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1-segundo (OMBE.

et all, 2011) os Factores que contribuem para Alteracao dos solos após a
formação são:

TENSÃO- Em geral o aumento de tensões sobre um elemento de solo produz um aumento da


sua resistência ao cisalhamento, uma redução da compressibilidade e uma diminuição da
permeabilidade; pelo contrário uma diminuição de tensões produz efeitos contrários , que são, no
entanto, bastante menos sensíveis para a mesma variação do valor da tensão. Durante a formação
de um depósit o as tensões totais impostas às várias camadas vão aumentando à medida que
cresce a altura do solo sobre as camadas ; e assim as propriedades das camadas de solo vão
evoluindo com a formação do depósito. A remoção do solo por erosão faz, pelo contrário ,
diminuir as tensões aplicadas às camadas de solo subjacentes.

TEMPO- é uma variável dependente para os outros fatores intervenientes na modificação do


comportamento dos solos. Com efeito , para que os efeitos das variações de tensões, se façam
sentir é necessário dar-se t empo a que a água dos poros do solo seja expulsa ou introduzida o
que é fortemente condicionado pela permeabilidade baixa dos solos finos. é importante para os
fenômenos de alteração , quer para os processos químicos quer físicos.

ÁGUA-Este fator é também muito principalmente nos solos argilosos onde a simples presença
da água faz com que as forças atrativas existentes entre partículas de argila reduzam. A água
existente nos poros recebe parte das cargas aplicadas ao solo , influenciando assim o seu
comportamento. Uma argila que quando seca apresenta resistência apreciável, quando bem
misturado com a água , transforma-se num lodo com comportamento fluido. Assim, o aumento
do conteúdo de água num solo fino geralmente reduz a resistência.

AMBIENNTE -As características básicas dos a mbientes de formação de solos, bem como
aquelas a que fica sujeito depois da sua formação podem influenciar sensivelmente o seu
comportamento. Dois fatores que podem influenciar o comportamento do solo depois da sua
formação, a natureza do fluido dos poros e a temperatura. Uma argila sedimentar ou com pactada
pode formar-se com um fluido nos poros com uma determinada composição que pode evoluir ao
longo da vida do depósito. Como é o caso das argilas marinhas depositadas em água salgada. Por
movimentos epirogênicos de levantamento pode a formação argilosa atingir níveis superiores ao
do mar e ficar assim sujeita à percolação de águas com teores de sal muito mais baixo do que os
da água da mar.

PERTURBAÇÃO- é aqui interpretada como um fenômeno mecânico adicional que torna


aparente uma desfavorável característica também mecânica do solo e que estava latente. O
exemplo mais significativo é o das argilas muito sensíveis, quickclay, que ocorrem na
Escandinávia e no Canadá. As partículas destas argilas por serem marinhas têm um a estrutura
floculada , isto é, as partículas se agrupam umas em relação às outras segundo “topo e face”.

2-de acordo com (LEPSCH, 2002. 178p) As principais formas de degradação do solo são:

1.Desertificação- consiste no processo de degradação e esgotamento dos solos que ocorre em


regiões de clima árido, semiárido e subúmido, onde a pluviosidade não é maior do que 1400mm
anuais e, portanto, a evaporação é maior do que a infiltração. A desertificação recebe esse nome
porque provoca uma mudança da paisagem para algo próximo à paisagem de um deserto, embora
não necessariamente a área formada possa ser considerada como tal.

2.Lixiviação: é uma espécie de lavagem dos nutrientes do solo. Pode ser provocada pelo
desmatamento, chuvas intensas ou uma conjugação destes dois factores. Este processo deixa as
camadas superficiais do solo com baixa quantidade de nutrientes.

3.Arenização- é, muitas vezes, confundida com a desertificação, mas se trata de fenômenos


diferentes. A arenização consiste na formação de bancos de areia em solos já de consistência
arenosa em regiões que, diferentemente das áreas que se desertificam, apresentam climas mais
úmidos e com maiores volumes de chuva, onde a infiltração e o escoamento da água são
superiores aos índices de evaporação. As causas para o processo de arenização estão, sobretudo,
relacionadas com a remoção da vegetação, que protege e firma os solos.

