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Fatores de formação do solo

1º Ciclo de Enologia

João Ricardo Sousa


Escola das Ciências da Vida e do Ambiente
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
2021-2022
A génese do solo
(pedogénese) estuda a
origem e o
desenvolvimento dos
solos, suas relações com
os fatores responsáveis
pela sua formação e a
influência que estes
apresentam nas suas
características e
comportamento.
Interesse cientifico (PedoLogia)

• Conhecimento dos diferentes tipos de solos;


Interesse cientifico (PedoLogia)

• Distribuição na paisagem, permitindo o respetivo


mapeamento (carta de solos*);
Interesse cientifico (PedoLogia)

• Comportamento do solo a alterações/mudanças associadas à


respetiva utilização;
Interesse cientifico (PedoLogia)

• Comportamento do solo a mudanças associadas às alterações


climáticas;
Interesse cientifico (PedoLogia)

• Terroir/Mineralidade (referências da geologia e solo na descrição do vinho)

•“… vinhos originários de solos calcários…”;

• “… O Castelo é produzido em solos calcários


arenosos do período Cretáceo …”;

•“… As vinhas crescem em solos argilo-


calcários com fósseis de conchas marinhas …”;

• “… a nossa vinha tem sedimentos triássicos e


jurássicos em granulito proterozoico
ondulante e migmatite com numerosos diques
doleriticos …”
Interesse cientifico (PedoLogia)

• Marketing (imprensa da especialidade) (descrições carregadas de um certo


romantismo, recorrendo a imagens poéticas, empregando descrições filosóficas)

•“… é possível saborear a cinza vulcânica das


proximidades do Vesúvio…”;

• “… O vinho permite-me saborear o rochedo


e o solo…”;

•“… Um sabor de grafite ou xisto identificado


no vinho de PRIORAT …”;

• “… a nossa vinha tem sedimentos triássicos e


jurássicos em granulito proterozoico
ondulante e migmatite com numerosos diques
doleriticos …”
Interesse cientifico (PedoLogia)
Interesse cientifico (PedoLogia)
Especificidade

(vinhos que expressam o mistério do solo)


Interesse cientifico (PedoLogia)

A variabilidade dos solos implica um melhor entendimento do


respetivo efeito na qualidade dos vinhos, de modo a permitir a
obtenção de vinhos únicos e individuais
Interesse cientifico (PedoLogia)

O solo é uma das poucas coisas que não podem ser


facilmente replicadas em outros lugares.
“O vinho é feito de solo”
Ter um conhecimento prático e compreensão
da geologia, juntamente com a Pedologia -
estudo da formação do solo e Edafologia - o
estudo da influência do solo, indispensável para
o sucesso da produção de vinho de qualidade.
O solo influencia a qualidade do
vinho; Influencia as
características da uva para vinho,
através do fornecimento de
minerais e nutrientes às videiras.
Torna-se, por isso, necessário
entender o tipo de solo e as
respetivas características que
contribuem para o que sentimos
num copo de vinho.
Um solo de qualidade pode ser
determinado por sua textura,
profundidade, cor, sua
composição orgânica, pH,
drenagem, etc
Diferentes tipos de
IGNEOUS (ígneas): solos em Vinha
Granito (granito)
Volcanico (vulcânico)

METAMORPHIC (metamórficas):
Slate (ardosia);
Schist (xisto);
Gneiss (gneisse);

SEDIMENTARY (sedimentares):
Silex (silex);
Limestone (calcário)
Sandstone (arenito);

SOIL TYPES and TEXTURES:


Loam (franco);
Silt/Loess (limoso);
Sand (arenoso);
Gravel (cascalhento);
Clay (argiloso);
Alluvium (aluvião)
solos cascalhentos

O mais poroso de todos! O cascalho tem


ótima drenagem, mas baixa retenção de água,
o que o torna muito infértil (as raízes
precisam cavar fundo para encontrar
nutrientes)! Por outro lado, as grandes rochas
retêm bem o calor!

(solos arenosos de Colares)


solos cascalhentos

Vinhos mais encorpados,


com mais estrutura, e com
um teor alcoólico também
mais elevado
(solos arenosos de Colares)
O solo encontrado nas vinhas em
Châteauneuf-du-Pape é de cascalho
rolado e liso Essas pedras ovais chegaram ao
vale do Rhône após enchentes seculares
ocorridas na última Idade do Gelo.
Encarregam-se de reter o calor do sol para
depois, durante a noite, transferir a energia
às vinhas. O resultado são vinhos ricos,
encorpados, quase picantes. E com generosa
quantidade de álcool.
A ardósia abunda no solo de Mosel absorve o
calor do sol e reflete às vinhas, garantindo uma
melhor maturação das uvas. Além disso, é altamente
porosa. De quebra fácil garante uma mineralidade
que só faz bem à casta rainha da região: a Riesling. E
se há uma uva no mundo que reflete com precisão o
que o solo oferece, é esta casta. Não é por acaso que
o solo de Mosel é considerado um dos mais
importantes na viticultura mundial.
O vinho que nasce do Douro é um
sobrevivente. A região é rica em granito. Mas
o maciço de xisto dividido em camadas
verticais por baixo da superfície permite que a
humidade se infiltre no solo, e ainda oferece
espaço para que as raízes se infiltrem mais
profundamente em busca de nutrientes. O
resultado é um vinho robusto, encorpado,
forte., Um sobreviviente …
PRIORAT (DOQ)
Espanha, província de Taragona, Catalunha
3000 h luz/ano
300 mm R/ano
500-700 m altitude

