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geografia e da história
para uma pesquisa
climático-ambiental no
Nordeste do Brasil
UM POUCO DA HISTÓRIA DAS
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO
TRÓPICO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
Lucivânio Jatobá
Resumo
Este artigo analisa as causas prováveis da existência do semiárido no território
brasileiro. Retoma uma antiga tese defendida por dois geógrafos pernambucanos-
Gilberto Osório de Andrade e Rachel Caldas Lins- segundo a qual existe uma relação
estreita entre o anticiclone semi-fixo do Atlântico Sul, o deserto do Kalahari e da
Namíbia e o semiárido da Região Nordeste do Brasil. Aborda ainda as principais
características de uma massa de ar , denominada Tépida Kalahariana (TK), que seria
a principal causa da semiaridez observada no Brasil. Por último, examina a notável
expansão dos climas secos regionais sobre o território brasileiro durante o Último
Máximo Glacial.
Palavras-chave: deserto do Kalahari; história do clima; semiaridez; massa de
ar; Nordeste.
Abstract
This paper analyzes the probable causes of the existence of semi-arid
Brazilian territory. Reintroducing an old argument by two geographers Pernambuco,
Gilberto Osorio Caldas de Andrade and Rachel Lins, according to which there is a
close relationship between the anticyclone semi-permanent South Atlantic, and the
Kalahari Desert of Namibia and semiarid region of northeastern Brazil . Also discusses
the main features of an air mass, called Warm Kalahariana (TK) to be the main cause
of semiaridez observed in Brazil. Finally, it examines the remarkable expansion of the
regional dry climates over Brazilian territory during the Last Glacial Maximum.
Keywords: Kalahari Desert; climate history; semiaridity; air mass; Northeast.
Figura 2 - O centro de
altas pressões semi-fixo do
Atlântico Sul. A significa o
centro de altas pressões. As
setas indicam o escoamento
do ar (ventos).
Data :24/04/01
6
SAMPAIO FERRAZ, J. Causas prováveis das secas do Nordeste brasileiro. Rio de
Janeiro:Ministério da Agricultura , diretoria de meteorologia, 1925.
7
ANDRADE, Gilberto Osório de; LINS, Rachel Caldas. “Introdução à morfoclimatologia do
Nordeste do Brasil”. Op. cit., pp.22-23.
Figura 5 - Deslocamentos
da corrente marinha fria de
Benguela. (Fonte: Google,
2011)
8
O geógrafo Aziz Nacib Ab’Sáber publicou, há alguns anos, um importante trabalho que analisa
a questão da expansão dos climas secos na América do Sul e as temperaturas da superfície
marinha. AB’SABER, Aziz. Nacib. ‘‘Espaços ocupados pela expansão dos climas secos na
América do Sul, por ocasião dos períodos glaciais quaternários’’. In: Paleoclimas, v. 3, p.1-19,
1977.