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TIPOS DE DEFORMAÇÕES DOS SOLOS

TIPOS DE DEFORMAÇÕES DOS SOLOS

1 ORIGEM E FORMAÇÃO DO SOLOS.

Os solos se originam da decomposição de maciços rochosos, por processos degenerativos


denominados intemperismo, que podem ser decorrentes de agentes físicos, químicos ou biológicos.

2 TIPOS DE SOLOS

Os solos constituem um sistema multifásico composto de partículas sólidas (minerais) e de vazios,


os quais podem estar preenchidos com água e/ou ar. A porcentagem de água presente nos vazios (ou grau
de saturação) é de extrema importância para o comportamento dos solos em obras de engenharia.

A disposição geométrica e o tipo de ligação entre as partículas exercem também um papel


fundamental no comportamento dos solos. No caso de solos arenosos, predominam as forças de gravidade,
ou seja, o peso dos grãos é relevante para a estrutura dos solos. No caso de solos finos, argilosos, a
estrutura é função da combinação de forças de atração e de repulsão entre as partículas. Ilustra os dois tipos
básicos de estrutura de solos argilosos. Nas estruturas dispersas, predominam as forças de atração entre
partículas. Neste caso, os contatos entre grãos ocorrem entre faces e arestas. Nas estruturas floculadas, as
partículas se posicionam paralelamente, face a face. Neste tipo de estrutura, predominam as forças de
repulsão entre as partículas.
A maneira mais simples de classificar os diferentes tipos de solos é diferenciá-los em função do
tamanho das partículas que os compõem, ou seja, pela granulometria, estabelecida por normas técnicas
(ABNT, DIN, ASTM):

 Pedregulhos – apresentam partículas com diâmetro compreendido entre 2,00mm a 10,00cm,


caracterizando-se pela fácil visualização dos grãos. Não retêm água devido à inatividade de sua
superfície e aos grandes vazios existentes entre as partículas.
 Areias - apresentam partículas com diâmetro compreendido entre 0,06mm e 2,00mm, ainda visíveis
sem dificuldade. Quando se misturam com água não formam agregados contínuos e ao invés disso
se separam com facilidade.
 Siltes - apresentam partículas com diâmetro compreendido entre 0,002mm e 0,06mm. Algumas
normas indicam que o limite inferior deve ser 0,005mm, porém não existem consequências práticas
entre ambas as distinções. Abaixo dessa granulometria já passa a haver retenção de água.
 Argilas - apresentam partículas com diâmetro inferior a 0,002mm. São formadas, principalmente, por
minerais silicatados, constituídos por cadeias de elementos tetraédricos e octaédricos, unidas por
ligações covalentes frágeis, que permitem a entrada de moléculas de água. Com isso, produz-se, às
vezes, um aumento de volume, que é recuperável quando a água evapora. A capacidade de retenção
de água das argilas é muito grande, decorrente da presença de pequenos vazios com uma grande
superfície de absorção.

3 TIPOS DE SOLOS EM PROCESSO DE COMPACTAÇÃO

Basicamente, os solos podem ser classificados como: coesivos, granulares ou não coesivos e
mistos. Esta é uma definição bastante simplista, porém quando se trata de estudar os processos de
compactação dos solos, esta classificação é suficiente.

3.1 SOLOS NÃO COESIVOS (GRANULARES).

Entende-se por solos granulares aqueles compostos por rochas, pedregulhos e areias ou, em geral,
grãos grossos.

Essa mistura, composta por muitas partículas individuais soltas, que no estado seco não se aderem
umas às outras, são altamente permeáveis. Isso se deve ao fato de existirem espaços vazios relativamente
grandes e intercomunicados entre si.
Em estado seco, é fácil reconhecer um solo granular por simples observação, devido ao tamanho
dos distintos grãos (partículas) que os compõem e à correspondente porcentagem em peso desses grãos.
A capacidade de carga dos solos não coesivos depende da resistência ao travamento entre
partículas individuais. Ao aumentar o número de pontos ou superfícies de contato entre os grãos individuais
do solo, por meio de um aumento da quantidade de grãos por unidade de volume (compactação), aumenta-se
a resistência ao travamento dos grãos e, simultaneamente, melhora-se a capacidade de transmissão de
forças entre os mesmos.

3.2 SOLOS COESIVOS.

Os solos coesivos compõem a categoria dos solos argilosos e siltosos. Os grãos individuais desse
tipo de solo são muito finos, em geral na forma de plaquetas. São quase farináceos, aderem-se firmemente
uns aos outros e não podem ser reconhecidos individualmente a olho nu. Os vazios ou espaços entre os
grãos são muito pequenos e predominantemente isolados uns dos outros. Devido a sua estrutura esses solos
mostram pouca tendência a permitir a passagem de água, absorvem água muito lentamente e também voltam
a expulsá-la com lentidão. Devido aos pequenos poros entre os grãos, muitas vezes preenchidos por água,
são compactados através de vibração, sendo relativamente resistentes a essa vibração. Isso se deve
principalmente às forças de adesão naturais (coesão) entre partículas, as quais tendem a agrupar-se
formando lâminas contínuas com inclusão de água e/ ou ar, não permitindo assim uma redistribuição dos
grãos ou partículas individuais.

