Tecnologia Ambiental Ltda. Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecno-
lógicas do Estado de São Paulo.
Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
2
3
Els – Consultoria em Geologia e Engenharia Ltda. Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecno-
lógicas do Estado de São Paulo.
299
Figura 1. Localização da barragem de Porto Primavera.
2.1 Derrame a
2.2 Microderrames
Esta guirlanda comporta dois eixos cinemáticos quase horizontais (Fig. 5c):
um é seguramente Z (encurtamento máximo), uma vez que as falhas do tipo inver-
so/reverso denunciam encurtamento horizontal. Esse eixo tem orientação N-300/
vertical e o outro é Y com atitude N-30/horizontal. O terceiro eixo, X, é vertical. Na
Fig. 5c estão indicados em azul os eixos dos derrames a e microderrames, mos-
trando que a orientação dos eixos não são muito diferentes, mas o regime é trans-
corrente nesses derrames, enquanto para os basaltos leves é compressivo.
Um aspecto importante é o hábito acicular de carbonatos presentes em fra-
turas suborizontais, com elongação disposta subverticalmente, o que é consisten-
te com a atitude subvertical do eixo X (direção de estiramento máximo).
O regime compressivo dos basaltos leves pode ser explicado pela expansão
vertical e encurtamento horizontal das massas de basaltos leves, ou seja, pelo
escoamento para cima, em condições atectônicas.
As falhas presentes nos basaltos e microderrames não seccionam os basaltos
leves, mostrando que estes se formaram e se movimentaram depois do evento de
falhamento daqueles. Diante das alternativas de interpretação dos basaltos leves
como de origem hidrotermal ou intempérica, estas observações condizem com
a última.
Figura 6. Estruturas dos arenitos da Formação Caiuá: fraturas (a), falhas (b), estrias de falhas (c)
e planos de movimento (d).
Figura 7. Eixos cinemáticos/de tensão deduzidos para os basaltos da Formação Serra Geral e are-
nitos da Formação Caiuá.
3 CONCLUSÕES
1) O derrame a, os microderrames e os arenitos presentes na área estu-
dada apresentam descontinuidades primárias (diaclases nos derrames,
juntas nos arenitos), que em parte foram transformadas em falhas por
um evento tectônico.
2) As falhas são de tipos variados (de rejeito direcional, sinistrais e des-
trais; normais e inversas, com deslocamentos segundo o mergulho
e oblíquos), como esperado em maciços fraturados submetidos a
tectonismo.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
A área estudada está na zona de influência da Usina Hidrelétrica de Mauá,
no trecho médio do rio Tibagi, entre os municípios de Telêmaco Borba e Orti-
gueira no centro-norte do estado do Paraná (Fig. 1).
Ali há uma soleira de diabásio do Grupo Serra Geral intrudido em rochas
sedimentares paleozoicas da Bacia do Paraná e estudos anteriores já haviam sido
realizados nas vizinhanças da área por Rostirolla et al. (2000), Figueira (2004) e
Strugale et al. (2003, 2007) (Fig. 1).
A presente investigação geológico-estrutural objetivou o entendimento das
estruturas ali presentes. Ela envolveu a interpretação de lineamentos em imagens
de satélite e fotografias aéreas em escala regional, análise estrutural em maciços,
e o processamento de dados para determinar as paleotensões e seus mecanismos
de deformação rúptil. Foi realizada em 2011.
Geólogo.
1
Instituto Lactec.
3
309
Figura 1. Arcabouço estrutural do Paraná com os principais lineamentos que afetam a bacia e
localização da área de estudo no mapa geológico regional e local no entorno da UHE Mauá. Fonte:
Zalán et al. (1990), Mineropar (2006) e modificado de VLB Engenharia (2007).
3 ESTRUTURAS
Os lineamentos podem apresentar prolongamentos superiores a 15 km de
extensão e frequentemente compartimentam as morfoestruturas locais. As estru-
Figura 2. Diagramas de frequência de fraturas, com as principais tendências locais dos sistemas
(juntas e falhas).
Foto 1. Zonas de falha NE si- Foto 2. Zonas de falha empi- Foto 3. Fraturas conjugadas R
nistrais, densas e empinadas a nadas destrais. caracterizando zona de falha de-
verticais, de escala variada, com cimétrica destral, com geração
geração de brechas e rupturas de brechas de espessura aproxi-
planas a curviplanares apresen- mada de 0,5 m.
tando cinemática destral.
Foto 1. Fraturas na soleira de diabásio de di- Foto 2. Cataclase com formação de brecha de
reção NS mostrando planos contínuos fechados falha em siltitos da Formação Serra Alta, mos-
ou cataclasados, planares a curviplanares contí- trando planos com as mesmas características
nuos. daquelas da Foto 1.
Foto 3. Indicadores cinemáticos utilizados para a análise cinemática: (a) arenitos finos da Forma-
ção Palermo com o critério R mostrando cinemática destral.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
A mina a céu aberto de carbonatito de Jacupiranga (Fig. 1) alcança a profun-
didade de -10 m e, tendo em vista o projeto de aprofundamento da cava da mina
para -260 m e sua ampliação lateral, foi realizado este estudo das descontinuida-
des ali presentes em meados de 1989, visando avaliar a possibilidade de adução
de água da barragem de rejeito e pequenos lagos próximos para a cava (Fig. 2) e
subsidiar o projeto no dimensionamento da estação de bombeamento de porte 5.
O estudo geoestrutural envolveu:
• a definição da sistemática de coleta de dados;
• o levantamento de dados; e
• o tratamento e elaboração do modelo geoestrutural.
2
Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. 2 WALM Engenharia
e Tecnologia Ambiental Ltda. Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
São Paulo.
3
G & Ma – Geologia e Meio Ambiente – Assessoria e Consultoria Ltda. Ex-Geólogo do Instituto
de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
Geofocus Geologia Projetos e Representação Ltda
4
320
Figura 1. Localização da Mina de Cajati, onde se lavra o carbonatito de Cajati.
Figura 2. Planta da área da mina a céu aberto, mostrando a cava, a barragem de rejeito, os lagos, o
relevo e as instalações industriais.
Figura 4. Falhas maiores observadas em parte da cava. Além dos traços, mergulhos e movimentos
relativos, S e D indicam os blocos que subiram e desceram em função dos deslocamentos das falhas
transcorrentes, normais e inversas.
Assim, pode-se definir a tectônica que afetou o maciço como aquela en-
volvendo a ação de um binário destral, de orientação em torno de EW, gerando
falhas transcorrentes destacadamente destrais e localmente de outros tipos (nor-
mais e inversas com componentes direcionais de rejeito). Parte das falhas cor-
responde a diaclases que foram ativadas, e parte corresponde a juntas induzidas
pelos falhamentos que foram ativadas.
