Departamento de Construção Civil

ORIGEM E FORMAÇÃO DE SOLOS

Profª Teresa Raquel Lima Farias

Disciplina: Mecânica dos Solos
QUANTO A ORIGEM E FORMAÇÃO
Existem dois grandes grupos: Solos Residuais e
Solos Transportados.
 Solos Residuais – provenientes da
decomposição das rochas e se encontram no
próprio local em que se formaram. Permanecem
no local de origem onde existe uma
transformação da rocha mãe até o solo.

 Solos Transportados – são aqueles que foram

levados ao seu local atual por algum agente de
transporte. As características do solo formado
são função do agente transportador.
SOLOS RESIDUAIS (EXEMPLOS)
Ex.: Solos saprolíticos – mantém a estrutura original da rocha
mãe (veios, fissuras), mas perdeu a consistência da rocha.

◼ Perfil típico de um solo residual de Gnaisse (Ortigão, 2007)

Solos Residuais (Exemplos)
Ex.: Solos lateríticos – apresentam
elevada concentração de óxidos de
ferro e alumínio (cor avermelhada).
SOLO LATERÍTICO

Apresentam pequena capacidade

de suporte, mas quando
compactados sua capacidade de SOLO NÃO-LATERÍTICO
suporte é elevada. Muito utilizado
para pavimentação e aterros.

Ex.: Solos porosos (Brasília) – solos colapsíveis

Ex.: Solos expansivos (Massapê – Bahia)
Solos Colapsíveis
Solos Expansivos
SOLOS TRANSPORTADOS (EXEMPLOS)
 Solos Coluvionares – formados pela ação da
gravidade. Localizados em pés de serras e
taludes (depósitos de talus).

Fonte:Ortigão (2007)
SOLOS TRANSPORTADOS (EXEMPLOS)
 Solos Aluvionares –
resultantes do carreamento
através da água. Sua constituição
depende da velocidade das águas
no momento da deposição.

• Solos Eólicos - transportados pelo vento.

• Solos Marinhos – transportados pelas marés ou correntes
marinhas.
• Drifts ou Solos Glaciares – transportados pelas geleiras.
Solos Orgânicos
 Provenientes da decomposição de matéria orgânica, de
origem vegetal (folhas, raizes) ou animal (conchas).
 Geralmente argilas ou areias finas.

Características: cor escura, odor

característico, solo fofo, não plástico, baixa
resistência, baixa capacidade de carga.
Ex.: Turfas (carbonificação de folhas e
caules)
Tipos e Nomenclaturas de Solos
Textura – medida do tamanho dos
grãos. Propriedade importante para
a identificação dos solos.

Classificação textural ou granulométrica – em

função do tamanho dos grãos de solo.
 Areias e Pedregulhos – solos de
granulação grossa, com grãos de forma
cúbica ou arredondadas. Constituição
principal é o quartzo.
 Siltes – solos intermediários, tende a ter
comportamento argiloso ou arenoso.
 Argilas – solos de granulação fina.
IDENTIFICAÇÃO TÁTIL-VISUAL
A Identificação Tátil-visual de solos é um sistema
baseado no tato e na visão, por isso, para sua realização, é
necessário um técnico experiente e bem treinado, que
tenha prática nesse procedimento.
Essa técnica se baseia em alguns testes de classificação:
 Tátil: esfrega-se o solo na mão para sentir sua aspereza.
Areais são mais ásperas que as argilas;
 Plasticidade: tenta-se moldar pequenos cilindros de solo
úmido. Argilas são moldáveis e areias não;
 Resistência do solo seco: Torrões de argilas são resistente,
de silte pouco resistente;
 Dispersão em água: Argilas sedimentam mais lentamente
que silte e bem mais que areias quando dispersas em água.
ESCALAS GRANULOMÉTRICAS
 Escala da A.S.T.M. (American Society for Testing Material)

Blocos - D > 1,00m

Matacões - D > 2,5cm
Pedregulhos - D > 2,0mm
Areia:
grossa - 0,2mm < D < 2,0mm
fina - 0,02mm < D < 0,2mm
Silte - 0,002mm < D < 0,02mm
Argila - D < 0,002mm
ESCALAS GRANULOMÉTRICAS
 Escala da ABNT

Fonte: Souza Pinto, (2006)

Composição química e mineralógica dos solos

Solos grossos ( minerais da rocha de origem):

- Silicatos – feldspato, mica, quartzo, talco
- Óxidos – hematita, magnetita, limonita
- Carbonatos – calcita, dolomita
- Sulfatos – gesso, anidrita
Composição de solo residual em função da rocha-mãe

Fonte: Gerscovich (2016)

Composição química e mineralógica dos solos
Minerais Argílicos (Solos finos):

A argila influencia nas características mecânicas do solo.

Ela é constituída de micro-partículas (microscópio
eletrônico), tem baixa permeabilidade.
Dois solos argilosos com mesma granulometria podem
apresentar propriedades inteiramente diferentes.

Caolinitas
cao + ling (chinês) = “coluna alta”.
São formadas por unidades de silício e alumínio, que se unem
alternadamente conferindo-lhes uma estrutura rígida e estável em
presença de água.
Apresentam menores plasticidade e coesão.
Quando pura é utilizada na confecção de porcelana. Possui cor
branca, com brilho mascarado, variando de cor pelas impurezas.
Não é expansiva – impedem a penetração da água, baixa atividade
e LL baixo.
Composição química e mineralógica dos solos
Minerais Argílicos (Solos finos):

Montmorilonitas
Estruturalmente formadas por uma unidade de alumínio entre
duas unidades de silício.
As moléculas de água são agregadas ao cristal que é diferente da
água intersticial do solo.
Muito expansivas, ou seja, instáveis em presença de água.
São os que têm maiores plasticidade e coesão. Grande atividade,
LL elevado.

Illitas
Nome devido a cidade de Illinois (EUA).
Sua formação é semelhante às
montmorilonitas, só que as unidades de silício
são intercaladas por íons de potássio:
São menos expansivas.
Argilas com diferentes comportamentos

Fonte: Villibor e Nogami (2009)

SUPERFÍCIE ESPECÍFICA
 Superfície total de um conjunto de partículas por unidade
de volume ou peso.
 Quanto mais fino o solo, maior é a superfície específica.
Estruturas de solos
O arranjo ou organização das
partículas do solo (isto é, a
configuração interna da matriz do
solo) denomina-se estrutura do solo.

Solos com Textura similar podem

apresentar estruturas diferentes
dependendo do arranjo e do nível de
agregação das suas partículas.

Estruturas de solos sedimentares

(a) floculada em água salgada
(b) floculada em água não salgada
(c) dispersa
Estrutura de solos
 Tanto a textura quanto a estrutura conferem ao
solo um espaço poroso e um arranjo de partículas
característicos que, por sua vez, afetarão de
alguma forma suas propriedades hídricas.

Estruturas de solos colapsíveis

Fonte: Ferreira (2010)