Grenache (Garnacha) tinta

Carignan tinta
PRIORAT
A área é de origem vulcânica. A base (material originário), denominado llicorella
(catalão) é constituído por ardósia avermelhada e preta, quartzo e mica. A camada
superficial (50 cm) é formada por ardósia, quartzo e micas decompostas que refletem a
luz solar e conservam o calor. Estas características obrigam a videira a atingir a base para a
absorção de água e respetiva nutrição, conferindo uma qualidade especial ao vinho.
solos arenosos
… são constituídos de grandes partículas, que são bem drenadas
com alguma retenção de calor. A areia promove a drenagem, o
que funciona bem em climas húmidos, mas em regiões secas,
os solos arenosos podem ser problemáticos. Um vinho
cultivado em região de clima quente é mais macio, com menos
acidez e tanino ligeiros. Já na região mais fria, os solos arenosos
retêm o calor e drenam bem para produzir vinhos altamente
aromáticos, mais acidez e frescura. Este tipo de solo retém mais
calor e menos humidade eliminando assim a possibilidade de
doenças, mas em alguns casos, também pode causar a
desidratação da vinha. Nestas condições, os solos arenosos são
mais resilientes ao ataque de pragas e doenças …

(solos arenosos de Colares)


solos francos

Uma parte considerável de produtores referem que o solo


franco como o melhor tipo de solo para a produção de uva
para vinho. Uma mistura particulada de areia, silte e argila
quando combinada nas quantidades certas oferece o tipo de
solo ideal para o cultivo de uvas. Isso ocorre porque a mistura
de argila e areia permitem, simultaneamente, boa drenagem e
retenção de água, mas também nutrientes. Neste tipo de
solo, os valores de pH encontram-se normalmente dentro do
intervalo ideal para a vinha

(solos francos de Sonoma Valley – California (EUA)


solos argilosos

O solo argiloso é feito de pequenas partículas que tendem


a armazenar água por um período mais longo. Em
condições climáticas extremas, a tendência do solo em
permanecer mais fresco aumenta, o que beneficia muito
as videiras. Em climas mais quentes, os solos argilosos
retêm humidade, ajudando as vinhas a manterem-se mais
frescas. Diz-se que esses solos produzem vinhos tintos e
brancos excecionalmente ousados e musculados.

(solos argilosos de Pomerol)


A terra Rossa, de Coonawarra, na Austrália, é
basicamente uma combinação única de eventos. A área, que
há muito tempo atrás, foi um litoral tem solo calcário
sobre a parte superior de uma base de arenito. O calcário
secou ao longo de milênios e a desintegração do solo
quando começou a erodir provocou depósitos de ferro,
gerando oxidação e criando as tonalidades de laranja e
vermelho na terra, rica em nutrientes e minerais e com boa
drenagem. Um solo que descobriu-se perfeito para a
Cabernet Sauvignon.
Os efeitos do terroir no vinho podem ser observados na região de Chablis
mais do que em qualquer outro lugar. Uma divisão chave dentro de Chablis
situa-se entre terroirs com solos Kimmeridgian e aqueles com solos
Portlandian. O solo Kimmeridgian é mais considerado; contém maiores
teores de argila rica em minerais, assim como os fósseis marinhos essenciais,
responsáveis pelo seu significativo conteúdo de calcário conquífero. Os solos
Kimmeridgian são a fonte da mineralidade da marca registrada nos vinhos
premier e Grand Cru dos Chablis. Por outro lado, nos solos Portlandian, que
não são ricos em argila e fósseis, os vinhos são leves, mais frutados e com um
perfil mineral mais reduzido. Os vinhos Petit Chablis são mais
frequentemente cultivados em solos Portlandianos.
solos vulcânicos

Nem todos os solos vulcânicos são adequados para o


cultivo de videiras, mas quando certas condições são
satisfeitas, a magia vem para o copo. Em
determinados casos, este tipo de solo confere um
sabor enferrujado aos vinhos.

(solos vulcânicos no Pico)


O solo vulcânico resulta de uma
erupção vulcânica antiga. Este solo é de
texturas finas. É rico em minerais
específicos, como ferro, cálcio,
magnésio e potássio.
solos vulcânicos

Uma ampla gama de minerais incluídos, num


equilíbrio razoável;
Baixa retenção de água e teores de matéria orgânica,
normalmente, baixos;
Baixa fertilidade, devido à escassez de água e matéria
orgânica;
Estas características promovem uvas relativamente
pequenas, com elevada acidez e baixo grau de
maturação;

(solos vulcânicos no Monte Etna)


solos vulcânicos

O tamanho pequeno das uvas origina


sabores concentrados e texturas
pronunciadas. O amadurecimento discreto
significa que os vinhos são geralmente mais
saborosos do que frutados ou aromáticos.
Sabores salgados são comuns.

