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VOCÊ SABE PORQUÊ CHOVE?

A Magia dos \ \

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\ Biomas\
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índice
Introdução
por Bruna Larsen
página 3

Características da Amazônia
por Mariana Antoniol
página 5

Características do Cerrado
por Maria Aparecida e Mariana Antoniol
página 7

O que pode afetar a saúde dos


biomas?
por Talita Almeida
página 9

Referências
página 11
ao leitor
E aí galera, tudo bem?
Você já notou que existem rios
debaixo de seus pés e sobre a sua
cabeça? E que são eles que deixam
esse climinha gostoso onde você
mora?

Quando os seres humanos


degradam as matas, caçam os
animais, queimam e desmatam
grandes áreas nativas, acabam
interferindo nos ciclos de elementos
que garantem a sua própria
sobrevivência e a saúde da nossa
biodiversidade.

Pois é, os biomas têm a capacidade


de influenciar diretamente o clima
da sua região e do mundo. Por isso,
nesse E-zine, nós vamos explorar a
importância do Cerrado e da
Amazônia na criação desses rios e
como os biomas vão garantir que a
gente viva bem no Brasil. Bora lá?

BORA !
introdução
O clima do Brasil é predominantemente tropical, ou seja, possui duas
estações do ano bem definidas, uma quente e úmida, e a outra mais fria e
seca, porque nosso país está situado na Zona Tropical do planeta.
Mas como o Brasil é um país muito grande, não é certo dizer que o clima se
comporta igualmente por todo o território, já que muitos fatores podem
modificar o clima de uma região. Existem diferentes massas de ar atuando em
diferentes regiões do país, fazendo com que haja diferentes tipos de clima
no território brasileiro.
O relevo de uma região pode influenciar nos principais fatores que
determinam o comportamento do clima, e são eles: a temperatura, a pressão
atmosférica e a umidade relativa do ar, e esses fatores ainda interagem
entre si. Então, perceba que o clima de uma determinada região é o
resultado de inúmeras interações, e assim, qualquer modificação, seja
natural ou influenciada pelo homem, afeta diretamente o clima.

A TEMPERATURA DO AR

Você já reparou que no verão o tempo parece passar


mais rapidamente do que no inverno? Isso acontece
porque, com o aumento do calor, tudo ganha mais
energia, e por isso conseguem trabalhar mais rápido.
Por exemplo, quando queremos guardar uma carne para
comer mais tarde nós precisamos conservá-la para que
não apodreça, ou seja, para que os microrganismos não
a comam, e o que fazemos para que isso aconteça? Nós
a resfriamos na geladeira ou no congelador. Isso
porque, ao deixar as carnes mais frias, paralisamos
os microrganismos, conseguindo consumir a carne
quando quisermos.

O responsável por deixar o ar


atmosférico mais quente é o efeito
estufa, um processo natural que realiza
a manutenção da vida no Planeta. Parte
da radiação transmitida do Sol para a
Terra é refletida de volta ao espaço e
parte é absorvida pela superfície
terrestre e os oceanos com o auxílio de
gases, como o dióxido de carbono,
mantendo o equilíbrio energético. Porém,
nas últimas décadas, vemos que o excesso
de gases poluentes liberados pelos
humanos faz com que a Terra se aqueça
demais, causando o chamado aquecimento
global.
O aquecimento global tem vários efeitos, como o derretimento do gelo nos
polos, mas o principal efeito é que o aumento da temperatura altera a
dinâmica de massas de ar na atmosfera, o que pode alterar todo o clima de uma
região e levar a extinção de espécies adaptadas àquele clima.

A temperatura afeta a dinâmica do ar porque, quando fornecemos mais


energia para os elementos que compõem a atmosfera, eles se movimentam mais
rapidamente, e isso faz com os átomos fiquem mais distantes, o que diminui
a densidade do ar naquela região e, consequentemente, a pressão que aquela
massa exerce sobre a crosta terrestre diminui, permitindo que outras
massas de ar se movimentam por aquela região. As massas de ar saem de uma
região de alta densidade/pressão para uma de menor, e é esse movimento que
gere os ventos e até a movimentação da umidade pela terra.

