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CONCEITOS E APLICAÇÕES
COMPILADO POR:
1. PERFILAGEM.............................................................................................................................................. 1
1.1. HISTÓRICO ............................................................................................................................................... 1
1.2. DEFINIÇÕES E CONCEITOS........................................................................................................................ 2
1.3. PROPRIEDADES FÍSICAS DAS ROCHAS ...................................................................................................... 3
1.4. AMBIENTE DE PERFILAGEM ..................................................................................................................... 6
1.5. EQUIPAMENTO DE PERFILAGEM ............................................................................................................... 7
2. PERFIS BÁSICOS........................................................................................................................................ 9
2.1. POTENCIAL ESPONTÂNEO - SP................................................................................................................. 9
2.2. RAIOS GAMA - GR................................................................................................................................. 11
3. PERFIS DE RESISTIVIDADE ................................................................................................................. 13
3.1. ELÉTRICO - CONVENCIONAL - ES .......................................................................................................... 13
3.2. INDUÇÃO................................................................................................................................................ 13
3.2.1. Indução - Elétrico - IES ................................................................................................................ 14
3.2.2. Indução Esférico Focalizado - ISF ............................................................................................... 14
3.2.3. Duplo Indução - DIT ..................................................................................................................... 15
3.2.4. Array Induction Imager Tool - AIT ............................................................................................... 15
3.3. PERFIS COM ELETRODOS FOCALIZADOS - LATERO-PERFIS .................................................................... 17
3.3.1. Dual Latero Log - DLL ................................................................................................................. 18
3.3.2. High-Resolution Azimuthal Laterolog Sonde - HALS ................................................................... 20
3.4. PERFIS DE MICRORESISTIVIDADE - MSFL ............................................................................................. 22
4. PERFIS DE POROSIDADE ...................................................................................................................... 25
4.1. PERFIS ACÚSTICOS ................................................................................................................................. 25
4.1.1. Sônico - BCS/BHC ........................................................................................................................ 25
4.1.2. Sônico Dipolar - DSI..................................................................................................................... 27
4.2. PERFIS RADIOATIVOS ............................................................................................................................. 30
4.2.1. Lithodensity Tool - LDT ................................................................................................................ 30
4.2.2. Compensated Neutron Logging - CNL .......................................................................................... 32
5. INTERPRETAÇÃO QUANTITATIVA DE PERFIS.............................................................................. 35
5.1. FÓRMULA DE ARCHIE ............................................................................................................................ 35
5.2. CÁLCULO RESISTIVIDADE DA ÁGUA DA FORMAÇÃO (RW) ..................................................................... 38
5.2.1. Salinidade da Água da Formação................................................................................................. 38
5.2.2. Método do Rwa Mínimo ................................................................................................................ 39
6. PERFIS SÍSMICOS .................................................................................................................................... 40
6.1. PERFIL SÍSMICO VERTICAL - VSP ........................................................................................................... 41
6.2. PERFIL DE REFERÊNCIA SÍSMICA - CHECK SHOT ...................................................................................... 45
7. PERFIS ESPECIAIS .................................................................................................................................. 47
7.1. ESPECTROMETRIA DE RAIOS GAMA ......................................................................................................... 47
7.2. PERFIL DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR - RMN...................................................................... 48
7.3. PERFIS DE MERGULHO E DE IMAGENS .................................................................................................... 50
7.3.1. Perfis de Mergulho - Dipmeter ..................................................................................................... 50
7.3.2. Perfis de Imagens.......................................................................................................................... 53
7.3.2.1. Perfis de Imagens Resistivas ................................................................................................................. 53
7.3.2.2. Perfis de Imagens Acústicas.................................................................................................................. 56
7.4. FERRAMENTAS DE AMOSTRAGEM LATERAL ........................................................................................... 59
7.5. FERRAMENTAS DE TESTE DE FORMAÇÃO A CABO ................................................................................... 60
7.5.1. Ferramentas Convencionais - RFT/SFT ....................................................................................... 60
7.5.2. Modular Formation Dynamics Tester - MDT ............................................................................... 62
7.6. PERFIS DE AVALIAÇÃO A POÇO REVESTIDO ........................................................................................... 65
7.6.1. Perfis de Decaimento de Nêutrons Termais - TDT/TMD.............................................................. 65
7.6.2. Perfis de Espectrografia de Raios Gama - RST/PSGT.................................................................. 66
7.7. PLATFORM EXPRESS ............................................................................................................................... 67
8. BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................... 68
1. PERFILAGEM
1.1. HISTÓRICO
Tabela 1 - Marcos históricos da evolução dos perfis e técnicas de perfilagem. (modificado de E.J.B.Silva &
O.R.Souza).
HISTÓRICO
PERÍODO ANOS PERFIS / EVOLUÇÃO
INICIAL 1930 / 1940 Resistividade (uma curva)
Potencial Espontâneo (SP)
Medidor de mergulho (Anisotrópico - SP)
INTERMEDIÁRIO 1940 / 1960 Fórmula de Archie (1941)
Primeiros perfis sônicos (1950)
Medidor de mergulho (Resistividade)
Perfis Radioativos
Resistividade focalizada
Perfis Eletromagnéticos (incipientes)
Fórmula de Willie
Plote de óleo móvel
DIGITAL 1960 / 1980 Digitalização (armazenamento, processamento e
teletransmissão)
Maior precisão dos parâmetros medidos
Maior confiabilidade nas leituras
Interpretação mais confiável (Plotes cruzados)
RECENTE 1980 / 1998 Sônico Amplitude (compressional e cisalhante)
Espectrometria com identificação de elementos
Teletransmissão com e sem cabo
Ressonância Magnética
Perfis de Imagem Acústica e Resistiva
2
Matriz - Para um intérprete de perfis é todo material sólido da rocha, incluindo
arcabouço (grãos), cimento e matriz propriamente dita (argila).