4. Salinização - consiste no processo de aumento dos sais minerais existentes, a ponto de afetar a
produtividade dos solos de uma determinada região. Esses sais minerais apresentam-se na forma
de íons, tais como o Na+ e o Cl-, sendo mais comuns em áreas de clima árido e semiárido, onde
as taxas de evaporação são muito acentuadas. Assim, com a evaporação da água, os sais
acumulam-se no solo e aumentam a sua salinidade.
5. Laterização-consiste no acúmulo de hidróxidos de ferro e alumínio, alterando a composição e
a aparência dos solos. Esse processo é resultante, principalmente, da alteração da camada
superficial pelo intemperismo químico associado à sua lavagem exaustiva pela lixiviação.

6. Poluição direta e contaminação- consiste na alteração química da composição dos solos,


tornando-os, muitas vezes, inférteis. Trata-se de um problema eminentemente antrópico e
causado pelo uso excessivo de agrotóxicos, defensivos e fertilizantes na agricultura e também
pela infiltração de materiais orgânicos poluentes em áreas de lixões, aterros sanitários e até em
cemitérios, onde há uma elevada taxa de formação de chorume.

7-A erosão é um dos mais conhecidos tipos de degradação do solos. Trata-se de um processo
natural que pode ser intensificado pelas práticas humanas e que consiste no desgaste dos solos e
das rochas com posterior transporte e deposição do material sedimentar que é produzido.

Consequências da erosão

 Os processos erosivos, além de alterarem a forma do relevo formando crateras que


podem ocupar grandes áreas, também são responsáveis pela retirada de nutrientes dos
solos.
 Em alguns casos, a lavagem excessiva da camada superficial pela água das chuvas –
processo chamado de lixiviação ou erosão laminar – torna os solos mais ácidos ou
improdutivos.
 Além disso, as erosões também estão associadas a problemas de movimentação de
massas e desabamento de encostas.

3-Características de alguns solos predominantes em Moçambique

Fluvissolos

Depósitos aluvionares e flúvio-marinhos, lacustres, de textura média a fina.

Características Gerais

 Em geral férteis, pH neutro, sedimentos costeiros contêm CaCO3 (conchas), salinidade e


sodicidade podem constituir um problema.

Arenossolos
Geralmente, material transportado e não consolidado; Solos pouco evoluídos com textura
grosseira.

Características Gerais

 Permeabilidade alta;
 Capacidade de retenção de agua baixa;
 Capacidade de troca catiónica e matéria orgânica baixa.

Solos de Mananga (nome local do solo)

Depósitos de Mananga com cobertura arenosa de espessura variável, e coluviões argilosos.

Características Gerais

 Solos franco-argilo-arenosos, amarelo-acastanhados, imperfeitamente drenados,


correspondendo a depósitos cimentados sódicos do Pleistoceno.

Acrissolos

Solos de rochas ácidas, principalmente matéria meteorizada, rica em sílica.

Características Gerais

 pobre;
 baixo conteúdo de bases;
 toxicidade de alumínio ou manganês;
 fixação alta de fósforo; pH-H2O < 5,5 ;

Calcissolos

Na generalidade, sedimentos aluviais (lacustrinos) e depósitos coluviais e eólicos.

Características Gerais

 Potencialmente Fértil;
 Textura fina;
 Boa Capacidade De Retenção De Água;
 Matéria orgânica moderada 1-2%; C/N <10
 Ph Da Camada Superficial 7-8
 Ph do subsolo 7,5-8,5;
 Caco3 > 25%;
 CTC De Camada Superficial 10-25 Cmol(+)/Kg;
 Saturação em bases 100%.

Chernozens

Sedimentos eólicos (na maioria).

Características Gerais

 Solos pretos, ricos em matéria orgânica;


 Camada superficial: 5-15% húmus, C/N cerca de 10, pH-água 6,5-7, 0,2-0,5% N; 0,1-
0,2% P;
 Subsolo: pH-água 7,5-8,5 (especialmente se contem cal);
 Saturação em bases cerca de 90%.

Ferralssolos

Solos tropicais vermelhos e amarelos, alto conteúdo de sesquióxidos de Fe e Al (Ferralsols),


desenvolvidos sobre pré-meteorizada.