A UMIDADE RELATIVA DO DO AR
Todos sabemos que a água é uma substância
essencial para manutenção da vida na terra e
você já deve ter ouvido falar do ciclo da água,
a água dos lagos e rios evapora e fica na
atmosfera na forma de vapor enquanto a
temperatura está elevada, então quando a
temperatura baixa esse vapor condensa e cai na
forma de gotas de água que chamamos de chuva.
As medidas de umidade relativa do ar são nada
mais do se não uma forma de medir a quantidade
de vapor de água numa massa de ar.
A um ar bem úmido são é só importante para
garantir chuvas prósperas numa região, mas
também para melhorar a saúde da população, mais
especificamente no que se diz respeito a
respiração, quando o ar está muito seco abre-se
espaço para uma maior circulação de poeira e
bactérias o que aumenta a incidência de doenças
respiratórias nas estações secas.
A baixa umidade do ar também aumenta o risco de
que ocorram queimadas.

a amazônia
A Amazônia é o bioma de maior biodiversidade do
mundo. Seu conjunto de ecossistemas, formado
pelas relações entre componentes bióticos, como
os organismos vivos, e componentes abióticos,
como elementos químicos e físicos, é essencial
para o equilíbrio climático do país, e
responsável por proporcionar o clima tropical
ameno com chuvas bem distribuídas tipicamente
brasileiro, graças aos famosos rios voadores da
Amazônia.
Nesse exato momento, existem muitos deles sobre
as nossas cabeças e não podemos vê-los, mas eles
transportam quantidades de água extraordinárias.
Muito se fala de sua importância, mas afinal, o
que são os rios voadores?

Esse apelido foi criado para especificar a


quantidade de água liberada pela Floresta
Amazônica em forma de vapor d’água. A
umidade evaporada pelo oceano Atlântico é
carregada pelos ventos alísios, um tipo de
vento constante e úmido que sopra de leste
a oeste, em direção à floresta. Pela ação
da evapotranspiração, a própria floresta,
sob o sol tropical, capta água dos solos e
emite para a atmosfera em forma de vapor,
funcionando como um superorganismo vivo.
Parte desse volume de água transforma-se em
chuvas que caem na própria floresta. Desse
modo, o ar é sempre recarregado com mais
umidade, que continua sendo transportada
rumo a oeste. Seguindo, então, os rios
encontram a barreira natural formada pela
Cordilheira dos Andes. Parte deles se
precipitam nas encostas da cadeia de
montanhas, formando as fontes dos rios
amazônicos, e a outra parte segue
transportando vapor para as regiões Centro-
Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, além de
países como Paraguai, Uruguai e Argentina.

E o mais interessante é que esses rios flutuantes


são a razão para que o Brasil não seja um deserto
devido à desertificação, nome que se dá ao
desgaste do solo causado por seu uso intensivo e
de maneira inadequada. Esse fenômeno se dá por
consequência de fatores naturais, como as
mudanças climáticas, fenômenos atmosféricos,
clima propriamente árido ou semiárido e as
características do solo.
No caso do Brasil, os efeitos da desertificação
são decorrentes da circulação atmosférica,
fenômeno da dinâmica das massas de ar ao redor do
globo. As regiões mais próximas da Linha do
Equador recebem mais radiação solar e tornam-se
mais aquecidas, enquanto nas regiões polares,
esses índices são menores. Desse modo, para que
haja um maior equilíbrio, acontecem trocas de
massas de ar entre as regiões quentes e frias. O
ar frio é mais denso, tendendo a descer e provocar
uma pressão maior, enquanto o ar quente é leve e
tende a subir, diminuindo a pressão da atmosfera.
Com esse movimento de descida e subida de ar,
ocorre uma movimentação constante e circular
dessas massas, que é responsável pela movimentação
dos ventos e as variações climáticas.

O padrão da circulação da
atmosfera se dá através de
três células de
movimentação, e a influente
no Brasil é a célula de
Hadley, que ocorre nas
regiões próximas à Linha do
Equador. O elevado
aquecimento dessa região faz
com que o ar suba com
umidade e se desloque em
direção aos trópicos, onde
vai aos poucos se resfriando
e, consequentemente,
descendo no Equador com ar
seco, provocando um processo
de ressecamento e aridez,
onde reinicia o ciclo.

Porém, na América do Sul, a massa de umidade


que vem do Equador continua até além dos
trópicos, pois existe um processo de
umidificação constante da atmosfera no
território brasileiro: os magníficos rios
voadores!