A intrusão da chaminé de Cajati (Cretáceo Inferior) e a tectônica aqui refe-
rida inserem-se no contexto de um amplo processo tectônica que afetou a região
costeira do Brasil impondo-lhe intensa movimentação, morfogênese e embacia-
mento, e levando à abertura do Atlântico e à separação dos continentes América
do Sul/África até a configuração atual. A movimentação transcorrente deduzida
é compatível com a etapa final deste processo, isto é, com a deriva da América do
Sul para NW, geradora de binário destral com orientação geral em torno de E-W.
Pode-se, pois, considerar que o regime de tensão deduzido responde pela
tensão residual no maciço e que as descontinuidades mais sujeitas à distensão e à
compressão são, respectivamente, aquelas com direções N08W e N82E.
4 CONCLUSÕES
1) O carbonatito e o jacupiranguito encaixante estão segmentados por
uma rede de falhas e zonas de falha de extensões até decamétricas.
Apenas aquela de direção WNW na porção mediana de cava têm ex-
tensão maior, cruzando o carbonatito e terminando no jacupiranguito
em ambos os lados. A geometria delineada é tal que torna improvável
a existência de grandes descontinuidades ligando a cava aos vales e
barramentos situados a leste e oeste, capazes de atuar como condutoras
de água para dentro da escavação.
2) As porções do maciço delimitadas pelas falhas e zonas de falha maiores
mostram-se rompidas por uma rede de fraturas e falhas menores, que se
distribuem em famílias entrecruzadas, variáveis em número e atitudes.
3) As descontinuidades foram geradas durante o esfriamento da chami-
né carbonatítica, assim como em um evento tectônico posterior, e por
alívio de carga litostática mais recentemente. Esta multiplicidade de
origem, a par da não-uniformidade de formação, explica a existência
de um padrão complexo para a cava e a variação de setor para setor.
4) O tectonismo referido foi de tipo transcorrente destral, com binário
orientado segundo EW. No final do evento, a tensão máxima estava
orientada segundo N82E/horizontal; a tensão mínima segundo S08E/
suborizontal; e o eixo intermediário, segundo a subvertical. Este regime
de tensão responde por tensões residuais no maciço e permite indicar as
descontinuidades de direção próxima de NS como as menos favoráveis
para formação de condutos de água e as de direção em torno de EW
como as mais favoráveis. Em que pese a rede de falhas, zonas de falha e
juntas, as descontinuidades de direção em torno de EW são desenvolvi-
das na mina de modo a propiciar a formação de condutos de água.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
A Mina de Cana Brava, da S.A. Mineração de Amianto (SAMA) localiza-se
no Município de Minaçu (GO), no extremo norte do Estado de Goiás (Fig. 1).
Ela respondeu pelo amianto produzido no país, e a mineralização relaciona-se
com serpentinitos associados a rochas metabásicas e metaultrabásicas do Maciço
Cana Brava.
O maciço rochoso de Cana Brava e suas encaixantes foram afetadas por
complexa deformação que impôs intrincada geometria das estruturas. Estas es-
truturas incluem aquelas capazes de desestabilizar os taludes das cavas, e a inves-
tigação da estabilidade deste requer o conhecimento do modelo geoestrutural
pertinente.
Este trabalho apresenta o modelo que foi elaborado através de detalhada
análise e interpretação das estruturas presentes e suas implicações para os taludes
(Hasui & Magalhães 1985).
1
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
2
WALM Engenharia e Tecnologia Ambiental Ltda. Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecno-
lógicas do Estado de São Paulo.
3
AMF Projetos e Consultoria em Geotecnia. Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo.
332
Figura 1. Localização da Mina de Cana Brava.
Figura 5. Mapa da Mina de Cana Brava, com as cavas A e B, as bancadas de lavra e s instalações.
3 TIPOLOGIA ESTRUTURAL
As estruturas principais observadas na mina e de importância para a estabi-
lidade de taludes são a foliação, as zonas de cisalhamento dúctil e as falhas.
3.1 Foliação
A foliação é a feição mais antiga que se observa no maciço, sendo aqui re-
ferida por S1.
A foliação milonítica apresenta direções e mergulhos variáveis, configurando
ondulações suaves, em planta e em perfil. Tais ondulações relacionam-se com a dis-
posição em torno de lentes menos deformadas. Além de tais ondulações, aparecem
localmente dobras e outras ondulações de dimensões até decamétricas decorrentes
de perturbações do fluxo plástico, e arrastos ligados a zonas de cisalhamento.
O bandamento composicional e a xistosidade aparecem nas faixas marcadas
pela foliação milonítica e também nas lentes menos deformadas. As lentes têm di-
mensões variadas, em média com espessuras métricas e extensões até decamétri-
cas, pelo que a disposição das referidas feições planares são praticamente paralelas.
A orientação geral de S1 no maciço é submeridiana na borda leste do maciço
de Cana Brava mostrado na Fig. 4, acompanhando a disposição dos litotipos. Nas
cavas A e B as atitudes da foliação e os traços correspondentes apresentam varia-
ções de suas direções, como mostra a Fig. 6, com tendência geral de direção no qua-
drante NE e mergulho para o quadrante NW. Na escala de afloramento as inflexões
de S1 em forma de S são evidentes, mais acentuados na cava A do que na cava B.
AGRADECIMENTOS
APRESENTAÇÃO
1
Universidade Estadual Paulista UNESP/Campus de Rio Claro.
2
Universidade Estadual Paulista – Unesp/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
3
G & Ma – Geologia e Meio Ambiente - Assessoria e Consultoria Ltda. Ex-Geólogo do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
343
Este relatório consubstancia dados colhidos, enfatizando o padrão de fratura-
mento (juntas e falhas), com identificação das principais descontinuidades, o qua-
dro de tensões que as gerou, e as feições de interesse ao desenvolvimento do projeto.
1 GEOLOGIA REGIONAL
A região é constituída por rochas do embasamento pré-cambriano mais antigo,
do Grupo São João Del Rei proterozoico e sedimentos cenozoicos pré-atuais e atuais.
O embasamento é formado dominantemente por migmatitos e gnaisses.
Os migmatitos são predominantemente de estrutura estromática, com me-
lanossoma xistoso, anfibolítico ou rico em biotita, e leucossoma de composição
granodiorítica e granulação fina a média. Aparecem também feições nebulíticas
e corpos de granitoides leucocráticos, aplitos ou pegmatitos concordantes ou dis-
cordantes. Os gnaisses são variados, predominantemente granodioríticos (tron-
dhjemitos, segundo Ebert 1956), homogêneos, leucocráticos a mesocráticos, de
granulação média, com aspecto maciço e foliação incipiente, incorporando xenó-
litos máficos. Aparecem ainda corpos anfibolíticos concordantes com o banda-
mento e metabasitos de estrutura xistosa (anfibólio xistos, clorita xistos e biotita
xistos), interdigitados com faixas de rochas gnáissicas e granitoides, bem como
ocorrências isoladas de rochas metaultramáficas (xistos com anfibólio, clorita e
talco, serpentinitos, esteatitos e clorititos).
