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DIRETORIA DE ENSINO
Natal/ Maio/2006
POLUIÇÃO DO SOLO
A partir da porcentagem de cada fração (argila, silte e areia), como apresentado na tabela
1, é possível definir se o solo é argiloso, arenoso ou siltoso, de acordo como diagrama triangular
usado para classificação granulométrica de solo apresentado na figura 2.
Cascalho de 2 a 20 mm
Pedregulho acima de 20 mm
%SILTE
Definida a granulometria de um solo, ele pode ser classificado com base na figura 2 em
argiloso, quando possui mais que 35% de argila, arenoso quando possui mais que 65% de areia e
menos que 15% de argila, siltoso (ou limoso) quando possui mais de 60% de silte e menos que
20% de argila e barrento quando não estiver enquadrado em nenhum dos anteriores.
Essa determinação é a base da classificação mais conhecida dos solos e explica também
algumas propriedades físicas e químicas do solo. Assim, por exemplo, a drenabilidade, a
permeabilidade e a aeração de um solo serão mais acentuadas se as dimensões das partículas
que o compõem forem maiores. Já os solos com partículas menores favorecem a resistência a
erosão, a retenção de água e de nutrientes, pelas propriedades coloidais que lhes são associadas.
c) Cor: é muito utilizável popularmente para denominar e identificar os solos, sendo a terra roxa e
a terra preta os mais conhecidos. Em termos técnicos a cor é descrita por comparação com
escalas padronizadas. Podem-se associar algumas propriedades do solo à sua cloração. Os solos
escuros, tendendo para marrom, quase serpe são associados à presença de matéria orgânica em
decomposição em teor elevado; a cor vermelha é indicativa da presença de óxidos de ferro e de
solos bem drenados; as tonalidades acinzentadas, mais comumente encontradas junto às
baixadas, são indícios de solo freqüentemente encharcados.
a) pH: O pH, que é um índice que indica o grau de acidez do solo, é de extrema importância, pois
determina a disponibilidade dos nutrientes contidos no solo ou a ele adicionados e também
assimilação dos nutrientes pelas plantas. A maior parte dos nutrientes (K, Ca, Mg, N, S, B e P)
estão menos disponíveis em valores baixos de pH e alguns, como Fe, Cu, Mn e Zn mostram
comportamento inverso.
O pH influência a atividade biológica de microrganismos livres ou que vivem em simbiose
com leguminosas, como também a oxidação da matéria orgânica por microrganismos hetetróficos.
A reação do solo pode ser ácida, básica ou neutra. Nos solos situados em regiões sob
clima tropical e subtropical predominam solos com reação ácida. Os nutrientes têm sua
disponibilidade determinada por vários fatores, entre eles o valor do pH, medida da concentração
(atividade) de íons hidrogênio na solução do solo.
Assim, em solos com pH excessivamente ácido ocorre diminuição na disponibilidade de
nutrientes como fósforo, cálcio, magnésio, potássio e molibdênio e aumento da solubilização de
íons como zinco, cobre, ferro, manganês e alumínio que, dependendo do manejo do solo e da
adubação utilizados, podem atingir níveis tóxicos às plantas.
A Fig. 4 ilustra a tendência da disponibilidade dos diversos elementos químicos às plantas
em função do pH do solo. A disponibilidade varia como conseqüência do aumento da
concentração e solubilidade dos diversos compostos na solução do solo. A mudança de pH é um
dos fatores que tem grande influência sobre a concentração e solubilidade destes compostos na
solução do solo.
b) acidez:: A acidez do solo é um processo inevitável, podendo ser causada principalmente pela
precipitação pluvial, adubação mineral (principalmente a nitrogenada), por lavagem de cálcio e
magnésio do solo e pelo próprio cultivo. A maioria dos solos brasileiros, em condições tropicais e
subtropicais úmidas, são ácidos (pH < 7). Isto se deve ao fato do intenso processo de
intemperização que ocorre nestes solos, levando a uma intensa lixiviação dos cátions básicos
(Ca+2, Mg+2, K+, Na+), e a concentração dos cátions ácidos (H+ e Al+3).