Poro - Todo espaço existente na rocha preenchido por fluido (água, óleo ou gás).
RESISTIVIDADE
RESISTIVIDADE X SALINIDADE
A quase totalidade dos ions presentes na água das formações são de Na+ e Cl-,
condutores de corrente elétrica. Quanto maior a salinidade, maior a condutividade elétrica e
menor a resistividade da rocha (Figura 1).
RESISTIVIDADE X TEMPERATURA
o
F = 1,8 x oC + 32
4
Figura 2 – Gráfico mostrando a relação entre resistividade e temperatura para várias
concentrações de NaCl.
RESISTIVIDADE X POROSIDADE
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1.4. AMBIENTE DE PERFILAGEM
Poço – área limitada ao diâmetro perfurado, onde atua a pressão hidrostática (PH) e
onde se forma o reboco que se desenvolve nas paredes das rochas porosas.
Zona Lavada – zona invadida pelo filtrado da lama. O diâmetro da zona lavada é
diretamente proporcional à permeabilidade e inversamente proporcional à porosidade. É
necessário considerar o tempo de exposição do reservatório ao fluido e a diferença entre as
pressões hidrostática e estática da rocha.
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Figura 4 – Ambiente de perfilagem, sendo Rm = resistividade da lama, Rmf = resistividade do filtrado
da lama, Rmc = resistividade do reboco, Rxo = resistividade da zona lavada, Sxo = saturação de água
da zona lavada, Sw = saturação de água, So = saturação de óleo, Rt = resistividade da zona virgem e
Rw = resistividade da água da formação.
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Figura 5 – Equipamentos de perfilagem utilizados atualmente nas operações terrestres.
8
2. PERFIS BÁSICOS
CARACTERÍSTICAS DO PERFIL
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Esta curva apresenta, frente a folhelhos e a litologias impermeáveis, um
comportamento retilíneo, denominado de linha-base dos folhelhos. Frente a litologias
permeáveis, o SP apresenta deflexões a partir desta linha-base. Ocorre deflexão para direita
(positiva), quando o filtrado da lama possui salinidade maior que a da formação e para
esquerda (negativa), quando a salinidade do filtrado for menor que a da água de formação.
APLICAÇÕES
10
2.2. RAIOS GAMA - GR
A ferramenta de raios gama mede a radioatividade natural das formações, com base no
decaimento dos átomos entre isótopos, acompanhada por emissão de partículas α, β e γ e
geração de calor.
O perfil GR é básico e indispensável em qualquer programa de perfilagem de poço
exploratório e explotatório. Em rochas sedimentares, a curva de raios gama reflete o conteúdo
argiloso da rocha, pois os elementos radioativos tendem a se concentrar em minerais argilosos
e por conseguinte, em folhelhos. As formações “limpas”, arenitos quartzosos por exemplo,
têm um nível radioativo baixo. Arenitos feldspáticos, no entanto, apresentam alto índice
radioativo.
Os raios gama podem ser entendidos como ondas eletromagnéticas de alta energia
(0,1 e 10 MeV) emitidas por elementos radioativos tais como 40K, 232U e 238Th, responsáveis
por quase toda radiação gama da Terra.
O equipamento consiste em um cintilômetro com um cristal capaz de emitir um fóton
ao ser atravessado pelo raio gama (Figura 7). O fóton é detectado por um fotomultiplicador,
produzindo um impulso elétrico que é registrado e transformado em uma curva. A escala
utilizada para dimensionar tal energia é linear e expressa em unidade API. Uma unidade API
é definida como 1/200 da diferença nas medições do perfil entre duas zonas de diferentes
intensidades de raios gama de um poço-teste na Universidade de Houston.
A curva de GR é sempre registrada no primeiro track, com escala linear que pode
variar desde 0-150 a 0-300 unidades API, conforme a área pesquisada.
Figura 7 – Princípio da ferramenta raios gama, onde a radioatividade natural passa por um cintilômetro
capaz de emitir fóton, que é detectado por um fotomultiplicador produzindo um impulso elétrico e
transformado em uma curva.
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APLICAÇÕES
• Identificação litológica;
• Correlação geológica;
• Correlação para intervenção e completação de um poço;
• Estimativa de argilosidade tanto qualitativamente quanto quantitativamente;
• Análise sedimentológica, inferências sobre ambientes deposicionais;
• Identificação de discordâncias geológicas.
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3. PERFIS DE RESISTIVIDADE
PRINCÍPIO
3.2. INDUÇÃO
Os perfis de indução apresentam uma grande vantagem em relação aos elétricos, pois
podem ser corridos em lamas não condutivas (base óleo). São mais indicados para formações
com baixas resistividades e não apresentam boa resolução em lamas muito condutivas (acima
de 100.000 ppm de NaCl).
PRINCÍPIO
Registra duas curvas de resistividade com raios de investigação de 16” (Normal Curta)
e 40” (Indução). O dispositivo que gera a curva Normal Curta possui princípio semelhante ao
da ferramenta ES.