A feição estrutural mais marcante das rochas do embasamento é uma folia-
ção, principalmente representada nos gnaisses por um bandamento composicio-
nal e/ou orientação preferencial de micas, e nos xistos por uma xistosidade ou
clivagem de crenulação. A foliação tem direções entre N45E e N80E e mergulhos
baixos a altos para o quadrante SE, predominando em torno de 30º. Ela tem asso-
ciada uma lineação mineral EW. Raras dobras fechadas intrafoliais são vistas. Nos
migmatitos são reconhecidas também dobras do bandamento com transposição
local, que foram associadas a deformações superpostas (Noce 1987).
O Grupo São João Del Rei, unidade do centro-sul de Minas Gerais que foi
interpretado juntamente com o Grupo Andrelândia como representando o pa-
cote metavulcanossedimentar do que foi designado Faixa Orogênica Alto Rio
Grande, desenvolvida no Ciclo Brasiliano na borda sul do Cráton São Francisco.
O Grupo São João Del Rei foi primeiramente desmembrado em cinco uni-
dades litológicas por Ebert (1955) e depois reunidas em quatro unidades litoes-
tratigráficas (Ebert 1968). Essa divisão, contudo, não tem unanimidade até hoje,
havendo propostas diversas. Existe também discordância em relação à idade,
sendo considerada como do Neoproterozoico ou remontando ao Mesoprotero-
zoico, e até mesmo ao Paleoproterozoico; ou também como reunindo uma parte
mais antiga e uma mais nova. O mapa da Fig. 2 mostra a geologia da região.
Cabe lembrar que os grupos São João Del Rei e Andrelândia têm sido des-
critos como afetados por três fases de dobramento indicadas por geometrias e
relações de dobras, lineação e foliações (p.ex., Trouw et al. 1983, Noce 1987): D1,
com dobramento recumbente e falhas de empurrão, causando imbricamentos e
repetições de unidades, e gerando clivagem penetrativa S1 em fácies xisto-verde;
D2, com dobras de variadas escalas, de eixos EW, quase sempre paralelos à li-
neação mineral, fechadas a isoclinais e recumbentes, deformação de S1 e o do
Figura 3. Em A estereograma da foliação principal (a) e da lineação (b) da região de São João Del
Rei-Tiradentes (Domínio I de Noce 1987). Orientações preferenciais: N49E/14SE da foliação e
N64W/14SE da lineação.
Figura 4. Em B rifte cenozóico da região de São João Del Rei (Saadi 1990).
Na região de São João Del Rei foi identificado um sistema de riftes cenozoi-
cos na região de São João Del Rei (Saadi 1990, Saadi & Valadão 1990). Ele inclui
as bacias de Rio das Mortes, Prados e Baixo Carandaí e o Domo de São Sebastião
da Vitória (Fig. 4), com preenchimentos de conglomerados ou brechas, arenitos e
silto-argilitos. São observadas numerosas falhas de dimensões variadas, normais,
de empurrão e transcorrentes, afetando inclusive os sedimentos terciários.
A organização do sistema de falhas na formação das bacias e o seu controle de-
formacional posterior ao longo de falhas transcorrentes, acompanhado do desenvol-
vimento de feições transpressivas e transtensivas, deve-se a regime distensivo com s1
(direção de compressão) segundo NW/suborizontal, s3/suborizontal (direção de dis-
tensão) segundo NE/suborizontal, e s2 subvertical. O evento deformativo é associado
ao quadro neotectônico, sob regime transcorrente destral, formando novas falhas e
reativando antigos sistemas de falhas (Hasui 1990, Saadi 1990, Saadi et al. 1991).
2 GEOLOGIA DA MINA
Na mina de metacalcário da Santa Susana Mineração, foram realizados tra-
balhos de campo com levantamento de dados em estações escolhidas nas áreas
da cava (Fig. 5) e da Gruta da Casa de Pedra (Fig. 6). Os dados estruturais foram
2.1 Litologia
Figura 7. Estereograma das juntas. Orientações principais: N02W/85 E (1), N81E/50SE (2) e
N81E/82SE (3)
Quadro 1
Foto 2. Fraturas no Talude N da mina, subpara- Foto 3. Fratura aberta N86W/70SW, inclinada
lelas ao bandamento composicional N85E/56SE, para dentro da cava, de grande persistência, com
inclinadas para dentro da cava e abatimentos de abertura entre 1 e 20 cm e sinais de percolação de
grandes blocos. Persistência > 20 m, espaçamento água (paredes sujas e dissolução de rocha). Aflo-
médio de 2 m. Afloramento 7. ramento 12, visada para W.
• Fraturas EW
Apesar de não constituírem a família principal, as fraturas EW/subver-
ticais (orientação preferencial N81E/82SE), apresentam os sinais mais
marcantes de percolação, formados por fraturas abertas com drusas de
carbonatos, paredes oxidadas com formação de crosta carbonática, zonas
de aberturas centimétricas com dissolução dos blocos de rocha, e aspecto
Figura 9. Fraturas abertas em (a) projeção ciclográfica e diagrama de frequência; em (b) orienta-
ções preferenciais (N80E/80NW e N87W/70SW).
• Falhas
Parte das fraturas levantadas é marcada por superfícies de falhas, com
o desenvolvimento de planos estriados e, em alguns casos, com a inter-
rupção dos corpos rochosos. O deslocamento de corpos rochosos só foi
reconhecido nas rochas sedimentares da cobertura cenozoica, pois nas
rochas carbonáticas a homogeneidade litológica não permitiu este tipo
de reconhecimento, ficando restrito ao atrito entre os blocos indicado
pelos espelhos de falhas e estrias de atrito sobre os planos de fratura. Re-
gionalmente são reconhecidos grandes traços de falhas, porém nenhum
deles atinge os domínios da mina. A existência de desnivelamentos regio-
nais das coberturas cenozoicas ao longo das margens do Rio Elvas (dire-
ção WNW), a assimetria sistemática do padrão de relevo/drenagem e o
“barramento” do Rio Elvas ao longo de alinhamentos NNE, pode indicar
a presença de falhas maiores, mais próximas da área da mina, que preci-
sariam ser mais investigadas.
A Fig. 10 mostra os estereogramas das falhas menores (planos estriados)
observadas na área. Como no quadro do fraturamento, apresentam o
predomínio da direção NS/subvertical (N09E/85NW), seguida de falhas
NW (N60W/81SW) e NE (N51E/75SE). Falhas com direção próxima a
EW também aparecem com menor importância, tanto de médio mer-
gulho (N75E/52SW) quanto subverticais (N80E/83NW). Os principais
tipos e características são apresentados adiante.
O tratamento das falhas apresentado a seguir considera as falhas nor-
mais, inversas/reversas e transcorrentes, conforme seu reconhecimento
no campo por meio do plano de falha (espelho de falha) e estrias (in-
Figura 10. Falhas: estereogramas de polos (a) e de frequência (b). Orientações preferenciais em
(b): N09E/85NW, N60W/81SW, N51E/75SE, N75E/52SE e N80E/83NW.
