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Master Engenharia

em Geotecnia

Disciplina:
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de
Mineração

2023
1
Apresentação

✓ CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
o Pilha de Disposição de Estéril na Mineração;
▪ Conceitos e Termos das Pilhas de Disposição de Estéril;
▪ Métodos Construtivo de Disposição de Estéril;
▪ Tipos de Arranjos Geométricos;
▪ Estudos de Etapas de Projeto de Pilha de Disposição de Estéril;
▪ Recomendações de Normas para PDE´s;
▪ Sequencia Construtiva, Orientações e Experiencias;
▪ Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais.
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

2 – Pilha de Disposição de Estéril na Mineração

Estéril

Sedimentos
Minério ROM Pilha de Disposição de Estéril

Efluente

Barragem / Dique de contenção de Sedimentos


Produtos

Efluente

Barragem de Rejeito
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

2 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril – PDE´s


Conceitos e Termos Técnicos da PDE´s

✓ Na mineração, o estéril é o material lavrado ou escavado na Mina, sem interesse


econômico para beneficiamento;

✓ São materiais provenientes do decapeamento da jazida, escavados e removidos de


forma a permitir o acesso aos corpos de minério;

✓ São representados por solos e rochas de naturezas diversas, com diferentes


granulometrias, densidades e resistências. Material muito heterogêneo;

✓ Os estéreis são transportados, na maioria das vezes, por caminhões, mas também
podem ser transportados via correia transportadora;

✓ A metodologia de disposição de estéril é denominada como “Empilhamento Horizontal


Ascendente” executada de baixo para cima e de jusante para montante, sendo
jusante a parte mais distante da cabeceira do vale;

✓ Os materiais são dispostos em camadas sob sucessivos alteamentos, podendo ser


dispostas em meia encosta ou em “bolo de noiva”;
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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril – PDE´s


Conceitos e Termos Técnicos da PDE´s
✓ NBR 13029 – Estéril de Mina é
todo e qualquer material não
CAVA aproveitável economicamente, cuja a
remoção se torna necessária para a
lavra do minério;

✓ NBR 13029 – Disposição de


Estéril é a formação de pilha de
estéril de forma planejada, projetada
e controlada.

✓ É uma operação sistemática e


Pilha de Disposição com grandes movimentações de
de Estéril - PDE volume;

✓ Praças de trabalho em diversas


frentes, entre descarregamento,
espalhamento e compactação;

✓ O Projeto de Pilha de Disposição


de Estéril possuem orientações
técnicas de construção e diretrizes
operacionais para melhorar as
condições de estabilidade,
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Fonte: IBRAM, 2016.
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Conceitos e Termos Técnicos da PDE´s

Filito Duro

Itabirito Anfibolítico Duro

✓ Exemplo do avanço da Lavra de Céu Aberto de uma Cava para entendimento da retirada do Estéril e
também o entendimento da Relação Estéril Minério – REM;
Tipos de Estéril: Relações de Estéril x Minério:
o Estéril de Formação Ferrífera: Itabiritos o Anos 1 e 2 – REM – 0,5:1
pobres (baixo teor de Fe) e contaminados
Anos 3 a 5 – REM: 1,5:1 o Anos 3 a 5 – REM: 1,5:1

o Estéril Franco: Filitos, Xistos, Intrusivas, o Anos 6 a 9 – REM 2:1


Metabásicas, etc o Anos 10 a 15 – REM 2,5 : 1 6
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Conceitos e Termos Técnicos da PDE´s