(solos vulcânicos no Pico)


Mendoza, Argentina. A principal característica dos vinhos desta região é a
concentração. Tal característica é reflexo direto da combinação
solo/geografia. As altitudes elevadas, somadas à mistura de areia, granito,
xisto e depósitos aluviais proporcionam um ambiente único para
crescimento das uvas. Por sua vez, o clima com muito sol durante o dia, e
temperaturas baixas durante a noite, completam o quadro e geram vinhos
ricos em resveratrol.
Conhecer o
solo, as
respetivas
características
e processos de
formação
A exploração sustentável desse recurso depende do
conhecimento de sua natureza, da compreensão da
sua génese e da sua relação com o ser humano;
assuntos estes que serão objetivo principal neste
módulo.
O solo, como resultado
da ação transformadora de
fatores como atmosfera,
hidrosfera e biosfera sobre
a superfície terrestre,
constitui a base de
importantes atividades
humanas, como a
viticultura
FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO

1. Material originário 2. Clima


(rocha mãe)

3. Relevo 4. Organismos

factores activos
5. Tempo factores passivos
O solo é um corpo natural formado pela combinação de efeitos do clima
e organismos, moderados pelo relevo, atuando sobre o material originário
(rocha mãe), ao longo do tempo

Solo = ƒ(clima, organismos, relevo, rocha mãe, tempo)


1. Material
Originário
(rocha mãe)
1. Material originário (rocha mãe)
“… material a partir do qual o solo se desenvolve, podendo ser (i) rocha
subjacente (autóctones) material coluvial ou aluvial ou sedimentos
diversos (alóctones) (ii)…”
1. Material originário (rocha mãe)
“… material a partir do qual o solo se desenvolve, podendo ser rocha
subjacente (autóctones) (i), ou (ii) material coluvial ou aluvial ou
sedimentos diversos (alóctones) …”

(i) (ii)
1. Material originário (rocha mãe)
“… material a partir do qual o solo se desenvolve, podendo ser rocha
subjacente (autóctones) (i), material coluvial ou aluvial ou sedimentos
diversos (alóctones) (ii)…”
“… estado inicial do sistema solo…”

(ii)
1.1. Rochas ígneas ou magmáticas
consolidação do magma; formadas com ou sem cristalização; abaixo da superfície (rochas
intrusivas; plutónicas) ou próximo à superfície (extrusivas; vulcânicas)

(i) Riolito
(ii) Andesito (i)
(vi)
(iii) Basalto (iii)

(iv) Granito
(v) Granodiorito
(vi) Diorito (ii)
(viii)
(iv)
(vii) Gabro
(viii) Sienito
(ix) Peridotito
(x) Obsidiana (vii) (ix)
(v) (x)
1.2. Rochas metamórficas
resultam da transformação da rocha original, o protólito, por via de processos físicos e químicos,
associados a condições de temperatura e pressão elevadas, como também a acção de fluidos
através da alteração química da fase fluida reagente, com entrada e/ou saída de componentes
químicas da rocha, com modificação dos seus minerais, processo designado de metassomatose.

(i) mármore
(ii) quartzito
(iii) gneisse (i) (iv)
(iv) esteatito
(v) micaxisto (iii)

(vi) xisto
(vii) ardósia (ii) (vii)
(v)
(viii) filito
(ix) itabirito
(vi)
(viii) (ix)
1.3. Rochas sedimentares
Obtidas a partir de partículas de outras rochas (ígneas e metamórficas), através de processos de
deposição (sedimentares) de partículas derivadas de processos de erosão, pela precipitação de
substâncias em solução (sedimentares quimiogénicas) e deposição de material biológico
(sedimentares biogénicas), podendo encontrar-se consolidadas (com cimento a unir as partículas)
ou não consolidadas.

(i) arenito
(ii) calcário
(i) (ii)
(iii) conglomerado (iii)
(iv) diamictito
(v) dolomite
(vi) folhelho (iv) (v)
(vii) siltito
(vi)
(viii) tilito
(ix) varvito
(vii) (viii) (ix)
cascalho, areia, limo, argila, lama, cal

Ciclo das
rochas
sedimentos
meteorização e erosão
deposição
rocha ígnea Compactação e cimentação
cristalização (litificação e enterramento)
vulcanismo Arenito
exposição Conglomerado
Xisto
riolito rocha Calcário
andesito
basalto
sedimentar Marga
Gesso
Sal
Metamosrfismo Carvão
(temperatura e pressão)
fusão
rocha metamórfica
granito, diorito, gabro, sienito, peridotito

quartzito, ardósia, argilito, xisto, gneisse,


mármore
Granito Xisto
(Chaves) (Bragança)

Ardósia
(Valongo)
Antracite
(Pejão)
Gneisse Arenito
(Oliveira de (Buçaco)
Azeméis)

Argilito
Mármore
(Leiria)
(Estremoz)
Calcário
(Serra de aire)

Gabro
(Beja)

Riólito
(Sintra) Calcário
conquífero
(Albufeira)