Acidez pH em CaCI2
d) capacidade de troca catiônica (CTC) : índice que, em outras palavras, mede a capacidade de
fixação de substâncias nas partículas do solo / substrato. É uma propriedade afetada pela
condição de acidez, sendo fortemente dependente de pH. A magnitude da CTC de um solo resulta
da natureza dos colóides minerais e orgânicos e do pH do solo. A CTC, capacidade de troca de
cátions, é expressa pela soma dos cátions de reação básica (S) mais os cátions de reação ácida
(H + Al3), expresso em cmolc/dm3 de solo.
e) Matéria orgânica: a matéria orgânica no solo aumenta a porosidade de solos pesados e com
isso facilita a movimentação de ar e água nas zonas reticulares; em algumas situações contribui
eficazmente para reduzir as perdas por erosão; reduz a plasticidade, coesão e aderência do solo,
tornando-o mais fácil de ser trabalhado; aumenta a capacidade de troca de cátions; tem grande
poder tampão; aumenta a solubilidade e disponibilidade de nutrientes.
A determinação da matéria orgânica em solos geralmente é determinada em mufla até
ignição do material a 500ºC
2 - CONSERVAÇÃO DO SOLO
Os principais íons e radicais mais comumente encontrado no solo são Ca+2, Mg+2, Na+, K+,
Cl , SO4-2, CO3-2, HCO-3, NO-3 e NH4-2, sendo que em um solo normal o complexo do solo é
-
composto de 80% de íons de Ca+2 e em torno de 5% de Na+ determinando uma salinidade natural.
Todo solo situado em regiões climáticas caracterizadas por baixas precipitações e altos
déficits hídricos climáticos e que ao mesmo tempo possua má drenabilidade, tende a se tornar
salino, com a irrigação, mesmo que esta seja feita com água de boa qualidade.
2.2 – Acididificação
Considerando-se que a maioria dos solos brasileiros apresentam acidez média a alta, a
sua correção, ou seja, a calagem é um fator decisivo na eficiência das adubações. É uma prática
de incorporar calcário ao solo. O calcário é o nome que normalmente se dá para o carbonato de
cálcio e/ou magnésio. A calagem proporciona vários benefícios:
2.3 - Erosão: É o processo de desagregação e remoção de partículas do solo, podendo se dar por
arraste da água (erosão hídrica) e pelo vento (erosão eólica) dentre outras formas.
2.3.1 Fatores naturais que contribuem para maior ou menor ocorrência da erosão:
A erosão ocorre de forma natural, lenta, sendo que nos últimos tempos vem sendo
intensificada pela ação do homem, principalmente com o crescimento e a urbanização. Os graves
problemas de erosão resultam da forma incorreta como o homem vem utilizando os recursos
naturais tais como:
a) desmatamento de áreas extensas, de encostas, da mata ciliar, de locais onde os solos
são erodíveis, queimadas e capinas.
b) práticas agrícolas: monocultura, culturas não perenes, plantios em encostas, cultivo
intensivo, uso de máquinas e implementos agrícolas.
c) Formação de pastos com alta densidade de animais.
d) Movimento de terras: escavações e aterros.
e) Alterações no escoamento natural das águas.
f) Impermeabilização dos solos: construção, pavimentação, compactação.
g) Atividades de mineração
Os efeitos da erosão variam no tempo e espaço, dependendo de tipo de solo, como ele é
usado, do clima e muitos outros fatores. As principais conseqüências da erosão no meio urbano
são:
Um programa de controle de ocupação das encostas deve ser desenvolvido através de:
a) Proteção da cobertura vegetal
b) Proteção do sistema natural de drenagem
c) Controle da ocupação do solo: preservação total (Lei Federal 8.766 de 19/12/79 proíbe
o parcelamento em terrenos com declividade superior a 30% dentre outras
observações) e definições de taxas de ocupação que provoque menos alterações no
ambiente natural (Fig. 5)
d) Medidas de proteção dos taludes: realização de obras de combate à erosão para a
proteção de taludes e encostas utilizando muros de arrimo em pedra ou concreto,
diques, tirantes e outros dispositivos tais como muro gaiola.
taludes de concreto
Muro de Arrimo
Diques
Muro gaiola
A compactação do solo é uma mudança no arranjo de partículas que reduz o volume total
do meio (NIMMO e AKSTIN, 1988). Portanto é uma deformação física do solo.