• Falhas normais
As falhas normais mostram uma dispersão dos dados, com mergulhos
médios a altos para todos os quadrantes (Fig. 11). Apresentam uma
orientação mais importante em torno do máximo N70W/40NE, porém
a concentração é muito baixa e outros máximos se espalham pelo este-
reograma. As estrias de falhas concentram-se nas direções NNE e NW.
As direções são concorrentes entre si, e o reconhecimento de conjuntos
afetando os sedimentos cenozoicos permite uma interpretação em mais
de um pulso deformativo, conforme discutido adiante.
• Falhas transcorrentes
Foram observadas 36 falhas transcorrentes, com predomínio das sinis-
trais (Fig. 11). Estas têm orientação variada, com máximos reconhecidos
em N61W/81SW, N09E/87NW (semelhante ao fraturamento principal) e
N14W/86NE. As falhas destrais apresentam uma dispersão menor de da-
dos, com máximos em torno de N08E/87NW (também semelhante ao fra-
turamento principal), com concentrações menos importantes em torno de
N40E/84SE e N81E/88SE.
A coincidência entre máximos de mesma orientação (em torno de NS/
subvertical) para falhas transcorrentes destrais e sinistrais pode ter sido
• Falhas reversas
As falhas reversas apresentam direção NNE e mergulhos altos para NW
e SE (N25E/61NW – Fig. 11). Foram reconhecidas apenas cinco afetando
rochas sedimentares terciárias e, por isso, são elementos chave na investi-
gação do quadro tectônico vigente, apresentado adiante.
• Falhas jovens
O conjunto assim denominado reúne as falhas que afetam os sedimentos
cenozoicos, incluindo falhas reversas, normais e transcorrentes (Fig. 12).
As falhas reversas têm direção de NS a NNE e alto a médio ângulo de
mergulho. As falhas normais têm orientações variadas, porém as estrias
de movimento concentram-se entre NS e NE. As falhas transcorrentes
são oblíquas, com sinistrais predominando e direções entre NW a NNW,
enquanto a falha destral tem orientação ENE.
3 PALEOTENSÕES
O estudo da cinemática das falhas foi aplicado para os conjuntos reconhe-
cidos, separando falhas jovens e determinando o regime de tensão vigente, e das
Figura 13. Eixos de paleotensão das falhas jovens: à esquerda, falhas inversas/reversas e à direita,
falhas normais. As atitudes dos eixos são apresentadas por mergulho/rumo do mesmo. As setas
indica eixos de paleotensão horizontais por suas direções: σ1 (azul), σ2 (verde) e σ3 (vermelho). As
falhas estão indicadas por projeções ciclográficas com as estrias e o sentido de movimento.
Na região de São João del Rei, o registro responsável pela tectônica rúptil
ocorrida após o Pré-Cambriano remonta aos tempos cenozóicos. O Rifte Ceno-
zóico da Região de São João del Rei (Saadi 1990) é apresentado como resultante
de reativação de planos de foliação e descontinuidades do Cinturão de Cisalha-
mento Ouro Fino (do Sistema Paraíba do Sul), de direção NE, mediante esforços
distensivos NW. As falhas normais têm variações das direção, porém as estrias
indicam distensão próxima a NNW (Fig. 15). Os sedimentos que preencheram a
bacia são conglomerados, arenitos e lamitos, representando fluxos de detritos e
de lama. Este evento é responsável também pela formação dos pacotes sedimen-
tares que ocorrem nas proximidades da mina, e a reativação de fraturas e falhas
nesta época pode ter controlado o desenvolvimento das feições de carste ocor-
rentes na área, uma vez que se encontram parcialmente cobertas por este tipo de
sedimentos na região dos pontaletes e muros de mármores.
Ao evento deformacional são associadas as falhas transcorrentes destrais
com orientação próxima a NNE a NE(Fig 16), que reconstituem os eixos de
paleotensões em compressão NE e distensão NW. As falhas transcorrentes si-
nistrais (Fig. 17), orientadas NE a EW, apontam eixo compressivo em NE e
distensivo NW.
Figura 18. Estereogramas de falhas normais dos sedimentos cenozoicos mais jovens: à esquerda,
projeção ciclográfica, estrias e sentido de movimentos; à direita, eixos de paleotensão.
Figura 19. Estereogramas das falhas reversas dos sedimentos cenozoicos mais jovens: à esquerda,
projeção ciclográfica, estrias e sentido de movimentos; à direita, eixos de paleotensão.
4 FEIÇÕES DE DESTAQUE
A Fig. 22 mostra zonas destacadas em cores que merecem ser investigadas
com maior detalhe, em função das características a elas associadas, reconhecidas
na superfície do terreno.
1) A primeira delas localiza-se na parte leste da mina. Ali aflora o meta-
calcário em meio a relevo cárstico ao longo de uma faixa NS (muros e
pontaletes e Gruta da Casa de Pedra), provavelmente associado ao re-
levo da gruta, pois se encontra alinhado com ela. Além disso, apresenta
planos de dissolução que podem ser associados às direções NS e EW,
semelhantes àquelas reconhecidas na gruta. Existe a possibilidade de
ocorrência de cavernas abaixo desta zona.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo foi aplicar o método de análise cinemática por meio
do tratamento de dados estruturais para identificar os modelos potenciais de es-
corregamentos a que os taludes de pedreira estão sujeitos. As descontinuidades
da pedreira foram caracterizadas e os taludes mais e menos adequados para o
avanço da lavra foram identificados a partir de análise quantitativa. Na sequên-
cia, foi realizada análise de sensibilidade visando superar incertezas da etapa an-
terior e, assim, definir atitudes e ângulos de inclinação estáveis.
O trabalho foi desenvolvido em 2008 na cava principal da pedreira São Jor-
ge, localizada em Balsa Nova, região metropolitana de Curitiba, estado do Paraná
(Fig. 1A). A geometria da pedreira é conformada por três bancadas com taludes
de aproximadamente 80-90º de inclinação, 6 a 15 m de altura e bermas de aproxi-
madamente 6 a 8 m de comprimento (Fig. 1B e Foto 1, Quadro 1).
As rochas encontradas na pedreira São Jorge pertencem ao Complexo
Atuba (MINEROPAR 2006). São constituídas basicamente por gnaisses mi-
loníticos com foliação anstomosada que forma bandamento composicional
de direção NE bastante empinada de espessura variável, definido por bandas
1
Geóloga.
2
Engenheiro Geólogo.
3
Universidade Federal do Paraná.
367
melanocráticas cinzas e bandas quartzo-feldspáticas róseas. Superimposta a esta
deformação dúctil, há uma deformação rúptil que gera falhas transcorrentes e
transpressionais paralelas a subparalelas à antiga foliação (Foto 2, Quadro1).
Figura 1. (A) Localização da pedreira São Jorge e (B) vista aérea da Pedreira São Jorge com indi-
cação das posições das linhas de varredura (taludes) onde foram coletados os dados estruturais.