O perfil é apresentado no track 2, com escala linear de 0 a 20 ohm.m e back-up de 20
a 200 ohm.m. No track 3 é apresentada a curva de condutividade.
Atualmente está ultrapassada e fora de utilização.
A ferramenta fornece duas curvas, ambas representadas no track 4 (2+3), com escala
logarítmica de 0,2 a 2000 ohm.m que apresentam as seguintes características:
• SFL (esférica focalizada) - obtida pela presença de correntes focalizadas que dão
uma forma aproximadamente esférica para as superfícies eqüipotenciais. Essa
curva tem um raio de investigação em torno de 16”, sendo indicada para a leitura
da resistividade da zona invadida, mas com efeitos do poço minimizados quando
comparada com a Normal Curta da ferramenta IES.
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• ILD (indução profunda) - obtida através de uma variação na disposição de
eletrodos e bobinas resultando numa leitura de resistividade com menor influência
da zona invadida.
Observações:
As curvas ILD e SFL, quando comparadas, podem fornecer informações quanto à
permeabilidade ou quanto à extensão da zona invadida. Por exemplo, uma separação entre as
duas curvas frente a um intervalo pode caracterizar uma zona com boa permeabilidade,
enquanto que a coincidência entre estas curvas pode indicar baixa permeabilidade.
Esta ferramenta é mais moderna e substituiu a ferramenta ISF. Apresenta duas curvas
de indução, uma média (ILM) e outra profunda (ILD), além da curva SFL do Indução
Esférico Focalizado (ISF).
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Figuras 9 – Configuração da ferramenta AIT e comparação das dimensões da ferramenta AIT
convencional com a AIT do Platform Express.
16
A grande inovação desta ferramenta provém do processamento que gera imagens do
reservatório em dimensões resistivas radiais e volumétricas. Estas imagens profundas de
resistividade são apresentadas em duas dimensões, mostrando o reboco e efeitos da invasão e,
quando submetidas a técnicas de interpretação, podem ser convertidas em imagens de
saturações.
PRINCÍPIO
A ferramenta emite uma corrente elétrica constante através de um eletrodo central Ao.
Simetricamente a este, existem eletrodos compensadores (A1 e A2) que enviam correntes
ajustáveis com o objetivo de focalizá-la perpendicularmente ao poço para dentro da formação.
A ferramenta registra a diferença de potencial entre um eletrodo monitor localizado na
ferramenta e outro na superfície. Esta diferença de potencial é proporcional à resistividade da
formação (Figura 10).
Foram desenvolvidos vários tipos de equipamentos com mesmo princípio, sempre com
objetivo de melhor focalizar as correntes na formação, buscando atingir a zona virgem. Entre
as ferramentas historicamente mais utilizadas estão o LL-3 e o LL-7.
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Figura 10 – Esquema da ferramenta evidenciando a focalização da corrente emitida.
18
APLICABILIDADE DAS FERRAMENTAS DE INDUÇÃO E DLL
19
3.3.2. HIGH-RESOLUTION AZIMUTHAL LATEROLOG SONDE - HALS
20
Figura 13– Características da ferramenta HALS da Schlumberger desenvolvida para o sistema
Platform Express.
21
3.4. PERFIS DE MICRORRESISTIVIDADE - MSFL
22
Figura 15 – Exemplo esquemático de um reservatório com água doce e óleo. Utilizando-se as duas
curvas de resistividade é possível diferenciar reservatórios com água doce e salgada.
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Tabela 2 – Resumo prático para ferramentas de resistividade.
FERRAMENTA PRINCÍPIO APRESENTAÇÃO APLICAÇÕES OBSERVAÇÕES
IES * Emite corrente de alta * Perfil apresentado no track 2,
(INDUÇAO ELÉTRICO) freqüência e intensidade em escala linear (0 a 20 ohm.m). * Ferramenta fora de uso.
constante, gerando campo Fornece duas curvas: Indução
magnético. (40”) / Normal Curta (16”).
ISF * Princípio idêntico ao IES, mas * Perfil apresentado no track 4,
(INDUÇÃO ESFÉRICO trabalha com correntes em escala logarítmica (0,2 a
FOCALIZADO) focalizadas, gerando superfícies 2000 ohm.m). Fornece duas * Determinação de Rt.
eqüipotenciais. curvas: Indução Profunda (40”) e * Identificação de hidrocarbonetos
Esférica Focalizada (SFL – 16”). e contatos entre fluidos.
* Cálculo de saturação.
DIT * Princípio semelhante ao ISF. * Perfil apresentado no track 4, * Salinidade máxima de 100.000
(DUPLO INDUÇÃO) em escala logarítmica (0,2 a ppm de NaCl para fluido de
2000 ohm.m). Fornece três perfuração.
curvas: Indução Média (ILM), * Mais indicado para baixos
Indução Profunda (ILD) e valores de Rt.
Esférica Focalizada (SFL).
AIT * Princípio semelhante ao ISF, * Perfil apresentado no track 4,
(ARRAY INDUTION porém com maior número em escala logarítmica (0,2 a
IMAGER TOOL eletrodos e arranjo diferente. 2000 ohm.m). Fornece cinco
curvas de indução com raios de
investigação de 10, 20, 30, 60 e
90”.