Fundamentalmente, o solo é compactado quando um sistema de forças aplicadas ao solo
ultrapassa sua resistência a tais forças. Isto significa, que cada solo possui uma determinada
resistência à compactação, que, se ultrapassada, provoca a compactação. Na atividade florestal, a
compactação pode ser causada por:
• atividades de preparo do solo;
• atividades de colheita;
• pressão das raízes das árvores;
• pressão dos animais em sistemas silvipastoris.
2.5 - Queimadas
3 – POLUIÇÃO DO SOLO
Existem diferentes conceitos para área contaminada de acordo com estudos em vários
países. Uma área contaminada pode ser definida como uma área, local ou terreno onde há
comprovadamente poluição ou contaminação, causada pela introdução de quaisquer substâncias
ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou
infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural. (CETESB, 2001)
Nessa área, os poluentes ou contaminantes podem concentrar-se em sub-superfície nos
diferentes compartimentos do ambiente, por exemplo, no solo, nos sedimentos, nas rochas, nos
materiais utilizados para aterrar os terrenos, nas águas subterrâneas ou, de uma forma geral, nas
zonas não saturada e saturada, além de poderem concentrar-se nas paredes, nos pisos e nas
estruturas de construções.
Os poluentes ou contaminantes podem ser transportados a partir desses meios,
propagando-se por diferentes vias, como, por exemplo, o ar, o próprio solo, as águas subterrâneas
e superficiais, alterando suas características naturais ou qualidades e determinando impactos
negativos e/ou riscos sobre os bens a proteger, localizados na própria área ou em seus arredores.
Outro termo normalmente encontrado na literatura especializada, principalmente quando
se trata de áreas mineradas e de grandes obras civis, é o termo “área degradada”. Segundo
SÁNCHEZ (1998), dando enfoque ao compartimento solo, o termo “degradação” é o termo mais
amplo e engloba o termo “poluição”. Esse autor considera, por exemplo, que o termo “degradação
do solo” significa a ocorrência de alterações negativas das suas propriedades físicas, tais como
sua estrutura ou grau de compacidade, a perda de matéria devido à erosão e a alteração de
características químicas devido a processos como a salinização, lixiviação, deposição ácida e a
introdução de poluentes.
Essa definição favorece assumir os dois termos como sinônimos, pois nela está incluído o
conceito de risco e/ou danos à saúde das pessoas e a outros bens a proteger.
a) Agentes químicos
O emprego de fertilizantes sintéticos e defensivos agrícolas é um fato relativamente novo
cujo uso cresceu e se estendeu praticamente a todas as terras cultiváveis. Os impactos
ambientais de seus usos podem ser conhecidos de imediatos, e outros, os relacionados
basicamente aos defensivos, dependem de anos e décadas para se manifestar e serem avaliados
em suas conseqüências totais.
Os inseticidas orgânicos sintéticos, fabricados industrialmente em grande escala e a baixo
custo, mais perigosos para o homem e o ambiente são os provenientes da família dos
organoclorados, com alta meia-vida no ambiente (dezenas de anos) e de ação bioacumulativa.
Este último fato é particularmente grave, pois estando os pesticidas e seus produtos de
degradação altamente dispersos, estes entra na cadeia alimentar que os potencializa, provocando
graves danos ao elemento final desta cadeia: o homem.
O movimento dos compostos organoclorados no ambiente pode ser explicado utilizando-
se os conceitos de bioacumulação e de biomagnificação. Biocumulação é a propriedade do
composto de acumular-se nos organismos vivos enquanto biomagnificação é a transferência do
composto através dos vários elos da cadeia alimentar.