Quadro 1
Foto 1. Vista dos taludes identificados como 1 e 2. Foto 2. Vista do talude 3 da Pedreira São Jorge.
2 MÉTODOS
As técnicas de análise de deslizamentos podem ser divididas em três níveis
segundo sua complexidade (Stead et al. 2006): (1) Análise cinemática e de equi-
líbrio limite; (2) métodos numéricos aplicados a meios contínuos e descontínuos
e (3) modelos híbridos. Entre as principais vantagens da utilização da análise
Tabela 1. Atitudes dos taludes da atual cada principal da Pedreira São Jorge.
Talude Atitude
1 N-136/85
2 N-172/85
3 N-223/85
4 N-290/85
5 N-336/85
6 N-58/85
Figura 3. Estereogramas de contorno das famílias de falhas identificadas na pedreira São Jorge.
4 ANÁLISE CINEMÁTICA
Rupturas Planares – Para a análise de rupturas planares, cada uma das fa-
mílias foi analisada em função das seis direções de taludes existentes na pedreira
em estereogramas individuais. Ao final de todas as análises individuais, gerou-se
um IRP (índice de ruptura planar) para cada uma das direções de taludes a partir
de uma média simples, isto é, somaram-se as descontinuidades que foram consi-
deradas críticas e dividiu-se pelo total de descontinuidades identificadas em cada
um dos casos. O resultado é mostrado na Tabela 3, enquanto a Fig. 56 mostra o
estereograma, além de um exemplo do cálculo para determinação do IRP.
Tabela 3. Valores de índice de ruptura planar (IRP) para os taludes da pedreira São Jorge.
Total de Total de medidas Ocorrência de
Talude IRP
medidas críticas deslizamentos planares
1 36 0,088 Não
2 34 0,083 Não
3 88 0,216 Sim
408
4 36 0,088 Não
5 32 0,078 Não
6 23 0,056 Não
Figura 5. Resultado produzido pelo DIPS v. 7.0 (Rocscience) para a análise de ruptura planar para
o talude 3 e seu respectivo cálculo do IRP.
Tabela 4. Valores de índice de ruptura em cunha (IRC) obtidos na análise família versus
família para os taludes da pedreira São Jorge.
Total de
Interseções totais Ocorrência de
Talude interseções IRC
geradas deslizamento em cunha
críticas
1 16569 0,297 Sim
2 25490 0,457 Sim
3 30932 0,555 Sim
55751
4 24189 0,434 Sim
5 17634 0,316 Sim
6 13408 0,240 Sim
Figura 6. Resultado produzido pelo DIPS v. 7.0 (Rocscience) para a análise de ruptura em cunha
entre as famílias 5 e 6 para o talude 3 e respectivo cálculo do IRC para essa interação.
Figura 7. Resultado produzido pelo DIPS v7.0 (Rocscience) para a análise de tombamento de blo-
cos para o talude 3 e respectivo cálculo do IT.
5 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
O resultado da análise cinemática em taludes rochosos pode apresentar al-
gumas incertezas. Isso pode ocorrer devido a alguns fatores, como, por exem-
plo, a utilização de uma orientação média do talude que representará toda a sua
6 CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos pela análise cinemática foi possível determi-
nar que o talude 3, com direção N-223/85, possui o maior IRP (0,216), o maior
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
O Túnel T-07-17 da Ferrovia do Aço, conhecido por Tunelão, localiza-se no
Município de Bom Jardim (MG) e constitui a mais extensa abertura escavada ao
longo do seu traçado (8,6 km), para travessia da Serra da Mantiqueira (Fig. 1).
Em maio de 1.981, quando já se tinha escavado cerca de 60%, com aberturas
de sul para norte (emboque SP) e de norte para sul (emboque BH), diversas feições
estruturais haviam sido atravessadas, condicionando infiltrações de água, altera-
ções de rocha e instabilizações de teto e paredes, prejudicando muito os avanços e
acarretando apreciáveis atrasos no cronograma. Para subsidiar os trabalhos, foi rea-
lizada, naquela ocasião, uma investigação estrutural visando prever os trechos crí-
ticos nos restantes 40% que seriam escavados. Posteriormente, em maio de 1.982,
quando faltava apenas pequena porção para ser escavada, foi feita investigação
complementar visando previsão para o trecho restante, o mais crítico, e verificação
das previsões anteriores. Aqui são apresentados os resultados de tais investigações.
O estaqueamento referencial do eixo da ferrovia foi feito com espaçamento
regular de 20 m. O emboque sul (SP) situa-se na estaca 56.529+ 10,00 m e o norte
(BH), na estaca 56.961 +15,00 m. Em maio de 1.981, a frente SP encontrava-se
na estaca 56.682 e a BH, na 56.852, e já tinham sido escavadas 34% na frente SP e
1
Universidade Estadual Paulista, UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
2
Walm Engenharia e Tecnologia Ambiental. Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo.
381
26% na frente BH. Em maio de 1.982, a frente SP encontrava-se na estaca 56.732
e a BH, na 56.784, perfazendo 47% na frente SP e 41% na frente BH, faltando
apenas 12% para vazamento do túnel.
2 METODOLOGiA
O estudo, na primeira etapa, foi desenvolvido através de investigações e pro-
cedimentos correntes, a saber:
3 LITOLOGIA
A área é constituída essencialmente de micaxistos, quartzo-micaxistos e
quartzitos micáceos atribuídos ao Grupo Andrelândia, e gnaisses e migmatitos
de tipos variados atribuídos ao Complexo Barbacena. Tais conjuntos litológicos
se vinculam a um embasamento mais antigo e uma sequência metassedimentar
menos antiga.
Os xistos estão mais ou menos afetados por migmatização, marcada por
desenvolvimento de feldspatos e de veios quartzo-feldspáticos, de espessuras cen-
timétricas, concordantes e discordantes, configurando tipos variados de estrutu-
ras. Os xistos predominam na parte oeste, enquanto a leste tornam-se expressivos
os quartzitos. Os gnaisses e migmatitos estão presentes na porção sul.
4 TIPOLOGIA ESTRUTURAL
Em cortes das estradas e nos trechos escavados do túnel foram observados
diversos tipos de estruturas, dos quais apenas alguns receberam atenção, pela
importância na investigação.
Em todas as rochas, aparece bandamento composicional, xistosidade para-
lela e foliação milonítica paralelizados; tais estruturas, em conjunto, são aqui re-
feridas simplesmente por foliação. É notável o amendoamento geral e, por vezes,
lentes e budins mostram formas sigmoidais. Em porções restritas, observam-se
dobras intrafoliais, em parte com xistosidade plano-axial, e eixos variavelmente
orientados, bem como estruturas S-C.
5 MODELO GEOMÉTRICO
A estrutura onipresente na área é a foliação. Ela tem orientação regional em
torno de ENE, mas na área mostra-se afetada por dobramentos que impuseram
desvios sensíveis (Fig. 2).
Figura 3. Traçado do túnel, indicando estruturas dos trechos escavados até maio de 1981 a partir
dos emboques Belo Horizonte e São Paulo, e também da superfície no vale do Ribeirão Cachoei-
rinha.