Areia vulcânica
Basalto
(Funchal)
(Sangra do Heroísmo)
Rocha-mãe
Distribuição das rochas na terra (em volume)
Composição
mineralógica
Granito

biotite feldspato
quartzo
SiO2 (sílica) (72,04 %)

Al2O3 (alumina) (14,42 %)

K2 O (4,12 %)

Na2O (3,69 %)

CaO (1,82 %)

FeO (1,68 %) Média mundial (n=2485) da


Fe2O3 (1,22 %)
composição química dos
granitos
MgO (0,71 %)

TiO2 (0,30 %)

P2 O 5 (0,12 %)

MnO (0,05 %) (Blatt & Tracy, 1997)


Classificação das principais rochas magmáticas

••• minerais abundantes; •• minerais raros; • minerais pouco abundantes


Óxidos Granito Sienito Diorito Gabro Basalto

SiO2 71,6 60,2 55,5 47,4 46,0

Al2 O3 14,5 16,3 17,0 18,5 15,0

Fe2 O3 1,5 2,7 2,7 3,3 4,0

FeO 1,1 3,3 4,8 7,3 8,0

MgO 0,9 2,5 4,4 6,8 9,0

CaO 2,0 4,3 7,3 11,0 9,0

Na2O 3,0 4,0 3,6 2,4 3,5

K 2O 4,1 4,5 2,4 0,7 1,5

H2O 0,8 1,2 0,9 1,3 0,5

Outros 0,5 1,1 1,4 1,2 3,5


Xisto

horneblenda

biotite
moscovite
clorite

grafite
quartzo
Principais minerais que ocorrem no solo
Minerais primários
São aqueles que não foram quimicamente alterados desde a formação a partir da solidificação
do magma

Minerais secundários
Resultam da recristalização de minerais primários após degradação química e ou alteração
Grau de consolidação

Estrutura da rocha

Granulação ou textura
Que características do solo são
influenciadas pelo tipo de material
original ou rocha mãe?
Reserva mineral;
Permeabilidade/drenagem
Cor; pH;
textura; Profundidade ou espessura;
Tipo de argilas; Diferenciação de
Estrutura; horizontes;
Solo
Rocha-mãe
Cor
Composição química
média de rochas ígneas:
granito e basalto
granito
basalto
xisto+ardósia
(Região do Priorato, Espanha)
pedra de giz branco
(Calcite)
Textura do solo
Textura do solo

Arenosa Limosa Argilosa Franco


Número de horizontes
Diferenciação de horizontes
Profundidade
do solo
Profunidade
H

Latossolo
h

Ranker
2. Clima
2. Clima

A morfologia do perfil do solo, textura,


natureza da argila, natureza dos colóides, teor
em sais e óxidos, teor e natureza da matéria
orgânica, são algumas das características do
solo mais influenciadas pelo clima.
2. Clima
(integra vários agentes atmosféricos: os mais importantes são a temperatura,
precipitação e o vento).

Precipitação média (mm) em Portugal continental Temperatura média (ºC) em Portugal continental
Termoclastia (efeitos térmicos associados à insolação):

A alternância de
aumentos e diminuições
de temperatura durante
um ciclo diurno podem
levar, respectivamente à
contracção e expansão das
rochas, conduzindo à sua
ruptura.

Existência de gradientes de
temperatura entre a superfície e o
interior da rocha. Diferentes
coeficientes de expansão térmica
dos minerais constituintes
Crioclastia (encunhamento de gelo):
expansão volumétrica da água quando congela em espaços confinados
A água contida nos poros e nas
fracturas das rochas, quando congela
vai sofrer cerca de 9% de expansão, o
que conduz a pressões que chegam a
atingir os 110 Kg/cm2. Este processo
de expansão alarga as
descontinuidades iniciais (poros,
fissuras das rochas) e cria outras,
permitindo a penetração de mais
água, que por sua vez vai gelar.

Importante em rochas permeáveis em regiões


frias de alta montanha acima da zona com
vegetação, onde normalmente existem
mudanças bruscas de temperatura em torno
do ponto de congelação
Crioclastia (encunhamento de gelo):
expansão volumétrica da água quando congela em espaços confinados
Crioclastia (encunhamento de gelo):
expansão volumétrica da água quando congela em espaços confinados

A água contida nos poros e nas fracturas das rochas, quando congela vai sofrer cerca de
9% de expansão, o que conduz a pressões que chegam a atingir os 110 Kg/cm2. Este
processo de expansão alarga as descontinuidades iniciais (poros, fissuras das rochas) e cria
outras, permitindo a penetração de mais água, que por sua vez vai gelar.
Haloclastia (comum em regiões quentes ):
Nas rochas porosas entra água com sais dissolvidos. Com o
aumento da temperatura dá-se evaporação da água com
crescimento e cristalização dos sais contidos
Haloclastia (comum em regiões quentes ):
Nas rochas porosas entra água com sais dissolvidos. Com o
aumento da temperatura dá-se evaporação da água com
crescimento e cristalização dos sais contidos
Humedecimento e secagem sucessiva