Os pássaros se alimentam de vermes do solo, que por sua vez, servem de alimento de
mamíferos, que alimentam o homem. As aves migratórias levam veneno a milhares de quilômetros
de distância ou servem de alimento a outros animais ou morrem. No caso da contaminação por
organoclorados, nem seu estado de putrefação interrompe o processo de contaminação do meio,
uma vez que os compostos são moléculas extremamente estáveis.
Os pesticidas são usados nos combates a ervas daninhas e controle de vetores e pragas.
Muitos pesticidas químicos são tóxicos e não atinge apenas às pestes que pretendem combater,
mas também às pessoas e a vida selvagem. Eles contaminam alguns alimentos sobre os quais
são usados e tem poluído seriamente as reservas de água potável, em muitas áreas.
Os pesticidas estão relacionados a um grande número de efeitos negativos à saúde.
Muitos pesticidas que as nações industrializadas baniram ou restringiram ainda são usados
largamente nos países em desenvolvimento, e os pesticidas que são exportados aos países em
desenvolvimento são freqüentemente usados por produtores incapazes de ler as instruções nos
rótulos e avisos de precaução estando a exposição a pesticidas relacionada ao câncer e a outras
doenças.
A quantidade de pesticidas que realmente atingem as pestes equivale a uma porcentagem
muito pequena do total aplicado. Geralmente, menos de 0,1 % do pesticida usado nas plantações
alcança o alvo, e grande parte do restante pode contaminar o solo e as áreas de suprimento de
água.
Os pesticidas alcançam o homem diretamente ou através da cadeia alimentar. As
principais formas de poluição do solo por pesticidas são:
• volatilização por reação química;
• adsorção por húmus e argilas;
• migração líquida por escoamento ou por lixiviação do solo;
• transformação química;
• transformação química por microorganismos do solo e absorção pela planta e
conseqüentemente pelo homem.
Os fertilizantes são aplicados em áreas públicas, jardins e em culturas agrícolas. Em
muitas nações industrializadas, o uso de fertilizante alcançou um estágio no qual aplicações
adicionais não mais elevam as safras. Além disso, cerca de metade de todos os fertilizantes
aplicados são perdidos através da lixívia, escoamento e evaporação. Os fertilizantes contêm
fosfato e nitrogênio e podem elevar os níveis normais desses elementos encontrados nas águas
de superfície, em excesso, tais elementos são prejudiciais à saúde. Os produtos químicos de
fertilizantes alteram o equilíbrio natural do solo e poluem as fontes de água. Além disso, o óxido
nitroso dos fertilizantes é um poluente atmosférico e contribui para o efeito estufa. A seguir
relacionamos os principais grupos de defensivos agrícolas sintéticos:
Inseticidas:
• Organoclorados: DDT, Aldrin, Drieldin, Heptacloro, etc. De um modo geral são
extremamente persistentes. Alguns deles, como DDT, permanecem em percentuais de
mais de 40% decorridos cerca de 15 anos após sua aplicação. O Heptacloro, um dos
menos persistentes, após 15 anos apresenta ainda um percentual de 15% no solo. Sua
produção e consumo vêm sendo proibidos em um número cada vez maior de países.
• Organofosforados; Parathion, Malathion, Phospin, etc. Apresentam uma certa seletividade
em sua toxidez para os insetos. Em sua maioria, degradam-se mais rapidamente que os
organoclorados.
• Carbamatos: São específicos em sua toxidez para os insetos e de baixa toxidez para os
vertebrados de sangue quente.
Fungicidas:
• Sais de cobre: de uso mais antigo
• Organomercuriais: de uso restrito às sementes
Herbicidas:
• Derivados de arsênico: de uso decrescente e limitado
• Derivados de ácido fenoxiacético; 2,4D; 2,4,5T; Phichloram. Os dois primeiros foram
utilizados no Vietnãn rm dosagens dezenas de vezes superiores às máximas
recomendadas na agricultura e provocaram efeitos catastróficos sobre a fauna e a flora e
as populações (agente laranja).
No quadro abaixo se apresenta o tempo médio de desaparecimento dos agentes químicos
através de pesticidas no solo.