Importante o entendimento de alguns termos técnicos e nomenclatura usualmente utilizados


para projetos e operação de Pilhas de Disposição de Estéril,

✓ Banco: é o conjunto compreendido por um


talude e uma berma;
✓ Talude: Superfície inclinada entre bermas;
Figura Típica da geometria de Pilha de Estéril
✓ Crista: topo do talude; Pé: base do talude;
✓ Inclinação: ângulo formado pela face interna
do talude e o plano horizontal. Pode ser
indicada em graus ou em proporção 1V:1H;
✓ Ângulo geral ou global: é o ângulo formado
por um alinhamento que passa pelas cristas
de todos bancos e o plano horizontal;
✓ Ângulo de face do talude: é o ângulo
formado pela face do talude e o plano
horizontal; Ângulo
18,5° Geral

✓ Rampa: acesso inclinado entre dois bancos


sucessivos.
✓ Rampa de Acesso: conjunto de rampas
intercaladas por trechos planos ou não.
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1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Conceitos e Termos Técnicos da PDE´s
✓ Rebatimento: Suavizar a face do talude, ✓ Canaleta e Sarjeta: estrutura de drenagem
deixando a inclinação de face mais branda;. superficial indicada para pequena e médias
vazões. Instalada nos pés dos taludes das
✓ Berma: Bancada ou superfície horizontal
bermas e margens de estradas, com inclinações
que tem as funções, conduzir á água pluvial
elevadas;
para o canal periférico, permitir o acesso de
veículos e de equipamentos para ✓ Canal Periférico: estrutura de drenagem
monitoramento e manutenção; superficial indicada para grandes vazões. É tida
✓ Drenagem Superficial: sistema que capta como uma estrutura receptora, pois, recebe
e conduz, de maneira controlada e segura, vazões provenientes de outras estruturas de
as águas pluviais de uma Pilha de drenagem de menor porte.
Disposição de Estéril; Canaleta

Canal
Periférico

Figura: Retaludamento da face do talude em conformação,


conforme projeto geotécnico, (Nunes, 2014)
Figura: Drenagem Superficial – Exemplos de Canaleta e Cana Periférico.
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1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Método Construtivo - Método Antigo de Construção de Pilha de Estéril
✓ No passado, na década de 60, 70 e 80 na
Mineração do Brasil, as pilhas de estéril eram
depositadas em ponta de aterro, chamado de
“botafora”, locais para descartar estéril sem controle
e sem projeto.
✓ Este método ocasionaram vários acidentes por
rompimento de talude, em especial no período
chuvoso, devido aos taludes com elevadas alturas
e excesso de saturação no período chuvoso.
✓ O método construtivo por ponta de aterro consiste
no descarregamento de materiais na ponta da
plataforma de trabalho (crista), com taludes com
ângulo de repouso do materiais;
✓ Os ângulos de repouso variam de 33 a 36 graus
de face;
✓ Com o passar dos anos, a Mineração passou a
construir as Pilhas de Estéril por meio de projetos
geotécnicos, com a construção de componentes
Fonte: Avanço do banco de Pilha de Estéril pelo método de ponta de importantes, como dreno de fundo e drenagem
aterro (Oliveira Filho, 2010)
superficial, e ainda com método de construção em
camadas e com rebatimento. 9
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1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Método Construtivo - Disposição em Camadas
Método Construtivo em Camadas com disposição por caminhões.
O método construtivo das PDE´s mais utilizado, é o método em camadas com a utilização de caminhão
para o transporte e descarga de estéril, com o basculamento na plataforma aberta, formando pequenas
pilhas de forma cônica, para regularização da camada e posterior compactação.

Figuras: Método Construtivo


em Camadas, (Nunes, 2014)

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Método Construtivo - Disposição por Bancos
Método construtivo de Pilha por Bancos (Disposição por caminhões)
O método construtivo por bancos com a utilização de caminhão para transporte de estéril consiste em
descarregar (bascular) o material na ponta da plataforma de trabalho (“crista”) e o avanço do aterro no
ângulo de repouso;

10m
Disposição em Ponta de Aterro

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 11


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1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Método Construtivo - Disposição em Ponta de Aterro
Esta técnica de construção é praticada nas regiões áridas, com baixa precipitações e
alta evaporação.

