Você está na página 1de 4

Escola Secundária de Rio Tinto

Departamento de Matemática e Ciências Experimentais


Biologia e Geologia
Ficha Formativa de Biologia e Geologia 11.º Ano de Escolaridade março de 2024
Grupo I
Um trabalho liderado por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes (UTAD) e do Instituto de Estudo Pré-
Históricos de Espanha (ACINEP) permitiu caracterizar quimicamente as pinturas rupestres preservadas em várias
grutas da Península Ibérica.
Durante a investigação, foram recolhidas diversas amostras de ocre1 natural e pigmentos, de locais como as
grutas/abrigos rochosos de Pego da Rainha e Lapa dos Coelhos, em Portugal, e La Calderita e Frizo del Terror (Parque
Nacional de Monfrague), em Espanha. Analisaram diversas pinturas, utilizando espetroscopia micro-Raman e
fluorescência de raios X, por energia dispersiva (EDXRF). A micro-Raman indica a presença abundante de óxidos, por
exemplo, a hematite Fe2O3) e hidróxidos de ferro, por exemplo, a goethite (FeO(OH)) nas amostras de pigmentos
retiradas dos vários locais de amostragem. A pigmentação rica em ferro-vermelho inorgânico, aparentemente, é uma
das substâncias preferidas nas pinturas rupestres. Dependendo de onde os pigmentos foram extraídos, o processo
químico natural terá produzido diferentes tons de vermelho-laranja-acastanhado, o que permitiu a produção de
painéis de rocha ricamente decorados, no esquema de arte rupestre do oeste da Península Ibérica.
Os resultados, discriminados de modo exaustivo, estão expressos na tabela I.
1
ocre – designa qualquer óxido metálico terroso portador de ferro.
Tabela 1

Local Tipo de amostra Cor Raman EDXRF

Hematite + Produtos de
Pego Rainha 1 Pigmento Avermelhado Fe, C, K
alteração + Carvão

Hematite + Produtos de
Pego Rainha 2 Pigmento Avermelhado alteração + Carvão + Fe, C, K, Si
Quartzo

Pego Rainha 5 Substrato Branco (quartzito) Quartzo Si

OC3 PR Ocre Castanho Goethite Fe

OC5 PR Ocre Avermelhado Hematite Fe

Lapa dos Coelhos 1 Pigmento Vermelho Hematite + Gesso Fe

Lapa de Coelhos 2 Substrato Branco (calcário) Gesso + Calcite Fe, Ca, S

Hematite + argila (não


Ochre Coelhos Ocre Castanho Fe
identificada)

Calderita 4 Substrato Branco (quartzito) Quartzo NA

Calderita 5 Pigmento Laranja Goethite + quartzo NA

Calderita 9 Pigmento Vermelho Hematite NA

Calderita 12 Pigmento Avermelhado Goethite NA

Ochre Calderita Ocre Amarelo Goethite Fe

Monfrague 1 Pigmento Vermelho Hematite Fe

Monfrague 2 Substrato Branco (quartzito) NA Si

Monfrague 3 Acreção Castanho Carvão NA


NA – não analisado Adaptado de H. Gomes, H. Collado; Pigment in western Iberian schematic rock art: an analytical
approach, (2015), Mediterranean Archaeology and Archaeometry, Vol. 15, No 1
1. A goethite FeO(OH) é considerado um mineral por ser
(A) inorgânica e utilizada pelo ser humano pré-histórico naturalmente.
(B) sólido, natural e com estrutura cristalina.
(C) natural, orgânico e com composição química bem definida.
(D) estável ao longo tempo, mantendo constante a sua composição química.

2. A transformação da hematite (Fe2O3) em limonite (FeO(OH).nH2O), constitui um caso de meteorização química


por
(A) hidrólise. (C) oxidação.
(B) dissolução. (D) hidratação.

3. De acordo com os resultados obtidos, pode concluir-se que


(A) a hematite é o único mineral responsável pela presença de Fe presente nos pigmentos.
(B) a hematite é o único mineral de coloração avermelhada presente nos pigmentos.
(C) o carvão é a fonte de carbono detetado nas várias amostras.
(D) a calcite é a fonte de cálcio nos pigmentos

4. A coloração da hematite pode variar, tratando-se por isso de um mineral ____ e a coloração do traço/risca é _____.
(A) alocromático … variável
(B) idiocromático … variável
(C) idiocromático … constante
(D) alocromático … constante

5. Nos ocres analisados pela equipa de investigação


(A) o quartzo é o único responsável pela sílica detetada.
(B) a goethite apresenta uma cor constante.
(C) o Fe detetado tem origem na hematite.
(D) a cor vermelha depende da presença exclusiva de hematite.

6. Alguns minerais como a hematite apresentam _______, tendência que alguns minerais apresentam para se
quebrarem ao longo de superfícies _______ que representam superfícies de fraqueza da estrutura cristalina.
(A) clivagem … irregulares
(B) fratura … regulares
(C) clivagem … regulares
(D) fratura … regulares

7. A aragonite, que apresenta uma densidade de 2,9 g/cm3, tem a mesma composição química que a calcite, que
tem uma densidade de 2,7 g/cm3. A aragonite ter-se-á formado a uma ________ inferior à da calcite e estes
minerais constituem um caso de ________.
(A) pressão … polimorfismo
(B) temperatura … polimorfismo
(C) pressão … isomorfismo
(D) temperatura … isomorfismo
8. Faça corresponder os diferentes processos de meteorização das rochas, referidos na coluna A, à respetiva
designação, que consta da coluna B.