Características Gerais

 Porosidade excelente;
 Permeabilidade boa e infiltração alta (micro-agregados estáveis, muitos bio-poros);
estrutura estável (argilosa);
 Alta percentagem de óxidos de ferro (CTA) e caolinito (CTC);
 Pobre; baixa CTC efectiva; alta fixação de fósforo; carências de N, K, Ca, Mg e S;
toxicidade de Al e/ou Mn;

4-Politicas da terra em Moçambique


Na República de Moçambique a terra é propriedade do Estado. Significa que o direito de
propriedade sobre a terra pertence ao Estado (artigo 46 da Constituição da República e artigo 3
da Lei de Terras). Como consequência disso a terra não pode ser vendida, alienada, nem
hipotecada ou penhorada. Apesar da terra ser propriedade do Estado, o uso e aproveitamento
desta é direito de todo povo moçambicano.

Direito de uso e aproveitamento da terra.

Direito de uso e aproveitamento da terra (DUAT) é o direito que as pessoas singulares ou


colectivas (nacionais e estrangeiras) e as comunidades locais adquirem sobre a terra, com as
exigências e limitações da legislação sobre terras.

Podem ser sujeitos do DUAT as pessoas singulares ou colectivas e as comunidades locais.


Quanto aos sujeitos de DUAT, nos termos da legislação sobre terras, temos sujeitos nacionais,os
que estão previstos no artigo 10 da Lei de Terras e os sujeitos estrangeiros, os previstos no artigo
11 da Lei de Terras.

Sujeitos nacionais: podem ser sujeitos de DUAT as pessoas nacionais, colectivas e singulares,
homens e mulheres, bem como as comunidades locais. O legislador ao tornar expresso e bem
vincado o direito dos sujeitos singulares (homens e mulheres), quis realçar o direito da mulher à
terra independentemente de qualquer tutela masculina. Isto decorre do princípio de igualdade
entre os cidadãos previsto, nos artigos 66 e 67 da Constituição da República.

As pessoas singulares ou colectivas nacionais podem obter o DUAT, individualmente ou em


conjunto com outras pessoas singulares ou colectivas sob a forma de co-titularidade. O DUAT
das comunidades locais obedece aos princípios da co-titularidade, para efeitos da Lei.

Sujeitos estrangeiros: As pessoas singulares e colectivas estrangeiras podem ser titulares do


DUAT desde que tenham projecto de investimento devidamente aprovado ao abrigo da
legislação sobre investimento (Lei nº 3/93, de 24 de Julho e Decreto nº14/93, de 21 de Julho) e
observem as seguintes condições:

5- conforme (AMARAL, 2004). O Inventário de solos Informa, entre outros aspectos:

 Permeabilidade do solo;
 Espessura até a rocha;
 Substrato;
 Consistência;
 Presença de materiais expansíveis ou corrosivos, etc.

6-Consorciação de culturas é uma técnica agrícola de conservação que visa a um melhor


aproveitamento a longo prazo do solo. Consiste na plantação de espécies diferentes próximas
umas das outras. As espécies escolhidas proporcionam, entre si, vantagens recíprocas quando o
seu crescimento se efectua simultaneamente na mesma área agrícola. Evita a erosão do solo e a
disseminação de plantas espontâneas e, o mais importante, especialmente quando utiliza-se
adubos verdes, obtém-se a melhoria da fertilidade do solo.

7-Recomendaria o camponês fazer Terraceamento ou cultivo em socalcos, pois é uma técnica


agrícola e geográfica de conservação do solo, destinada ao controle de erosão hídrica, utilizada
em terrenos muito inclinados. Baseia-se na criação de terraços através do parcelamento de
rampas niveladas, e aceitam pouca mecanização, por causa da dificuldade na utilização de
máquinas em ambientes mais íngremes. Quando bem planeado e bem construído, reduz as perdas
de solo e água pela erosão e previne a formação de sulcos e grotas como ilustra a imagem
abaixo.

8- Segundo (Boucher,2008).O cultivo mínimo ou minimum tillage é um sistema de conservação


do solo como Strip-till com o objetivo de manipulação mínima do solo necessária para uma
produção de culturas bem-sucedida. É um método de lavoura que não acaba com o solo. É
contrário ao preparo intensivo, que altera a estrutura do solo usando arados .