Inseticida Quantidade aplicada Tempo de desaparecimento de 95%
(kg/ha)
intervalos Valores médios
Aldrin 1-3 1 – 6 anos 3 anos
Clordana 1–2 3 – 5 anos 4 anos
DDT 1 - 2,5 4 – 30 anos 10 anos
Dieldrin 1–3 5 – 25 anos 8 anos
Heptacloro 1–3 3 – 5 anos 3,5 anos
Lindana 1 – 2,5 3 – 10 anos 6,5 anos
Telodrin ¼-1 2 – 7 anos 4 anos
Fonte: C.A EDWARDS – Residue Ver, nº 83, 1996
b) Dejetos animais
A poluição por dejetos animais tem maior incidência na zona rural através de estábulos,
pocilgas e granjas. Os detritos animais têm alta carga orgânica e em contato com a água de chuva
no solo pode ser levadas aos corpos d’água superficiais e subterrâneos ocasionado a
contaminação e degradação dos mesmos.
Durante a inspeção deve ser realizada uma verificação sobre a necessidade da tomada de
medidas emergenciais, em função da possibilidade de existência de risco de incêndio e explosão,
ou de riscos iminentes aos bens a proteger.
3.4.2 - Investigação confirmatória
A etapa de investigação confirmatória encerra o processo de identificação de áreas
contaminadas, tendo como objetivo principal confirmar ou não a existência de contaminação e
verificar a necessidade da realização de uma investigação detalhada nas áreas suspeitas,
identificadas na etapa de avaliação preliminar.
Dessa forma, os resultados obtidos na etapa de investigação confirmatória são
importantes para subsidiar as ações do órgão gerenciador ou órgão de controle ambiental na
definição do responsável pela contaminação e dos trabalhos necessários para a solução do
problema.
A confirmação da contaminação em uma área dá-se basicamente pela tomada de
amostras e análises de solo e/ou água subterrânea, em pontos estrategicamente posicionados.
Em seguida, deve ser feita a interpretação dos resultados das análises realizadas nas amostras
coletadas, pela comparação dos valores de concentração obtidos com os valores de concentração
estabelecidos em listas de padrões, definidas pelo órgão responsável pelo gerenciamento de
áreas contaminadas.
Assim, caso uma área, após a execução da etapa de investigação confirmatória, seja
classificada como área contaminada (AC), haverá a necessidade da execução das etapas do
processo de recuperação. Caso contrário, ela permanecerá classificada como área potencialmente
contaminada (AP), devendo permanecer registrada (tanto no cadastro como na ficha cadastral)
aguardando novas informações ou ainda poderá ser excluída do cadastro, quando não for
detectada a contaminação e/ou quando não mais existir atividades potencialmente
contaminadoras em funcionamento no local.
A metodologia utilizada para realização da etapa de investigação confirmatória é
constituída basicamente pelas seguintes partes:
• plano de amostragem;
• coleta de amostras;
• realização de análises, e
• interpretação dos resultados
De uma forma geral, a definição do número de pontos a ser amostrados dependerá dos
seguintes fatores, que são abordados de forma diferenciada de acordo com a metodologia
adotada:
• Tamanho da área investigada
• Qualidade das informações prévias disponíveis
• Hipótese de distribuição espacial da contaminação
• Grau de confiança requerido
A definição do número de pontos de amostragem baseada em um conceito probabilístico é
a técnica que melhor ajusta a investigação ao objetivo predefinido. Pesquisas originárias dos
Estados Unidos estimam a probabilidade de detecção de focos esféricos de substâncias poluentes
(hot spots), de acordo com a forma e espaçamento da malha de amostragem.
MÉTODOS INDIRETOS
Equipamento geo-radar
Seção de geo-radar indicando os limites da contaminação (atenuação do sinal) provocada
pela infiltração de resíduos industriais.
Eletromagnético indutivo (EM)
• propriedade física: condutividade elétrica;
• princípio: indução de campo eletromagnético no subsolo;
• aplicação: definição das condições hidrogeológicas naturais, localização de resíduos,
tambores e tanques enterrados, galerias subterrâneas e delimitação de plumas de
contaminação inorgânica.