Coluna A Coluna B

(a) Alteração que promove o aparecimento de tonalidades


1. Dissolução
ferruginosas.
2. Haloclastia
(b) Frequente em zonas de serra, com flutuações significativas
3. Hidrólise
de temperatura.
4. Oxidação
(c) Ocorre devido à expansão provocada pelo crescimento de
5. Termoclastia
minerais.

9. Na Pré-História, era comum o recurso a diferentes minerais para a realização de arte rupestre. Em Portugal, são
várias as ocorrências de pinturas e gravuras, em que o ser humano pré-histórico se socorria de minerais, como a
hematite e goethite, para as pinturas, ou a rochas como sílex, rochas ricas em quartzo, para as gravuras.
Relacione as características dos minerais com a realização destes registos pré-históricos.

10.A Pré-História é marcada pelo aparecimento da espécie humana e estendeu-se até cerca de 3500 a.C. Um dos
momentos mais marcantes neste intervalo de tempo corresponde à Idade do Bronze. Este período da civilização
humana foi marcado pela aquisição do conhecimento de que há uma liga metálica, que dá maior durabilidade aos
seus utensílios de metal. O bronze é uma mistura de cobre com outro metal, o estanho.
Infira sobre a razão do recurso a uma mistura de cobre e estanho para a produção de utensílios de metal, durante
a Pré-História.

Grupo II
O estudo dos sedimentos mais recentes da margem direita do rio Mondego, entre Coimbra e Montemor-o-
Velho, permitiram individualizar várias unidades, descritas segundo um perfil entre Tentúgal e Zouparria do
Campo, descritas na figura 1.

Zouparria do Campo

Tentúgal 50 m

São U3
Silvestre
U3 Uz

U2
(calcário)
400 m

Fig. 2
Unidades:

U1 – essencialmente conglomerática, imatura a submatura.


U2 – arenoconglomerática, muito grosseira a grosseira, imatura. Por vezes apresenta-se rica em crostas férricas e
com estratificação oblíqua e/ou subplanar.
U3 – arenosa, com siltes e argilas, cinzenta a negra, micácea, rica em fragmentos de carvão. Rica em crostas férricas e
fragmentos carbonosos. Localmente, perto do teto encontram-se materiais extremamente finos e negros, ricos em
fragmentos carbonosos.
Uz – arenosa, grosseira a fina, submatura a imatura, amarelada a rosada, com bolsadas e/ou corpos métricos de
cascalheiras.
Ut – arenítica e rica em feldspato, média a fina, matura a submatura e, localmente, com seixos e calhaus
subarredondados a redondos. Possui elevada percentagem de grãos de quartzo redondos e foscos, o que aponta para
acumulações eólicas.
1. Da unidade U2 para a unidade U3 a energia do agente transportador, verificando-se
da granulometria dos sedimentos.
(A) diminuiu … uma diminuição (C) aumentou … uma diminuição
(B) diminuiu … um aumento (D) aumentou … um aumento

2. Por “teto da unidade U3” entende-se


(A) o seu limite inferior definido pelo estrato com granulometria diferente.
(B) a superfície de estratificação correspondente ao seu limite superior.
(C) a parte do estrato que é constituída sempre por sedimentos com granulometria fina.
(D) a superfície superior definida sempre por uma granulometria grosseira.

3. Os sedimentos apresentam-se mais calibrados na


(A) componente arenítica da unidade Ut.
(B) parte arenosa e argilosa da unidade Uz.
(C) base da unidade U3.
(D) secção arenoconglomerática da unidade U2.

4. Os detritos da unidade U3 têm origem


(A) quimiogénica e biogénica. (C) detrítica e biogénica.
(B) detrítica e quimiogénica. (D) apenas detrítica.

5. Os sedimentos da unidade U1 indiciam transporte


(A) longo e pouco energético.
(B) curto e pouco energético.
(C) longo e energético.
(D) curto e energético.

6. Relativamente às unidades Uz e Ut podemos afirmar que já ocorreu


(A) sedimentogénese e diagénese em ambas.
(B) sedimentogénese na Uz e diagénese na unidade Ut.
(C) sedimentogénese em ambas e diagénese na Ut.
(D) sedimentogénese apenas na Ut e diagénese na Uz.

7. Associe os tipos de meteorização química apresentados na coluna I às afirmações da coluna II que lhes
correspondem. Cada um dos números deve ser associado apenas a uma letra e todos os números devem
ser utilizados.

Coluna I Coluna II
(a) Hidrólise (1) Ocorre nos calcários por ação de águas ácidas.
(b) Dissolução (2) Há perda de eletrões de uma substância para outra.
(c) Oxidação (3) Reação de substâncias com os iões H+ e OH–.
(d) Hidratação (4) Formam-se minerais de argila em resultado desta reação nos feldspatos.
(5) Incorporação de moléculas de H2O na estrutura cristalina do mineral.
(6) Pode ocorrer nas crostas de ferro.
(7) Responsável pelo modelado cársico.

8. Explique em que medida a variação das características nas unidades definidas no perfil evidencia variações na
extensão do transporte dos sedimentos.

Você também pode gostar