DLL * Funciona com dois eletrodos * Perfil apresentado no track 4, * Aplicações idênticas a dos * Indicada para zonas com alta
(DUAL LATEROLOG) compensadores, simétricos, em escala logarítmica (0,2 a perfis de indução acima, sendo resistividade.
emitindo correntes focalizadas 2000 ohm.m). Fornece duas que o DLL tem melhor resolução *Não funciona em lama de base
que penetram na formação curvas de investigação: profunda vertical. óleo.
perpendicularmente. (LLD) e rasa (LLS).
MSFL Ferramenta com dispositivo * Perfil apresentado no track 4, * Permite medir resistividade da * Fundamental na avaliação de
MICRORESISTIVIDADE esférico focalizado (SFL) em em escala logarítmica (0,2 a zona invadida (Rxo). zonas portadoras de
menor escala, com eletrodos 2000 ohm.m). *Delimita camadas permeáveis. hidrocarboneto associado à água
sobre um patim de borracha. doce.
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4. PERFIS DE POROSIDADE
PRINCÍPIO
A ferramenta emite uma onda sonora que viaja pela formação e é detectada pelos
receptores. O que se mede é o tempo decorrido entre a emissão da onda e a detecção do
primeiro sinal, que é denominado de tempo de trânsito ou ∆t.
As ferramentas BHC (BoreHole Compensated) / BCS (Borehole Compensated Sonic)
funcionam com dois transmissores e quatro receptores arranjados em pares, sendo dois
receptores para cada transmissor. Os transmissores são ativados alternadamente e as leituras
de ∆t são feitas em pares de receptores também alternados, sendo computada uma média das
leituras ponto a ponto, automaticamente, visando eliminar problemas como irregularidades do
poço e inclinação da ferramenta. O próprio software utilizado fornece o que se denomina de
tempo de trânsito integrado (TTI), ficando registrado no lado esquerdo do track 2 em
milisegundos, permitindo calcular a velocidade de propagação da onda na rocha, diretamente
do perfil, em qualquer profundidade.
O tempo de trânsito (∆t) é função da litologia e da porosidade, podendo-se obter
indiretamente a porosidade total da rocha por meio da fórmula de Willie (experimental).
φs = ∆t lido - ∆t ma
∆t f - ∆t ma
Onde:
φs = porosidade sônica;
∆t lido = tempo de trânsito lido no perfil;
∆t ma = tempo de trânsito da rocha matriz;
∆t f = tempo de trânsito no fluido, geralmente 189 µsec/ft
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O perfil sônico é muito afetado pela argilosidade, pois a presença de argila nos poros
da rocha aumenta o valor do ∆t, fazendo com que a porosidade calculada seja maior do que a
real.
Com a evolução eletrônica na década de 90, novas ferramenta acústicas foram
disponibilizadas, tais como as ferramentas LSS - sônico de espaçamento longo e SDT - sônico
digital .
A ferramenta sônico de espaçamento longo (LSS) possui 2 transmissores e 2
receptores, porém com maior espaçamento entre os mesmos. Enquanto que na BHC/BCS o
espaçamento transmissor/receptor é de 3 e 5 pés, na LSS o espaçamento é de 10 e 12 pés
(Figura 16). A grande vantagem desta ferramenta é fornecer ∆t a uma profundidade de
investigação maior, minimizando o problema de leitura de lama em poços com grandes
diâmetros ou cáliper excessivo.
Já a ferramenta sônico digital (SDT) é mais moderna, representando um
aperfeiçoamento da LSS através da utilização de um arranjo de 8 receptores, possibilitando a
leitura de ∆t com vários espaçamentos (3/5, 5/7, 8/10 e 10/12 pés). Este arranjo, somado à
possibilidade de operação em duas freqüências (alta e baixa), permite o registro da forma da
onda completa, ou seja, ondas compressionais, cisalhantes e stoneley, porém apenas em
formações com alta velocidades (∆t menor do que 100 µsec/ft).
Figura 16 – Comparação esquemática entre as ferramentas BHC e LSS mostrando as diferenças entre
arranjos de transmissores e receptores.
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EFEITOS QUE AFETAM AS LEITURAS DO TEMPO DE TRÂNSITO
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
A ferramenta do sônico dipolar, assim como a monopolar (SDT), foi concebida para
registrar o trem de ondas, sendo possível individualizar as ondas compressionais (P),
cisalhantes (S) e stoneley. A diferença em relação ao sônico monopolar é o registro da onda
cisalhante em formações com baixas velocidades (pouco consolidadas), mesmo quando estas
apresentam ∆t maior que o do fluido de perfuração.
PRINCÍPIO
A ferramenta DSI utiliza uma fonte de emissão de onda dipolar (Figura 17) que
funciona como um pistão, gerando um aumento de pressão em um lado da parede do poço e
um decréscimo do outro. Com este processo gera-se uma onda direcional/flexural, diferindo
do sônico monopolar que gera uma onda multidirecional. Essa onda flexural produz na
formação ondas compressionais, cisalhantes e stoneley que são registradas nos receptores
(Figura 18).
A emissão do sinal da ferramenta é feita por dois transmissores dipolares e um
monopolar, enquanto que a recepção se dá através de 8 estações compostas de 4 hidrofones
cada, espaçadas de 6 polegadas.
27
Figura 17 – Esquema de transmissores e receptores da ferramenta Dipolar.