6 MODELO CINEMÁTICO
O modelo cinemático permite entender as estruturas sob a ótica do seu de-
senvolvimento.
AGRADECIMENTOS
APRESENTAÇÃO
1 PROCEDIMENTOS
A realização do estudo envolveu os seguintes procedimentos:
1) análise de fotografias aéreas (escala aproximada 1:25.000) para extra-
ção dos lineamentos de drenagem e relevo, feições essas de desenvolvi-
mento controlado por descontinuidades, permitindo a caracterização
do padrão macroscópico da região;
2) observação no terreno de descontinuidades (juntas, zonas de fratura e
falhas), suas famílias e relações, e coleta de dados de orientação espa-
cial nos afloramentos;
2
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
392
3) processamento dos dados de descontinuidades para definição de orien-
tações preferenciais das famílias de descontinuidades, a partir do reco-
nhecimento do plano da falhas, das estrias e do sentido de movimento
para determinação de orientações dos eixos principais de tensão (pela
Técnica dos Diedros Retos) do regime tectônico gerador das falhas, com
utilização do software Win-Tensor (Delvaux 2015);
4) integração das informações, interpretação e indicação das feições im-
portantes.
Figura 1. Mapa geológico da região compreendida entre Pindobaçu e Carnaíba, com indicação
da localização dos garimpos de esmeralda e dos afloramentos visitados para a análise estrutural.
Figura 3. Mapa de drenagem e lineamentos estruturais obtido a partir da análise das fotografias
aéreas. Na porção inferior, rosetas indicando as direções principais por frequência e por compri-
mento dos lineamentos.
Quadro 1
Foto 1. Quartzito verde do Grupo Jacobina com destaque para o acamamento-relíquia e as estra-
tificações cruzadas.
Foto 2. Zona de fraturas com espaçamento centimétrico a métrico, reconhecidas no Trecho 2.
Notar grande persistência e abertura das fraturas principais.
Foto 3. Zona de fraturas com espaçamento centimétrico a métrico, reconhecidas no Trecho 2.
Notar fratura aberta.
Foto 4. Surgência de água em fratura reconhecida no Trecho 4 (afloramento 28).
4.3 Juntas
Figura 7. Juntas dos Trecho 3 em projeções ciclográficas. As zonas de fraturas são representadas
em vermelho.
Figura 8. Juntas dos Trecho 4 em projeções ciclográficas. As zonas de fraturas são representadas
em vermelho.
Foto 5. Zona de fraturamento intenso paralelo ao leito do rio, com espaçamento centimétrico.
Afloramento 43, Trecho 5.
Foto 6. Fraturas abertas paralelas ao acamamento-relíquia. Afloramento 44.
Foto 7. Fraturas abertas paralelas ao acamamento relíquia.
Foto 8. Zona de fraturas em rochas graníticas, com espaçamento centimétrico a decimétrico.
Foto 9. Superfície de falha em rocha granítica, com destaque para as estrias e os ressaltos, indicando
movimento transcorrente sinistral entre os blocos.
Figura 10. Juntas do Trecho 6 em projeção ciclográfica. As zonas de fraturas são representadas em
vermelho, as fraturas com surgência de água em azul, fraturas abertas em rosa.
Figura 11. Juntas do segmento compreendido no Trecho 7 e a porção noroeste da área, próxima
aos garimpos e ao vilarejo de Caraíba de Cima, representadas em projeção ciclográfica. As zonas de
fraturas são representadas em vermelho e as fraturas com surgência de água, em azul.
5 REGIMES DE TENSÃO
O quadro de paleotensões foi examinado a partir dos conjuntos de falhas
como acima separados, e para cada tipo de falha observado. Apesar do pequeno
número de falhas reconhecidas no campo, obtém-se indicações consistentes.
Em relação ao conjunto 1 foram reconhecidos (Fig. 14):
• Para falhas normais: a reconstrução dos eixos de paleotensão indica s1
subvertical (N-170/77), s2 em NNE/suborizontal (N-9/13) e s3 WNW/
suborizontal (N-278/04).
• Para falhas inversas: a reconstrução dos eixos de paleotensão indica as
posições de s1 NNE/suborizontal (N-204/05), s2 WNW/baixo mergulho
(N-113/09) e s3 WNW/subvertical (N-320/80).
• Para falhas transcorrentes sinistrais: a reconstrução dos eixos de paleo-
tensão indica as orientações de s1 NE/baixo mergulho (N-48/14), s2 SW/
subvertical (N-216/76) e s3 situam-se nos quadrantes NE e NW, respec-
tivamente, posições de s2 WNW/baixo mergulho (N-113/09) e s3 NW/
suborizontal (N-318/80).
6 CONCLUSÕES
Tendo em vista a construção da Barragem de Pindobaçu e o padrão de fra-
turamento da área, os estudos foram concentrados ao longo do Rio Itapecuru-
-Açu e as principais conclusões são:
1) A análise de fotos aéreas forneceu os traços dos principais lineamentos,
que correspondem às descontinuidades de maior expressão na área de
interesse. A Fig. 3 mostra essas descontinuidades, consubstanciando
um modelo geométrico marcado por um grande lineamentos NW ao
longo do Rio Itapicuru-Açu e três feixes ENE, com lineamentos NNE
e NS de menor expressão associados.
2) O maciço rochoso apresenta um alto grau de fraturamento, segmen-
tado por descontinuidades com persistência de metros a decâmetros,
em grande parte cortando os afloramentos em sua extensão. Essas
descontinuidades são representadas por juntas (superfícies de ruptura
paralelas/subparalelas, com espaçamento decimétrico a métrico, mais
freqüentemente em torno de 0,5 m, formando famílias entrecruzadas),
zonas de fratura (faixas com feixes de descontinuidades paralelas/sub-
paralelas muito próximas, com espaçamento centimétrico decimétri-
co) e falhas (planos com estrias)
3) Nos afloramentos são observadas famílias de descontinuidades entre-
cruzadas. Quatro principais famílias de descontinuidades foram reco-
nhecidas, com orientações preferenciais N75W/87NE, N42W/83SW,
N18E/87SE e N61E/vertical (próximas de WNW, NW, NNE e ENE,
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
O entendimento de aspectos hidrogeológicos de rochas cristalinas passa pela
caracterização da trama estrutural rúptil do local de interesse. O Complexo Atuba,
embasamento da Bacia Sedimentar de Curitiba, é um bom exemplo, pois possui
uma pervasiva rede de fraturas com conectividade entre si, reativadas ou geradas
por pulsos deformacionais relativamente recentes, superimposta à tectônica dúctil
mais antiga. A análise estrutural associada às variáveis hidrogeológicas básicas de
vazão e transmissividade qualifica, em parte, o controle estrutural da água subter-
rânea local. Esse exemplo, estudado em 2018-2019, é aqui apresentado.
