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Geotécnica

(Solos)

Fernando Eduardo Rodrigues Marques

Geotécnica - 2016 – UERJ

5. SOLOS

5.1. Origem e formação dos solos

5.2. Os solos em Engenharia Geológica

5.3. Problemas apresentados pelos solos na


engenharia

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 5.1. Origem e formação dos solos
 Com exceção de túneis escavados em rocha e
barragens e grandes obras de engenharia que exijam
fundações em rocha firme, uma grande parte das
construções de engenharia está localizada em solos,
incluídas as barragens, as pistas de aeroportos,
rodovias, escavações para canais, etc..

 O conceito de solo para os engenheiros difere um


pouco do conceito geológico, uma vez que, para eles,
o termo inclui todo tipo de material orgânico ou
inorgânico inconsolidado ou parcialmente cimentado
encontrado na superfície da Terra, materiais esses
classificados em Geologia como rochas sedimentares
ou sedimentos.
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 5.1. Origem e formação dos solos

Classificação dos solos quanto à origem

 Solos sedimentares ou
solos transportados (os
sedimentos são transportados
e depositados em locais
distantes da rocha de origem);

 Solos residuais (os


sedimentos permanecem no
local de origem);

 Aterros – formação artificial.


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 5.1. Origem e formação dos solos

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 5.1. Origem e formação dos solos

Solos residuais

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 5.1. Origem e formação dos solos
Solos residuais
 A rocha que mantém as características
originais, ou seja, a rocha sã, é a que
ocorre em profundidade.

 Quanto mais próximo da superfície do


terreno, maior o efeito do intemperismo.

 Sobre a rocha sã encontra-se a rocha


alterada, em geral muito fraturada e
permitindo grande fluxo de água através de
descontinuidades.
 A rocha alterada é sobreposta pelo solo residual jovem, ou
saprolito, que é um material arenoso. O material mais
intemperizado ocorre acima do saprolito e é denominado solo
residual maduro, o qual contém maior percentagem de argila.
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 5.1. Origem e formação dos solos


Solos transportados

Agentes de Depósitos
transporte

 Vento  Dunas São, em geral,


solos pouco
consolidados,
 Gravidade  Solos coluvionares pouco resistentes
e muito
 Água  Solos aluvionares deformáveis

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 5.1. Origem e formação dos solos
Solos transportados
 Solo transportado é aquele que sofreu a ação de agentes
transportadores e se depositou ou acumulou em local
diferente do de origem.

a) Coluvionares: também conhecidos como TALUS. São


aqueles cujo transporte se dá pela ação da gravidade e que
se depositam ao pé de elevações e encostas.
b) Aluvionares: são transportados pela ação das águas
(fluviais e pluviais), sendo depositados de forma seletiva em
relação ao tamanho de grãos, de acordo com a velocidade
da corrente.
c) Eólicos: são transportados pela ação do vento.
d) Glaciais: são transportados pelo gelo.

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 5.1. Origem e formação dos solos


Solos transportados
 A figura ao lado mostra um perfil típico
de solo sedimentar, muito comum no
litoral brasileiro devido à sedimentação
do transporte fluvial no ambiente
marinho das baías e restingas, como é
o caso, por exemplo, da argila do Rio
de Janeiro, depositada em toda a
periferia da baía da Guanabara.

 A camada superficial de argila mole é


muito fraca e a construção sobre este
tipo de terreno é sempre problemática,
requerendo a realização de estudos
especiais por engenheiro geotécnico
experiente.
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 5.1. Origem e formação dos solos
Solos transportados
 A figura apresenta um tipo de solo denominado coluvionar ou
talus, muito comum ao pé de encostas naturais de granito e
gnaisse, caso típico do Rio de Janeiro e de toda a serra do Mar.

 Devido ao deslizamento
e ao transporte pela
água de massas de
solo, um material muito
fofo e em geral
contendo muitos blocos
soltos é depositado ao
pé das encostas.