APLICAÇÕES
28
Figura 18 – Esquema de uma fonte dipolar que emite ondas direcionais, gerando uma onda flexural
que caminha nas paredes do poço.
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4.2. PERFIS RADIOATIVOS
PRINCÍPIOS
A ferramenta emite raios gama através de uma fonte radiativa (60Co ou 137Cs) colocada
em um patim que é pressionado contra a parede do poço (Figura 19). A colisão destes raios
gama com os átomos da formação produz dois tipos de interação:
• Efeito Compton - ocorre quando um fóton incidente colide com um elétron, sendo
sua energia dividida entre a energia cinética do elétron e um fóton (raio gama)
“dissipado”. O Efeito Compton é proporcional à densidade eletrônica da formação,
gerando assim a curva de densidade (ρb) no perfil LDT;
• Efeito Fotoelétrico - ocorre quando o raio gama incidente apresenta baixo nível de
energia (devido ao Efeito Compton), sendo totalmente absorvido pelo átomo
durante a colisão, transmitindo sua energia para o átomo em forma de energia
cinética. Esta interação constitui a base do perfil litológico ou fator fotoelétrico
(Pe), pois este fenômeno depende do elemento que interage. O fator fotoelétrico
(Pe) é muito pouco afetado pelas variações da porosidade, porém é muito sensível
a qualquer mudança litológica.
φD = ρma - ρb
ρma - ρf
onde: φD = porosidade obtida a partir do perfil de densidade;
ρma = densidade de matriz,
ρb= densidade lida no perfil;
ρf = densidade do fluido que satura a rocha
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Figura 19 - Esquema da ferramenta LDT, ressaltando a proximidade com parede do poço.
FERRAMENTA E PERFIL
A ferramenta LDT é constituída por um patim que passa rente à parede do poço, onde
se localiza uma fonte radioativa e um conjunto de 2 detectores de raios gama (Figura 19). O
perfil normalmente é apresentado no track 4 com as curvas de ρb, Pe e Neutrão, no track 3
com a curva de correção do densidade (∆ρ) e no track 1 com as curvas de Raios Gama e
Cáliper.
31
APLICAÇÕES
PRINCÍPIOS
A ferramenta CNL consiste numa fonte radioativa que emite continuamente neutrons
de alta energia (4 Mev) que se chocam com núcleos de átomos da formação e vão perdendo
parte de sua energia a cada colisão. A quantidade de energia perdida será proporcional à
massa do núcleo com o qual se choca e será maior quando o choque ocorrer com átomo de
hidrogênio pois este possui massa atômica idêntica a do nêutron. A energia média perdida
nesta colisão é da ordem de 50% (Figura 20).
Figura 20 – Esquema mostra como a energia emitida pela fonte é dissipada na formação.
32
Desta forma, a velocidade da perda de energia é proporcional à quantidade de
hidrogênio da formação. À medida que perdem energia, os neutrons mudam de estágio,
passando por epitermal (100 a 0,025eV) e termal (abaixo de 0,025eV), quando então se
dispersam sem ordem, sem perder energia, até que sejam capturados por núcleos de átomos
tais como Cl, H, Si ou detectados pela ferramenta (Figura 21).
FERRAMENTA E PERFIL
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Quanto à apresentação em perfil, a curva de Neutrão é apresentada junto à curva do
LDT no track 4, à direita das curvas Raios Gama e Cáliper. A ferramenta CNL é calibrada
para rochas carbonáticas, fornecendo leituras de porosidades diretas, enquanto que, para
arenitos, deve-se adicionar 4% de porosidade à leitura do perfil.
APLICAÇÕES
• Avaliação de porosidade;
• Indicação de argilosidade;
• Detecção de gás;
• Identificação de litologias;
• Correlação;
• Aquisição também a poço revestido.
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5. INTERPRETAÇÃO QUANTITATIVA DE PERFIS
FATOR DE FORMAÇÃO
Ro α Rw
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Este fator de proporcionalidade é denominado de Fator de Formação (F), que é
expresso por:
F = Ro / Rw
onde:
Ro = Resistividade da rocha 100% saturada de água
Rw = Resistividade da água de formação
Ro α 1/φ
F = a / φm = 1 / φ2
Onde:
φ = porosidade;
a = coeficiente litológico que varia de 0,6 a 2 dependendo da rocha;
m = fator de cimentação ou tortuosidade. Varia de 1 a 3, de acordo com o tipo de
sedimento, geometria do poro, tipo de porosidade, sua distribuição e grau de compactação.
• Calcários (a = 1 e m = 2): F = 1 / φ2
36
RELAÇÃO SATURAÇÃO VERSUS RESISTIVIDADE
Considerando as equações:
F = Ro / Rw
F = a / φm
E igualando-as, temos:
Ro = a. Rw/ φm
Ou seja, para uma rocha 100% saturada de água, a resistividade da rocha (Ro) depende
de Rw, da porosidade e dos coeficientes litológico (a) e de cimentação (m).
Caso certa quantidade de água de uma rocha 100% saturada seja substituída por
hidrocarboneto, a resistividade da rocha aumentará e será chamada, então, Rt, que é a
resistividade total da rocha independente do fluido. Archie realizou esta experiência em
laboratório medindo Rt para vários valores de saturação de água e de óleo e chegou a seguinte
relação:
Rt = Ro/Swn
sendo “n” aproximadamente igual a 2.