A umidade e as chuvas garantem a biodiversidade dos biomas e enchem


os rios, as bacias hidrográficas e represas que fornecem nossa
energia, que é predominantemente advinda das hidrelétricas, usinas
que produzem energia a partir do potencial dos rios. Portanto, seus
benefícios representam um dos elementos naturais mais importantes
para a manutenção da vida no nosso Brasil.
o cerrado
Cerrado é considerado o berço das
águas do país, tão essencial que é
apelidado de “caixa d’água do Brasil”
devido ao fato de que nossos principais
recursos hídricos estão concentrados
nessa região. Esse bioma possui uma área
que abriga nascentes de importantes
rios, beneficiando oito entre as doze
grandes bacias hidrográficas
brasileiras. E, por definição, a bacia
hidrográfica é uma determinada região em
que as águas das chuvas, das montanhas,
subterrâneas e de outros rios escoam de
acordo com o relevo da região em cursos
menores, como riachos e córregos, e
abastecem o rio principal, que desagua
no oceano.

Dessa forma, toda a água disponível


é essencial para o abastecimento do
país, as atividades industriais, o
uso das hidrelétricas que produzem
energia e para a manutenção da
diversidade do próprio bioma.

As principais bacias hidrográficas


do Brasil são as do Amazonas,
Tocantins-Araguaia, Platina (que
abrange o Paraná, Paraguai e
Uruguai) e do São Francisco, que
juntas, englobam 80% do território
nacional.

A vegetação do Cerrado também auxilia na captação das águas


das chuvas para o abastecimento de importantes aquíferos, com
destaque para o Aquífero Guarani, um dos maiores do mundo em
extensão e volume, que ocupa uma área de 1,2 milhão de km² e
armazena uma quantidade de água estimada em 40 trilhões de
km³. Um aquífero é uma unidade geológica onde se infiltra e se
armazena água, que pode ser utilizada como fonte de
abastecimento.

Geralmente, ao penetrar em camadas porosas das


rochas do solo, a água passa por um processo
natural de filtragem, tornando-se própria para
consumo, e a permeabilidade da água permite uma
movimentação no interior desse grande
reservatório subterrâneo de água.

Além disso, a maioria dos rios brasileiros


possuem boa parte de suas nascentes no Cerrado,
como o Rio São Francisco e o Rio Xingu, que faz
parte da Bacia Amazônica. Isso acontece devido a
sua posição e seu relevo. Em termos de extensão,
o Cerrado é a segunda maior formação vegetal da
América Latina, ocupando uma posição central do
espaço geográfico da América do Sul. Além disso,
as formas de relevo, sobretudo nos planaltos
(superfícies do solo elevadas e retas),
contribuem para o surgimento de nascentes de
rios, que rapidamente se deslocam para outras
áreas, formando as bacias hidrográficas.

Dessa forma, um detalhe importante a ser levado em


consideração é o sistema de chuvas que abastece as
nascentes, aquíferos e bacias da região Centro-Oeste,
demarcado predominantemente pelo Cerrado.

Ora, as chuvas regulares e nas quantidades necessárias para o


ótimo funcionamento do bioma provém dos rios voadores amazônicos,
quando o restante do vapor de água chega nas regiões do Centro-
Sul brasileiro e precipitam, abastecendo os reservatórios do
Cerrado.

A água também é essencial para


manter vivos os mosaicos do
Cerrado, a forma como é
distribuída sua vegetação, onde
ocorrem manchas de diferentes
tipos vegetações lado a lado ao
longo da paisagem, promovendo a
alta diversificação da fauna,
fundamental para a regulação dos
recursos hídricos e do clima
regional.
O que pode
afetar a saúde
dos biomas?
1. DESMATAMENTO

O DESMATAMENTO AFETA A DINÂMICA


DOS RIOS VOADORES ACARRETANDO EM
CHUVAS INTENSAS E PERDA DE
BIODIVERSIDADE, OCASIONANDO
DESTRUIÇÃO DO HABITAT DE ANIMAIS E
PLANTAS.