Google Earth: Mina Chuquicamata – Pilha de Estéril em Ponta de Aterro 12


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril

Método Construtivo - Disposição por Correia Transportadora


A disposição por correia transportadora é uma forma em que o estéril é transportado até a
praça ou plataforma da Pilha de Disposição de Estéril. Na plataforma da PDE é utilizado
um equipamento específico conhecido como “spreader”. Esta técnica é conhecida em
regiões de áreas planas ou de grande praças de operação.

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril

Método Construtivo - Disposição por Correia Transportadora

O método de disposição por correia tem uma característica de formação de um depósito no


estado fofo e os aspectos geotécnicos e hidrotécnicos devem ser avaliados com muito
critério, em especial, a morfologia, precipitação, tipologia do materiais, para conceituar um
projeto sem falhas técnicas e operacionais.

Fonte: Visão do Spreader (Nunes, 2014).

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1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Método Construtivo - Orientações e Experiencias na Mineração

Setorização dos materiais de Estéril:


✓ Sempre que possível deve-se dar preferência na disposição de estéreis drenantes (tipo
itabirito) na face do talude;
✓ Os materiais saturados ou inconsistentes (estéril franco – filitos, xistos, intrusivas,
metabásicas, etc.) e resíduos sólidos, devem, obrigatoriamente, ser dispostos de maneira
confinada ao fundo da pilha;
✓ Não é permitida a disposição destes tipos de materiais a uma distância inferior a 50m da
frente do talude do banco em formação ou por meio de análise de estabilidade;
✓ Esta prática busca reduzir recalques a partir de quebras de arestas nos pontos de contato
entre pedras grandes. No caso de lançamento de materiais impróprios nas frentes dos
taludes (blocos e materiais inconsistentes) será obrigatória a sua retirada pela área
responsável pela disposição;
✓ Por que rebater os taludes em regiões com elevadas precipitações?
o Pela baixa eficácia da “compactação” próximo à superfície dos taludes;
o Provocar a “compactação” superficial no talude da pilha; - Melhorar a condição de
fixação da vegetação e facilitar o plantio;
o Dar mais estabilidade aos taludes individuais; - Possibilitar o tráfego de equipamentos
sobre os taludes (rampas mais suaves).
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1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril

Tipos de Arranjos Geométricos de Disposição de Estéril


Arranjo Geométrico – Meia Encosta

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril

Tipos de Arranjos Geométricos de Disposição de Estéril


Arranjo Geométrico – Bolo de Noiva

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1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril

Tipos de Arranjos Geométricos de Disposição de Estéril

Arranjo Geométrico em áreas planas e áridas

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Etapas de Estudos de Projeto de Pilha de Disposição de Estéril

Etapas de Processo de uma Pilha de Disposição de Estéril


SELEÇÃO DO PROJETOS INSTALAÇÃO OPERAÇÃO DESATIVAÇÃO
LOCAL

LEVANTAMENTO
DA NECESSIDADE

SELEÇÃO DO CONCEITUAL,
LOCAL E PROJETO BÁSICO E
GEOMÉTRICO EXECUTIVO

SELEÇÃO DO ESTUDOS OPERAÇÃO DESATIVAÇÃO OU


LOCAL E PROJETO AMBIENTAIS OBRAS DE
FORMAÇÃO DA FECHAMENTO DA
GEOMÉTRICO ENGENHARIA
LICENCIAMENTO PILHA PDE

GESTÃO DA OPERAÇÃO
(Monitoramento, Inspeções, Auditorias)

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 19


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Etapas de Projeto de uma Pilha de Disposição de Estéril