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 5.1. Origem e formação dos solos


Os solos são caracterizados por:
 Serem um sistema particulado de sólidos de diversas origens,
que podem considerar-se indeformáveis;
 Têm uma granulometria de grossos (centímetros) a finos (micro);
as partículas mais finas necessitam processos físico-químicos
para definir a sua constituição; as de maior tamanho apenas
necessitam de processos físicos;
 Têm uma estrutura e fábrica em função da origem dos minerais,
agentes cimentantes, transformações químicas, meio de
deposição, etc.;
 Presença importante de vazios (poros) preenchidos com água
(saturado), com água e ar, ou apenas ar (solo seco); o fluido
intersticial considera-se incompressível às temperaturas normais;
 As deformações do conjunto do solo produzem-se por rotações e
deslizamentos relativos das partículas e por expulsão de água.
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 5.1. Origem e formação dos solos
Definição do estado físico – grandezas básicas

 Va → Volume de ar Wa → Peso de ar
 Vw → Volume de água Ww → Peso de água
 Vs → Volume de sólidos
Ws → Peso das partículas sólidas
 Vv → Volume de vazios
 V → Volume total → Peso seco
Geotécnica - 2016 – UERJ W → Peso total

 5.2. Os solos em Engenharia Geológica


 A ação antrópica, num meio geográfico concreto, altera
as condições do meio natural ao realizarem-se
escavações, terraplanagens, aplicação de cargas ao
terreno, etc..

 A resposta do terreno face a essa alteração depende da


sua constituição e características, das condicionantes
geológicas do entorno, das propriedades relacionadas
com a atuação humana e da acomodação da obra
construída ao entorno natural.

 Portanto, a resposta do terreno é complexa, dependendo


em primeiro lugar do material ou materiais preexistentes
na região e do tipo de solicitação a que é submetido.

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 5.2. Os solos em Engenharia Geológica
 Se o terreno é um maciço rochoso, a sua resposta vem
condicionada pela resistência da rocha, presença de
zonas alteradas, descontinuidades, etc..

 Caso se tratem de solos, ou seja, materiais soltos fruto


da erosão exercida sobre rochas preexistentes e
depositados por ação da água e do vento, a resposta
varia consideravelmente.

 A matéria sólida que constitue o solo apresenta uma


composição química diferente de acordo com a rocha ou
rochas que lhe deram origem e pelas transformações
ocasionadas pela erosão, pelo que se pode encontrar
matéria orgânica, sais, carbonatos, etc..

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 5.2. Os solos em Engenharia Geológica


 Do ponto de vista da engenharia geológica, o solo é
definido como um agregado de minerais unidos por
forças débeis de contato, separáveis por meios
mecânicos e pouca energia ou por agitação na água.

 A resposta do solo, a nível prático, frente às ações


introduzidas pelas obras de engenharia, supõe um
movimento dessas partículas através de deslizamentos e
rotações entre elas e depende de:
 Quantidade de matéria orgânica presente;
 Tamanho e distribuição das partículas (que facilita ou
dificulta o movimento dos grãos entre si).
 Volume de vazios (à medida que este aumenta, o solo é
mais deformável);
 Dimensão média dos vazios.
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 5.2. Os solos em Engenharia Geológica
Assim, no estudo dos solos há que analisar:
 Os problemas de deformabilidade, induzidos pelas
cargas e ações exteriores;

 Essa deformabilidade pode levar a uma situação


extrema, de “ruptura”, havendo portanto que avaliar
a capacidade resistente dos solos;

 Os problemas de fluxo da água no interior do solo,


os quais condicionam a sua resposta;

 Estabilidade das obras de engenharia e taludes


naturais.

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 5.2. Os solos em Engenharia Geológica


Estudo dos solos:
 Índices físicos;
 Identificação e classificação; Necessitamos
de parâmetros
 Estado de tensão nos maciços;
 Fluxo (permeabilidade e percolação);
 Compactação;
 Compressibilidade e adensamento;
 Resistência ao cisalhamento;  Prospeção
geotécnica
 Empuxos de terras;
 Ensaios
 Dimensionamento de estruturas de suporte; laboratoriais
 Estabilidade de taludes;  Ensaios de
campo
 Fundações diretas;
 Fundações profundas.
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