2. QUEIMADAS (NATURAIS OU
CRIMINOSAS)

AS QUEIMADAS NATURAIS SÃO CAUSADAS


PELA PRÓPRIA NATUREZA, COMO AS DESCARGAS
ELÉTRICAS OU VULCANISMO QUE INICIAM UM
INCÊNDIO MODERADO OU EXTENSO. AS
QUEIMADAS CRIMINOSAS SÃO CAUSADAS DE
MANEIRA DIRETA OU INDIRETA PELOS
HUMANOS, QUANDO HÁ INTENÇÃO DE DESTRUIR
UMA ÁREA OU ACIDENTALMENTE.
CAUSANDO DESTRUIÇÃO NA VEGETAÇÃO, PERDAS
DA FAUNA E FLORA E AGRAVAMENTO DO EFEITO
ESTUFA.
.
3. AGROPECUÁRIA

A AGROPECUÁRIA PROVOCA A
RETIRADA DA COBERTURA VEGETAL QUE
REDUZ A BIODIVERSIDADE, EXTINÇÃO
DE ESPÉCIES ANIMAIS E VEGETAIS,
DESERTIFICAÇÃO, EROSÃO, REDUÇÃO
DOS NUTRIENTES DO SOLO E
CONTRIBUI PARA O AQUECIMENTO
GLOBAL.

Para saber O USO DE AGROTÓXICO NAS


mais sobre o
problemas que PLANTAÇÃOES TEMBÉM POLUI O SOLO
envolvem o uso de
agrotóxico veja o
E PODE CHEGAR A CONTAMINAR OS
documentário: "O
mundo segundo a
LENÇÓIS FREÁTICOS, OU SEJA
Monsanto" dirigido
por Marie-Monique
NOSSAS RESERVAS DE ÁGUA, E TODOS
Robin OS CORREGOS AO REDOR.

O DESMATAMENTO E AS
QUEIMADAS TAMBÉM AFETAM A
SAÚDE HUMANA:

AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS TÊM


AUMENTADO CADA VEZ MAIS COM O
DESMATAMENTO, QUEIMADAS E O USO
DE AGROTÓXICOS. ESSES FATORES
PREJUDICAM A NÓS E AO NOSSO
BIOMA, DIMINUINDO A PRODUÇÃO DE
OXIGÊNIO, LIBERANDO GASES
POLUENTES E EXPONDO SUBSTÂNCIAS
TÓXICAS RESPECTIVAMENTE.
referências
VISTA DO O FUTURO CLIMA DO BRASIL. DISPONÍVEL EM:
<HTTPS://WWW.REVISTAS.USP.BR/REVUSP/ARTICLE/VIEW/9928
0/97696>. ACESSO EM: 6 SET. 2022.

VISTA DO BIOMA CERRADO: RELEVÂNCIA NO CENÁRIO HÍDRICO


BRASILEIRO. DISPONÍVEL EM:
<HTTP://ANAIS.UNIEVANGELICA.EDU.BR/INDEX.PHP/CIPEEX/A
RTICLE/VIEW/3093/1215>. ACESSO EM: 6 SET. 2022.

MENDONÇA, F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. CLIMATOLOGIA:


NOÇÕES BÁSICAS E CLIMAS DO BRASIL. SÃO PAULO: OFICINA
DE TEXTO, 2007.

COMCIENCIA. DESTRUIÇÃO DE BIOMAS CONTRIBUI PARA


SURGIMENTO DE NOVAS EPIDEMIAS -. DISPONÍVEL EM:
<HTTPS://WWW.COMCIENCIA.BR/DESTRUICAO-DE-BIOMAS-
CONTRIBUI-PARA-SURGIMENTO-DE-NOVAS-
EPIDEMIAS/#:~:TEXT=A%20DESTRUI%C3%A7%C3%A3O%20DO%20HA
BITAT%20NATURAL,PLANETA%20%C3%A0%20CRISE%20DE%20BIODI
VERSIDADE>. ACESSO EM: 6 SET. 2022.

MOSS, G. RIOS VOADORES: O PAPEL DA FLORESTA AMAZÔNICA


NO CLIMA BRASILEIRO. IFSC.USP.BR, 2015.

FEARNSIDE, P. NOTAS & COMUNICAÇÕES O PROCESSO DE


DESERTIFICAÇÃO E OS RISCOS DE SUA OCORRÊ NCIA NO
BRASIL. [S.L: S.N.]. DISPONÍVEL EM:
<HTTPS://WWW.SCIELO.BR/J/AA/A/K84JWKMZ6MHNYGNWNCCNDJL
/?FORMAT=PDF&LANG=PT>.

NOBRE, C. A.; SAMPAIO, G.; SALAZAR, L. MUDANÇAS


CLIMÁTICAS E AMAZÔNIA. CIÊNCIA E CULTURA, V. 59, N.
3, P. 22–27, 2020.

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