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PEDOLOGIA

Alexandre Ourique
Pedologia

A Pedologia é a ciência que estuda o


solo; ocupa-se de sua aparência interna
e externa, de sua origem, classificação
e cartografia. Já a Edafologia estuda o
solo tendo em vista suas relações com
a produção agrícola.

O solo é o resultado do processo de intemperismo (físico e


químico) sobre a rocha. Este processo decompõe a rocha.
O que é
SOLO?

Sua profundidade e grau de desenvolvimento de


seus horizontes variam de acordo com o tempo a força
do intemperismo ao qual esteve sujeito.
Os solos, portanto, originam-se da
desintegração e decomposição das Há duas variáveis importantes a se considerar na
rochas. Este intemperismo físico e gênese dos solos:
químico das rochas fornece o  Endodinâmicos: a rocha original (rocha-mãe), que
material que formará os solos, ou pode influenciar na resistência da rocha ao
seja, material mineral não intemperismo.
consolidado, sedimentos. Os
 Exodinâmicos: o clima, o relevo e os organismos,
organismos vivos são fundamentais
nesse processo. que atuam, sobretudo, impulsionando o
intemperismo.
Formação do Solo
a) Material de origem: sedimentos provenientes do
desgaste de rochas preexistentes ou de solos já formados b) Relevo: a topografia condiciona a formação de solos,
especialmente sua profundidade. Por exemplo, em áreas
de encosta, por conta do escoamento superficial, o solo
será mais raso.

A profundidade dos solos (em vermelho) em relação com a


inclinação das vertentes (relevo).
Formação do Solo
c) Clima: Climas quentes e úmidos, (intemperismo químico)
dão origem a solos profundos e argilosos. Climas áridos, ou
seja, secos (intemperismo físico) tendem a formar solos rasos, d) Organismos: matéria orgânica decomposta –
pedregosos ou arenosos. húmus -, produzida pela ação de bactérias,
fungos, insetos, vermes, pequenos mamíferos e
raízes de plantas.
Formação do Solo
e) Tempo cronológico: a formação e o
desenvolvimento dos solos, bem como de seus
horizontes, demandam tempo, podendo ser dezenas,
centenas ou até mesmo milhares de anos. Quanto mais
velho é o solo, maior é a tendência de ser mais
aprofundado. Já a perda de solo, sobretudo em
decorrência da ação humana, pode acontecer em
poucos anos.
Exercitando em aula.
Exercícios: Página 40
Exercícios:
Exercícios de fixação:
Exercícios de fixação:
Exercícios de fixação:
Exercícios de fixação:
Exercícios de fixação:
Exercícios de fixação:
Exercícios de fixação:
Exercícios de fixação:
Classificação dos Solos
Quanto à origem
Quanto à origem, os solos classificam-se em:
1. Residuais
1.1. Eluviais – Provenientes da desagregação e decomposição
das rochas existentes no próprio local de formação.
2. Transportados
2.1. Aluviais – Formados em virtude do acúmulo de
material transportado pela ação da água e do vento.
2.2. Coluviais - relacionados à formação de camada de
detritos que se forma no sopé de elevações, por conta da ação
das enxurradas e/ou pelo próprio desabamento de partículas
desagregadas e precipitadas das rochas.
3. Orgânicos: são solos que contêm uma camada superficial
rica em matéria orgânica. Um bom exemplo são os ambientes
quentes e úmidos de florestas pluviais. Por conta de suas
características, esses ambientes facilitam a proliferação de
micro-organismos que agem intensamente sobre o solo. Esse
tipo de solo apresenta forte presença de húmus.
Classificação quanto à
influência externa
Classificação quanto à
influência externa
Intrazonais: são solos bastante influenciados pelo
local e pelos fatores externos. Dividem-se em solos
salinos e solos hidromórficos
• Solos Salinos: também chamados de
halomórficos, caracterizam-se pelo alto índice de
sais solúveis, próprios de regiões áridas e
próximas ao mar. Possui uma baixa fertilidade;
• Solos hidromórficos: por serem localizados
próximos a rios e lagos, apresentam grande
umidade. Sua fertilidade depende do índice de
umidade, quanto mais úmidos, menos férteis.
Classificação quanto à
influência externa
Azonais: solos pouco desenvolvidos e muito rasos.
Dividem-se em solos aluviais e litossolos.
• Solos aluviais: presentes em áreas de
formação recente em planícies úmidas ou pela
ação dos ventos. Quando os seus sedimentos
são transportados, podem formar um solo de
coloração amarela, denominado loess
(formado pela ação dos ventos).
• Litossolos: presentes em locais com declives
acentuados, costumam estar posicionados
diretamente sobre a rocha formadora. São
pouco inférteis.
Os principais
solos do Brasil
Solos do Brasil.
O território brasileiro é formado por quatro tipos
principais de solos distintos, são eles:
• Terra Roxa: também conhecido como • Massapé: é encontrado no litoral da Região
Nitossolo Vermelho é um tipo de solo Nordeste do Brasil, sendo constituído da
bastante fértil e que possui uma tonalidade decomposição de calcários e gnaisses escuros.
avermelhada. Sua origem vem da Associado a produção de cana-de-açúcar.
decomposição de rochas provenientes de • Salmorão: formado a partir da decomposição de
atividades vulcânicas, como o basalto. rochas gnaisses e graníticas, esse tipo de solo
Encontra-se nos estados de Minas Gerais, pode ser encontrado nas regiões Centro-oeste.
São Paulo, Mato Grosso e Goiás. É associado Sofre bastante com a laterização, e precisa ser
historicamente a produção de café. corrigido (calagem) para ser usado na prática
agrícola.
DEGRADAÇÃO DO SOLO.