3.3 SOLOS MISTOS

Na natureza a maioria dos solos é composta por uma íntima mistura de partículas de variados
tamanhos (graduações diferentes), ou seja, uma mistura de grãos finos coesivos como também materiais de
tamanhos medianos a grossos. Esses tipos de solos podem ser chamados solos mistos, ou solos bem
graduados
/
4 TENSÕES NOS SOLOS

Nos principais problemas de engenharia, os estudos das deformações dos materiais levam em
conta apenas as tensões originadas por cargas aplicadas externamente. Nos solos, diferentemente dos
demais materiais, devem ser também consideradas as tensões decorrentes do peso próprio, ou seja, do peso
das camadas de solo sobrejacentes.

5 COMPRESSIBILIDADE E RECALQUES

Os recalques causados por um carregamento aplicado na superfície do terreno podem ser


estimados com base na hipótese de que o solo se comporta como um material elástico e isotrópico. Os
recalques podem ser imediatos, ocorrendo logo após a aplicação das cargas, ou lentos, com desenvolvimento
gradual ao longo do tempo.
Deformações rápidas são usualmente observadas em solos não saturados ou em solos arenosos,
de maior permeabilidade. Nos solos argilosos saturados, os recalques são lentos, pois é necessária a
drenagem (saída) do excesso de água dos vazios do solo.
Define-se por adensamento o processo de redução gradual do volume de um solo saturado,
causado pela drenagem de água dos vazios. Esta drenagem é associada à dissipação do excesso de
poropressão, induzido por um incremento de tensão total no elemento de solo.
Este, por sua vez, foi provocado pelo carregamento aplicado, ou seja, pela construção da obra em
questão. O adensamento é um processo gradual, cuja duração é inversamente proporcional ao coeficiente de
adensamento do solo.
Na estimativa dos recalques, devem ser considerados 3 tipos de recalques:
 Recalque imediato (ou recalque não drenado): ocorre sem variação de volume;
 Recalque de adensamento (ou recalque primário): ocorre por drenagem da água dos vazios;
 Recalque secundário: ocorre após encerrada a dissipação dos excessos de poropressão, sob
esforços efetivos constantes.

6 RESISTÊNCIA DOS SOLOS


Devido à natureza friccionai dos solos, pode-se afirmar que a ruptura dos mesmos se dá
preferencialmente por cisalhamento, em planos onde a razão entre a tensão cisalhante e a tensão normal
atinge um valor crítico. Estes planos são denominados de planos de ruptura e ocorrem em inclinações tais,
que são função dos parâmetros de resistência do solo.
As deformações em um maciço de terra são devidas principalmente aos deslocamentos relativos
que ocorrem nos contatos entre as partículas do solo, de modo que, na maioria dos casos, as deformações
que ocorrem dentro das partículas do solo podem ser desprezadas, considerando-se que a água e as
partículas sólidas são incompressíveis.
Pode-se dizer também, que as tensões cisalhantes são as principais causas do movimento relativo
entre as partículas do solo. Por estas razões, quando se refere à resistência dos solos, implicitamente se trata
de sua resistência ao cisalhamento.
A resistência do solo forma, juntamente com a permeabilidade e a compressibilidade, o suporte
básico para resolução dos problemas práticos da engenharia geotécnica. Trata-se de uma propriedade de
determinação e conhecimento extremamente complexos, pois às suas próprias dificuldades devem ser
somadas às dificuldades pertinentes ao conhecimento da permeabilidade e da compressibilidade, visto que
estas propriedades interferem decisivamente na resistência do solo.
O mecanismo físico que controla a resistência do solo é muito diferente dos que controla a maioria
dos materiais, pois o solo é um material composto por partículas.
/Dessa forma, a ruptura por cisalhamento ocorre quando as tensões entre as partículas são tais que
deslizam ou rolam umas sobre as outras. Portanto, pode-se dizer que a resistência ao cisalhamento depende
da interação entre as partículas, e esta interação pode ser dividida em duas categorias:
 resistência friccional (de atrito)
 resistência coesiva (coesão).

7 O CONCEITO DE REFORÇO DE SOLO.

Os solos possuem em geral elevada resistência a esforços de compressão, porém baixa resistência
a esforços de tração. Quando uma massa de solo é carregada verticalmente, ela sofre deformações verticais
de compressão e deformações laterais de extensão (tração). Contudo, se a massa de solo estiver reforçada,
os movimentos laterais são limitados pela reduzida deformabilidade do reforço. Esta restrição de deformações
é obtida graças ao desenvolvimento de esforços de tração no elemento de reforço.

8 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

MARANGON, Prof. M.. COMPRESSIBILIDADE E ADENSAMENTO DOS SOLOS. 2018. Disponível em:


<http://www.ufjf.br/nugeo/files/2013/06/Marangon-Cap%C3%ADtulo-03-Compressibilidade-e-Adensamento-
2018-at%C3%A9-pag-90.pdf>. Acesso em: 24 set. 2019
SANTOS, Alberto Sayão. Ana Cristina Sieira. Petrucio et al. REFORÇO DOS SOLOS. São Paulo: Maccaferri,
2009. 168 p. Disponível em:
<https://www.aecweb.com.br/cls/catalogos/maccaferri/manual_tecnico_reforco_de_solos.pdf>. Acesso em: 24
set. 2019.

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