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AULA 01 E 02 _ 08/09/2022

AULA 01 E 02
T.C.C 11ª Classe
TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

EDIFICAÇÕES

Volume I- Manual de Técnicas de Construção Civil, 11ª Classe


I Edição
Autor: Professor Eng.º Álvaro Filipe Fernando
AULA 01 E 02 _ 08/09/2022

CAPÍTULO 3. PROCESSOS CONSTRUTIVOS

3.1 Noções de geologia

3.1.1 Conceito

Geologia: é a ciência que estuda a terra a matéria ou a alteração que sofreu desde a sua origem
a textura e estrutura que tem o seu estado actual.

É do conhecimento de todos os alunos que grandes partes das obras de construção civil apoiam
– se no interior da crosta terrestre, por esta razão é de extrema importância o conhecimento das
características do solo, onde irá apoiar o peso da nossa construção.

Para o êxito de uma obra exige o conhecimento da totalidade das propriedades do solo, seu
peso específico óptimo (baridade máxima) e a sua deformabilidade.

3.1.2 Intemperismo

Qualquer que seja a natureza de uma rocha (ígnea, sedimentar ou metamórfica), ela passa por
diferentes processos de intemperismo que originam os diferentes tipos de solos.

O intemperismo é o conjunto de transformações de origem física (desagregação) e de origem


química (decomposição) que ocorrem nas rochas.

3.1.2.1 Origem e formação dos solos

Os factores que controlam a acção do intemperismo que nela originam os diferentes tipos de
solos são: variação de temperatura, o clima, a variação sazonal da chuva e da temperatura e
ainda o relevo que influência no regime de infiltração e drenagem das rochas.

3.1.2.2 Tipos de intemperismo nas rochas

1. Intemperismo físico ou mecânico

Conceito: Envolve o processo que conduz a desagregação da rocha sem que haja uma
alteração química dos minerais constituintes.

Os principais agentes de intemperismo físico ou mecânico são:

 Variação de temperatura;
 Cristalização dos sais;
 Congelamento da água;
 Acção dos seres vivos.
1.1 Variação de temperatura: acontece quando existência do aumento da temperatura e os minerais
das rochas sofrem alteração, desenvolvendo pressões internas desagregando os minerais e por
sua vez, desenvolvem micro-fracturas por onde penetram as águas, sais e raízes vegetais.
1.2 Cristalização dos sais: O sal trazido pelos mares se cristaliza nas fracturas, desenvolvendo
pressões que ampliam o efeito desagregador das rochas.

1.3 Actividade dos seres vivos: acção das raízes vegetal, dos animais e do homem.

2. Intemperismo químico

Conceito: Implica a transformação química dos minerais que compõem a rocha. O principal
agente do intemperismo químico é a água. O ambiente da superfície terrestre caracterizado por

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pressões e temperatura baixa e riqueza de água e oxigénio é muito diferente do que aquele em
que a maioria das rochas se formam, assim quando as rochas afloram a superfície da terra, seus
minerais entram em desequilíbrio e através de reacção químicas transformam-se em outros
minerais mais estáveis neste novo ambiente. Por isso é que anteriormente referimos do principal
agente do intemperismo químico é a água da chuva que infiltra e percola através das rochas.

Em geral todo solo tem a sua origem imediata que remota na decomposição das rochas pela
acção dos agentes intempéricos.

Para fins geotécnicos os solos quanto a sua origem podem ser agrupados em dois grandes grupos
dos quais podemos distinguir:

 Solos residuais
 Solos transportados ou sedimentares
 Solos orgânicos
Solos residuais: são os que permanecem no local da rocha de origem (rocha mãe), observando-
se uma gradual transição da superfície até a rocha. Para que ocorram os solos residuais é
necessário que a velocidade de decomposição da rocha seja maior que a velocidade de
remoção pelos agentes externos. Ver figura 1 e figura 2 abaixo.

Figura 1. Caracterização dos solos residuais


Estando os solos residuais apresentados em horizontes (camadas) com grau de intemperismo
decrescente podem se identificar as seguintes camadas:

1. Solos residuais maduros;


2. Solos residuais jovens ou Saprolito;
3. Rocha alterada ou fracturada;
4. Rocha sã.

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Solo residual maduro

Solo residual jovem

Rocha fracturada

Rocha Sã

Figura 2. Caracterização dos solos residuais-Escola de 18 salas Muxima-Coxe Luanda.


Solos sedimentares ou transportados: são os que sofrem a acção dos
agentes transportáveis, podendo ser aluvionares (quando transportados
pela água), eólicos (quando transportados pelo vento), coluvionares
(quando transportados pela gravidade - rico em matéria orgânica) e os
solos glaciares (quando produzidos pelas geleiras (gelo).
Solos orgânicos: Originados da decomposição e posterior apodrecimento
de matérias orgânicas, sejam estas de natureza vegetal (raízes, plantas).
Para os processos de construção de fundações, é necessário que além do
conhecimento do perfil do terreno disponha-se da planta de pilares com
as respectivas cargas nas fundações.
A determinação da tensão admissível, resistência ou capacidade de
carga de solo, consiste no limite de cargas que o solo pode suportar sem
se romper ou sofrer deformação exagerada. Pra obras de grande porte
sujeito a cargas elevadas só podem ser realizadas por empresas
especializadas, que além do estudo do subsolo de um modo geral propõe
sugestões para o tipo de fundação mais adequadas pra que o binómio
estabilidade – economia seja atendido.
Para obras de pequeno porte sujeitas a cargas relativamente pequenas a
resistência do terreno poderá ser obtida por meio de tabelas práticas em
função dos tipos de solos.

Natureza do terreno Carga limite de segurança

Argila gorda 4Kn/m2


Terra vegetal solta 5 Kn/m2
Terra vegetal composta 15 Kn/m2
Terreno argiloso-calcário 25 Kn/m2
Terreno siltoso ou areia 10 Kn/m2
Terreno muito compacto 10 kn/m2
Terreno muito duro, rocha 60 Kn/m2
Terreno brando, rocha dura 800 Kn/m2

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Além dos dados anteriormente referenciados os projectistas das


fundações deveram procurar obter as seguintes informações técnicas:
Características das superestruturas
Assentamentos provocados nos solos de fundação e as suas repercussões
das superestruturas.
Efeito sobre as fundações vizinha.

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