9-De acordo com (LEPSCH, 2002). Os solos apresentam funções estruturais enquanto suporte
físico dos ecossistemas e constituem várias funcionalidades ecológicas, como a produção
biológica e a regulação do ciclo hidrológico de superfície. Vale dizer que os solos também
representam um importante meio fixador de carbono e depurador de efluentes, minimizando
possíveis impactos ambientais.

Já no aspecto antrópico pode-se dizer que os solos são geralmente vistos como recursos naturais,
fonte de matéria-prima para a construção e indústria cerâmica, e fonte de nutrientes e água para
as atividades agrosilvipastoris. Estas atividades antrópicas correspondem aos principais fatores
da degradação dos solos.

10-Conforme (Amaral, 2004). As Principais Técnicas de Conservação do solo são:

Adubação verde ou orgânica: para uma maior e melhor preservação dos solos durante o
cultivo, recomenda-se alternar as safras com leguminosas (plantas que dão vagens, como o
feijão, lentilha e ervilha). Esse tipo de vegetação possui a característica de se associar com
micro-organismos presentes na terra, capazes de transformar o nitrogênio do ar em compostos
hidrogenados que enriquecem o solo.

Afolhamento: essa técnica é utilizada para recuperar gradativamente os solos, poupando-os sem
interromper totalmente a produção. Nela, divide-se a área agricultável em três partes, sendo duas
cultivadas e outra reservada em “descanso” (geralmente por um período de dois anos) para
recuperar naturalmente os nutrientes perdidos em colheitas anteriores.

Rotação de culturas: em oposição ao sistema de monocultura (em que apenas uma espécie é
cultivada até o total esgotamento do solo), elaborou-se o sistema de rotação de culturas, que
consiste em alternar a produção: hoje, planta-se soja; amanhã, trigo; e depois milho, por
exemplo. As vantagens dessa técnica são variadas: controle de pragas (através da variabilidade
das espécies), reposição de nutrientes no solo, entre outros. No entanto, é necessário sempre
fazer um estudo específico para se escolher as espécies mais adequadas a cada tipo de solo e que
possam ser rentáveis comercialmente.

Plantio directo: essa técnica objetiva a realização do plantio diretamente sobre os restos da
colheita anterior, sem a necessidade de realizar uma nova aragem da terra, evitando a exposição
do solo aos fatores climáticos e o seu desgaste. Além disso, ganha-se no combate à erosão e
aumenta-se a produtividade.

Calagem: muito utilizada na região do Cerrado brasileiro, essa técnica visa à correção da acidez
do solo através do uso do calcário. Além disso, esse procedimento também fornece nutrientes
como cálcio e magnésio para as plantas. Apesar de ser uma técnica moderna e eficiente de
cultivo e preservação dos solos, ela acabou tendo o efeito contrário no Centro-Oeste do país, pois
permitiu o avanço da fronteira agrícola no Brasil e a consequente devastação do bioma Cerrado,
o que trouxe prejuízos tanto para os solos quanto para o meio ambiente.

Curvas de nível: na Cartografia, essa expressão significa algumas linhas imaginárias traçadas
para representar os desníveis de altitude do solo. Na agricultura, o procedimento é realizar o
plantio acompanhando essas linhas imaginárias, favorecendo o cultivo em áreas de relativa
declividade sem ocasionar a formação de erosões.

Fig1: Plantação de arroz utilizando a técnica de curvas de nível, no Vietnã


Referências bibliográficas

AMARAL, 2004. Nautir. Noções de conservação do solo. 2 Ed., São Paulo: Nobel

BOUCHER, J. 2008.Universidade de Connecticut. "Saúde do solo e lavagem à superfície


profunda".

Horta biológica. Disponível em http://www.hortabiologica.com/2012/12/consociacao-culturas/.


Acesso em 17 de Maio de 2017

LEPSCH, I.F. (2002. 178p) Formação e Conservação dos Solos. São Paulo: Oficina de Textos.

NAKATA, Hirome e COELHO, Marcos Amorim. (1978) .Geografia Geral: série


sinopse.Geografia Física, Geografia Humana e Geografia Económica. S. Paulo, Editora
Moderna.

OMBE, Zacarias, MANDALA, Sabil e MALAUENE, Apolinário. (2011) Geografia dos solos.

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