Projeto Projeto Projeto Projeto


Geométrico Conceitual Básico Executivo

•Mapa de uso e • Investigações


•Detalhamento do
geológico-geotécnicas Operação
ocupação do solo Projeto Básico
• Geração de •Seqüência construtiva • Dimensionamentos
Estéril da Mina •Projeto de das estruturas (dreno de fundo e dique)
PCA
Planejamento de instrumentação • Planilha preliminar de quantitativos
Médio Prazo •Arranjo típico (geometria e drenagem de pilha e dique)
Geração de •Mapeamento de superfície
EIA-RIMA
Estéril por Ano. •Drenagem interna, superficial e periférica
ou RCA
•Estudos hidrológicos e hidráulicos iniciais
•Programa de investigações geológico-geotécnicas e ensaiosa
Plano
• Geometrias finais e capacidade volumétrica das alternativas locacionais
Diretor
Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 20
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1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Estudo de Projeto da PDE – Drenagens Superficial e Interna

Recarga

23
Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 23
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Estudo de Projeto da PDE – Dimensionamento das Drenagens Superficial e Interna

Dimensionamento da chuva de projeto e da área da bacia de


Q Precipitação
contribuição do estudo

Q Infiltração Estimativa das permeabilidades dos materiais de estéril e o


arranjo geométrico da Pilha de Disposição de Estéril

Estimativa do estudo histórico das condições climáticas da


Q Evaporação região do estudo

Medida ou estimativa de vazão dos cursos de água da área do


Q Surgências Projeto

Medida ou estimativa de vazão dos cursos de água da área do


Q Escoado Projeto

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Estudo de Projeto da PDE – Dimensionamento da Drenagem Interna

A2: 0,45Km2
A1: 0,75Km2
DF2

DF1
DF3

D2
D1

A3: 0,6Km2 DF4


D3

A1 + A2 + A3: 1,8Km2
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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Estudo de Projeto da PDE – Recomendação NBR 13029 - Drenagem Interna

Calculo da Recarga Anual Média em Função da Precipitação Anual Média :

✓ Calculo da Vazão – Utilização do Método Racional – 𝑄 = 0,278 ∙ 𝐶 ∙ 𝑖 ∙ 𝐴

o Q é a descarga de projeto, em m³/s;


o i é a intensidade da chuva, em mm/h;
o A é a área de drenagem, em km²;
o C é o coeficiente de escoamento superficial (adimensional).

✓ Precipitação anual média de aproximadamente 1.400mm;

✓ Recarga correspondente a 40% da precipitação anual média (critério de projeto);

✓ Volume médio precipitado no ano m3/ano;

✓ Volume médio infiltrado no ano m3/ano;

✓ Medição/monitoramento das vazões da nascente do curso de água (caso exista);

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Estudo de Projeto da PDE – Recomendação NBR 13029 - Drenagem Interna
Os drenos de fundo de Pilha são dimensionados considerando fluxo turbulento:
✓ Cota mínima de 950m e cota máxima de 940m (trecho de menor declividade);
✓ Comprimento do dreno do trecho de menor declividade 400m;
✓ Gradiente hidráulico de 0,025 ou 2,5% (trecho de menor declividade);
✓ A porosidade adotada do material drenante 0,4.
✓ Cálculo da vazão considerando regime turbulento, o calculo da velocidade efetiva do escoamento
é aplicado pela metodologia proposta por Wilkins (1956) e equação de Wilkins (Li et al,1998).

Vv: Velocidade efetiva de fluxo turbulento (m/s)


W é uma constante igual a 5,25 m0,5/s
Rh é raio hidráulico médio (m) - definido como razão entre
o volume dos vazios e área superficial das partículas

✓ Cálculo da vazão considerando regime turbulento, o calculo da velocidade efetiva do escoamento


é aplicado pela metodologia proposta (Saliba et al, 2010):

VT: Velocidade média de fluxo turbulento (m/s)


KT: é a condutividade no fluxo turbulento (L/T);
n: é um expoente que tende a 0,5. 27
i: é o gradiente hidráulico (m/m).
Fonte: (Saliba et al, 2010)
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Estudo de Projeto da PDE – Dimensionamento da Drenagem Interna

✓ Nota: Se compararmos a equação Wilkins (1956) e a Lei de Darcy, o termo W Rh0,5 pode ser
entendido como uma “permeabilidade em regime turbulento” (kT).
Lei de Darcy (Q = k i A) – aplicada para o regime laminar, onde a vazão conduzida é diretamente
proporcional ao gradiente hidráulico.
A Tabela apresenta alguns valores do termo W Rh0,5 da equação Wilkins (1956) para alguns
diâmetros comumente empregados nos materiais drenantes.