Conforme a fórmula de Archie, visto que “a” é constante, são necessários três
parâmetros para o cálculo da saturação de água (Sw), quais sejam: resistividade total da
formação (Rt), porosidade (φ) e resistividade da água da formação (Rw). Rt e φ são lidos
diretamente nos perfis e Rw pode ser obtido através de vários métodos, sendo que os dois
mais utilizados são: salinidade da água da formação obtida por análise laboratorial e o
artifício da resistividade aparente da água (Rwa).
T = ∇T x Profundidade + T superfície
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Figura 23 – Resistividade de soluções de NaCl versus
temperatura (Gráfico Gen-9, Schlumberger, 1997).
Ro = a . Rw/φm onde Rw = Ro . φm / a
Rwa = Rt . φm / a
Como o ponto escolhido para o cálculo refere-se a uma zona saturada de água, Rt =
Ro, então Rwa = Rw.
Na prática calculam-se vários valores de Rwa e o menor deles, chamado Rwa mínimo,
é definido como Rw.
39
6. PERFIS SÍSMICOS
Figura 24 – Esquema de aquisição do check shot. Observar que a fonte está próxima ao poço com um
geofone de referência ao lado, que é responsável por medir o tempo e registrar o próprio sinal.
40
6.1. PERFIL SÍSMICO VERTICAL - VSP
O VSP é uma técnica que permite estudar a resposta sísmica da coluna geológica
acima e abaixo da posição do geofone no poço, o qual varia de profundidade em
espaçamentos regulares, pré-determinados, independente da seção litoestratigráfica
atravessada. Fornece traços sísmicos de alta qualidade nas proximidades do poço, com melhor
resolução e penetração que a sísmica de superfície, ajudando no seu reprocessamento,
calibração e interpretação.
Com a utilização do VSP, a propagação da onda sísmica pode ser estudada em cada
estação pesquisada, em função do tempo e da profundidade, propiciando acesso a informações
importantes sobre a origem de eventos primários e múltiplos e sobre a possível existência de
horizontes refletores abaixo do fundo do poço, além de possibilitar medidas da atenuação do
sinal sísmico.
PRINCÍPIO
FERRAMENTA
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Figura 25 – Esquema simplificado de aquisição do VSP, onde se ressalta a presença de três tipos de
ondas registrados em tempos distintos.
FUNCIONAMENTO E AQUISIÇÃO
São empregados vários tipos de fontes sísmicas para aquisição dos perfis sísmicos,
sendo três as principais características necessárias:
• potência - o poder de penetração das ondas sísmicas depende da quantidade de
energia liberada pela fonte. Quanto maior a potência, maior será a profundidade de
investigação;
• assinatura - a fonte deverá proporcionar uma assinatura de curta duração,
semelhante a um impulso (spike) e livre de distorções e ruídos;
• repetitividade - a forma do pulso sísmico não deve variar ao longo da perfilagem,
para não afetar a qualidade dos dados obtidos.
No Brasil, as fontes mais utilizadas são o canhão de ar (air gun) e dinamite. Em outras
partes do mundo, também é utilizado o caminhão vibrador (Figura 26).
42
Figura 26 – Formas mais comuns de arranjos para operações em terra e no mar com e sem offset.
Fonte: Sísmica de Poço – WEC Brasil, 1985.
A fonte sísmica mais versátil é o canhão de ar (air gun) que pode ser usado tanto no
mar quanto em terra, sendo que, neste caso, o canhão fica posicionado dentro de um poço
escavado previamente e completado com lama (Figura 27). Este canhão, alimentado por um
compressor de ar, é acionado de forma a gerar um pulso sísmico, na superfície, que será
registrado pelo geofone posicionado, em profundidade, dentro do poço. O sinal também será
captado por um geofone/hidrofone na superfície, posicionado próximo a fonte, registrando o
que se denomina de tempo de referência (tempo zero). Mede-se a partir daí o tempo entre o
sinal de referência e o geofone dentro do poço. Ambos os sinais são registrados em fita
magnética na unidade de perfilagem.
A fim de controlar a consistência dos tempos registrados e de eliminar possíveis ruídos
são efetuados diversos disparos de canhão com o geofone em uma mesma posição, em geral 5
ou 7.
43
Figura 27 – Utilização do air gun em terra e especificações para o poço de disparo.
Fonte: Sísmica de Poço – WEC Brasil, 1985.
PROCEDIMENTOS DE CAMPO
No campo, antes de iniciar uma operação de VSP, o geólogo fará a escolha dos níveis
para posicionar os geofones que devem ficar firmemente ancorados na parede do poço.
Durante a execução da operação, deve haver um monitoramento do desempenho da fonte a
fim de assegurar que os pulsos de saída sejam uniformes e que haja manutenção da qualidade
dos dados na relação sinal/ruído.
Os dados do perfil VSP podem ser processados na unidade da companhia
(Halliburton/Schlumberger) logo após a conclusão da perfilagem, permitindo decidir, de
44
forma rápida, a próxima programação a ser executada no poço. O VSP processado na locação
fornece dois dados fundamentais para se decidir a continuidade ou não da perfuração que são:
relação entre profundidade do poço e escala de tempo na seção sísmica e previsão de
horizontes refletores ainda não atingidos.