O processo inicia-se num momento de


humedecimento onde existem
simultaneamente, uma camada de água
ordenada à volta dos minerais e água
desordenada fora da acção das partículas.
Ao dar-se a secagem, o excesso de água é
drenado mas a camada de água ordenada
mantém-se à volta da partícula provocando
contracção do material.
Quando volta a haver condições para um
novo humedecimento do solo, a água
renovada constrói uma nova camada de
água ordenada, a qual, fica dupla e daí
resulta uma maior ordenação das
moléculas de água, que por sua vez assume
uma natureza quase cristalina e exerce uma
força expansiva contra as paredes do
mineral que entra em ruptura.
A água da chuva promove a
fragmentação (meteorização
física) da rocha, devido a
fenómenos de desgaste
(impacto das gotas) e
solubilização (meteorização
química. As partículas são
removidas e transportadas,
num processo designado por
erosão hídrica.
Superfície exposta:
A degradação vai aumentar a superfície específica dos materiais e,
consequentemente, a superfície exposta
Acção química
A água é o fator de
meteorização química mais
importante. Isoladamente é
um forte agente de
transformação, aumentando a
sua eficiência quando
combinado com compostos
como O2 e CO2, actuando
através de reacções de
dissolução, hidrólise
hidratação e oxidação

Instabilidade dos minerais por remoção


ou introdução de elementos químicos na
respectiva estrutura com conversão em
outros minerais estáveis ou em
compostos solúveis
Na reação o ião H+ substitui o ião K+ na estrutura do feldspato. Deste modo, a
rede cristalina altera-se formando um mineral de argila, a caulinite
(caulinização). O ião potássio e a sílica podem ser removidos pela água. Os
minerais de argila são produtos finais da meteorização química de muitos
minerais sendo muito estáveis em condições superficiais

O dióxido de carbono
atmosférico pode reagir com
a água formando ácido
carbónico (H2CO3),
composto instável que sofre
dissociação. Os feldspatos
nos granitos são alterados
por águas acidificadas

Caulinite
(mineral de argila)

feldspatos
HIDRÓLISE
HIDRÓLISE

H2O  H+ + OH-
O ião H+ substitui um catião na
estrutura do mineral

KAlSi3O8 + H2O  HAlSi3O8 + K+ + OH-


(sólido) (água) (sólido) (solução)

HAlSi3O8 + 11 H2O  Al2O3 + 6 H4SiO4


(sólido) (água) (óxido de aluminio) (ácido silícico)
Muitos minerais contêm ferro na sua constituição (Olivina; Piroxena). Este
ferro pode ser facilmente oxidado passando da forma ferrosa (Fe2+) para a
forma férrica (Fe3+). Esta oxidação é muito rápida na presença de água e dá
origem a um novo mineral, de cor avermelhada, um óxido de ferro, a
hematite (Fe2O3)

Hematite
(óxido de ferro)

piroxena

OXIDAÇÃO
(perda/ganho de electrões por átomos ou iões da estrutura do mineral;, formando novos minerais)
Muitos minerais contêm ferro na sua constituição (Olivina; Piroxena). Este
ferro pode ser facilmente oxidado passando da forma ferrosa (Fe2+) para a
forma férrica (Fe3+). Esta oxidação é muito rápida na presença de água e dá
origem a um novo mineral, de cor avermelhada, um óxido de ferro, a
hematite (Fe2O3)

OXIDAÇÃO
(perda/ganho de electrões por átomos ou iões da estrutura do mineral;, formando novos minerais)
A piroxena férrica
dissolve-se libertando
sílica e ferro ferroso
(Fe2+) para a solução;

O ferro ferroso é
oxidado por moléculas
de oxigénio formando-
se ferro férrico (Fe3+);

O ferro férrico
combina-se com a
água, formando-se um
precipitado, o óxido de
ferro (Fe2O3);

OXIDAÇÃO
(perda/ganho de electrões por átomos ou iões da estrutura do mineral;, formando novos minerais)
OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
Os minerais que contêm ferro, manganês ou enxofre são especialmente suscetíveis a reações de
oxidação-redução. O ferro é geralmente depositado em minerais primários
na forma divalente de Fe (II) (ferrosa). Quando as rochas que contêm esses minerais são expostas
ao ar e água durante a formação do solo, o ferro é facilmente oxidado (perde um elétron) e origina
a forma trivalente Fe (III) (férrico). Se o ferro for oxidado de Fe (II) para Fe (III), a mudança na
valência e na energia iônica e raio promove ajustes que destabilizam a estrutura cristalina do
mineral.

3 MgFeSiO4 + 2H2O  H4Mg3SiO4 + SiO2 + 3FeO


(olivina) (água) (serpentinite) (solução) (óxido de FeII)

3 FeO + O2 + H2O  4FeOOH


(óxido de Fe II) (água) (oxihidroxido de Fe III; geotite)
Combinação electrostática dos minerais com água, com aumento do respetivo
volume promovendo a desintegração da rocha reações de hidrólise

Mineral de argila

Moléculas de água atraídas


pelas cargas eléctricas do
Fe2O3 + H2O → 2 FeOOH mineral de argila

(hematite) (geotite)

HIDRATAÇÃO
Óxidos hidratados de ferro e alumínio (por exemplo, Al2O3. 3H2O) exemplificam
produtos comuns de reações de hidratação