Tabela: “Permeabilidades” em regime


turbulento estimadas pela Equação
Wilkins (1956).

Fonte: (Saliba et al, 2010)

Após obtido a velocidade média do fluxo turbulento, nas vazões estimadas para cada trecho de
dreno, com fator de segurança (FS) adotado e a porosidade do material drenante, pode-se
calcular as áreas necessárias dos drenos, a partir da seguinte formulação:
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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Estudo de Projeto da PDE – Dimensionamento da Drenagem Interna
Equação para dimensionamento da área do dreno: A = FS*Q/(Vv*n), onde temos:

▪ A = Área do dreno (m2); ▪ Vv = Velocidade efetiva do fluxo


▪ FS = Fator de Segurança (premissa Fs: 10); turbulento (m/s)
▪ Q = Vazão a ser escoada pelo dreno (m3/s); ▪ n = porosidade do material drenante.

Vv - Fluxo
A Contribuição V. Precipitado V. Infiltrado Vazão A necessária A Projetada do
Dreno turbulento b (m) B (m) h (m)
(km2) (m3/ano) (m3/ano) (m3/s) do Dreno (m2) Dreno (m2)
(m/s)

D1 0,75 1.050.840 420.336 0,01333 0,1123 2,96 1,50 4,50 1,0 3,0

D2 0,45 630.504 252.201 0,007997 0,1123 1,80 1,0 4,0 0,80 2,0

D3 1,80 2.522.016 1.008.807 0,03199 0,1123 7,12 2,5 7,0 1,50 7,13

Seção Típica dos Drenos de Fundo


Nota: Verificar a precipitação
mensal maior no ano para
avaliar se a área do Dreno de
1
h Fundo atende a NBR 13029,
1,5
com FS Mínimo de 2,5

b 29
B
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Recomendações de Norma – Recomendação NBR 13029 - Drenagem Interna

Fator de Segurança Mínimo recomendado pela ABNT NBR 13029/2017

Q Infiltração

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Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009)
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Recomendações de Norma – Dimensionamento da Drenagem Superficial
Critérios de Projeto para tempos de retornos mínimos recomendados pela ABNT NBR 13029/2017.

DRENAGEM SUPERFICIAL DAS PDE´s

➢ Tempo de Retorno de 100 anos para dispositivos de pequena vazão, como canaletas de berma e
descidas de água entre os taludes;
➢ Tempo de Retorno de 100 anos para os canais periféricos temporários de coleta e condução de águas
superficiais;
➢ Tempo de Retorno de 500 anos para os canais periféricos definitivos de coleta e condução de águas
superficiais.

DIQUES DE SEDIMENTOS OU “SUMPS”

➢ Critérios de Projeto estimados nos estudos de geração de sedimentos é de 400m3 a 600m3;

➢ Para os Diques de Sedimentos deve-se utilizar os critérios de projeto da ABNT NBR 13028 ou outra
norma ou diretrizes de boas práticas de engenharia.
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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Recomendações de Norma – Análises de Estabilidade
As análises de estabilidade devem ser realizadas nas seções críticas da Pilha de Disposição de
Estéril, com relação a altura, características da fundação, condições de percolação e os parâmetros
de resistência, obtidos no estudo de mapeamento geológico-geotécnico, ensaios de campo e
laboratório. Os fatores de segurança mínimo são recomendados pela ABNT NBR 13029/2017.