APLICAÇÕES
O Perfil de Referência Sísmica tem como objetivo medir o tempo que um pulso de
onda sonora, gerada na superfície, leva para chegar a um geofone colocado a uma
profundidade determinada, no poço. São amostrados pontos onde se tem interesses
sismoestratigráficos, tais como: topos das formações, marcos elétricos e sísmicos,
reservatórios-objetivos, mudanças litológicas, mudanças de características identificadas em
outros perfis.
O Perfil de Referência Sísmica geralmente é corrido em perfilagens finais de poços
exploratórios. Pode ser registrado em poços já revestidos.
A ferramenta e os procedimentos são os mesmos utilizados no Perfil Sísmico Vertical
(VSP), diferindo, essencialmente, no espaçamento dos pontos amostrados e registrando
apenas a primeira chegada de energia (first break).
APLICAÇÕES:
45
O Perfil de Referência Sísmica é muito útil para correção de velocidades intervalares
em seções sísmicas. As aplicações desta ferramenta limitam-se basicamente a:
• obtenção do tempo sônico dos horizontes litológicos, a fim de checar os tempos
utilizados na interpretação das seções sísmicas;
• calibração do perfil sônico e confecção do sismograma sintético.
46
7. PERFIS ESPECIAIS
PRINCÍPIOS
FERRAMENTA
APLICAÇÕES
47
7.2. PERFIL DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR - RMN
HISTÓRICO
PRINCÍPIOS
Magnetos localizados na ferramenta geram uma força magnética (170 Gauss) que
alinham os protons de hidrogênio presentes na formação (Figura 28). Entre estes magnetos
existe uma antena que emite pulsos de radiofreqüência que deslocam os protons 90o em
relação à direção imposta pelos magnetos. O movimento de precessão, retorno ao alinhamento
inicialmente produzido pelos magnetos, gera um sinal que é detectado pela antena ao longo de
pulsos de medição.
A constante de tempo da razão de decaimento de energia destes sinais é denominada
de tempo de relaxação transversal (T2) e é função da distribuição de poros na formação e não
da litologia. O processamento destes dados produz a saída primária desta ferramenta que é a
curva de distribuição do tempo de relaxação (T2), através da qual é possível chegar a vários
parâmetros de reservatório.
FERRAMENTAS
48
Figura 28 –Seção do patim da ferramenta (CMR) mostrando a antena e os dois magnetos permanentes
que forçam o alinhamento dos protons de hidrogênio na formação. Os plotes mostram que o tempo de
relaxação transversal (T2) é função do tamanho do poro.
APLICAÇÕES
• Porosidade efetiva;
• Porosidade e volume de fluido livre;
• Estimativas de permeabilidade através de fórmulas empíricas;
• Volume de hidrocarbonetos na zona invadida, a partir do cut-off de T2;
• Porosidade total independente da litologia (ferramentas CMR-200 e MRIL).
49
7.3. PERFIS DE MERGULHO E DE IMAGENS
CURVAS DE MICRORESISTIVIDADE
REGISTRADAS POR 4 ELETRODOS
POÇO PATIM 1 PATIM 2 PATIM 3 PATIM 4
TRAJETÓRIA
DOS
PATINS AO LONGO
DO POÇO
PONTOS DE
CORRELAÇÃO
QUE DEFINEM
O PLANO
PLANO
INCLINAD0
ATRAVESSANDO
O POÇO
50
Durante a perfilagem são geradas, de acordo com a ferramenta, 4, 6 ou 8 curvas de
microrresistividade, correspondentes a cada eletrodo, uma curva de azimute e uma de
mergulho do poço, duas ou três curvas de cáliper e uma da rotação da ferramenta registrada
em um patim de referência. A posição deste patim é referenciada em relação ao norte
magnético, o que permite posicionar espacialmente a ferramenta. Feições semelhantes
presentes nas curvas de microrresistividade são correlacionadas através de processamento
matemático, definindo planos atravessados pelo poço, via de regra correspondentes a
estruturas geológicas (Figura 29). O processamento também permite, utilizando as demais
curvas obtidas, posicionar no espaço os planos identificados, levando em consideração a
declinação magnética. Diferentes tipos de processamento, obtidos com a utilização de
parâmetros matemáticos específicos, são utilizados, dependendo do tipo da análise objetivada,
seja estrutural ou estratigráfica.
Na apresentação final do perfil, os planos são representados, em profundidade, com
um símbolo composto de um círculo, do qual parte uma pequena reta. A posição do círculo
indica o ângulo de mergulho em uma escala horizontal e o sentido da reta indica o azimute do
mergulho, estando o norte no sentido do topo do perfil. O direcionamento do poço também
pode ser representado desta forma (Figura 30).
INCLINAÇÃO
ÂNGULO DE MERGULHO (°) DO POÇO (°)
APLICAÇÕES
52
7.3.2. PERFIS DE IMAGENS
54
CAL 3
10 20
CAL 2
10 20
CAL 1
10 20 TRUE DIP HOLE
GR RESISTIVE IMAGE ANGLE & DIRECTION DRIFT
10 100 0 360 0° 10° 20° 30° 40° 50° 60°70°80°90° 0° 10°
9000
9100
9200
55
Orientation North
Figura 34 – Interpretação do perfil em
0 120 240 360
Resistive DINAMIC IMAGE Condutive workstation
Condutive Fracture Condutive Fracture
(Sinusoid) True Dip
Orientation North
0 Deg 90
Bed Boundary Bed Boundary
(Sinusoid) True Dip
Orientation North
0 Deg 90
Uncorformable Bed Boundary Uncorformable Bed Boundary
(Sinusoid) True Dip
Orientation North
0 Deg 90
Inter Cross Bed Inter Cross Bed
(Sinusoid) True Dip
Orientation North
0 Deg 90
APLICAÇÕES
56
Os perfis de imagens acústicas são uma alternativa às ferramentas de imagens
microrresistivas, especialmente em ambientes de lama à base óleo, onde estas ferramentas não
podem ser corridas. Fornecem imagens de toda a circunferência do poço, com um espectro de
cores-padrão de 256 tonalidades. O princípio da ferramenta consiste na emissão e recepção,
através de um transdutor giratório centralizado (Figura 35), de um pulso ultra-sônico refletido
na parede do poço. São registrados a amplitude e o tempo de trânsito deste pulso, que geram
dois distintos perfis de imagens (Figura 36).