É o processo pelo qual o solo vai se esgotando


(perdendo nutrientes). Esta degradação do solo
pode ser causada por fatores naturais ou por ações
humanas inadequadas.

Principais causas:

Lixiviação:
é uma espécie de lavagem dos nutrientes do solo.
Pode ser provocada pelo desmatamento, chuvas
intensas ou uma conjugação destes dois fatores. Este
processo deixa as camadas superficiais do solo com
baixa quantidade de nutrientes.
Esgotamento dos solos: ocorre, principalmente, por práticas
agrícolas incorretas. O uso excessivo do solo, sem o
tratamento adequado e para apenas um tipo de cultura
(esgotamento), pode provocar sua infertilidade.

Erosão: o desmatamento em áreas de encostas (morros,


montanhas, etc.) pode gerar o deslizamento de terras e
também a retirada das camadas férteis (nutrientes) do solo.

Laterização: processo que provoca a formação de uma camada


dura de hidróxido de ferro ou alumínio na superfície do solo. É
causada, principalmente, pela decomposição de rochas. O
desmatamento pode acelerar este processo, que inviabiliza a
prática da agricultura.
Voçorocas: ocorre geralmente em regiões
com presença de fortes chuvas. O solo,
sem a proteção vegetal, vai sofrendo a
formação de grandes e extensos sulcos
(fendas), provocados pelas chuvas
intensas.
Na pecuária.

• substituição da cobertura vegetal pelas


pastagens.
• a compactação do solo: gerada pelo
deslocamento dos rebanhos. o solo
compactado dificulta a infiltração da água
e aumenta o escoamento superficial,
podendo gerar erosões. esses animais,
através da liberação de gás metano,
também contribuem para a intensificação
do aquecimento global.
Salinização: ocorre em áreas muito quentes e
secas, pois a intensa evaporação da água vai
deixando sobre a camada superficial do solo
uma dura camada de sais. 
Atinge aproximadamente 15% da superfície terrestre,

Mais de 110 países, ou seja, afeta a vida de mais de 250 milhões de


pessoas,
• Nordeste do Brasil,
• Norte africano(em torno do Saara – SAHEL)
• Sul da África (em torno do Kalahari e Namíbia), Desertificação 
• Oriente Médio,
• Ásia Central, é o fenômeno que corresponde ao empobrecimento e
• Noroeste da China (deserto de Gobi), diminuição da umidade em solos arenosos áreas de
• Austrália clima árido, semiárido e subúmido, em que o índice
• Sudoeste dos Estados Unidos. de chuvas costuma ser baixo, ou seja, onde a
evaporação é superior à precipitação