FATORES DE SEGURANA MÍNIMO – ABNT NBR 13029

➢ Ruptura do talude geral;

o Superfície freática normal: fator de segurança mínimo de 1,50;

o Superfície freática crítica: fator de segurança mínimo de 1,30.

➢ Ruptura do talude entre bermas;

o Face predominante de solo: fator de segurança mínimo de 1,50;

o Face predominante de rocha: fator de segurança mínimo de 1,30.

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Recomendações de Norma – Análises de Estabilidade e Orientações

INA
PZ

INA
PZ

PZ

INA
PZ

PONTOS DE ATENÇÃO

✓ MATERIAIS DA FUNDAÇÃO ( SOLO MOLE, SEDIMENTOS OU SOLO RESIDUAL);


✓ INCLINAÇÃO DOS LITOTIPOS – MORFOLOGIADA FUNDAÇÃO NA SEÇÃO DE ANÁLISE;
✓ ANÁLISE CRITERIOSA DA INSTRUMENTAÇÃO DO NÍVEL DE ÁGUA DA PILHA E DA FUNDAÇÃO.
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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Recomendações de Norma – Análises de Estabilidade e Orientações

INA
PZ

INA
PZ

PONTOS DE ATENÇÃO

✓ MATERIAIS DA FUNDAÇÃO ( SOLO MOLE, SEDIMENTOS OU SOLO RESIDUAL);


✓ INCLINAÇÃO DOS LITOTIPOS – MORFOLOGIADA FUNDAÇÃO NA SEÇÃO DE ANÁLISE;
✓ ANÁLISE CRITERIOSA DA INSTRUMENTAÇÃO DO NÍVEL DE ÁGUA DA PILHA E DA FUNDAÇÃO.
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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Limpeza de Fundação

➢ Solo Mole
➢ Solo Aluvionar
➢ Solo Residual ou Jovem
Nota: Para os solos residuais devem ser
avaliados com detalhe para verificação de
sua retirada ou adequação do estudo da
geometria da Pilha.
Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 45
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Dreno de Fundo

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Dreno de Fundo

Pontos de Atenção
o Não cobrir o material
argiloso sobre o dreno
de fundo;
o Material de proteção
do dreno de fundo mais
granular;
o Atender os critérios de
Filtro.

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009)


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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Drenagem Superficial

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 48


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Proteção Superficial

DETALHE DA PROTEÇÃO SUPERFICIAL

3% a 4%

Proteção Superficial
Hidrossemeadura e
Plantio de Mudas

Pilha de Estéril

3% a 4% ➢ Hidrossemeadura;
➢ Manta vegetal;
➢ Plantio de Mudas.

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Proteção Superficial

Proteção Vegetal

Laterita

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Proteção Superficial

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 51


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Construção Ascendente

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 52


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais– Construção Ascendente

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 53


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais– Construção Ascendente

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 54


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais– Construção Ponta de Aterro

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 55


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Desativadas e Exauridas

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 56


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Desativadas e Exauridas

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 57


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Desativadas e Exauridas

VEGETAÇÃO NATIVA
INCORPORANDO A
PILHA DESATIVADA

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 58


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Anomalias no Período Chuvoso

Erosão no contato
canal - Pilha

Água Canal parcialmente


empoçada Erosão Erosão obstruído

Erosão Delta de
sedimentos
Necessita de WC Químico
Trinca evidenciando revegetação
ruptura
Erosão Surgência de água
Água empoçada

Erosão no contato canal


– Pilha com um volume
significativo de
material carreado.

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 59


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais– Anomalias Período Chuvoso

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 60


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Estudo de Pilha de Disposição de Estéril


Aspectos Construtivos e Experiencias Operacionais – Anomalias no Período Chuvoso

Fonte: Andrea Dornas - UFOP, 2009) 61

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