Resistivímetro de campo
MÉTODOS DIRETOS
• Análise em solo
Os métodos diretos possuem uma boa acurácia, desde que realizados com os cuidados
especiais. A técnica de amostragem deve ser conduzida de forma a evitar a contaminação
cruzada entre furos ou dentro do próprio furo. Isso requer cuidados especiais, principalmente
quando se amostra abaixo do freático livre. Os trados convencionais não são adequados para isto,
uma vez que permitem a transferência das contaminações para o fundo do furo. Já os trados
helicoidais vazados (hollow steam auger) garantem uma melhor integridade das amostras de solo,
em função de disporem de dois helicóides: um externo com rosca direita para a perfuração e outro
interno com rosca esquerda para armazenamento da amostra (Quaresma, 1999).
Outra possibilidade de amostragem sem cruzamento de contaminantes consiste na
utilização de revestimentos com selos. Esses revestimentos são introduzidos por um processo de
cravação dinâmica ou estática, mas quando ultrapassam o nível freático são selados para evitar a
entrada de contaminantes para o fundo do furo. As amostras são retiradas com amostradores
dedicados (um por amostra) tipo pistão, ou em amostradores integrais (toda a extensão do furo)
como no sistema direct push.
Além dos cuidados com a integridade das amostras, o acondicionamento, transporte e
preparação da amostra para análise deve seguir uma rotina planejada por uma cadeia de
custódia, onde todos os procedimentos são registrados até o laudo final da análise. No que tange
às análises geoquímicas, o método mais empregado ainda é o de cromatografia gasosa (head
space). Por hora, ainda não são confiáveis as técnicas de avaliação in situ de compostos
voláteis (cromatógrafos de campo), de modo que as amostras ainda devem ser analisadas em
laboratório. Os parâmetros comumente utilizados para as análise são o TPH (hidrocarbonetos
totais de petróleo) e as colunas de BTXE (benzeno, tolueno, xileno e etilbenzeno), estes em
virtude da maior toxicidade. As análises devem ser calibradas por um branco de laboratório, uma
vez que os cromatógrafos podem apresentar ruídos no registro de dados. Essa preocupação com
a qualidade de amostras se justifica pelos limites que caracterizam a contaminação, da ordem de
mg/kg.
• Análise em água
A análise da presença de hidrocarbonetos nas águas freáticas é realizada, tipicamente,
através de poços de monitoramento, embora a participação de extratores pneumáticos adaptados
em piezômetros craváveis ou mesmo em sondas CPT esteja crescendo de participação. O uso de
cones equipados com bladder pump (Lunne et al, 1997), parece ser uma ferramenta de uso
potencial para avaliação de contaminantes no freático, mas ainda precisa ser amadurecida, em
especial devido à possibilidade de cruzamento de contaminações em estratos distinto durante a
cravação do cone. É necessário ter-se presente que o objetivo da análise em água é identificar a
fase dissolvida. Assim, a coleta de amostras deve evitar o contato com a fase livre que,
normalmente se manifesta como uma escuma no topo do nível d’água. O uso de bailers
(amostradores tipo caneca) é inviável, em função da mistura de fases durante a coleção.
A maioria das recomendações internacionais sugere a utilização de amostradores tipo
bexiga, denominados de bladder pumps. É importante destacar que a amostragem de água é mais
delicada do que em solo, pois mínimos descuidos com a limpeza dos equipamentos implica em
contaminação cruzada. Isso se deve ao fato de que os padrões de controle das contaminações
nos aqüíferos é da ordem de mg/litro.
Nenhum diagnóstico de pluma de contaminação pode ser realizado sem as amostragens
de solo e água. Apesar de imprescindíveis, elas precisam ser racionalizadas em virtude da sua
morosidade e, evidentemente, do seu custo. É neste ínterim que se inserem as técnicas de
sondagens indiretas, as quais permitem um delineamento estratigráfico, hidrogeológico e,
dependendo da situação, da própria pluma de contaminação. Se os métodos indiretos não são
suficientes para definir a exata geometria de uma pluma, por outro lado podem delinear o
problema, possibilitando racionalizar a campanha de sondagens diretas.