2 ARCABOUÇO GEOLÓGICO
A geologia do sítio urbano de Curitiba é resultante dos processos de forma-
ção e deformação de rochas cristalinas do Complexo Atuba, constituído por ro-
chas metamórficas de médio a alto grau, de idade paleoproterozoica retrabalha-
da no Neoproterozoico. Há cerca de 20 Ma no Cenozoico (Oligoceno-Mioceno)
um evento deformacional abriu espaço para a deposição de sedimentos pouco
Geóloga.
2
415
consolidados e inconsolidados que configura a Bacia de Curitiba. O mapa geoló-
gico de Curitiba e arredores é mostrado na Fig. 1.
Figura 1. Mapa Geológico da região de Curitiba, ressaltando a região estudada. Salamuni et al.
(2004), modificado.
3 ANÁLISE ESTRUTURAL
O reconhecimento espacial das paleotensões responsáveis pela formação das
falhas no Complexo Atuba é determinante para o entendimento da tectônica rúptil.
Na região há grandes falhas que controlam o arcabouço estrutural rúptil
mostrado na Fig. 1. Salamuni et al. (2004) apresentaram mapas de paleotensões
locais, cujas soluções do campo de tensão foram baseadas em dados de cam-
po como slickensides, slickenlines e indicadores cinemáticos diversos. As falhas
encontradas permitiram análises geométricas para a determinação da trama de
fraturas (juntas e falhas), que, quando abertas, são favoráveis à circulação de água
subterrânea (Fotos 1 e 2, Quadro 1).
Aqui, a título de estudo de caso, é apresentado o detalhamento de uma par-
te do maciço, que se considera um bom análogo do que é o aquífero fraturado
de toda a área, mesmo havendo diferenças locais em outros pontos do aquífero.
Os dados estruturais foram obtidos em quatro pedreiras (Central, Inecol, Marin-
gá e Greca-Santa Felicidade), próximas entre si e localizadas nas regiões oeste e
noroeste do Complexo Atuba na Bacia de Curitiba. Foram confeccionados o dia-
grama de roseta, estereograma de densidade e os estereogramas de paleotensão
(Figs. 2A e 2B) com o objetivo de determinar as tendências estruturais da tec-
tônica rúptil sofrida pelo complexo. Desta forma é possível observar que as três
tendências principais de falhas direcionais são respectivamente, da maior para a
menor, as direções N20-40E, NS e N30W.
Foto 1. Falha em flor com intensa cataclase criando condutos propícios à rápida percolação de
água subterrânea.
Foto 2. Falhas conjugadas de uma estrutura em flor de escala menor.
Foto 3. Banda de cisalhamento rúptil com cominuição do gnaisse na forma de gouge de falha.
Na porção esquerda da foto há plano de falha subvertical por onde há parte da recarga da zona
cominuída.
Foto 4. Zona de falha normal aberta e rochas cataclásticas com planos de médio a alto ângulo de
mergulho, por onde há considerável transmissividade de água subterrânea.
Foto 5. Dique de diabásio fraturado por meio de cisalhamento rúptil. Há duas famílias de fraturas
aproximadamente perpendiculares entre si, uma com alto ângulo de mergulho e a outra com mé-
dio ângulo de mergulho, mostrando circulação efetiva de água.
Foto 6. Falha em flor aberta com percolação de água na zona de maior dano local.
As Figs. 3A e 3B, por sua vez, definem o campo de paleotensão por meio
do método dos diedros retos (Angelier & Mechler 1977), tendo sido utilizado
o software Geotec para a confecção da roseta e do diagrama de densididade e o
software WinTensor (Delvaux 2015) para a análise da paleotensão.
Figura 3. Estereogramas baseados no método dos diedros retos com os ajustes das tensões princi-
pais dos pulsos tectônicos no Cenozoico: (a) D2, bseado em 49 dados de falhas direcionais. e (b) D3
obtido de 58 dados de falhas direcionais.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
Dentro das atividades do Pró-Minério (Programa de Desenvolvimento
de Recursos Minerais do Estado de São Paulo/Secretaria da Ciência, Tecnolo-
gia e Desenvolvimento Econômico), foi realizado o levantamento geológico em
1:50.000 da Folha Guaxupé, acompanhado de amostragem de sedimentos de cor-
rente (Qualitest 1982). A análise química das amostras de sedimentos de corrente
e o tratamento estatístico dos resultados permitiu delinear numerosas anomalias
geoquímicas (IPT 1983), cuja interpretação conduziu à definição de alvos para
investigações de maior detalhe (IPT 1984).
A avaliação dos principais alvos levou à descoberta da ocorrência de oxi-
dados de cobre da região de São Mateus (IPT 1.986), que deu origem ao Projeto
Cobre São Mateus, cuja execução foi iniciada pelo IPT para o Pró-Minério (IPT
1987), quando se constatou também a presença de sulfetos de cobre. Esse Proje-
to envolveu uma etapa de investigações de detalhe, incluindo os levantamentos
geológico, geoquímico de solos e geofísico, bem como abertura de poços e trin-
cheiras, com o objetivo de avaliar em detalhe a anomalia/ocorrência (IPT 1987).
Este trabalho apresenta o modelo estrutural da área do Projeto Cobre São
Mateus delineado nesta etapa de investigação e levanta alguns aspectos funda-
mentais para a continuidade da prospecção. Foi realizado em 1992.
1
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
2
Ex-Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
425
2 CONSTITUIÇÃO LITOLÓGICA
A área do Projeto Cobre São Mateus está localizada a cerca de 18 km a nor-
deste de Caconde, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais (Fig. 1).
N
21°26´30´´S
A
300 m
46°32´30´´W
Fonte: IPT (1987)
s
teu
Ma
CENOZOICO
ão
Depósito aluvionar
.S
Rib
PRÉ-CAMBRIANO
Complexo Varginha
21°27´00´´S
Veio de quartzo
A´
Trincheira
Poço de pesquisa
3 ESTRUTURAS
A feição estrutural marcante nas rochas da área é a foliação. Ela é definida
pelo bandamento composicional, acamadamento, xistosidade e foliação miloní-
tica, em geral paralelizados.
O bandamento composicional é dado por variações mineralógicas, denun-
ciadas principalmente pela maior ou menor abundância de minerais máficos
(hornblenda, biotita) ao longo de faixas de espessuras centimétricas. O acama-
damento é definido pela distribuição dos litotipos em faixas, lentes e budins em
arranjos paralelos. A xistosidade é marcada pela orientação planar de minerais
ou agregados minerais de formas placoides ou achatadas.
A foliação milonítica é o arranjo planar de constituintes minerais decorren-
te do fluxo plástico ao longo de zonas de cisalhamento não-coaxial dúctil.
Na superfície da foliação observa-se a presença de lineação de estiramento,
não raramente tão acentuada a ponto de configurar tectonitos L. Ela é dada pelo
alongamento de agregados de subgrãos de feldspatos, quartzo e outros minerais,
resultantes de estiramento durante cisalhamento dúctil. Também se observa linea-
ção mineral, normalmente disposta em paralelismo com a lineação de estiramento.