5Fe2O3 + 9H2O  Fe10O15 . 9H2O


(hematite) (água) (ferrihidrite)

HIDRATAÇÃO
(moléculas de água são combinadas com o mineral)
As águas acidificadas podem reagir com a calcite (CaCO3), formando produtos
solúveis. Os calcários são alterados através deste processo químico de
dissolução, designado por carbonatação

calcite

O cálcio (Ca2+) e o hidrogenocarbonato (HCO3-) são removidos em


solução, restando impurezas, nomeadamente sílica e argila que
DISSOLUÇÃO devido à sua insolubilidade permanecem no local, preenchendo
bolsas e depressões, de cor vermelha, designados por terra rossa.
A água é capaz de dissolver muitos minerais hidratando os catiões e aniões até que se
dissociem um do outro, sendo rodeados por moléculas de água. Gesso dissolvido em
água é um exemplo deste tipo de reação:

CaSO4 . 2H2O + 2H2O  Ca2+ + SO42- + 4H2O


(gesso) (água) (solução) (água)

DISSOLUÇÃO
Equator to Poles Factors
Annual precipitation
Equator

Temperature
Equatorial Low-latitude Temperate Arctic
Grasslands and
and tropical Savannahs deserts and regions
(steppes) tundra
rain forests semi-deserts and mixed
boreal forests regions

40ºC
Precipitation
1800 Temperature
mm 30ºC
Evaporation
20ºC

600 10ºC
mm
Bedrock at
or very near
surface

Soil Soil
Deeply weathered
bedrock
Increasing depth

(~40 - 50 meters deep)


of weathering

Bedrock
Zonas climáticas

O clima de uma região, i.é., a sucessão dos diferentes estados


do tempo depende de vários fatores: da latitude, da
distribuição dos continentes, dos oceanos e dos mares, da
presença de montanhas, florestas e glaciares
O clima polar , no mar gelado ou
continente gelado é hostil para a vida. As
temperaturas extremas variam entre O clima da Tundra é rigoroso; os
poucos graus acima de 0ºC até mínimos invernos são frios e longos, os verões
de -60ºC ou -88ºC, recorde registado na curtos e amenos. As precipitações são
estação Vostok, na Antárctica escassas e concentram-se no período
mais quente

As zonas temperadas
apresentam contrastes
A savana tem um clima seco
térmicos e uma
durante a maior parte do ano,
precipitação mais ou
interrompido por chuvas
menor regular durante o
sazonais intensas
ano

A região interttropical é a zona de


máxima insolação. Apresenta um clima
estável e regulara. As manhãs são
amenas e as tardes com elevada
Os desertos são as zonas precipitação.. A s noites são definidas
mais quentes e secas da como o inverno tropical. A preciptação
terra e as que apresentam abundante fpromove uma vegetação
maiores amplitudes luxuriante
térmicas diurnas. A
precipitação é reduzida,
menor que 250 mm ano.
Características físicas e biológicas dos principais biomas
Bioma Precipitação e Temperatura Vegetação Solo Diversidade
Humidade
Tundra moderada baixas Herbaceas, Congelado na reduzida
musgos e maior parte do
liquens ano
Taiga moderadas baixas Arbóreas Solo raso, Muito baixa
(florestas perenifólias e pedregoso
boreais) arbustos
Florestas moderada Estações quente e Arbóreas fértil moderada
temperadas fria caducifólias
Campo de Época estival Baixas no inverno gramíneas Moderado a fértil baixas
gramineas longa e elevadas no
verão
Florestas Elevada, reduzida elevada Arbóreas Pobre a Muito
tropicais sazonalidade perenes, moderadamente elevada
arbustos fertil
Savanas Estações seca e Alta a moderada Gramíneas, Pobre a elevada
Tropicais humida bem árvores baixas e moderadamente
marcadas arbustos fertil
Desertos reduzida Elevada variação Arbustos, catos Pobre Baixa a
diária moderada
Humidade, cm
Clima versus desenvolvimento do solo

Húmido Semiárido Árido

Iluviação
Eluviação
Iluviação
Iluviação
2.3 Vento
Exerce uma acção de desgaste,
remoção e transporte de partículas
da rocha, com esta a adquirir formas
e dimensões variadas

As partículas
carregadas pelo
vento provocam
efeito de erosão
mais acentuada na
base da rocha,
induzindo estruturas
pedunculadas
(cogumelo).
2.3 Vento
Exerce uma acção de desgaste, remoção e transporte de
partículas da rocha, com esta a adquirir formas e dimensões
variadas
2.3 Vento
Exerce uma acção de desgaste, remoção e transporte de
partículas da rocha, com esta a adquirir formas e dimensões
variadas
2.3 Vento
Exerce uma ação de desgaste, remoção e transporte de
partículas da rocha, com esta a adquirir formas e dimensões
variadas

Limo; argila
VENTO Suspensão Areia

Saltação

Cascalho; Blocos

Rolamento
Formação do solo: efeitos do clima
Minerais: nutrientes;
iões em solução
Vento; chuva;
granizo; gelo Calor
frio Óxidos de Fe e Al

sílica

Argila 2:1 Argila 1:1

limo
areia

Solo Solo
Interações químicas temperado tropical
areia
3. Relevo

Diz respeito à forma do terreno que compõe a


paisagem, fazendo parte da respetiva concepção
fatores como o declive, a forma do declive, a
orientação e a altitude como os principais factores
que influenciam a formação do solo
Propriedades do solo dependentes do relevo:

• Regime hídrico;
• Espessura do solo;
• Grau de diferenciação dos horizontes;
• Granulometria (textura);
• Teor de matéria orgânica;
• Teor de sais solúveis;
• Arejamento;
• Temperatura;
• Natureza da argila;
• pH;
• Teor de bases (Ca, Mg, K e Na);
• Coberto vegetal;
• modificações do clima;
• atividade biológica;
Relevo → Clima (T, R)

1. Nível macro (áreas maiores):

•  T (-0,5 ºC/100 m);


•  R (efeito orográfico);
•  acumulação de matéria orgânica;

Reflexos no tipo de
vegetação, organismos e,
consequentemente, no
tipo de solos
A acção do relevo reflecte-se sobre a dinâmica da água, quer no sentido
vertical (infiltração), quer no sentido lateral (escorrência subsuperficial)

(i) Em relevo pouco acentuado a


água da precipitação encontra
condições adequadas para drenar (ii) Em condições de
externamente e para se poder relevo fortemente
infiltrar no solo (lixiviação acentuado existe maior
favorecida) escorrência que infiltração
(iii) Em relevo da água no solo
deprimido ou zonas
baixas (concavas)
verifica-se condições
para a acumulação de
água
> Matéria orgânica; > condições de redução (cores mais escuras)
> Espessura do horizonte A; aprofundamento do horizonte B
(1) A infiltração favorável da
H2O propicia a formação de
1 solos mais profundos 1
A (3) Favorecem o escoamento
A
B 2 superficial, promovendo fenómenos 2 B
de erosão, limitando a formação do
3 solo 3
C
C
4 (4) Favorecem a acumulação de
H2O com a consequente
A acumulação de matéria orgânica

C
1 2 3 4
A
B A
B

C C C

Influência do relevo na formação do solo por erosão


... os solos são pouco profundos nos afloramentos rochosos, devido aos
processos de erosão glacial mas, também da precipitação, e são profundos
nos depósitos mais elevados da praia ...
no hemisfério Norte as encostas voltadas a Sul
recebem duas vezes e meia mais radiação solar Efeito da
que as encostas voltadas a Norte com idêntica orientação
inclinação, com consequências sobre a
temperatura, a humidade, a evapotranspiração
e a natureza das próprias comunidades vegetais.

Relação entre direção da encosta e temperaturas


médias das mínimas e máximas ao nível de relva
no decorrer do ano, no sudoeste de Ohio.
(BIRKELAND, 1999)
No Norte do país predominam as
montanhas e os planaltos, enquanto
no Sul dominam as planícies e os
planaltos de baixa altitude

As diferenças são também visíveis


entre o Litoral e o Interior, sendo
observado um aumento da altitude
e da irregularidade da orografia na
direcção Oeste → Este.
Para o solo ter bom desenvolvimento , em
determinada zona climática, é indispensável
que exista um relevo normal, com
características planas ou levemente onduladas,
de boa drenagem, cuja toalha freática se
localize numa posição que não afecte o solum
4. Organismos

Os organismos que impedem a


alteração progressiva do material
original e criam uma situação
favorável ao armazenamento de
energia, à reciclagem de elementos
libertados e à estabilidade do sistema,
isto é, à formação do solo
Os organismos, nomeadamente a microflora e macroflora, a
microfauna e macrofauna, pelas suas características relacionadas
com o seu ciclo de vida e actividade, quer na superfície do solo
como no seu interior, actuam como agentes importantes na
respectiva formação e desenvolvimento.
Os organismos impedem, de certa forma, a destruição do
material originário, devido aos processos de meteorização
associados aos elementos do clima, criando uma situação
favorável ao armazenamento de energia, à reciclagem de
elementos libertados e à estabilidade do sistema, isto é, à
formação do solo.

O homem é, também, parte integrante deste contexto pela sua


actuação, podendo induzir modificações intensas nas
condições originais do solo (ex. antrossolos).
Numa fase inicial,
líquenes e musgos
colonizam as rochas,
extraindo elementos pelo
contacto direto,
produzindo uma
alteração incipiente das
rochas que serve de
substrato para os
colonizadores seguintes.
O processo de colonização
atinge um desenvolvimento
máximo quando o solo for
capaz de sustentar espécies
vegetais superiores. Parte
dos nutrientes retirados
pelas plantas retorna ao
solo através dos resíduos
orgânicos por ação dos
organismos decompositores
(fungos, bactérias e
actinomicetas)
Rhizobium
Nesta interação solo-planta, os resíduos
orgânicos são decompostos pela fauna do
solo, através da libertação de ácidos
orgânicos e compostos diversos que
atuam na dissolução de minerais, na
complexação de elementos, na formação
de agregados estruturais, contribuindo
para o desenvolvimento do solo.
Solos de Floresta Solos de Pastagem

Matéria orgânica
Floresta vs. Prado

Biomassa acima
do solo

Biomassa na zona
radicular

Matéria orgânica Mg
5. Tempo
De todos os fatores de formação do solo, o
tempo é o mais passivo, na medida em que não
adiciona, não exporta material nem gera energia
que possa acelerar os fenómenos de meteorização
física (mecânica) e química necessários à
formação de um solo.
Uma estimativa global sugere taxas de
formação de solo variando de 370 a 1290
kg/ha/ano (GEODERMA, 52:251, 1992),
equivalente a cerca de 27 a 8 anos,
respectivamente, para a formação de uma
camada de 1 mm de solo/ha.
Tomando-se a taxa menor como referência, a formação de um hectare de
um solo não especificado com 100 cm de espessura levaria 27 mil anos.