Consequências:
-Intensificação do processo erosivo;
-Redução da disponibilidade de recursos hídricos;
-Perda da biodiversidade;
-Redução das terras agricultáveis;
Não confunda com DESERTIZAÇÃO!
-Desenvolvimento de fluxos migratórios;
-Inchaço das cidades devido ao êxodo rural;
(Avanço natural dos desertos).
Arenização
• processo de formação de depósitos arenosos pouco ou não consolidados. Causa
dificuldade de fixação da cobertura vegetal devido à intensa mobilidade de
sedimentos
• Relevo 
Ocorre necessariamente, em terrenos com desníveis, com partes altas e baixas,
como nas coxilhas gaúchas. 
• Chuvas e vento
Temporais e ventos fortes retiram restos de vegetação e sedimentos do solo das
áreas mais altas, depositando-os nas partes baixas do terreno. 
• Ação humana 
O desmatamento e o uso inadequado do solo potencializam o depósito de
sedimentos, dificultando o crescimento de nova vegetação na área. 
• Consequência 
Sem novas plantas, o terreno empobrece. O acúmulo de sedimentos, o que forma
os bancos de areia.
Conservação dos solos
O mau uso dos solos pode ocasionar sérios danos
ambientais e econômicos, transformando terras
férteis em áreas improdutivas e agredindo
seriamente o meio natural. Por esse motivo,
existem diversas técnicas de cultivo e conservação
dos solos, visando ao seu melhor aproveitando e à
sua máxima preservação.
Adubação verde ou orgânica: para uma maior e
melhor preservação dos solos durante o cultivo,
recomenda-se alternar as safras com leguminosas
(plantas que dão vagens, como o feijão, lentilha e
ervilha). Esse tipo de vegetação possui a
característica de se associar com micro-organismos
presentes na terra, capazes de transformar o
nitrogênio do ar em compostos hidrogenados que
enriquecem o solo.
Rotação de culturas: em oposição ao sistema de
monocultura (em que apenas uma espécie é
cultivada até o total esgotamento do solo),
elaborou-se o sistema de rotação de culturas, que
consiste em alternar a produção: hoje, planta-se
soja; amanhã, trigo; e depois milho, por
exemplo. As vantagens dessa técnica são
variadas: controle de pragas (através da
variabilidade das espécies), reposição de
nutrientes no solo, entre outros. No entanto, é
necessário sempre fazer um estudo específico
para se escolher as espécies mais adequadas a
cada tipo de solo e que possam ser rentáveis
comercialmente.
Plantio direto: essa técnica objetiva a realização do plantio
diretamente sobre os restos da colheita anterior, sem a
necessidade de realizar uma nova aragem da terra, evitando a
exposição do solo aos fatores climáticos e o seu desgaste.
Além disso, ganha-se no combate à erosão e aumenta-se a
produtividade.
–Manutenção da temperatura do solo numa faixa ideal para as
plantas;
–Diminuição da perda de água por evaporação;
–Reduz o impacto da gota da chuva na superfície do solo,
reduzindo com isso as perdas de água e solo por erosão;
–Aumento da atividade microbiana, e animal como um todo, do
solo;
–Melhora na estrutura do solo;
–Redução das infestações de
plantas daninhas.
Calagem: muito utilizada na região do Cerrado
brasileiro, essa técnica visa à correção da acidez do
solo através do uso do calcário. Além disso, esse
procedimento também fornece nutrientes como cálcio
e magnésio para as plantas. Apesar de ser uma técnica
moderna e eficiente de cultivo e preservação dos solos,
ela acabou tendo o efeito contrário no Centro-Oeste do
país, pois permitiu o avanço da fronteira agrícola no
Brasil e a consequente devastação do bioma Cerrado, o
que trouxe prejuízos tanto para os solos quanto para o
meio ambiente.
Terraceamento (jardinagem): Na
agricultura, o procedimento é
realizar o plantio formando
“escadas” através do corte no
relevo. Favorece o cultivo em
áreas de relativa declividade sem
ocasionar a formação de erosões.
Curva de Nível
 Trata-se de um sistema de
cultivo, seguindo as cotas
altimétricas da região em
questão.
 Baseada em:
Consorciação de culturas é uma
técnica agrícola de conservação que visa a um melhor
aproveitamento a longo prazo do solo. Consiste na
plantação de espécies diferentes próximas umas das
outras. As espécies escolhidas proporcionam, entre si,
vantagens recíprocas quando o seu crescimento se efetua
simultaneamente na mesma área agrícola.
Objetivos
Utilizar da melhor forma a capacidade de
produção dos solos, mantendo e
melhorando suas
propriedades físicas, químicas e biológicas;
Diminuir a incidência de doenças, pragas e 
ervas daninhas;
Reduzir perdas de solo por erosão;
Diversificar a renda;
Explorar sinergias.

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