Dobras de diversos tipos estão presentes: intrafoliais com um ou ambos os
flancos rompidos, desenhadas pela foliação, e dobras assimétricas íntegras (to-
das desenhadas pela foliação) apresentando ou não xistosidade plano-axial. Elas
são até decimétricas, de incidência esporádica. Em rochas xistosas observa-se a
presença de crenulações. Também aparecem ondulações suaves que a foliação
delineia ao se amoldar em torno de budins.
As feições rúpteis presentes são falhas e juntas, que não foram objetos de
investigação na oportunidade.
Todas estas feições estruturais estão presentes em âmbito regional e refle-
tem um evento tectônico de grande envergadura relacionado com a colisão e
acavalamento do bloco São Paulo sobre o Brasília, ao longo da sutura Alterosa,
MG
A SP
28 50 10 41 46°30´W
36 80 40 15
20 45
45 26 15 35
27 29 32
20 40 15 40 30
35 20 22 22
24 23 37
35 20 1032 26
40 35 40 25 18
32 31
32 25 20 32 20
40 12 28
24 75
24
35 28 18 30 46
22 20 33 35
16 8 18 42 25
25 28 30 17 35
11 24 40 40 35
46 28 30
35 32 33 15 18 17
30
20
21 26 35
27°30´S32 23 25
20
30 25 20 32 42 25
37 30 27 20 28 33 27 12
30 25 28 25 22 20
36 35
25 27 35 20 25 25
20 42 48 26 30
21
40 25 31 35 36 BARRÂNIA 40
CACONDE
17 27 35 40
25 35 34 37 32 26 14
35 40 10 10
27 27 35
30
43 30 10 20
20
SP MG
B 46°30´W
27°30´S
BARRÂNIA
CACONDE
Foliação N
Trend da foliação
2 km
Divisa de estados
Figura 3. Mapa estrutural da região. Atitudes da foliação (A) e mapa de linha de forma correspon-
dentes (B). Fonte: Hasui et al. (1988).
4 A MINERALIZAÇÃO DE COBRE
A mineralização de cobre é representada por bornita, calcopirita, calcosina,
covelita, malaquita e azurita que aparecem em três ocorrências. A hospedeira da
mineralização é a Unidade Gs, a qual representa o controle litológico. As anoma-
lias geoquímicas são bastante expressivas (Fig. 4).
AGRADECIMENTOS
APRESENTAÇÃO
1
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro. Ex-Geólogo do Instituto de Pes-
quisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.
2
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Campus de Rio Claro.
432
Para isso foram realizados:
1) interpretação e análise de fotografias aéreas e mapas planialtimétricos;
2) visita aos principais afloramentos de rochas ao longo da faixa de rochas
calcárias e adjacências, para observação e coleta de dados litológicos e
estruturais;
3) tratamento dos dados para obtenção de dados de orientação através de
estereogramas, elaboração de mapas e de perfis; e
4) integração das informações em um modelo estrutural.
Figura 2. Mapa de localização dos afloramentos visitados (pontos e números em vermelho) e dos
furos de sondagem considerados (triângulos e números em roxo), ao longo do vale do Arroio Mar-
meleiro. Os perfis 1 a 4 correspondem às seções estruturais apresentadas adiante. Coordenadas cf.
base planialtimétrica 1:50.000 da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército Brasileiro.
1 GEOLOGIA
A Fig. 3 mostra o mapa geológico regional, destacando o Complexo meta-
vulcanossedimentar Arroio Marmeleiro. Comparecem ainda na área pequenas
manchas de rochas paleozóicas não indicadas. Os quatro perfis indicados na
Fig. 2 são apresentados na Fig. 4.
2 ESTRUTURAS
2.1 Tipos principais presentes
Figura 5. Mapa de representação dos dados de foliação obtidos nos trabalhos de campo ao longo
do vale do Arroio Marmeleiro (A) e as formas estruturais (B).
Pelo arranjo da foliação principal, pelo traço principal dos litotipos, pela
presença e geometria das dobras do conjunto intermediário, todos de traço prin-
cipal de direção WNW, é de se admitir que a trama sinistral imposta ao longo de
cinturão transcorrente foi responsável pela estruturação geral das rochas presen-
tes na área, que começou em fácies anfibolito e prosseguiu com o arrefecimento
das condições metamórficas até a fácies xisto-verde.
O reconhecimento de zonas transcorrentes destrais, principalmente zonas
de falha, na parte oeste da área, colocando em contato rochas do Complexoa Ar-
roio Marmeleiro ou mesmo granitos com os sedimentos do Supergrupo Itararé,
aponta para reativação destas falhas, com direções próximas àquelas anterior-
mente desenvolvidas, porém com inversão de sentido de movimento. Este fator é
complicador para o estabelecimento da geometria dos corpos e para a definição
de padrões ou previsão de linhas de afloramento.
A lineação de estiramento mostra orientação preferencial N68W/15NW
(Fig. 8), condizente com movimentação em regime transcorrente.
3 OS CORPOS DE CALCÁRIO
Em termos litológicos, a feição de interesse no quadro macroscópico é o
conjunto de rochas da sequência superior do Complexo Arroio Marmeleiro, com
corpos de mármores calcíticos (calcários) intercalados dentro de moscovita-xis-
tos. Essa sequência aparece apenas na interface entre os metassedimentos e os
gnaisses Cambaí e sua distribuição é mostrada na Fig. 12. As lentes apresentam
orientação geral WNW, concordantes com o estiramento principal indicado pela
lineação de estiramento (N68W/15NW).
Figura 12. Áreas potencialmente favoráveis à ocorrência de calcários e recomendadas para pes-
quisa, com prioridades decrescentes de 1 para 4. Uma área adicional (5) ocorre entre as coordena-
das 6.567.000 N e 216.000-217.000 E, não estando indicada no mapa.
4 CONCLUSÕES
Levando-se em conta feições reconhecidas em fotografias aéreas, o empi-
lhamento tectonoestratigráfico ou indicações do modelo estrutural, foram levan-
tadas possibilidades de extensões ou ocorrências de calcários calcíticos a serem
investigadas (Fig. 12). Os corpos associam-se à sequência superior do Complexo
Arroio Marmeleiro, que tem mergulhos mais altos próximo ao limite norte e de-
crescente para sul. Essa associação pode ser tomada como orientativa para busca
de extensões laterais dos corpos de calcário para noroeste e para sudeste.
O modelo estrutural da faixa de calcários calcíticos é de lentes isoladas com
estruturação interna sigmoidal. Essa estruturação decorre essencialmente de pro-
cessos de cisalhamento transcorrente sinistral em condições dúcteis, complicada
por dobramentos e deslocamentos posteriores por falhas. Com isso, as espessuras
dos corpos variam muito, tanto em planta como em seção vertical. Dependendo
do grau de deformação, podem aparecer soluções de continuidade, com corpos
desconectados. Também podem existir corpos subsuperficiais, não-aflorantes.
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