Todavia, esta estimativa não pode ser generalizada,


uma vez que a formação do solo depende de vários
factores cuja interacção está fortemente associada às
características de cada local
LENEUF & AUBERT (1960), para um Latossolo de um metro de espessura,
formado a partir da meteorização do granito como rocha mãe, no
continente Africano, estimam um tempo de formação entre 22 mil a 77
mil anos
BUTLER (1958), para o continente Australiano, estimou para a formação
dos horizontes A e B, um tempo de mil anos

Taxa de formação do solo

Baixa Alta
(≈ 1 cm/1000 anos) (≈ 30 cm/50 anos)
Em condições naturais, a formação de um solo pode dar-se
à taxa de 1 cm num período de 125 a 400 anos e, quando da
existência de práticas culturais adequadas este período pode
reduzir-se para cerca de 40 anos, podendo, nas condições
mais favoráveis, reduzir-se a 12 anos o período para a
formação de 1 cm de solo
Características do solo
Tempo cronológico versus Tempo evolutivo

Solo A

maduro
maduro
Para igual período de
tempo (p.ex. 1000
anos), o solo A alcança
Solo B uma maturidade mais
cedo do que o solo B

0 1000 2000
Tempo (anos)
Tempo cronológico versus Tempo evolutivo

Tempo cronológico
O tempo cronológico é uma medida dos anos passados desde o
inicio da formação do solo até determinado momento

Tempo evolutivo
O tempo evolutivo diz respeito à evolução sofrida pelo solo,
manifestada pelos seus atributos num determinado tempo
cronológico, como o caso da diferenciação dos horizontes

Assim, alguns solos podem apresentar idade absoluta


relativamente pequena e serem bem mais maduros
que outros com idade absoluta bem maior
horizontes mal horizones bem
definidos definidos

reduzido grau de elevado grau de


meteorização meteorização

reduzida lixiviação elevada lixiviação

reduzida profundidade elevada profundidade

Solo jovem Solo maduro


(incipiente) (evoluído)
solo incipiente

solo maduro

solo muito maduro


• solos jovens, incipientes ou pouco evoluídos
Apresentam características ainda muito próximas do material originário ou rocha mãe

• solos maduros ou evoluídos


O perfil apresenta pleno desenvolvimento, com uma também elevada nitidez e diferenciação na
observação dos horizontes
Formação do solo ou pedogénese
O desenvolvimento do solo inicia-se por fenómenos de meteorização física, por acção dos agentes climáticos e
biológicos, que promovem a desagregação da rocha, continuando com a meteorização química dos respectivos
fragmentos obtidos, finalizando com a progressiva incorporação de matéria orgânica

(t0) Contracção e (t1) Fixação de fungos (t2) Camadas (t3) Fixação de


dilatação dos materiais, e plantas de pequeno superiores com abundante de coberto
por acção de variações porte; alargamento das pequenos fragmentos vegetal e fauna diversa;
térmicas que provocam fracturas e fissuras de partículas minerais; camada superior de
microfracturas na formadas; desagregação enriquecimento com húmus com abundante
rocha; infiltração da da rocha em materiais orgânicos; matéria orgânica
H2O da chuva nas fragmentos cada vez alteração dos minerais; coberta por manta
microfracturas e menores crescente morta; lixiviação de
dissolução de minerais; biodiversidade no solo. materiais para zonas
fragilização da estrutura inferiores.
dos minerais e da rocha

tempo 0 tempo 1 tempo 2 tempo 3

Os solos passam por várias etapas, sofrendo um conjunto de processos associados a transformações, transferências,
perdas adições, durante o seu processo de desenvolvimento ou evolução, do qual resulta um aumento do grau de
diferenciação (número de horizonte) e uma maior profundidade
Manta morta ou folhada.
O Detritos orgânicos em decomposição.

Horizonte de cor escura.


A Fundamentalmente material mineral escurecido pelo húmus.
Zona de eluviação
(remoção)
Horizonte mineral de cor mais clara que o A, do qual a argila, Al,
E Fe e outros minerais foram arrastados.

SOLUM
Parte do perfil com o máximo desenvolvimento de estrutura, cor mais
B vermelha e maior acumulação de argila.

Zona de iluviação
(deposição)
Horizonte mineral de material não consolidado subjacente ao
C solum.
Corresponde, em regra, à rocha alterada.

Rocha consolidada
R

ex: solo evoluído ou maduro

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