Prof.
(M)
2290
2295
57
As ferramentas de perfis de imagens acústicas não possuem um sistema próprio de
navegação e devem ser corridas com uma ferramenta direcional para permitir a correta
orientação das imagens, do desvio e mergulho do poço. Elas fornecem, diferentemente das
ferramentas de Dipmeter convencionais e de imagens resistivas, uma imagem do calibre do
poço, ao invés de curvas de cáliper.
Os perfis de imagens acústicas, assim como os resistivos, também são passíveis de
processamentos automáticos para obtenção dos mergulhos estruturais. No entanto, os
resultados são menos confiáveis, em função da menor sensibilidade das leituras.
As imagens acústicas também pode ser interpretadas em estações de trabalho,
possibilitando a identificação e análise de fraturas, do acamamento sedimentar e da geometria
do poço.
Ferramentas de imagens acústicas também podem se corridas em poços revestidos
com os objetivos de investigação da qualidade da cimentação e estado do revestimento.
APLICAÇÕES
58
7.4. FERRAMENTAS DE AMOSTRAGEM LATERAL
59
7.5. FERRAMENTAS DE TESTE DE FORMAÇÃO A CABO
SEQÜÊNCIA OPERACIONAL
Assentamento
61
K = 3300 x q x µ em md e Ip = 15.5 x q em BPD/psi.ft
∆p ∆p
onde:
Ferramenta de teste a cabo planejada em módulos, pode ser montada com diferentes
configurações conforme os objetivos da operação. Os módulos disponíveis são os seguintes:
• Módulo do sistema elétrico: fornece eletricidade à ferramenta.
• Módulo do sistema hidráulico: fornece força hidráulica a toda ferramenta.
• Módulo single-probe: semelhante ao sistema disponível nas ferramentas
convencionais, equipado com packer e filter-probe, dispondo ainda de sensores de
temperatura e resistividade. Estes novos equipamentos permitem a análise e
reconhecimento do fluido durante o fluxo de amostragem. Opcionalmente este
módulo pode dispor de um sensor de pressão a quartzo.
• Módulo multi-probe: dispõem, além do probe padrão de amostragem, de mais dois
de observação, para registrar o comportamento das pressões durante o fluxo. Estes
são posicionados adequadamente para obtenção dos valores de permeabilidade
horizontal e vertical (Figura 40).
62
• Módulo de análise ótica de fluido (OFA): deve ser utilizado em casos onde o
sensor de resistividade não é capaz de discriminar o tipo de fluido, como no caso
da presença de gás, em poços de lama à base óleo e formações com água doce.
Utiliza técnicas de medida do índice de reflexão e de absorção ótica para
caracterizar o fluido amostrado (Figura 41).
MEDIDOR DE
ÍNDICE DE REFLEXÃO
(DETECÇÃO DE GÁS)
LINHA DE FLUXO
MEDIDOR DE
ABSORÇÃO ÓTICA
(IDENTIFICADOR DE LÍQUIDO)
63
Figura 43 – Composição do MDT para teste a cabo
com dual-packer.
64
7.6. PERFIS DE AVALIAÇÃO A POÇO REVESTIDO
São uma evolução das ferramentas de decaimento termal que, além do reconhecimento
dos fluidos presentes através do Sigma, são capazes de determinar a saturação de
hidrocarbonetos através da espectrometria dos raios gama que independe da salinidade da
água de formação. Geradores de neutrons mais potentes e estáveis do que aqueles utilizados
nas ferramentas anteriores, além de detectores de raios gama mais eficientes, melhoram a
precisão das medições.
As ferramentas analisam inicialmente o espectro de raios gama gerados pela rajada de
neutrons de alta energia que são dispersados inelasticamente pelos diferentes elementos do
reservatório. A saturação dos fluidos é obtida através da relação dos raios gama inelásticos do
carbono e do oxigênio. Indicações de litologia são obtidas pela análise dos raios gama
inelásticos de outros elementos presentes.
A medida de Sigma (Σ) é obtida durante a mesma corrida pois a ferramenta utiliza
adicionamente as medidas de decaimento de neutrons termais.
A existência de ferramentas finas, com diâmetro de 1 11/16”, possibilita a corrida por
dentro da coluna de produção de 2 3/8" (tubing), eliminando a necessidade de retirada do
tubing, minimizando as perdas de produção do poço.
APLICAÇÕES
66
7.7. PLATFORM EXPRESS
Figura 46- O sistema Platform Express oferece duas opções de ferramentas de resistividade.
67
8. BIBLIOGRAFIA
68